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FUNDAMENTOS DA GESTÃO AMBIENTAL

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FUNDAMENTOS 
DA GESTÃO 
AMBIENTAL
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
Professora Dra. Francielli Gasparotto
GRADUAÇÃO
Unicesumar
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; MENEGUETTI, Cláudia Fabiane; PACCOLA, Edneia 
Aparecida de Souza; GASPAROTTO, Francielli.
 Fundamentos da Gestão Ambiental. Cláudia Fabiane 
Meneguetti; Edneia Aparecida de Souza Paccola; Francielli 
Gasparotto. 
 Reimpressão 
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 
 281 p.
“Graduação - EaD”.
 
 1. Fundamentos. 2. Gestão. 3. Ambiental. 4. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0059-7
CDD - 22 ed. 363.7 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida 
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais
Daniel F. Hey
Coordenador de Conteúdo
Silvio Silvestre Barczsz
Design Educacional
Yasminn Zagonel
Iconografia
Amanda Peçanha dos Santos
Ana Carolina Martins Prado
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Arte Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Robson Yuiti Saito
Qualidade Textual
Hellyery Agda
Ana Caroline de Abreu
Viviane Favaro Notari
Ilustração
Bruno César Pardinho
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente 
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professora Dra. Cláudia Fabiane Meneguetti
Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2000), 
mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2006) e 
doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2010). 
Atualmente, é CLT - professora adjunto da graduação da Universidade 
Estadual de Maringá e professora convidada da Centro Universitário de 
Maringá no sistema de educação a distância da graduação e pós-graduação 
em agronegócio e gestão ambiental. Tem experiência na área de Agronomia, 
com ênfase em meio ambiente, plantas medicinais, paisagismo e ciência e 
tecnologia de alimentos.
Professora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina 
(1996), mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual de Londrina 
(2002) e doutorado em Ciências Agrárias pela Universidade Estadual de 
Londrina (2006). Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em 
Fitopatologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Colletotrichum 
sublineolum (antracnose), Doença Foliar, Microscopia Eletrônica, 
Recombinação Genética, Lentinula edodes (shiitake) e Resíduos Sólidos 
Urbanos. Atualmente, é professora do Curso de Agronomia e do Mestrado 
em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá - UniCesumar.
Professora Dra. Francielli Gasparotto
Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2004), 
mestrado em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2006) e 
doutorado em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (2010). 
Professora Adjunta do Centro Universitário Cesumar (UniCesumar), atuando 
como professora permanente no curso de Mestrado em Tecnologias Limpas 
e nos cursos de graduação em Agronomia, Tecnologia em Agronegócios e 
Tecnologia em Gestão Ambiental. Tem experiência na área de Agronomia, 
com enfase em Fitopatologia, Microbiologia do Solo e Produção Agrícola 
Sustentável.
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S
SEJA BEM-VINDO(A)!
Seja muito bem-vindo(a) ao livro que utilizaremos na disciplina de Fundamentos da 
Gestão Ambiental.Este livro foi especialmente organizado e planejado para você, de 
forma a ser uma ferramenta de base importante para direcioná-lo(a) e auxiliá-lo(a) na 
compreensão dos temas abordados. O objetivo é despertar a vontade de buscar o co-
nhecimento e se sentir motivado para tal.
O livro foi dividido em cinco unidades para facilitar a organização dos temas e a inter-re-
lação entre eles. Todas as unidades se relacionam ao tema principal da nossa disciplina, 
“Fundamentos da Gestão Ambiental”, pois sabemos que na atualidade o foco que está 
em pauta diz respeito às discussões de assuntos ligados ao meio ambiente. Como os 
futuros profissionais que engajarão no mercado de trabalho certamente irão, direta ou 
indiretamente, lidar com a gestão ambiental, nada mais interessante então do que focar 
a questão ambiental, pelo fato desta estar diretamente ligada às diferentes atividades 
e segmentos.
A crescente preocupação ambiental é notória dentro e fora do nosso país, uma vez que 
a utilização responsável dos recursos naturais é o foco da sustentabilidade, tema esse 
discutido amplamente por todos os setores da sociedade. Por acaso, você sabe o que é 
sustentabilidade? A tal sustentabilidade de que tanto se fala refere-se: como apresen-
tado no relatório nosso futuro comum, à “capacidade de atender às necessidades do 
presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas 
próprias necessidades”. Assim sendo, o planejamento e a adoção de práticas sustentá-
veis pelas atividades devem ser assunto muito bem pautado e posicionado na tomada 
de decisões por profissionais de todas as áreas, sobretudo a ambiental.
Na primeira unidade, iremos tratar da Gestão Ambiental de forma abrangente. Inicial-
mente, partiremos de como ocorreu a relação homem X natureza para explicar a relação 
de depredação do ser humano sobre o meio ambiente. Abordaremos como as altera-
ções climáticas, fruto da exploração antropogênica sobre os recursos naturais, afetam 
a economia de forma geral. Abordaremos também algumas definições sobre gestão 
ambiental, falaremos dos marcos ambientais que deram origem à gestão ambiental 
atual. Trataremos do sistema de gestão ambiental (SGA), ou seja, da metodologia de 
sistematização da gestão ambiental. Esses tópicos servirão de base para que você possa 
compreender alguns assuntos discutidos nas unidades a seguir.
Na segunda unidade, trataremos da sustentabilidade e desenvolvimento sustentável 
que muito se fala hoje, mas que poucas vezes paramos para entender ou relacionar a 
nossa forma de vida. Afinal de contas, você colabora para o desenvolvimento sustentá-
vel com suas ações? Abordaremos a questão da sustentabilidade empresarial, das exi-
gências e necessidades de ações socioambientais por parte das organizações na atua-
lidade e como podem contribuir para uma economia verde. Veremos também o papel 
da sociedade, do governo e das empresas, na busca por um mundo mais sustentável e 
mais humano. Ainda, veremos algumas considerações sobre responsabilidade social e 
discutiremos algumas diretrizes específicas sobre o tema.
APRESENTAÇÃO
FUNDAMENTOS DA GESTÃO AMBIENTAL
Na unidade III, os tópicos tratados serão certificação ambiental, auditoria ambiental, 
ferramentas de gestão ambiental: análise do ciclo de vida (ACV), ecoeficiência e a 
produção mais limpa (P+L), além de estudarmos também sobre a gestão de custos 
ambientais. Outro tópico a ser estudado é a rotulagem ambiental, muito comentada 
na atualidade e que serve de critério para a classificação e escolha de produtos pro-
duzidos de forma sustentável, por um nicho “ainda” exclusivo de consumidores fora 
e dentro do país. Essa realidade tende a mudar! Veremos que as certificações têm 
papel imprescindível para a empresa reduzir custos, aumentar lucros e agregar valor 
à sua marca e aos seus produtos, além de demonstrar confiabilidade e segurança 
para os consumidores. 
Na unidade IV, analisaremos como a Política Pública Ambiental pode ser entendida 
como o conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação de que dispõe o 
poder público para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. Assim, pode-
mos tomar como exemplo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Novo 
Código Florestal Brasileiro, proposto pela bancada ruralista do senado e aprovado 
em maio de 2012. Essa pauta é motivo de crítica pelos ambientalistas. Vale a pena 
discutir para posicionarmo-nos a respeito do tema. Outro tema debatido nessa uni-
dade é o Licenciamento Ambiental. Este será discutido juntamente com os tipos de 
licenças empregadas nos processos de licenciamento como ferramentas de garan-
tia de preservação dos recursos naturais. Da mesma forma, os estudos ambientais 
são utilizados como mediadores entre os empreendimentos e os impactos, gerados 
por eles ao meio ambiente.
Na quinta e última unidade, traçamos um panorama das ações socioambientais de-
senvolvidas por atividades de diferentes segmentos, para ilustrar a necessidade e os 
benefícios de tais ações para as organizações e, mais ainda, para os consumidores. 
Acessando o site das empresas citadas, você poderá conhecer um pouco mais sobre 
os projetos. 
APRESENTAÇÃO
É importante ressaltar aqui que em todas as unidades há algumas sugestões de lei-
tura nos tópicos intitulados “saiba mais” e “leitura complementar”. Verifique as indi-
cações, pois elas o(a) ajudarão bastante no entendimento e na formulação dos seus 
próprios conceitos. 
Quanto a nós, professores, estaremos disponíveis para lhe auxiliar da melhor forma 
possível, tirando suas dúvidas e acatando sugestões durante nossas aulas ao vivo 
sobre os temas abordados nas cinco unidades. Esperamos ter contribuir para o seu 
processo de aprendizado e formação cultural. 
