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ABORDAGEM ORTOPEDICA AO POLITRAUMATIZADO Trauma: lesão ou ferida produzida por ação violenta de natureza física ou química, externa ao organismo. INTRODUÇÃO - O trauma é a segunda causa de morte da população em geral no Brasil e a primeira causa de óbitos em jovens de 5 a 45 anos no Brasil. - O transito é o principal causador desses acidentes. - 85% dos politraumatizados sofrem lesões musculoesqueléticas. - A otimização do atendimento reduz a morbidade e mortalidade (serviços de resgate, centros de trauma em hospitais de emergência). AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ATLS: é um método multidisciplinar de atendimento sistematizado. - Organiza a sequência de prioridades na avaliação de órgão e sistemas. A – Abertura de vias aéreas B – Boa ventilação C – Circulação cardíaca D – Déficit neurológico (Glasgow) E – Exposição AVALIAÇÃO PRIMÁRIA ORTOPÉDICA - O traumato-ortopedista: componente ativo da equipe de plantão, tem como objetivo salvar vidas, membros ou reestabelecer funções. - Devem tratar inicialmente as lesões traumáticas da coluna vertebral, quadril e extremidades. - Identificação de lesões + RX (tórax AP, bacia AP e coluna cervical). - Cirurgia estagiada (controle de danos + cirurgia definitiva). AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA - Exame completo de todas as estruturas orgânicas - História + exame clinico Cirurgia definitiva -> TRAUMA <- controle de danos RIS -> falência múltipla de órgãos -> óbito CONTROLE DE DANOS - Redução de fraturas ou luxações. - Alinhamento de deformidades. - Estabilização precoce. - Fasciotomias. - Desbridamento de lesões complexas de extremidades. - Fixação externa. - Tração transesquelética. INDICAÇÕES CIRÚRGICAS - Correção da isquemia. - Estabilização clínica. - Cuidados com a lesão. - Estabilização de ossos longos e pelve. URGÊNCIAS TRAUMATOLÓGICAS (FRATURA EXPOSTA) DEFINIÇÃO - Fratura na qual há uma comunicação do hematoma fraturário com o meio externo (não obrigatoriamente o osso deve estar aparecendo), devido a uma ruptura na pele e nos tecidos moles subjacentes. INTRODUÇÃO - É um desafio para os cirurgiões ortopédicos. - Lesões complexas envolvendo ossos e partes moles. - Trauma de alta energia. - Prognóstico: qualidade de tecidos desvitalizados + grau de contaminação CLASSIFICAÇÃO *ferida a mais de 6h já é grau 3 devido contaminação Grau I - Ferimento de pele < 1cm, puntiforme (ocasionada por espícula óssea de dentro para fora), contusão muscular mínima, fratura simples. - Deslocamento mínimo do periósteo e parte mole - Contaminação mínima - Fratura transversa ou obliqua / PAF de baixa energia Grau II - Ferimento de pele de 2 a 10 cm, componente de esmagamento mínimo a moderado, fratura simples. - Deslocamento do periósteo e partes moles. - Contaminação moderada. - Cominuição óssea mínima. Grau III - Ferida de pele > 10cm. - Extensa lesão de partes moles e deslocamento periosteal (lesão de alta energia), com componente de esmagamento importante. - Contaminação significativa - Cominuição óssea extrema 3-A. Permite cobertura da lesão por partes moles (fraturas segmentares, meio rural, PAF de alta energia). 3-B. Não permite cobertura de partes moles (a não ser por retalhos). 3-C. Fratura com lesão arterial que necessite de reparo cirúrgico. ATENDIMENTO INICIAL - ATLS - Cobertura da ferida com curativo estéril + imobilização provisória. - Iniciar antibióticoprofilaxia IV imediata (48 a 72h) + Tétano-profilaxia - Levar o paciente ao centro cirúrgico: explorar a ferida, exame vascular, exame neurológico, avaliação radiográfica. - O germe mais comum é o S. aureus, porem nas fraturas Grau III, aumenta-se o índice de Gram (-) e nas fraturas ocorridas em meio rural, o índice de anaeróbico. ANTIBIÓTICOS Grau I e Grau II – Cefalotina 1g IV de 6/6h ou Cefazolina 1g IV de 8/8h (gram+) Grau III – Cefalotina + gentamicina 240mg IV 1x ao dia Zona rural e/ou alta contaminação – Cefalotina + gentamicina + metronidazol 500mg IV de 8/8h DESBRIDAMENTO PRECOCE - Deve ser feiro nas primeiras 6h. - Ambiente cirúrgico estéril. - Objetivo: remover corpo estranho, tecidos desvitalizados, reduzir a contaminação bacteriana. FIXAÇÃO DA FRATURA - Restaurar o comprimento / alinhamento ósseo. - Evitar lesões de partes moles pelo fragmento ósseo. - Facilitar o cuidado com as feridas. Índice de Mess (amputação) SÍNDROME COMPARTIMENTAL DEFINIÇÃO - Isquemia mio-neural progressiva por acúmulo de líquido dentro do espaço mio fascial ou pressão elevada prolongada dentro do compartimento. - Exame clínico (5Ps): (apenas um já indica síndrome do compartimento) Dor fora da proporção Palidez Parestesia Falta de pulso Paralisia de extremidade inchada - Pressão diastólica – pressão do compartimento < 30 mmHg. - É uma urgência cirúrgica LESÃO DO ANEL PÉLVICO INTRODUÇÃO - 3% das lesões traumáticas do atendimento de urgência. - Trauma de alta energia. - Determinam lesões instáveis, tanto mecânica quanto hemodinamicamente. - As lesões instáveis apresentam taxa de mortalidade entre 14 a 50%. - Acomete preponderantemente os mais jovens. DIAGNÓSTICO CLINICO - Identificação do mecanismo de trauma. - Discrepância e desvios rotacionais dos membros inferiores. - Manobras para testar a estabilidade do complexo ligamentar posterior (rotação da pelve, pistonagem dos membros inferiores). - Sinal de Destot (hematoma da genitália externa do paciente (bolsa escrotal ou grandes lábios) HEMORRAGIA RETROPERITONEAL - É a mais frequente. - Sangramento ósseo decorre da fratura (osso esponjoso do ilíaco ou sacro) - O sangramento vascular decorre de lesão do plexo venoso pélvico e vasos ilíacos internos. - Perda de até 4L de sangue. RADIOGRAFIAS - AP panorâmica de pelve. - Inlet: 60° craniocaudal - Outlet: 45° craniocaudal TC - Elucida as lesões posteriores do anel -> fratura/luxação ilíaca. CLASSIFICAÇÃO Mecanismo de trauma: Tipo I: compressão anteroposterior, força de rotação das duas hemipelves. Tipo II: compressão lateral, trauma de rotação interna de uma hemipelve sobre a outra. Tipo III: cisalhamento vertical, hemiassenção pélvica (a mais grave das 3). TRATAMENTO PROVISÓRIO A) Fixador externo: - 2 pinos na crista ilíaca, 2 barras laterais, 2 barras anterior para compressão. - Reduz a incidência de mortalidade nos pacientes com instabilidade hemodinâmica após lesão. TRATAMENTO DEFINITIVO A) Fixação anterior: - Abertura da sínfise púbica >2,5cm B) Fixação posterior (fratura sacroilíaco) - Parafuso canulado percutâneo
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