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Tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso é uma modalidade de tecido conjuntivo cuja composição permite que ele atue em funções de sustentação e locomoção, conferindo flexibilidade, resistência e resiliência aos órgãos que compõe. As propriedades resilientes do t.c. cartilaginoso são principalmente garantidas pela sua matriz extracelular – as células desse tecido, em geral, tem a função de fazer a manutenção da própria matriz. O tecido cartilaginoso é avascular, e portanto precisa de uma camada adjacente de tecido conjuntivo para fazer a transmissão de oxigênio e nutrientes para ele. Composição da MEC A MEC do tecido cartilaginoso é composta principalmente de água, proteoglicanos e glicoproteínas. A grande quantidade de água torna esse tecido resistente, pois ela dissipa as forças recebidas, impedindo que essas atinjam tecidos mais internos. A água (que chega a constituir 80% de toda a massa da cartilagem) é atraída principalmente pelos proteoglicanos, na forma de camadas de solvatação. O principal proteoglicano da cartilagem é o agrecan, o qual faz interações importantes com o GAG ácido hialurônico. Algumas glicoproteínas se associam aos proteoglicanos e outros componentes da MEC do tecido cartilaginoso. Um exemplo é a condromodulina I que inibe a ação da VEGF (fator de crescimento endotelial). Dessa forma, ela é responsável pelo caráter avascular da cartilagem. Células do t.c. cartilaginoso Todas as células do tecido cartilaginoso possuem, em suma, a mesma função: produção e manutenção da MEC cartilaginosa. As células condroprogenitoras são as células-tronco do tecido cartilaginoso, e são originárias do tecido mesenquimal indiferenciado. Elas são morfologicamente semelhantes aos fibroblastos, e passam por um processo de diferenciação mediado pelo fator de transcrição SOX9, dando origem aos condroblastos. Os condroblastos são células de núcleo discoide e cromatina frouxa, localizado entre o pericôndrio e a matriz cartilaginosa. Eles são as células responsáveis pela síntese da matriz extracelular da cartilagem. À medida que os condroblastos produzem a MEC, eles passam a ser rodeados por ela. Quando um condroblasto passa a ser totalmente envolvido por sua MEC, ele passa a se chamar condrócito. Essa célula continua a produzir MEC, e ainda tem a capacidade mitótica. Dessa forma, quando um condrócito passa por uma divisão, formam-se aglomerados bem comuns de condrócitos chamados grupos isogênicos. Regiões da cartilagem e crescimento A cartilagem pode possuir algumas regiões bem definidas (e em alguns outros casos, não). O pericôndrio é uma camada de tecido conjuntivo adjacente à cartilagem que abriga as células osteoprogenitoras e também osteoblastos. O pericôndrio é responsável, quando presente, pelo fornecimento de nutrientes para a cartilagem, e como região onde se abriga as células tronco dela. A matriz pode ser caracterizada por sua proximidade aos condrócitos na região cartilaginosa mais interna. A matriz mais próxima a eles é mais rica em glicosaminoglicanos, e portanto, mais basófila e corada (mais negativa) – é chamada de matriz territorial. A matriz mais distante dos condrócitos é chamada de interterritorial e é menos corada. A diferenciação de células do pericôndrio em osteoblastos, e então em osteócitos, com formação de mais matriz extracelular caracteriza o crescimento aposicional. A divisão de condrócitos, por outro lado, que também aumenta o volume cartilagino caracteriza o crescimento intersticial. Variações de tecido cartilaginoso O tecido cartilaginoso possui três modalidades principais: a cartilagem hialina, a fibrocartilagem e a cartilagem elástica. A cartilagem hialina é rica em fibras do colágeno tipo II, e sua composição é, na verdade, a base para as das outras cartilagens. Ela se encontra em diversas partes do corpo, inclusive nas articulações – onde não há presença de pericôndrio. A cartilagem elástica possui, além dos componentes da hialina, uma grande abundância de fibras elásticas (elastina e fibrilina). Ela possui, portanto, uma boa flexibilidade – sendo utilizada de suporte estrutural em algumas estruturas do sist. respiratório. É uma cartilagem que não passa pelo processo de calcificação, sendo mais presente nas estruturas embrionárias ósseas. A fibrocartilagem possui uma MEC rica em colágeno tipo I e também de células fibroblásticas (que fazem a produção desse colágeno). Ela é encontrada na maioria das articulações cartilaginosas – discos intervertebrais e meniscos, por exemplo. Ela não apresenta pericôndrio.
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