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1 Régis Gonçalves Pinheiro Penal III – Parte Especial Nota de Aula nº 07 – 4ª PARTE CAPÍTULO III DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA Reingresso de estrangeiro expulso Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da pena. 01) Objeto Jurídico Tutelado: o prestígio e a eficácia do ato administrativo, que determinou a expulsão do estrangeiro. Administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime de mão própria – estrangeiro anteriormente expulso Sujeito Passivo: o Estado. Expulsão de estrangeiro: TÍTULO VIII Da Expulsão Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que: a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil; b) havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe for determinado para fazê- lo, não sendo aconselhável a deportação; c) entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou d) desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro. Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a oportunidade da expulsão ou de sua revogação. Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto. Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação. Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até trinta dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos. Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo, determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro. Art. 69. O Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão, por 90 (noventa) dias, do estrangeiro submetido a processo de expulsão e, para concluir o inquérito ou assegurar a execução da medida, prorrogá-la por igual prazo. Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder Judiciário que suspenda, provisoriamente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de prisão de que trata a parte final do caput deste artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do Tribunal a que estiver submetido o feito. Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo solicitação fundamentada, determinar a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro. Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia popular, assim como nos FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA Centro de Ciências Jurídicas – CCJ Curso de Direito 2 casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito à proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de quinze dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa. Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, caberá pedido de reconsideração no prazo de 10 (dez) dias, a contar da publicação do decreto de expulsão, no Diário Oficial da União. Art. 73. O estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo desta vencido, permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministério da Justiça, e guardará as normas de comportamento que lhe forem estabelecidas. Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade com o disposto neste artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão administrativa do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) dias. Art. 74. O Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a pedido, as normas de conduta impostas ao estrangeiro e designar outro lugar para a sua residência. Art. 75. Não se procederá à expulsão: I - se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou II - quando o estrangeiro tiver: a) Cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou b) filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente. § 1º. não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro supervenientes ao fato que o motivar. § 2º. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expulsão poderá efetivar-se a qualquer tempo. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. O crime ocorre com a entrada do estrangeiro, anteriormente expulso, em território nacional. Obs.1: o que se pune é o ingresso e não a recusa em sair; Obs.2: não se aplica ao deportado e ao extraditado. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – independentemente de qualquer elemento subjetivo específico. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se a entrada do alienígena expulso, pouco importando o período de permanência. Obs.: crime FORMAL; A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Denunciação caluniosa Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 3 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A ação nuclear típica consiste em dar causa a instauração de investigação policial, processo judicial, de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. Obs.: não ocorre o crime: a) fato penalmente atípico; b) fato imputado prescrito; c) escusa absolutória (Ex.: art. 181, CP); 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de dar causa a instauração de investigação policial, processo judicial, de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime. Obs.1: é imprescindível que o denunciante sabia que o denunciado é inocente; Obs.2: a dúvida afasta a tipicidade do delito; 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com a instauração de investigação policial, processo judicial, de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém que o denunciante sabe inocente. Obs.: não se exige a efetiva instauração de inquérito policial. A tentativa é possível. 