“Formar cidadãos mais conscientes das suas responsabilidades com o meio ambien-
te de forma a garantir nossa sobrevivência tranquila e pacífica, bem como de preser-
vá-la às futuras gerações”.
(Cláudia F. Meneguetti)
Bom estudo e felicidades para você!
Professora Cláudia
Professora Edneia
Professora Francielli
APRESENTAÇÃO
SUMÁRIO
11
UNIDADE I
A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
17 Introdução
18 Meio Ambiente e Sociedade 
35 Os Grandes Marcos Ambientais Mundiais 
45 Gestão Ambiental 
59 Considerações Finais 
UNIDADE II
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL
65 Introdução
66 Sustentabilidade 
74 A Sustentabilidade Empresarial 
93 Economia Verde 
95 Os Papéis na Busca da Sustentabilidade 
100 Responsabilidade Social 
103 Certificações e Normativas de Responsabilidade Social e Gestão 
Ambiental
107 Considerações Finais 
SUMÁRIO
UNIDADE III
CERTIFICAÇÕES E AUDITORIAS AMBIENTAIS, ROTULAGEM AMBIENTAL,
FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL E GESTÃO DE CUSTOS 
AMBIENTAIS
113 Introdução
114 Certificações Ambientais 
124 Auditorias Ambientais 
133 Rotulagem Ambiental 
140 Programas de Rotulagem Ambiental 
145 Ferramentas de Gestão Ambiental: Análise do Ciclo de Vida (ACV), 
Ecoeficiência e Produção mais Limpa (P+L)
156 A Gestão de Custos Ambientais 
163 Considerações Finais 
UNIDADE IV
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS E LICENCIAMENTO
169 Introdução 
170 Políticas Públicas Ambientais 
172 A Política Ambiental Brasileira 
178 Licenciamento Ambiental 
SUMÁRIO
13
183 Estudos Ambientais
191 A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) 
199 O Novo Código Florestal Brasileiro 
207 Considerações Finais 
UNIDADE V
GESTÃO AMBIENTAL DE SUCESSO
213 Introdução
214 Gestão Ambiental de Sucesso 
215 Braskem 
225 Klabin 
233 Natura 
245 Ambev 
252 Walmart 
255 Coca-Cola 
260 Considerações Finais 
 
265 CONCLUSÃO
267 REFERÊNCIAS
275 GABARITO
U
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A
D
E I
Professora Dra. Cláudia Fabiane MeneguettiProfessora Dra. Edneia Aparecida de Souza Paccola
Professora Dra. Francielli Gasparotto
A FORMULAÇÃO DA 
GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Apresentar as bases da terminologia básica ao aluno para a 
formulação e a definição relativa à Gestão Ambiental.
 ■ Refletir sobre os Marcos Ambientais Mundiais.
 ■ Desenvolver a capacidade crítica e reflexiva do aluno a respeito dos 
temas abordados.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Meio Ambiente e Sociedade
 ■ Os Grandes Marcos Ambientais Mundiais
 ■ Gestão Ambiental
INTRODUÇÃO
Atualmente, vivemos em um século cujo foco é o meio ambiente. Não há como 
dizer que nunca ouvimos falar da falta de água para o consumo humano, causada 
por diversos aspectos, quais sejam: uso irracional; contaminação e poluição dos 
recursos hídricos; aquecimento global, causado pela grande emissão de gases; 
poluição de rios, lagos, mares e oceanos, provocada por despejos de esgotos e 
lixo; vazamento de petróleo; contaminação do ar por gases poluentes; queima 
de combustíveis fósseis e industriais; poluição do solo, provocada por agrotó-
xicos, fertilizantes e produtos químicos; descarte incorreto do lixo; queimadas 
das matas e florestas, como forma de ampliar áreas para pasto ou agricultura; 
desmatamento da Amazônia com o corte ilegal de árvores para a comercializa-
ção de madeira.
Nesse sentido, a gestão ambiental, assim como as preocupações e ativida-
des que dizem respeito a ela são atuais e, por esse motivo, ainda trazem muitas 
dúvidas e questionamentos.
A gestão ambiental vem sendo formalizada e conceituada desde a década de 
70, quando surgiram as primeiras manifestações ambientais, focando um novo 
modelo de desenvolvimento para os países.
Da mesma forma que administramos nossa casa, nossas tarefas, nossa conta 
no banco, devemos também administrar a nossa relação com o meio ambiente. 
Afinal, de onde sai o que comemos e bebemos? Até quando teremos esses recursos 
para suprir as nossas necessidades? O que fazer com as sobras do que consumimos? 
Está vendo? Gestão ambiental cabe em qualquer lugar, seja em casa, no tra-
balho ou qualquer outra ocupação. Tudo o que fazemos está relacionado ao meio 
ambiente e por isso somos tão dependentes dele. Assim, o gerenciamento res-
ponsável das questões ambientais é o que define a gestão ambiental. O que define 
bons gestores é a importância dada às questões ambientais no desenvolvimento 
das atividades produtivas. Portanto, sem bons gestores não há gestão ambiental 
eficiente, comprometida e ética. Como você gerencia as questões ambientais no 
seu dia a dia? Você se considera um bom gestor?
17
Introdução
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A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
A RELAÇÃO DE EXPLORAÇÃO E DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
Os primeiros relatos da existência de seres vivos na Terra aconteceram há mais 
de 3,0 milhões de anos. Além da teoria da evolução, outras teses religiosas e de 
cunho não religioso dão sua explicação para o surgimento do homem no planeta 
Terra. O caso é que, teoricamente ou não, a relação do homem com a natureza é 
uma história de relações de dependência, depredação e exploração. 
A verdade é que não há como enxergar a natureza separadamente do homem, 
ou seja, o homem depende do meio ambiente para sobreviver, visto que retira dele 
tudo o que necessita para viver, por exemplo, a água. Você conseguiria sobrevi-
ver sem água? A resposta é óbvia, ou seja, não é possível, basta nos lembrarmos 
de que o corpo humano é composto por cerca de 70% de água e os nossos mem-
bros servem de alimento ou energia para micro-organismos decompositores. 
Assim sendo, podemos dizer que somos parte integrante do meio ambiente em 
que vivemos. Por esse fato, a inclusão do homem ao conceito de meio ambiente 
é fundamental.
O conceito de meio ambiente, como realça Barbieri (2007), reflete a inte-
ração do homem com o seu ambiente. O prefixo ambi significa ao redor. Dessa 
forma, a noção de meio ambiente reforça a ideia de um lugar que está em volta 
do homem, sem incluí-lo. Ao contrário do próprio conceito de meio ambiente, 
19
Meio Ambiente e Sociedade
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este deve abranger todos os seres vivos, assim como as circunstâncias que tor-
nam possível a vida na terra. 
Barbieri (2007, p. 6) explica as fronteiras do meio ambiente:
O meio ambiente, como condição de existência da vida, envolve a bios-
fera e estende-se muito além dos limites em que a vida é possível. Por 
exemplo, os seres vivos estão condicionados a uma certa exposição às 
radiações ultravioleta que, por sua vez, dependem da camada de ozô-
nio existente na estratosfera, região da atmosfera que vai até cerca de 35 
km de altitude e onde não há vida.
A ecologia apresenta uma definição mais indutiva da relação homem X natureza. 
O termo oikos, do grego, significa casa; o sufixo logos quer dizer estudo; então, 
ecologia pode ser definida como o estudo da casa. Esse conceito leva em conta 
os seres vivos e as relações estabelecidas entre si (CAPRA, 2005).
Apesar do conceito abrangente de ecologia, existem correntes que não enxer-
gam a ecologia como ciência integradora. A ecologia rasa, por exemplo, prega 
que o homem está fora da natureza. Propõe que o ser humano tem o direito 
ilimitado de explorar os recursos naturais em prol do seu desenvolvimento, jus-
tificando, dessa forma, as agressões contra o meio ambiente.
A ecologia profunda, ao contrário da rasa, não restringe o homem da natu-
reza. Sob essa nova visão, o mundo é constituído por teias da vida (CAPRA, 
2005). A sociedade é constituída por redes sociais em que os seres humanos 
convivem, os quais são constituídos por uma rede de órgãos que são compostos 
por uma rede de células. Portanto, a manutenção da vida no planeta depende 
dos cuidados que temos com as teias.
