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RESUMO TEORIA PSICANALÍTICA NP1

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TEORIA PSICANALÍTICA – NP1
A PRÉ-HISTÓRIA DA PSICANÁLISE
Começam a acontecer vários casos de histerias, onde a medicina não é capaz de encontrar a cura ou explica-los. Histeria vem da palavra histerus, que significa útero. Ou seja, era acreditado que histeria era uma doença de mulheres. A explicação para a histeria cometia a repressão, principalmente para as mulheres que viviam em uma sociedade machista, patriarcal, voltada aos prazeres masculinos enquanto a sociedade esperava que as mulheres fizessem o papel de reprimidas e recatadas. Portanto, eram mais as mulheres que sofriam a consequência de não poder viver plenamente sua sexualidade, mas histeria não era uma doença especificamente feminina, como Freud veio a provar posteriormente.
A histeria desafiava a comunidade médica pois apresentava um conjunto de sintomas sem evidências físicas. Os sintomas mais comuns são: paralisia, cegueira, manifestações “teatrais”, convulsão, amnésia, etc. A maioria dos sintomas histéricos são descarregados no corpo do paciente. As pacientes perdiam a credibilidade com os médicos justamente por não apresentar evidências físicas. 
A histeria é considerada uma neurose, que por sua vez é polimorfa, ou seja, assume diversas formas. Os sintomas dos transtornos psíquicos são sempre causados por fatores inconscientes. Dessa forma, abre o espaço para o surgimento da psicanálise em um cenário onde vários transtornos desafiavam os limites da medicina.
Ana O. era histérica. Alguns de seus sintomas eram hidrofobia (medo de água), onde ela sequer tomava água – para se hidratar, ela comia frutas; por muitas vezes ela sentia seu braço anestesiado; e ela esqueceu sua língua natal (Ana O. falava muitas línguas). Os médicos não achavam a raiz do problema de Ana O., e alegaram que a mesma estava fingindo. 
Muitas pessoas tentaram achar a cura para Ana O., até que um dos métodos foi a hipnose. 
A hipnose é uma técnica que altera o estado mental da pessoa. De modo geral, existem dois estados de consciência: o sono e a vigília, mas eles não são os únicos. Quando uma pessoa é hipnotizada, ela não está nem dormindo nem acordada, mas o seu estado de consciência foi alterado. Portanto, a consciência não tem apenas o estado de sono e vigília. 
Partia-se do pressuposto de que a pessoa histérica sofreu experiências traumáticas, ou seja, havia lacunas na memória delas de fatos que foram traumáticos. Essas pacientes histéricas eram hipnotizadas até regredir ao fato traumático. Ao lembrar desse fato, elas tinham uma reação catarse. Essa lembrança que era acessada através da hipnose estava sendo carregada de carga emocional. Durante a época em que ela ocorreu, ela foi reprimida e, dessa forma, a carga fica presa, impossibilitada de liberação. Essa carga seria uma das causas principais do desenvolvimento da histeria. Com a hipnose, essa carga é liberada em forma de choro, tremor, convulsiva, etc. Ao acordar do estado hipnótico, o sintoma de histeria desaparecia (por um tempo). Freud descobriu que a hipnose não era eficiente para tratamentos a longos prazos e, a partir daí, Freud descobriu a psicanálise. 
OS PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE
A psicanálise é uma ciência interacionista: fatores internos e externos interagem para fazer surgir algo novo. 
Trauma é algo que pode ser de natureza sexual e está na causa da neurose. Ou seja, todas as pessoas que desenvolvem alguma neurose, sofreu algum trauma antes. O conceito de trauma está ligado ao conceito de fantasia. 
Uma criança que está brincando no meio de um velório pode ser que isso seja tão impactante que a perda não pode ser suportada pela cabeça, e isso pode ser um evento traumático para o sujeito, negando que aquilo aconteceu. Nesse caso, brincando. Os sintomas que podem desenvolver são: negação, alucinação auditiva ou visual (ver e ouvir a pessoa falecida).
	A princípio, Freud acreditou que os pacientes que o procuravam, tinham sofrido alguma violência sexual. Então, ele desenvolveu a teoria da sedução: que o adulto sofria algum tipo de neurose onde foram seduzidos sexualmente na infância, onde o aparelho psíquico está muito vulnerável, e assim tendo a vida marcada desde então. Portanto, ele acreditava que os pacientes adoeciam por terem sofrido experiências reais traumáticas. 
Mais tarde, Freud começou a perceber que nem todas as experiências eram reais, que as memórias eram fantasiadas pelo paciente. Portanto, uma situação real não é o suficiente para vir a ser uma situação traumática. Chegou à conclusão de o que faz uma pessoa adoecer é o fato real somado as fantasias do sujeito. 