06) Forma Majorada (§1º) § 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 07) Forma Minorada (§2º) § 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção. 08) Ação Penal. Pública incondicionada. Comunicação falsa decrime ou de contravenção Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 4 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A ação nuclear típica consiste em provocar ação da autoridade pública (delegado de polícia, juiz, promotor de justiça, bem como todas as autoridades administrativas que tenham atribuição legal para iniciar investigações), sobre a prática de crime ou contravenção penal que não se verificou. Diferenciação com o crime de denunciação caluniosa: Denunciação caluniosa ! determinada pessoa. Comunicação falsa de crime ou contravenção penal ! crime, contravenção penal ou pessoa fictícia ou imaginária. Obs.1: não ocorre o crime: a) fato penalmente atípico; b) fato imputado prescrito; c) escusa absolutória (Ex.: art. 181, CP); Obs.2: não configura o crime em estudo, a denunciação de crime de lesão leve, quando na realidade era grave, ou a denunciação de furto quando na realidade era roubo. Obs.3: comunicação falsa de crime ou de contravenção para encobrir outro delito ! implica em concurso material de crimes. Ex.: agente se apropria do dinheiro da empresa, e faz comunicado falso de que houve furto. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente denunciar crime ou contravenção penal, que tem certeza não ocorreu ou é diversamente diferente do ocorrido. Obs.: a dúvida afasta a tipicidade do delito. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se no momento em que a autoridade pratica alguma ação no sentido de elucidar o fato criminoso. Obs.: não se exige a efetiva instauração de inquérito policial. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. 5 Auto-acusação falsa Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A ação nuclear típica consiste em acusar-se da prática de crime inexistente ou praticado por outrem. Obs.1: é necessário que a autoacusação seja feita perante autoridade pública (delegado de polícia, juiz, promotor de justiça, bem como todas as autoridades administrativas que tenham atribuição legal para iniciar investigações); Obs.2: a autoacusação pode ser feita por escrito, desde que dirigido à autoridade pública (delegado de polícia, juiz, promotor de justiça, bem como todas as autoridades administrativas que tenham atribuição legal para iniciar investigações); Obs.3: não se aplica à contravenção penal; Obs.4: Há doutrina (Celso Delmanto) no sentido de que não configura o delito em estudo, se o agente se faz uso de autoacusação falsa, como meio de se defender de outro delito que lhe é imputado, tendo em vista as garantias constitucionais do direito ao silêncio (art. 5º, LXIII e § 2º, CF), de não ser obrigado a depor contra si mesmo, nem a confessar-se (PICDP, art. 14, 3, g) ou declarar-se culpado (CADH, art. 8º, 2, g). 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de acusar-se da prática de crime inexistente ou praticado por outrem. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se no momento em que a autoridade toma conhecimento da autoacusação. Crime FORMAL. A tentativa é possível na autoacusação por escrito. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Falso testemunho ou falsa perícia Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante 6 suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime de mão própria (testemunha, perito, tradutor, intérprete, e o contador) Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. Crime de ação múltipla: a) fazer afirmação falsa ! falsidade positiva, o agente declara fato inverídico; b) negar a verdade ! falsidade negativa, o agente tem ciência da verdade, mas nega o que sabe; c) calar a verdade ! reticência, silêncio a respeito do que se sabe ou há recusa em manifestar a ciência que se tem dos fatos. Obs.1: as ações nucleares acima devem ser realizadas no processo judicial, administrativo, IP, Juízo Arbitral, Inquérito Civil; Obs.2: para a configuração do crime a falsidade deve versar sobre fato juridicamente relevante, capaz de influir no resultado da causa, ou seja, tem que ter potencialidade lesiva; Obs.3: persiste o crime, mesmo que seja prestado perante autoridade incompetente; Obs.4: vários depoimentos falsos em um mesmo processo ou inquérito: crime único; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade. Obs.: a testemunha que se engana, não comete o crime em estudo; 05) Consumação e Tentativa Consuma-se o falso testemunho com o encerramento do depoimento. Crime FORMAL, pois não é necessário que o falso influa na decisão da causa, basta a sua potencialidade lesiva. A consumação da falsa perícia ocorre com a entrega do laudo à autoridade ou com a afirmação perante ela de fatos inverídicos. No caso da tradução ou interpretação falsa, consuma-se com a entrega do documento traduzido falso à autoridade pública, ou no momento em que o interprete, perante o juiz, distorce o conteúdo de suas declarações. Contador, no momento em que o laudo falso é entregue a autoridade. A tentativa é possível, sendo controvertido na falsa perícia. 