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V e t e r i n a r i a n D o c s www.veterinariandocs.com.br 1 www.veterinariandocs.com.br Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal II Aditivos Utilizados em Produtos de Origem Animal Definição Segundo a FDA (Food and Drug Administration) são substâncias não nutritivas adicionadas intencionalmente ao alimento geralmente em pequenas quantidades para melhorar a aparência, o sabor, a textura, o aroma e suas propriedades de armazenamento. *Não pode ser utilizado para disfarçar estado de qualidade (mascarar alterações). Grupos de aditivos -Acidulante; -Regulador de acidez*; -Anti-oxidante*: evita ransificação. -Aromatizante: exemplos como alho e pimenta. -Corante: urucum. -Conservador*: também realça coloração. -Estabilizante: mantém o formato (Ex.: mortadela). -Realçador de sabor: ajinomoto. -Umectante (umidade); *Produtos mais utilizados. *Definição de produtos cárneos curados: são produtos cuja conservação se dá através da adição de sal, compostos fixadores de cor como nitrato e nitrito, açúcar e 2 www.veterinariandocs.com.br condimentos, cuja finalidade é de conservar a carne por um período de tempo mais longo, além de conferir qualidades sensoriais e agregar valor; Sais utilizados na cura de carnes -Sal comum (cloreto de sódio): favorece a retenção de água, aumenta o pH e inibe microrganismos pois reduz aW (Water Activity), possui ação tóxica, salvo para microrganismos halófilos e halotolerantes. Utilizado na concentração de 2 a 3%, não deve ser utilizado na carne fresca a ser congelada, seu uso isolado confere baixa palatabilidade, gera um produto seco e de coloração indesejável. Favorece a textura dos embutidos e solubiliza as proteínas miofibrilares pela emulsificação (deixa carne com textura pegajosa). O sal possui alto poder higroscópico e baixa atividade de água (aW) e assim reduz a quantidade de água disponível para as bactérias. Não deve-se congelar carne fresca com sal pois o sal acelera a reação de oxidação (escurecimento). O sal é quem une as partes da carne e faz com que produtos como mortadela e presuntos não se desmanche. -Nitratos (NO3) e nitritos (NO2): nitrato ou nitrito de sódio ou de potássio, possuem função deformação de cor ao alimento, ação bacteriostática para Clostridium botulinum (esporo pode estar presente, mas o importante é a toxina botulínica) e deteriorantes. Desenvolvimento de aroma e retarda a rancificação. Nitrato serve de fonte para a formação de nitrito. Em meios ácidos o nitrito reage com aminoácidos gerando um efeito indesejável (formando nitrosaminas – cancerígeno). O agente ativo da cura é o óxido nítrico (NO); Reações: 2NaNO3 (nitrato de sódio) ------------------- 2NaNO2 (nitrito de sódio) + O2 NaNO2 + H2O ------------------- HNO2 (ácido nitroso) + NaOH 3HNO2 ---------------------------- 2NO (óxido nítrico) + HNO3 + H2O *Substâncias redutoras: açúcar e antioxidantes (ácido ascórbico). **Reação do óxido nítrico com o pigmento da carne (mioglbina) gera coloração desejada; Bactérias pH 5,4 a 6,0 Substâncias redutoras 3 www.veterinariandocs.com.br ***Nitrito oxidante inicialmente forma metamioglobina. O óxido nítrico confere cor, sabor e aroma ao produto final. ****NO3 e NO2 ligam-se à pigmentos da carne (oximioglobinas). Caso utilize-se NO3 deve-se adicionar culturas bacterianas específicas para reduzirem este à NO2. Formação da cor NO + Mb NOMb *Nitroso hemocromo ou nitrosil hemocromo é um pigmento instável à luz (embalagem deve ser escura para evitar a formação de metamioglobina – escurecimento do produto com a luz). -Nitrito em termos de saúde pública: reage com aminas secundárias formando nitrosaminas, que são compostos cancerígenos, mutagênicos, teratogênicos e embriopáticos; -Açúcar (0,5 a 1%): utilizado para conferir sabor, serve de fonte de energia para as bactérias redutoras de nitrato e bactérias ácido-lácticas, evita o salgamento excessivo, auxilia na redução da umidade (principalmente para produtos fermentados como salame e presunto) é um agente redutor (favorece a formação de NO e assim a velocidade de cura é maior), evita a rancificação (pois reduz) e oxidação dos pigmentos. -Fosfatos e polifosfatos: diminuem perdas durante o processamento, melhora a estabilidade das emulsões cárneas, aumenta a capacidade de retenção de água, aumenta o pH, sequestro dos íons cálcio e magnésio, rendimento de 1 a 10%, sendo o valor máximo permitido de 0,5%, portanto servem como agentes redutores ou anti-oxidantes. *Produtos que são adicionados de fosfatos devem sair cozidos da indústria. -Ácido ascórbico, ácido isoascórbico (eritorbato) e ascorbato de sódio: são anti-oxidantes que evitam a formação de nitrosaminas, aceleram a reação de cura, formando o óxido nítrico mais rapidamente, estabilizam a cor, previnem a oidação, sendo utilizado na forma de sais como ascorbato e eritorbato e não de seus ácidos (que quebrariam a emulsificação água/gordura/proteína). *Em casos de intoxicação por nitrato/nitrito ocorre hipóxia devido a ligação a hemoglobina. NOMb (Nitrosomioglobina) calor NO-hemocromogênio 4 www.veterinariandocs.com.br Glutamato monosódico (ajinomoto) Realçador de sabor, sendo que sozinho não possui gosto. Não age no alimento e sim em papilas gustativas. Temperos Sabor específico, confere sabor e aroma ao produto. Devem ser permitidos pela legislação. Métodos de aplicação dos ingredientes de cura -Cura direta: adiciona-se os ingredientes durante o processo, na forma seca ou em soluções concentradas como, por exemplo, em salsicharias; -Cura a seco: aplicação dos ingredientes, na forma seca, sobre a superfície da carne como, por exemplo, no charque ou Jerked Beef. Deve-se aguardar os sais de cura se difundirem. -Cura por imersão em salmoura: imersão da peça de carne em solução dos agentes de cura em tanque; *Utiliza-se fosfato ou polifosfato para contornar problemas com carne de frango PSE (pálida, mole e exsudativa), na forma de frango marinado, sendo que este só pode sair da indústria cozido, nesse produto permite-se uma concentração maior de fosfato do que normalmente nos demais. -Cura por injeção de salmoura: injeção por via arterial para pernil e paleta, injeção intramuscular realizado em diversos pontos ou injeção arterial seguida de aplicações intramusculares, por meio de aparelhos; *O importante, seja qual for o método utilizado, é obter uma distribuição uniforme sobre todo o produto. -Velocidade de cura (difusão dos ingredientes): varia de acordo com o método de aplicação, espessura das peças de carne, cobertura de gordura (barreira protetora à difusão dos sais) e temperatura que fica ao redor dos 15ºC para garantir a não deterioração do produto; Legislação: Instrução normativa nº 51 de 29/12/2006 Tabela 1 – Limite máximo em partes por milhão (ppm) na utilização de conservadores no produto final. INS Conservador Limite máximo (ppm) 249 Nitrito de potássio 150 250 Nitrito de sódio 150 5 