A definição de ecossistema é composta pelas palavras gregas oikos e sys-
tema, que quer dizer sistema da casa. Esse conceito de ecossistema explora as 
inter-relações existentes entre os organismos vivos e os demais elementos que 
os compõem. Segundo Curi (2011), uma boa definição de ecossistema seria um 
conjunto composto por diversas comunidades biológicas que vivem e interagem 
em determinada região e, também, pelos fatores abióticos. Dessa forma, todas as 
alterações promovidas por um componente do ecossistema provocam mudan-
ças no lugar onde esse vive, afetando o meio e os demais organismos.
A relação estabelecida entre os organismos do ecossistema é que garante a 
eles a capacidade de manterem o equilíbrio necessário para sua sobrevivência. 
A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
Esse equilíbrio permite o ciclo da matéria ou a renovação da matéria, orgânica 
ou mineral, para suprir as necessidades permanentes dos seres vivos, todavia, as 
características desenvolvidas pelo homem, como a capacidade de raciocinar e de 
desenvolver técnicas, colocaram o ser humano no topo de destaque, por conta de 
sua capacidade de promover impactos sobre o meio (ambiente). Para conseguir 
os bens e serviços de que necessita para sobreviver, o homem passou a manipu-
lar a natureza, portanto, o homem é o principal agente transformador do espaço.
Barbieri classifica oambiente em três tipos: ambiente natural, domesticado e 
fabricado (Quadro1). Dentre os três tipos, o fabricado é o mais dependente dos 
demais. Exemplo disso são os centros urbanos que são compostos por ambien-
tes domesticados e naturais para manterem o abastecimento de alimentos e 
de outros recursos, como minerais, por exemplo. O resultado disso é o incha-
mento dos centros urbanos e o aumento exacerbado de lixo produzido, sendo 
que grande parte desses materiais não biodegradáveis não tem destinação cor-
reta, o que acaba por contaminar solo e água.
TIPOS DE MEIO AMBIENTE EXEMPLOS
Ambiente natural Matas virgens e outros ambientes ainda inexplorados pelo homem
Ambiente domesticado Áreas de reflorestamento, açudes e lagos artificiais
Ambiente fabricado Centros urbanos e estradas
Quadro 01 - Tipos de ambiente
Fonte: Barbieri (2007).
Portanto, a relação de exploração do homem sobre o meio ambiente do qual faz 
parte está caminhando para a insustentabilidade. A capacidade de suporte do 
meio já está se exaurindo.
A capacidade de suporte do meio pode ser entendida como nível de utilização 
dos recursos naturais que um sistema ambiental ou um ecossistema pode suportar, 
garantindo-se a sustentabilidade, a conservação de tais recursos e o respeito aos 
padrões de qualidade ambiental. Sendo assim, não importa se o recurso é reno-
vável ou não, o meio ambiente sempre tem uma capacidade máxima de suporte 
relacionada ao tempo que aquele recurso leva para se regenerar naturalmente. 
21
Meio Ambiente e Sociedade
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Segundo Curi (apud BOFF, 2005, p.35), a ação humana alcançou um alto 
grau de exploração predatória nos últimos séculos:
Como espécie – Homo sapiens ET demens -, temos ocupado 83% do 
planeta, explorando para nosso proveito quase todos os recursos natu-
rais. A velocidade é tal que temos depredado os ecossistemas a ponto 
de a Terra ter superado já em 20% sua capacidade de suporte e de re-
generação. 
Mais ainda, fizemo-nos reféns de um modelo civilizatório depredador 
e consumista que, se universalizado, demandaria três planetas seme-
lhantes ao nosso.
Atualmente, vemos se concretizando todas as alarmantes colocações feitas pelo 
filósofo Boff. Precisamos de muita urgência e de muitas ações concretas para 
revertermos o caminho de desastres que nos espera. Infelizmente, o homem é 
o centro de transformação desse processo e o primeiro passo é uma mudança 
de visão e comportamento do que o dinheiro não pode comprar, em tão pouco 
tempo (que é o tempo que nos resta para penalizar de vez o planeta), o que a 
natureza levou milhões de anos para construir.
Hoje, não é incomum ouvirmos que o meio ambiente é um problema do 
governo, ou então, que não conseguimos mais reverter o quadro ambiental dese-
nhado até agora. É verdade que o século XXI tem seu foco voltado em grande 
parte para as questões ambientais, pois muitas das ações ambientais desenca-
deadas são para corrigirmos erros do passado. No entanto, não podemos dizer 
que o século XX foi o século da depredação ambiental, nem tampouco que foi 
a Revolução Industrial a grande responsável pela degradação ambiental e pelos 
impactos que sentimos hoje. Na verdade, a relação do homem com a natureza 
sempre foi marcada por grandes atos exploratórios, desde a descoberta do fogo, 
até a descoberta do petróleo e da energia elétrica. Não podemos deixar de men-
cionar o desenvolvimento promovido por essas grandes descobertas e todo o 
conforto gerado à vida das pessoas.
Devemos reconhecer que, como afirma o ex-ministro da cultura Gilberto 
Gil (2005, p. 45), a comunhão entre o homem e o meio ambiente nunca che-
gou a se manifestar nos dias mais remotos da nossa existência. Desse modo, 
cabe a nós concluirmos que o homem nunca se sentiu parte integrante da natu-
reza, pois as necessidades geradas com o desenvolvimento desde a pré-história 
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nos fizeram pensar somente sobre o que precisávamos e não sobre os limites da 
nossa forma de exploração.
O homem sempre enxergou a natureza como fonte de recursos para satisfazer 
as suas necessidades. O ser humano sempre ignorou a capacidade de suporte do 
meio em prol de seus desejos. Na verdade, o que mudou com o passar do tempo 
foi o poder de destruição das suas ferramentas (GIL, 2005, p. 45).
Diamond (apud CURI, 2011), em seu livro “Armas, germes e aço”, esclarece 
que a forma como a sociedade interage com o meio ambiente pode ser decisiva 
para o seu apogeu ou para o seu declínio.
Entender a relação da natureza com a sociedade é fácil, quando analisa-
mos a história e os marcos que influenciaram essa relação. Na pré-história, por 
exemplo, os nossos ancestrais se dedicavam à pesca e à caça, além da coleta de 
frutos e vegetais para suprir as suas necessidades. Essa forma de exploração não 
causava desequilíbrios ecológicos, pois, quando os alimentos ficavam escassos, 
eles migravam para outro lugar, permitindo que aquele ambiente se regenerasse.
Quando o homem pas-
sou a domesticar animais e 
a cultivar seu próprio ali-
mento, ele se fixou e foi 
assim que surgiram os 
primeiros indícios de orga-
nização social, há cerca de 
10 mil anos. As civilizações 
gregas, por exemplo, utiliza-
vam o chumbo para fabricar 
moedas. Cerca de 5% desse 
metal evaporavam e conta-
minavam a atmosfera, chegando até a Groenlândia, onde grande quantidade 
desse metal foi encontrada nas geleiras recentemente (CURI, 2011).
A Idade Média foi marcada pela agricultura que abria espaço derrubando 
matas para poder produzir mais. Já na época feudal, no século XV, assistiu-se ao 
fim desse sistema que deu origem ao capitalismo impulsionado pelo comércio. 
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Com isso, grande parte do contingente humano do campo migrava para as cidades.
O século XVI, marcado pelas grandes descobertas das navegações, foi tam-
bém determinante para a exploração predatória da imensa quantidade de recursos 
extraídos das chamadas “colônias”. Exemplo disso são os portugueses que, ao 
chegarem ao Brasil, depararam-se com uma abundância inesgotável de recur-
sos naturais e minerais, que fez com que muitos dos nossos recursos naturais: ao 
serem explorados, quase se exaurissem, como é o caso do pau-brasil.
Fonte: Revista Brasil Sustentável (2011)
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Até o século XVIII, o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente 
só aumentou (CURI, 2011). Com a Revolução Industrial, houve a intensificação 
da produção para suprir as demandas de consumo que não paravam de cres-
cer. A industrialização só alterou a forma de se produzir degradação ambiental. 
Esse cenário é o que vem se desenhando até os nossos dias, nos quais a ação 
exploratória do homem sobre a natureza é impulsionada pelo lucro e pelo con-
sumismo descontrolado.
A preocupação ambiental é uma realidade que só tende a aumentar, visto que 
os problemas ambientais decorrentes de formas indiscriminadas dos recursos 
não vêm somente afetando a qualidade de vida das pessoas, mas principalmente, 
comprometendo a sobrevivência das gerações futuras. 
