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Alfabetização e Letramento

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A ALFABETIZAÇÃO 
E 
LETRAMENTO 
 APRESENTAÇÃO 
 Esta apresentação de slides 
foi elaborada segundo os 
estudos 
da psicogênese da língua escrita 
de Ferreiro e Teberosky. 
 
A proposta 
pedagógica de 
alfabetização está 
fundamentada 
nos Parâmetros 
Curriculares 
Nacionais, (MEC), 
Referenciais 
Curriculares 
Nacionais para a 
Educação Infantil 
e autores 
clássicos que 
abordam a 
temática. 
LEITURA E ESCRITA 
• Nos dias atuais é cada vez mais necessário que o 
indivíduo se envolva nas práticas sociais de leitura 
e escrita. 
• A lectoescrita tem se destacado na preocupação 
dos educadores, pois apesar da variedade dos 
métodos de ensino, há um grande número de 
crianças que não aprendem. 
• Não basta apenas ensinar-lhes a ler e escrever, mas 
envolvê-los nestas práticas, dando-lhes condições 
para que isto aconteça, ou seja, temos que 
alfabetizar letrando. 
Soares (2010): 
 
• “Letramento é, pois o resultado da 
ação de ensinar ou de aprender a ler e 
escrever: o estado ou a condição que 
adquire um grupo social ou um 
indivíduo como consequência de ter-
se apropriado da escrita.” 
 
 
 Níveis de alfabetização segundo 
Ferreiro & Teberosky (1999) 
 
 
 
• Garatuja: Quando a criança risca o papel sem ter um sentido 
próprio, ou ainda faz desenho para representar a escrita. 
• Pré-silábico: É quando a criança começa a usar qualquer letra (às 
vezes números) para escrever a palavra, o importante desta fase é 
que aprendeu a função da letra. 
• Silábico sem valor sonoro: É quando a criança coloca a quantidade 
de letras conforme as sílabas da palavra, não se importando com o 
som. 
• Silábico com valor sonoro: É quando a criança começa a perceber 
que cada letra tem um som, então ela usa de maneira proposital. 
• Silábico alfabético: É quando ela consegue começar a entender que 
necessita de duas ou mais letras para formar o som certo da sílaba 
em questão, mas não usa em todas. 
• Alfabética: É quando a criança já sabe escrever e ler mas tem 
pequenos erros ortográficos. 
Alfabetização 
• 
COMO FUNCIONAM OS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO? 
• No Brasil elevados índices de analfabetismo e 
os graves problemas estruturais na rede 
pública de ensino, levam os especialistas a 
refletirem sobre qual seria o melhor método 
para revolucionar ou melhorar a educação. 
• Ao longo das décadas, houve uma mudança 
na forma de pensar a educação, que passou a 
ser vista da perspectiva de como o aluno 
aprende e não como o professor ensina. 
 
por Paula Ferreira 
21/12/2017 10:00 / Atualizado 21/12/2017 14:40 
 
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/brasil-ainda-tem-118-milhoes-de-
analfabetos-segundo-ibge-22211755 dados de 2016 
 FORMAS DE ALFABETIZAÇÃO 
 São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas 
destaca um aspecto no aprendizado. 
1. MÉTODOS SINTÉTICOS – são os que levam o aluno a 
combinar elementos isolados da língua. 
2. MÉTODO ANALÍTICOS – são métodos que levam o 
aluno a analisar um todo (palavra) para chegar às 
partes que o compõem. 
3. MÉTODO FÔNICO: adotado na maioria dos países do 
mundo, associa os sons às letras. 
4. MÉTODO DA LINGUAGEM TOTAL: este não utiliza 
cartilhas para o processo de alfabetização. 
5. MÉTODO ALFABÉTICO: trabalha com o soletramento e 
todos contribuem para o processo de alfabetização. 
MÉTODOS: 
SINTÉTICOS OU ANALÍTICOS 
MÉTODOS SINTÉTICOS – são os que levam o 
aluno a combinar elementos isolados da língua 
(sons, letras e sílabas = a(a), b(bê), C(cê)). 
Os métodos Analíticos podem ser: 
Alfabéticos; 
Soletrativos; 
Fonéticos. 
MÉTODO ANALÍTICO: ALFABÉTICOS 
OU SOLETRATIVOS 
O aluno aprende: 
• o nome das letras nas 
formas maiúscula, 
minúscula, manuscrita; 
• a sequência do 
alfabeto; 
• a combinar as letras 
entre si, formando 
sílabas e palavras. 
 