www.veterinariandocs.com.br 251 Nitrato de potássio 300 252 Nitrato de sódio 300 *Os nitratos vão ser convertidos em nitritos, só produzirão as nitrosaminas após essa conversão. **No bacon o limite máximo de nitrito de potássio ou nitrito de sódio é de 120 ppm, pois nesse corte há uma maior concentração de aminoácido valina que acaba reagindo mais do que em outros casos formando maior quantidade de nitrosaminas. Aditivos utilizados em produtos lácteos-Leite UHT ou “longa vida” -Regulador de acidez no leite fluido -Aditivos: citrato de sódio, sendo o mais comum, monofosfato de sódio, difosfato de sódio e trifosfato de sódio. Concentração máxima de 0,1g/100mL. São agentes tamponantes que evita que o leite coagule durante o tratamento térmico. Em casos que o leite “talhe” depois de sua fervura isso ocorre, pois o aumento da temperatura faz com que o ácido passe para sua forma iônica, assim os íons H + neutralizam as cargas negativas; -Leite em pó -Emulsificante: lecitina de soja (5g/Kg) é uma proteína que facilita a dispersão dos grânulos do leite em pó, pois possui boas características para molhabilidade, dispersibilidade e solubilidade quando misturada a água; *O processo de HT ocorre a cerca de 130 a 150ºC, sendo um tratamento térmico intenso, pode ocorrer a precipitação da caseína. **O pH do leite é em torno de 7,3. Uso inadequado de aditivos -Toxicidade para o consumidor; -Interferem desfavoravelmente em seu valor nutritivo; -Utilizados muitas vezes para encobrir falhas ou alterações na matéria-prima; -Indução do consumidor ao erro 6 www.veterinariandocs.com.br Embutidos São produtos elaborados a base de carne picada e condimentada com forma simétrica, embutidos sob pressão em um recipiente ou envoltório de origem orgânica (tripas) ou inorgânica (plástico). Classificação -Embutidos de massa cozida a seco: mortadela e salsicha; -Embutidos de massa escaldada: morcilhas e patês; -Embutidos de massa crua ou semi-crua: -Dessecados maturados: salame tipo italiano; -Dessecados brandamente: salaminho Santa Catarina e Paio; -Frescais (sem processo de cura); Salsicharia São produtos elaborados a base de carne ou sangue, vísceras e outros produtos ou subprodutos animais. Fluxograma básico na fabricação de salsicha Matéria-prima (carne industrial e subprodutos) Picadora ou moedora (quebra-blocos) Cutter (emulsão) Embutideira (tripas comestíveis e não comestíveis) Estufa de cozimento e defumagem (estabilização da emulsão e fixação da cor) Resfriamento Retirada do envoltório 7 www.veterinariandocs.com.br Banho de corante Secagem superficial Embalagem Picadora ou moedora (quebra-blocos) -Matéria-prima congelada; -Grau de trituração de acordo com o tipo de produto a ser elaborado. Trituração intensa para salsicha e trituração moderada para salame. -Liberação das proteínas miofibrilares; -Elevação da temperatura da massa; Cutter (emulsão) -Ingredientes: -Água: adicionada na forma de gelo, com função de conferir maciez, suculência, ser veículo e diminuição da temperatura pois se não a proteína pode desnaturar e não há mais adesão entre gordura e água. -Ligadores e enchedores: tecido conjuntivo e lábios com função de aumento de volume. -Bioprotetores: Lactobacillus alimentarius (bactéria acido lática que competem com nutrientes juntamente com bactérias patogênicas e também produzem ácido lático que para algumas bactérias é nocivo). -Sais de cura; -Condimentos; Emulsão cárnea -Emulsão verdadeira: é a mistura de líquidos imiscíveis, onde um está disperso (fase dispersa) no outro (fase contínua). Ex.: mistura de água e óleo; -Emulsão cárnea: duas fases líquidas imiscíveis, nas quais a gordura se encontra dispersa em um meio aquoso contendo proteínas solúveis, outros componentes musculares e tecido conjuntivo; 8 www.veterinariandocs.com.br Estabilidade da emulsão cárnea: -Grande tensão interfacial entre a gordura e a água; -Agente emulsificante: possui afinidade por ambas as fases. A soja é o emulsificador mais utilizado e de baixo valor. -Proteínas solúveis da carne: agentes emulsificantes, recobrindo as gotículas de gordura; -Para que ocorra estabilidade da emulsão as proteínas devem estar solubilizadas; -As proteínas miofibrilares actina e miosina em solução salina; Fatores que afetam a estabilidade da emulsão cárnea 01-Temperatura: -Trituração fina (Cutter); -Elevação da temperatura acima de 15ºC; -Levando a uma desnaturação proteica, liquefação da gordura, coalescência da gordura (aumento da superfície de contato) e maior quantidade de proteínas; 02-Quantidade de gordura: Quanto maior a quantidade de gordura adicionada, maior a quantidade de proteína necessária; 03-pH: com pH de 5,2 não há retenção de água e assim não há formação de emulsificação. Capacidade de retenção de água (CRA ou WHC); 04-Quantidade e tipo de proteína: -A proteína tem função de encapsular a gordura; -O colágeno tem ação gelificante; -Ligadores ou emulsificantes cárneos, possuem baixo valor nutritivo e baixo custo; -Enchedores cárneos; -Ligadores e enchedores não cárneos; *O tecido conjuntivo é proteína mas não tem capacidade emulsificante. 9 www.veterinariandocs.com.br -Melhoram a estabilidade da emulsão, retém água, melhoram sabor e aroma, melhoram a característica de corte, melhoram rendimento durante a cocção e reduzem custos da formulação; -Leite em pó; -Produtos derivados de soja. Possuem excelente capacidade de ligar a água e a gordura (emulsificação); -Proteína texturizada de soja (50%); -Proteína concentrada de soja (70%); -Proteína isolada de soja (90%); -Até 10,5% não há necessidade de declaração no rótulo, acima desse valor necessita de declaração com no mínimo 55% de carne; -Carragena (polissacarídeo): agente espessante, geleificante e emulsionante. Substitui a gordura, amido e proteína de soja. -Amido, farinha de trigo, cevada e arroz: no máximo 5% em embutidos (2% em salsichas) e até 18% em imitações; Tabela 2 – Classificação da carne pela capacidade de ligar água e gordura. Classificação Exemplos Alta Carne bovina, lombo de suíno desossado, carne de aves sem pele, recortes magros de suínos e bovinos. Intermediária Carne de cabeça de bovinos e suínos e dianteiro de bovinos. Baixa Recortes de suínos com 50% de gordura, peito de suíno, coração, esôfago e língua. Enchedores Tripas, estômago, pele, lábios e fígado. Tabela 3 – Propriedades funcionais dos produtos a base de soja utilizados na indústria. Produto % de proteína Propriedades funcionais Farinha de soja 65 Absorção de água e ligação, viscosidade, coesão-adesão, emulsificação e controle de cor. Proteína de soja texturizada 65 Absorção de água e gordura, textura e flavor. 