Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EMPREENDE- DORISMO Professor Me. Anderson Katsumi Mi- yatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Me. Paulo Pardo GRADUAÇÃO Unicesumar Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Supervisão de Produção de Conteúdo Nádila Toledo Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Designer Educacional Ana Claudia Salvadego Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Melina Belusse Ramos Qualidade Textual Cíntia Prezoto Ferreira Ilustração Bruno Pardinho C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MIYA- TAKE, Anderson Katsumi; MAZZEI, Bianca Burdini, PARDO, Paulo. Empreendedorismo. Anderson Katsumi Miyatake, Bianca Burdini Mazzei, Paulo Pardo. Impresso em 2019 Maringá-Pr.: Unicesumar, 2018. . 192 p. “Graduação - EaD”. 1. Empreendedorismo. 2. Negócio. 3. Oportunidades. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1172-2 CDD - 22 ed. 658.4 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Em um mundo global e dinâmico, nós trabalha- mos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conheci- mento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, te- mos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com deze- nas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuí- mos mais de 500 mil exemplares por ano. So- mos reconhecidos pelo MEC como uma ins- tituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos edu- cadores soluções inteligentes para as neces- sidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, co- ragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualida- de nas diferentes áreas do conhecimen- to, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará duran- te todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educa- cional, complementando sua formação profis- sional, desenvolvendo competências e habilida- des, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita Diretoria Operacional de Ensino Diretoria de Planejamento de Ensino o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universi- tário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e parti- cipe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tu- tores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO R Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Mestre em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Especialista em Educação a Distância pela Faculdade Instituto Superior de Educação do Paraná (FAINSEP) e Graduado em Administração pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Professor no ensino presencial e a distância na graduação e pós-graduação lato sensu. Coordenador acadêmico de cursos de graduação na Faculdade Cidade Verde. Ministra aulas para o EAD nos cursos de Administração, Processos Gerenciais, Gestão Comercial, Marketing, Gestão da Qualidade, Logística, Gestão de Lojas e Pontos de Venda e Gestão de Recursos Humanos na Unicesumar desde 2013. Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq. br/4292559242413613>. A U TO R Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Mestre em Gestão de Negócios pela Universidade Estadual de Londrina (2006), Especialista em MBA Marketing pelo Cesumar, Graduada em Administração pela Universidade Paranaense (1996) e Doutoranda em Administração Pública e Governo pela FGV/EAESP. Atualmente, é professora efetiva no colegiado do curso de Administração da UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná no Campus de Paranavaí. Tem experiência na área de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: administração pública, economia solidária, cooperativismo, gestão social, terceiro setor, responsabilidade social, gestão mercadológica e metodologia de pesquisa. Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq. br/3740397529039072>. A U TO R Professor Me. Paulo Pardo Mestrado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina e Doutorando em Engenharia da Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba. Atualmente é coordenador dos cursos de Gestão Pública, Negócios Imobiliários e Gestão Hospitalar do Núcleo de Educação a Distância da Unicesumar. Trabalhou na coordenação geral de polos de Educação a Distância da Unicesumar, celebrando convênios de parceria entre polos e a IES, bem como na gestão de relacionamento com os polos próprios e parceiros. Trabalhou na coordenação do projeto de novos cursos de pós-graduação na Unicesumar. Foi professor no CHSA - Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da Unicesumar - Centro Universitário Cesumar. Tem experiência na áreade Administração, com ênfase em Administração de Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: sistema financeiro nacional, bolsa de valores, mercado de ações e logística. A U TO R É professor de pós-graduação na área de Administração da Unicesumar, na cidade de Maringá-PR. É autor de livros didáticos para Educação a Distância nas áreas de Logística, Mercado Financeiro e de Capitais, Marketing e Gestão Ambiental e Teoria Geral da Administração. É consultor na área de marketing com foco em pesquisa de mercado para rede de varejo de eletrodomésticos (grupo Gazin). Lattes disponível em: <http://lattes.cnpq. br/8141003354179820>. Seja bem-vindo(A)! Olá, caro(a) acadêmico(a), é uma satisfação apre- sentar a você o livro da disciplina Empreende- dorismo, elaborado com carinho para que você conheça o mundo do Empreendedorismo e des- perte a curiosidade para completar seus estudos e realizar ações empreendedoras no seu cotidia- no. O objetivo, ao escrever este livro, não é apresen- tar um modelo pronto de empreendedorismo e a receita de como obter sucesso, até porque isso não existe. Por isso, trataremos de diversos as- suntos que fazem parte do mundo do empreen- dedorismo, para promover reflexões, apresentar alguns caminhos que podem ser utilizados para aumentar as chances de sucesso. O principal componente para existir o empreen- dedorismo é o indivíduo que quer empreender que com empenho e a dedicação na busca do co- nhecimento permitirá transformar a sociedade em que está inserido. Dessa forma, incentivamos você a fazer anotações das dúvidas e procurar a equipe de apoio da nossa instituição, realizar as atividades de autoestudo, participar dos fóruns APRESENTAÇÃO EMPREENDEDORISMO e, também, do chat da aula ao vivo, ler este livro, assistir as aulas conceituais, explorar as indicações de leitura e pesquisar em diver- sas fontes a respeito do tema. Nosso livro é composto de cinco unidades em que procuramos apresentar alguns dos principais aspectos do Empreendedorismo. Na Unidade I, apresentaremos alguns pon- tos-chaves para compreender essa área das Ciências Sociais Aplicadas. Vamos abordar algumas definições utilizadas nesse campo para que você compreenda a abrangência e isso será complementado ao apresentarmos os campos de estudo e tipos de empreen- dedorismo existentes na área. Destacamos mitos que são comumente abordados de forma equivocada pela sociedade de uma forma geral e o papel social e econômico do empreendedorismo, ou seja, os benefícios de indivíduos empreendedores em uma so- ciedade não só do ponto de vista da geração de renda, mas também em aspectos sociais. Na Unidade II, são apresentados dois impor- tantes aspectos que envolvem o Empreende- dorismo: o empreendedor e a oportunidade. APRESENTAÇÃO Elaboramos essa divisão para que você com- preenda que nem tudo depende somente do empreendedor, mas de uma análise mais completa da oportunidade. Na primeira par- te, apresentaremos características e perfis dos empreendedores, não no intuito de criar um modelo ideal, porém, são alguns atributos im- portantes para quem pretende empreender. Também explicaremos as diferenças entre ges- tores, empreendedores e empresários, pois é um ponto em que, geralmente, há bastante confusão. Na segunda parte, o foco é explicar a oportunidade, pois o empreendedorismo ocorre por meio de ideias transformadas em algo concreto. Ao longo da unidade, apresen- taremos as fontes que inspiram novas ideias, o processo que o empreendedor percorre des- de o momento que tem a ideia até quando obtém sucesso. