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ATIVIDADE AVALIATIVA II

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Universidade Federal Fluminense (Uff) 
Administração Pública - Polo: Itaocara 
Matéria: Gestão Social e Economia Solidária 
Aluno: Cristiano Nascimento Campos - Matrícula: 14113110366 
 
Atividade Avaliativa II 
 
 Partindo dos conceitos de gestão social e de gestão estratégica, procura-se 
apresentar uma diferenciação entre os conceitos. Pode-se observar uma diferenciação em 
torno da racionalidade pertinente a cada tipo de gestão. Nota-se com clareza que a 
racionalidade instrumental e formal é arcabouço para a gestão estratégica e que a 
racionalidade substantiva é inerente à gestão social. A racionalidade utilitária traz uma 
forma de agir racional voltada para fins, já a forma comunicativa procura o diálogo. 
 Surgindo assim a primeira diferença no entorno de gestão estratégica e gestão 
social, a sua racionalidade inerente. A partir destas diferentes racionalidades, vê-se que 
ao buscar fins estabelecidos e calculados anteriormente, a próxima ação da gestão 
estratégica é definir a “estratégia” a ser tomada. Assim, a gestão estratégica antefere como 
prioridade a hierarquia como meio de organização. No entanto a hierarquia necessita 
alinhamento, de forma que um grupo possa comandar outro, geralmente mais numeroso, 
o incentivo tem de ser real e presente, especialmente para os comandados. Esta hierarquia 
pode ser notada nas relações de emprego/trabalho. Se legitima e se justifica a hierarquia 
no meio onde a demanda por trabalho/emprego supera a oferta. Desta maneira o 
trabalhador entende como verdadeira e até “natural” a hierarquia de poder no âmago da 
organização e o alinhamento torna-se naturalizado na dinâmica de gestão e na necessidade 
de resultados. 
 Porém, no modo da gestão social, a tomada de decisão é coletiva, também 
conhecida por heterárquica, e norteada pelo interesse comum, assim, o grupo procura o 
que é de interesse do coletivo (e desta forma chega-se ao interesse individual), através do 
diálogo intersubjetivo. Devendo prevalecer neste processo o entendimento e não a 
negociação (uma característica da racionalidade instrumental). Desta forma, o 
alinhamento e a hierarquia são desconhecidos ao processo de gestão social, onde os 
consensos são forjados. 
 Vê-se outra característica que difere os dois tipos de gestão, a coletivização ou 
transparência das informações adquiridas no processo de gestão. A comunicação é formal 
na gestão estratégica e informações críticas podem ser salvas aos cuidados de um grupo 
decisor. Este processo gerencial atrapalha a comunicação das consciências individuais 
entre os atores, separados entre os que têm acesso completo e claro à informação e os que 
não a tem. As dificuldades achadas na intersubjetividade se refletem na conversa. Assim, 
diz-se que na gestão estratégica a transparência não é uma proposição e a 
intersubjetividade e a dialogicidade se afirmam com maior dificuldade. 
 Na gestão social, ao contrário, a coletivização ou transparência das informações é 
uma das condições do processo e torna-se presente na busca pela intersubjetividade e 
dialogicidade. Sem tais condições, a tomada de decisão coletiva não seria considerada 
como tal e a ação comunicativa não se tornaria presente nesta forma de gestão. 
 O meio onde dá-se todo tipo de gestão também mostra diferenças. Conforme a 
gestão estratégica se desabrocha, de maneira mais efetiva, no meio privado, a gestão 
social torna-se possível somente na esfera pública. Entretanto, a mudança das 
características da gestão estratégica para uma arena pública (profissionalização da gestão 
na sociedade civil organizada ou gerencialismo na gestão pública) transforma o 
entendimento de esfera pública no caminho de privatizar o público, buscando melhorar o 
desempenho das organizações e maximização dos resultados na visão estratégica. 
 Busca-se demonstrar que a melhoria do desempenho, fator unidimensional, pode 
deixar de levar em conta fatores éticos e até mesmo a qualidade de vida das pessoas. 
Assim dizendo, a melhora do desempenho como fim em si mesma, ter apenas como 
objetivo a maximização de resultados é inconcebível na esfera pública multidimensional, 
na qual os indivíduos tomam decisões coletivas com base numa racionalidade 
comunicativa. No entanto, a gestão social vem buscando a melhoria de desempenho 
considerando as questões discutidas, apresentadas e consideradas como de bem comum. 
 Analisando o objetivo de cada tipo de gestão. A gestão estratégica tenta a maior 
rentabilidade/lucro no menor espaço de tempo possível preferivelmente. Assim dizendo, 
a maximização dos resultados, dentro o cenário competitivo e a concorrência 
interempresarial. O logro da gestão estratégica/empresarial é mensurado sob esta ótica. 
No entanto, a gestão social procura a emancipação por intermédio da relação dialética 
negativa (Adorno, 2009) entre conveniência do bem-compreendido e a própria 
emancipação. Por analogia, o sucesso desta gestão se concentra em uma perspectiva 
emancipatória dos atores, reforçando o interesse bem-compreendido. Assim, a gestão 
social tem sucesso, quanto mais houver emancipação e interesse bem-compreendido entre 
os mesmos. Cabe salientar que estes constructos são representados como tipos ideais 
weberianos. 
 Pode-se considerar que a perspectiva de tempo também é uma dimensão com 
diferentes significados para análise de cada tipo de gestão. O tempo é primordial em 
gestão estratégica, inclusive tido como insumo. Esta ótica é, por exemplo, inseparável do 
conceito de rentabilidade, tendo o tempo como uma das variáveis, o tempo sendo menor, 
maior a rentabilidade de tal atividade. Em se tratando da gestão social, o processo em si 
pode ser tido como mais lento, pois mais pessoas estão a participar do processo decisório. 
Vê-se o horizonte de tempo relacionado com à sustentabilidade, pois as pessoas notam 
que são responsáveis pelo processo decisório, sendo impactadas diretamente por este. 
Assim, a tomada de decisão na gestão social traz uma ótica de interdependência entre os 
atores no que tange a discussão proposta por Cançado (2011) e Cançado, Pereira e 
Tenório (2014), por conseguinte, esta interdependência, tendo como base a solidariedade 
(responsabilidade mútua entre os atores) vislumbra a sustentabilidade, não somente no 
entendimento ambiental do termo, mas no amplo sentido do termo. 
 Já em relação à dimensão amplitude da ação, a gestão estratégica, por ter bem 
definido seus objetivos, procura a solução dos problemas que acredita ser de sua alçada e 
podem nortear a maximização dos resultados e melhoria do desempenho. Assim, 
problemas não entrelaçados diretamente, na visão dos gestores, às metas delineadas, não 
serão resolvidos, devendo ou não ser monitorados. No entanto, na gestão social, como a 
extensão de pessoas que fazem parte do processo decisório é maior, maior também é a 
quantidade de problemas tidos como ligados diretamente à gestão, além disso, a ótica da 
sustentabilidade e solidariedade ampliam mais ainda este espectro, de maneira a levar em 
consideração praticamente todos os problemas como tendo relação à gestão social. 
A perspectiva relacionada as duas maneiras de gestão também podem ser tidas como uma 
diferença. Em gestão estratégica, a visão é linear, labora com métodos mais analítico e 
racionais na criação de futuros alternativos às organizações, de forma a prever mudanças 
e redirecionar as ações administrativas baseadas em objetivos específicos definidos no 
interior das empresas e tendências. A procura pela melhoria de desempenho, mensurada 
pela rentabilidade e lucratividade, é embasada pela retroalimentação das respostasrecebidas pelo mercado que podem levar a novas alternativas no processo de busca da 
maximização de resultados. 
 Em primeiro plano estas análises supracitadas mostram a possibilidade de uma 
dicotomia entre gestão estratégica e gestão social. No entanto, essa não seria a direção 
indicada. A ideia é que são construções complementares, devendo estar em equilíbrio. A 
Gestão Social não se sustenta como substituta da gestão estratégica, nem de se 
transformar em hegemônica, como é hoje o caso da gestão estratégica (Guerreiro Ramos, 
1981; Gurgel, 2003; Acktouf, 2004). 
 