10 www.veterinariandocs.com.br Tabela 4 – Propriedades funcionais e aplicações dos produtos a base de soja na indústria. Produto % de proteína Aplicações Propriedades funcionais Isolado proteico de soja Acima de 90 Mortadelas, salsichas, embutidos genéricos, presunto, hambúrgueres, empanados de peito de frango e assados. Solvatação da proteína, absorção de água e gordura, gelatinização, coesão-adesão, elasticidade, absorção de gordura, ligação do flavor e controle de cor. Embutideiras (tripas comestíveis ou não comestíveis) -Envoltórios e moldes para dar forma aos produtos; -Tripas naturais: -Origem: bovinos, suínos ou ovinos; -Órgãos utilizados: bexiga, intestinos e esôfago. -Características: São permeáveis a umidade e defumação, encolhem e se adaptam a superfície dos produtos e são comestíveis; -Desvantagem: contaminação, irregularidade, difícil adaptação mecânica e alto custo para o enchimento; -Tripas artificiais: -Características: são elaboradas a partir de colágeno da pele e do couro, celuloseou sintéticas de poliamida e PVC, apresentam uniformidade de diâmetro, pouca contaminação e variedade do tamanho; -Tripas sintéticas são impermeáveis à água e a defumação, servindo para produtos cozidos em água; -Geralmente não são comestíveis; -Moldes metálicos: -Apresentam diversas formas (arredondada, retangular ou quadrada); -Serve para a elaboração de embutidos de maior tamanho; -Há a necessidade de tratamento térmico para a coagulação das proteínas; Estufa de cozimento e defumagem (estabilização da emulsão e fixação da cor) -De 71 a 73ºC no centro geométrico do alimento. 11 www.veterinariandocs.com.br -Estabilização da emulsão através da coagulação das proteínas pelo aprisionamento dos glóbulos de gordura; -Fixação da cor: nitroso hemocromo ou nitrosil hemocromo; Resfriamento -De 60 a 15ºC com banho de aspersão com água hiperclorada no máximo 2 horas após o cozimento; -De 15 a 4ºC em câmara fria por no máximo 4 horas; Retirada do envoltório e banho de corante -Depelagem (canhão de depelagem) -Corte longitudinal e remoção a vácuo; -Banho de corante -Duas fases: -1ª Fase: banho em água com urucum em solução alcalina de pH 11 a 12 a 80ºC por 2 a 3 minutos com função de atração do corante para a salsicha. -2ª Fase: banho em água acidulada de pH 3,5 a 4ºC por 2 minutos. Pode-se utilizar ácido acético, cítrico, lático ou fosfórico isolados ou em mistura com função de fixar o corante. Secagem superficial e embalagem -Secagem: com ar diretamente ou em câmara fria com circulação forçada de ar e umidade relativa baixa. -Embalagem: deve ser impermeável, à vácuo e não deve permitir a passagem da luz. Sinais de quebra da emulsão -Floculação e coalescência das partículas dispersas; -Separação das fases; -Exsudação; Embutidos maturados -Origem: carne suína, bovina ou misto; -Sabor característico pela fermentação microbiana; -Há acúmulo de ácido láctico pH de 4,8 a 5,4; 12 www.veterinariandocs.com.br -Maturação de carne processada: -Desenvolvimento de aroma; -Textura; -Cura (2 fases, uma lenta e uma rápida, pois depende da formação da redutase); -Dessecação; -Micro-organismos da cultura starter: Lactobacillus plantarum, Lactobacillus pentosus, Pediococcus pentosaceus, Pediococcus cerevisae e Staphylococcus carnosus. São essenciais para conferir sabor, aroma e ácido lático para aceleração da cura. Salame -A carne é um excelente meio de cultura para o desenvolvimento de microrganismos; -Conservação: -Desidratação (aW): evapora água e acidifica o meio. -Fermentação: -Competição; -Produção de substâncias tóxicas; -Defumação, processo não mais utilizado: adiciona-se fumaça líquida e esta fumaça não aumenta o prazo de validade, apenas confere sabor. -Desidratação, fermentação e salga servem para o desenvolvimento de cor, sabor, aroma, textura e aumento da vida útil do produto; -Em 1961 iniciou-se a utilização de culturas liofilizadas (culturas starter) para melhorar a reprodutibilidade do produto, qualidade inerente do sabor, aroma e textura, além de apresentar inocuidade (pela competição entre microorganismos). -Culturas: -Lactobacillus e Pediococcus: garantem acidificação ideal. -Acidificação com queda do pH em 2 dias; -Sabor, aroma e coloração; -Auxiliam na desidratação; -Micrococcus e Staphylococcus: 13 www.veterinariandocs.com.br -Reduzem nitrato; -Produção de peróxido de hidrogênio que é bactericida, favorece conservação e altera a coloração; -Bolores e leveduras: -Conferem sabor, aroma e acidificação; -Sabor e aroma pela quebra enzimática das proteínas, quanto maior o tempo sob ação das enzimas mais intenso será o sabor e o aroma; -Matéria-prima: dependente do tipo de salame -Italiano: carne bovina e carne suína com maturação de 20 a 30 dias; -Milano: carne suína com maturação de 70 a 90 dias; -Ingredientes: condimentos, anti-oxidantes, sais de cura, açúcar ou leite em pó (fonte de lactose/energia para bactérias). Fluxograma da produção do salame Matéria-prima Cominuição Misturadeira Fermentação Embutimento Defumação (opcional) Maturação Depelagem 14 www.veterinariandocs.com.br Embalagem Fermentação: ocorre após a adição dos condimentos, sendo realizada em câmara fria de 3 a 4ºC por 3 dias; Maturação: ocorre após embutimento e permanece de 3 a 4 dias em 20 a 25ºC com umidade relativa de 70 a 80% e ventilação de 0,5m/s. UR não pode ser muito baixa se não água do centro geométrico não é expelida e forma uma película impermeável na superfície. *Tripas devem ser não plásticas para que sejam permeáveis aos gases e umidade. -Desidratação: de 5 a 7ºC com umidade relativa de 70% e ventilação de 0,2m/s podendo durar até 90 dias dependendo do tipo de salame; Produtos da fermentação: -Fator de segurança e qualidade; -Peróxido de hidrogênio é tóxico para microrganismos anaeróvios, oxidante e influencia na coloração; -Diacetil confere aroma e exerce ação sobre bactérias e leveduras; -Bacteriocinas são substâncias bactericidas de origem proteica. Importante para a eliminação de microrganismos patogênicos; Presunto Matéria prima: carne suína (pernil) -Apresuntado: pode receber outros cortes de menor valor, além de proteína de soja e amido; Injeção de salmoura: injetora múltipla, injeta-se de 15 a 20% do peso da peça. -Nitrito; -Anti-oxidante; -Polifosfato; -Carragena; -Sal; -Açúcar; -Condimentos; 15 www.veterinariandocs.com.br -Glutamato; Cura: feita em câmaras frias de 4 a 8ºC por 24 horas; Tambleamento: promove a ruptura da membrana celular, liberando as proteínas miofibrilares (solubilização das proteínas), que confere “liga” as peças; Embutimento (cook in) / Enformadas: embutimento em envoltório sintético, formas metálicas (paralelepípedo), podendo haver a adição de capa de gordura ou não. Cozimento: tanques ou estufas, a 68ºC por 1 hora e 74ºC por 3 horas totalizando 4 horas. Temperatura de 68ºC para desnaturar proteínas e manter estável, a gordura não se desfaz e a emulsão é mantida. O envoltório deve suportar o calor. Resfriamento: a 5ºC por no máximo 4 horas; Desenformagem; Embalagem: secundária (caixa de papelão); Linguiça -Processamento simples e barato; -Matéria-prima: carne suína, bovina e/ou aves; -CMS: se for cozida na própria indústria. Não pode-se usar CMS na linguiça frescal devido a alta manipulação e a grande chance de contaminação. -Utiliza-se diferentes proporções de gordura; Cominuição Misturadeira (carne, sais de cura, anti-oxidantes e temperos) Embutimento Cozimento / Defumação Resfriamento Linguiça frescal possui somente estas 3 fases. 