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Resenha sobre a Obra "As Velhas"

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Centro Universitário do Vale do Ipojuca
Curso de Graduação em Enfermagem
Disciplina de Língua Portuguesa
Professora: Deyseane Pereira dos Santos Araújo
Acadêmicos: Brena Juliany Costa Melo Turma: 1405
 
RAMALHO, Maria de Lourdes Nunes. As Velhas. Editora Bagagem, 2010. 48p.
As Velhas é uma peça de teatro que retrata de uma forma satírica a seca, a fome, o poder político, conflitos familiares e a vida rural no Nordeste. Contrapondo-se a isso o texto nos apresenta a força e a esperança desse povo.
A autora da peça As Velhas, Maria de Lourdes Nunes Ramalho nasceu em 23 de agosto de 1923, no sertão de Jardim do Seridó, fronteira entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. Ela cresceu numa família de intelectuais e artistas ligados a cultura popular. Professora, dramaturga e poeta, Lourdes passou sua infância em contato com cordelistas e contadores de história da sua região, aprendendo e conhecendo elementos próprios de sua cultura, o que mais tarde Lourdes introduziu em suas obras. A maior parte de sua produção literária é de textos para teatro, mas a partir de 1990 ela passou a dar mais ênfase a dramaturgia de cordel. As principais obras teatrais de Lourdes são: “A Feira”, “Os Mal-Amados”, “Fogo-fátuo” e “A Eleição”, todas elas abordando aspectos culturais nordestinos. Lourdes, também tem um vasto repertório para o público infantil, algumas obras para esse público são “Dom Ratinho e Dom Gatão”, “Maria Roupa de Palha” e “Anjos de Caramelada”, todas trazem a incisiva característica da autora: a crítica social. 
A obra em questão trata de conflitos familiares junto a tantos outros problemas sociais. Com 12 cenas e 6 personagens principais, sendo eles a sertaneja Mariana e seus dois filhos, Chicó e Branca, o Mascate Tomás, a cigana Ludovina (Vina) e seu filho José. Toda a trama se passa no nordeste brasileiro abordando sempre a fome, a seca e as dificuldades vividas por esse povo. Na primeira cena, os retirantes Mariana, Chicó e Branca finalmente encontram um abrigo e por ali se estabelecem. Enquanto se acomodam, o Mascate Tomás entra em cena e fica amigo da família. Daí por diante, Tomás se encarrega de apresentar essa família a família de Vina e José. Sem saber, Tomás apresenta famílias inimigas devido a rixas do passado. No decorrer da trama, Branca engravida de José, que fica amigo de Chicó. Já no final da trama a sertaneja Mariana descobre que a mãe de José é a cigana que anos antes lhe roubara o marido, Tonho da Baraúna, e descobre que Vina perdeu o filho que esperava de Tonho, sendo José filho de outro homem. Mariana também encontra Tonho numa situação de enfermidade e total dependência e fica comovida com o que ver, mas logo reage com triunfo, ergue a cabeça e considera a situação como um castigo, por tudo o que ele fez a ela. Na cena 12, Mariana e Vina estão discutindo coisas do passado, até que Tomás entre em cena e fala dos últimos acontecimentos. Uma tragédia acontecera a Chicó e José, foram baleados numa empreitada contra um político corrupto, Dr procope. Tomás corre em busca de ajuda, enquanto Mariana e Vina entram num dilema. Mariana que há pouco estava naquele lugar não sabia o caminho até o Barracão, e Vina que sabia o caminho não podia andar, pois era paraplégica. As duas inimigas se viram forçadas a se ajudarem para assim poder chegar a tempo de salvarem seus filhos. Enfim, o destino se encarregou de lhes pregar uma peça. 
Embora a temática da obra seja um problema conhecido desde os primórdios da sociedade brasileira, a existência deste só reafirma a importância de obras como esta, pois auxilia a população a pensar e, através da auto identificação com a história, “acordar” para pôr fim à situação que os atinge. A obra é extremamente indicada ao público de baixa renda, sem restrições de idade e não só ao público nordestino, mas de todas as cinco grandes regiões brasileiras. 
Lourdes deixa claro em suas obras o quanto ela valoriza a cultura regional do nordeste. Na obra “A Feira”, por exemplo, Lourdes descreve elementos da sua cultura local, a obra se baseia na feira de sua região. Em “As Velhas”, a autora aborda com propriedade e maestria diversos traços nordestinos, deixando claro, por exemplo, a faceta paternalista dos costumes regionais através da personagem feminina Branca, que engravida sem estar em matrimônio com o pai da criança e por isso é descriminada pela própria mãe. A obra nos mostra também a valentia dos homens dessa região, quando na trama Chicó se livrou de “matar ou morrer”.
A obra em questão mostra-se útil principalmente para estudantes da área de Humanas, políticos e ONGs, já que estes devem conhecer a realidade socioeconômica das regiões e a obra trata muito bem disso, pois a realidade nordestina está sempre posta em questão. 
Enfim, na obra de Lourdes Ramalho podemos destacar como negativo o fato de que a autora não procura explicitar “soluções” para melhorar ou até sanar as dificuldades desse povo.

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