Atualmente, as atividades de extração mineral, vegetal e animal têm alimen-
tado uma crença ingênua e capacidade ilimitada das suas fontes. Astendências 
predatórias são acentuadas por novidades como mercadorias descartáveis e pro-
dutos tecnológicos que se tornam obsoletos em pouco tempo, exigindo uma 
exploração mais veloz do meio ambiente como fornecedor de matéria-prima 
(CURI, 2011). Do ponto de vista ambiental, a história do homem pode ser vista 
como uma transição gradual do ambiente natural, passando pelo domesticado 
até o artificial (Figura 1).
Não é possível falarmos de ação humana sobre o meio ambiente sem nos 
lembrarmos da classificação usual para os recursos naturais em renováveis e não 
renováveis. Há aqueles que preferem não adotar essa classificação por conside-
rá-la inadequada, uma vez que todos os recursos podem se renovar por meio de 
seus ciclos naturais, ainda que para isso possam levar milhões de anos. A pers-
pectiva de tempo humano e o modo de usar os recursos são condições que os 
tornam renováveis ou não, como sugere Barbieri (2007).
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Pré-história e antigui-
dade
O ser humano não 
contava com técnicas 
aprimoradas para mani-
pular o meio ambiente, o 
que reduzia seu impacto 
ambiental no ecossistema 
local, a população mun-
dial ainda era pequena.
Idade Média e Idade 
Moderna
A agricultura era a ativi-
dade econômica predo-
minante. Embora promo-
vesse o desmatamento 
das florestas nativas, o 
impacto ambiental do 
homem ainda não tinha 
atingido seu ápice.
Revolução Industrial em 
diante
O poder de manipulação 
da natureza atinge seu 
potencial máximo, trans-
formando por completo o 
meio ambiente e produ-
zindo impactos profundos 
e irreversíveis.
Figura 1: Evolução do impacto humano sobre o meio ambiente.
Fonte: Curi (2011).
O que ocorre quanto à classificação de um recurso em renovável ou não é a 
utilização que o homem faz desse recurso, como é o caso do petróleo e da água. 
O tempo de disponibilidade de um recurso está atrelado ao seu modo de extração 
sustentável, ou seja, deve-se respeitar a capacidade de suporte do meio (Figura 2).
Os recursos naturais são bens e serviços originais, ou primários, dos quais 
todos os demais dependem. Esses envolvem solo, plantas, animais, minerais e 
tudo o que pode servir para a subsistência humana. Dessa forma, por recurso 
renovável entende-se aquele que pode ser obtido indefinidamente de uma mesma 
fonte, enquanto o recurso não renovável apresenta-se numa quantidade finita, 
passível de esgotamento pela exploração contínua (BARBIERI, 2007).
Portanto, não basta discutirmos simplesmente uma classificação mais ade-
quada aos recursos naturais, o que devemos pensar e repensar é o nosso modo 
de vida e as mudanças de comportamento e atitudes exigidas para manter os 
recursos preservados para as futuras gerações.
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Figura 2: Recursos Naturais – tipos e exemplos.
Fonte: Barbieri (2007, p.11).
POPULAÇÃO E MEIO AMBIENTE
No final do ano de 2011, che-
gamos a marca dos 7 bilhões 
de seres humanos povoando o 
planeta Terra. As marcas dessa 
trajetória de crescimento popu-
lacional são visíveis sob a ótica 
ambiental. Alcançamos mui-
tas conquistas com essa marca: 
desmatamentos; poluição da 
água, do solo e da atmosfera; 
fome por conta da má distri-
buição de recursos financeiros, 
dentre outros.
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É verídico que o crescimento populacional (Figuras 3 e 4) está ligado à misé-
ria, pois muitos países ricos apresentam taxa negativa de crescimento. Muitos 
países que mantêm um nível de vida elevado para seu povo dependem de recursos 
obtidos em outros países. Então, trata-se de problemas socioambientais, porque 
decorrem mais do modo como os diferentes grupos obtêm sua subsistência e 
menos da disponibilidade de recursos (BARBIERI, 2007).
População Mundial: 1950 - 2050
Anos
3 Bilhões
4 Bilhões
5 Bilhões
6 Bilhões
7 Bilhões
8 Bilhões
9 Bilhões
Figura 3: Estimativa de crescimento populacional de 1950 a 2050. 
Fonte: Reuters (2002).
Figura 4: Estimativa de crescimento populacional por continente, de 2002 a 2050.
Fonte: Reuters (2002)
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De maneira genérica, podemos dizer que o modo de exploração dos recursos 
pelo ser humano tem ligação direta com a questão de exploração dos recursos 
naturais para a sua subsistência. Desse modo de desenvolvimento, surgiu a cha-
mada poluição. Somente após a Revolução Industrial, esse termo começou a ser 
avaliado e repensado. Portanto, as consequências da poluição começaram a ser 
percebidas de forma descentralizada e gradativa.
Como consequência do ato de poluir, temos os chamados impactos ambien-
tais, cuja magnitude depende do nível e do tipo de poluição gerada, a qual pode 
ser classificada sobre diversos critérios (Quadro 2), como relata Barbieri (2007).
Segundo o Artigo 1º da Resolução n.º 001/86, do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), Impacto Ambiental é:
qualquer alteração das propriedades físicas, químicas, biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia 
resultante das atividades humanas que afetem diretamente ou indire-
tamente: a saúde, a segurança, e o bem estar da população; as ativida-
des sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do 
meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais.
Falar de impactos ambientais requer uma avaliação da atividade a qual esta-
mos nos referindo, pois é difícil compararmos os impactos causados por uma 
mineradora e aqueles causados por uma indústria têxtil, por exemplo. Quando 
falamos na relação homem X natureza e nos referimos aos impactos causados 
pelo agronegócio, os principais temas abordados certamente serão desmata-
mento, transgênicos e contaminação por agrotóxicos.
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FONTE DE POLUIÇÃO MEIO RECEPTOR IMPACTOS AMBIENTAIS
Origem:
Natural, antropogênica
Imediato:
Ar, água, solo
Final:
Organismos, mate-
riais, ecossistemas
Alcance: 
Local, regional, global
Danos:
Aos seres humanos: toxicidade 
aguda ou crônica, alteração gené-
tica...
Fonte:
Móvel, fixa 
À flora, fauna e aos solos 
Aos materiais, construção, equi-
pamentos, monumentos, sítios 
aqueológicos...
Emissão: 
Pontual, difusa
Tipos de impactos:
Eutrofização, acidificação, destrui-
ção da camada de ozônio, perda 
da biodiversidade, aquecimento 
global...
Poluente:
Físico, físico-químico, bio-
lógico, radioativo, sonoro...
Atividades humanas:
Agricultura, geração de 
energia, mineração, indús-
trias, saúde, transporte...
Quadro 2 - Critérios de classificação da poluição
Fonte: Barbieri (2007, p. 22).
 ■ Fontes naturais – são constituídas por fumaças liberadas em queimas 
espontâneas, cinzas vulcânicas e tempestades marítimas carregadas de sais.
 ■ Fontes antropogênicas – decomposição de material orgânico presente no 
solo, refinarias de petróleo, fábricas de celulose, ou por processos indus-
triais. Cada qual produz poluentes específicos, dependendo da atividade 
geradora (Quadro 3).
 ■ Fontespontuais – fábricas, hospitais, depósitos, portos, veículos etc.
 ■ Fontes difusas – lixo deixado na beira de estradas, partículas de fertili-
zantes agrícolas levados pela chuva, entre outros. 
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SETOR POLUENTES
Agropecuária
Metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), compostos 
orgânicos voláteis (COV), metais pesados, embalagens 
de agrotóxicos, materiais não aproveitados, materiais 
particulados.
Mineração
CO2, monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio 
(NOX), óxidos de enxofre (SO2), metais pesados, águas 
residuárias, resíduos sólidos, ruídos, vibração.
Siderurgia SO2, NO2, CO, COV, DBO, escórias e lodos de tratamen-tos de efluentes, ruídos, materiais particulados.
Metais não metálicos SO2, CO, materiais particulados, DBO, lodos de trata-mentos de efluentes, ruídos.
Usinas termoelétricas Materiais particulados, lodos, CO, CO2, CH4, NOx, SO2.
Têxtil Materiais particulados, SO2, HC, DBO, ruídos.
Refinaria de petróleo SO2, NOx, CO, COV, DBO, DCO, materiais particulados, derramamentos.
Transporte
CO, CO2, NOx, SO2, materiais particulados, hidrocar-
bonetos, derramamentos de óleos e combustíveis, 
ruídos.
Quadro 3 - Exemplos de poluentes de diferentes setores
Fonte: adaptado de Barbieri (2007, p. 23).