16 www.veterinariandocs.com.br Embalagem Defumação Utilização: para conservação, produção de sabor, aroma e aparência agradável; Conservação: -Devido à desidratação superficial; -Compostos fenólicos e formaldeído: facilitam a conservação e aroma. -Bacteriostáticos; -Fenóis: proteção contra a oxidação (evita a rancidez). É importante para produtos com validade prolongada. -Fatiamento: diminui o efeito conservador da fumaça; -Embalagens a vácuo; -Refrigeração; -Processos sanitários mais rigorosos; *Queijo provolone possui casca envoltória a qual evita a desidratação e contaminação bacteriana. -Aparência: -Coloração mais atrativa;-Reação de Maillard: reação química entre aminoácidos ou proteínas e um carboidrato reduzido, obtendo-se produtos que dão sabor, aroma e cor aos alimentos. -Pigmentos dos componentes da fumaça e formação de resina; -Acúmulo de substâncias de alcatrão com coloração enegrecida; -Sabor e aroma: -Compostos fenólicos; -Condições ambientais como umidade e temperatura; Composição da fumaça: -Física: -Fase de partículas; -Fase de vapor que confere sabor e aroma devido a sua deposição; 17 www.veterinariandocs.com.br -Química: -Tipo de madeira utilizada, sendo o ideal 20 a 30% de hemicelulose e 40 a 60% de celulose; -Temperatura abaixo de 250ºC há a liberação de poucas substâncias voláteis, entre 250 e 315ºC há rápida decomposição da hemicelulose e lignina, produzindo ácido acético, metanol e outros compostos orgânicos e acima de 315ºC há a produção de compostos fenólicos e alcatrão; -Circulação de ar; Produção de fumaça -Fumaça natural: -Fricção: tronco com 1 m de comprimento por 15 cm de largura, realiza-se a fricção de uma placa na superfície da madeira a 1700 rpm. Facilidade da limpeza e facilidade de mecanização; -Queima: não é combustão, pois o objetivo é a fumaça. -Serragem úmida e verde havendo maior densidade de fumaça e temperatura mais baixa; -Madeira verde: maior produção de hidrocarbonetos (cancerígeno); -Aumentando o volume e velocidade do ar há um aumento no volume de fumaça; -Fumaça líquida: contém só os produtos de interesse e há melhor distribuição pela peça; Deposição de fumaça -Circulação natural (estática): -Câmaras de defumação onde a fumaça flui do fundo para o teto; -A pobre corrente de ar causa distribuição desigual da fumaça, variando o grau de deposição. Deve-se mexer as peças, mudando as de posição. -Circulação forçada: -Maior controle da umidade e temperatura; -Deposição mais rápida; Tipos de câmara de defumação 18 www.veterinariandocs.com.br -Torres de defumação: são instalações estreitas e altas; -Processo rosário: produtos estão dependurados em corrente sem fim, gera produto uniforme; -Método pendular: gaiolas em uma corrente transportadora; -Câmaras em aço inox: controle eletrônico de temperaturas, umidade, ventilação e tempo de operação; Técnicas de defumação -Defumação a frio: de 12 a 18ºC por horas ou semanas como feito em presunto parma ou em salames. Com essa temperatura não há cocção. -Defumação a quente: há certo grau de cocção. Conforme tabela 5; Tabela 5 – Técnicas de defumação a quente. Bacon Presunto, embutidos, peças ou cortes Temperatura interna do produto 54ºC 65ºC Umidade Relativa 54% 51% Tempo de defumagem 5 horas 2 horas Deposição de fumaça Eletrostática: -Utilizada para acelerar a deposição de fumaça; -Túneis equipados com ionizadores laterais; -Partículas da fumaça recebem carga negativa; -A carne funciona como um fio terra; -O controle é obtido regulando a densidade da fumaça, voltagem dos ionizadores e velocidade da esteira; -Tempo de deposição: 3 minutos; Flavorizantes de fumaça ou fumaça líquida Vantagens: -Controle na intensidade do sabor; 19 www.veterinariandocs.com.br -Aplicação mais fácil e uniforme; -Utilização somente dos constituintes desejáveis (sem componentes cancerígenos); -Distribuição do sabor e aroma por todo o produto e não somente na superfície; -Menor custo no equipamento de fumaça; -Menor tempo; -Redução de perdas para a atmosfera; Produção: -Elaboração através de outros compostos pela imitação dos flavorizantes da fumaça -Condensação do vapor da fumaça; -Filtração em água que extrai os flavorizantes da fumaça (solubilização de ácidos, alcatrão e fenóis); Aplicação: -Concentração controlada com diluição em água, óleo ou vinagre; -Pulverização ou imersão; -Adicionado juntamente com os sais de cura em produtos embutidos; Alterações das carnes curadas -Escurecimento: desidratação e exposição à luz leva a formação de metamioglobina. Utilização de embalagens impermeáveis à água, oxigênio e luz; -Descoloração por cura deficiente: coloração rósea pálido devido a baixa quantidade de nitrito utilizada. Pode formar metamioglobina e pode gerar problema de saúde pública. -Esverdecimento por cura excessiva: “queimadura do nitrito”, o excesso de nitrito leva a oxidação do pigmento da carne curada; -Descoloração por ranço: armazenamento prolongado sob congelamento, rancificação da superfície, exclusão completa do oxigênio e uso de anti-oxidantes; -Descoloração química: agentes oxidantes como hipoclorito utilizado na desinfecção de superfícies; 20 www.veterinariandocs.com.br -Esverdecimento bacteriano: bactérias acidoláticas, halotolerantes e psicotróficas como Leuconostoc e Lactobacillus viridescens. Por contaminação das superfícies dos produtos após tratamento térmico, sendo uma consequência de condições higiênicas inadequadas; -Sabor e odor ácidos: ocorre após vários dias de processamento, devido à sobrevivência de bactérias acidoláticas ao tratamento térmico; -Produção de gás: em embutidos maturados devido à presença de bactérias heterofermentativas como Leuconostoc e Lactobacillus viridescens e mais raramente leveduras que fermentam o açúcar presente no produto. Há a formação de bolhas no interior da massa e/ou ruptura da tripa (produto racha). -Limo e mofo superficial: a produção de limo ocorre por bactérias acidoláticas como Leuconostoc e Lactobacillus viridescens, Micrococcus e leveduras. Se multiplicam em temperatura de refrigeração. A produção de mofo ocorre por microrganismos aeróbicos, logo a utilização de embalagens a vácuo ajuda nesse controle. Pois a contaminação de esporos ou se dá por superfícies contaminadas ou por via aerógena; Processamento Tecnológico de Carnes Salgadas Introdução O histórico de processamento de carnes não é algo recente, mas sim é retratado desde muitos anos atrás através de métodos como a dessecação pelo sol ou dessecação pelo fogo. *Staphylococcus aureus: resistente ao sal. Objetivo O objetivo deste processamento é conservar a partir da baixa capacidade de retenção de água (CRA) destes produtos. Nem todos os produtos utilizam nitrato e nitrito para sua conservação. Objetivo das modificações -Conservação do alimento: -Anulando ou atenuando a ação de enzimas: bactérias intrínsecas da carne. -Inibindo a multiplicação de microrganismos: principalmente pela diminuição da atividade da água. -Qualidades nutricionais e organolépticas; 21 www.veterinariandocs.com.br *Mesmo uma carne “estéril” se deteriora devido à presença de suas enzimas. Cura É constituída por carnes subdivididas ou não, embutidas ou não, ou ainda por grandes peças tratadas pelo sal comum e/ou sais de cura e coadjuvantes; Objetivo: conservar a carne, conferir qualidades sensoriais e coloração mais atraente. Classificação: -Produtos cárneos curados: -Salgados (Ex.: charque); -Cozidos; -Defumados; -Cozidos e defumados; - Produtos cárneos curados salgados: -Charque; -Carne de sol; -Jerked beef ou carne seca; -Tasajo (para exortação); 01-Charque -Recebe salga e desidratação parcial (dessecação); -R.I.I.S.P.O.A. Artigo 431: “Entende-se por charque sem qualquer outra especificação a carne bovina salgada e dessecada”. -Matéria prima: carne bovina desossada: -Dianteiro e traseiro cortado em mantas;-Carcaças de aproveitamento condicional ou de difícil comercialização; -Ponta de agulha, pois apresenta baixo custo e espessura ideal; *A carne não deve ser muito grosso pois dificulta a difusão do sal e nem muito fina pois fica muito ressecada. -Característica química: 22 www.veterinariandocs.com.br -Umidade 45%; -Concentração de cloreto de sódio de 10 a 15%; Fluxograma do Charque Matéria prima Desossa Manteação para cortes que não apresentam a espessura adequada Salga úmida em tanque com sal e água até que a carne absorva o sal Salga seca, onde coloca-se uma camada de manta de carne e outra de sal sucessivamente; Ressalga Pilha de volta Tombagem Lavagem Secagem Embalagem 01.1-Câmara fria -Carne armazenada a aproximadamente 0ºC; -No dia anterior a desossa deve-se elevar a temperatura a 6ºC para facilitar esse processo; 01.2-Desossa -Realizada na sala de desossa a uma temperatura controlada entre 10 e 15ºC, pois o produto é muito manipulado. Se houver contaminação deve-se reduzir a temperatura para evitar a multiplicação de bactérias. -Realiza-se a toalete removendo-se o excesso de gordura, contusões, cartilagens e nódulos linfáticos; -A desossa não é feita no mesmo dia do abate, apenas se ocorrer estimulação elétrica; 01.3-Manteação -Carnes espessas: Advinda de câmara fria Pilha de inverno 23 www.veterinariandocs.com.br -São seccionadas em mantas cuja espessura máxima deve ser de 5 cm, isto garante a uniformidade do lote e faz com que a difusão do sal seja na mesma velocidade para as mantas. -Realiza-se cortes nas porções mais espessas para uma maior eficiência no processo de salga. *A degradação do produto sempre se inicia no centro. 01.4-Salga úmida -Realiza-se em tanques de imersão com profundidade de 80 cm e comprimento e largura variáveis; -Salmoura: 95º salômetro ou 23,5º Baumé = 335g de NaCl/Kg de H2O a 15ºC; -Concentração é mantida constante, o sal se difunde por diferença de concentração, uma caixa de sal é ligado por tubulações ao tanque; -Agitação constante por até 50 minutos por um sistema mecanizado chamado de Tumbler e injeção intra-muscular. Isto solubiliza proteínas miofibrilares e parte de alguns elementos solúveis e aumenta tempo para desidratar. -Possui maior tempo de secagem e há perda de elementos solúveis. Aumento dos gastos; 01.5-Salga seca -Mantas retiradas da salmoura e estendidas em plataformas de concreto sobre espessa camada de sal; -A porção gordurosa da primeira camada deve estar voltada para cima e a da segunda camada, a porção gordurosa fica voltada para baixo e assim por diante. A porção gordurosa serve como barreira física, gordura se une com gordura, tornando a salga uniforme, pois depois ocorrerá o tombamento; -As camadas de mantas sempre são intercaladas por uma camada de sal de primeiro uso e com altura entre 1,20 m a 1,80 m. Há altura máxima, por causa da desidratação e pressão que ocorre sobre as camadas mais inferiores; -Duração de 12 a 24 horas, nesse período já ocorre tombamento e o sal é reforçado; 01.6-Ressalga -É semelhante à etapa anterior, com duração de 24 horas e reforça o sal. -Objetivo: verificar se todas as mantas estão em contato com o sal e uniformizar a pressão sobre todas as camadas. As peças dispostas na porção superior passam a ocupar a porção inferior; 24 www.veterinariandocs.com.br 01.7-Pilha de volta -É a última etapa da salga e dura 24 horas; -A pilha volta a formação original; -Adiciona-se sal se necessário; 01.8-Tombagem -Facilita a difusão do sal; -Objetivo: uniformizar a concentração de sal em toda a massa muscular; -Prevenir a formação de vermelhão causado por bactérias halófilas cromogênicas em condição de aerobiose, pois há baixa concentração de O2; 01.9-Pilha de inverno -Durante períodos chuvosos a secagem ao sol torna-se inviável, realiza-se então a formação de pilhas de 3 a 4 m após os tombos em galpões apropriados; -Em temperatura ambiente e com a vedação das pilhas, pois as laterais ficam expostas ao O2 aumentando o número de bactérias aeróbias e aumentando o aparecimento de vermelhão, além de evitar a rancificação também; -A vedação pode ser feita com pastas de mistura de pulmão e sebo, sal adicionado de hipoclorito de sódio, hipoclorito de sódio e lona ou ainda sebo e hipoclorito de sódio; *O hipoclorito de sódio não entra em contato com a carne, forma metamioglobina, possui eficiência mínima, pois é inativado em matéria orgânica. **Existem estufas específicas para charque nos períodos de inverno. -Maior ocorrência de vermelhidão, devido à exposição das laterais ao O2; -Período máximo é de 4 meses, se não acaba por ocorrer a rancificação e acidificação da gordura; Mínimo 4x 24 horas 24 horas Mantas inferiores Mantas superiores 25 www.veterinariandocs.com.br 01.10-Lavagem -Imersão em água clorada com 0,5 mg de cloro ativo/litro de água, para reduzir a contaminação que no charque, seu ambiente não é muito controlado. Remove o excesso de sal e previne a vermelhidão; 01.11-Secagem -É a etapa final de preparação; -Deve haver uma disposição norte-sul para garantir a exposição adequada dos dois lados da peça; -Cuidados: -Na primeira exposição deve-se evitar dessecação excessiva; -A exposição ao sol deve ser de 6 a 8 horas por dia durante 4 a 5 dias ou 4 a 5 “sóis”; -“Estendidas” intercalada com descanso de 2 a 3 dias. A carne ainda mantém o calor, cobre-se a carne com algo impermeável. As enzimas funcionam mais rapidamente produzindo maior maturação; -Há a acentuação das propriedades organolépticas devido a maturação; 01.12-Maturação: -Acidificação do meio pela microbiota halotolerante como Micrococcus sp, Pediococcus, Lactobacillus e Streptococcus; -As enzimas presentes no músculo continuam agindo; 01.13-Embalagem -Dependente do mercado consumidor: -No nordeste comercializa-se em fardos de 50/60 Kg em sacos de aniagem; -Em mercados mais exigentes tem-se embalagem a vácuo de 500g a 1 Kg; 02-Carne de sol Fluxograma: Matéria prima Manteação 26 www.veterinariandocs.com.br Salga seca / úmida Escorrimento da salmoura (opcional) Lavagem (opcional) Secagem em sol ou sombra (opcional) Embalagem -Matéria prima: cortes bovinos como: ponta de agulha, patinho, coxão mole, entre outros; -Salga: realiza-se a fricção com as mãos do sal grosso, fino, moído ou intermediário; *Na salga seca realiza-se a fricção do sal na carne em salgueiras e na salga úmida há liberação de água e ionização do sal (salmoura), com a ionização do sal há favorecimento de processo oxidativo, porque o O2 se dissolve. Consequências no produto final: variações: no teor de umidade de 45 a 60 %, na concentração de cloreto de sódio afetando paladar e validade do produto, pois não desidratou o necessário assim a quantidade de água continua elevada ou ainda apresenta variações nas características microbiológicas e organolépticas. No charque tem reposição de sal, já na carne de sol não, mas o sal pode ser reforçado se julgado necessário. 