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ALEGAÇÕES FINAIS - MEMORIAIS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MANAUS- AMAZÔNIA
Roberta, (o estado civil), (profissão), (o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas), (o endereço eletrônico), domiciliado (endereço) n, vem por meio de seu advogado e bastante procurador que a esta subscreve, portador da OAB n° (número da OAB),(o endereço eletrônico), apresentar, com fulcro no artigo 403 § 3 do Código de Processo Penal:
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
Dos fatos narrados na Denúncia e ratificados nas alegações finais feitas pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, por ter, em tese, praticado condutas previstas no art. 155, caput do Código Penal, o que não se coaduna com os fatos do processo, tendo em vista os seguintes fatos expostos:
DOS FATOS
No dia 23 de fevereiro de 2016, a acusada se encontrava em um curso preparatório para concurso na cidade de Manaus /AM. Ao final da aula, resolveu comprar um café na cantina do local, tendo deixado seu notebook carregando na tomada. Ao retornar, retirou um notebook da tomada e foi para sua residência. Ao chegar em casa, foi informada de que foi realizado registro de ocorrência na Delegacia em seu desfavor
No dia seguinte, antes mesmo de qualquer busca e apreensão do bem ou atitude da autoridade policial, Roberta restituiu a coisa subtraída. O Ministério Público denunciou a ré pela prática do crime do artigo 155 do Código Penal. Não foi ofertada a proposta de suspensão condicional do processo. 
Após o recebimento da denúncia, na instrução, foi ouvida Cláudia, que confirmou ter deixado seu notebook acoplado à tomada, mas que Roberta o subtraíra, somente havendo restituição do bem com a descoberta dos agentes da lei. Também foram ouvidos os funcionários do curso preparatório, que disseram ter identificado a autoria a partir das câmeras de segurança. Roberta, em seu interrogatório, confirma os fatos, mas esclarece que acreditava que o notebook subtraído era seu e, por isso, levara-o para casa. O Ministério Público, em sua manifestação derradeira, requereu a condenação da ré nos termos da denúncia.
PRELIMINARES DE DEFESA
MM Juiz, inicialmente, requer a defesa da ré seja reconhecida a nulidade processual. Temos que a ré fazia jus ao beneficio da transação penal previsto na Lei 9.099/95 e tal direito não foi efetivado nos autos. O artigo. 89 da Lei nº 9.099/95 dispõe que caberá ao Ministério Público oferecer proposta de suspensão condicional do processo quando a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano e o crime imputado a ré tem pena mínima de 01 ano.Salienta-se que os requisitos do artigo 76 da Lei 9.099/95 estão preenchidos no presente caso, a ré é primária, possuidora de bons antecedentes, não há nenhuma informação nos autos desfavoráveis a ré, pelo que deveria ter sido ofertada pelo parquet a proposta de suspensão condiciona do processo ou ao menos justificado a sua impossibilidade, pelo o que não fez. É poder-dever e não mera faculdade do parquet oferecer a proposta de suspensão se preenchidos os requisitos legais. Sendo assim requer a defesa da ré seja declarada a nulidade dos atos processuais desde o recebimento da denúncia, nos termos do artigo do artigo 564 inciso IV do CPP.
PRELIMINAR DE MÉRITO
MM Juiz, o artigo 155 do CP tem como redação “subtrair coisa alheia móvel”, todavia estamos diante da hipótese do erro de tipo conforme preceitua o artigo 20 do Código Penal, a ré só levou o notebook da vítima para casa pois acreditava ser o seu. Salienta-se ainda que o erro de tipo exclui o dolo, e não existe a modalidade culposa no crime de furto, sendo assim requer a defesa seja reconhecida o erro de tipo conforme preceitua o art. 20 do CP.
Subsidiariamente, em caso de eventual condenação, requer seja reconhecida as atenuantes da confissão espontânea nos termos do artigo 65 inciso III, alínea do CP e da menoridade relativa, nos termos do artigo 65 inciso i do CP tendo em vista que o réu é menor de 21 anos na data dos fatos. Deve ser fixada pena no mínimo legal  tendo em vista que a agente possui bons antecedentes e as circunstâncias do art. 59 do CP são favoráveis
O fato não ocorreu com violência ou grave ameaça a vítima, e a ré devolveu o objeto depois de realizado o Boletim de Ocorrência, ou seja, antes do recebimento da denúncia, sendo assim, requer a defesa seja diminuída a pena da ré com o reconhecimento do arrependimento posterior com fulcro no artigo 16 do CP.
Requer seja substituída a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos, tendo em vista que estão preenchidos os requisitos do artigo 44 do CP. Salienta-se que o crime imputado a ré na denúncia tem pena máxima de 4 anos e o crime não envolve violência ou grave ameaça a pessoa, a acusada é primário, possui bons antecedentes e não há nenhuma informação prejudicial a ré nos autos. Requer seja fixado o regime aberto tendo em vista os preenchimento dos requisitos legais.
DOS PEDIDOS:
Com base no exposto anteriormente, requer a Vossa Excelência:
Preliminarmente, requer seja declarada a nulidade dos atos processuais desde o recebimento da denúncia tendo em vista o não oferecimento da proposta da suspensão condicional do processo.
Subsidiariamente, em caso de eventual condenação requer a Vossa Excelência:
a) Absolvição do crime de furto, na forma do Art. 386, inciso III ou inciso VI, do CPP;
b)   Aplicação da pena base no mínimo legal;
c) Reconhecimento das atenuantes da confissão espontânea e da menoridade relativa, nos termos do artigo 65 III alínea d e inciso I ambos do Código Penal
d)  Aplicação da causa de diminuição do arrependimento posterior, nos termos do artigo 16 do CP.
e)   Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos;
f)  Aplicação do regime aberto.
Nestes termos, pede deferimento.
Manaus, 29 de agosto de 2016.
Advogado (Nome do advogado e assinatura)
OAB n° (Número da OAB)

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