PS Plano de Aula_9

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Dinâmica Grupal
As contribuições de Kurt Lewin
continuação
As realidades sociais são multidimensionais.
Lewin sofreu forte influência em seu trabalho do pragmatismo americano e da gestalt:
Para ele, as hipóteses que a ciência formula, as leis que destaca e as teorias que elabora não tem valor para a psicologia de grupo, senão na medida em que são aplicáveis, isto é, na medida em que permitem efetuar de modo eficaz e durável, modificações no fenômenos sociais que elas querem explicar.
É necessário pesquisar no próprio campo em que se manifestam os fenômenos que estuda e só tentar modificar sua dinâmica com o consentimento explicito dos membros do grupo que serve à sua experimentação. Assume-se dois papéis durante as pesquisas: participante e observador.
Os pequenos grupos constituem as únicas totalidades dinâmicas acessíveis à observação e conseqüentemente à experimentação científica.
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Pesquisa-ação (no próprio campo)
Todo conjunto de elementos interdependentes constitui uma totalidade dinâmica
Ex: a personalidade é uma totalidade dinâmica na medida em que pode ser considerada como um complexo de sistemas, de formas e de processos psíquicos.
O campo social é essencialmente uma totalidade dinâmica (uma gestalt) constituída por entidades sociais coexistentes, não necessariamente integradas entre elas (num mesmo campo social podem coexistir grupos, sub-grupos, indivíduos separados ou ligados – são as posições relativas que nele ocupam os diferentes elementos que o constituem)
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Totalidade dinâmica
O grupo constitui o terreno sobre o qual o indivíduo se mantém. Sempre que uma pessoa não consegue definir claramente sua participação social ou não está integrada em seu grupo, seu espaço vital ou sua liberdade de movimento no interior do grupo serão caracterizados pela instabilidade e pela ambigüidade.
O grupo é para o indivíduo um instrumento para satisfazer suas necessidades psíquicas ou suas aspirações sociais.
O grupo é uma realidade na qual o indivíduo faz parte, mesmo aqueles que se sentem ignorados, isolados, rejeitados.
O grupo é para o indivíduo um dos elementos ou dos determinantes de seu espaço vital.
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Dinâmica dos pequenos grupos (hipóteses de Lewin)
Para Lewin, a adaptação social constitui:
uma atualização das aspirações e suas atitudes, 
em atingir seus objetivos pessoais, sem nunca forçar nem romper os laços funcionais com a realidade coletiva ou o campo social em que o indivíduo se insere e que constitui o fundamento de sua existência.
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Adaptação social
Experimentos com espaço social
O espaço de vida é constituído da pessoa e do meio psicológico, como ele existe para o indivíduo
 O comportamento do indivíduo depende das mudanças que acontecem em seu campo, em seu espaço de vida, em determinado momento.
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A atmosfera é algo intangível, mas perceptível pelas pessoas (=clima) – é uma propriedade da situação social como um todo, e pode ser medida cientificamente.
Lipitt, em seus estudos, comparou a atmosfera democrática com a autocrática, queria compreender a dinâmica subjacente do grupo.
2 grupos de meninos e meninas, de 10 a 11 anos de idade, foram escolhidos, para formarem um clube de fabricação de máscaras.
Foram 11 reuniões dos grupos, sendo um com liderança democrática e outro autocrática. Nos dois casos a liderança era exercida por um estudante adulto e tentavam criar as diferentes atmosferas: democrática e autocrática.
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Atmosfera grupal
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Democrático
Autocrático
Todos os planos de ação são resultadode decisão do grupo, encorajado pelo líder.
Toda decisão de planos feita pela pessoa do líder.
Quando eram necessários conselhos técnicos, o líder procurava indicar 2 ou 3 processos alternativos, entre os quais se podia escolher.
Técnicas e etapas para atingir o objetivo eram ditadas pela autoridade, um de cada vez, de maneira que a orientação futura era sempre incerta, em larga medida.
Os participantes tinham liberdade para trabalhar com quem quisessem, e a divisão de tarefas cabia ao grupo.
A autoridade determinava geralmente, de maneira autocrática, o que cada participante devia fazer e com quem devia trabalhar.
O líderprocurava ser um membro do grupo em espírito e na discussão, mas não realizar grande parte do trabalho. Elogiava e criticava objetivamente.
O líder criticava e elogiava asatividades do individuo sem dar razões objetivas, e abstinha-se de participação ativa no grupo. Mantinha-se sempre impessoal, mais que exteriormente hostil ou cordial.
Alguns resultados
Autocrático 
Democrático 
O comportamento do grupo mostrou:
forte tensão, 
Frustração
Agressividade
nenhuma espontaneidade,
nem   iniciativa, 
nem formação de grupos de amizade
Embora aparentemente gostassem das tarefas, não demonstraram  satisfação   com  relação  à  situação.  
O   trabalho  somente  se desenvolvia  com  a   presença  física  do  líder.  