02.1-Lavagem -É a remoção de sal da superfície, processo este opcional. Determina a validade. 02.2-Secagem -Feita no sol ou na sombra por 2 horas por 5 dias; -Se houver umidade elevada, a validade do produto será menor e poderá apresentar características organolépticas inesperadas; 02.3-Embalagem -Esteira de carnaúba, saco de aniagem ou a vácuo quando a secagem é menor;Recipientes “salgueiras” (purga inicia seca e termina úmida). Empilhamento no piso (purga é drenada). 27 www.veterinariandocs.com.br 03-Jerked Beef ou carne bovina curada dessecada (carne seca) Fluxograma Matéria prima Desossa Manteação Salga úmida Salga seca Ressalga Pilha de volta Tombagem Lavagem Secagem Embalagem Nitrato e nitrito de sódio ou de potássio: exercem função de fixação da cor e conservação por ser bacteriostático. O nitrato é fonte de nitrito mediante um processo bacteriano: 2NaNO3 2NaNO2 + O2 NaNO2 + H2O HNO2 + NaOH 3HNO2 2NO + HNO3 + H2O Mioglobina (vermelho púrpura) Oximioglobina (vermelho brilhante) Câmara fria Injeção de salmoura, adição de nitrato e nitrito Pilha de inverno Maior teor de umidade (50%) Embalagem a vácuo bactérias Nitrato de sódio Nitrato de sódio Substâncias redutoras pH de 5,4 a 6,0 Ácido nitroso Óxido nítrico Oxigenação Nitrito (oxidação) Nitrito (oxidação). Aumenta o prazo de validade. 28 www.veterinariandocs.com.br Metamioglobina (marrom) Nitrosomioglobina (vermelho) que é o objetivo Nitrosohemocromo (rosa) *Deve-se respeitar os limites de utilização nesses produtos recomendados pela legislação. -Nitrato: máximo de 300 ppm no produto final; -Nitrito: máximo de 150 ppm no produto final; ** Nitrito juntamente com aminas secundárias (músculo) formam as nitrosaminas. Nitrosaminas são mutagênicas, carcinogênicas, embriopáticas e teratogênicas. R.I.I.S.P.O.A.: Art. 372 -“O emprego de nitratos e nitritos, de sódio ou de potássio, ou qualquer combinação entre eles, só pode ser feito em quantidades tais que, no produto para consumo, o teor em nitrito não ultrapasse 200 partes por milhão (0,02%)”. Esse artigo é de 1952 e encontra-se defasado. Diferenças tecnológicas entre a Carne de Sol e o Jerked Beef Tabela 6. Diferenças tecnológicas entre carne de sol e jerked beef. Diferenças Carne de Sol Jerked Beef Teor de sal 5 a 6 % 15 a 20 % Umidade 64 a 70 % 45 a 50 % aW (atividade de água) 0,92* 0,7 a 0,8** Embalagem Ausente Vácuo Aditivos Ausente Nitrato e nitrito em no máximo 200 ppm Processamento Típico regional Industrial Vida de prateleira 3 a 4 dias em temperatura ambiente 6 meses em temperatura ambiente *Patógenos como Staphylococcus ainda conseguem se desenvolver. **Dificilmente patógenos se desenvolvem. 04-Tasajo Fluxograma Matéria prima Óxido nítrico (redução) Calor Câmara fria 29 www.veterinariandocs.com.br Desossa Manteação Salga úmida Salga seca Ressalga Pilha de volta Tombagem Lavagem Secagem Embalagem Tecnologia do Leite e Derivados Definição Entende-se por leite, sem outra especificação, o produto oriundo da ordenha completa e ininterrupta, em condições de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. O leite de outros animais deve-se denominar segundo a espécie de que proceda, segundo a IN 51. Pois cada espécie possui seus próprios teores de sólidos, sendo a gordura a principal variável. Composição básica - Água: 87,0%; - Proteínas: 3,5%; - Lactose: 4,8%; - Gordura: 4,0%; - Minerais: 0,7%; - Vitaminas A, B1, B2, C e D; Pilha de inverno Desidratação feita em estufas de 40 a 50ºC por 4 horas Mantas revestidas com parafina comestível coradas com urucum e embaladas a vácuo, sendo exigência do mercado externo. 30 www.veterinariandocs.com.br - Gases dissolvidos (O2, CO2 e N2): 6%; Emulsão É a mistura de líquidos imiscíveis, em que um se dispersa na forma de gotículas ou glóbulos (fase dispersa) no outro líquido (fase contínua). Água Solução para os outros componentes. Pequena quantidade encontra-se ligada à lactose, sais ou proteínas; Proteínas São compostos nitrogenados. -Caseínas: representam 80% (fosfocaseinato de cálcio) -α-caseína: de 45 a 56%; -β-caseína: de 25 a 35%; -κ-caseína: de 8 a 15%; - Proteínas do soro: representam 20% -*α-lactoalbumina: de 2 a 5%; -*β-lactoglobulina: de 7 a 12%; -Albumina: de 0,7 a 1,3%; -Imunoglobulinas: de 0,3 a 0,8%; -Proteose-peptona: de 2 a 6%; -Proteínas das membranas dos glóbulos de gordura: 0,4%; *São as mais importantes para fabricação de derivados como a ricota. Componentes do Leite 01-Caseínas: possuem 3 subgrupos distintos que diferem entre si por alguns aminoácidos. Possuem 1 aminoácido em comum com grupo hidroxila-esterificado em ácido fosfórico para manter as submicelas unidas, formando o fosfato de cálcio coloidal, agindo como ligante. 31 www.veterinariandocs.com.br 01.1-α e β-caseínas: são hidrofóbicas, pois possuem cálcio insolúvel; 01.2-κ-caseínas: são hidrofílicas, possuem grupo de carboidrato hidrofílico; 01.3-Micelas de caseína: são resistentes ao calor no estado puro. No leite 100ºC por 12 horas ou 120ºC por 1 hora em pH normal. Sendo que pH ácido leva a precipitação; -Precipitação das caseínas: -Precipitação ácida: ocorre quando há adição de ácidos ou produção de ácido por microrganismos. A queda do pH afeta o Ca3(PO4)2 micelar, que libera íons causando a agregação das moléculas de cálcio e desestabilizando a micela; -Ponto isoelétrico: é o equilíbrio entre o número de cargas positivas e negativas, o que gera uma situação em que as forças de repulsão entre as moléculas de proteína e as forças de interação com o solvente seja mínima. Assim, as proteínas vão formando aglomerados e precipitam. Isso em pH entre 4,5 e 4,9; -Precipitação por enzimas; Classificação da caseína alimentar -Caseína alimentar ao ácido: é aquela obtida por acidificação com ácidos; -Caseína alimentar láctica: é aquela obtida por precipitação com soro láctico fermentado; -Caseína alimentar ao coelho: é aquela obtida por ação coagulante enzimática; Regulamento técnico de identidade e qualidade da caseína alimentar (Portaria 146 de 07 de Março de 1996) - Objetivo: o presente regulamento fixa os requisitos mínimos de qualidade e identidade que deverá ter a caseína alimentar destinada ao consumo humano. Magnésio Cálcio Ácido fosfórico Ca3(PO4)2 32 www.veterinariandocs.com.br - Âmbito de aplicação: o presente regulamento refere-se à caseína alimentar comercializada à nível nacional. - Descrição: Entende-se por caseína alimentar o produto separado por ação enzimática ou por precipitação mediante acidificação do leite desnatado a pH de 4,6 ou 4,7, lavado e desidratado por processos tecnologicamente adequados. 