Por exemplo, uma criança que tem os pais separados (fato externo) pode adoecer pois ela acredita que a culpa dos pais se separarem foi dela (fato interno). A interação do fato externo com o interno cria uma fantasia. Cada experiência é individual pois somos carregados de fantasias. Mas, uma fantasia não pode ser criada/plantada pelo outro. Se a mãe joga na cara da criança que foi ela a culpada pela separação dos pais, isso só influenciará a criança a se sentir culpada se essa ideia já estiver na cabeça dela. 
As razões pela qual Freud abandonou a hipnose foram que esse método não curava as doenças a longo prazo. Além disso, quando uma pessoa é hipnotizada, a pessoa conta o fato traumático (externo) sem as fantasias. A psicanálise analisa tanto o fato externo quanto o interno, portanto, a hipnose não funcionava junto com a teoria dele. Mas, a razão mais importante é que, ao hipnotizar uma pessoa, ela fica passiva, e Freud não simpatizava com a ideia do modelo médico (sujeito que procura um médico, ele está com um problema, e o médico identifica esse problema, e o cura – as vezes com cirurgia – enquanto o paciente está passivo), portanto, Freud queria conhecer a fantasia e fazer a pessoa compreender o porquê das fantasias, então o sujeito da análise precisava participar ativamente do processo. 
Freud precisava encontrar caminhos para acessar o inconsciente do sujeito de uma forma onde ela seja ativa. Então trocou a hipnose pela associação livre: que é propor ao sujeito que ele fale tudo que vem em mente no momento. Freud acreditava que a nossa mente camufla o que está no inconsciente e, quando é permitido que a pessoa fale livremente, é mais fácil que os pensamentos inconscientes venham à tona. 
Para Freud, todo comportamento tem um elemento manifesto (aquilo que se apresenta) e um elemento latente (o que está escondido naquilo que se apresenta, onde está o inconsciente). Então, por trás de todo movimento manifesto existe uma motivação do inconsciente. Um psicanalista, ao observar um comportamento (que pode ser uma fala, uma postura, uma expressão facial) ele está observando o manifesto e “pegando” o latente.
Repressão: é um mecanismo de defesa pelo qual a mente tenta impedir que elementos do inconsciente chegar na consciência. A repressão pode falhar, e ao acontecer isso, esse fato é chamado de ato falho. A repressão só é percebida quando começa a se usar a associação livre.
Ato falho: manifestação do inconsciente. Fala algo que não queria falar, escapa algo da defesa do sujeito. Diz algo sem querer, quando na verdade queria dizer outra coisa. 
Havia um conjunto de ideias que levava em consideração o modelo médico. Esse conjunto de ideias foi alterado para que a psicanálise pudesse ser introduzida. 
	A associação livre não é tão livre quanto Freud gostaria. Apesar de tudo, há uma barreira onde impedia que o paciente falasse tudo que viesse à sua mente. 
RESISTÊNCIA
A resistência aparece durante o tratamento, que explica determinado tipo de comportamento (resistência é observável) que estará presente no contexto da análise/contexto clínico. Esse comportamento cria obstáculos para impedir o tratamento. A resistência está presente em todos os sujeitos durante o tratamento, o que varia é a quantidade dela. 
Por que há uma parte do sujeito que não quer se tratar, se ele mesmo que procura o tratamento? 
Existem impulsos indesejáveis que se encontram no inconsciente. Se são indesejáveis, quer dizerque está no inconsciente e o sujeito não quer que vá para a consciência, caso contrário, a organização do aparelho psíquico entra em colapso. 
Há três elementos para saber se um impulso é indesejável: os sonhos, o ato falho e os sintomas.
Solução gradual da resistência: o terapeuta precisa observar quando o paciente está resistindo e ajuda-lo gradativamente a diminuir essa resistência. Caso isso não ocorra, o tratamento não vai evoluir. 
REPRESSÃO
	É uma espécie de barreira para impedir que pensamentos inconscientes venham para o consciente. Para Freud, essa barreira é necessária de um modo para que o sujeito não sofra, caso entre em contato com determinados pensamentos inconscientes.
	Um sujeito que não consegue filtrar os elementos do inconsciente no consciente tem uma espécie de inundação que poderia resultar em um surto psicótico. 
A resistência surge no contexto da relação do paciente com o analista. A repressão é um mecanismo de todas as pessoas, o tempo todo. A resistência é a ação da repressão no tratamento, para impedir que o tratamento ande. Ambos são inconscientes. A repressão não é observável, pois é um mecanismo interno. 
SINTOMA
É o conflito entre aquilo que o inconsciente quer e aquilo que o aparelho psíquico quer que apareça. 
	Como o conflito é resolvido? Por substituição. O sintoma é uma substituição da satisfação censurada. Onde está o sintoma tem um rastro para entender o desejo que foi censurado. O sintoma é um acordo que as partes em conflito fazem. Esse acordo é chamado de solução de compromisso. A solução atende os dois lados, há um equilíbrio entre as duas partes. Ou seja, o sujeito consegue uma satisfação, mas ela é desviada pelo desejo inicial. Segundo Freud, o ser humano está o tempo inteiro achando soluções de compromissos. 
