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A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO APRESENTAÇÃO Esta apresentação de slides foi elaborada segundo os estudos da psicogênese da língua escrita de Ferreiro e Teberosky. A proposta pedagógica de alfabetização está fundamentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais, (MEC), Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e autores clássicos que abordam a temática. LEITURA E ESCRITA • Nos dias atuais é cada vez mais necessário que o indivíduo se envolva nas práticas sociais de leitura e escrita. • A lectoescrita tem se destacado na preocupação dos educadores, pois apesar da variedade dos métodos de ensino, há um grande número de crianças que não aprendem. • Não basta apenas ensinar-lhes a ler e escrever, mas envolvê-los nestas práticas, dando-lhes condições para que isto aconteça, ou seja, temos que alfabetizar letrando. Soares (2010): • “Letramento é, pois o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter- se apropriado da escrita.” Níveis de alfabetização segundo Ferreiro & Teberosky (1999) • Garatuja: Quando a criança risca o papel sem ter um sentido próprio, ou ainda faz desenho para representar a escrita. • Pré-silábico: É quando a criança começa a usar qualquer letra (às vezes números) para escrever a palavra, o importante desta fase é que aprendeu a função da letra. • Silábico sem valor sonoro: É quando a criança coloca a quantidade de letras conforme as sílabas da palavra, não se importando com o som. • Silábico com valor sonoro: É quando a criança começa a perceber que cada letra tem um som, então ela usa de maneira proposital. • Silábico alfabético: É quando ela consegue começar a entender que necessita de duas ou mais letras para formar o som certo da sílaba em questão, mas não usa em todas. • Alfabética: É quando a criança já sabe escrever e ler mas tem pequenos erros ortográficos. Alfabetização • COMO FUNCIONAM OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO? • No Brasil elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, levam os especialistas a refletirem sobre qual seria o melhor método para revolucionar ou melhorar a educação. • Ao longo das décadas, houve uma mudança na forma de pensar a educação, que passou a ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina. por Paula Ferreira 21/12/2017 10:00 / Atualizado 21/12/2017 14:40 https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-118-milhoes-de- analfabetos-segundo-ibge-22211755 dados de 2016 FORMAS DE ALFABETIZAÇÃO São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. 1. MÉTODOS SINTÉTICOS – são os que levam o aluno a combinar elementos isolados da língua. 2. MÉTODO ANALÍTICOS – são métodos que levam o aluno a analisar um todo (palavra) para chegar às partes que o compõem. 3. MÉTODO FÔNICO: adotado na maioria dos países do mundo, associa os sons às letras. 4. MÉTODO DA LINGUAGEM TOTAL: este não utiliza cartilhas para o processo de alfabetização. 5. MÉTODO ALFABÉTICO: trabalha com o soletramento e todos contribuem para o processo de alfabetização. MÉTODOS: SINTÉTICOS OU ANALÍTICOS MÉTODOS SINTÉTICOS – são os que levam o aluno a combinar elementos isolados da língua (sons, letras e sílabas = a(a), b(bê), C(cê)). Os métodos Analíticos podem ser: Alfabéticos; Soletrativos; Fonéticos. MÉTODO ANALÍTICO: ALFABÉTICOS OU SOLETRATIVOS O aluno aprende: • o nome das letras nas formas maiúscula, minúscula, manuscrita; • a sequência do alfabeto; • a combinar as letras entre si, formando sílabas e palavras. MÉTODO SINTÉTICO:FONÉTICOS • Fonéticos • O aluno aprende inicialmente os sons das letras isoladas e depois reúne em sílabas que formarão as palavras. • B- Bê, c-cê, d-dê, f – • efe, g-gê , t-to • Bo, ca, de, fa, ga, to MÉTODO SINTÉTICO: SILÁBICOS O aluno aprende inicialmente a sílaba, a combinação entre elas e chega à palavra. Bo – ca = boca Fa - ca = faca Ca – ma = cama Ga - to = gato MÉTODOS ANALÍTICOS MÉTODO ANALÍTICOS – são métodos que levam o aluno a analisar um todo (palavra) para chegar às partes que o compõem = (BEBA O SUCO). Os métodos Analíticos podem ser: Palavração Sentenciação Contos Global MÉTODO ANALÍTICO: PALAVRAÇÃO • O aluno aprende algumas palavras associadas às suas imagens visuais. • É usada a memória visual. Depois que o aluno já reconhece algumas palavras, estas são divididas em sílabas para formar outras palavras. MÉTODO ANALÍTICO: SENTENCIAÇÃO • O aluno parte de uma frase que a turma está discutindo, visualiza e memoriza as palavras e depois analisa as sílabas para formar novas palavras. Contos ou historietas • É uma ampliação do método de sentenciação. • O aluno parte de pequenas histórias para chegar nas palavras, sílabas e com estas sílabas formar novas palavras. MÉTODO ANALÍTICO: NATURAL • O método natural parte de um pré-livro que contém registros de conversas da classe sobre determinado assunto. • É apresentado aos alunos aos poucos para a sua visualização. • Depois dessa fase, passa-se para a leitura sonorizada de cada sílaba da palavra. A partir destas sílabas, o aluno forma novas palavras e novas frases. Método sintético • Este método estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra. • Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. FORMAS DE ALFABETIZAÇÃO • Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto. • No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras. • Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão. • Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais. • Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia. Método