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AD1 2018 2 - Literatura Brasileira V - Jorge Luís Almeida da Silva - 15113120175 - Letras - Pirai

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ
Disciplina: Literatura Brasileira V
Coordenador: Franklin Alves Dassie
AD 1 – 2018.2
Aluno: Jorge Luís Almeida da Silva 
Polo: Piraí		
Matrícula: 15113120175
Nota: _______________
 
Questão 1 - Aponte os traços de modernidade em Gregório de Mattos, justificando sua resposta com exemplos.
A obra de Gregório de Matos, “ O Boca do Inferno” é tradicionalmente dividida em torno de três grandes eixos temáticos: a poesia religiosa, a poesia lírica e a poesia satírica. A modernidade da obra de Gregório de Matos é identificável pela sua característica vanguardista , ou seja, no contexto da arte, ela rompia com as convenções do XVII, época do movimento Barroco. Onde podemos destacar, dentre outros fatores, a contestação de valores cristãos e pela sátira, em que ele utilizava-se da poesia para ridicularizar governantes e pessoas comuns, munindo-se para esse objetivo, de uma vocábulo nada formal para aquela época, século XVII. Gregório possui em sua poesia uma peculiaridade muito forte, o que chama a atenção dos escritores modernistas do século XX, Enfim, “ O Boca do Inferno” ( ganhou esse apelido, porque por meio de sua subversão, satirizava seus afetos), apesar de ter vivido e escrito sua poesia em pleno século XVII, com seu espírito vanguardista ,deu a essa características impregnadas de modernidade. Vejamos, abaixo, um exemplo de sua poesia satírica, na qual ele faz uma critica à economia da Bahia, e também ao então governador da Bahia Antônio Luís da Câmara Coutinho.
Triste Bahia
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante 
Estás e estou do nosso antigo estado! 
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante, 
Que em tua larga barra tem entrado, 
A mim foi-me trocando, e tem trocado, 
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente 
Pelas drogas inúteis, que abelhuda 
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente 
Um dia amanheceras tão sisuda 
Que fora de algodão o teu capote!
                                                       Gregório de Mattos
Do livro "História concisa da Literatura Brasileira", de Alfredo Bosi, Editora Cultrix, 1994, SP. 
Enviado por: Leninha
(Poema retirado do site : http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/pndp/pndp010750.htm)
QUESTÃO 2
Faça o mesmo com Augusto dos Anjos, seguindo o modelo da pergunta
anterior.
 
A modernidade da obra de Augusto dos Anjos está demarcada em sua escrita , onde ele percorre o caminho da negação de valores poéticos tradicionais , onde é perceptível que ele lança mão do recurso da ideia da poesia feita para extasiar o leitor. Além disso, a modernidade na poesia de Augusto dos Anjos está também em seu léxico antipoético, no qual o cientificismo e a escatologia estão presentes de forma imperiosa. Dos Anjos Produziu versos de profunda melancolia, que traziam à tona a descrença e o pessimismo frente ao ser e à sociedade, habituando-se, assim, a uma poesia de negação: negou as falsas ideologias, a corrupção, os amores fúteis e as paixões transitórias. Negou, também os valores poéticos tradicionais. O léxico de sua poesia era considerado antipoético, pois Augusto dos Anjos tem como marcas em sua poesia uma preferência por cientificismo e escatologia, acrescentando a essa várias críticas e denúncias sociais. Sua poesia trazia relatos sobre a morte, onde a putrefação, a decomposição da matéria estavam também presentes em suas obras. Dono de uma linguagem agressiva e, em algumas ocasiões coloquial e extravagante, distanciava a sua obra da irretocável poesia parnasiana. Vejamos um pouco sobre a obra de autor, no exemplo abaixo contido no poema "Psicologia de um vencido":
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme – este operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra! 
Percebam que o autor utiliza-se de vocábulos como “carbono”, “amoníaco” e “inorgânica”, que são propriamente símbolos de componentes de Química, o que comprova também a presença do cientificismo na obra de Augusto dos Anjos.
Questão 3
 