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO UNIDADE I INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 20 INTRODUÇÃO 22 COMPREENDENDO EMPREENDEDORISMO 39 TIPOS DE EMPREENDEDORISMO 43 FRANQUIA COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO 60 O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO 64 MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO 70 CONSIDERAÇÕES FINAIS UNIDADE II O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 92 INTRODUÇÃO 94 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS 108 EMPREENDEDOR X GESTOR X EMPRESÁRIO 113 OPORTUNIDADE EMPREENDEDORA 116 FONTES DE OPORTUNIDADES EMPREENDEDORAS 123 PROCESSO EMPREENDEDOR SUMÁRIO 129 CONSIDERAÇÕES FINAIS 144 REFERÊNCIAS 144 REFERÊNCIAS 145 GABARITO 145 GABARITO UNIDADE III DEFININDO UM MODELO DE NEGÓCIO 149 INTRODUÇÃO 151 MODELO DE NEGÓCIO 155 VANTAGENS DE TER UM MODELO DE NEGÓCIO DEFINIDO 161 COMPREENDENDO O BUSINESS MODEL CANVAS 164 ELABORANDO O MODELO CANVAS 178 DIFERENCIANDO CANVAS DE PLANO DE NEGÓCIO SUMÁRIO 180 CONSIDERAÇÕES FINAIS 194 REFERÊNCIAS 194 REFERÊNCIAS 195 GABARITO 195 GABARITO UNIDADE IV PLANO DE NEGÓCIO 199 INTRODUÇÃO 201 COMPREENDENDO PLANO DE NEGÓCIO 207 ERROS CAPITAIS NA ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIO 212 INICIANDO O PLANO DE NEGÓCIO 222 ELABORANDO O PLANO: MARKETING, OPERAÇÕES E RECURSOS HUMANOS 248 ELABORANDO O PLANO: FINANÇAS E CENÁRIOS DE NEGÓCIOS 265 CONSIDERAÇÕES FINAIS 283 REFERÊNCIAS 283 REFERÊNCIAS SUMÁRIO 286 GABARITO 286 GABARITO UNIDADE V TENDÊNCIAS EM EMPREENDEDORISMO 290 INTRODUÇÃO 292 INFORMAÇÕES RECENTES SOBRE EMPREENDEDORISMO NO BRASIL 301 CAUSAS DE MORTALIDADES DE NEGÓCIOS 312 FINANCIAMENTO COLETIVO E INVESTIDOR ANJO 322 ACELERADORA E INCUBADORA 336 EMPRESA JÚNIOR 340 CONSIDERAÇÕES FINAIS 356 REFERÊNCIAS 360 GABARITO 361 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Me. Paulo Pardo INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Compreender o conceito e a importância do empreendedorismo. ■ Apresentar os tipos de empreendedorismo abordados na literatura. ■ Caracterizar as principais informações sobre as franquias no Brasil. ■ Descrever a importância do empreendedorismo para uma sociedade. ■ Desmistificar os principais mitos relacionados ao empreendedorismo. U N ID A D E I PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Compreendendo empreendedorismo ■ Tipos de empreendedorismo ■ Franquia como forma de empreendedorismo ■ O papel social e econômico do empreendedorismo ■ Mitos sobre o empreendedorismo INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 21 INTRODUÇÃO Seja muito bem-vindo(a) a primeira unidade do livro de Empreendedorismo. Nossa inten- ção é apresentar e conduzir você ao fascinante mundo do Empreendedorismo. No decor- rer dessa unidade, apresentaremos assuntos que permitirão compreender a importância e equívocos discutidos e praticados sobre o empreendedorismo. Será apresentado que existem diversos tipos de empreendedorismo, ou seja, os empreen- dedores podem iniciar a jornada nos negócios de diferentes formas, como em negócios próprios, franquias, herdando um empreen- dimento ou até sendo um colaborador em uma organização. Como no Brasil o número de empreendedores alcança o patamar de milhões, sendo que milhares obtêm sucesso nos negócios, é possível verificar a dificuldade em estabelecer um perfil ideal de empreende- dor. Acreditamos que, com isso, poderemos desmistificar a existência de um único perfil. Também abordaremos um pouco da história INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 22 do empreendedorismo, destacando pontos essenciais que alteraram a forma de praticar os negócios como os significados da palavra, bem como personagens que influenciaram no desen- volvimento desse campo de estudo. Outro ponto bastante relevante da unidade é o papel social e econômico do empreendedo- rismo. Isso acontece porque, como você verá ao longo deste material, ideias transformadas em produtos concretos e que tenham viabilidadetransformam uma região, promovendo o movi- mento da economia, envolvendo as pessoas, os recursos e a sociedade. Levando em consideração que mais de 90% dos negócios são micro e pequenos, sendo que muitos atuam de forma local, é possível compre- ender a associação com o social e o econômico e a relevância dos empreendedores para uma região. O objetivo também é desmistificar mitos que existem sobre o empreendedorismo e que atrapalham as iniciativas empreendedoras. Esperamos que você goste dos assuntos abor- dados nesta unidade e aproveite a disciplina da melhor forma. Vamos iniciar os estudos! Boa leitura! INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 23 COMPREENDENDO EMPREENDEDORISMO Olá, para começar a estudar empreendedorismo, precisamos apresentar características essenciais dessa importante área dos negócios. A definição do termo empreendedorismo tem causado uma divergência entre especialistas, visto que a dificuldade de encontrar um significado ocorre pelo: campo de estudo, heterogeneidade da área e novas tendências nos negócios que mudam o mercado mais rapidamente. Não que- remos, com isso, desmotivá-lo(a) ou mostrar que não é algo relevante para você estudar, mas demonstrar que isso é comum em outras áreas INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 24 do conhecimento, e como nós vamos conduzi- -lo nessa caminhada, que a façamos passo por passo. É importante esclarecer que os pesquisadores existem justamente para aperfeiçoar os conheci- mentos para adaptar-se à criação de tendências. Vamos dar um exemplo: até poucos anos, pou- quíssimo se falava em empreendedorismo para quem tem alguma deficiência física, e hoje é motivo de pesquisas para encontrar formas de inclusão no mundo dos negócios. Então, anti- gamente, alguém poderia falar que o conceito de empreendedorismo envolve pessoas que não têm limitação física, o que não corresponde à realidade. Outro exemplo seria a área de Marketing, visto que quem cursou essa disciplina há, apro- ximadamente, uma década sabe que pouco ou nada se falava de marketing digital, e hoje é algo essencial para o mundo dos negócios. Com esses dois exemplos, destacamos a relevância de estu- diosos para aperfeiçoar os conceitos. E se novas tendências surgem, é porque existem pessoas realizando pesquisas para gerar esse progresso. Vamos dar alguns exemplos de tendências que INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 25 estão incentivando novos estudos. Conforme Bruyat e Julien (2000), o campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevância para a economia, sendo alguns exem- plos de campos de estudos: ■ Jovens: de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais jovens se comparado a dados da década de 90 e anos 2000 e isso representa um motivo para apro- fundar os estudos. ■ Mulheres: é notável o aumento da participa- ção tanto em cargos administrativos como gerenciais, sendo que em algumas regiões brasileiras temos mais mulheres envolvidas na abertura de novos negócios em compa- ração aos homens, fato pouco provável há algumas décadas. ■ Mortalidade de empresas: esses estudos são importantes para verificar a situação dos negócios criados pelos empreendedo- res. Por exemplo, estudo do Sebrae (2014) mostrou que o índice de negócios brasilei- ros que sobrevivem até os dois primeiros INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 26 anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida, representando um grande progresso em que a taxa era ape- nas de 50%. ■ Empreendedorismo social: nem todos os negócios são empresariais e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem mis- são social e atendimento de necessidades sociais, por isso, utilizar o termo organi- zações é adequado, pois podem envolver clubes e entidades. Outro tema em destaque no empreendedorismo é a área de startups com produtos e serviços ligados à inovação e mecanismos de apoio e incentivo ao empreendedorismo. Os temas estão em alta na área e serão destacados em outro momento do nosso material para que você com- preenda melhor. A partir disso, vamos apresentar alguns dos conceitos utilizados para que você conheça o que já foi e é abordado sobre o assunto. Conforme Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreende- dor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 27 novo”. Isto é, o termo está ligado diretamente a alguém que realiza coisas diferentes, interme- diando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos nesse processo. O Quadro 1 ilustra fatos relevantes da história do empreen- dedorismo que influenciaram na construção do conceito. Quadro 1 - Fatos relevantes da história do empreendedorismo IDADE MÉDIA MARCO POLO – ESTABELECIMENTO DE ROTA COMERCIAL NO ORIENTE ATUANDO COMO INTERMEDIÁRIO AO ASSINAR CONTRATOS PARA COMERCIALIZAR MERCADORIAS. Idade Média Pessoa que gerenciava projetos de produção. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor fixo com o governo. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 28 1725 Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume riscos) do capitalista (financia os experimen- tos para a industrialização). 