	O acordo vira sintoma quando o substituto causa novos problemas para o sujeito, provocando uma disfunção. Quando o sujeito adoece e apresenta um sintoma, esse sintoma foi a solução possível (que pode não ser considerada a melhor solução) que o aparelho psíquico encontrou para resolver um conflito interno. Uma pessoa saudável encontra soluções construtivas enquanto uma pessoa doente encontra soluções desconstrutivas. O sintoma salva a pessoa da loucura, mas cobrando um preço alto. 
	Para a psicanálise, o ser humano é um ser desejante: parte dos desejos é conscientemente aceitável e a outra parte é inconscientemente inaceitável, que está sempre em conflito e incapaz de alcançar o gozo completo, pois não é possível realizar todos os desejos. 
OS SONHOS
	Para Freud, o sonho e o sintoma tem o mesmo processo de formação e acontecem segundo uma mesma dinâmica. Ou seja, seguem o mesmo caminho. 
	Todos os sonhos têm um conteúdo manifesto e os pensamentos/sentimentos/desejos onírico (relativo a sonho) latente. O sonho é manifesto pois ele chegou na consciência. É preciso decifrar o que o sonho significa a partir do que o sujeito conta.
O caminho para que o sonho se construa na mente é:
A resistência de desejos inconscientes proibidos;
A necessidade de que esses desejos sejam de alguma forma satisfeitos; e
Satisfazer esses desejos de alguma forma, mesmo que seja substituindo-o/de maneira parcial.
O sonho, portanto, é a realização alucinatória de um desejo inconsciente.
	O material inconsciente oriundo do ID força seu caminho até o Ego. A formação de um sonho pode ser provocada de duas maneiras diferentes:
Um impulso instintivo que é suprimido (um desejo inconsciente) no sono faz-se sentir pelo Ego. O sonho surge do ID.
Um impulso que sobrou da vida desperta (uma sequência pré-consciente de pensamento) recebe reforços durante o sono. O sonho surge do Ego. 
O pesadelo é o sonho que menos sofreu deformação. Ou seja, o sujeito encara o desejo “nu e cru”, e isso causa terror. Um pesadelo também é um desejo proibido, até insuportável (e por isso o pânico, a angústia sentida depois do pesadelo). 
O conteúdo manifesto é camuflado para passar pela barreira psíquica e os elementos do cotidiano são ferramentas formuladas pelo próprio Ego para camuflar o sonho. 
Conteúdo latente: desejo proibido. A barreira psíquica diminui, deixando o que está inconsciente passar mais fácil. Mas o Ego sofre mais por conta disso, pois ele é responsável pela deformação. 
Conteúdo manifesto: deformação onírica. Ou seja, camufla o desejo para passar pela barreira psíquica. 
O sonho foi o Ego entrando em acordo com o ID. 
O resultado da elaboração onírica é a conciliação. Há uma tendência impressionante à condensação, uma inclinação para formar novas unidades a partir de elementos separados. Ou seja, a condensação é uma situação em que há dois ou mais elementos e transforma-lo em um único elemento no sonho. 
Intensidades psíquicas são facilmente deslocadas. No ID inconsciente, a energia se acha num estado livremente móvel sempre em busca de descarga. Ou seja, o desejo está em determinado elemento (e satisfazer o desejo é proibido) e o sujeito desloca para um outro elemento. 
A condensação e o deslocamento trabalham juntos. 
QUALIDADES PSÍQUICAS
O psíquico é inconsciente em si mesmo;
A consciência é um estado fugaz;
Alguns processos psíquicos se tornam facilmente conscientes, deixam de ser e voltam a ser conscientes, sem dificuldades;
Tudo o que for inconsciente e que facilmente troca seu estado.
A primeira tentativa de Freud de explicar a mente foi a explicação topográfica, que divide a mente em várias topografias, ou seja, as distribuições da mente. 
Ele afirmava que a mente que nós achamos que é tudo o que pensamos, na verdade, é só uma parte. Daí a metáfora do iceberg: “aquilo que vocês chamam de mente, é só a ponta do iceberg”. 
A consciência, segundo Freud, é fugaz (passa rápido), porque o que temos em nossa consciência é momentâneo, pois o tempo inteiro existem coisas chegando e saindo da consciência. 
Consciente: guarda as informações de fácil acesso, que acabaram de chegar.
Pré-consciente: facilmente acessado.
Inconsciente: dificilmente acessado. 
Segundo a Psicanálise, somos seres desejantes e não gostamos de obstáculos, então o pré-consciente produz o sonho, como forma de satisfazer nossos desejos, mesmo que não seja de maneira real. Freud acreditava que o sintoma e o sonho são uma espécie de acordo que é feito pelo ID com o Ego.
