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AULAS DE FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO

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AULAS DE FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO
Prof. Dr. Daniel Alves Magalhães
UNIDADE 1: ESTUDO EPISTEMOLÓGICO DA FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO
NOÇÃO E OBJETO DA FILOSOFIA GERAL E DO DIREITO
1. GRAUS DO CONHECIMENTO
	Ao pretender investigar o conhecimento jurídico pela via filosófica é necessário, primeiramente, que este caminho seja familiar ao acadêmico de Direito. 
Sem a prévia noção da Filosofia Geral, principalmente, por seus métodos e funções, não é possível alcançar a plena compreensão da Filosofia do Direito, pois, enquanto aquela (Filosofia Geral) é gênero, esta (Filosofia do Direito) é espécie.
Assim, o acervo de conhecimento que a Filosofia do Direito proporciona provém de três classes de pensadores: filósofos, juristas e jurisfilósofos ou jusfilósofos.
Em contrapartida, os juristas nem sempre se fixam na perspectiva da Ciência do Direito (Jurisprudência), indo além do simples trabalho de exegese e sistematização do Direito vigente.
Em certos momentos, colocam em discussão os postulados da Jurisprudência (Ciência do Direito), em outros momentos submetem os institutos jurídicos a uma crítica em seus fundamentos, situando a sua preocupação no âmbito da Filosofia do Direito.
Porém, quem enriquece a Filosofia do Direito, são os jurisfilósofos ou jusfilósofos, que genuinamente filósofos, conhecem a Ciência Jurídica (Jurisprudência).
Enquanto filósofos e juristas desenvolvem a reflexão jurídica em um campo amplo, associando o conhecimento das correntes filosóficas à noção das categorias lógicas do Direito e atuam nos domínios da Filosofia Geral e da justiça sem reservas culturais.
Portanto, esse saber filosófico e jurídico comporta diversos níveis, que variam conforme o grau de relação que se faz entre o objeto do conhecimento e outros fatos e fenômenos.
O que é conhecimento? 
Para que exista o ato de conhecer, é indispensável o relacionamento de dois elementos básicos: um SUJEITO conhecedor e um OBJETO conhecido.
Na relação que se estabelece entre esses dois elementos, a função do Sujeito consiste em apreender o Objeto. A essa relação dá-se o nome de CONHECIMENTO. Portanto, a simples descrição do ato de conhecer exige a essencial presença do Sujeito conhecedor e do Objeto conhecido.
Para o filósofo alemão Nicolai Hartmam (1882-1950), o conhecimento é um ato transcendente no sentido de que se realiza não apenas na consciência ou representação mental do Sujeito.
Conhecer significa ultrapassar a consciência inicial do Sujeito, ligando-a ao Objeto existente a ser conhecido. O Sujeito assume uma posição receptiva. Conhecer é captar o Objeto, como mostra o esquema a seguir:
Quando o Sujeito capta o Objeto, tendo dele uma fiel representação mental, podemos dizer que atingiu um conhecimento verdadeiro, ainda que, de caráter parcial – isto é, não totalmente abrangente.
Quando isso não ocorre, o Sujeito tem um conhecimento parcial ou falso do Objeto. (Cf. REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 16 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1994, p. 53, n. 16). Ele diz:
16. Conhecer é trazer para nossa consciência algo que supomos ou pré-supomos fora de nós. O conhecimento é uma conquista, uma apreensão espiritual de algo. Conhecer é abranger algo tornando-nos senhores de um ou alguns de seus aspectos. 
Toda vez que falamos em conhecimento, envolvemos dois termos: - o sujeito que conhece, e algo de que se tem ou de que se quer ter ciência. Algo, enquanto passível de conhecimento, chama-se objeto, que é assim, o resultado possível de nossa atividade cognoscitiva.
Examine-se um pouco a palavra objeto. Objeto (de ob e jectum) é aquilo que jaz perante nós, aquilo que se põe diante de nós. Se olho para aquela parede, ela se põe diante de mim, como algo sobre o qual minha ação se projeta, não para desenvolver-se fora de mim, mas para trazer para mim o que é visto ou representado como objeto.
Conhecer é trazer para o sujeito algo que se põe como objeto: - não toda a realidade em si mesma, mas a sua representação ou imagem, tal como o sujeito a constrói, e na medida das “formas de apreensão” do sujeito correspondente às peculiaridades objetivas.
De acordo com a escala crescente de relação o conhecimento pode ser do senso comum (vulgar), filosófico e científico.
Conhecimento do senso comum (vulgar)
Para nós, seres humanos, o simples ato de viver proporciona algumas noções fundamentais sobre as coisas. Ao verificar os fatos da natureza e os atos humanos, ao conviver ou utilizar-se dos meios de comunicação social (rádio, jornal, revistas etc.) ele recebe um complexo de informações ligadas a múltiplas áreas do saber.