Analítico • O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas. • Este método pode ser divido em palavração, sentenciaçãoe global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma seqüência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases. • Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora. Método Alfabético • Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias. • Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas. As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola. CARTILHA CAMINHO SUAVE • O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, de uma vez que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica. • A velha cartilha Caminho Suave: ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: REPENSANDO O ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA • A educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes para a construção de uma sociedade democrática, desenvolvida e sociamente justa. • É condição básica e direito fundamental da cidadania. A educação como ato crítico radical, de conhecer para transformar, será a única garantia de valorização do ser humano. • O domínio da língua, nas diferentes vertentes da palavra escrita e falada, da leitura e da oralidade, é crucial nos mais variados domínios da vida individual e coletiva. Não há cidadania nem competência profissional plenas sem um domínio robusto da língua portuguesa. Ao longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de inúmeras controvérsias teóricas e metodológicas, exigindo que a escola e, os educadores se posicionem em relação às mesmas. Essas mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas definições dos conteúdos a serem desenvolvidos quanto na natureza da organização do trabalho pedagógico. • Hoje o desafio maior é “Como alfabetizar letrando”. Os processos de alfabetização e letramento são complexos, mas fundamentais para a inclusão social. O ensino de Letramento rompe barreiras tradicionais que considera a alfabetização como pré- requisito para o domínio da leitura e escrita. • Não se deve haver uma dicotomia entre a alfabetização e o letramento. São processos que caminham juntos, e devem ser ensinados juntos no âmbito escolar, ou seja, é preciso o educador não penas alfabetize ou ‘letre’ o educando, e sim ‘alfabetize letrando’ o aluno, para que possa orientar o mesmo, o ato de ler e de escrever no contexto das práticas sociais. Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da sociedade. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em diferentes contextos. • Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação aos índices de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na prática, muito pouco é feito. O número de alunos aprovados ao final do primeiro ano escolar não é satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do ensino fundamental sem estarem sequer alfabetizados/letrados também é preocupante. • Desde a invenção da escrita 3000 a.C, pelos Sumérios, habitantes da Mesopotâmia, vários métodos foram utilizados com a finalidade de alfabetizar, que segundo o dicionário Aurélio significa: Ensinar a ler. Mas surgiu na década de 80, uma nova definição referente ao ensinar a ler que é o chamado Letramento. • Em um mesmo momento histórico, em sociedades distanciadas tanto geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente sentiu-se a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais do ler e escrever resultantes da aprendizagem, no Brasil a discussão do letramento surge enraizada no conceito de alfabetização. • Dissociar alfabetização e letramento é um único equívoco, pois alfabetização o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita, o letramento, sendo processos simultâneos. Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um assunto que não se esgotara facilmente, pois a sociedade vem impondo novos padrões de exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias psicológicas precisamos nos adaptar ao novo. • Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. O indivíduo alfabetizado e letrado além de saber ler e escrever, responde adequadamente as demandas sociais da leitura e da escrita. ALFABETIZAÇÃO É tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, por um indivíduo ou grupo de indivíduos. É o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia, técnicas para exercer a arte e ciência da escrita. A alfabetização é um processo no qual o indivíduo assimila o aprendizado do alfabeto e a sua utilização como código de comunicação. Esse processo não se deve resumir apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. • Ela tem sido entendida tradicionalmente como um processo de ensinar e aprender a ler e escrever, portanto, alfabetizado é aquele que lê e escreve. O conceito de alfabetização para Paulo Freire tem um significado mais abrangente, na medida em que vai além do domínio do código escrito, pois, enquanto prática discursiva possibilita uma leitura crítica da realidade, constitui-se como um importante instrumento de resgate da cidadania e reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhoria da qualidade de vida e pela transformação social. Ele defendia a ideia de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra, fundamentando-se na antropologia: o ser humano, muito antes de inventar códigos linguísticos, já lia o seu mundo. A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será alcançado por completo, ou seja, não há um pontofinal. A realidade