MÉTODO SINTÉTICO:FONÉTICOS 
• Fonéticos 
• O aluno aprende inicialmente os sons das letras 
isoladas e depois reúne em sílabas que formarão 
as palavras. 
• B- Bê, c-cê, d-dê, f – 
• efe, g-gê , t-to 
• Bo, ca, de, fa, ga, to 
 
 
MÉTODO SINTÉTICO: SILÁBICOS 
 O aluno aprende inicialmente a sílaba, a 
combinação entre elas e chega à palavra. 
 
Bo – ca = boca 
Fa - ca = faca 
Ca – ma = cama 
Ga - to = gato 
 
MÉTODOS ANALÍTICOS 
MÉTODO ANALÍTICOS – são métodos que levam o 
aluno a analisar um todo (palavra) para chegar 
às partes que o compõem = (BEBA O SUCO). 
Os métodos Analíticos podem ser: 
Palavração 
Sentenciação 
Contos 
Global 
MÉTODO ANALÍTICO: PALAVRAÇÃO 
• O aluno aprende algumas 
palavras associadas às suas 
imagens visuais. 
• É usada a memória visual. 
Depois que o aluno já 
reconhece algumas palavras, 
estas são divididas em sílabas 
para formar outras palavras. 
 
MÉTODO ANALÍTICO: SENTENCIAÇÃO 
• O aluno parte de uma frase que a turma está 
discutindo, visualiza e memoriza as palavras e 
depois analisa as sílabas para formar novas 
palavras. 
 
Contos ou historietas 
 
• É uma ampliação do método de 
sentenciação. 
• O aluno parte de pequenas histórias 
para chegar nas palavras, sílabas e 
com estas sílabas formar novas 
palavras. 
 
 
MÉTODO ANALÍTICO: NATURAL 
• O método natural parte de um pré-livro que 
contém registros de conversas da classe sobre 
determinado assunto. 
• É apresentado aos alunos aos poucos para a sua 
visualização. 
• Depois dessa fase, passa-se para a leitura 
sonorizada de cada sílaba da palavra. A partir 
destas sílabas, o aluno forma novas palavras e 
novas frases. 
 
Método sintético 
 
• Este método estabelece 
uma correspondência 
entre o som e a grafia, 
entre o oral e o escrito, 
através do aprendizado 
letra por letra, ou sílaba 
por sílaba e palavra por 
palavra. 
• Os métodos sintéticos 
podem ser divididos em 
três tipos: o alfabético, o 
fônico e o silábico. 
FORMAS DE ALFABETIZAÇÃO 
• Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o 
fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as 
letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, 
para, depois, formar as palavras que constroem o texto. 
• No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som 
das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando 
a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende 
primeiro as sílabas para formar as palavras. 
• Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma 
leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo 
posteriormente a sua leitura com compreensão. 
• Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e 
professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema 
correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais. 
• Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da 
repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e 
enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora 
da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia. 
Método Analítico 
 • O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, 
defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste 
princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de 
unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes 
menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, 
depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas. 
• Este método pode ser divido em palavração, sentenciaçãoe global. 
Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, 
existe o contato com os vocábulos em uma seqüência que engloba todos 
os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, 
inicia-se a formação das frases. 
• Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é 
depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais 
simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, 
o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, 
meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo 
de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não 
aprende a ler, apenas decora. 
 
 
Método Alfabético 
 • Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método 
alfabético, também conhecido como soletração, tem como 
princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do 
alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, 
as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e 
vai evoluindo até conhecer histórias. 
• Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até 
decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim 
c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de 
cartilhas. 
 
 As principais críticas a este método estão relacionadas à 
repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, 
além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos 
antes de eles ingressarem na escola. 
 
