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Universidade Federal Rural de Pernambuco
DFMA- Área de Anatomia
Curso de Medicina Veterinária
RELATÓRIO DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA
REGIÃO CERVICAL
Equipe: Amanda Lira, Geovânia Gonçalves,
 Nathálya Cibelle e Wedny Santana.
Docente: Rosilda Santos
Turma: SV3 - Vespertino
Recife, 2019.
Introdução
 Etimologicamente, a palavra anatomia significa separação ou dissociação de partes do corpo. No período inicial do seu desenvolvimento, a anatomia era uma simples ciência descritiva, baseada em observações realizadas a olho nu e com o uso de instrumentos simples de dissecação- bisturi pinça e outros. Naquela época o termo expressava adequadamente a natureza do objeto de estudo. Mas com a expansão do objetivo da ciência e com o crescimento dos conhecimentos anatômicos, tornaram-se necessárias subdivisões e novos termos foram introduzidos, para designar áreas específicas e métodos de trabalho.
 A anatomia veterinária é o ramo que lida com a forma e estrutura dos principais animais domésticos. É geralmente estudada tendo em vista a formação profissional e, portanto, é de caráter altamente descritivo. São utilizados três métodos principais de estudo- o sistemático, o topográfico e o aplicado.
 O termo anatomia topográfica designa os métodos pelos quais as posições relativas das várias partes do corpo são rigorosamente determinadas. Pressupõe um conhecimento bem sedimentado de anatomia sistemática. As considerações sobre os fatos anatômicos e sua relação com a cirurgia, o diagnóstico físico e outros ramos práticos são denominados anatomia aplicada.
 Por estudar as relações gerais dos órgãos que constituem cada região do corpo dos vertebrados domésticos, falaremos da região cervical com as suas respectivas estruturas. Para analisar características topográficas mais salientes e o conteúdo de estruturas importantes, em especial vasos e nervos, o pescoço é dividido em regiões que facilitam a localização anatômica dos órgãos - porção ventral, porção lateral direita, porção lateral esquerda e porção dorsal do pescoço. O conjunto de vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, músculos, ossos e linfonodos, serão abordados nesse relatório, bem como a importância médico cirúrgica dos componentes acima citados.
 
 Objetivos gerais
 Para facilitar na aprendizagem do estudo da anatomia topográfica, este relatório tem como objetivo expor e descrever as composições corporais através da metodologia de dissecação de um cão.
Objetivos específicos
 Analisar os músculos superficiais e profundos do pescoço, bem como os ossos ali presentes, reconhecer glândulas e vasos das respectivas regiões e estimular ao uso de práticas para aprendizagem da anatomia.
Materiais e métodos
 Materiais de dissecção: cabos de bisturi de números 4, lâminas de bisturi de números 21, tesoura curva de ponta romba (15cm), pinça de dissecação anatômica serrilhada (16cm), pinça de dissecação com dente de rato (16), luvas de procedimento e jaleco.
Outros materiais: Atlas anatômico.
Metodologia 
 Foi observado o cão, sem raça definida - SRD, adulto, macho, que após ter sido submetido a uma tricotomia, foi dissecado do plano ventral mediano ao plano lateral esquerdo, exposto os seus músculos e posteriormente seus órgãos internos do pescoço. O animal é pertencente à Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A dissecação foi realizada como parte da avaliação do curso de Medicina Veterinária, com coordenação da Professora Rosilda Santos, do Departamente de Morfologia e Fisiologia Animal, com aulas realizadas às quintas feiras das 13h ás 18h.
 Inicialmente, foi feita uma incisão ampla na pele com o bisturi – com cuidado para que os músculos subjacentes não fossem atingidos – foi feita uma incisura a partir da linha mediana ventral do pescoço, seguido de uma incisura em direção ao dorso do pescoço no antímero esquerdo, indo até as primeiras vértebras cervicais, posteriormente foi feita uma incisão, mais caudalmente, também em direção ao dorso do pescoço. 
Em sequência, a tela subcutânea da pele foi divulsionada com bisturi e tesoura, fazendo movimentos de introdução, abertura e fechamento da tesoura. 
Após a pele ser rebatida, expondo as estruturas superficiais do pescoço, foi rebatido também o músculo cutâneo (Platisma). O tecido adiposo superficial e o tecido conjuntivo foram removidos, com bisturi, para que os detalhes anatômicos dos músculos fossem evidenciados. Similarmente, a porção cervical do músculo braquiocefálico foi rebatido com o intuito de observar os músculos inferiores ali presentes.
DELIMITAÇÕES
O animal se encontra em posição anatômica decúbito lateral direito. 
		