é que existe a extensão e a amplitude da alfabetização no educando, no que se diz respeito às práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita. Nesse âmbito, muito estudiosos discutem a necessidade de se transpor os rígidos conceitos estabelecidos sobre a alfabetização, e assim, considerá-la como a relação entre os educandos e o mundo, pois, este está em constante processo de transformação. Letramento • O termo letramento tem sido utilizado atualmente por alguns estudiosos para designar o processo de desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita nas práticas sociais e profissionais. • Por que esse termo surgiu? • Segundo alguns autores, a explicação está nas novas demandas da sociedade, cada vez mais centrada na escrita, que exigem adaptabilidade às transformações que ocorrem em ritmo acelerado, atualização constante, flexibilidade e mobilidade para ocupar novos postos de trabalho. Os defensores do termo “letramento” insistem que ele é mais amplo do que a alfabetização ou que eles são equivalentes. LETRAMENTO!!!!!!!! LETRAMENTO • Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez. Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 1986. • Letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. É usar a leitura e a escrita para seguir instruções (receitas, bula de remédio, manuais de jogo), apoiar à memória (lista), comunicar-se (recado, bilhete, telegrama), divertir e emocionar-se (conto, fábula, lenda), informar (notícia), orientar-se no mundo (o Atlas) e nas ruas (os sinais de trânsito). • É o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais e da escrita, ou seja, um conjunto de práticas sociais, que usam a escrita, enquanto sistema simbólico, enquanto tecnologia, em contextos específicos da escrita denomina-se letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivos; permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique e garanta a sua memória, permitindo-lhe uma condição diferenciada na relação com o mundo; Compreender o que se lê. Leitura • A leitura é a base do processo de alfabetização e também da formação da cidadania. Ao ler uma história a criança desenvolve todo um potencial crítico: pensar, duvidar, questionar. Etimologicamente, ler deriva do latim "lego/legere", que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. • Mas o que seria leitura? A leitura é uma experiência pessoal, a qual não depende somente da decodificação de símbolos gráficos, mas de todo o contexto ligado à história de vida de cada indivíduo, para que este possa relacionar seus conceitos prévios com o conteúdo do texto, e desta forma construir o sentido. • A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a "compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a que vivemos, no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa forma lendo, embora, muitas vezes, não nos demos conta. As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado, isso resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interação. Muitas pessoas dizem não ter paciência em ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo. A literatura de modo geral amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e da vida como um todo. O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. • “Num contexto onde a escrita e a leitura fazem parte das práticas cotidianas, a criança tem a oportunidade de observar adultos utilizando a leitura de jornais, bulas, instruções, guias para consulta e busca de informações específicas ou gerais; o uso da escrita para confecções de listas, preenchimento de cheques e documentos, pequenas comunicações e atos de leitura dirigidos a ela (ouvir histórias lidas). A participação nessas atividades ou a observação de como os adultos interagem com a escrita e a leitura gera oportunidades para que a criança reflita sobre o seu significado para os adultos”. (AZENHA, 1999, p. 44). • Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, possibilita que ele vá a muitos lugares que, sem a leitura jamais iria. “Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, possibilita que ele vá a muitos lugares que sem a leitura jamais iria” (HOFFMANN, 2009). • A leitura para uns é uma atividade prazerosa para outros um desafio a conquistar, que somente será alcançado através de muito incentivo, das escolas das famílias e na sociedade. Um bom leitor não é aquele que lê muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas aquele que lê diversos tipos de texto com profundidade. • Na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois se revela como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ademais, ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade ‘neuróbica’, ou seja, a atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto. • A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições de atuar sobre ele modificando-o e tornando-o melhor, por que a leitura é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. O homem que não tem oportunidade de aprender a ler, certamente será ‘excluído’ da sociedade, ou melhor, não terá a mesma participação que aqueles que têm essa oportunidade. • O hábito da leitura é de extrema importância na formação intelectual do indivíduo, pois através dela, cria-se o espírito crítico-social. • A sala de aula é o lugar da criação de um vínculo com a leitura. Escrita • Escrever é um conjunto de habilidades e comportamentos que se estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma tese de doutorado. Uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, uma