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TÉCNICAS DE FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA Professora Bruna Rotta Email: bprotta@uni9.pro.br Fisioterapia Respiratória em Pediatria - Objetivos Primários: desobstrução brônquica Secundários: curto e médio prazo prevenir atelectasias e hiperinsuflação Terciários: prevenção de danos estruturais Fenômeno Obstrutivo multifatorial Secreção Edema epitelial Broncoespasmo Fisioterapia respiratória pediátrica. Guy Postiaux 2004 Fisioterapia Respiratória Terapia de Higiene Brônquica • Consiste no uso de técnicas que auxiliam na mobilização e depuração das secreções, consequentemente melhorando o intercâmbio gasoso Consequências do excesso de secreção • Atelectasia • Comprometimento da oxigenação • Aumento do trabalho respiratório • Aprisionamento de ar, hiperdistensão • Desenvolvimento de infecções Como avaliar o desconforto? TIC BAN RE www.paulomargotto.com.br TSD Gemido ALVÉOLO VA PEQ/MED CALIBRE VA GDE CALIBRE EC ESC/SIBILOS RONCOS CPAP/EPAP TILA/TIRA EI EDIC OOAF CAR ELTGOL ELPR DAA AFEL CONVENCIONAIS AFER TEF TOSSE ASP VA DE TROCA VA DE CONDUÇÃO INSP LENTA EXP LENTA EXP FORÇADA Ppl= x R + V x E fluxo volume va de condução va de troca VAS DRRI Weibel 1968,2009 Postiaux 2004,2013 Técnica para desobstrução da via aérea superior Desobstrução Rinofaríngra Retrógrada – DRR A DRR é uma manobra inspiratória forçada destinada à desobstrução da rinofaringe acompanhada ou não da instilação local de uma substância terapêutica. Esta técnica é direcionada para lactentes uma vez que a criança com mais de 2 anos pode realizar a nasoaspiração ativa. Desobstrução Rinofaríngea Retógrada- DRR No final da expiração a boca da criança é fechada com o dorso da mão, eleva-se a mandíbula obstruindo a cavidade oral forçando a criança a uma inspiração forçada (nasoaspiração). A manobra pode ser repetida várias vezes até que a patência das vias aéreas seja restabelecida. . Técnicas de Fisioterapia Respiratória Convencionais Vibrocompressão, drenagem postural e percussão Atuais Fluxo lento ELPR , DRR, AFE , DAA Terapia de Higiene Brônquica • Manobras de higiene brônquica • Recursos instrumentais • oscilador oral de alta frequência, • cough assist • Cpap Tapotagem • Ondas de energia mecânica aplicadas sobre a parede torácica TIXOTROPISMO INDICAÇÕES Remoção de secreção de vias aéreas de grande calibre CONTRA-INDICAÇÕES • Plaquetopenia • Prematuros • Drenos • Cirurgia recente Tapotagem • Eficácia: proporcional à energia inicial • Frequência ideal para o transporte de muco: 25 a 35 Hz • Capacidade manual: 1 a 8 Hz TÉCNICA MUITO CONHECIDA E DIFUNDIDA, PORÉM SUA UTILIZAÇÃO NÃO SE JUSTIFICA, DADA SUA INEFICIÊNCIA E EXISTÊNCIA DE TÉCNICAS MAIS EFICAZES Tapotagem • Mão em cúpula, dedos cerrados e polegar em adução • Deve-se aplicar a técnica de modo constante Vibração • Movimentos oscilatórios aplicados manualmente por meio da co-contração de agonista e antagonistas do antebraço, trabalhando em sinergia com a palma das mãos • Objetivo: modificação da reologia do muco brônquico, principalmente em vias aéreas de grande calibre • Frequência natural dos batimentos ciliares: 3 a 75 Hz Varia em razão de doenças pulmonares • Frequência atingida com a vibração manual: 13 Hz Vibrocompressão Associação da vibração com a compressão do tórax na fase expiratória. A compressão aumenta o fluxo expiratório Possui o benefício de associar uma técnica que facilita o descolamento da secreção (vibração) a outra que promove deslocamento da secreção (compressão) INDICAÇÕES • Remoção de secreção de vias aéreas de grande calibre CONTRA-INDICAÇÕES • Plaquetopenia • Prematuros • Drenos • Cirurgia recente Vibrocompressão ASPIRAÇÃO ASPIRAÇÃO