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Direito penal - homicídio

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Homicídio (art. 121/CP) 
O homicídio pode se dar de forma dolosa ou culposa. Em sua forma dolosa subdivide-se em: simples (art. 121, caput), privilegiado (art. 121, §1º) e qualificado (art. 121, §2º). 
Homicídio simples (art. 121, caput) 
Art. 121. Matar alguem:
 	Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Conceito: trata-se da eliminação injusta da vida humana extrauterina, ou seja, a vítima deixa de existir em decorrência da conduta do agente; 
Objetividade jurídica: a vida humana extrauterina;
Sujeito ativo: pode ser realizado por qualquer pessoa, é classificado como um crime comum. Admite coautoria e participação;
Sujeito passivo: qualquer ser humano; 
Elemento subjetivo: é o dolo, direto ou eventual. No dolo direto existe vontade livre e consciente de eliminar a vida, já no dolo eventual o agente, com sua conduta, assume o risco de provocar a morte. 
Consumação: se dá no momento da morte da vítima. A definição legal de momento da morte é a cessação da atividade encefálica (Lei n. 9434/97); 
Tentativa: admite-se a tentativa (não se consuma por força alheia à vontade do agente), a desistência voluntária (ciente de não ter conseguido, não continua até a consumação) e arrependimento eficaz (após realizar todos os atos executórios, se arrepende e pratica novo ato visando salvar a vida da vítima); 
“Trata-se de crime plurissubsistente, ou seja, aquele que admite o fracionamento das condutas, admite tentativa”
Ação penal e competência: ação penal é pública incondicionada e a competência é do tribunal do júri. 
Homicídio preterdoloso: é sinônimo de lesão corporal com resultado morte, não é um crime doloso contra a vida, está tipificado no art. 129, §3º do Código Penal. O reflexo prático é que nesse caso a competência não é do tribunal do júri, mas sim do juiz singular. 
Homicídio por gêmeos xifópagos: há duas correntes quanto ao homicídio cometido por um dos gêmeos sem o consentimento do outro. 
1º corrente: o criminoso deverá ser absolvido, pois haverá conflito quanto à liberdade individual do irmão que é inocente.
2º corrente: o criminoso deve ser condenado, porém a concretização da pena dependerá, se no futuro, o outro irmão (inocente) vir a cometer crime. 
Homicídio contra o presidente: não havendo motivação política, será considerado crime comum. No entanto, se for por razão do cargo exercido, será regido e julgado pela Lei de Segurança Nacional (art. 29 - Lei nº 7.170/83). 
Tentativa no dolo eventual: há duas correntes que disciplinam essa questão: 
1º corrente: não é possível, pois o dolo eventual alcança um resultado possível, previsível e aceito pelo agente, que é incompatível com a tentativa, que exige dolo direto e vontade de produzir efeito. 
2º corrente: é possível, pois ainda que seja eventual, é dolo, ou seja, é constituído de vontade. 
Homicídio privilegiado (art. 121, §1º) 
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
O homicídio privilegiado vem como uma causa de diminuição de pena (de ⅙ a ⅓) 
Motivo de relevante valor social: está ligado a motivação do agente, que acredita estar cometendo o crime em prol de uma coletividade.
“Quando o agente mata impelido de relevante valor social o faz para atender os interesses de uma coletividade”.
Motivo de relevante valor moral: diz respeito aos sentimentos pessoais do agente. 
“O agente que mata impelido de relevante valor moral o faz para atender interesses particulares, ligados ao sentimento, compaixão, misericórdia, etc.”. 
Crime praticado sob o domínio de violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima
Injusta provocação: pode se dar por uma brincadeira de mau gosto, xingamentos, etc. 
Domínio de violenta emoção: é necessário que haja uma fortíssima alteração no ânimo do agente
Logo em seguida à injusta provocação da vítima: é necessária a reação imediata ou logo em seguida (no mesmo contexto fático). 
Homicídio qualificado (art. 121, §2º) 
§ 2° Se o homicídio é cometido:
 	I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
 	II - por motivo futil;
 	III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
 	IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
 	V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos
Paga ou promessa de recompensa: é conhecido como homicídio mercenário, pois uma pessoa contrata outra para executar o crime mediante pagamento de dinheiro ou vantagem econômica. O paga ocorre antes do homicídio, enquanto a promessa é posterior ao crime. 
Motivo torpe: é a motivação vil, repugnante, imoral. Exemplo: canibalismo, ciúme, vingança...
Comunicabilidade da qualificadora: há duas correntes sobre. 1º corrente o STF e STJ entendem que motivo torpe é elementar subjetiva comunicável ao mandante. Já a 2º corrente, dada pela doutrina moderna, entende que a torpeza é circunstância subjetiva incomunicável com mandante. 
Motivo fútil: é o motivo pequeno, insignificante, deve ser reconhecida como falta de proporção entre o ato praticado e sua causa. 
Ausência de motivo: há duas correntes que disciplinam sobre:
1ª corrente: qualifica o crime, pois seria um contrasenso punir com maior rigor aquele que mata por futilidade e de forma mais branda aquele que mata sem motivo algum. 
2ª corrente: não qualifica, pois, do contrário, haveria ofensa ao princípio da legalidade, uma vez que o legislador não tratou como qualificadora a ausência do motivo. 
Veneno: substância química ou biológica, animal, mineral ou vegetal capaz de perturbar ou destruir funções vitais do organismo humano. 