Assim, a leitura de um periódico, a consulta a um especialista, a observação do trabalho alheio levam-no a adquirir, o chamado conhecimento do senso comum ou vulgar que se caracteriza por ser fragmentário, assistemático e superficial.
É o saber não reflexivo que alcança exclusivamente a noção de um fenômeno isolado, sem mostrar a sua relação com outra série de fatos e fenômenos. No Direito, corresponde ao saber do rábula, ou seja, aquele sujeito que conhece o Direito apenas pela experiência adquirida na vida.
Neste sentido, Miguel Reale (op. cit., p. 54, n. 16), afirma:
16. No mundo jurídico, há exemplo bem expressivo de conhecimento vulgar, que é o do rábula, daquele que vai adquirindo compreensão do Direito à medida que os casos reclamam sua atenção. 
É um conhecimento fortuito de fatos, sem procura deliberada dos nexos essenciais que ligam entre si os elementos da experiência jurídica; é o conhecimento que se processa sem estabelecer nexos de semelhanças ou de constância entre os fatos, para abrangê-los em uma explicação unitária, em suas relações necessárias.
A natureza empírica deste saber não indica, por outro lado, que toda noção adquirida pela experiência seja do tipo vulgar, pois o conhecimento científico, além de orienta-se pela razão, também recorre a essa rica fonte de conhecimento.
Em virtudes da amplidão de conceitos, princípios e teorias que a ciência apresenta, o conhecimento do senso comum ou vulgar reveste-se também de importância, pois supre, de alguma forma, lacunas culturais que não podem ser preenchidas cientificamente.
1.3 Conhecimento científico
Mais amplo que o conhecimento do senso comum ou vulgar e menos abrangente que o conhecimento filosófico, o conhecimento científico consiste na apreensão mental das coisas por suas causas ou razões, através de métodos especiais de investigação.
Esse tipo de conhecimento não se ocupa de acontecimentos isolados, mas supõe a visão ampla de uma determinada área do saber e, ao contrário do conhecimento do senso comum, é reflexivo. No dizer de Miguel Reale (op. cit., p. 54, n. 16):
16. O conhecimento científico assinala outra atitude espiritual. Não se contenta com os casos particulares em si, porque procura se elevar acima deles, buscando aquilo que traduz uniformidade ou semelhança, um sentido ou razão comum em seu desenvolvimento ou acontecer.
Partindo dessa observação de Miguel Reale, podemos dizer que o conhecimento científico é condição e instrumento necessário ao estudo de todos os campos do Direito.
Neste sentido, o jurista – seja ele magistrado (juiz), promotor de justiça, advogado, consultor jurídico, legislador ou estudioso do Direito – usa nas suas sentenças, petições, recursos, pareceres, justificações ou estudos, sempre forma científica ou lógica.
Mas, o que é a lógica? Como ela funciona no Direito? A lógica é uma disciplina filosófica. De acordo com sua etimologia, a palavra lógica, vem do grego LOGOS = RAZÃO. 
Portanto, a lógica é o estudo da razão, como instrumento de aquisição e progresso de nosso conhecimento científico, ou seja, o Objeto da lógica é o estudo dos métodos e princípios usados para distinguir o raciocínio correto do incorreto.
A lógica no Direito tem por objeto o estudo dos princípios e regras relativas às operações intelectuais efetuadas pelo jurista nas elaborações, interpretações, aplicações e estudosdo Direito.
1.3.1 Operações lógicas efetuadas pelos juristas
	Toda ciência se constitui através de um processo lógico ordenado, cujos passos fundamentais podem ser assim desdobrados:
DEMONSTRAÇÕES: a ciência é um conjunto de “demonstrações” sobre determinado campo do conhecimento; é a demonstração que distingue o conhecimento do senso comum ou vulgar do conhecimento científico;
PROPOSIÇÕES: por sua vez, toda demonstração é um conjunto ordenado de proposições ou juízos, a que correspondem lingüisticamente as sentenças, orações, enunciados ou frases; em geral, a partir de proposições conhecidas, chamadas premissas, chegamos a uma nova proposição, chamada conclusão;
CONCEITOS: finalmente, toda proposição é também, um conjunto ordenado de outros elementos mais simples, que são os termos ou conceitos (aos quais correspondem na linguagem comum as “palavras” ou “vocábulos”).
Assim, podemos dizer que a Ciência do Direito ou Jurisprudência é um conjunto de demonstrações jurídicas. Por exemplo:
Todo homicida deve ser condenado à reclusão (prisão);
Daniel (exemplo) é homicida;
Logo, Daniel deve ser condenado à reclusão.
Essa demonstração, como vimos, é constituída de três “proposições”. A primeira, chamada premissa maior, é A LEI. A segunda, chamada de premissa menor, é O FATO. E a terceira é A CONCLUSÃO. Cada uma dessas proposições, por sua vez, é um conjunto de termos ou conceitos jurídicos.