1803 Jean Baptiste Say – lucros do em- preendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obtinham lucros com ativida- des administrativas. 1934 Joseph Schumpeter – o empre- endedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testa- da. 1961 David McClelland – o empreende- dor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 29 1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por eco- nomistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983 Gifford Pinchot – o intraempreen- dedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich – o empreendedo- rismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, as- sumindo riscos financeiros, psico- lógicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes re- compensas da satisfação econômi- ca e pessoal. Fonte: adaptado de Dornelas (2005); Hisrich e Peters (2004, p. 27). A partir da leitura do Quadro 1, você pode compreender que houve mudanças na forma de considerar empreendedorismo. No início, era atribuído o fator risco para quem estivesse envolvido. Posteriormente, o foco foi dire- cionado para indivíduo inovador e que tem iniciativa. Anos mais tarde, também admitiu-se INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 30 como empreendedor aquele que trabalha nas organizações, ou seja, podemos notar que a abordagem foi mudando conforme as situa- ções que ocorriam. Um conceito clássico que foi bastante utili- zado durante muitos anos é o de Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), ao defi- nir o empreendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, esse con- ceito tem sido deixado de lado e outros autores apresentam distintas formas de compreender o empreendedorismo de forma mais abrangente e contextualizada. Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioeconômica.A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes organizacionais e a competição ainda mais acirrada forçaram a adequação e a redução das estruturas; consequentemente, provocou um aumento do desemprego e, ao mesmo tempo, aumento na oferta de serviços e terceirizações. Apesar de sua longa história anterior, é nesse INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 31 cenário que o empreendedorismo passa a des- tacar-se e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo sur- giu nos anos 70, porém vem afirmando-se nas últimas duas décadas. E esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenô- meno empresarial mais marcante da década de 90 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da partici- pação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2% nessa catego- ria de trabalho. No Brasil, o movimento do empreendedo- rismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas entidades, como o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Softwares). Antes desse período, não havia condições políticas e econô- micas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). O SEBRAE foi criado para dar suporte ao INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 32 pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A SOFTEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacita- ção em gestão e tecnologia a esses empresários. As incubadoras de empresas e as universi- dades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi, então, que a sociedade bra- sileira começou a despertar-se para a realização de planos de negócios (até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreendedorismo e para programas públi- cos de incentivo. Conforme Dornelas (2005), apresentamos um resumo das ações históricas desenvolvidas no Brasil que permitiram esse avanço no país: ■ 1990: criação de programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços) que apoiavam atividades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 33 universidades e a geração de novas empre- sas de softwares (start-ups). ■ 1999 a 2002: o Programa Brasil Empreendedor do Governo Federal, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando recursos financeiros e operações de crédi- tos para estímulo ao empreendedorismo. ■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. ■ Criação de vários cursos e progra- mas universitários para o ensino do empreendedorismo. ■ 1999 a 2000: houve o movimento de cria- ção das empresas pontocom do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contribuição para disseminação do empre- endedorismo local. ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubado- ras, com mais de 1700 empresas incubadas, INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 34 gerando mais 28 mil postos de trabalho. Na Unidade V, vamos tratar com mais detalhes as incubadoras. Até a metade dos anos 2000, verificava-se, no Brasil, o empreendedorismo por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de trabalho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal, com pouco planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa notícia é que, depois disso, o empreende- dorismo está ocorrendo na maioria por oportunidade. Isto é, os negócios no país estão sendo criados por- que os empreendedores estão preparando-se para abrir os negócios. Entretanto, como historicamente as organizações brasileiras começaram, na maioria, por necessidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreen- dedores abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informalidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa clas- sificação de empreendedorismo por necessidade e INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 35 oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O foco do empreendedorismo foi, durante mui- tos anos, ligado para o empreendedor, por isso, os estudos existiam para mapear um conjunto de características ideais para um empreende- dor. Considerava-se que o empreendedor tinha Empreender por oportunidade pressupõe uma análise do ambiente em que está inserido em busca da criação de novidades ou explorar mer- cados que são pouco desenvolvidos. Quando um país proporciona um cenário adequado está incentivando empreendedores a criarem negó- cios de sucesso que podem modificar o funcio- namento de um mercado. Isso ocorre porque a preocupação do indivíduo é questionar um problema, buscando nova solução e não ter um negócio para sobreviver. O pensamento fora da caixa é estimulado nessa situação porque o em- preendedor não está em busca de renda para manter-se, mas reformular uma lógica do mer- cado. Fonte: os autores. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 36 que ter um conjunto de atributos e que, dessa forma, o sucesso seria obtido. No entanto, não se levava em consideração o ambiente em que o empreendedor vive, bem como as mudanças inesperadas que poderiam acontecer no coti- diano. Em outro momento do nosso material, vamos detalhar mais esse aspecto das caracte- rísticas empreendedoras. Os conceitos mais utilizados nos dias atuais focalizam a abordagem para as oportunidades, como veremos adiante. Dessa forma, o foco mudou e as características foram deixadas para segundo plano. Não estamos querendo dizer que são irrelevantes os estudos, mas que somente as características do empreendedor não devem ser consideradas como elementos importantes. Para exemplificar, apresentamos um conceito clássico dessa abordagem, apresentada por Shane e Venkataraman (2000, p. 6): [...] empreendedorismo, como uma área de negócios, busca entender como sur- gem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-pri- mas, formas de organizar as tecnologias); INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 37 como são descobertas ou criadas por in- divíduos específicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desen- volver coisas novas. Alguns pontos interessantes que podemos analisar nesse conceito é que não menciona características do empreendedor. Depois, trata a área como negócio e isso se justifica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que tenham viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em que o retorno financeiro é importante. Na área social, somente o lucro não é levado em consideração, mas fun- dações e associações também funcionam como negócios. Segundo esse conceito apresentado pelos autores, envolvem-se diferentes formas de empreender, como produtos, serviços, merca- dos, processos de produção ou matérias-primas e formas de organizar a tecnologia. Isso repre- senta as possibilidades que os empreendedores podem ter quando empreendem, seja nos negó-cios próprios ou de terceiros. Outra parte relevante é apresentar que os indi- víduos descobrem ou criam oportunidades de INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 38 negócio e isso é importante porque nem todos compreendem o ambiente da mesma forma. Para exemplificar, em um cenário de crise eco- nômica, determinada pessoa considera como improvável empreender, e outra pessoa abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possi- bilidade que ninguém considerou no momento. O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedo- res utilizam meios diversos, como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e que vão buscar para explorar novas atividades que não fizeram até o momento. Como o empreendedorismo estuda fenôme- nos sociais que constantemente se modificam, uma abordagem única não seria suficiente para considerar todos os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é possível por meio de oportunidades, como con- sideram Shane e Venkataraman (2000), porque é mediante uma oportunidade que o empreen- dedor coloca em prática uma novidade. Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18) é bastante pertinente INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 39 para compreendermos uma oportunidade. Ideia = alguma coisa + você Oportunidade = ideia + ação Ação = função (interação) do dinheiro, pro- duto e parceiros Viabilidade = oportunidade + comprometimento Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprome- timento dessas pessoas para tornar algo viável. E você pode perguntar a respeito do empreen- dedor. Haveria uma definição a ser apresentada? Nós afirmamos que o empreendedor é aquele que possui uma ideia e a coloca em prática, seja sozinho ou com um conjunto de pessoas. Essa definição pode ser complementada conforme Uma ideia precisa de viabilidade para ser trans- formada em oportunidade. Nos negócios, um ou mais indivíduos com uma ideia agem para combinar recursos e gerar uma oportunidade lucrativa. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 40 Lacombe e Heilborn (2008, p. 128): “pessoa que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem cora- gem para assumir riscos e habilidades”. O empreendedor é aquele que assume responsabi- lidade e tem iniciativa para buscar algo diferente, seja uma invenção ou aperfeiçoamento de um produto. Vale ressaltar que o empreendedor sozinho pode ter a ideia e transformar em negócio, ou também com a ajuda de mais pessoas. Ainda nesta unidade, abordare- mos com mais detalhes o empreendedor, apresentando os tipos, e também na próxima unidade, quando expla- naremos a respeito do perfil e das características do empreendedor. TIPOS DE EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo é uma área bastante rica e que tem se destacado na mídia pela diversidade de contextos e, neste momento, vamos explicar os motivos. No tópico anterior, destacamos o empreen- dedorismo por necessidade ou oportunidade, conforme classificação do GEM (Global INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 41 Entrepreneurship Monitor). Elas podem ser utilizadas como base para dividir a forma como o indivíduo começou a atuar. Porém, é preciso compreender que um indiví- duo que se torna empreendedor pode começar de diferentes formas: abrir o negócio próprio, herdar, comprar, intraempreender, sendo essa classificação complementar à abordagem do GEM. Para explicar essas tipologias, vamos utilizar a classificação de Dornelas (2007), que considera os empreendedores como: ■ Empreendedor nato (mitológico) – em sua maioria, são imigrantes ou filhos destes, são visionários, 100% comprometidos com seu sonho, otimistas, normalmente começaram do nada e cedo adquiriram habilidade de negociação e venda. ■ Empreendedor que aprende (inesperado) – é uma pessoa que, quando menos espe- rava, descobriu uma oportunidade, então, ele mudou a vida e resolveu abrir o próprio negócio. Normalmente, demora a tomar a decisão de empreender e a acostumar-se com ela. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 42 ■ Empreendedor serial (criar novos negó- cios) – é uma pessoa apaixonada por empreender, assim, não consegue estar à frente de seu negócio até que se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é identificar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabili- zar sua implementação. ■ Empreendedor corporativo – podem ser executivos que assumem riscos e possuem habilidades de comunicação e negociação. Também chamado de intraempreendedor, ocorre quando os colaboradores realizam iniciativas empreendedoras dentro dos pró- prios negócios, visando o aperfeiçoamento da gestão. O intraempreendedor é um indivíduo que trabalha em prol do desen- volvimento de uma organização e possui um papel de destaque pela postura proa- tiva. Nem sempre exerce um cargo gerencial, mas sempre está disposto a contribuir com o desenvolvimento das pessoas e do negócio. ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 43 os outros, com a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas pre- fere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não tem outra alter- nativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso, nor- malmente, trabalha na informalidade e de maneira pouco planejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e, normalmente, aprendem cedo a ter res- ponsabilidades e como o negócio funciona. Atualmente, a família tem se preocupado com a preparação do sucessor familiar e com a profissionalização da gestão. ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa, buscando minimizar os riscos do negó- cio por meio do planejamento de suas ações. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 44 Como o planejamento tem sido um pré-re- quisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a sua uti- lização, embora não seja o caso da maioria. Além dos tipos tratados pelo autor, existem autores, como Degen (2009), que consideram as franquias como forma de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já pos- sui uma marca conhecida no mercado. Como é uma área que também tem se destacado, vamos abordar um pouco mais o assunto. FRANQUIA COMO FORMA DE EMPREENDEDORISMO O sistema de franquia tem sido importante alternativa ao empreendedorismo. Conforme Ferreira et al. (2010), franchising é uma palavra de origem francesa que significa: fran – con- cessão de um privilégio ou de uma autorização. Atualmente, franchising refere-se à filiação a uma empresa líder mediante um contrato de prestação de serviços ou, ainda, caracteriza-se INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 45 como um modo de organização em que uma empresa que já tem um produto/serviço bem estabelecido no mercado (franqueador) licencia sua marca, sua tecnologia e sua forma de fazer negócios a outras empresas ou indivíduos (fran- queados), em troca de um direito de entrada e do recebimento de royalties. Outra explicação que é bastante consistente é a de Stanworth (2004 apud GIGLIOTTI,2012, p. 5) e que optamos por fazer a citação na íntegra: [...] franchising é um negócio que essen- cialmente consiste de uma organização (o franqueador) com um pacote de negó- cio testado em mercado, centrado num produto ou serviço, entrando em um re- lacionamento contratual com franquea- dos, tipicamente pequenas firmas auto- financiadas e autogeridas, operando sob a marca registrada do franqueador para produzir e/ou comercializar bens e servi- ços de acordo com um formato especifi- cado pelo franqueador. A legislação brasileira, que se pauta na lei 8.995 de 1994, no artigo segundo, define da seguinte forma: INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 46 Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o di- reito de uso de marca ou patente, associa- do ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e adminis- tração de negócios ou sistema operacio- nal, desenvolvidos ou detidos pelo fran- queador, mediante remuneração direta; sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994, on- -line). Pelo fato de o empreendedor filiar-se a uma empresa com produtos e serviços já existentes, há uma parceria que deve ser bem solidificada, porque duas partes estão diretamente envolvi- das: o detentor do negócio e aquele que deseja a autorização para representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que, necessa- riamente, exista vínculo empregatício. De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser: ■ De produtos e marcas – o franqueador con- cede ao franqueado o direito à obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 47 marca. ■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade e outras for- mas de assistência técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de franquias estabelece obri- gações tanto por parte do franqueado como do franqueador, conforme descrito no Quadro 2. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 48 Quadro 2 - Obrigações do franqueado e do franqueador OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO • Testar o potencial de sucesso do negócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentá- vel imagem da mar- ca. • Apresentar um ne- gócio baseado em um know-how dis- tintivo com uma vantagem competi- tiva diante da con- corrência. • Transmitir o know- -how aos franquea- dos por meio de ma- nuais e programas de formação. • Administrar o ne- gócio no dia a dia, selecionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, de- senvolver ações de comunicação e pu- blicidade. • Realizar o investi- mento necessário. • Fazer os pagamen- tos acordados. • Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e ga- rantir a uniformida- de do serviço. Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Como nota-se no Quadro 2, as franquias exigem INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 49 responsabilidades de ambas as partes. Não é fácil franquear e nem ser franqueado. Por isso, enfatizamos a necessidade de parceria e trans- parência no relacionamento. Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvantagens tanto para o franqueado como para o franqueador. Primeiro, vamos abordar o lado do franqueador, conforme Quadro 3. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 50 Quadro 3 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueador VANTAGENS DESVANTAGENS • Rapidez de expan- são. • Redução de custo: centralização das compras de distribui- ção. • Maior participação no mercado, dado o crescimento da rede. • Maior cobertura geográfica, com o atendimento a clien- tes e mercados antes não explorados. • Possibilidade de encontrar franque- ados estimulados para maximizar as vendas e reduzir os custos para aumen- tar o lucro. • Perda parcial do controle sobre os atos dos franquea- dos. • Potencial de cria- ção de concorren- te. • Insuficiência nos serviços de abas- tecimento de con- sultoria, dada uma expansão acelera- da. • Seleção inadequa- da dos franquea- dos. • Potencial menor de lucro, em com- paração com o cres- cimento interno por meio de filiais. Fonte: adaptado de Santos (2002 apud INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 51 FERREIRA et al., 2010). Nos últimos anos, tem sido comum os empreen- dedores franquearem os negócios para obtenção de lucro. Entretanto, ressaltamos a relevância de ter um negócio pronto que já esteja dando certo no mercado para, a partir desse momento, pensar na possibilidade de franquear. Existe a necessidade de dar a devida assessoria para que o franqueado não acabe com a reputação do negócio; para prestar o auxílio, o próprio fran- queador precisa estar convicto do negócio, das dificuldades e do que pode ser feito para solu- cionar os problemas. Agora, vamos abordar as vantagens e desvan- tagens para o franqueado, conforme o Quadro 4. Quadro 4 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueado VANTAGENS DESVANTAGENS Maior probabilidade de sucesso: adota um produto/serviço co- nhecido e testado no mercado e com uma rede e marca bem-su- cedidas. Controle sobre as ope- rações: auditorias fre- quentes e controle das vendas e do cumpri- mento de procedimen- tos e normas. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 52 Apoio contínuo do franqueador: experi- ência de gestão, trei- no e consultoria. Autonomia e criativi- dade limitadas: imple- mentar modelo exis- tente. Potencial de maiores lucros: beneficia-se de economias de escala e de marca reconheci- da. Restrições no encer- ramento da atividade e na cessão/venda da propriedade. Proteção da concor- rência de outros fran- queados da mesma rede: direitos territo- riais exclusivos. Custo do franchising pode ser mais elevado do que em um negó- cio independente. Permite aprender com as experiências de ou- tros franqueados. Fraco desempenho de outros franqueados pode ter efeitos na reputação de toda a rede. Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Os candidatos ou aqueles que são franqueados possuem responsabilidades e precisam estar cientes. Ao assistir depoimentos de franquea- dores de sucesso, eles sempre comentam que o sucesso do negócio está na mão do franqueado INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 53 em mais de 70%. Isso porque precisa assegurar que todos os processos pré, durante e pós-fun- cionamento da franquia funcionem diretamente, envolvendo processos logísticos, de recursos humanos, marketing e financeiros. Segundo Ferreira et al. (2010), o perfil do franque- ado envolve os seguintes aspectos: ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determi- nam o sucesso ou fracasso do franqueado. ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empre- endedor estimular, liderar, criar ambiente de trabalho agradável. ■ Trabalhar com menos autonomia: carac- terística mais marcante que diferencia o empreendedor independente do franqueado. Para ajudá-lo(a) a refletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem deseja ser um franqueado, apresentamos o Quadro 5. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 54 Quadro 5 - Pontos de reflexão para o franqueado ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES,BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Recursos fi- nanceiros Importante avaliar o inves- timento necessário para ad- quirir a autorização para abrir uma unidade franqueada. Recursos hu- manos O número de funcionários necessário para funcionar, bem como as qualificações necessárias para exercer o cargo. Planejamento Mesmo sendo uma fran- quia, o cuidado com o pla- nejamento é necessário. Para abrir uma unidade, precisa-se pensar bem e também após a abertura do negócio. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 55 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Autoanálise pessoal Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar me- nos ou porque franquia é mais fácil que uma empresa, tome cuidado. Você precisa avaliar se tem o perfil para empreender, se realmente está disposto a correr riscos e, no caso da franquia, se está preparado para seguir pa- drões impostos pelo franque- ador, inibindo sua liberdade para criar ou implementar processos e atividades. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 56 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Avaliação de mercado O momento das franquias é muito bom. Entretanto, é in- teressante avaliar o tipo de segmento que se deseja abrir e conhecer a região para sa- ber se existe potencial para o local. Retorno do investimento É claro que todo mundo de- seja o retorno do investimen- to no menor tempo possível, até porque os valores inves- tidos são altos. Entretanto, é preciso saber a média de tempo e os esforços necessá- rios para tal feito. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 57 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Conhecimen- tos gerais e ge- renciais Não importa o tipo de negó- cio, o conhecimento geren- cial é fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, Fi- nanças, Produção e Recursos Humanos é essencial para gerenciar a unidade franque- ada. Manuais de procedimen- tos Toda franquia tem procedi- mentos que devem ser se- guidos seja na operação, na parte financeira, no layout ou na forma de atender. Por isso, o franqueado deve analisar essas informações, porque, se é uma franquia, deve possuir manual de procedimento. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 58 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Contatos da rede Conversar com franqueados da rede é importante para sa- ber como realmente funciona o negócio e as exigências ne- cessárias. Suporte e as- sessoria Cada rede de franquia ofe- rece serviços diferenciados, como planejamento estraté- gico, treinamento de recur- sos humanos, assessoria em marketing, entre outros. Cabe ao candidato avaliar o que a franquia disponibiliza. Dedicação ao negócio A dedicação faz diferença numa franquia. Se for soma- do a isso o conhecimento gerencial e habilidades inter- pessoais, as chances de su- cesso aumentam. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 59 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Processo sele- tivo O candidato a franqueado precisa conhecer os procedi- mentos necessários para ser selecionado. É importante coletar informações prévias e adequar-se às etapas de ins- truções. Circular de Oferta de Franquia (COF) Toda franquia deve ter e dis- ponibilizar antecipadamen- te ao interessado para que possa avaliar todas as infor- mações, exigências e proce- dimentos para saber se está preparado e compatibilizado com as expectativas do fran- queador. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 60 ESTRUTURA FÍSICA É ESSENCIAL SABER O ESPAÇO FÍSICO NECESSÁRIO PARA AS INSTALAÇÕES, BEM COMO TODAS AS ESPECIFICIDADES PARA O FUNCIONAMENTO. Filiação a ABF É comum as franquias serem filiadas com a Associação Bra- sileira de Franchising - ABF que costuma premiar as me- lhores franquias com um selo de excelência. Se não for as- sociado, procure conhecer os motivos e as justificativas. Fonte: os autores. As franquias têm sido utilizadas como impor- tante forma de ampliação do negócio, uma vez que propiciam uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franqueador. E, para o empreendedor franqueado, tem possibi- litado maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. Entretanto, é fundamental ter consciência das responsabi- lidades, das vantagens e das desvantagens desse INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 61 tipo de negócio. No próximo tópico, vamos falar da importân- cia dos negócios gerados pelo empreendedorismo para o desenvolvimento de uma região. O PAPEL SOCIAL E ECONÔMICO DO EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo tem aparecido como um importante fator promotor do desenvolvi- mento local. No entanto, é importante destacar a diferença entre os conceitos de crescimento econômico e desenvolvimento. O crescimento econômico se refere apenas a dados econômicos e quantitativos de uma determinada localidade. Assim, podem ser considerados como refe- rências de crescimento econômico o aumento do PIB, a redução da inflação, a melhoria do poder aquisitivo da população, entre outros. Por outro lado, o conceito de desenvolvimento é mais amplo, pois envolve, além do crescimento econômico, os aspectos sociais e ambientais. Dessa forma, só é possível falar em desen- volvimento quando há ganhos quantitativos e INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 62 qualitativos, como a qualidade de vida de uma população, a geração de trabalho e renda e os cuidados com o meio ambiente. Por isso, são muitos os benefícios gerados pelo empreende- dorismo por meio da criação de novos negócios, como os apontados por Stoner e Freeman (1999): ■ Contribui para o crescimento econômico. ■ Promove ganhos com a produtividade, utilizando melhor os recursos produtivos. ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento, gerando novas tecnolo- gias, produtos e serviços. Também é importante destacar que os estu- dos sobre a evolução do empreendedorismo mostram grandes possibilidades de se trans- formarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA, A. P.; BARBOSA, A. C., 2009). Para isso, a gestão dos negócios precisa pautar- -se sob uma conduta ética que se preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 63 criadas. Preocupando-se com todos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedorismo. ■ O foco no maior desenvolvimento econô- mico e social em nível local, cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o empreendedorismo por oportunidade, de maneira a planejar adequa- damente a estrutura do negócio, reduzindo a possibilidade de riscos e aumentandoa possi- bilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível gerar trabalho e renda, e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida. Vale destacar que a maior parte dos negócios INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 64 é formada por micro e pequenos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a relevância de iniciativas e práticas empreen- dedoras para o desenvolvimento das regiões, porque impactam social e economicamente. É importante o papel deles uma vez que geram tra- balho e renda para os colaboradores e é o meio de subsistência dos empreendedores. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 65 MITOS SOBRE O EMPREENDEDORISMO A definição do empreendedor ainda é carre- gada de muitos mitos por parte da sociedade em geral, trazendo alguns estigmas inadequa- dos e até problemas para a implementação de carreiras empreendedoras de sucesso, isso por- que pensava-se que o empreendedor deveria possuir todas as características empreendedo- ras que apresentamos anteriormente e, também, porque o estímulo a iniciativas empreendedo- ras não era feito de forma adequada. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 66 Visamos, nesta parte, apresentar os principais mitos e desvendá-los, e vamos utilizar a abor- dagem de Dornelas (2005, p. 35) que cita os três principais mitos sobre os empreendedores: 1. Empreendedores são natos, nascem para o sucesso: embora alguns empreendedores nasçam com certo nível de inteligência, para obter sucesso é necessário estar preparado. Eles acumulam habilidades, experiências e contatos com o tempo, e a capacidade de ter visão e perseguir oportunidades pode ser desenvolvida e aprimorada. 2. Empreendedores são jogadores que assu- mem riscos muito altos: os empreendedores de sucesso só assumem riscos calculados, evitam riscos desnecessários, comparti- lham os riscos e desmembram em partes menores. O planejamento é um importante instrumento. 3. Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem trabalhar em equipe: normalmente, os empreendedores são óti- mos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem um excelente relacionamento interpessoal. INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 67 A jornada de um empreendedor é repleta de mui- tos desafios, sendo necessário ter capacidade para enfrentar riscos e lidar com a adversidade. Os mitos criam um pensamento de que o empreendedor é um ser sozinho, egocêntrico e quer toda a glória, mas, se observarmos os grandes exemplos, possuem uma con- duta diferente. Vamos, também, abordar outros mitos utilizando o pensamento de Ferreira et al. (2010): 1. Qualquer um pode iniciar um negócio: na realidade, é preciso ter conhecimento sobre o negócio, para que ele tenha chance de sucesso, apenas boa vontade não é suficiente. 2. Há a necessidade de protagonismo: o empreendedor de sucesso sabe valorizar sua equipe, reconhecendo o trabalho de cada um, visto que tem consciência de que não consegue nada sozinho. 3. Trabalham muito: o empreendedor, nor- malmente, dedica muita energia à realização do seu negócio, mas isso não significa que ele não tenha tempo para a família, o lazer e a busca por formação. 4. Iniciam negócios de risco: só iniciam negócios com riscos calculados, conhecem INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 68 a viabilidade do negócio para fazer o investimento. 5. O empreendimento é apenas para os ricos: os empreendedores costumam ter boas ideias e viabilizar a sua implementação, para isso, acabam por buscar várias formas de financiamento. 6. Idade é uma barreira: não há idade para ser empreendedor. Os estudos apontam que a maioria dos empreendedores são jovens e estão cada vez mais presentes no mercado. 7. São motivados pelo dinheiro: outras motivações, como realização pessoal, inde- pendência e liberdade também fazem parte do interesse do empreendedor. A realização de um sonho pode ser a maior delas. 8. Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de sucesso tem se mostrado um bom líder, que envolve sua equipe e não tem energias para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros. 9. Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não há medida de tempo para o sucesso. E, ainda, não é apenas a falta de INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 69 talento que faz um negócio não ter sucesso, obstáculos de mercado também podem pro- vocar o insucesso de um negócio. 10. Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas uma boa ideia não é suficiente para o sucesso do negócio, pois também é preciso que exista uma oportu- nidade de mercado. 11. Tendo dinheiro é fácil falhar: o capi- tal não é suficiente para suportar falhas contínuas em um negócio, por isso, o pla- nejamento, mais uma vez, aparece como ferramenta para evitar a falha. 