Fogo
Explosivo
Asfixia: provocar a morte pelo impedimento da função respiratória, pode se dar de forma mecânica (esganadura, estrangulamento, enforcamento, sufocação, afogamento, soterramento e sufocação indireta) ou tóxica (confinamento e uso de gás asfixiante)
Tortura ou outro meio cruel: sujeitar a vítima a graves sofrimentos físicos ou mentais antes de causar a morte. A distinção dessa qualificadora para o crime de tortura qualificado pela morte (art. 1º, §3º da Lei n. 9455/97) é a intenção do torturador. 
Meio insidioso: armadilha, um meio fraudulento para atingir a vítima 
Meio que possa resultar perigo comum: além de causar a morte de quem pretendia, corre o risco de afetar a vida ou integridade corporal de uma coletividade
Traição: é o ataque desleal, repentino e inesperado (quebra de confiança + dificuldade ou impossibilidade de defesa = traição)
Emboscada: o agente aguarda escondido a chegada da vítima, pressupõe um ocultamento do agente 
Dissimulação: fingimento, onde o agente disfarça sua intenção
Qualquer outro recurso de dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido: vítima presa ou imobilizada, vítima embriagada, vítima em coma, vítima que está com a cognição e reflexos afetados, etc. 
Assegurar a execução: primeiro mata a vítima depois comete outro delito para assegurar a execução do primeiro
Ocultação: o agente quer evitar que descubram a existência do crime anterior (homicídio), por exemplo, quem mata a única testemunha de outro assassinato
Impunidade: para sair impune de delito anterior, o agente comete homicídio posteriormente 
Vantagem: o agente visa assegurar possede produto, preço ou proveito 
Feminicídio: é o crime cometido contra mulher, onde o agente não tolera essa condição e age com menosprezo ou discriminação. E, ao contrário do que diz o inciso I, §2º-A, não há necessidade/obrigatoriedade do fato ocorrer em ambiente doméstico e/ou familiar. 
Feminicídio ≠ femicídio: o femicídio é o crime praticado contra alguém do sexo feminino por uma fatalidade e não em razão da condição mulher
Contra policiais ou integrantes das forças armada: em razão da função
Homicídio culposo (art. 121, §3º) 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
 	Pena - detenção, de um a três anos.
Nessa modalidade, o agente não quer e não assume o risco de provocar, mas ela se dá por negligência, imprudência ou imperícia. A pena é reduzida para de 1 a 3 anos. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, trata-se de crime comum
Sujeito passivo: qualquer pessoa 
Consumação: momento da morte 
Tentativa: não é admitida, pois parte da premissa que não há vontade 
Ação penal: pública incondicionada, a competência é do juiz singular
______________________________________________________________________
Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio (art. 122) 
Conceito: para Nelson Hungria, o suicídio é a eliminação direta e voluntária da própria vida, sendo imprescindível a intenção positiva da pessoa e despir-se da própria vida. 
Bem jurídico tutelado: a vida enquanto bem indisponível 
Sujeito ativo: qualquer pessoa, classificado como crime comum 
Sujeito passivo: qualquer pessoa que tenha capacidade, do contrário será homicídio, pois a incapacidade é instrumento utilizado pelo agente para prática 
A vítima ou grupo de vítimas tem quer ser certo e determinado (saber quem está auxiliando, instigando ou induzindo) 
Se as condutas não são contra a vítima certa e determinada o fato é atípico 
Núcleo do tipo: o art. 122 é plurinuclear, sendo composto de núcleos alternativos: induzir, instigar e auxiliar
Induzir: faz surgir uma ideia de suicídio na vítima, sugere o ato e incentiva a realizá-lo 
Instigar: reforça a ideia já presente na vítima
Auxiliar: chamado de participação material, consiste em colaborar para o ato executório 
Auxílio por omissão: há duas correntes que tratam do tema: 
1ª corrente: a expressão “prestar-lhe auxílio” traduz sempre uma conduta comissiva, não admitindo a omissão. 
2ª corrente: pode ser omissiva quando há dever jurídico de impedir o resultado
Tentativa: para parte da doutrina, a tentativa não é admitida, que pese ser a maior parte, esse entendimento tem mudado. Com a doutrina moderna, a tentativa vem sendo aceita na forma branca (vítima não é fisicamente atingida) e cruenta (vítima sofre lesão)
Consumação: com a morte 
Elemento subjetivo: dolo. Não existe modalidade culposa. 
Ação penal e competência: pública incondicionada e tribunal do júri
Causas de aumento de pena:
Motivo egoístico é para satisfazer interesses pessoais
Menor de idade tem e o que tem capacidade reduzida 
______________________________________________________________________
Infanticídio (art. 123) 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
 	Pena - detenção, de dois a seis anos.
Conceito: trata-se de homicídio privilegiado em razão do estado puerperal da autora, onde é ceifada a vida extrauterina do neonato ou nascente. É uma norma especial, com condições elementares especiais, como sujeito ativo, passivo, tempo decorrido e condições psíquicas da autora. Os elementos que tornam o art. 123 especial, se comparado com o art. 121, são chamados de especializantes. 
Estado puerperal: desequilíbrio físico-psíquico da parturiente, em razão do parto, ou seja, é uma alteração que pode acarretar severa rejeição ao filho e diminuição da consciência da ilicitude do fato. 
Bem jurídico tutelado: vida do nascente ou neonato 
Sujeito ativo: trata-se de crime próprio, pois deve ser cometido pela mãe, mas admite coautoria e participação 
Sujeito passivo: é o nascente ou neonato (recém nascido)
Consumação: com a morte 
Tentativa: é possível, pois trata-se de crime plurissubsistente 
Elemento subjetivo: dolo. Não admite a modalidade culposa
Ação penal: pública incondicionada de competência do tribunal do júri

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