7 06) Causa de aumento de pena (§ 1º) § 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. 07) Retratação (§ 2º) § 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade. 08) Ação Penal. Pública incondicionada. Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação: Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa. Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta. CORRUPÇÃO ATIVA DE TESTEMUNHA, PERITO, CONTADOR, TRADUTOR OU INTÉRPRETE Vide anotações sobre o crime de corrupção ativa. Coação no curso do processo Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervirem processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. Crime de forma vinculada. A conduta objetiva típica é usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. Obs.: a ameaça deve ser grave, capaz de atemorizar; 8 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de praticar violência ou grave ameaça, acrescido do fim especial de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com a prática da violência ou grave ameaça contra uma das pessoas elencadas no tipo penal. Crime FORMAL. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Exercício arbitrário das próprias razões Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste em fazer justiça pelas próprias mãos para satisfazer pretensão, embora legítima. Exemplos: a) retenção de paciente em hospital, para pagamento das despesas médicas; b) retenção de objeto pelo credor, para que o devedor pague sua dívida; c) retirada de bem pelo credor, para pagamento de dívida; Obs.: fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: defesa, manutenção e restituição na posse (art. 1210, CC). 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de fazer justiça pelas próprias mãos, acrescido do fim especial, contido na expressão “para satisfazer pretensão, embora legítima”. Obs.: se o agente tem conhecimento de que sua pretensão é ilegítima, o crime será furto, 9 apropriação indébita, dano, etc. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com o emprego ou uso do meio arbitrário com o fim de satisfazer uma pretensão. Crime FORMAL. Há entendimento em contrário, que seria crime material. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. SUBTIPO DE EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZÕES 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. Objeto material: é a coisa (móvel ou imóvel) própria 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime próprio – somente o proprietário da coisa (móvel ou imóvel) Obs.: admite-se o concurso (coautoria e participação) Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica: “tirar”, “suprimir”, “destruir”, ou “danificar”. Crime de ação múltipla ou conteúdo variado. A coisa (móvel ou imóvel) própria (é o elemento normativo do tipo) que se acha em poder de terceiro por determinação judicial (exemplo: agente que destrói o seu veículo que se encontrava em poder do depositário judicial) ou convenção (exemplo: proprietário que destrói o imóvel locado, como forma de força o inquilino desocupar antes do prazo contratual). Obs.1: se a coisa pertence a terceiro, o crime é furto, dano, etc. Obs.2: se o objeto material do crime for coisa comum, a subtração pelo condômino, herdeiro, sócio configura o crime do art.156, CP – FURTO DE COISA COMUM. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de “tirar”, “suprimir”, “destruir”, ou “danificar” coisa própria, ciente de que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com a prática de uma das ações típicas. Crime material. A tentativa é possível. 10 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Fraude processual Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito: Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa. Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa que tenha interesse no processo Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste em inovar (alterar, modificar, mudar) artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa. Exemplos: - plantio ou derrubada de árvores; - remoção de marcos; - abertura de uma janela; - manchar um objeto ou apagar sua mancha; - colocar uma arma na mão da vítima (vela); Obs.1: Não configura o crescimento da barba. Obs.2: Todas as inovações devem ocorre na pendência do processo civil ou administrativo; Obs.3: se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, não é necessário que este tenha se iniciado; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa + elemento subjetivo do tipo: induzir a erro o juiz ou perito. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com a realização da fraude. Crime FORMAL. A tentativa é possível. 06) Modalidade Majorada Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro. 11 07) Ação Penal. Pública incondicionada. Favorecimento pessoal Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste em auxiliar o criminoso a subtrair-se à ação de autoridade pública. Obs.1: não se aplica a contravenção penal; Obs.2: aplica-se a autor, coautor e partícipe; Pressupostos do crime: 1º) que o criminoso esteja solto, e se procure evitar sua prisão; 2º) que a ajuda seja posterior ao crime Obs.3: quem facilita a fuga de preso, comete o crime do art. 351, CP; Obs.4: não há favorecimento real quando alguém auxilia: - o agente agiu acobertado por uma excludente de ilicitude; - extinção de punibilidade; - escusa absolutória; - absolvição; Obs.5: há favorecimento real quando alguém auxilia réu que é absolvido de forma imprópria. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontadelivre e consciente de prestar auxílio a autor de crime anteriormente praticado. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se quando o criminoso se furta a ação da autoridade, mesmo que pro breve período de tempo. Crime MATERIAL. 12 A tentativa é possível. 06) Forma privilegiada § 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa. 07) Escusa absolutória § 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena. Pode-se inserir o companheiro, por analogia a favor da ré. 08) Ação Penal. Pública incondicionada. Favorecimento real Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste em prestar auxilio a criminoso fora dos casos de coautoria, autoria e participação ou receptação, visando tornar seguro o proveito do crime. Obs.: não se aplica a contravenção penal; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de prestar auxílio a autor de crime para tronar seguro o produto do crime. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com o fornecimento do auxílio, ainda que não se obtenha a finalidade pretendida, consistente em tornar seguro o proveito do crime. Crime FORMAL. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. 13 Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Favorecimento Real Impróprio 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste punir o ingresso de aparelho telefônico de comunicação móvel, rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. Obs.: para o STJ a posse de chip de celular configura falta grave para LEP (art. 50, VII), e há parte da doutrina que defende que configura o art. 349-A, o ingresso de chip em prisão; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de realizar direta ou indiretamente, a entrada do aparelho em estabelecimento prisional, sem autorização. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com o efetivo ingresso do aparelho no estabelecimento, ainda que não chegue às mãos do preso. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Exercício arbitrário ou abuso de poder Art. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Na mesma pena incorre o funcionário que: I - ilegalmente recebe e recolhe alguém a prisão, ou a estabelecimento destinado a execução de pena privativa de liberdade ou de medida de segurança; II - prolonga a execução de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade; III - submete pessoa que está sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei; IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligência. Revogado 14 Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos. § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum – qualquer pessoa. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. A conduta típica consiste promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva. Obs.1: § 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à violência. Obs.2: não se aplica ao sentenciado, mas a quem lhe presta auxílio; Obs.3: n ao sentenciado – falta grave, art. 50, II, LEP; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente em promover ou prestar auxílio a quem se encontra legalmente preso ou submetido a medida de segurança detentiva. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com o efetiva fuga do preso. Crime MATERIAL. A tentativa é possível. 06) FIGURA QUALIFICADA. § 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos. § 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja custódia ou guarda está o preso ou o internado. 07) Modalidade Culposa 15 § 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de detenção, de três meses a um ano, ou multa. 08) Ação Penal. Pública incondicionada. Evasão mediante violência contra a pessoa Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa: Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime próprio. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “evadir-se” ou “tentar evadir-se” A conduta típica consiste evadir ou tentar evadir-se o preso mediante o emprego de violência contra a pessoa. Obs.1: é necessário o efetivo emprego de violência contra pessoa (guarda, carcereiro, parente de preso, etc); Obs.2: não se considera a violência moral (intimidação or arma de fogo), mas somente a violência corporal (vias de fato, lesão corporal, homicídio). 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente em evadir ou tentar evadir-se usando o emprego de violência contra a pessoa. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se no momento em que o agente logra subtrair-se à esfera de guarda ou vigilância, mediante o uso de violência ou então no momento em que ele tenta evadir-se.. A tentativa não é admissível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Arrebatamento de preso Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 16 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “arrebatar” A conduta típica consiste arrebatar, tirar, subtrair, o preso do poder de quem o detém sobre ele a custódia ou guarda. Obs.: com o fim de maltratá-lo (vias de fato, lesão ou homicídio); 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e conscientede arrebatar o preso + o elemento subjetivo do tipo, com o fim de maus tratos. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com o arrebatamento do preso. Os maus trados é exaurimento. Crime formal. A tentativa é possível. 06) Concurso Material de Crimes (vias de fato, lesão ou homicídio) Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. 07) Ação Penal. Pública incondicionada. Motim de presos Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime próprio e coletivo (presos). Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “amotinar” A conduta típica consiste em um movimento coletivo de rebeldia de presos, para o fim de justas ou injustas reivindicações. Obs.: a revolta tem que perturbar a ordem ou a disciplina na prisão; 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de realizar o motim, ciente de perturbar a ordem ou a disciplina na prisão. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se quando a ordem ou disciplina foram transgredidas, com os primeiros atos do 17 motim, pouco importando a permanência da perturbação. Crime Material. A tentativa é possível. 06) Concurso Material de Crimes (vias de fato, lesão ou homicídio) Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência. 07) Ação Penal. Pública incondicionada. Patrocínio infiel Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. Patrocínio simultâneo ou tergiversação Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime próprio – somente advogado ou procurador (PGE, PGM, Fazenda, Federal, estagiário, etc) vide art. 3º, Lei 8.906/94. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “trair” A conduta típica consiste em advogado ou procurador, constituído pela parte ou nomeado pelo Juiz, ao defender uma causa em Juízo, trai a confiança nele depositada pela parte patrocinada, ao praticar condutas comissivas ou omissivas que venham a prejudicar os interesses dela em Juízo. Obs.1: para a configuração do crime é necessário dano ao patrocinado; Obs.2: o dano constitui elemento constitutivo do delito. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de trair o dever profissional ciente de que prejudica interesse cujo patrocínio em juízo lhe é confiado. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se com a causação de prejuízo a pessoa. Crime Material. A tentativa é admissível na conduta comissiva. 06) Patrocínio simultâneo ou tergiversação Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. 18 Obs.: crime formal. Não é necessário dano. 07) Ação Penal. Pública incondicionada. Sonegação de papel ou objeto de valor probatório Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime próprio – somente advogado ou procurador (PGE, PGM, Fazenda, Federal, estagiário, etc) vide art. 3º, Lei 8.906/94. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica – “inutilizar” ou “deixar de restituir” A conduta típica consiste em advogado ou procurador inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se na modalidade inutilizar, quando a coisa perdeu sua utilidade probatória. Consuma-se na modalidade não devolução, quando vence o prazo para o agente restituir os autos. A tentativa é admissível na conduta inutilização. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. Exploração de prestígio Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. 19 Vide os comentários ao crime de tráfico de influência Violência ou fraude em arrematação judicial Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. Crime ação múltipla, duas modalidades: a) impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; b) afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem. 05) Consumação e Tentativa 1ª) modalidade: Consuma-se no momento em que a arrematação judicial é impedida , perturbada ou fraudada – tentativa admissível. 2ª) modalidade: Consuma-se com o emprego da violência, grave ameaça, fraude ou com o oferecimento da vantagem, independentemente de o concorrente se retirar da hasta pública. 06) Concurso Material de Crimes (vias de fato, lesão ou homicídio) Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência. 07) Ação Penal. Pública incondicionada. Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: 20 Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa. 01) Objeto Jurídico Tutelado: a administração da justiça. 02) Sujeitos do Crime: Sujeito Ativo: crime comum. Sujeito Passivo: o Estado. 03) Tipo Objetivo: Adequação típica. O crime consiste em exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial. Obs.: O STF já decidiu que o crime definido no art. 359, CP, pressupõe decisão judicial de natureza penal e não civil. 04) Tipo Subjetivo: Adequação típica Dolo – é a vontade livre e consciente de exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial. Obs.: é necessário que o agente tenha ciência de que suspenso ou privado desse exercíciopode determinação judicial. 05) Consumação e Tentativa Consuma-se no momento em que o agente inicia o exercício, afrontando a decisão judicial. A tentativa é possível. 06) Ação Penal. Pública incondicionada. 21
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