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Vícios do negócio jurídico Qualquer vício gera anulabilidade, só simulação gera nulidade Erro Palavra chave: espontâneo Conceito: O erro ocorre nas decisões tomadas graças a falsa representação da realidade, ou seja, dá-se o erro a partir da tomada de decisão sobre ideias equivocadas dos fatos, coisas, riscos e pessoas que estão envolvidas no negócio jurídico Características: Substancial: se a pessoa soubesse a verdade, não faria o negócio Escusável: Passa despercebido de qualquer pessoa de diligência normal Se o erro é acidental (a pessoa tem praticado o negócio mesmo que tivesse sabido dele antes) ou indesculpável (o sujeito não percebeu o erro que seria perceptível por pessoa com diligência normal), o negócio jurídico é válido Fundamentação legal: art 138-144 CC Importante: análise do elemento subjetivo Dolo Palavra chave: malícia Conceito: conhecido como erro induzido. No dolo, o negócio é feito porque há um artifício que leva o contratante a declarar a vontade de forma diversa da que faria, caso não houvesse o agir malicioso do outro contratante. Elementos característicos: Má-fé Ilicitude no agir do contratante que induz ao erro Exame da culpabilidade do agir do outro contratante Exame do elemento subjetivo Tipos de dolo: Dolo essencial Dolo acidental Art 145, cc- dolo como causa Art 146, cc- dolo não é a única causa do negócio Dolus bonus Não mente mas agrega valor ao produto Dolus malus Intenção de louvar ou exacerbar as qualidades do objeto do negócio, sem causar prejuízo Dolo comissivo Dolo ativo, a pessoa cria uma situação através de alguma ação própria Dolo omissivo Por ação Por omissão (art 147,cc) Silêncio intencional Silêncio que decorreu de uma obrigação prévia de falar Coação Conceito: "É toda a pressão física ou moral exercida contra alguém, de modo à forçá-lo à prática de um determinado negócio jurídico, contra a sua vontade, tornando defeituoso o negócio" - Cristiano Chaves de Farias Tipos: Coação física(vis absoluta): pressão resultante de uma força exterior, para tolher os movimentos do agente, fazendo desaparecer a sua vontade Coação moral (vis compulsiva): existência de uma ameaça séria e idônea de algum "dano", a ser causado ao declarante ou a alguém de sua família Requisitos: Gravidade Seriedade Iminência ou atualidade Ou está prestes a acontecer ou acontecendo Nexo causal Que o ato ameaçado seja injusto Importante: análise subjetiva Coação: essencial / acidental (não vem a caracterizar anulação, possivelmente perdas e danos) Excludentes (Art 153 CC) Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Exercício regular de um direito Temor reverencial Observações: Mal impossível, remoto ou evitável Não caracteriza coação Coação exercida por terceiros Gera anulação quando o beneficiário da coação sabia Comparativo: Erro x Dolo x Coação Espontâneo x Malícia x Força/Ameaça Fundamentação legal Arts 151-155 CC Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circunstâncias, decidirá se houve coação. Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. Art. 155. Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto. Coacto: o que foi coagido Lesão Conceito: "É um prejuízo resultante da exagerada desproporção das prestações existentes nos negócios jurídicos" - Chaves de Farias Desiquilíbrio entre o que cada um tem que fazer no negócio jurídico Acontece na celebração do negócio jurídico Espécies: Lesão enorme ou propriamente dita Lesão usuária ou usura real Lesão especial (art 157 CC) Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito. Lesão consumerista Características: Desproporção Prejuízo Inexperiência Elementos: Objetivo: desproporção Subjetivo: inexperiência Admissibilidade: nos contratos bilaterais e onerosos Importante: lesão != onerosidade excessiva (Art 478 CC) Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação. ESTADO DE PERIGO Conceito: é a projeção do estado de necessidade do direito penal, mas na esfera negocial (art 156 CC) Um dos contraentes assume obrigação excessivamente onerosa, por conta da necessidade de salvar a si ou a alguém ligado por vínculos afetivos O perigo real e iminente passa a ser fator de desequilíbrio, que limita a liberdade de manifestação Inferioridade Ameaça pelas circunstâncias Elementos: Objetivo: obrigação exageradamente onerosa no momento da declaração de vontade Subjetivo: condições de inferioridade em que se encontrava a vítima no momento da contratação Analogia: Art 157, parágrafo segundo, CC Distinção Dolo(malícia) x Lesão(desequilíbrio) x Coação(ameaça-força) x Estado de perigo (ameaça-circunstâncias-inferioridade) Lesão(inexperiência) x Estado de perigo(inferioridade) Fraude contra credores Conceito: vício social, traduzível pela prática de um ato de disposição patrimonial do devedor, com o propósito de prejudicar o seu credor, pela diminuição ou esvaziamento do patrimônio Elementos característicos: Diminuição ou esvaziamento do patrimônio do devedor até a sua insolvência (elemento objetivo) O intuito malicioso do devedor de causar o dano (elemento subjetivo) - Má fé Remédio: ação pauliana/ação revocatória Observação: na fraude à execução, a