DETERMINISMO PSÍQUICO
	Tudo que acontece na mente, nada é por acaso. Nossos comportamentos refletem coisas que ficam em nossa mente.
A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
	Ao introduzir os conceitos ID, Ego e Superego, é possível observar que, o único totalmente inconsciente, é o ID, enquanto o Ego e Superego tem partes conscientes e inconscientes.
	Ordem da formação da estrutura da personalidade: ID > Ego > Superego.
ID
	Freud acreditava que o ID faz parte de uma constituição inata do ser humano, partindo do pressuposto de que nós não temos a formação de nossa personalidade apenas do lado de fora, de que não somos uma folha em branco a ser preenchida. A personalidade também é construída de dentro para fora. Portanto, o ser humano já nasce com uma estrutura/instância que vai afetá-lo de forma permanente (o ID).
	O ID funciona a partir do prazer, são os desejos mais primitivos do ser humano e, portanto, incapaz de esperar. Quando os desejos não são satisfeitos, o sujeito alucina. O ID busca prazer a qualquer custo, sem consideração pelos limites impostos na realidade, até porque o ID, por representar uma parte da mente tão profunda, não tem contato com a realidade. Por exemplo, uma criança que quer mamar e no momento não pode, chupa o dedo para realizar seu desejo, alucinando que está mamando. 
	Para Freud, o ID é o lado biológico do ser humano; e o Ego e Superego é o lado psíquico. Um bebê tem apenas o lado do ID, o Ego e Superego surge como uma instancia psíquica com a finalidade principal de fazer o contato com a realidade e intermediar o contato desse sujeito tanto com o que vem de dentro quanto com o que vem de fora. O Ego passa a ser o intermediário, “observando’’ o que vem do inconsciente, entrando emcontato com a realidade para saber como satisfazer o desejo do ser, de acordo com as condições dela. 
O ID é tão primitivo que não há como descrever o que vem dele, o que se sente a partir dele. O Ego que é o responsável por interpreta-lo. Por exemplo, um bebê chora e esse choro é causado por um desconforto que ele não tem capacidade psíquica suficiente para interpretar o que é.
Uma pessoa que tem comportamentos impulsivos significa que tem um Ego frágil que se submete aos caprichos do ID. 
EGO
Domina a capacidade da síntese;
Domina a motilidade;
Organiza a simbolização (linguagem);
Sede da angústia (responsável pela detecção dos perigos reais e psicológicos).
A nossa consciência não aguentaria os nossos desejos de quando crianças. Portanto, o próprio Ego retira essas fantasias e coloca no ID, mas mesmo assim os desejos continuam ativos, então nossos desejos inconscientes continuam fazendo pressão para aparecer na superfície da consciência.
Um Ego saudável é aquele que consegue atender os desejos do ID e as exigências do Superego de acordo com a realidade, fazendo um intermédio entre os dois. 
O Ego tem o contato com a realidade (consciente) e com o ID. A angústia do ser pode vir de fora (medo) ou pode vir de dentro. Riscos vindo de dentro podem levar o sujeito a adoecer. 
Riscos que vem de dentro são pressões do inconsciente para vir a se tornar consciente.
Angústia real: medo. Um fato real que se apresenta ao sujeito. Por exemplo: andar numa rua escura e uma pessoa vindo em sua direção é um risco real, que traz a angustia. 
Angústia neurótica: o Ego teme que o ID prevaleça sobre a realidade. Por exemplo: medo de barata, claustrofobia, etc. Qualquer angústia sem um histórico anterior. 
Angústia moral: é um sentimento acusatório. Pressão do Superego sob o Ego. O Superego, por representar a parte da moral, critica, acusa e proíbe. O sujeito sente angústia moral quando sente culpa. 
Diante de qualquer angústia, o Ego se protege. O Ego, em situação de angústia, cria os mecanismos de defesa. Justamente por o Ego ser a parte mais organizada da personalidade, ele vai fazer de tudo para evitar que o sujeito enlouqueça. 
Projeção: tendência de colocar no outro aquilo que não aceitamos em nós mesmos. Pesquisas relativas à dinâmica do preconceito mostraram que as pessoas que tendem a estereotipar outras também revelam pouca percepção de seus próprios sentimentos. As pessoas que negam ter um determinado traço específico de personalidade são sempre mais críticas em relação a este traço quando o veem nos outros. 
Identificação: o Ego da pessoa se identifica com o outro e o imita. 
Introjeção: significa incorporar para dentro de nós mesmos normas, atitudes, modos de agir e pensar que são dos outros e não verdadeiramente nossos. É o oposto da projeção. 
Regressão: é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade. Por exemplo, algumas pessoas quando se sentem inseguras, agarram-se ao seu cobertor tal como faziam quando bebês. 