CARTILHA CAMINHO SUAVE 
• O método alfabético, apesar 
de não ser o indicado pelos 
Parâmetros Curriculares 
Nacionais, ainda é muito 
utilizado em diversas 
cidades do interior do 
Nordeste e Norte do país, de 
uma vez que é mais simples 
de ser aplicado por 
professores leigos, através 
da repetição das Cartas de 
ABC, e na alfabetização 
doméstica. 
• A velha cartilha Caminho 
Suave: 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: REPENSANDO O 
ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA 
 
• A educação é, com certeza, um dos fatores mais importantes 
para a construção de uma sociedade democrática, desenvolvida 
e sociamente justa. 
• É condição básica e direito fundamental da cidadania. A 
educação como ato crítico radical, de conhecer para transformar, 
será a única garantia de valorização do ser humano. 
• O domínio da língua, nas diferentes vertentes da palavra 
escrita e falada, da leitura e da oralidade, é crucial nos mais 
variados domínios da vida individual e coletiva. Não há cidadania 
nem competência profissional plenas sem um domínio robusto 
da língua portuguesa. 
 Ao longo dos anos a alfabetização tem sido alvo de 
inúmeras controvérsias teóricas e metodológicas, exigindo que a 
escola e, os educadores se posicionem em relação às mesmas. 
Essas mudanças nas práticas de ensino podem ocorrer tanto nas 
definições dos conteúdos a serem desenvolvidos quanto na 
natureza da organização do trabalho pedagógico. 
• Hoje o desafio maior é “Como alfabetizar letrando”. Os processos de alfabetização 
e letramento são complexos, mas fundamentais para a inclusão social. O ensino de 
Letramento rompe barreiras tradicionais que considera a alfabetização como pré-
requisito para o domínio da leitura e escrita. 
• 
Não se deve haver uma dicotomia entre a alfabetização e o letramento. São 
processos que caminham juntos, e devem ser ensinados juntos no âmbito escolar, 
ou seja, é preciso o educador não penas alfabetize ou ‘letre’ o educando, e sim 
‘alfabetize letrando’ o aluno, para que possa orientar o mesmo, o ato de ler e de 
escrever no contexto das práticas sociais. 
 
 Nos dias de hoje, ser alfabetizado, isto é, saber ler e escrever, tem se 
revelado condição insuficiente para responder adequadamente às demandas da 
sociedade. Há alguns anos, não muito distantes, bastava que a pessoa soubesse 
assinar o nome, porque dela, só interessava o voto. Hoje, saber ler e escrever de 
forma mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes tipos 
de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não apenas 
decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos das palavras em 
diferentes contextos. 
• Infelizmente, a situação de nosso país nas últimas décadas, com relação aos 
índices de analfabetismo, é muito alarmante, pois muito se discute, mas, na 
prática, muito pouco é feito. O número de alunos aprovados ao final do primeiro 
ano escolar não é satisfatório, assim como o número dos que chegam à 4ª série do 
ensino fundamental sem estarem sequer alfabetizados/letrados também é 
preocupante. 
 
• Desde a invenção da escrita 3000 a.C, pelos Sumérios, habitantes da 
Mesopotâmia, vários métodos foram utilizados com a finalidade de alfabetizar, 
que segundo o dicionário Aurélio significa: Ensinar a ler. Mas surgiu na década de 
80, uma nova definição referente ao ensinar a ler que é o chamado Letramento. 
• 
 Em um mesmo momento histórico, em sociedades distanciadas tanto 
geograficamente quanto socioeconomicamente e culturalmente sentiu-se a 
necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais do ler e escrever resultantes 
da aprendizagem, no Brasil a discussão do letramento surge enraizada no conceito 
de alfabetização. 
• Dissociar alfabetização e letramento é um único equívoco, pois 
alfabetização o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita, nas práticas 
sociais que envolvem a língua escrita, o letramento, sendo processos simultâneos. 
 Falar em alfabetização e letramento dentro da educação e fora dela é um 
assunto que não se esgotara facilmente, pois a sociedade vem impondo novos 
padrões de exigência, mesmo diante de novos paradigmas, métodos, teorias 
psicológicas precisamos nos adaptar ao novo. 
• 
 Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. O 
indivíduo alfabetizado e letrado além de saber ler e escrever, responde 
adequadamente as demandas sociais da leitura e da escrita. 
 
ALFABETIZAÇÃO 
 É tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. A alfabetização se 
ocupa da aquisição da escrita, por um indivíduo ou grupo de 
indivíduos. É o processo pelo qual se adquire o domínio de um 
código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o 
domínio da tecnologia, técnicas para exercer a arte e ciência da 
escrita. 
 
 A alfabetização é um processo no qual o indivíduo assimila o 
aprendizado do alfabeto e a sua utilização como código de 
comunicação. Esse processo não se deve resumir apenas na 
aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e 
decodificação) do ato de ler, mas na capacidade de interpretar, 
compreender, criticar e produzir conhecimento. A alfabetização 
envolve também o desenvolvimento de novas formas de 
compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral. 
 