12. Os empreendedores sofrem de estresse: o empreendedor precisa ter cautela e ener- gia para fazer seu negócio dar certo, por isso, também precisa reequilibrar-se com atividades de lazer e descanso. O estresse só atrapalha o negócio. Os mitos abordados neste material são comumente difundidos pela sociedade, o que tem atrapalhado o desenvolvimento e a expansão do empreendedorismo por utilizar um pensamento equivocado. Agora que você já conhece esses mitos, pode nos ajudar a cons- truir um ambiente empreendedor e propício para os INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 70 indivíduos. Seu papel, agora, é ser mais um empreendedor na sociedade e que difunda a ideia dos males que os mitos pode fazer para quem pretende empreender. Afinal, um dos grandes sonhos do brasileiro é ter o próprio negócio, mas fica com medo diante de tantos obstácu- los que são colocados e de que não pode falhar porque será um fracassado. É muito importante dizer que não há uma receita de sucesso, mas uma jornada que vai sendo construída ao longo dos dias e cada um trilha a sua caminhada conforme o seu ritmo. Os erros fazem parte da nossa vida e os empre- endedores estão mais propensos por arriscarem, mas não podem ser considerados como fracas- sados. Para o empreendedor criar uma empresa de sucesso, ele pode demorar até 4 vezes para conseguir, conforme pesquisas nacionais e internacionais. Contamos com a sua colaboração para criar um ambiente empreendedor mais próspero! INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 71 CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns! Você finalizou a primeira unidade! Vamos recapitular os conhecimentos adqui- ridos? Primeiro, começamos apresentando empreendedorismo de forma a compreender as abordagens ao longo dos anos. Houve mudan- ças de foco na forma de compreender e estudar esse campo de estudo, conforme se pode notar com Marco Polo, passando por Schumpeter até os dias atuais. Empreender é transformar uma ideia em oportunidade e isso ocorre de diferentes for- mas. Se você já é empreendedor(a) ou conhece alguém que é, saberá que existem muitas deci- sões a serem tomadas, obstáculos e interferências que exigem pensamento rápido e capacidade de improvisação. Isso é uma realidade, porque, se não souber lidar com as diferentes variáveis que surgem por conta dos colaboradores, consumi- dores, fornecedores, poder público, imprensa e sociedade, haverá muita dificuldade para fazer o negócio sobreviver. Outro ponto importante são os campos de estudo, sendo que apresentamos apenas alguns, INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 72 como mulheres, jovens e a mortalidade de empre- sas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas e que aumentam conforme surgem novidades no funcionamento do mercado. É possível notar que essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apresentação da importância de estudar e com- preender o empreendedorismo. Há diferentes formas de empreender,pois uma pessoa pode herdar um negócio, abrir um negócio com ou sem planejamento ou até intra- empreender. Com isso, notamos que existem diferentes formas de empreender e essa é uma das dificuldades de se conseguir definir um conceito. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a importância social e econô- mica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empre- endedores na condução dos seus negócios. Esperamos que esses conhecimentos tenham despertado a curiosidade por essa área e que tenhamos colaborado para o seu desenvolvi- mento profissional. Até a próxima unidade! 1. As franquias têm se apresentado como uma ótima opção de negócios, sendo que os in- dicadores, como o PIB das franquias, estão, nos últimos anos, crescendo pelo menos 3 vezes o valor do PIB brasileiro. Com base no que foi abordado na unidade a respeito das franquias, leia as afirmações e assinale a al- ternativa correta: I. A franquia é a única forma garantida de ter lucro nos negócios no Brasil. II. A principal vantagem do franqueador é o fato de ter total controle das operações que acontecem nas unidades. III. Uma das principais obrigações do franque- ador é transmitir todas as normas e proce- dimentos aos franqueados. IV. Existem riscos que envolvem o franqueador e o franqueado, por isso, a relação deve ser de parceria e transparência. Assinale a alternativa correta: a. Somente I e II estão corretas. b. Somente I, II e IV estão corretas. c. Somente I, III e IV estão corretas. d. Somente II e III estão corretas. e. Somente III e IV estão corretas. 2. O empreendedorismo não se resume so- mente a abrir negócios ou criar grandes ino- vações. Existe um tipo chamado empreen- dedor corporativo ou intraempreendedor, que se refere ao indivíduo que não é o pro- prietário do negócio, mas aquele que con- tribui para o crescimento do negócio com ideias e atitudes. Considerando o assunto abordado, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I. O tipo intraempreendedor é o melhor dos tipos de empreendedorismo existente, con- forme o que foi apresentado no material. PORQUE II. O crescimento dos negócios depende uni- camente dos empreendedores que desen- volveram o negócio. Acerca dessas asserções, assinale a op- ção correta: a. As duas asserções são proposições verda- deiras e a II é uma justificativa da I. b. As duas asserções são proposições verda- deiras, mas a II não é uma justificativa da I. c. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa. d. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira. e. As asserções I e II são proposições falsas. 3. Como abordamos, o conceito de empreen- dedorismo está em formação, entretanto, alguns elementos são considerados como essenciais. A partir do entendimento da aula e da leitura do livro, leia as afirmações a seguir e assinale a alternativa correta: I. Oportunidade. II. Pessoas. III. Novos produtos. IV. Negócios. Assinale a alternativa correta: a. Somente I e II estão corretas. b. Somente I, II e IV estão corretas. c. Somente I, III e IV estão corretas. d. Somente II e III estão corretas. e. Todas as afirmações estão corretas. 4. Empreender é uma das atividades impor- tantes para o desenvolvimento de uma so- ciedade. Dessa forma, deve ser estimulado o empreendedorismo por oportunidade por- que, como vimos, pode modificar um am- biente de negócios. Com base no material, leia os exemplos de empreendedorismo a seguir. I. Vanessa tinha o sonho de ter um negócio e foi estimulada pelos pais desde pequena. Realizou intercâmbio, fez cursos de gestão até que optou por apostar em aplicativo de celular na área da saúde que pudesse me- lhorar a qualidade de vida de pessoas em períodos pós-operatórios. II. Fernando começou a vender produtos arte- sanais para complementar a renda da casa após sua esposa ficar doente. III. Marcos, após ficar desempregado, investiu o dinheiro em um restaurante adaptado para deficientes físicos, visto que observa- va muitas pessoas terem dificuldade de ali- mentar-se fora de casa. IV. Marcela, criativa desde a infância, teve a ideia de abrir uma empresa que pudesse auxiliar pessoas com déficit de aprendiza- gem a conseguirem melhores resultados nos estudos. Assinale a alternativa que contenha exemplos de empreendedorismo por oportunidade: a. Somente I e II estão corretas. b. Somente I, II e IV estão corretas. c. Somente I, III e IV estão corretas. d. Somente II e III estão corretas. e. Todas as afirmações estão corretas. 5. Empreender em um novo negócio não é uma atividade simples, porém, muitas pes- soas divulgam informações e comentários como se fosse fácil. Talvez até a intenção não seja ruim, mas incentivar uma pessoa que não esteja preparada pode trazer um efeito negativo. Essas palavras dissemina- das são chamadas de mitos, que não tratam o empreendedorismo de forma apropriada. A respeito do tema, leia as afirmações a se- guir: I. Dinheiro não é problema para quem quer ter o negócio próprio porque o bom em- preendedor sempre consegue recursos. II. Para empreender é muito importante ter uma boa ideia, pois se tem competência conseguirá sucesso. III. O empreendedor bem-sucedido é aquele que trabalha poucas horas por dia e ganha muito dinheiro. IV. A motivação é o principal componente para conseguir ser bem-sucedido nos negócios. Assinale a alternativa que contenha in- formações equivocadas sobre o empre- endedorismo: I. Somente I e II. II. Somente I, II e IV. III. Somente I, III e IV. IV. Somente II e III. V. Todas as afirmações. Vale a pena empreender? Empreender não é uma tarefa fácil. Quem já está nesse caminho sabe que não é uma jor- nada fácil. Não há hora para começar e nem terminar a jornada. E isso é uma opção que pode ser perigosa. Por um lado, você pode se acomodar, porque não precisa cumprir carga horária e há pessoas querendo empreender para não ter que cumprir horário fixo. Por ou- tro lado, a pessoa pode utilizar essa liberdade a favor para gerenciar o negócio e, ao mesmo tempo, ter mais liberdade para pensar em no- vidades e dedicar-se à família, por exemplo. A opção é sua para escolher aquilo que for mais adequado a você. Não existe um único caminho sempre certo. Existem pessoas com mais predisposição a adaptar-se à realidade de empreender e ob- ter vantagens. Se você tem filhos pequenos que têm problemas de saúde e necessitam de acompanhamento constante, você pode pen- sar em empreender. Terá mais liberdade de horário, mas é fundamental não confundir li- berdade de