Nesses três tipos de operações: conceitos jurídicos, proposições jurídicas e demonstrações jurídicas – estão contidas os passos fundamentais do trabalho estritamente lógico do jurista, seja ele advogado, juiz, promotor, legislador, consultor ou acadêmico de Direito.
Da mesma forma, todo o estudo ou ensino do Direito, consiste fundamentalmente em fixar conceitos, analisar proposições e elaborar demonstrações no campo jurídico.
A esses elementos que denominamos estritamente lógicos, é necessário acrescentar outra modalidade de conhecimento de conhecimento fundamental principalmente no plano da descoberta: a intuição.
Conhecimento filosófico 
O conhecimento filosófico representa um grau a mais em abstração e generalização, pois o espírito humano não se satisfaz, em um plano de existência, com explicações parciais dadas pelas diversas ciências isoladas. Esse objetivo é alcançado através do saber filosófico.
Na Ciência do Direito ou Jurisprudência, o conhecimento filosófico tem por objeto de reflexão o conceito do Direito, os elementos constitutivos deste, seus postulados básicos, métodos de cognição, teleologia e o estudo crítico-valorativo de suas leis e institutos fundamentais.
2. GRAUS DO CONHECIMENTO JURÍDICO 
	Os graus do conhecimento, no campo jurídico, são os mesmos encontrados no campo da Filosofia Geral, visto que a Filosofia do Direito é a própria Filosofia Geral voltada para o fenômeno jurídico. Desse modo, no campo jurídico, há igualmente três graus de conhecimento: jurídico do senso comum ou vulgar, jurídico científico e jurídico filosófico.
2.1 Conhecimento jurídico do senso comum ou vulgar
	Este conhecimento é o contato fortuito com um ou outro problema do Direito. Quando isto ocorre, o leigo é envolvido pela norma jurídica. Assim, ele recorre ao primeiro amigo que encontra e, juntos, procuram analisarem, com os conhecimentos que possuem, o problema jurídico apresentado.
	Na vida diária, há pessoas que sem ter cursado a Faculdade de Direito, conhecem muito bem “esses problemas jurídicos”. Por exemplo: nas nossas penitenciárias, há detentos que estuda e se aprofunda, como pode, em alguns tipos de delitos, orientando depois os novos companheiros que cometem o mesmo tipo de infração.
	Porém, esse tipo de conhecimento é assistemático, pois através dele, o rábula, tem procurado resolver problemas jurídicos, que lhes são apresentados. Por aí se vê a posição daqueles que têm um encontro pessoal, fragmentário, fortuito, parcial e imediato com problemas de natureza jurídica.
	O rábula, tendo apenas o denominado conhecimento jurídico do senso comum ou vulgar, passam a interpretar a realidade jurídica de maneira pontual, como se o complexo fenômeno jurídico se resumisse num só artigo da lei.
2.2 Conhecimento jurídico científico
	A missão de todo aquele que lida permanentemente com o fenômeno jurídico implica na descoberta – mediante o exame da lei, da doutrina, da Ciência do Direito ou Jurisprudência, dos usos e costumes – do tipo correspondente ao caso especial considerado.
	 Por exemplo: ao tratar isoladamente de um determinado tipo de contrato, ou seja, a compra e venda, o advogado precisa indagar como esse acordo se insere na teoria geral das obrigações, deve verificar quais seus princípios informativos, bem como os institutos afins.
	Se assim não o fizer, estará incorrendo em censurável casuísmo, perdoável no rábula, mas inadmissível naquele que pretende tratar cientificamente do instituto do Direito.
	O advogado (bacharel em Direito), ao contrário, tem que trabalhar de modo sistemático, fazendo indagações sobre a capacidade das partes, a validade das convenções estipuladas, o direito dos contratantes, as sanções advindas pela inadimplência das cláusulas pactuadas, o prazo de vigência, a distorção da finalidade do acordo.
	Só assim, o advogado irá reunindo os elementos integrantes da figura contratual “in genere”, ao mesmo tempo, que observará o que é essencial e o que é acidental no acordo celebrado, adquirindo sobre o tema um conhecimento jurídico científico.
2.3 Conhecimento jurídico filosófico
	Esse tipo de conhecimento é privativo do jurisfilósofo que, não contente em estudar os fenômenos jurídicos, dentro do sistema em que se insere (dogmática jurídica), investiga os fundamentos próximos e remotos desses fenômenos jurídicos.
	Daí a importância do conhecimento filosófico do Direito, que, sem dúvida, abrange e ultrapassa o conhecimento científico jurídico procurando dar resposta a uma série enorme de indagações, tratados, mas não resolvidas pela Ciência do Direito.