• Ela tem sido entendida tradicionalmente como um processo de ensinar 
e aprender a ler e escrever, portanto, alfabetizado é aquele que lê e 
escreve. O conceito de alfabetização para Paulo Freire tem um 
significado mais abrangente, na medida em que vai além do domínio 
do código escrito, pois, enquanto prática discursiva possibilita uma 
leitura crítica da realidade, constitui-se como um importante 
instrumento de resgate da cidadania e reforça o engajamento do 
cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhoria da qualidade 
de vida e pela transformação social. Ele defendia a ideia de que a 
leitura do mundo precede a leitura da palavra, fundamentando-se na 
antropologia: o ser humano, muito antes de inventar códigos 
linguísticos, já lia o seu mundo. 
 
 A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será 
alcançado por completo, ou seja, não há um pontofinal. A realidade é 
que existe a extensão e a amplitude da alfabetização no educando, no 
que se diz respeito às práticas sociais que envolvem a leitura e a 
escrita. Nesse âmbito, muito estudiosos discutem a necessidade de se 
transpor os rígidos conceitos estabelecidos sobre a alfabetização, e 
assim, considerá-la como a relação entre os educandos e o mundo, 
pois, este está em constante processo de transformação. 
 
Letramento 
 • O termo letramento tem sido utilizado atualmente por 
alguns estudiosos para designar o processo de 
desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita nas 
práticas sociais e profissionais. 
 
• Por que esse termo surgiu? 
 
• Segundo alguns autores, a explicação está nas novas 
demandas da sociedade, cada vez mais centrada na escrita, 
que exigem adaptabilidade às transformações que ocorrem 
em ritmo acelerado, atualização constante, flexibilidade e 
mobilidade para ocupar novos postos de trabalho. Os 
defensores do termo “letramento” insistem que ele é mais 
amplo do que a alfabetização ou que eles são equivalentes. 
 
 
LETRAMENTO!!!!!!!! 
LETRAMENTO 
• Letramento é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” 
que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. A palavra 
letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito 
recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com 
precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa 
palavra foi usada pela primeira vez. 
Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de 
Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística, de 
1986. 
• 
 Letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social 
ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. É 
usar a leitura e a escrita para seguir instruções (receitas, bula de remédio, 
manuais de jogo), apoiar à memória (lista), comunicar-se (recado, bilhete, 
telegrama), divertir e emocionar-se (conto, fábula, lenda), informar 
(notícia), orientar-se no mundo (o Atlas) e nas ruas (os sinais de trânsito). 
 
• É o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais e da 
escrita, ou seja, um conjunto de práticas sociais, que usam a escrita, 
enquanto sistema simbólico, enquanto tecnologia, em contextos 
específicos da escrita denomina-se letramento que implica 
habilidades várias, tais como: 
 
 capacidade de ler e escrever para atingir diferentes objetivos; 
 
 permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, 
confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique e 
garanta a sua memória, permitindo-lhe uma condição diferenciada 
na relação com o mundo; 
 
 Compreender o que se lê. 
 
 
Leitura 
 • A leitura é a base do processo de alfabetização e 
também da formação da cidadania. Ao ler uma história 
a criança desenvolve todo um potencial crítico: pensar, 
duvidar, questionar. Etimologicamente, ler deriva do 
latim "lego/legere", que significa recolher, apanhar, 
escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, 
enfatizamos a leitura da palavra escrita. 
• Mas o que seria leitura? A leitura é uma experiência 
pessoal, a qual não depende somente da decodificação 
de símbolos gráficos, mas de todo o contexto ligado à 
história de vida de cada indivíduo, para que este possa 
relacionar seus conceitos prévios com o conteúdo do 
texto, e desta forma construir o sentido. 
 
• A prática da leitura se faz presente em nossas vidas 
desde o momento em que começamos a 
"compreender" o mundo à nossa volta. No constante 
desejo de decifrar e interpretar o sentido das coisas 
que nos cercam, de perceber o mundo sob diversas 
perspectivas, de relacionar a realidade ficcional com a 
que vivemos, no contato com um livro, enfim, em 
todos estes casos estamos de certa forma lendo, 
embora, muitas vezes, não nos demos conta. 
 
 
 As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as 
pessoas deixassem a leitura de livros de lado, isso resultou em 
jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo 
vocabulários cada vez mais pobres. 
 