Negação: é a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o Ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade nunca aconteceram. 
Conversão: numa linguagem simples seria a transformação de uma coisa em outra. No caso da psique x corpo, significa a manifestação orgânica de um sintoma neurótico. 
Isolamento: distanciamento de uma pessoa ou objeto que causa desconforto por algum motivo ou isolar um comportamento ou pensamento interrompendo qualquer ligação. 
Inibição: significa impedir uma função ou alguma conduta. 
Recalque ou repressão: mecanismo de defesa primordial, que surge logo cedo, que faz a divisão entre o inconsciente e a consciência. Sua essência consiste em afastar uma determinada coisa, seja ela um evento, ideia ou percepção do consciente, mantendo-a à distância, no inconsciente, que não traz ameaças. Porém, o material reprimido continua fazendo parte da psique, apesar de inconsciente, e continua causando problemas (sintomas). 
Racionalização: é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. É o processo através do qual uma pessoa apresenta uma explicação que é logicamente consistente ou eticamente aceitável para uma atitude, ação, ideia ou sentimento que causa angústia. 
Deslocamento: o objeto real causa muita angústia para o sujeito, então ocorre um deslocamento para outro objeto. 
Anulação: significa ter ações que contestam ou desfazem um dano que o indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos. Ou seja, fazer o inverso do ato ou do pensamento precedente. 
Formação reativa: esse mecanismo substitui comportamentos e sentimentos que são diametralmente opostos ao desejo real. Trata-se de uma inversão clara e, em geral, inconsciente do verdadeiro desejo. Ou seja, expressar o oposto dos seus sentimentos internos em seu comportamento exterior. Por exemplo, um sujeito secretamente abriga sentimentos lascivos em relação a alguém que provavelmente deve ficar longe. Não quer admitir esses sentimentos, e sim expressar o oposto deles. Este objeto de sua cobiça agora torna-se o objeto de seu ódio amargo. Este mecanismo de defesa poderia ser exemplificado como a obsessão com a pornografia se revertendo em desprezo extremo para todas as coisas sexuais. 
Fantasia: o indivíduo concebe em sua mente uma situação que satisfaz uma necessidade ou desejo, que na vida real não pode por algum motivo ser satisfeito. Por exemplo, um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando procurado pela esposa para o sexo, ele fantasia que está tendo relações homo e não hétero durante o ato.
Sublimação: na impossibilidade de realização de um desejo, encontra um substituto aceitável por meio do qual pode se contentar. É uma forma de deslocamento e um recalque bem-sucedido. 
Existem diversos mecanismos de defesa, e o ser humano os usa diariamente, o tempo todo.
SUPEREGO
Responsável pela estrutura interna dos valores morais, e difere de pessoa para pessoa. Pessoas que roubam, matam, estupram são considerados sujeitos que tem um defeito no superego, e são as pessoas mais perigosas para conviver em sociedade. Quanto menos desenvolvido o superego do sujeito é, mais antissocial ele vai ser. 
Segundo Freud, o Superego surge depois do Ego. Portanto: O ID é inato; o Ego surge quando o sujeito tem uma noção de eu, um ser separado do mundo; e por fim, o Superego, surge quando o sujeito começa a ter uma noção do que é certo e do que é errado (a partir do que falam para ele). 
O superego é a internalização de dois aspectos fundamentais: o que é moralmente proibido e o que é ativamente buscado (“faz isso aqui que é o melhor para você”). Ou seja, o superego impõe ao sujeito o que ele não pode fazer e o que ele deve fazer. 
Divide-se em duas partes complementares:
Ego Ideal: corresponde à internalização dos ideais valorizados dentro do grupo cultural.
Consciência moral: corresponde à internalização das proibições. 
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A sexualidade é a base de tudo que tem a ver com o psicológico, e a libido (o prazer) é o que move o ser humano. 
Segundo Freud, a pessoa que nos tornamos depende de como se desenvolve a nossa sexualidade. E é preciso entender a sexualidade como o desenvolvimento do nosso corpo. 
SEXUALIDADE E LIBIDO
	A libido é uma fonte original de energia afetiva que mobiliza o organismo na perseguição de seus objetivos. A libido sofre progressivas organizações durante o desenvolvimento, em torno de zonas erógenas corporais. Uma fase de desenvolvimento é uma organização da libido em torno de uma zona erógena, dando uma fantasia básica e um tipo de relação ao objeto*. Ela é constantemente produzida pelo ID, que nos mantem vivos e direcionados a alcançar os nossos objetivos que, no princípio, são objetivosde satisfação de nossas necessidades.
* Para a Psicanálise, o termo “objeto” é quando o sujeito passa a deseja-lo para satisfazer uma necessidade dele.
O sujeito é constantemente movido pela sua libido. Quando a libido não se desenvolve corretamente, o sujeito fica fixado em alguma determinada fase do seu desenvolvimento. 