	Como foi visto, os três graus do conhecimento – senso comum ou vulgar, científico e filosófico -, classificação conhecida e tradicional no campo da Filosofia Geral, encontra assim perfeita aplicação no âmbito da Filosofia do Direito, legitimando-o qualquer pesquisa a respeito do conhecimento jurídico do senso comum, do conhecimento jurídico científico e do conhecimento jurídico filosófico.
	Assim, os três tipos de pessoas que lidam com o fenômeno jurídico – o leigo, o advogado e o jurisfilósofo – exemplificam três atitudes distintas diante do Direito e da justiça, revelando ao observador a diversidade de tratamento em razão do maior grau de discernimento do operador do Direito, numa tentativa dinâmica e complementar de superamento e abrangência, própria do espírito humano.
	Portanto, sendo a Filosofia do Direito a disciplina que define o Direito na sua universalidade lógica, procurando as origens do seu desenvolvimento histórico, traçado pela razão pura, é fácil perceber a extraordinária importância que adquire o conhecimento jurídico filosófico, a mais alta meta a que deve aspirar o operador do Direito.
3. EM BUSCA DE UMA DEFINIÇÃO DE FILOSOFIA GERAL
	Quando começamos a estudar Filosofia Geral, somos logo levados a buscar o que ela é. Nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da Filosofia Geral, mas várias.
	A segunda surpresa vem ao percebamos que, além de várias, as definições parecem contradizer-se. Eis por que muitas pessoas, cheias de perplexidade, indagam: o que é Filosofia Geral?
	Portanto, uma primeira aproximação nos mostra pelo menos três definições do que seria a Filosofia Geral:
Como simples sinônimo de pensar: Às vazes, doenças ou mortes de pessoas próximas, decepções, perdas irreparáveis e outros problemas existenciais nos fazem pensar (filosofar) sobre o sentido de nossa vida. Mas essa definição é por demais vaga e ampla para caracterizar o verdadeiro sentido da Filosofia Geral.Filosofia como sinônimo de saber viver: Aqui a Filosofia Geral é viver com sabedoria. O sábio é aquele que se torna um exemplo vivo das virtudes apreciadas em uma sociedade e é tomado como ponto de referência para fortalecer a valor das tradições vigentes.
Como a Filosofia Geral propriamente dita: Que teve início na Grécia, em torno dos séculos VII e VI antes de Cristo (a. C.). Por essa época, começou-se a repensar o cosmo, o homem e os deuses com base na razão. Filosofia Geral, portanto, é encontrar a verdade por meio da razão.
3.1 O CONCEITO DA PALAVRA FILOSOFIA
	Filosofia é uma palavra de origem grega, vem de philos (amizade, amor) e Sophia (ciência, sabedoria) = amigo da sabedoria. Surgiu em virtude de uma atitude do filósofo grego Pitágoras de Samos (570-490 a.C.), que recusava o título de sophos (sábio). O pensador não se tinha na conta de sábio, capaz de resolver todos os problemas do universo; preferia ser apenas um amigo da sabedoria.
	Filósofo, portanto, etimologicamente falando, não é senhor de todas as verdades, mas apenas um fiel amigo da saber. A amizade significa a dedicação de um ser humano a outro, sem qualquer interesse. A amizade não é relação fortuita; constitui-se, ao contrário, como laço permanente de dedicação.
	A Filosofia, portanto, poderia ser vista, de início, como dedicação desinteressada e constante ao bem e à verdade: dedicar-se ao conhecimento, de maneira permanente e não ocasional, sem visar intencionalmente a qualquer escopo prático ou utilitário, eis a condição primordial de todo e qualquer conhecimento filosófico (Cf. REALE, op. cit., p. 05, n. 01). Ele diz:
1. Poderíamos começar este curso apresentando uma longa série de definições de Filosofia (...). Seria exigir, no entanto, esforço desmedido, com pouco ou nenhum resultado.
	Devemos, ao contrário, procurar atingir o conceito de Filosofia através de demorado e progressivo exame das exigências que suscitaram os problemas historicamente reconhecidos como sendo de ordem filosófica.
	Só essa compreensão histórica é que poderá ser fecunda; razão pela qual vamos estabelecer, por ora, apenas uma noção provisória ligada às próprias raízes etimológicas do termo.
4. O CONCEITO DE FILOSOFIA DO DIREITO
	O que é Filosofia do Direito? Qual o seu objeto de estudo? As respostas, as estas perguntas nos permite traçar um quadro das principais orientações sobre a nossa disciplina (Cf. REALE, op. cit., p. 09, n. 02). Ele afirma: 
	2. Ora, a Filosofia do Direito, esclareça-se desde logo, não é disciplina jurídica, mas é a própria Filosofia enquanto voltada para a ordem de realidade, que é a “realidade jurídica”. 