carta, mas não ser capaz de escrever uma argumentação defendendo um ponto de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto. Assim escrever é também um conjunto dehabilidades, comportamentos, conhecimentos que compõem um longo e complexo continuo. A escrita tem muitos usos práticos: as pessoas, no seu dia-a-dia, elaboram listas para fazer trocas comerciais, correspondem-se por cartas etc.. A escrita, em geral, serve também para registrar a história, a literatura, as crenças religiosas, o conhecimento de um povo. Ela é, além disso, um espaço importante de discussão e de debate de assuntos polêmicos. No Brasil de hoje, por exemplo, são muitos os textos escritos que discutem temas como a ecologia, o direito à terra, o papel social da mulher, os direitos das minorias, a qualidade do ensino oferecido aos cidadãos, e assim por diante. Não basta à escola ter como objetivos alfabetizar os alunos: ela tem o dever de criar condições para que eles aprendam a escrever textos adequados às suas intenções e aos contextos em que serão lidos e utilizados. Muitas crianças chegam à escola com ideias bastante claras a esse respeito, sabem que são lidas coisas escritas e não desenhos. Que um livro tem um título, que lendo pode-se saber o que está dito em um texto. Hoje em dia a alfabetização ganha um sentido próprio e específico, ou seja, a alfabetização passa a ser entendida como um processo de aquisição da língua escrita e não apenas como aquisição de um código. E não há como se considerar um processo inicial desvinculado de um processo de desenvolvimento da escrita. O reconhecimento da escrita como objeto social, como produção humana, que traz a marca do desenvolvimento histórico da humanidade e que simboliza uma das formas do homem transformar a realidade para se comunicar com outros homens, remete justamente para o entendimento de que o homem, ao se apropriar desse objeto do conhecimento o transforma, porque a ele imprime seu significado único e pessoal e, ao mesmo tempo, se transforma, pois, ao apropriar-se, desenvolve-se. Nosso sistema de escrita funciona segundo um princípio alfabético: a quantidade de letras de uma palavra corresponde, a grosso modo, ao número de sons que compõem a palavra. Entender o princípio alfabético não é o mesmo que conhecer os sons das letras. Uma criança pode saber que ao símbolo escrito E corresponde ao som [e], que ao símbolo L corresponde o som [l], mas, mesmo assim, ela pode não ter compreendido o mecanismo que permite formar uma palavra escrita. Algumas crianças chegam à escola com a compreensão do princípio alfabético. Outras pensam que o número de letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras escritas tem relação com os sons das palavras. Devemos lembrar sempre que as crianças não chegam à escola com o mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever. • Para ensinar a escrever é preciso, para começar, que o professor queira saber o que o aluno tem a dizer sobre o assunto a respeito do qual pediu que ele escrevesse e que acredite que esse aluno tem realmente alguma coisa a dizer. Para acreditar que o aluno tem algo a dizer é preciso que o professor se perceba como alguém que também tenha algo a dizer, isto é, o texto escrito pelo professor é pré-requisito para que o aluno escreva o seu texto. O professor só pode provar a seus alunos que escrever faz sentido se conseguir mostrar-lhes que, tal como ler, escrever é produzir sentido, que o autor do texto é o primeiro leitor a ser atingido pelos efeitos de sentido provocados por seu esforço de mobilização dos recursos expressivos historicamente construídos na língua, para pôr uma certa ordem na vida e no mundo. • Em seguida, é importante que o professor constitua, na sala de aula, o público para os textos de seus alunos e os ponha sistematicamente em discussão. • É preciso reverter a tradicional crença de que somos todos incapazes de escrever, substituindo-a pela convicção natural de que somos todos capazes de escrever para descobrirmos o que somos capazes de dizer a respeito do assunto de que estamos tratando. • Essa capacidade brota do trabalho de escrever (e não de uma inspiração iluminada) e do diálogo do texto resultante desse trabalho com os seus leitores, e esse diálogo só faz sentido se for para subsidiar uma ou mais reescritas do texto, com a finalidade de construir, a respeito do assunto, a clareza possível nesse momento histórico, pelo qual passa o autor do texto. • Finalmente, é necessário que o professor examine esses textos para orientar, minuciosamente, as reescritas que vão qualificá-los. Orientar a reescrita não é apenas adequar o conteúdo às verdades estabelecidas pela ciência, nem a forma do texto ao modo consagrado de escrever nessa área de conhecimento, mas é principalmente, levar o autor do texto a repensar a pertinência dos dados com que está lidando, a coerência da tese que apresenta, a adequação entre dados e tese, em fim, levá-lo a perceber lacunas nas informações de que dispõe e a se perguntar para que vai servir o que está escrevendo. Ensinar a escrever é uma tarefa de uma escola disposta a olhar para frente e não para a repetição do passado que nos trouxe à escola que temos hoje. Trabalhar com o texto implica trabalhar com a incerteza e com o erro e não com a resposta certa, porque escrever é produzir e não reproduzir velhas certezas, pois as certezas nos deixam no mesmo lugar. É o erro que nos leva na direção do novo. OBRIGADA!!!!!
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