 A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, 
pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, 
obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interação. Muitas 
pessoas dizem não ter paciência em ler um livro, no entanto isso 
acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito 
rotineiro as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por 
exemplo. 
 
 A literatura de modo geral amplia e diversifica nossas visões 
e interpretações sobre o mundo e da vida como um todo. O 
hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o 
indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e 
prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e 
perspicaz. 
 
• “Num contexto onde a escrita e a leitura fazem parte das práticas 
cotidianas, a criança tem a oportunidade de observar adultos 
utilizando a leitura de jornais, bulas, instruções, guias para consulta 
e busca de informações específicas ou gerais; o uso da escrita para 
confecções de listas, preenchimento de cheques e documentos, 
pequenas comunicações e atos de leitura dirigidos a ela (ouvir 
histórias lidas). A participação nessas atividades ou a observação de 
como os adultos interagem com a escrita e a leitura gera 
oportunidades para que a criança reflita sobre o seu significado 
para os adultos”. (AZENHA, 1999, p. 44). 
• Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas 
oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, 
possibilita que ele vá a muitos lugares que, sem a leitura jamais iria. 
“Através da leitura todos se tornam iguais, com as mesmas 
oportunidades. A leitura, além de tornar o homem mais livre, 
possibilita que ele vá a muitos lugares que sem a leitura jamais iria” 
(HOFFMANN, 2009). 
 
 
• A leitura para uns é uma atividade prazerosa para outros um desafio a 
conquistar, que somente será alcançado através de muito incentivo, das 
escolas das famílias e na sociedade. Um bom leitor não é aquele que lê 
muitas vezes o mesmo tipo de texto, mas aquele que lê diversos tipos de 
texto com profundidade. 
• 
 Na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de 
máxima importância, representando um papel essencial, pois se revela 
como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como 
fonte de informação e formação cultural. Ademais, ler é benéfico à saúde 
mental, pois é uma atividade ‘neuróbica’, ou seja, a atividade da leitura faz 
reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não 
inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o 
texto. 
• A pessoa que lê conhece o mundo e conhecendo-o terá condições 
de atuar sobre ele modificando-o e tornando-o melhor, por que a leitura 
é o principal aspecto constituinte do pensamento crítico. O homem que 
não tem oportunidade de aprender a ler, certamente será ‘excluído’ da 
sociedade, ou melhor, não terá a mesma participação que aqueles que 
têm essa oportunidade. 
• O hábito da leitura é de extrema importância 
 na formação intelectual do indivíduo, 
 pois através dela, 
cria-se o espírito crítico-social. 
 
• A sala de aula é o lugar da criação 
de um vínculo com a leitura. 
 
Escrita 
 
• Escrever é um conjunto de habilidades e comportamentos que se 
estendem desde simplesmente escrever o próprio nome até escrever uma 
tese de doutorado. Uma pessoa pode ser capaz de escrever um bilhete, 
uma carta, mas não ser capaz de escrever uma argumentação defendendo 
um ponto de vista, escrever um ensaio sobre determinado assunto. Assim 
escrever é também um conjunto dehabilidades, comportamentos, 
conhecimentos que compõem um longo e complexo continuo. 
 
A escrita tem muitos usos práticos: as pessoas, no seu dia-a-dia, elaboram 
listas para fazer trocas comerciais, correspondem-se por cartas etc.. A 
escrita, em geral, serve também para registrar a história, a literatura, as 
crenças religiosas, o conhecimento de um povo. Ela é, além disso, um 
espaço importante de discussão e de debate de assuntos polêmicos. No 
Brasil de hoje, por exemplo, são muitos os textos escritos que discutem 
temas como a ecologia, o direito à terra, o papel social da mulher, os 
direitos das minorias, a qualidade do ensino oferecido aos cidadãos, e 
assim por diante. 
 
 Não basta à escola ter como objetivos alfabetizar os alunos: ela tem o 
dever de criar condições para que eles aprendam a escrever textos 
adequados às suas intenções e aos contextos em que serão lidos e 
utilizados. 
 Muitas crianças chegam à escola com ideias bastante claras a 
esse respeito, sabem que são lidas coisas escritas e não desenhos. 
Que um livro tem um título, que lendo pode-se saber o que está 
dito em um texto. 
 