A permanência de um poluente no meio ambiente depende de suas característi-
cas físico-químicas, bem como das próprias características dele como: umidade, 
luminosidade, grau de acidez. A trajetória dos poluentes depende das interações 
entre tais fatores. Portanto, dar destinação adequada aos poluentes é uma ques-
tão muito importante, necessária e urgente, cuja finalidade é reduzir o grau de 
impacto ambiental dessas substâncias sobre o meio ambiente e sobre a saúde da 
população.
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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ECONOMIA
Olhar para trás é buscar enxergar o que talvez não conseguimos perceber no 
momento exato de impedir que algo de ruim acontecesse. Se observarmos a his-
tória e conseguirmos tirar dela os bons e maus exemplos para nos servirem de 
guia, certamente erraremos muito menos no presente. Pensando assim, se formos 
capazes de entender quanto mal fizemos ao meio ambiente e o quanto estamos e 
tendemos a sofrer com as chamadas mudanças climáticas, aquecimento global, 
e outras consequências do nosso estilo de desenvolvimento atual, baseado no 
consumismo desenfreado, iremos entender quão importante são nossas ações.
O século XXI é o século do meio ambiente, afinal nunca ouvimos e trata-
mos as questões ambientais com tanta pompa como agora. Há muitas discussões 
e propostas apontadas por diferentes nações, para minimizar os impactos que 
viemos provocando, já faz um bom tempo. A única certeza é a de que não pode-
mos mais ignorar os sinais que a natureza está emitindo, ou repensamos nosso 
modo de vida, ou inventamos uma nova fórmula para sobreviver sem os recur-
sos naturais.
©Christian Johnsson
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Segundo reportagem da Revista 
Super Interessante (2011), a última 
década registrou 50 de 180 maio-
res enchentes dos últimos 100 anos. 
Somente no Rio de janeiro, no verão 
de 2011, foram 700 mortos e 14000 
desalojados por conta de desastres 
promovidos por enchentes.
Na Índia e China, dois países 
superpopulosos, as enchentes matam 
milhões, sem contar as doenças que 
disseminam. Pela primeira vez, foi 
provado que os gases de efeito estufa são responsáveis pelo aumento das chuvas. 
“Agora podemos dizer com confiança que o aumento da intensidade de chuvas 
no final do século XX não pode ser explicado pelos modelos climáticos existen-
tes”, disse a pesquisadora Gabriele Hegerl à revista Nature. Ela é líder de pesquisa 
na Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. E aí? Ainda vamos dizer que 
não temos nada a ver com isso?
Svante Arrhenius era um desconhecido físico sueco quando, em 1896, 
fez um alerta: se a humanidade continuasse a emitir dióxido de carbo-
no na atmosfera no mesmo ritmo que fazia desde a alvorada da Revo-
lução Industrial, em 1750, a temperatura média do planeta subiria de 
maneira dramática, em decorrência do efeito estufa (REVISTA VEJA, 
2009).
Segundo a Revista Super Interessante (2011), existe um alarmante cenário de 
seca a nossa espera. A falta de água poderá atingir cerca de 2/3 da população 
em 2025. África, Ásia, Austrália, Estados Unidos e até o nordeste brasileiro já 
estão em situação de escassez ou próximo disso. A imigração é o resultado mais 
certeiro nessas situações, em busca de alimentos e água. As previsões apontam 
para um aumento na ocorrência de secas e evaporação dos solos, em virtude da 
alta temperatura, mas as chuvas promovidas por esse vapor caíram em outras 
regiões, tornando os solos mais áridos. “Precisamos ser mais eficientes com nos-
sos recursos”, diz Michael Hayes, diretor do Centro Nacional de Mitigação da 
Seca, dos EUA.
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Uso de energia suja no Brasil
Entendemos por energia suja aquela que, quando utilizada, causa danos à saúde 
das pessoas e ao meio ambiente, provocando a poluição do ar. Essas fontes de 
energia suja são utilizadas, na maioria das vezes, para gerar a energia elétrica, 
como nos casos das usinas termelétricas que usam o carvão mineral, ou nos 
meios de transporte.
Em se tratando de Brasil, embora tenhamos potencial hidroelétrico, ainda uti-
lizamos energia suja, pois a geração de energia das hidrelétricas não é suficiente.
Essas usinas ainda podem ser utilizadas em caso de crise hídrica, quando os 
reservatórios de água das hidrelétricas ficam muito baixos. Temos como exem-
plo a situação da crise hídrica do verão 2013/2014, quando o nível de chuvas 
ficou muito abaixo do normal (www.suapesquisa.com).
A Energia mais suja do Brasil 
As 260 usinas termelétricas instaladas nos estados do Acre, Rondônia, Amapá, 
Amazonas, Pará, Roraima e Mato Grosso queimam 6,3 milhões de litros de óleo 
por dia.
Isso significa em termos de poluição: 
Seis milhões de toneladas de CO2 por ano, o dobro das emissões de poluentes 
de toda a frota de veículos da cidade de São Paulo. Cada petroleiro que abastece 
Manaus com óleo diesel produz poluentes equivalentes à queima de uma área 
de 28 hectares de floresta.
Viagem longa e cara
O óleo diesel que abastece as 260 usinas termelétricas, veículos e embarcações 
da Amazônia chega a Manaus em petroleiros vindos do Sudeste do Brasil ou é 
importado de países como Venezuela, Estados Unidos, Índia e Coreia do Sul. 
O ponto de partida de 50% dos petroleiros é o terminal da Petrobrás em São 
Sebastião, no litoral de São Paulo. A distância entre São Sebastião e Manaus é de 
5930 quilômetros, o custo mensal da operação é de 10 milhões de reais, o óleo 
diesel por mês custa 180 milhões de litros, cinco petroleiros por mês são neces-
sários e a duração da viagem é de 15 dias.
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Um estudo realizado por pesquisadores das principais instituições públicas e pri-
vadas do país afirma que a economia brasileira poderá perder até R$ 3,6 trilhões 
nos próximos 40 anos, em decorrência das mudanças climáticas.O estudo (denominado de Economia das Mudanças do Clima no Brasil) 
abordou vários setores, como: agricultura, energia, uso da terra e desmatamento, 
biodiversidade, recursos hídricos, zona costeira, migração e saúde, e descreveu 
que em 2050 o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seria de R$ 15,3 trilhões a 
R$ 16 trilhões, caso não houvesse mudanças no clima. Se forem considerados os 
impactos das mudanças climáticas, esses montantes seriam reduzidos de 0,5% a 
2,3%. Conforme o documento, as perdas acumuladas até 2050 ficariam entre R$ 
719 bilhões e R$ 3,6 trilhões. Foram projetados dois cenários para o Brasil, que 
levaram em conta duas possíveis trajetórias do clima futuro, desenvolvidas pelo 
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Os resultados do 
estudo provaram os seguintes fatos: é muito melhor antecipar essas mudanças; 
assumir políticas públicas de redução de emissões, por parte do setor produtivo; 
o Brasil deve reduzir o desmatamento. “Com tudo isso, estaremos reduzindo 
custos”, disse à BBC Brasil o coordenador do estudo, Jacques Marcovitch, pro-
fessor da FEA/USP.
O estudo estima que as mudanças climáticas resultariam em redução de 40% 
da cobertura florestal na região sul-sudeste-leste da Amazônia, que será substituída 
pelo bioma savana. No Nordeste, a redução de chuvas causaria perdas na agri-
cultura e reduziria a capacidade de 
pastoreio de bovinos de corte. Nesse 
cenário, a saída seria as modificações 
genéticas, servindo como alternativas 
para reduzir os impactos das mudan-
ças climáticas na agricultura, o que 
exigiria investimentos em pesquisa 
da ordem de R$ 1 bilhão por ano.
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Os Grandes Marcos Ambientais Mundiais
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No setor de energia, precisaria instalar capacidade extra de geração, a exem-
plo da geração por gás natural, bagaço de cana e energia eólica, com custo entre 
US$ 51 bilhões e US$ 48 bilhões. O documento ainda sugere medidas mitiga-
doras, como substituição de combustíveis fósseis, taxação de emissão de CO2, 
entre outras.
OS GRANDES MARCOS AMBIENTAIS MUNDIAIS
CONFERÊNCIA DE ESTOCOLMO EM 1972
A Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que a ação humana 
estava causando séria degradação da natureza e criando severos riscos para o 
bem-estar e para a própria sobrevivência da humanidade. Foi marcada por uma 
visão antropocêntrica de mundo, em que o homem era tido como o centro de 
toda a atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato de a espécie humana 
ser parte da grande cadeia ecológica que rege a vida na Terra. 
