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Plano de Aula: DIREITO CIVIL IV - POSSE
DIREITO CIVIL IV - CCJ0015
Número de Semana de Aula
2 
Aplicação Prática Teórica
Caso Concreto
João, José e Júlio são compossuidores de uma chácara indivisa localizada na Região Metropolitana de Curitiba. No entanto, em outubro de 2011 João, sem consultar os demais possuidores resolveu cercar uma fração ideal da propriedade, declarando a área como exclusivamente sua. José e Júlio insurgiram-se contra a turbação e solicitaram a retirada da cerca.
a)     Classifique a posse de João sobre a área cercada e explique as classificações escolhidas.
R: A posse de Joáo é injusta em relação à compossuidores, porque a aquisição foi contaminada com o vício da clandestinidade, nos termos dos arts. 1.200 e 1208, do CC,
É ainda de má-fé, já que João agiu de forma distinta do que versa o art. 1.201 do CC, pois sabendo ele do vício de seu ato, perde o caráter da boa-fé, conforme o texto do art. 1202 do mesmo CC
b)     José e Júlio podem ser considerados compossuidores para fins de defesa da área comum pro indiviso? Justifique sua resposta.
R: Sim já que os 2 exercem posse indivísiva do bem, tanto um como o outro teria o direito de pleitear a defesa da área comum.
O compossuidor tem direito de proteção sobre a coisa toda, não dependendo da anuência dos demais para demandar a defesa de seu direito.
Questão objetiva 1
Sobre as teorias subjetivista, objetivista e eclética da posse é correto afirmar que:
a.     A teoria objetivista foi desenvolvida Savigny por  e afirma que a posse é um poder de fato sobre a coisa, ou seja, a posse implica a possibilidade de alguém dispor fisicamente de uma coisa (corpus) com intenção de considerá-la sua (animus). 
b.     A teoria subjetivista foi desenvolvida por Ihering e afirma que a posse consiste no exercício de algum dos direitos inerentes à propriedade, independente da intenção do possuidor. É, portanto, uma forma de exteriorização da propriedade.
c.     A teoria eclética foi desenvolvida por Saleilles que afirma que a posse contém os elementos corpus e animus, sendo a natureza da coisa ou sua apropriação econômica irrelevantes para determiná-la.
d.     Antes dos estudos de Savigny o animus domni era considerado elemento integrante da posse pela maioria da doutrina.
e.  X   O Código Civil consagra a teoria objetivista, embora em alguns artigos se possam notar algumas concessões à teoria subjetivista presentes nos arts. 1238 e 1260.
Questão objetiva 2
Sobre a classificação da posse, pode-se afirmar que:
a.     No usufruto a posse direta é exercida pelo nu-proprietário.
b.     O adquirente de imóvel não gravado não pode exercer todos os poderes inerentes ao domínio uma vez que sua posse não pode ser considerada plena.
c.  X   Posse clandestina é a que se obtém sem o conhecimento do possuidor e sorrateiramente e às escondidas.
d.     Posse precária é a que se adquire com a recusa da restituição da coisa, quando esta é entregue para posterior devolução. Trata-se de posse em que o vício se caracteriza no momento de sua aquisição.
e.     A posse de boa-fé não pode em nenhuma circunstância ser convertida em posse de má-fé.
-----------------------------Doutrina-----------------------
Para se saber o que é posse, é mister analisar este instituto à luz das teorias objetiva (Teoria de Ihering) e da teoria subjetiva (Teoria de Savigny).
Para Savigny, para haver posse, devem estar presentes dois elementos, um de natureza objetiva (o corpus) e outro de natureza subjetiva (o animus). O corpus é o poder físico sobre a coisa, e o animus é a intenção de ter a coisa como sua. Se faltar à relação jurídica a presença do animus, não haverá posse, mas sim, mera detenção.
Para Ihering, a posse requer somente a presença do corpus. Porém, para a teoria objetiva, o corpus não possui o mesmo significado que na teoria subjetiva. Nesta teoria, o corpus é a visibilidade de propriedade, ou seja, é possuidor, aquele que age como tal.
A teoria objetiva de Ihering é a teoria adotada no Código Civil Brasileiro. Nesta teoria é possível o desdobramento da posse em posse indireta  (posse de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal ou real – Artigo 1197 do Código Civil) e posse direta  (posse daquele que a exerce diretamente sobre a coisa, exercendo os poderes do proprietário), e também amplia o conceito de posse.
A propriedade  é um direito real, ou seja, está elencado no artigo 1225 do Código Civil. Os direitos reais garantem ao seu titular um poder direto e imediato sobre a coisa, sobretudo, o direito de sequela, que é o direito de buscar sua coisa de quem injustamente a possua ou a detenha. Os direitos reais possuem efeitos “erga omnes”, ou seja, contra todos.