LIBIDO	
A libido, que é uma energia, para ser satisfeita, precisa energiza-la em algum objeto. 
Quando que um objeto se torna um objeto de nosso desejo? Quando investimos libido nele. Ou seja, quando alguém está com sede, uma garrafa de água é investida de libido, e ele passa a deseja-la. Após tomar a água, deixa de ter aquele desejo, se desinveste energia libidinal para investir agora em algum outro objeto. Freud chama esse evento de catexia. Passamos a vida escolhendo objetos para as nossas necessidades. O investimento de libido pode se transformar em uma patologia. 
Caso surja uma angústia muito forte num dado momento da evolução, como resultado do temor de se ligar a um objeto, cria-se um ponto de fixação. A fixação é um momento no processo evolutivo onde paramos, por não poder satisfazer um desejo; o ego se torna mais frágil. Se a angústia for muito forte, ocorre a regressão. A neurose é definida por Freud como um infantilismo psíquico. Por exemplo, um sujeito que não satisfaz a fase oral, ele pode: fumar, colocar o dedo na boca excessivamente, roer unha, beber muito, comer muito, etc. E esses eventos podem ocorrer com frequência quando passa por alguma situação angustiante. Por exemplo: para a pessoa, o momento de dormir é angustiante, portanto, ela começa a chupar o dedo (fase oral). 
FASES DO DESENVOLVIMENTO: FASE ORAL
	Ao nascer, o bebe perde a relação simbiótica que possuía com a mãe. A criança inicia sua adaptação ao meio. 
	Respirar marca o ponto inicial da dependência humana. A luta inicial é pela manutenção do equilíbrio homeostático (maneira que o corpo tem para se adaptar ao ambiente). Segundo a biologia, o equilíbrio homeostático acontece o tempo inteiro pelo nosso corpo. Segundo Freud, o aparelho psíquico também faz isso. 
	Ao nascer, a estrutura inicial mais desenvolvida é a boca, que é uma das regiões mais desenvolvida e com mais terminações nervosas no nosso corpo. É pela boca que o bebe começa a provar e conhecer o mundo.
	A primeira e mais importante descoberta afetiva: o seio. O seio é o depositário de seus primeiros amores e ódios. De acordo com a psicanálise, todas as relações na vida são de amor e ódio, pois desde sua primeira relação é assim. 
Portanto, a amamentação não é apenas o alimento/o leite, é também um suporte afetivo para o bebê. Neste momento, o bebê ama pela boca e a mãe ama pelo seio.
	Em cada fase, além de ter um tipo de relação de objeto, tem que haver uma fantasia básica em torno daquela satisfação. A fantasia básica da fase oral é o que Freud chama de fantasia de incorporação (colocando a mãe para dentro dele, literalmente, comendo a mãe pela boca). Segundo Freud, o bebe não está apenas colocando o leite para dentro, mas também as qualidades dessa pessoa a quem ele está se ligando. O mecanismo de defesa nesse evento é o de identificação. 
	Existem dois exemplos sobre os resquícios da fase oral na fase adulta:
Canibalismo: o canibal não come o outro da mesma espécie porque está com fome. Eles irão eleger uma pessoa que tenha determinado atributo (por exemplo, coragem) e, ao comer essa pessoa, estaria adquirindo esse atributo para si.
Comunhão: o ritual em que come a hóstia e bebe o vinho, que significam o corpo e sangue de Cristo, tem os mesmos objetivos do canibalismo, que, nesse caso, é a incorporação de Jesus Cristo.
Quando uma pessoa tem fixação na fase oral, ela recorre a ela para satisfações fisiológicas, mas, principalmente, para satisfações psicológicas.
Supondo que as necessidades da fase oral foram satisfeitas, a libido, numa progressão natural, se desloca para outra parte do corpo. E no segundo e terceiro ano de vida, surge a fase anal. 
FASE ANAL
	No segundo ano de vida, a libido passa da organização oral para a organização anal. No segundo e terceiro anos de vida, dá-se uma maturação do controle muscular da criança. É o período em que se inicia o andar, o falar e em que se estabelece o controle dos esfíncteres (contrair e relaxar, com o intuito de controlar o fluxo das excreções). Justamente por conta desse movimento muscular, a criança começa a ter um pouco mais de autonomia.
	Segundo Freud, desenvolve-se o sentimento de que a criança tem coisas suas, coisas que ela produz e pode ofertar ou negar ao mundo. A libido passa a organizar-se sobre a zona erógena anal. A fantasia básica será ligada ao valor simbólico das fezes, que é vista apenas como coisas que ela produz e leva ao mundo, não é ligada a algo “nojento”. As fezes passam a representar coisas para ela. As relações serão estabelecidas em termos de projeção ou controle, ou seja, pegar o que está dentro da pessoa e colocar para fora (vendo as fezes como algo bom) ou reter algo que está dentro da pessoa (vendo as fezes como algo ruim). 90% dos casos de prisão de ventre não tem causa física.