	Nem mesmo se pode afirmar que seja Filosofia especial, porque é a Filosofia, na sua totalidade, na medida em que se preocupa com algo que possui valor universal, a experiência histórica e social do direito.
4.1 O que é Filosofia do Direito?
	Segundo Miguel Reale (1994, p. 285, n. 118), o termo Filosofia do Direito pode ser empregado para indicar o estudo metódico dos pressupostos ou condições da experiência jurídica considerada em sua unidade sistemática.
	Para este jurisfilósofo brasileiro, a Filosofia do Direito é um saber crítico a respeito das construções jurídicas erigidas pela Ciência do Direito e pela própria práxis do Direito.
	Portanto, podemos dizer, resumidamente, que a Filosofia do Direito consiste na pesquisa conceptual do Direito e implicações lógicas, por seus princípios e razões mais elevados, e na reflexão crítico-valorativo das instituições jurídicas.
	Assim, os três tipos de pessoas que lidam com o fenômeno jurídico (leigo, advogado e jurísfilósofo) exemplificam três atitudes distintas diante do Direito, revelando ao observador a diversidade de tratamento em razão do maior grau de discernimento, próprio do espírito humano.
4.1.1 Definição de Filosofia do Direito
	Se definir qualquer Objeto é tarefa bastante complexa, mais complicado ainda é definir disciplina que se reportam a Objetos. Por sua vez, definir a Filosofia do Direito é trabalho de grande dificuldade, porque os dois elementos (Filosofia e Direito) não são entendidos do mesmo modo pelos pesquisadores.
	Portanto, se a Filosofia Geral é meditação crítica sobre os Objetos do conhecimento, nada mais é a Filosofia do Direito, do que o pensar crítico sobre o fenômeno jurídico.
	Porém, não devemos esquecermos, que a Filosofia do Direito não é uma disciplina jurídica ao lado das outras. Ela é uma atividade mental ou o ramo da Filosofia Geral que se ocupa do Direito.
	Por aí se percebe a relevância e a dificuldade em definir o que é Filosofia do Direito. Relevância, porque do conceito inicial vai depender a delimitação do campo a percorrer. 	
Dificuldade, porque os dois termos componentes da denominação (Filosofia e Direito) suscitam, ambas, como dissemos, problemas os mais diversos por parte dos filósofos e dos juristas.
Porém, cumpre que parece ter sido Gustavo Hugo, um dos fundadores da Escola Histórica do Direito, quem empregou, pela primeira vez, a expressão “Filosofia do Direito”, no título de sua obra, publicada em 1797, Tratado de Direito Natural, mas a denominação somente aconteceu anos depois.
Mas, foi a partir do filósofo Hegel (1770-1831), com sua obra Fundamentos de Filosofia do Direito, que a designação passa a ser generalizada. E, hoje, prevalece, em todas as Faculdades de Direito, a denominação “Filosofia do Direito” ou “Filosofia Jurídica”.
Em qualquer uma de suas perspectivas, a Filosofia do Direito é sempre uma reflexão crítica em profundidade sobre os fundamentos ou pressupostos do Direito.
Essa reflexão crítica comporta inúmeros problemas, que vão, desde as questões relativas à denominação dessa disciplina, até as pesquisas históricas ou doutrinárias sobre a realidade e o sentido fundamental do Direito ou das diferentes instituições jurídicas.
4.1.2 Objeto de estudo da Filosofia do Direito
	Para alguns jurisfilósofos, o Objeto de estudo da Filosofia do Direito limita-se à Axiologia Jurídica, isto é, ao estudo do problema da justiça e dos valores jurídicos.
	Ou, com outras palavras, a Ciência do Direito ou Jurisprudência se ocupa do Direito “tal como ele é”, enquanto a Filosofia do Direito estuda o Direito “como ele deve ser”.
	Assim, de acordo com o paralelo firmado pelo filósofo alemão Emmanuel Kant (1724-1804), enquanto a Filosofia do Direito responde a pergunta “Quid Jus” (o que é o Direito?), a Ciência Jurídica compete esclarecer a indagação “Quid Júris?” (o que é de Direito).
	Para outros jurisfilósofos, a Filosofia do Direito tem por Objeto de estudo dois problemas básicos:
Problema EPISTEMOLÓGICO: o conceito do Direito, que consiste na definição lógica e na caracterização dos aspectos científicos e metodológicos do Direito;
Problema AXIOLÓGICO: áxios (apreciação, estimativa) ou deontológico (deontó = dever ser), consiste no estudo do que deve ser o Direito, em face daquilo que é o Direito.
Porém, a sistematização hoje mais generalizada seguida pela maioria dos jurisfilósofos, estabelece três problemas básicos para o Objeto de estudo da Filosofia do Direito:
Problema Epistemológico: quais os processos de conhecimento e a natureza da Ciência do Direito?