 Hoje em dia a alfabetização ganha um sentido próprio e 
específico, ou seja, a alfabetização passa a ser entendida como um 
processo de aquisição da língua escrita e não apenas como 
aquisição de um código. E não há como se considerar um processo 
inicial desvinculado de um processo de desenvolvimento da escrita. 
 
 O reconhecimento da escrita como objeto social, como 
produção humana, que traz a marca do desenvolvimento histórico 
da humanidade e que simboliza uma das formas do homem 
transformar a realidade para se comunicar com outros homens, 
remete justamente para o entendimento de que o homem, ao se 
apropriar desse objeto do conhecimento o transforma, porque a ele 
imprime seu significado único e pessoal e, ao mesmo tempo, se 
transforma, pois, ao apropriar-se, desenvolve-se. 
 
 
 Nosso sistema de escrita funciona segundo um 
princípio alfabético: a quantidade de letras de uma palavra 
corresponde, a grosso modo, ao número de sons que 
compõem a palavra. Entender o princípio alfabético não é o 
mesmo que conhecer os sons das letras. Uma criança pode 
saber que ao símbolo escrito E corresponde ao som [e], que 
ao símbolo L corresponde o som [l], mas, mesmo assim, ela 
pode não ter compreendido o mecanismo que permite formar 
uma palavra escrita. 
 
 Algumas crianças chegam à escola com a compreensão 
do princípio alfabético. Outras pensam que o número de 
letras de uma palavra é igual ao número de sílabas de uma 
palavra, enquanto outras, sequer entenderam que as letras 
escritas tem relação com os sons das palavras. Devemos 
lembrar sempre que as crianças não chegam à escola com o 
mesmo nível de compreensão que do seja ler e escrever. 
 
• Para ensinar a escrever é preciso, para começar, que o 
professor queira saber o que o aluno tem a dizer sobre o 
assunto a respeito do qual pediu que ele escrevesse e que 
acredite que esse aluno tem realmente alguma coisa a dizer. 
Para acreditar que o aluno tem algo a dizer é preciso que o 
professor se perceba como alguém que também tenha algo a 
dizer, isto é, o texto escrito pelo professor é pré-requisito para 
que o aluno escreva o seu texto. 
 O professor só pode provar a seus alunos que escrever faz 
sentido se conseguir mostrar-lhes que, tal como ler, escrever 
é produzir sentido, que o autor do texto é o primeiro leitor a 
ser atingido pelos efeitos de sentido provocados por seu 
esforço de mobilização dos recursos expressivos 
historicamente construídos na língua, para pôr uma certa 
ordem na vida e no mundo. 
 
 
• Em seguida, é importante que o professor constitua, na 
sala de aula, o público para os textos de seus alunos e 
os ponha sistematicamente em discussão. 
• É preciso reverter a tradicional crença de que somos 
todos incapazes de escrever, substituindo-a pela 
convicção natural de que somos todos capazes de 
escrever para descobrirmos o que somos capazes de 
dizer a respeito do assunto de que estamos tratando. 
• Essa capacidade brota do trabalho de escrever (e não 
de uma inspiração iluminada) e do diálogo do texto 
resultante desse trabalho com os seus leitores, e esse 
diálogo só faz sentido se for para subsidiar uma ou 
mais reescritas do texto, com a finalidade de construir, 
a respeito do assunto, a clareza possível nesse 
momento histórico, pelo qual passa o autor do texto. 
 
• Finalmente, é necessário que o professor examine esses 
textos para orientar, minuciosamente, as reescritas que vão 
qualificá-los. Orientar a reescrita não é apenas adequar o 
conteúdo às verdades estabelecidas pela ciência, nem a forma 
do texto ao modo consagrado de escrever nessa área de 
conhecimento, mas é principalmente, levar o autor do texto a 
repensar a pertinência dos dados com que está lidando, a 
coerência da tese que apresenta, a adequação entre dados e 
tese, em fim, levá-lo a perceber lacunas nas informações de 
que dispõe e a se perguntar para que vai servir o que está 
escrevendo. 
 Ensinar a escrever é uma tarefa de uma escola disposta 
a olhar para frente e não para a repetição do passado que nos 
trouxe à escola que temos hoje. Trabalhar com o texto implica 
trabalhar com a incerteza e com o erro e não com a resposta 
certa, porque escrever é produzir e não reproduzir velhas 
certezas, pois as certezas nos deixam no mesmo lugar. É o erro 
que nos leva na direção do novo. 
OBRIGADA!!!!!

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