A propriedade confere ao seu titular o direito de usar, fruir, dispor e reaver a coisa. É um direito complexo em função de existirem vários outros direitos consubstanciados, ou seja, inseridos em si; absoluto por garantir  ao seu titular o direito de utilizar da coisa da forma que quiser, não se extinguindo pelo seu não uso; perpétuo  por ser característica intrínseca da propriedade; exclusivo devido ao fato do proprietário poder  proibir que terceiro pratique qualquer ato de domínio.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro Contratos e Atos Unilaterais. São Paulo: Saraiva. 2009.
6ª edição. 
 
	
-----------------------------Doutrina-----------------------
A questão de propriedade, permitindo que uma pessoa munida de título de propriedade seja perdedora em ação possessória.
 “à primeira vista, tal princípio parece injusto, e mesmo paradoxal, porque ou admite que o fato prevaleça sobre o direito, ou faz com que direito maior ceda diante do menor. Justifica-se, no entanto, em face da finalidade das ações possessórias, que, por sua natureza, não comportam discussão sobre o domínio. Protege-se pura e simplesmente a posse, embora, muitas vezes, se sacrifique a realidade pela aparência. Mas nem por isso o dono da coisa está impedido de defender a sua propriedade contra quem possui a coisa indevidamente. O que se diz é que o meio processual é impróprio, pois a ação possessória se destina a dirimir litígios relativos à posse, não à propriedade. Para a garantia do seu direito, o proprietário dispõe da ação de reivindicação, a ser exercida precisamente contra o possuidor que detém injustamente o bem. É uma ação petitória, que não se confunde com as ações possessórias, consoante entendimento pacificamente admitido desde os romanos” 
Nos termos da lei processual, é defeso intentar o reconhecimento do domínio na pendência do processo petitório, mas se entendendo que a posse deve ser deferida a quem evidentemente tiver o domínio se com base neste for disputada. Sustenta-se, também, que, por economia processual, se deveria permitir o conhecimento, na possessória, de matéria petitória, evitando-se a propositura de duas ações. Seria, porém, instaurar a confusão em toda ação possessória, reunindo ações de finalidade diversa. A proibição de cumulação do juízo possessório e petitório é de ordem pública e verificável ex officio pelo juiz”.
GOMES, Orlando. Direitos reais. Rio de Janeiro: Forense, 2004, 19a edição, revistada, atualizada e aumentada segundo Luiz Edson Fachin, P. 102.
-----------------------------Jurisprudência-----------------------
para desocupação. 
Data de publicação: 21/02/2014 
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MANUTENÇÃO DE POSSE. CERCA ERGUIDA PARA DELIMITAR AS DIVISAS. INEXISTÊNCIA DE TURBAÇÃO. COMPOSSE. DA SENTENÇA ULTRA PETITA: Não há que se falar em julgamento ultra petita, pois a sentença, observando o exato limite da lide, concede tutela compatível com a pretensão deduzida em juízo. TURBAÇÃO DE POSSE: Para que seja julgado procedente o pedido possessório de manutenção se faz necessária a demonstração, notadamente, da posse prévia e da turbação. O fato de o autor ocupar o imóvel por anos é argumento periférico, em face de precariedade da natureza da posse. O julgador monocrático repeliu a incidência doartigo 927 do CPC , uma vez que ausente a presença dos requisitos objetivos para manutenção de posse em favor do apelante, face composse e a falta de exercício exclusivo da posse. Na interpretação da prova, há que prevalecer aquilo que contém os autos; e, no caso em concreto, não se demonstrou que o autor detinha a posse exclusiva do terreno ou da própria invasão praticada pelo requerido em imóvel que detém o domínio. Sentença mantida. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70056679327, Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo João Lima Costa, Julgado em 11/02/2014)
TJ-RS - Apelação Cível AC 70056679327 RS (TJ-RS) 
-----------------------------Jurisprudência-----------------------
Data de publicação: 21/07/2011 
Ementa: REINTEGRAÇÃO DE POSSE - Esbulho - Aquisição da posse pelo autor por meio de contrato de transferência e cessão de direitos possessórios - Regularização dos débitos pendentes junto à Municipalidade - Prova de aquisição de um único lote integrante de uma quadra com 24 lotes - Contratos de cessão apresentados pelos réus-apelantes, posteriormente celebrados que sequer mencionam o lote negociado, demonstrando não se tratar da mesma área cuja posse foi adquirida pelo autor-apelado - Invasão da área do autor - Posse clandestina e de má-fé do correu, tendo em vista que conhecia a posse anterior do apelado, pois figurou como testemunha naquele instrumento - Sentença de procedência mantida - Recurso desprovido. - Litisconsórcio ativo - A participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável em caso de composse ou de ato por ambos praticado - Art. 10 , § 2o , do CPC - No caso, a cessão de direitos possessórios foi celebrada somente pelo autor, razão pela qual não se fala em litisconsórcio ativo necessário - Preliminar rejeitada. CERCEAMENTO DE DEFESA - Inocorrência - Pedido de vista dos autos para apresentação de contestação extemporâneo -Revelia decretada - Situação que não impede o livre convencimento do juiz, nem de apreciar os demais elementos constantes do processo - Preliminar rejeitada.
TJ-SP - Apelação APL 353479020068260000 SP 0035347-90.2006.8.26.0000 (TJ-SP)

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