Músculos superficiais do pescoço. Vista lateral esquerda após remoção dos músculos cutâneos. Nesta vista da metade cranial do animal observamos diversos músculos extrínsecos do membro torácico, que se dispõem fixando o membro com a cabeça, pescoço e tronco. Este grupo muscular, situado superficialmente, cobre os diversos músculos próprios do pescoço e do tronco; dessa forma, somente alguns desses músculos e vasos são visíveis na dissecação superficial:
M. Braquicefálico (porção cervical e processo mastóide);
Origina-se na parte cranial da fáscia toracolombar, no processo espinhoso das primeiras vértebras torácicas e na rafe tendínea média do pescoço. A inserção ocorre no osso occipital (cristal nucal) e nos processos mastoides do temporal. Sua função é estender o pescoço e levantar a cabeça. Agindo unilateralmente direciona o pescoço e a cabeça lateralmente. Irrigado pelas artérias cervical superficial, carótida comum, vertebral, torácica externa e artéria braquial. Inervado pelos nervos acessório, cervical e ramos do Plexo Braquial. O traumatismo desse músculo acarreta fibrose do mesmo, resultando em rotação externa e extensão da articulação do ombro denominado contratura espinhal
M. Esternocefálico (porção mastóide e porção cervical);
O músculo esternocefálico se enquadra dentro dos músculos ventrais do pescoço. Sua principal função é a flexão do pescoço. Origina-se no manúbrio do esterno, divergem cranialmente até suas inserções na cabeça e possui duas porções: occipital, mais superficial, e mastoidea, mais profunda. Recebe ramos da artéria carótida comum e artéria occipital, e é inervado pelo Nn. Cervicais e Acessório (XI Par Craniano). A separação entre ambas as porções pôde ser identificada nesta dissecação. É imprescindível durante uma traqueotomia haja a devida atenção para que este músculo não seja atingido, evitando sangramento.
V. Jugular externa esquerda
Conduz o sangue venoso proveniente da cabeça para o coração. Ela origina-se da união das veias linguofacial e maxilar. Ela corre diretamente ao suco jugular, sob a pele, sendo coberta apenas pelo músculo cutâneo do pescoço, sobre o músculo esternocefálico. Essa região é utilizada para fins terapêuticos na administração medicamentos e coleta de sangue etc.
O músculo braquiocefálico foi rebatido para a visualização dos seguintes músculos:
M. Rombóide
A origem do músculo, que é bem ampla, ocorre na rafe fibrosa dorsal do pescoço (M. romboide cervical) e nos processos espinhosos torácicos (M. romboide torácico), abrangendo aproximadamente desde a 2ª vértebra cervical até a 3ª vértebra torácica. A inserção ocorre na borda dorsal da escápula na face medial da cartilagem da escápula. Sua função é levantar e retrair o membro torácico. Com o membro fixo, levanta o pescoço. Inervado pelos ramos ventrais dos nervos cervicais e torácicos. Vascularizado pela artéria escapular.
M. Esplênio
Origina-se na parte cranial da fáscia toracolombar, no processo espinhoso das primeiras vértebras torácicas e na rafe tendínea média do pescoço. A inserção ocorre no osso occipital (cristal nucal) e nos processos mastoides do temporal. Sua função é estender o pescoço e levantar a cabeça. Agindounilateralmente direciona o pescoço e a cabeça lateralmente. Inervado pelos ramos dorsais dos nervos cervicais. 
M. Omotransverso
Desde sua origem na asa do atlas se direciona caudalmente até sua inserção no acrômio da escápula e na fáscia do braço. Encontra-se revestido, exceto em sua parte mais caudal, pelo músculo braquiocefálico. Sua função é adiantar o membro braquial. Inervado pelo nervo acessório.
Após a visualização das estruturas superficiais da vista lateral do pescoço, o animal foi posicionado em decúbito dorsal para analisarmos as estruturas superficiais e profundas da região ventral do pescoço. Foi possível observar as seguintes estruturas:
M. Esternocefálico (separa a V. jugular externa da A. carótida comum);
- Sua descrição está na página anterior-
M. Esternohióideo;
Está disposto ventralmente ao pescoço e estreitamente associado à traqueia. Origina-se do manúbrio do esterno e na primeira cartilagem costal e se insere no basihioide. Sua função consiste em provocar a retração caudal do hioide e das estruturas relacionadas a ele (laringe, faringe e língua), participando na fase final da deglutição. Inervado pelo ramo ventral do primeiro nervo cervical e asa cervical.
M. Esternotireóideo:
Está disposto lateralmente à traqueia. Origina-se, junto do músculo esternohioideo, no manúbrio do esterno e na primeira cartilagem costal. A inserção ocorre na cartilagem tireoide da laringe. Sua função é formar uma unidade funcional com o músculo esternohioideo, fazendo também a retração caudal do hioide e de estruturas associadas participando da deglutição. Inervado pelo ramo ventral do primeiro nervo cervical e asa cervical.
 
M. Trapézio
É um músculo plano e triangular, dividido em duas porções (cervical e torácica) por aponeurose intermediária. Sua ampla origem na rafe fibrosa dorsal média do pescoço (em comum ao músculo contralateral) e no ligamento supraespinhal abrange desde a 3ª vértebra cervical até a 9ª vértebra torácica. Insere-se na espinha da escápula. Função: É elevador e fixador da escápula, além de contribuir no deslocamento cranial da extremidade. Inervado pelo Nervo acessório.
V. jugular externa ( direita e esquerda);
Conduz o sangue venoso proveniente da cabeça para o coração. Ela origina-se da união das veias linguofacial e maxilar. Ela corre diretamente ao suco jugular, sob a pele, sendo coberta apenas pelo músculo cutâneo do pescoço, sobre o músculo esternocefálico. Essa região é utilizada para fins terapêuticos na administração medicamentos e coleta de sangue etc.
Feixe vásculo nervoso:
A. carótida comum
As artérias carótidas primitivas ou comuns (esquerda e direita) são responsáveis por fornecer o sangue a toda a região da cabeça. A direita começa na bifurcação do tronco braquiocefálico, por trás da articulação esternoclavicular e está confinada ao pescoço. A esquerda surge da parte mais alta da crossa da aorta, à esquerda e em um plano posterior ao tronco braquiocefálico e, portanto, consiste em uma porção torácica e outra cervical. Alguns cirurgiões realizam oclusão temporária da artéria carótica antes de grandes intervenções, como na maxilectomia, para minimizar a perda sanguínea. 
Tronco vagossimpático
Veia jugular interna
Traqueia
Cartilagem cricóide
Cartilagem tireóide
Esôfago

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