02-Proteínas do soro: são proteínas que permanecem após a coagulação da caseína. Não precipitam no ponto isoelétrico; Calor + pH Carboxi-metil-celulose α-lactoalbumina β-lactoglobulina Precipitação 02.1-β-lactoglobulina: liberam o grupo –SH acima de 74ºC responsável pelo sabor de cozido; - Enzimas: -Peroxidase (endógena); - Catalase e redutase (endógena e exógena); - Fosfatase (intrínseca); - Lipase (intrínseca e produzida por cepas bacterianas); - Lisozima, lactoperoxidase e lactaninas (função de proteção por agirem na parede bacteriana); *A lactoperoxidase possui função tecnológica, degrada peróxido de hidrogênio; **Todo o leite deve ser pasteurizado para o consumo humano, deve-seavaliar se este processo é ou não eficiente; - Microrganismos termolábeis em temperaturas maiores do que 62ºC são degradados, sendo o Mycobacterium bovis o mais resistente até 61ºC. O teste a partir da enzima Fosfatase Alcalina fornece maior margem de segurança. -A lactoperoxidase é termoestável, só é eliminada com temperatura maior do que 80ºC, degradando-a. -Para avaliar o tratamento térmico: 33 www.veterinariandocs.com.br -HTST (pasteurização rápida): de 72 a75ºC por 15 a 20 segundos; -UHT: de 130 a 150ºC por 2 a 4 segundos; -LTLT (pasteurização lenta): de 62 a 65ºC por 30 minutos; Tabela 7. Pesquisa da fosfatase alcalina e lactoperoxidase. Fosfatase Alcalina (FA) Lactoperoxidase Leite cru + + HTST - + UHT - - LTLT - - *Pode haver renaturação pelos radicais –SH (sulfidrilas) ou pode haver contaminação do leite pasteurizado com leite cru, devido a falhas no sistema de vedação das tubulações. **Pode-se realizar o perfil enzimático e assim avaliar se o produtor ferveu o leite para melhorar sua condição. Identifica-se pela não presença das enzimas. 03-Lactose -Dissacarídeo composto por glicose e galactose; -Presente na forma de solução verdadeira; -Sólido predominante; -Fonte energética para bactérias ácido-lácticas; -Mastite causa interferência na produção; -Possui baixo poder decorante, por isso não é tão doce como a sacarose; -Afeta a densidade do leite, pois densidade é dada por massa/volume, diminuindo assim a densidade quando em menor quantidade; *Para reconstituir a densidade, muitas vezes, produtores utilizam urina dos animais, açúcar ou outras substâncias. A indústria perceberá que o leite foi fraudado pelo seu baixo rendimento. 34 www.veterinariandocs.com.br 04-Gordura -Originada no metabolismo hepático; -Triglicerídeos, diglicerídeos e monoglicerídeos ao serem degradados liberam ácidos graxos, responsáveis pela formação do ranço; -Formação na glândula mamária: há captação dos componentes no sangue e síntese na glândula na forma de triglicerídeos; -Ácido butírico, ácido cáprico, ácido caprílico e capróico causam sabor e odor desagradáveis; -Composição: triglicerídeos, diglicerídeos, monoglicerídeos, ácidos graxos (90%), carotenoides e vitaminas; -A membrana do glóbulo de gordura é constituída por fosfolipídeos, lipoproteínas, glicerídeos, cerebrosídeos, proteínas, ácidos nucléicos, enzimas, metais e água, sendo a responsável por manter a emulsão; *Emulsão: é uma mistura homogênea de substâncias imiscíveis, devido à ligação entre proteínas e lipídeos. **Ao desnatar o leite sua densidade aumenta, pois a densidade da gordura é menor do que a do leite (água). 05-Minerais - Representam menos de 1% e encontram-se na forma de citrato, caseinato e fosfato; - Cálcio; - Sódio; - Fósforo; - Magnésio; - Há um aumento de cloreto de sódio no final da gestação ou em casos de mastite; Ponto de congelamento do leite -Ocorre ao redor de -0,512ºC ou -0,530ºH (Hortvert); -Se em uma solução verdadeira houver a redução do número de proteínas seu ponto de congelamento não será alterado; 35 www.veterinariandocs.com.br -Em processos de degradação da lactose há queda do ponto de congelamento do leite, pois 1 lactose produz 4 moléculas de ácido láctico, assim a temperatura de congelamento será menor devido a quantidade de íons H + livres; -Quando o animal apresenta mastite aumentam os níveis de cloreto, assim o ponto de congelamento do leite diminui; Lactogênese -Úbere dividido pelo ligamento suspensor médio; -Subdivisão em quartos; -Quartos independentes entre si; -Para a elaboração do leite é necessário 500 mL de sangue para 1 L de leite; -A gestação leva a lactogênese e o parto leva a secreção; -Hormônios como a insulina, cortisol e progesterona atuam no desenvolvimento e diferenciação das células epiteliais; -Uma queda na progesterona permite a liberação e ação da prolactina que é um hormônio galactógeno; Figura 1. Esquematização do úbere. Mecanismo de ejeção do leite Etsímulo Hipófise - Neuro-hipófise Ocitocina Úbere Contração das células mioepiteliais Ato reflexo neuro-hormonal 36 www.veterinariandocs.com.br Contração do alvéolo Expulsão do leite Lactopoiese - Ação da ocitocina: 10 minutos; - Adrenalina: possui ação antagônica à ocitocina, causando vasoconstrição; Qualidade tecnológica - É a obtenção da matéria-prima adequada para processamento, transformação, armazenagem e distribuição. Parâmetros tecnológicos 01-Acidez: é avaliada pelo pH que é representado pelos íons livres de H + ou através da titulação onde neutraliza-se o leite com solução de Dornic (hidróxido de sódio), conseguindo quantificar o ácido láctico no leite; - pH normal: de 6,5 a 6,7; - Mastite: maior que 7,0; - Ácido: menor que 6,5; - Colostro: igual a 6,0; - Acidez Dornic: 1ºD = 0,1g de ácido láctico/Litro. *A acidez pode ser adquirida através de contaminação; 02-Densidade: é avaliada a 15ºC, sendo o normal de 1,028 a 1,034, em altas temperaturas, há o aumento de volume, assim a densidade diminui e em leite desnatado, possui densidade elevada, de 1,033 a 1,036; *O leite deve estar homogeneizado para coletar a amostra, se não terá muita gordura. - Gordura: - Extrato seco total (EST); - Extrato seco desengordurado (ESD); 37 www.veterinariandocs.com.br Fatores que interferem na qualidade e composição do leite Raça, individualidade, idade (pior em animais idosos), prenhes, fração da ordenha, fase da lactação, número de ordenhas por dia (aumenta teor de gordura e volume), alimentação, estresse, conforto térmico, cio, doenças e transtornos gerais e mastite (principalmente subclínica, pois na clínica se observam sinais como edema, hiperemia, vermelhidão, sensibilidade dolorosa, o leite apresenta grumos, pus e/ou coágulos). Origem das anormalidades Fisiológica, patológica, pós-ordenha ou outras causas. *Leite considerado normal 7-8 dias pós parto manterá suas características com composição constante até o fim da lactação. 