Essa Conferência se destacou pelo confronto entre as perspectivas tanto dos 
países desenvolvidos quanto dos países em desenvolvimento. Propuseram um 
programa internacional voltado para a Conservação dos recursos naturais e gené-
ticos do planeta. A Conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente 
Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade 
que deveriam governar as decisões concernentes às questões ambientais. Outro 
resultado formal foi um Plano de Ação que convocava todos os países, os orga-
nismos das Nações Unidas, bem como todas as organizações internacionais a 
cooperarem na busca de soluções para uma série de problemas ambientais.
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RIO 92 OU CÚPULA DA TERRA
Com o objetivo de avaliar como os países haviam promovido a Proteção ambiental 
desde a Conferência de Estocolmo de 1972, a Assembleia Geral da ONU convo-
cou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD), que ficou conhecida como “Cúpula da Terra”, e marcou sua reali-
zação para o mês de junho de 1992, de maneira a coincidir com o Dia do Meio 
Ambiente.
Dentre os objetivos principais dessa conferência, destacaram-se os seguintes: 
1. examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com 
o estilo de desenvolvimento vigente; 
2. estabelecer mecanismos de transferência de tecnologias não poluentes 
aos países subdesenvolvidos; 
3. examinar estratégias nacionais e internacionais para a incorporação de 
critérios ambientais ao processo de desenvolvimento; 
4. estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever amea-
ças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais; 
5. reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventualmente criando novas 
instituições para implementar as decisões da conferência. 
Como produto dessa Conferência, foram assinados 05 documentos, quais sejam: 
1. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento - Trata-
-se de uma carta contendo 27 princípios que visam estabelecer um novo 
estilo de vida, um novo tipo de presença do homem na Terra, por meio 
da proteção dos recursos naturais, da busca do desenvolvimento susten-
tável e de melhores condições de vida para todos os povos.
2. Agenda 21 - A Agenda 21 é um abrangente plano de ação para ser imple-
mentado pelos governos, agências de desenvolvimento, organizações das 
Nações Unidas e grupos setoriais independentes em cada área em que a 
atividade humana afeta o meio ambiente. As quatro seções se subdividem 
em capítulos temáticos que contêm um conjunto de áreas e programas. 
Tais seções abrangem os seguintes temas:
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 ■ dimensões econômicas e sociais: trata das relações entre meio ambiente 
e pobreza, saúde, comércio, dívida externa, consumo e população;
 ■ conservação e administração de recursos: trata das maneiras de gerenciar 
recursos físicos para garantir o desenvolvimento sustentável;
 ■ fortalecimento dos grupos sociais: trata das formas de apoio a grupos 
sociais organizados e minoritários que colaboram para a sustentabilidade;
 ■ meios de implementação: trata dos financiamentos e papel das ativida-
des governamentais.
3. Princípios para a Administração Sustentável das Florestas - Os países par-
ticipantes da CNUMAD adotaram essa declaração de princípios visando 
a um consenso global sobre o manejo, conservação e desenvolvimento 
sustentável de todos os tipos de florestas. Apesar de controvertido, esse 
foi o primeiro tratado a abordar a questão florestal de maneira universal.
4. Convenção da Biodiversidade - A Convenção da Biodiversidade foi assi-
nada no Rio de Janeiro, em 1992, por 156 Estados e uma organização de 
integração econômica regional. Os objetivos da convenção estão expres-
sos em seu artigo de número 1:
Os objetivos dessa Convenção, a serem observados de acordo com as 
disposições aqui expressas, são a conservação da biodiversidade, o uso 
sustentável de seus componentes e a divisão equitativa e justa dos bene-
fícios gerados com a utilização de recursos genéticos, através do acesso 
apropriado a referidos recursos, e através da transferência apropriada 
das tecnologias relevantes, levando-se em consideração todos os direi-
tos sobre tais recursos e sobre as tecnologias, e através de financiamen-
to adequado (MMA – Ministério do Meio Ambiente).
A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
Reprodução proibida. A
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5. Convenção sobre Mudança do Clima - Foi assinada em 1992, no Rio de 
Janeiro, por 154 Estados e uma organização de integração econômica 
regional. Seus objetivos são:
 ■ estabilizar a concentração de gases efeito estufa na atmosfera num nível 
que possa evitar uma interferência perigosa com o sistemaclimático; 
 ■ assegurar que a produção alimentar não seja ameaçada; 
 ■ possibilitar que o desenvolvimento econômico se dê de forma sustentável.
PROTOCOLO DE KYOTO
No ano de 1997, ocorreu a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças 
Climáticas na cidade de Kyoto, no Japão. Nessa ocasião, foi criado um acordo 
internacional denominado “Protocolo de Kyoto”, o qual entrou em vigor no ano 
de 2005. O acordo apresentou como objetivo maior estabilizar a emissão de gases 
de efeito estufa (GEE), visando à redução do aquecimento global e seus impactos. 
Foi assinado por 184 países que participaram da convenção e foram divididos 
em dois grupos, de acordo com seu grau de desenvolvimento/industrialização: 
países desenvolvidos (considerados anexo I) e países em desenvolvimento (não 
anexo I), sendo que cada grupo apresenta obrigações diferentes em relação ao 
Protocolo (Quadro 4). Entre os países desenvolvidos, destaca-se o fato de os 
Estados Unidos da América não ter ratificado esse tratado.
Alemanha Islândia
Austrália Itália
Áustria Japão
Bélgica Letônia
Bulgária Liechtenstein
Canadá Luxemburgo
Dinamarca Mônaco
Eslováquia Noruega
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Espanha Nova Zelândia
Estados Unidos Países Baixos
Estônia Polônia
Federação Russa Portugal
Finlândia Reino Unido
França República Tcheca
Grécia Romênia
Hungria Suécia
Irlanda Suíça
Quadro 4 - Países que compõem o anexo I do Protocolo de Kyoto
Fonte: Curi (2001, p. 38).
O protocolo de Kyoto impôs tarefas mais árduas aos países desenvolvidos, de 
acordo com o princípio de “Responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, 
fato que está ligado ao reconhecimento de tais países como os principais respon-
sáveis pelos atuais níveis elevados de emissões de GEE na atmosfera. Os países 
desenvolvidos que assinaram o protocolo assumiram o compromisso de redu-
zir em 5,2% suas emissões de gases do efeito estufa, considerando os níveis que 
emitiam em 1990, tendo um período entre 2008 e 2012 para cumprir a meta, o 
qual é denominado como primeiro período de compromisso. Visando à redu-
ção das emissões dos GEE, foram propostos três Mecanismos de Flexibilização 
pelo Protocolo de Kyoto:
1) implementação conjunta: abrange a implantação de projetos de redução de 
emissões de GEE entre países do Anexo I;
2) comércio e Emissões: permite que países do Anexo I que tenham reduzido 
suas emissões abaixo de sua meta transfiram o excedente de suas reduções 
para outros países do Anexo I que não tenham obtido sua meta;
3) mecanismos de Desenvolvimento Limpo: permite que países desenvolvi-
dos invistam em projetos de energia limpa nos países em desenvolvimento;
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Reprodução proibida. A
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Os países em desenvolvimento (não anexo I) não apresentam metas obriga-
tórias de redução de GEE, mas devem participar também da redução desses 
gases a partir de ações governamentais e projetos descritos no Mecanismo de 
Desenvolvimento Limpo. Os países pertencentes ao não anexo I podem comer-
cializar créditos de carbono gerados por projetos que estejam reduzindo a emissão 
de GEE para países desenvolvidos. Segundo Curi (2011), o crédito de carbono é 
um direito de poluir que pode ser vendido para países do anexo I, ou seja, uma 
moeda ambiental. Cada crédito de carbono representa a retirada da atmosfera 
de uma tonelada de CO2, com a compra de créditos, o comprador passa a ter o 
direito de emitir o equivalente em gases-estufa.
Para você entender:
Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certifica-
dos emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa 
(GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equiva-
lente corresponde a um crédito de carbono.
Créditos de carbono criam um mercado para a redução de GEE dando um 
valor monetário à redução da poluição. O mercado ficou estabelecido a par-
tir da assinatura, em 1997, do Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de 
redução de emissões de dióxido de carbono para os países mais industriali-
zados do planeta.
Para que esses países consigam atingir suas metas, o protocolo lhes permite 
comprar os créditos de carbono de outras nações, como o Brasil, que tam-
bém é signatário do acordo.
Leia mais no site do Ministério de Ciência e Tecnologia:
<www.mct.gov.br>
Fonte: GREENCO2. Créditos de carbono - O que são. São Paulo. Disponível em: 
<http://www.greenco2.net/credito_oquesao.shtml>. Acesso em: 18 maio. 2015.