	As primeiras coisas que aprendemos a reter ou liberar são nossas fezes. Mais para frente que saberemos reter ou liberar em outros eventos. Por exemplo: a maneira como lidamos com o dinheiro, pode ter relação com a fase anal (reter ou liberar o dinheiro); ser generoso (liberar) ou dar as costas (reter); mães com medo de que o bebê nasça com problema (pois algo que ela retém dentro dela não é algo bom), etc., portanto, a maneira como a criança lida com sua fase anal influência nas questões de retenção ou liberação na sua vida adulta. Um outro exemplo é que o TOC tem suas raízes na fase anal, por conta desse controle ou projeção que começa a ser desenvolvido pela criança. 
	Se essa criança, na fase oral, teve suas necessidades satisfeitas, ela sai dessa fase com um sentimento de que ela é amada. E isso significa que ela incorporou partes boas da mãe e, agora, dentro dela, está cheio de coisas boas. A autoestima começa a partir daí. Portanto, se ela sente que foi acolhida e amada, significa que ela vai encarar as fezes como uma coisa boa, cheia de qualidades. Algo bom que foi produzido dentro dela, e que agora ela pode ofertar isso a alguém. 
	As fezes podem também ter qualidades negativas. Nesse caso, a criança muito provavelmente saiu da fase oral com uma experiência frustrante, sem incorporação, então vai encarar as fezes como algo ruim, perigoso, que a deixa angustiada. Tem casos em que a criança usa as fezes como “bombas”, para agredir ao outro. 
	Portanto, a ideia do que o sujeito produz (que pode ser como um presente, ou uma arma) depende da relação dele com o objeto, que é desenvolvida na fase anal.
FASE FÁLICA 
	Por volta dos três anos de idade, a libido passa a se organizar sobre os genitais, ou seja, a criança passa a prestar atenção nos genitais dela e no do outro. E, ao prestar atenção, ela quer manipular seus próprios genitais e também o dos outros. Ao manipular os genitais, a criança sente prazer, pois há libido ali. Para Freud, é nesse momento que começa a masturbação, e ela se masturba com a mesma mentalidade de que ela colocaria o dedo na boca na fase oral. Portanto, desenvolve-se o interesse infantil pelos genitais, a masturbação torna-se frequente e normal. A discriminação entre os sexos se dá pela presença ou ausência dos pais. A preocupação com as diferenças sexuais contamina até a percepção dos objetos (por exemplo, se a cadeira é menina ou menino). 
	Na fase fálica, a vagina é ainda desconhecida, por não ser perceptível como um pênis. De acordo com Freud, tanto a menina quanto o menino, fazem a diferença sexual com a ausência ou presença do pênis. O pênis é percebido pela criança como um símbolo de poder. 
	Freud desenvolve uma tese chamada de Complexo de Castração, onde os meninos têm medo de perder o pênis (por conta de as meninas não terem).
O complexo de Édipo, segundo Freud, surge aproximadamente na faixa etária de 3 anose vai até o final da fase fálica (até mais ou menos 6 anos). É uma situação triangular, onde tem a criança, a mãe e o pai. 
Por exemplo: um menino vê a mãe como namorada (objeto do desenho) e ele quer ser como o pai (mecanismo de identificação). Portanto, o menino se identifica com o pai, então o Ego dele “pega” partes do Ego do pai. 
	Toda criança vive uma bissexualidade, ou seja, mescla momentos heteros e homossexuais durante a fase fálica. Logo, o objeto de amor e rival em uma criança alterna entre a mãe e o pai. 
Por exemplo: um menino que tem uma proximidade muito grande com o pai e veste as roupas da mãe, passa o batom dela, etc. 
A partir daí, podemos partir do princípio de que todos nós nascemos bissexuais. Conforme o desenvolvimento da criança, ela tende a abdicar de uma parte de sua sexualidade, se orientando para a heterossexualidade ou para a homossexualidade. Os bissexuais seriam aqueles que não querem abdicar de nenhuma parte, que não reprimem, que “querem tudo”. Mas, mesmo a pessoa se orientando para ser hetero ou homo, a bissexualidade continuará sempre tendo resquícios na vida da pessoa. 
	É aprendendo a amar em casa que a criança se tornará o adulto capaz de amar fora. O papel dos pais, nesse momento, é desestimular os desejos édipos da criança durante essa fase. Pois nesta fase, o objeto de desejo das crianças são os pais. Um menino, deixa de investir desejo no pai ou na mãe através de um sentimento egoísta, pois com medo de perder algo dele (Complexo de Castração), ele desiste de ter a mãe ou o pai só para ele. Ao desinvestir a libido neles, mais para frente, na adolescência, a criança pode investir a libido em outras pessoas, que não sejam seus pais. Porém, Freud afirma que nós nunca superamos totalmente nosso Édipo. As pessoas que escolhemos para nos relacionar amorosamente tem um pouco de nossos pais, seja quando queremos buscar alguém parecido a eles ou seja quando queremos buscar alguém totalmente diferente, na tentativa de destruir o desejo. Um outro exemplo, é uma pessoa que, desde seu primeiro relacionamento, trai a companheira ou o companheiro: isso significa uma complicação na fase do Complexo de Édipo, onde também vivia uma relação de três. 