 Problema Axiológico ou Deontológico: qual “deve ser” a orientação do Direito?
Problema Ontológico: qual a realidade fundamental ou “ser” do Direito.
A esses problemas, com naturais diferenças de terminologia, correspondem as grandes divisões da Filosofia do Direito, proposta por Miguel Reale (op. cit., p. 292, n. 119). Ele fala:
É dentro desta linha de evolução que encontramos uma divisão tripartida da Filosofia do Direito, obedecendo ao critério de que o homem é ser que é, conhece e age. 
Conhecer, agir e ser são três pontos de vistas levados em consideração para se descriminarem os problemas da Filosofia Jurídica.
Vamos, agora, conhecer com mais profundidade estes três problemas de estudo da disciplina Filosofia do Direito. Começaremos pelo problema epistemológico.ESTUDO EPISTEMOLÓGICO DA FILOSOFIA DO DIREITO
1. O PROBLEMA EPISTEMOLÓGICO OU O CONHECIMENTO DO DIREITO
	Epistemologia ( do grego “episteme”, que significa ciência e “logos” = estudo) é a Teoria da Ciência. Epistemologia Jurídica é a Teoria da Ciência ou o Conhecimento do Direito. Como define Miguel Reale, é a doutrina do conhecimento jurídico em todas as suas modalidades. Ele diz:
	124. A Epistemologia Jurídica não é apenas a doutrina da Ciência do Direito ou Jurisprudência, consoante comumente se afirma, e era dito nas primeiras edições deste livro, mas constitui antes a doutrina do conhecimento jurídico em todas as suas modalidades. É que, com o constituir-se de novos campos de estudo do Direito, tais como a Sociologia Jurídica (...).
	Uma das tarefas primordiais da Epistemológica Jurídica consiste, aliás, na determinação do objeto das diversas ciências jurídicas, (...). Compete-lhe, outrossim, delimitar o campo da pesquisa científica do Direito, em suas conexões com outras ciências humanas (...).
Porém, muitos pesquisadores ou jurisfilósofos preferem denominá-la de “Gnoseologia Jurídica”, expressão derivada do vocábulo grego “gnósis”, que significa “conhecimento” ou “saber”. E nela se incluem a Lógica Jurídica, a Metodologia Jurídica e as demais disciplinas que se ocupam do conhecimento do Direito.
1.1 Problemas estudado pela Epistemologia Jurídica
	Em um sentido amplo, podemos dizer que a Epistemologia Jurídica é a reflexão crítica sobre a Ciência do Direito e sobre a atividade intelectual própria dos juristas. Seu estudo comporta, naturalmente, duas espécies de problemas:
É o Direito uma ciência? Ou haverá várias Ciências do Direito? Qual a sua situação no quadro geral das ciências? 
Qual a metodologia e os processos lógicos utilizados pelos juristas no estudo, elaboração, interpretação e aplicação do Direito?
1.1.1 É o Direito uma ciência?
	O caráter científico ou não dos conhecimentos jurídicos depende do conceito que tivermos de “ciência”. Assim, dois autores alemães se destacaram trabalhando o tema da Epistemologia Jurídica.
	O primeiro autor foi Julios Hermann von Kirchmann (1802-1889), que em seu livro, A Ciência do Direito, publicado em 1848, fala do caráter “não científico” da chamada Ciência do Direito.
	Este pesquisador, partindo do conceito de que só são científicos os conhecimentos dotados de universalidade, estabilidade e imutabilidade, conclui por negar caráter científico ao Direito, porque lhe faltam essas características. Ele diz: 
“O sol, a lua, as estrelas brilham hoje como há mil anos, o Direito, pelo contrário, está em contínua transformação”. 
	A posição de Kirchmann é a mesma dos positivistas que reduzem a campo da ciência exclusivamente aos conhecimentos físico-matemáticos, ou seja, as ciências da natureza. 
	Esse exclusivismo de Kirchmann foi superado historicamente a partir de outro filósofo alemão, Wilhelm Dilthey (1833-1911) que, ao lado das “Ciências da Natureza”, demonstrou a existência da “Ciências da Cultura”, que têm por objeto não a “natureza”, mas o mundo da “cultura”, que é a natureza transformada pelo espírito humano.
	Cultura, para este autor, é o campo cultivado pelo homem. Por exemplo: uma casa, os móveis, as obras de arte, as instituições, a história, o Direito. Para Dilhey, à medida que a história avança, o campo da cultura cresce; novos setores da ciências voltam-se para o estudo desse campo.
	A cultura tem sempre um sentido, uma intenção. Por isso, as ciências que estudam o mundo da cultura não se limitam a descrever e “explicar” mecanicamente os fatos – como fazem as Ciências da Natureza – precisam “compreendê-los”, isto é, conhecer sua significação ou sentido.