Disserte sobre os traços do conceito de originalidade na obra de Álvares de
Azevedo, justificando sua resposta com exemplos.
Álvares de Azevedo, conectado com a sua tradição literária, construiu uma originalidade que dando-lhe ênfase. Se nos atentarmos para o segundo prefácio de Lira dos vinte anos, poderemos perceber que talvez lá esteja um poema original, ou seja, novo, inédito. Esse traço de originalidade e de individualidade poética era algo muito valorizado pelo autor em tela. Azevedo não se deixou amordaçar por uma rigidez formal. Pelo contrário, rompeu com padrões literários, abrindo espaço para algumas palavras mais coloquiais e destacando situações corriqueiras, consideradas pouco poéticas. Na visão de Antônio Cândido, Azevedo deu linhagem poética ao prosaísmo quotidiano, à roupa suja, ao cachimbo sarrento; atendendo a uma exigência da personalidade contraditória, como também a execução de um programa cautelosamente planejado, o que nos remeterá à dicotomia fundamental, também expressa no prefácio à segunda parte da Lira dos vinte anos. Vejam o texto abaixo:
“Cuidado, leitor, ao voltar esta página!
Aqui dissipa-se o mundo visionário e platônico. Vamos entrar
n’um mundo novo, terra fantástica, verdadeira ilha Barataria de D.
Quixote, onde Sancho é rei, e vivem Panúrgio, SirJohn Falstaff,
Bardolph, Fígaro e o Sganarello de D. João Tenório: — a pátria
dos sonhos de Cervantes e Shakespeare.
Quase que depois de Ariel esbarramos em Caliban.
A razão é simples. É que a unidade deste livro se funda n’uma
binomia. Duas almas que moram nas cavernas de um cérebro
pouco mais ou menos de poeta escreveram este livro,
verdadeira medalha de duas faces”.
Questão 4 
Identifique as principais características simbolistas na poética de Cruz e Sousa.
A poesia de Cruz e Souza, mesmo mantendo uma estrutura formal típica do Parnasianismo, impregnada de um rigor formal , uso de sonetos e rimas, ela possuía um tom mais musical. Musicalidade essa que era conferida por versos com construções sonoras elaboradas, que transitava em uma gama de efeitos sonoros, com vocábulos ricos. Além de possuir diversas figuras de linguagem em um valoroso jogo de correspondências (sinestesias, aliterações e anacolutos) e contrastes (antíteses), como as constantes oposições entre bem e mal, vida e morte, matéria e espírito. Souza, apresentava em sua obra uma estética repleta pelo subjetivo – uso constante da primeira pessoa - elemento presente no misticismo e na sugestão sensorial, na busca do símbolo e no mistério da existência, por meio de uma imagem obscura, sugerida e distorcida, que representava os sofrimentos universais, o amor, a morte, a dor e a angústia. Os ideais abolicionistas estão presentes em sua obra , reafirmando sua preocupação social . Ele lançava mão de um rico vocabulário relacionado à cor branca, refletindo, dessa forma, a obsessão característica do Simbolismo, pela pureza e pelo mistério. O uso da letra maiúscula em algumas palavras, é outra característica do Simbolismo, de forma a ressaltar expressões que simbolizam a proposta do poema.. Vejamos o poema abaixo em que o autor nos mostra um poucos das características simbolistas de sua poética. 
Encarnação
Carnais, sejamcarnais tantos desejos,
Carnais, sejam carnais tantos anseios,
Palpitações e frêmitos e enleios,
Das harpas da emoção tantos harpejos...
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos,
À noite, ao luar, intumescer os seios
Lácteos, de finos e azulados veios
De virgindade, de pudor, de pejos...
Sejam carnais todos os sonhos brumos
De estranhos, vagos, estrelados rumos
Onde as Visões do amor dormem geladas...
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias
Formem, com claridades e fragrâncias,
A encarnação das lívidas Amadas!

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