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FACULDADE SERRA DO CARMO LUANA MARCELLE REIGOTA LOPES MORTE PRESUMIDA COM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA PALMAS, 2019 Introdução Para entender sobre a morte presumida com a declaração de ausência, deve-se saber sobre a personalidade jurídica. Personalidade jurídica de acordo com o Código Civil de 2002, é uma criação do Direito, para que o indivíduo seja considerado pessoa, portanto, tenha direitos e obrigações. De acordo com o Art. 2° do Código Civil a personalidade civil se inicia no momento do nascimento com vida, com a comprovação do funcionamento do sistema cardiorrespiratório, e se finda com a morte do indivíduo, como cita no Art. 6°. Morte presumida Pode ser estabelecida de duas formas: com decretação de ausência ou sem a decretação de ausência, previstas no Art. 6° e 7° do Código Civil. Há casos em que não foi possível encontrar o cadáver para exame, nem há testemunhas que presenciaram ou constataram a morte, mas é extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. Nesses casos, não há certeza da morte, se houver um conjunto de circunstâncias que indiretamente induzam a certeza, a lei autoriza ao juiz a declaração da morte presumida. Morte presumida COM declaração de ausência Segundo Pablo Stolze, ausência é “um estado de fato, em que uma pessoa desaparece de seu domicilio, sem deixar qualquer notícia”. A ausência poderá ser requerida por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, devendo haver em relação à ausência a existência de uma declaração judicial. De acordo com o Art. 22° caso não tenha deixado um representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. Neste caso, a morte é reconhecida depois de uma sucessão de atos que é a declaração da ausência e curadoria dos bens, abertura da sucessão provisória e abertura da sucessão definitiva. Somente depois da abertura da sucessão definitiva é que se pode considerar a possiblidade de prática do ato registral que dá publicidade à morte presumida. Há necessidade de declaração judicial. Na justificação do óbito tem cabimento para assento de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre, não for possível encontrar-se o cadáver para exame. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro, em livro próprio, dos óbitos verificados em campanha e os fatos que convençam da ocorrência da morte (artigo 88 da Lei nº. 6.015/73). Conclusão Quando a pessoa desaparece de seu domicílio sem deixar notícia, sem que se saiba se está vivo ou morto, primeiramente, o Direito Civil regulamenta o destino de seus bens, que aos poucos, com o passar das fases da ausência, passarão ao domínio dos herdeiros do ausente. Quando se tem a declaração de ausência, presume-se a morte quando a probabilidade de sua volta for quase zero, pois a presunção da morte tem eficácia contra todos, mas a eficácia possui uma condição resolutiva que é o reaparecimento do ausente, que se acontecer, considera-se como se vivo estivesse o tempo todo, retroagindo todos os efeitos ao ponto inicial, com algumas exceções previstas na lei. O ordenamento jurídico soluciona o problema da ausência, com a evolução jurídica trazida de acordo com o CC de 2002, possibilitando a proteção dos bens do ausente até que seja presumidamente morto, mas sempre pensando na possibilidade de seu retorno e no direito dos seus herdeiros.
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