	Portanto, podemos concluir dizendo que, o Direito não pertence ao mundo da natureza, mas ao mundo da cultura e a Ciência do Direito ao quadro das Ciências Culturais.
1.2 Metodologia da Filosofia do Direito
	Cabe também à Epistemologia Jurídica, em sua acepção mais ampla, o estudo dos métodos lógicos e processos utilizados pelos juristas no estudo, elaboração, interpretação e aplicação do Direito.
	Tanto a Ciência quanto a Filosofia, além de apresentarem o acervo de conhecimentos acumulados, realizam pesquisas visando à ampliação de seu lastro de cultura. Esse trabalho de sondagem intelectual, que objetiva a produção do saber, se faz pela adoção de métodos apropriados.
	Assim como nas Ciências físico-naturais há um caminho adaptado aos Objetos do mundo físico – Objetos Naturais -, assim, também na Ciência do Direito se exige um tipo de método que se amolde ao mundo cultural em que se movimenta o Direito.
	Como seção de estudo da Lógica Formal, o método, cujo vocábulo provém do grego meta = além de, e odós = caminho, via, que significa: caminho para alcançar um fim, é o procedimento adotado pelo homem na busca do conhecimento.
	Os métodos podem ser considerados como técnica ou como orientação de pesquisa. No primeiro sentido (como técnica), há, fundamentalmente, três tipos de métodos: Dedutivo, Indutivo e Intuitivo.
1.2.1 Método Dedutivo
	Este método corresponde à atividade mental que parte de uma regra ou princípio geral e, seguindo o critério de coerência, extrai conseqüências, princípios específicos. O silogismo é uma forma de manifestação do Método Dedutivo. Exemplo:
	Todos os homens têm direito à vida;
	os índios são homens; logo, os índios
	têm direito à vida.
	O raciocínio se articula a partir da chamada premissa maior, formada por um juízo tomado como verdade (Todos os homens têm direito à vida). A premissa menor é uma assertiva (os índios são homens) e a conclusão (logo, os índios têm direito à vida) consiste na extensão, ao dado formulado na premissa menor, do predicado constante no juízo inicial.
1.2.2 Método Indutivo
	Com este método, o filósofo do Direito caminha do particular para o geral. A primeira etapa consiste na observação, pela qual o Sujeito constata a ocorrência dos fenômenos e suas peculiaridades.
	Num segundo momento, cogita o princípio ou lei que explica e justifica os fenômenos. É a hipótese. A etapa seguinte consiste na experimentação. Se, os resultados das experimentações forem positivas, a conclusão será a confirmação da hipótese.
	Assim, o conhecimento científico estará, então, enriquecido com um novo saber.
1.2.3 Método Intuitivo
	Se intuição é visão (do latim intueri = olhar, ver), o método intuitivo permite que o Sujeito veja o Objeto, sem imposição alguma. É neste sentido que se diz método dialético, fenomenológico, experimental, etc. 
O problema dos métodos na Filosofia do Direito para captar o fenômeno jurídico é difícil de resolver, devendo o pesquisador buscar ajuda na Lógica Formal.
	 O Direito é uma ciência complexa, manifestando-se, porém, sob vários aspectos, cada um de seus ângulos vai condicionar um método especial, mais compatível com a natureza do ângulo apresentado, pelo que se conclui que, todos os métodos citados, podem ser usado na captação do fenômeno jurídico.
1.3 Lógica Jurídica
	Já vimos, em aulas anteriores, a definição de Lógica a as operações efetuadas pelos juristas. Nesta aula, vamos estudar o campo de incidência da Lógica Jurídica. 
Vamos começarmos, perguntando: Quais os setores das atividades do Direito volta-se a Lógica Jurídica?
Respondendo a esta pergunta, podemos dizer-lhes que, a Lógica Jurídica, volta-se a todos os setores da atividade do Direito, em que os advogados exercem sua atividade intelectual. Assim, o campo da Lógica Jurídica deve estender-se aos processos de elaboração, interpretação, aplicação e estudo do Direito.
1.3.1 Elaboração das normas jurídicas
	Há evidentemente um processo lógico na elaboração das normas jurídicas. Qual é esse processo? Indutivo, Dedutivo ou Intuitivo? Uma combinação desses processos? Ou processos diferentes? Todos esses problemas interessam ao processo de elaboração das normas jurídicas. 
1.3.2 Interpretação das leis e normas jurídicas
	A interpretaçãodas leis e demais normas jurídicas, para esclarecimento do sentido em que devem ser entendidas e aplicadas, é também uma operação mental fundamentalmente lógica.
	A lei se exprime por intermédio de signos, palavras escritas que caracterizam a norma jurídica. Interpretar a lei é descobrir a sua significação, é descobrir a significação da norma jurídica, de que ela é apenas a expressão verbal.