Uma vez reprimido o Édipo, cria-se dentro da criança uma instância psíquica, ou seja, uma parte da personalidade dela, que será responsável por essa proibição: a proibição do incesto. Se aprender a amar é uma relação positiva, ao amor incestuoso é uma relação proibida. A instância que proíbe, que tem essa noção, é o Superego. É, portanto, na queda do Complexo de Édipo que nasce o Superego. A entrada do Superego em cena, leva o Ego, com a pressão do Superego, a reprimir os desejos sexuais da criança (ID) levando-a para o período de latência. 
OBS: A figura materna e figura paterna que a criança necessita para um bom desenvolvimento não é necessariamente a mãe ou o pai. Pode ser também, no caso de figura materna, uma avó, uma irmã, um homem, etc.; no caso da figura paterna, pode ser um avô, um irmão, uma mulher, etc. Portanto não há estudos comprovando de que, uma criança de um casal homossexual, pode ter complicações no Complexo de Édipo ou que isso a influenciará a ser homossexual no futuro.
PERÍODO DE LATÊNCIA
	Esse período vai do final da fase fálica (em média 6 anos) até o começo da adolescência. 
Para Freud, uma fase é quando a libido se concentra em uma determinada zona erógena na maior parte do tempo. Agora, no chamado período, é retirado da libido sua energia sexual. Com a repressão do Édipo, a libido fica deslocada de seus objetivos sexuais. Porém, o fato da libido está sendo reprimida, não quer dizer que ela está eliminada: ela é canalizada para o desenvolvimento intelectual e social da criança através da sublimação. 
	É um período intermediário entre a genitalidade infantil e a adulta.
	Nesse período, a criança rejeita qualquer ideia de que a lembre de atração e desejo, pois essa ideia significa entrar em contato com tudo aquilo que foi proibido pelo Superego. Com essa teoria, tem como entender o porquê de que, nessa fase, a criança sente nojo de relações com pessoas do outro sexo e tem a separação entre grupos de meninas e grupos de meninos, ou seja, eles não se misturam. 
	Os assexuados são aqueles que param no período de latência. A explicação é que essas pessoas veem seus desejos como causadores de angústia, portanto não conseguem passar para a próxima fase, ficando parado no período de latência. Para Freud, abrir mão de sua sexualidade é uma saída patológica, e um caminho para crimes sexuais.
FASE GENITAL
	Entrada na adolescência. Alcançar a fase genital constitui o pleno desenvolvimento do adulto normal: aprendeu a amar, trabalhar e competir; discriminou seu papel sexual; desenvolveu-se intelectual e socialmente. 
	Segundo Freud, essa mudança física (hormônios) vai retirar a repressão dos desejos sexuais, e ele volta com força, com sintomas parecidos com o da Fase Fálica, mas sem a mesma inocência. 
	Do ponto de vista biológico, o sujeito entra na puberdade. No ponto de vista do desenvolvimento psicossexual, a libido volta a se concentrar nos genitais. 
	É nessa fase que o adolescente começa a sentir desejo pelas pessoas do mesmo sexo ou do sexo oposto. 
	Para Freud, chegar na fase genital significa caminhar para a vida adulta, para a maturidade. Muitas pessoas ficam na fase fálica e não consegue chegar na fase genital. 
Por exemplo, uma pessoa que tem um ciúme doentio pelo companheiro ou companheira significa que ele ficou parado na fase fálica. Se uma pessoa idealiza um relacionamento ideal, sempre nas nuvens, significa que ela também ama como criança, do ponto de vista fálico, não do ponto de vista genital. Uma pessoa, na adolescência ou vida adulta, que é bissexual ou assexuado, significa que ela também não passou para a fase genital.
	Uma pessoa que está na fase genital é capaz de amar num sentido genital amplo e de definir num vínculo heterossexual* significativo e duradouro. Sua capacidade orgástica é plena e ligada a capacidade de amar. Ou seja, meu desejo sexual é maior quando eu amo alguém. Pessoas que tem dificuldade de alcançar o orgasmo, não chegou na fase genital. 
*Mais para frente, Freud abandona essa ideia. 
	Ao chegar na fase genital, a procriação é finalidade da vida e os filhos fonte de prazer. Ou seja, os adultos têm que querer ter filhos, investindo libido neles, e eles trazendo muita satisfação para a pessoa.

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