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CO-GERAÇÃO
De acordo com o SEBRAE, a co-geração é o segmento mais explorado pelo 
Brasil no mercado de créditos de carbono, com 67 projetos aprovados, segundo 
o Ministério do Meio Ambiente. Um exemplo é a utilização do bagaço de cana 
para geração de energia nas usinas, um processo que rende créditos por preser-
var a biomassa que seria queimada. Para medir os valores, existem metodologias 
que calculam quanto CO2 deixa de ser lançado no meio ambiente.
Ainda segundo o SEBRAE, o segundo segmento mais explorado no país, 
com 22 projetos, é a produção de biogás por intermédio de disposição e manejo 
de dejetos. Nesse caso, a simples queima do biogás já é enquadrada no MDL. 
Outra forma de obter créditos com o biogás é sua utilização como combustí-
vel, para geração de energia elétrica, térmica ou mecânica na propriedade rural, 
contribuindo para a redução dos custos de produção. Nas granjas de suínos, 
por exemplo, a energia obtida a partir dos dejetos dos animais pode alimentar 
as lâmpadas utilizadas para aquece-los.
CONFERÊNCIA DE COPENHAGUE OU COP-15
A COP-15 ou 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 
7 a 18 de dezembro de 2009 em Copenhague (Dinamarca), foi espera-
da com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, empresas e 
pessoas interessadas para saber como o mundo vai resolver a ameaça 
do aquecimento global. 
De acordo com o 4º relatório do IPCC – Painel Intergovernamental de 
Mudanças Climáticas, publicado em 2007, a temperatura da Terra não 
pode aumentar mais do que 2º C, em relação à era pré-industrial, até 
o final deste século, ou as alterações climáticas sairão completamente 
do controle. Para isso, é necessário reduzir a concentração de gases de 
efeito estufa na atmosfera, já que são eles os responsáveis por reter mais 
calor na superfície terrestre. O ideal é que a quantidade de carbono não 
ultrapassasse os 350ppm, no entanto, já estamos em 387ppm, número 
que cresce 2ppm/ano. 
A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
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Diminuir a emissão de gases de efeito estufa implica modificações 
profundas no modelo de desenvolvimento econômico e social de cada 
país, como a redução do uso de combustíveis fósseis, a opção por ma-
trizes energéticas mais limpas e renováveis, o fim do desmatamento e 
da devastação florestal e a mudança de nossos hábitos de consumo e 
estilos de vida. Por isso, até agora, os governos têm se mostrado bem 
menos dispostos a reduzir suas emissões de carbono do que deveriam 
(PLANETA SUSTENTÁVEL, online).
Era para os países assinarem cortes de gases-estufa, segundo as recomen-
dações científicas do IPCC.  Mas o fruto de dois anos de preparativos e duas 
semanasde conferência foi um texto com duas páginas e meia. Não estabelece-
ram metas; apresentaram algumas cifras, mas não explicaram como o dinheiro 
seria captado e administrado. Segundo a ONU, dos 111 países e União Europeia 
que expressaram apoio ao acordo de Copenhague, 75 países fixaram meta de 
emissão de gases-estufa para 2020. 
 Mais preciso no capítulo financeiro do que no relativo à redução de emis-
sões, o Acordo de Copenhague - um documento político não vinculante – apenas 
previu uma ajuda aos países mais vulneráveis de 30 bilhões de dólares em três 
anos (2010 a 2012) e um aumento progressivo para alcançar os cem bilhões de 
dólares anuais em 2020.
O acordo de Copenhague foi criticado por muitos, uma vez que não estabe-
leceu limites à poluição e indicou que os países concordassem que a tempe-
ratura do planeta não poderia subir mais de 2º C até 2020. Prevendo ações 
para a manutenção do aumento da temperatura global a 2º C. No acordo 
não foi previsto qualquer redução de emissões dos gases que provocam o 
efeito estufa. Neste documento, foi descritA a criação de um fundo emer-
gencial de US$ 30 bilhões pelos próximos três anos, para ajudar países po-
bres a combater UM causas e efeitos das mudanças do clima e também para 
arrecadar fundos aos financiamentos de longo prazo de até US$ 100 bilhões 
até 2020.
Para saber mais sobre o Acordo de Copenhague na íntegra, acesse o site:
<http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1421535-17816,00.
html>
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RIO+20: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentá-
vel (UNCSD), que foi organizada em conformidade com a Resolução 
64/236 da Assembleia Geral (A/RES/64/236), tendo como país sede o 
Brasil de 20 a 22 de junho de 2012 marcando o 20º aniversário da Con-
ferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(UNCED), que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992, e o 10º aniversário 
da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (WSSD), ocor-
rida em Johanesburgo em 2002. Com a presença de Chefes de Estado 
e de Governo ou outros representantes a expectativa foi de uma Con-
ferência do mais alto nível, sendo que dela resultou a produção de um 
documento político focado. 
O objetivo da Conferência foi a renovação do compromisso político 
com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progres-
so e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas princi-
pais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emer-
gentes (BRASIL, 2012, online).
Os principais temas debatidos foram: (a) uma revisão do que foi feito nos últi-
mos 20 anos em relação ao meio ambiente; (b) a importância e os processos da 
Economia Verde; (c) ações para garantir o desenvolvimento sustentável do pla-
neta; (d) maneiras de eliminar a pobreza; (e) a governança internacional no 
campo de desenvolvimento sustentável.
O documento com 53 páginas destaca aspectos sociais e ressalta o esforço 
conjunto para o combate à pobreza e à fome, à proteção das florestas, dos ocea-
nos e da biodiversidade e o incentivo à agricultura e à energia sustentável. 
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Em cada um dos 253 itens do texto final, há algum tipo de afirmação, seja 
reconhecendo um problema, seja se comprometendo com algum ideal ou mesmo 
propondo alguma ação específica. No entanto, a maior parte do documento ape-
nas reforça ou reafirma compromissos estabelecidos em outras conferências, como 
a ECO-92, realizada há 20 ano, também no Rio de Janeiro, o que despertou críti-
cas de ecologistas, organizações sociais e até delegações dos governos. Enquanto 
isso, alguns dos temas mais polêmicos, como a negociação das formas de finan-
ciamento das metas estabelecidas, acabaram adiando para os próximos anos a 
definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos 
analistas disseram que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados 
Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas.
A Rio+20 ou Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sus-
tentável reuniu líderes mundiais, os quais discutiram medidas com o obje-
tivo de favorecer o progresso juntamente com à preservação do meio am-
biente nas próximas décadas. Os dois temas principais discutidos foram a 
economia verde e a cooperação global. A economia verde trata-se de um 
modelo de crescimento econômico baseado na baixa emissão de carbono e 
no uso inteligente dos recursos naturais.
Para você conhecer na íntegra o documento sobre a Conferência das Nações 
Unidas, acesse o link:
<http://rio20.ebc.com.br/wp-content/uploads/2012/06/TheFutureWeWa-
nt.pdf>
Fonte: Confira os resultados da cobertura integrada da EBC. EBC, Empresa Brasil de 
Comunicação, Rio de Janeiro, 2012. Disponível em: <http://rio20.ebc.com.br/wp-
-content/uploads/2012/06/TheFutureWeWant.pdf>. Acesso em: 18 maio 2015.
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GESTÃO AMBIENTAL
O SURGIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO AMBIENTAL
A Gestão Ambiental surgiu da necessidade do ser humano organizar melhor 
suas diversas formas de se relacionar com o meio ambiente (MORALES, 2006). 
A seguir, são descritos alguns marcos que contribuíram para a formação his-
tórica da gestão ambiental, fizeram o mundo repensar acerca do desenvolvimento 
e a relação deste com o meio ambiente e a sociedade, até chegar à formulação da 
gestão ambiental na atualidade.
Uma indicação bastante interessante são os apontamentos descritos no re-
latório publicado pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente), conhecido como GEO-3 (Panorama Ambiental Global), em que 
são abordados os principais problemas ambientais que estão afligindo a 
humanidade. Dentre os problemas, está a concentração de gás carbônico 
na atmosfera, que provoca o aquecimento global terrestre; a crescente es-
cassez de água potável devido a um aumento da população; o desenvol-
vimento industrial e a expansão da agricultura irrigada; a degradação dos 
solos por erosão, salinização; o avanço contínuo da agricultura irrigada em 
grande escala; os desmatamentos; a poluição dos rios, lagos, zonas costeiras 
e baías, pelo despejo de resíduos e dejetos industriais e orgânicos; os des-
matamentos contínuos. 