Quando   este  se  ausentava,  as atividades paravam e os grupos expandiam seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina e de agressividade. 
Houve  formação  de  grupos  de   amizade  e  de relacionamentos cordiais entre os meninos.
Líder  e   subordinados  passaram  a  desenvolver comunicações espontâneas, francas e cordiais. 
O trabalho mostrou um   ritmo suave e seguro sem  alterações  mesmo  quando   o  líder  se  ausentava.
Houve    um   nítido   sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal.
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O estilo de vida e pensamento introduzido pelo líder dominou as relações entre as crianças.
Na autocracia, em vez de uma atitude cooperativa, prevaleceu uma atitude hostil e extremamente pessoal.
Sentimento grupal de “nós” em oposição ao sentimento de “eu”.
As afirmações centradas no “nós” ocorriam duas vezes mais na democracia que na autocracia, enquanto, na autocracia, muito mais afirmações centravam-se no “eu” que na democracia.
O estilo de vida nas duas atmosferas governava a relação entre as crianças, assim como a relação entre a criança e o líder.
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Estilo de vida
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Num grupo autocrático existem dois níveis claramente distintos de status social: o líder é o único a ter status superior, ficando os outros num nível igualmente baixo.
O líder cria uma barreira que impede que qualquer um suba de status conquistando a liderança. Cada criança se tornava inimiga potencial das outras, e os campos de poder das crianças se enfraqueciam uns aos outros, em vez de se fortalecerem pela cooperação.
Numa atmosfera democrática, a diferença de status social é pequena e não existe barreira para atingir a liderança.
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Status social
Na 8ª reunião, uma das crianças trocou de grupo autocrático para democrático.
No grupo autocrático as crianças eram mais dominadoras e menos cordiais e objetivas que no grupo democrático.
Ao trocar de grupo, o comportamento mudou, a criança anteriormente dominadora se tornou menos dominadora, mais cordial e objetiva.
O comportamento das crianças espelhou bem rapidamente a atmosfera do grupo em que se moviam.
A mudança de autocracia para democracia é mais lenta que a de democracia para autocracia. A autocracia é imposta ao individuo. A democracia, a pessoa precisa aprender.
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Alteração de grupo
Clima social
O clima social em que uma criança vive é, para ela, tão importante quanto o ar que respira.
O grupo a que pertence é o solo em que pisa.
Sua relação com esse grupo e sua posição nele constitui, os fatores mais importantes do seu sentimento de segurança ou insegurança.
O grupo que a pessoa faz parte, a cultura em que vive determinam o espaço de movimento livre de que dispõe, e até que ponto ela pode prever, com clareza, seu próprio futuro.
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As minorias psicológicas
Kurt Lewin
Estudo
das minorias psicológicas
Lewin procurava compreender, através da ciência, seres humanos que, pelo simples fato de pertencerem a um determinado grupo étnico, vivem em uma insegurança permanente e dependem das variações do clima político das comunidades humanas nas quais procuram se integrar.
Estudou inicialmente a situação dos judeus e as perseguições sofridas com o nazismo e outras.
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A demografia utiliza os termos minoria e maioria de forma diferente da psicologia.
Em demografia um grupo constitui maioria desde que a porcentagem de seus membros ultrapasse de um a metade da população em que está inserido (50% + 1).
Em psicologia, um grupo é considerado como maioria psicológica quando dispõe de estruturas, de um estatuto e de direitos que lhe permitam autodeterminar-se no plano do seu destino coletivo, independentemente do número ou da porcentagem de seus membros.
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Demografia e psicologia
É sempre considerada uma minoria discriminada ou suscetível de sê-lo pelo fato de sua sorte e seu destino estarem na dependência do grupo majoritário.
Toda maioria psicológica tende a tornar-se um grupo privilegiado.
O que caracteriza as classes ou os grupos não-privilegiados é que em todos os casos eles não existiriam se não fosse a tolerância do grupo majoritário. Sua sobrevivência coletiva depende da boa vontade das classes privilegiadas.
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Minoria psicológica
Kurt Lewin: As Minorias Psicológicas
Leitura obrigatória: MINICUCCI, A. Dinâmica de Grupo: teorias e sistemas (capítulo 1 - trecho sobre Kurt Lewin)
Leituras para aprofundamento: (a) Mailhiot, G.B. Dinâmica e Gênese dos Grupos. Cap. 3 e 4 (As Minorias Psicológicas). (b) Apostila sobre Kurt Lewin
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Bibliografia da aula
A exceção americana: George Herbert Mead
Leitura obrigatória: Haguette, T. M. Metodologias qualitativas na sociologia. Capítulo: A interação simbólica (pp. 25-47).
Leitura para aprofundamento: Farr, R. As Raízes da Psicologia Social Moderna. Cap. 4 (G. H. Mead: Filósofo e Psicólogo Social). pp. 79-112.
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Bibliografia da próxima aula