INDICAÇÕES • Roncos • Dificuldade de tossir/ineficácia CONTRA-INDICAÇÕES • Plaquetopenia • Tosse eficaz • Alimentação com menos de 1 hora Tosse • A tosse normal complementa o mecanismo mucociliar e apresenta as seguintes fases: 1. Irritação 2. Inspiração profunda 3. Compressão (fechamento da glote) 4. Expulsão (abertura do glote e contração muscular expiratória) O material expelido pela tosse pode ser expectorado ou deglutido Tosse • Tipo Voluntária Assistida Provocada • Eficácia Eficaz Ineficaz • Aspecto e quantidade de secreção Técnicas expiratórias forçadas As técnicas de expiratórias forçadas incluem a TEF propriamente dita, a tosse provocada (TP) e a tosse dirigida (TD). O principal local de ação são as vias aéreas de grande calibre e estas técnicas devem ser adaptadas em função da idade. Tanto a TEF quanto a TD trata-se de um esforço de tosse voluntária quando o paciente é solicitado pelo fisioterapeuta e pode ser aplicada em diversas posturas TOSSE DIRIGIDA Técnica expiratória forçada- TEF A TEF consiste de uma expiração forçada realizada a alto, médio ou baixo volume pulmonar, obtida graças a uma contração enérgica dos músculos expiratórios e é qualificada como ativa na criança maior e no adulto. Nos lactentes é realizada de forma passiva por meio de uma pressão tóraco- abdominal exercida pelo fisioterapeuta. Durante esta manobra tanto a pressão intratorácica quanto a bucal aumentam simultaneamente, porém o fluxo resultante é inferior ao produzido pela tosse. Essa diferença já foi verificada em adultos onde o pico de fluxo expiratório médio (PFE) durante a tosse é de 288 l/min e na TEF é de 203 l/min Huffing • Técnica de expiração forçada • Pode ser considerada uma manobra de tosse dirigida modificada, diferenciando-se desta pela manutenção da abertura da glote ao longo da sua execução, criando assim menores pressões intratorácicas (Expiração forçada através de uma via aérea estabilizada remoção mais eficaz de secreções) • Consiste essencialmente numa inspiração rápida e forçada, seguida de contração abdominal (dizendo: “Huff!”)*. • Repetir a manobra 2 a 3 vezes Huffing Tosse provocada Trata-se de uma tosse reflexa aplicada no paciente incapaz de cooperar e de realizar uma tosse ativa voluntária. O fundamento da TP é a tosse reflexa induzida pela estimulação dos receptores mecânicos localizados na parede da traquéia. A tosse provocada pode ser realizada em decúbito dorsal ou ventral sempre ao final da inspiração por meio de uma pressão breve do polegar sobre a fúrcula esternal. Pode ser desencadeada também pela introdução de uma espátula ou abaixador de língua na cavidade bucal próximo a epiglote, porém deve-se ter cuidado com o reflexo de vômito que pode ser desencadeado pela manobra. Aumento do fluxo expiratório - (AFE) O aumento do fluxo expiratório (AFE) consiste em uma manobra que associa a compressão do tórax e do abdome com a finalidade de aumentar o fluxo aéreo expiratório, para deslocar secreções brônquicas por aumento do fluxo expiratório. Aumento do Fluxo Expiratório (AFE) • Esvaziamento passivo, ativo-assistido ou ativo de secreções brônquicas por aumento do fluxoexpiratório e apoio abdominal • Dois tipos: AFE rápido: remoção de secreção para vias aéreas de grande calibre AFE lento: remoção de secreção para vias aéreas médio e pequeno calibre AFE Mão torácica: espalmada entre a fúrcula esternal e a linha intermamária Mão abdominal: próxima a cicatriz umbilical Mão abdominal em ponte para RN AFE INDICAÇÕES • ESC e ou sibilos na ausculta • VA pequeno e médio calibre CONTRA-INDICAÇÕES • Alimentação (tempo) Observação Prematuros mão abdominal em ponte Lactentes mão abdominal em cinta AFER- menores de 2 anos EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA - ELPR A ELPr foi definida como técnica de fisioterapia respiratória não convencional passiva de ajuda expiratória aplicada no lactente, obtida por meio de pressão manual toracoabdominal lenta que se inicia ao final da expiração espontânea e prossegue até o volume residual (VR). Para sua realização, duas ou três inspirações são restringidas durante aplicação da técnica para prolongar a expiração Mão torácica e abdominal Na fase expiratória prolonga a expiração em três tempos ELPr Expiração lenta Prolongada Arquivo Pessoal ELPR INDICAÇÕES • ESC e ou sibilos na ausculta • VA pequeno e médio calibre CONTRA-INDICAÇÕES • Crianças maiores de 2 anos • Crianças em VM • Prematuros Drenagem Autógena (DA) • Utiliza técnicas de respiração controlada, alterando a frequência e profundidade ventilatória • Depende da colaboração do paciente • Três fases: Respirações a baixos volumes mobilização de muco periférico Respirações a médios volumes coletar o muco de vias aéreas de médio calibre Respirações a altos volumes eliminação de secreção de vias aéreas de grande calibre Drenagem autógena assistida (DAA) • Variação da técnica de drenagem autógena: • Pacientes que não conseguem colaborar • Paciente posicionado em decúbito dorsal + utilização de faixa abdominal para estabilização • O fisioterapeuta irá variar a pressão manual, com o objetivo de variar o fluxo expiratório prolongar a expiração até Vol. Residual INDICAÇÕES ESC e ou sibilos na ausculta VA pequeno e médio calibre Drenagem autógena assistida (DAA) É uma expiração lenta iniciada na capacidade residual funcional (CRF) e continuada até o volume residual (VR) com o lado a ser tratado em posição infralateral. Sobretudo é necessário compreender a mecânica respiratória do decúbito lateral Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito lateral (ELTGOL) ELTGOL • Objetivo: deslocar secreções em vias aéreas de médio calibre • Comprometimento no pulmão infralateral • Expiração oral lenta com a glote aberta até VR (com o auxílio de bucal) O fisioterapeuta se localiza atrás do paciente exerce uma pressão abdominal infralateral com uma das mãos e uma pressão de contra apoio no gradil costal supralateral com a outra mão. Esta pressão dirigida até o ombro contralateral favorece uma desinsuflação completa do pulmão infralateral. O paciente deve manter a boca bem aberta para que seja possível perceber os ruídos bucais, neste caso pode-se até utilizar um bocal como ressonador além da função de manter a glote aberta por um reflexo buco-faríngeo. ELTGOL Indicações - ELTGOL • ESC e ou sibilos na ausculta • VA pequeno e médio calibre Pacientes cooperantes Sem restrições para decúbito lateral (DL) EDIC - exercício com fluxo inspiratório controlado EDIC são manobras inspiratórias lentas e profundas em decúbito lateral com a região a ser tratada em supralateral. . EDIC O objetivo da técnica é explorar os efeitos da expansão regional passiva obtida pela hiperinsuflação do pulmão supralateral e o aumento do diâmetro transversal do tórax com a inspiração profunda. EDIC INDICAÇÕES • EC na ausculta • VA de troca - Alvéolo CONTRA-INDICAÇÕES • Crianças menores de 4 anos • Dificuldade de compreender • Instabilidade/intolerância em DL TILA- TÉCNICA DE INSUFLAÇÃO PARA REVERSÃO DA ATELECTASIA Technique Insufflatoire de Levée d`Atelectasie TILA • É usada para reverter atelectasias. • A intervenção consiste em tomar todo tecido do pulmão saudável para uma posição de exalação e mantendo- o através do bloqueio torácico, deixando apenas a área de atelectasia livre, associado ao uso da Ventilação mecânica invasiva ou não invasiva com Pressão positiva. • Esta pressão positiva produz aumento da oxigenação, pois