Para você conhecer melhor esses apontamentos sobre os principais proble-
mas ambientais para a humanidade, acesse:
<http://www.espacoacademico.com.br/014/14crattner.htm>
Fonte: RATTNER, Henrique. Meio ambiente e desenvolvimento sustentável: o mundo 
na encruzilhada da História. Revista Espaço Acadêmico, São Paulo, ano II, n. 14, jul. 
2002. Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/014/14crattner.htm>. 
Acesso em: 18 maio 2015.
A FORMULAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL ATUAL
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Década de 1940 a 1950: 
 ■ Bombas Atômicas em Hiroshima e Nagasaki.
Década de 1960:
 ■ Industrialização acelerada - aceitação da ideia de que os prejuízos ambien-
tais devem ser assumidos pela sociedade, em favor do desenvolvimento 
econômico.
 ■ Preocupação com acidentes de trabalho.
 ■ Legislação ambiental incipiente no Brasil.
 ■ Publicação do romance “Silent Spring” (Primavera Silenciosa), da bióloga 
americana Rachel Carson, que contribuiu decisivamente para a proibi-
ção do usodo DDT.
Década de 70: 
 ■ Conferência de Estocolmo, promovida pela ONU em 1972. 
 ■ Crise do Petróleo e aceleração dos programas nucleares na Europa.
 ■ Surgimento das ONG’s - em 1971, nasce o Greenpeace, que apresenta uma 
das atuações mais radicais em favor do meio ambiente.
 ■ Inicia-se a implantação da tecnologia de fim de tubo (ponto de descarga).
 ■ Em 1974, pela primeira vez, cientistas americanos chamam a atenção 
do mundo para os perigos da destruição da camada de ozônio, pelo uso 
dos CFCs.
 ■ Criação da Agência Ambiental Americana (EPA), do Selo Verde na 
Alemanha e do Anjo Azul na França.
Década de 80:
 ■ Instituição da Política Nacional do Meio ambiente, em 1981, e criação de 
diversos órgãos de atuação ambiental.
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 ■ Legislação ambiental sobre zoneamento ambiental, licenciamento de ativi-
dades poluidoras e avaliação de impacto ambiental (Resolução CONAMA 
1/86), dentre outras.
 ■ Preocupação das empresas em atender às exigências dos órgãos ambientais.
 ■ Inclusão do planejamento ambiental nas empresas, investimentos e sis-
temas de controle.
 ■ Pouca (ou nenhuma) visão das oportunidades de ganho decorrentes de 
uma gestão ambiental eficaz.
 ■ Mobilização das comunidades.
 ■ Convenção de Viena, de 1985, e o Protocolo de Montreal, em 1987, sobre 
o uso de substâncias nocivas à camada de ozônio.
 ■ Aprovação e divulgação pela ONU, em 1987, do Relatório “Nosso Futuro 
Comum”, no qual foi defendido o conceito de Desenvolvimento Sustentável. 
Década de 90: 
 ■ Conferência Rio-92, que consolidou o conceito de desenvolvimento sus-
tentável e aprovou a Agenda 21.
 ■ Promulgada, em 1991, pela Câmara Internacional do Comércio (ICC), 
a “Carta de Roterdã”, conhecida também por “Princípios do desenvolvi-
mento sustentável”.
 ■ Gestão Proativa (ações preventivas para evitar a poluição no ponto de 
geração).
 ■ Intensificação da mobilização das comunidades, de forma organizada e 
reivindicativa.
 ■ Adesão das empresas a princípios estabelecidos por determinados gru-
pos, com base no conceito de desenvolvimento sustentável. Exemplos: 
“Responsible Care” (Atuação Responsável), da Associação de Indústrias 
Químicas e “Princípios do Desenvolvimento sustentável”, da ICC.
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 ■ Emissão da Norma ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental, com ade-
sões em escala crescente por parte das empresas internacionais e nacionais, 
antes mesmo de sua versão final em Outubro de 1996.
 ■ Negociações internacionais sobre a redução das emissões de CO2 (Protocolo 
de Kyoto).
 ■ Surgimento da legislação brasileira sobre “crimes ambientais” (1998).
Década de 2000: 
 ■ Introdução do conceito do ciclo de vida do produto (análise ambiental 
de todas as etapas de produção, incluindo fornecedores e consumidores, 
conhecida também pela expressão “do berço ao túmulo”).
 ■ Integração das questões ambientais às estratégias de negócios, gestão 
ambiental vista como um diferencial competitivo e um fator de melho-
ria organizacional.
 ■ Exploração do “ecomarketing”; “empresa cidadã”; preocupação da empresa 
frente à sociedade.
GESTÃO AMBIENTAL: DEFINIÇÃO
Segundo a Enciclopédia Britânica, “gestão ambiental é o controle apropriado 
do meio ambiente físico, para propiciar o seu uso com o mínimo de abuso, de 
modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do ser 
humano.” Ou ainda, a Gestão Ambiental consiste na administração do uso dos 
recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos 
e potenciais institucionais e jurídicos, com a finalidade de manter ou recuperar 
a qualidade de recursos e desenvolvimento social (CAMPOS, 2002).
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Há outros autores que definem Gestão Ambiental como:
diretrizes e atividades administrativas e operacionais como planeja-
mento, direção, controle, alocação de recursos e outras realidades com 
o objetivo de obter efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer re-
duzindo ou eliminando os danos ou problemas causados pelas ações 
humanas, quer evitando que eles surjam (BARBIERI, 2007, p. 25).
Ou o “conjunto de medidas e procedimentos definidos e adequadamente aplicados 
que visam reduzir e controlar os impactos introduzidos por um empreendimento 
sobre o meio ambiente” (VALLE, 2000, p. 39).
Meyer (2000) apresenta a gestão ambiental da seguinte forma: 
 ■ objeto de manter o meio ambiente saudável (à medida do possível), para 
atender as necessidades humanas atuais, sem comprometer o atendimento 
das necessidades das gerações futuras;
 ■ meio de atuar sobre as modificações causadas no meio ambiente pelo 
uso e/ou descarte dos bens e detritos gerados pelas atividades humanas, 
a partir de um plano de ação viável, técnica e economicamente, com prio-
ridades perfeitamente definidas;
 ■ instrumentos de monitoramentos, controles, taxações, imposições, sub-
sídios, divulgação, obras e ações mitigadoras, além de treinamento e 
conscientização;
 ■ base de atuação de diagnósticos (cenários) ambientais da área de atua-
ção, a partir de estudos e pesquisas dirigidos em busca de soluções para 
os problemas que forem detectados.
A gestão ambiental deve visar o uso de práticas que garantam a conser-
vação e preservação da biodiversidade, a reciclagem das matérias-pri-
mas e a redução do impacto ambiental das atividades humanas sobre 
os recursos naturais. Fazem parte também do arcabouço de conheci-
mentos associados à gestão ambiental técnicas para a recuperação de 
áreas degradadas, técnicas de reflorestamento, métodos para a explo-
ração sustentável de recursos naturais, e o estudo de riscos e impactos 
ambientais para a avaliação de novos empreendimentos ou ampliação 
de atividades produtivas (FRANCISCO, online).
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A prática da gestão ambiental introduz a variável ambiental no planejamento 
empresarial e, quando bem aplicada, permite a redução de custos diretos (pela 
diminuição do desperdício de matérias-primas e de recursos cada vez mais escas-
sos e dispendiosos, como água e energia) e de custos indiretos (representados por 
sanções e indenizações relacionadas aos danos ao meio ambiente ou à saúde de 
funcionários, e da população de comunidades que tenham proximidade geográ-
fica com as unidades de produção da empresa). Um exemplo prático de políticas 
para a inserção da gestão ambiental em empresas tem sido a criação de leis que 
obrigam a prática da responsabilidade pós-consumo. Podemos citar, nesSe caso, 
a logística reversa aplicada às embalagens de agrotóxicos.
A gestão ambiental se aplica a uma grande variedade de iniciativas relativas 
a qualquer tipo de problema ambiental. A qualidade de vida e a própria sobre-
vivência da sociedade humana não podem ser estudadas simplesmente como 
variáveis do sistema econômico. O desafio é ultrapassar essa visão reducionista 
para alcançar soluções capazes de harmonizar o plano econômico, ambiental 
e social. A adoção de procedimentos mais responsáveis em relação aos efeitos 
ambientais das atividades econômicas é um jogo que não admite perdedores 
(ANDREOLI, 2002). 
A adoção da gestão ambiental deve passar por uma mudança em sua cultura 
empresarial e por uma revisão de seus paradigmas (Quadro

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