alienação do bem ocorre depois da citação do bem, e tem como efeito a ineficácia do ato Na fraude contra credores não houve ainda citação, ainda não está sendo processado, só está devendo Palavra chave: golpe, esvaziamento patrimonial Simulação Conceito: prática de ato jurídico que esconde a real intenção, já que a verdadeira intenção é encoberta mediante disfarce, partindo-se da divergência intencional entre a vontade e a declaração [Má fé] Simulação gera nulidade[ex tunc], os outros geram anulação[ex nunc] Requisitos: Acordo simulatório Intencionalidade na divergência Declaração de vontade livre Intuito de enganar terceiros Distinção Simulação X Coação Simulação X Reserva mental Simulação X Dolo Só não tem o acordo simulatório no dolo Ato ilícito Conceito: Toda e qualquer conduta praticada por pessoa imputável, que viola um dever juridicamente previsto, causando prejuízo a alguém Gera ato indenizatório se os elementos de imputação do dano estiverem presentes Ato ilícito não necessariamente reproduz responsabilidade civil Ato lícito pode causar responsabilidade civil Conduta legal pode causar penalização, ao contrário de como acontece no direito penal Fundamentação legal: Arts 186 e ss, CC Elementos da imputação do dano: Conduta do agente Culpa (lato sensu) Dano Nexo de causalidade Distinção: responsabilidade civil/penal Ato ilícito X Responsabilidade civil Autonomia conceitual Imputação do dano Responsabilidade civil Noções introdutórias: Responsabilidade civil Contratual (Arts 389 e ss. e 395 e ss CC) Obrigações de meio Descumprimento A vítima prova a culpa Obrigações de resultado Descumprimento Presume-se a culpa pela circunstância Pessoa jurídica também pode ser responsabilizada Extracontratual (Arts 186, 187 e 927e ss CC) Objetiva (regra CDC, consumidor em regra não precisa comprovar a culpa) Propriamente dita Desnecessário comprovar a prova Risco Presume-se a culpa Vide Art 6º, VIII, CDC (inversão do ônus da prova caso a parte hipossuficiente não consiga provar, pode ser utilizado por analogia no CC) Subjetiva (regra CC) Comprova-se a culpa Pessoa jurídica também pode ser responsabilizada Cláusulas de não indenizar são nulas, não é possível refutar direitos fundamentais Prescrição e decadência Sobre a influência do tempo nas relações jurídicas Dormientibus non scurrit jus O direito não socorre aos que dormem Prescrição Arts 189 a 206 CC Trata-se da perda da pretensão a um direito subjetivo (de crédito, por exemplo) Prazos Art 205 CC prazo geral 10 anos Art 206 CC prazos especiais De 1 a 5 anos Formula para identificação do prazo Premissa 1: Identifique o prazo: se ele for em dias, meses ou ano e dia, é decadencial Se for em anos, depende Premissa 2: Identifique o artigo se o prazo estiver nos arts 205 e 206 CC, será prescricional se estiver fora; decadencial Premissa 3: Identifique a ação correspondente se for condenatória (cobrança, reparação de danos) o prazo é prescricional. Se a ação for constitutiva (positiva ou negativa), o prazo é decadencial. As ações declaratórias são imprescritíveis Quando ocorre o início do prazo prescricional? Doutrina clássica: da lesão do direito subjetivo se for um caso de reparação de danos, a partir do ato ilícito. Se for ação de cobrança, a partir do inadimplemento Doutrina contemporânea: teoria da actio nata. O prazo prescricional tem início a partir do conhecimento da lesão. Prescrição de ofício Lei n 11.280/2006 - revogação do art 194 CC Princípio da celeridade processual Juiz declara espontaneamente a prescrição E na hipótese da renúncia à prescrição (art 191 CC)? Afronta à autonomia privada Ex.: Ação de cobrança Interrupção, impedimento e suspensão da prescrição: 197 a 201(impedimento e suspensão) 202-204(interrupção) Impedimento: o prazo não começa, e quando inicia, começa do zero Suspensão: O prazo começa (1, 2...) e depois, quando cessa a suspensão, continua de onde parou (3,4...) Interrupção: Começa (1,2...) e quando interrompe, volta para o começo (1,2...) Obs: A interrupção da precrição só pode acontecer uma vez Decadência Arts 207 a 211 CC Trata-se da perda de um direito potestativo Todos os prazos que não estão no 205 ou 206 são decadenciais Em regra, não pode ser interrompida, suspensa ou impedida - Art 207 CC Exceção: Art 208 CC Tipos: Legal(lei) e convencional(contrato) Obs: O tratamento dado à decadência convencional era igual ao dado à prescrição. Mudança provocada pela lei nº 11 280/06 É nula a renúncia à decadência legal, mas e a convencional, pode ser renunciada? (Vide art 211 CC) Pretensões imprescritíveis: A prescritibilidade é a regra Não prescrevem as pretensões: Protegem os direitos de personalidade As que se prendem ao estado de pessoas Ex.: declaração de união estável, emancipação As de exercício facultativo, em que não existe direito violado As referente aos bens públicos de qualquer natureza As que protegem o direito de propriedade As pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem As destinadas a anular inscrição do nome empresarial, feita com violação de lei ou de contrato Prescrição e institutos afins de natureza processual: Preclusão Perempção
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