promove a reexpansão de áreas colapsadas aumenta a pressão intrapulmonar e aumenta as superfícies de troca de gás, promove melhora da relação V / Q, e diminui o trabalho de respiração. TILA • Bloquear as áreas pulmonares saudáveis manualmente durante a expiração, mantendo se esse bloqueio durante os ciclos subsequentes, enquanto a zona comprometida é deixada livre e sem apoio manual torácico TILA INDICAÇÕES • EC na ausculta • VA de troca - Alvéolo CONTRA-INDICAÇÕES • Pneumotórax • Pneumatoceles CAR- ciclo ativo da respiração Três componentes 1. Controle da respiração (Resp. Diafragmática) 2. Inspiração Profunda 3. TEF/Huffing Oscilação oral de alta frequência (OOAF) • Movimentos vibratórios rápidos de pequenos volumes de ar no trato respiratório • Atuam como “mucolíticos físicos” - tixotropismo • Promove: Redução da viscoelasticidade do muco Melhor distribuição do volume pulmonar Facilitação da eliminação de muco Flutter Shaker Oscilação oral de alta frequência • Contraindicações: Pneumotórax ou hemotórax não drenado Derrame pleural significativo não drenado Doença cardiovascular grave Broncoespasmo Instabilidade hemodinâmica Cough Assist Cough Assist • Não invasivo • Indicado para pacientes incapazes de tossir ou eliminar as secreções efetivamente devido ao reduzido pico de fluxo expiratório de tosse • Pode ser utilizado com bucal, máscara ou adaptador para tubo endotraqueal ou traqueostomia Cough Assist • Utiliza uma técnica conhecida como “insuflação- exsuflação mecânica”, que projeta uma aplicação gradual de pressão positiva às vias aéreas, seguida por uma rápida troca para pressão negativa • O fluxo de ar inalado lentamente/expirado rapidamente simula o processo de tosse natural, enquanto evita problemas em potencial associados aos procedimentos mais invasivos Cough Assist • Indicações clínicas: qualquer uma que determine tosse ineficaz Distrofias musculares Poliomielite Lesões na medula espinhal Distúrbios neurológicos em geral, que ocasionem alguma paralisia dos músculos respiratórios Doenças broncopulmonares Exercícios respiratórios • Também denominada cinesioterapia respiratória ou padrões musculares respiratórios • Depende de colaboração e orientação do paciente • Exercícios diafragmáticos • Inspiração fracionada ou em tempos • Soluços inspiratórios • Apneia pós-inspiratória (inspiração sustentada) Espirômetro de Incentivo • Estimulação do paciente a realizar inspirações profundas e lentas • Os dispositivos fornecem informaçõesvisuais aos pacientes sobre o alcance de um fluxo ou volume desejado Espirômetro de Incentivo • Equipamentos: Baixo custo Simplicidade Orientados pelo volume ou pelo fluxo Uso de pressão positiva • As duas principais formas de alcançar a expansão pulmonar por meio da utilização de pressão positiva são: Pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) Pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) Respiração com dois níveis de pressão (BPAP) CPAP • Pressão positiva expiratória contínua nas vias aéreas • O CPAP eleva a pressão alveolar, aumentando o gradiente de pressão transpulmonar tanto na inspiração quanto na expiração Tempo P re s s ã o ( c m H 2 O ) CPAP • Equipamentos CPAP - Benefícios • Recrutamento de alvéolos colapsados através de aumento na CRF • Diminuição do trabalho respiratório em virtude da melhora da complacência • Melhor distribuição da ventilação através da ventilação colateral • Aumento na eficácia da remoção de secreções BIPAP • Pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis • Dois níveis de pressão: • IPAP: pressão inspiratória • EPAP: pressão expiratória • Garante melhora da CRF bem como melhora da ventilação BIPAP
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