horário com menos responsabili- dade. Você pode ter optado por estudar na nossa instituição para capacitar-se sem precisar fre- quentar uma sala de aula todo dia por diversos motivos, porém, isso não é sinônimo de facili- dade e isso você perceberá ao longo do cur- so. Você pode planejar o horário que for mais adequado, mas terá que estudar, e muito, se pretende terminar um curso a distância. Voltamos à pergunta inicial: vale a pena em- preender? É um risco que você tem que pen- sar se quer correr. Muitas dúvidas e poucas certezas você terá ao longo da jornada e não haverá facilidades, ou seja, é uma pergunta es- tritamente pessoal. Para nós, pode valer, mas, para você, não. Não é por conta disso que você é medroso ou inferior à outra pessoa. Cada um tem uma personalidade e precisamos de em- preendedores e colaboradores para o progres- so da sociedade. Esperamos, com esse breve texto, despertar re- flexões e curiosidades que lhe ajudem a ama- durecer. Fonte: os autores. MATERIAL COMPLEMENTAR O empreendedor: empreender como opção de carreira Ronald Jean Degen Editora: PrenticeHall, 2009 Sinopse: o livro é dividido em quatro partes: empreender, planejar seu negócio, desenvolver seu negócio e empreendedorismo. Nos 20 capítulos, o autor aborda de forma didática informações fundamentais para quem quer conhecer o empreendedorismo. Analisar de uma forma ampla para explicar o empreendedorismo como opção de carreira, as oportunidades de negócio, o reconhecimento, avaliação e dinâmica dos negócios, a elaboração do plano de negócios, bem como maneiras de organizar e administrar o negócio, além de capítulos direcionados à explicação do empreendedorismo como campo de pesquisa e principais mitos sobre o empreendedorismo. MATERIAL COMPLEMENTAR O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma organização que divulga informações internacionais sobre as características do empreendedorismo no mundo, inclusive no Brasil. O IBQP (Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade), no Brasil, realiza o estudo divulgando o nível de atividade empreendedora, as características dos negócios e informações de cada região brasileira. Os estudos do GEM permitem compreender o grau de desenvolvimento da atividade empreendedora, realizar estudos comparativos entre países e perceber as características peculiares de cada região. Disponível em: <http://www.ibqp.org.br/ gem>. MATERIAL COMPLEMENTAR Recomendamos que assista estes dois vídeos que permitem aprofundar os conhecimentos sobre o Intraempreendedorismo. O primeiro vídeo, O que é o intraempreendedorismo?, trata-se de uma palestra proferida pelo respeitado professor Marcos Hashimoto. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=Kx3JrklyrNI>. O segundo vídeo, Cultura empreendedora e o intraempreendedorismo, é uma explanação do professor Ramon Nunes. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=nTxGEvXN9oE>. MATERIAL COMPLEMENTAR A Endeavor é uma instituição que incentiva o empreendedorismo no Brasil. Por meio de cartilhas, vídeos e reportagens disponibiliza materiais sobre empreendedorismo com o apoio de diferentes referências de mercado e empreendedores bem-sucedidos. Disponível em: <http://www.endeavor.org. br>. REFERÊNCIAS BARBOSA, A. P.; BARBOSA, A. C. A. A evolução do empreendedorismo, de Ford aos nossos dias. In: LAPOLLI, É. M.; ROSA, S. B. Empreen- dedorismo e desenvolvimento sustentá- vel: visão global e ação local. Florianópolis: Pandion, 2009. p. 125 - 148. BARON, R. A.; SHANE, S. A. Empreendedo- rismo – uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learning, 2010. BRASIL. Lei n° 8.955, de 15 de dezembro de 1994. Dispõe sobre o contrato de franquia empresarial (franchising) e dá outras provi- dências. Presidência da República, 1994. Dis- ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l8955.htm>. Acesso em: 7 mar. 2018. BRUYAT, C.; JULIEN, P. A. Defining the field of research in Entrepreneurship. Journal of Bu- siness Venturing, 2000, 16, 165-180. DEGEN, R. O empreendedor: fundamentos da iniciativa empresarial. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 2. ed. Rio REFERÊNCIAS de Janeiro: Elsevier, 2005. ______. O empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de su- cesso. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. FERREIRA, M. P.; SANTOS, J. C.; SERRA, F. A. R. Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010. FILION, L. J. O empreendedorismo como tema de estudos superiores: palestra pro- ferida no Seminário A universidade forman- do empreendedores. 2012. GIGLIOTTI, B. S. O funcionamento do sistema de franchising. In: MELO, P. L. R.; ANDREAS- SI, T. (Orgs.). Franquias brasileiras – estraté- gia, empreendedorismo, inovação e interna- cionalização. São Paulo: Cengage Learning, 2012. HISRICH, R. D.; PETERS, M. P. Empreendedo- rismo. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. JULIEN, P. A. Empreendedorismo regional e economia do conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2010. REFERÊNCIAS LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. 2. ed. São Paulo: Sa- raiva, 2008. MELLO NETO, F. P.; FROES, C. Empreende- dorismo social: a transição para a socieda- de sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. READ, S.; SARASVATHY, S.; DEW, N.; WILTBANK, R.; OHLSSON, A. V. Effectual Entrepreneur- ship. Nova York: Routledge, 2011. SEBRAE. Causa Mortis: o sucesso e o fracas- so das empresas nos primeiros cinco anos de vida. São Paulo: Sebrae, 2014. SHANE, S.; VENKATARAMAN, S. The Promise of Entrepreneurship as a Field of Research. The Academy of Management Review, v. 25, n. 1, p. 217-226, 2000. STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E. Administra- ção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. GABARITO 1. Alternativa E. Justificativa - A franquia não é a única for- ma de sucesso nos negócios e o franqueado não tem controle das operações. 2. Alternativa E. Justificativa – As duas afirmações estão in- corretas, porque não existe o melhor tipo, mas diferentes formas de empreender. Ou- tro ponto é que o crescimento do negócio depende, também, dos indivíduos que, se forem intraempreendedores, ajudará ainda mais no desenvolvimento da organização. 3. Alternativa E. Justificativa – Todos os elementos estão cor- retos. O empreendedorismo existe porque ideias foram transformadas em oportunida- des. São as pessoas que atuam nos novos ou negócios existentes. Isso acarretará em novos produtos que não, necessariamente, foram criados, mas incorporados ao negó- cio. GABARITO 4. Alternativa C. As afirmações I, III e IV tratam de exemplos de empreendedorismo por oportunidade e a afirmação II é um exemplo de empreende- dorismo por necessidade porque Fernando começou a vender produtos por necessida- de porque havia necessidade financeira de obter renda. 5. Alternativa E. Justificativa - Todas as afirmações tratam de equívocos divulgados sobre o empreende- dorismo. U N ID A D E IIO EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ■ Reunir as características atribuídas ao empreendedor. ■ Diferenciar empreendedor de gestor e de empresário. ■ Compreender os principais conceitos e temas da oportunidade empreendedora. ■ Apresentar as fontes de inspiração de oportunidades de negócio. ■ Sintetizar as etapas enfrentadas por um empreendedor. Professor Me. Anderson Katsumi Miyatake Professora Me. Bianca Burdini Mazzei Professor Me. Paulo Pardo U N ID A D E PLANO DE ESTUDO A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Características empreendedoras ■ Empreendedor x gestor x empresário ■ Oportunidade empreendedora ■ Fontes de oportunidades empreendedoras ■ Processo empreendedor II O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 93 INTRODUÇÃO Olá, vamos continuar os estudos. Nesta unidade, vamos destacar dois aspectos muito importan- tes no empreendedorismo: o empreendedor e, também, a oportunidade. Apresentaremos de forma breve esses pontos e vamos aprofundar para que você consiga compreender os moti- vos do empreendedorismo ser um fenômeno social tão dinâmico e que não existe uma receita mágica para ser um empreendedor de sucesso. Você pode nos questionar os motivos desses pontos serem tão relevantes. Nós argumentamos da seguinte forma: o estudo sobre o empreende- dor é importante, porque é possível compreender o que leva os empreendedores a terem sucesso. Identificaremos uma série de características lis- tadas pelos pesquisadores que compõem uma espécie de perfil ideal. O que devemos ter em mente é que essas são listas e nos ajudam a iden- tificar o que leva um empreendedor a ter êxito, mas não são receitas prontas. Ao estudarmos com mais profundidade,
Compartilhar