 
Referências: 
 
ADORNO, T W. (2009) Dialética negativa. Tradução: Marco Antônio Casanova; revisão 
técnica: Eduardo Soares Neves Silva. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 352p. 
 
AKTOUF, O. (2004) Pós-Globalização, administração e racionalidade econômica: a 
síndrome do avestruz. (M. H. C. V. Trylinski Trad.). São Paulo: Atlas. 
 
 
CANÇADO, Airton Cardoso; VILLELA, Lamounier Erthal; SAUSE, Jorge Oneide – 
GESTÃO SOCIAL E GESTÃO ESTRATÉGICA: REFLEXÕES SOBRE AS 
DIFERENÇAS E APROXIMAÇÕES DE CONCEITOS - Revista de Gestão Social e 
Ambiental - RGSA, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 69-84, set./dez. 2016. Disponível em: < 
https://rgsa.emnuvens.com.br/rgsa/article/view/1179/pdf >. Acessado em: 08 de marc. 
2019. 
 
CANÇADO, A. C., PEREIRA, J. R., TENÓRIO, F. G. (2014) Fundamentos teóricos da 
gestão social. anais do Transformare, 4, 2014, Paris: ISC. 
 
 
CANÇADO, A. C. (2011) Fundamentos teóricos da gestão social. Tese (Doutorado em 
Administração) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, Brasil. 
 
GUERREIRO RAMOS, A. (1981). A nova ciência das organizações: uma reconceituação 
da riqueza das nações. (M. Cardoso Trad.). (2ª ed.) Rio de Janeiro: Editora da Fundação 
Getúlio Vargas. 
 
GURGEL, C. (2003) Gerência do pensamento: gestão contemporânea e consciência 
neoliberal. São Paulo: Cortez.

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