01-Fisiológico: -Raças especializadas; -Colostro: -Sabor salgado pela maior quantidade de sais, coloração amarelada pela maior quantidade de gordura e rico em proteínas devido as imunoglobulinas; -O leite no final da lactação sofre alterações tornando-se semelhante ao colostro; -Leite de retenção: - Leite produzido 30 dias antes do parto e possui composição semelhante ao colostro; -Leite desnutrido: -Quando o animal encontra-se em má condição corpórea, há interferência na coagulação e estabilidade térmica do leite; -Pode ocorrer em período de seca, quando a alimentação se dá através de cana-de-açúcar e melaço, por exemplo, contendo baixo conteúdo de proteína, caseína, lactose e minerais; -Há um desbalanço de proteína:energia pela baixa concentração de lactose, fósforo, cálcio e magnésio; -Ocorre limitação na disponibilidade de energia para o tecido mamário, alterando a síntese e secreção do leite; 38 www.veterinariandocs.com.br 02-Patológico: -Mastite -Clínica ou subclínica; -Diminuição da lactose, caseína e triglicerídeos; -Queda do pH no início da infecção; -Aumento do pH quando há agravo da infecção; 03-Pós-ordenha: -Contaminação por sujidades (terra, fezes ou pelos); -Contaminação por microrganismos; 04-Outras causas: -Leitestóxicos: devido à presença de antibióticos, toxinas microbianas, organoclorados, organofosforados ou ainda toxinas de plantas ingeridas pelos animais; Leite anormal ou Síndrome do Leite Anormal (SILA) Conjunto de alterações nas propriedades físico-químicas do leite, que causam transtornos nos processos de elaboração de derivados lácteos, no seu rendimento e/ou na sua qualidade final, os quais estão associados a transtornos fisiológicos, metabólicos e/ou nutricionais, com implicações nos mecanismos de síntese e secreção. -Leite visualmente alterado: viscoso, flocoso, aquoso, dessorado; -Padrões bioquímicos e/ou microbiológicos alterados; Identificação da SILA Haverá transtorno no tratamento térmico, baixa qualidade e rendimento industrial de derivados como queijos, coincidência com a época da seca e uso de vacas da raça holandesa. Composição: Haverá uma redução na concentração de sais minerais, exceto sódio e potássio, redução na proteína bruta e caseína. Ocorre elevação dos teores de nitrogênio não proteico (NNP). Fatores que interferem na quantidade e composição do leite -Contagem de células somáticas (CCS): em situações de mastite haverá um processo inflamatório da glândula mamária levando a uma leucocitose. Sendo as células 39 www.veterinariandocs.com.br somáticas representadas principalmente pelos leucócitos e pelas células de descamação do epitélio haverá uma elevação na contagem; -Fatores que afetam a CCS: nível de infecção, idade da vaca e estágio de lactação; -Elevada CCS: : leva a uma redução na síntese de leite por danos físicos nas células e alteração na permeabilidade vascular, aumentando a diapedese, passando mais plasma e leucócitos para o leite, assim alterando p pH, tornando-o mais básico, pois o pH do plasma está entre 7,1 e 7,2. Logo leite com pH neutro é oriundo de glândula com algum processo inflamatório; CCS e a composição do leite -Proteína: -Elevação dos níveis de proteínas séricas; -Redução dos níveis de caseína por proteases bacterianas, leucocitárias, séricas como a plasmina e por redução na síntese; -Plasmina possui atividade proteolítica, evitando a formação de trombos no organismo do animal. A proteólise produz uma substância amarga ao paladar; -Gordura: -Redução nos níveis de gordura e há presença de lipases bacterianas, leucocitárias e do tecido secretor da glândula levando a rancidez; -Lactose: -Redução na síntese e passagem da lactose para a corrente sanguínea; -Concentração de minerais: -Diminuição do potássio pela passagem para a corrente sanguínea pelo epitélio lesado, aumento de cloro e sódio e diminuição de cálcio; -Íons cloretos passam do sangue para o leite, para compensar a pressão osmótica do leite devido a saída de lactose, atraindo água, isso também faz com que o pH torne-se ainda mais alcalino; *Em glândulas inflamadas há baixa síntese proteica, baixa de lactose e gordura encontra-se normal. **Leucócitos possuem proteases e lipases que são liberadas conforme são destruídos, assim diminuem ainda mais os teores de proteína e gordura, também geram odor e sabor desagradáveis. 40 www.veterinariandocs.com.br ***Leite de retenção ocorre 30 dias antes do parto, assim como o colostro, não são destinados para o consumo humano. CCS e a qualidade do leite e derivados -Redução na vida útil de produtos: como ocorre no leite UHT; -Redução no rendimento industrial: em queijos há o aumento de água no coágulo, elevado tempo de coagulação e alteração na textura do coágulo; -Alteração nas propriedades organolépticas; Efeitos do tratamento pelo calor -Objetivo: eliminar os patógenos; -Maiores temperaturas e por maiores tempos leva a maiores modificações nos produtos, logo deve haver um equilíbrio tempo/temperatura para que se tenha maior eficiência na eliminação de patógenos, preservação e composição do produto; -Efeitos: -Gordura: tem-se agregação dos glóbulos e ruptura da membrana pela lipólise havendo assim liberação de ácidos graxos; -Proteínas: a caseína é estável em condições normais de pH, a β-lactoglobulina sofre desnaturação irreversível, ligação com κ-caseína, interferindo na ação da renina originando um coágulo insatisfatório (efeito indesejável para queijos, mas desejável para iogurtes). -Enzimas: é dependente do tipo de enzima. Tem-se persistência de peroxidase e inativação da fosfatase; -Lactose: acima de 100ºC sofre reação com proteínas conhecida como Reação de Maillard; -Vitaminas: tem-se erda de vitamina C e outras vitaminas sofrem pouca ou nenhuma alteração; -Minerais: o fosfato de cálcio acima de 74ºC passa para sua forma insolúvel; Vantagens da qualidade tecnológica -Produtores: -Produção constante de um produto de melhor qualidade; -Menor risco de condenação do leite pela indústria; -Padronização das atividades e prevenção de problemas sanitários; 41 www.veterinariandocs.com.br -Conscientização dos produtores; -Preservação da saúde pública; -Indústria: -Redução dos custos operacionais; -Confiança dos consumidores; -Maiores chances de alcançar o mercado externo; -Aumento da produtividade e da competitividade; -Uniformidade da matéria prima; -Preservação da saúde pública; -Consumidores: -Aquisição de produtos seguros, com melhores qualidades nutricionais e organolépticas; -Melhores preços; -Aumento da vida de prateleira; -Confiança em produtos das indústrias nacionais; -Preservação da saúde pública;
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