	A interpretação é necessária, como condição imprescindível da aplicação da lei. Vejamos um exemplo elucidativo:
	A lei prescreve que, “Quem por culpa causa dano a outrem, fica obrigado a reparar o dano causado” (Cód. Civil, art. 186).
	O autor do dano só estará obrigado à indenização se tiver agido culposamente; mas como a lei não define o que seja “culpa”, temos, antes de tudo, de precisar o exato sentido dessa palavra; só depois disso é que podemos decidir com segurança se o autor do dano agiu, ou não, culposamente.
	Mas, não pára aí o trabalho do advogado com relação à interpretação da lei sobre a indenização; é necessário também fixar a significação precisa do prejuízo, antes de decidir se o autor do dano está obrigado a indenizar apenas o prejuízo material, ou se também o dano moral.
1.3.3 O sentido da lei
	Posto que a finalidade da interpretação é fixar o exato sentido da lei, cabe definir o que se deve entender por tal. A doutrina tradicional tem o Direito como puro ato de vontade e não concebe outro Direito senão o criado pelo legislador.
	O sentido da lei é assim à vontade do legislador; a interpretação da lei tem apenas por fim a revelação dessa vontade, a reconstrução da vontade do legislador. Como pensar (filosofar) aqui em vontade do legislador?
	Podemos dizer que o legislador pode criar Direito novo, impô-lo à execução, fazê-lo obedecido, o que comumente acontece nos períodos de revolução, de ditadura, de governo forte. Mas, em tais casos, não se trata de Direito, senão de força disfarçada sob forma jurídica.
	Tal “Direito novo” gera a necessidade de obedecer, não o dever de obediência, e vigora apenas enquanto tem a seu lado o aparelho policial que o impõe.
	Também o assaltante, que nos surpreende desarmados, pode nos impor a sua vontade, ditar-nos normas de conduta, fazer-nos comportar de modo contrário aos nossos interesses; mas porventura pode-se falar em Direitos, neste caso? Claro que não.
	Sem dúvida, a lei no aspecto formal, é simples ato voluntário; mas a vontade é apenas um momento fugaz, insignificante da sua existência. O sentido da lei, que a interpretação procura revelar, é o seu significado como ato valorativo, como valoração da conduta humana em função do valor supremo da justiça.
	Isso é claro, não depende da vontade do legislador, como o valor da pessoa não depende dos que procriaram.
1.3.4 Métodos de interpretação das leis
	A interpretação da lei não se processa arbitrariamente, a capricho do intérprete (advogado). Assim, como o químico, ao proceder a uma análise, segue uma técnica, obedece a métodos adequados, utiliza reativos especiais, também o advogado, ao pesquisar o sentido de um preceito legal, tem de seguir a técnica adequada, com utilização de métodos apropriados.
	Portanto, classificamos em dois os métodos apropriados para interpretação das leis; 1) Método Lógico, também chamado de Exegese ou Dogmático e 2) Método Sociológico, chamado também de Progressivo ou Evolutivo. 
1.3.5 Método Lógico
	Tem por finalidade descobrir, revelar e reconstruir a vontade do legislador. A lei é a expressão dessa vontade; interpretar a lei é, portanto, traduzir fielmente essa vontade. Para chegar a esse resultado, o método toma como base o texto da lei e procura esclarecê-lo, com o auxílio da Gramática e da Lógica.
	A lei, como vimos, é redigida em proposições simples; essas proposições têm um sentido gramatical e lógico. Para descobrir o primeiro sentido (gramatical), estudam-se as palavras submetendo-as à análise léxica e sintática.
	As palavras devem ser entendidas de acordo com a acepção que tinham ao serem empregadas pelo legislador; deve-se levar em conta todas as palavras do texto, pois a lei não contém palavras inúteis.
	O sentido lógico é pesquisado com o emprego dos processos lógicos dos Métodos da Dedução e da Indução. Toma-se o texto legal como uma proposição e procura desdobrá-la em todas as suas implicações. A Dedução se faz pelo processo do silogismo, auxiliado por várias regras e argumentos lógicos.
1.3.6 Método Sociológico
 	Este método dá pouca importância à vontade, ou intenção do legislador; considera a lei não como manifestação dessa vontade, mas como produto histórico, criação da vida social, qual a linguagem, a arte, a religião.
	Para os defensores deste método, a lei, uma vez publicada, destaca-se da vontade que a ditou, adquire vida própria, tornando-se entidade autônoma, capaz de viver por si mesma e de adaptar-se a todas as exigências e novas condições sociais.
	A intenção fundamental do Método Sociológico não é reconstruir a vontade do legislador, ou fixar o significado que a lei tinha ao ser promulgada; é antes pesquisar a significação que a lei deve ter para ajustar-se às necessidades do momento.
	É, em suma, dar um espírito novo à lei velha, a fim de manter a exata correspondência entre o Direito e a vida.
1.4 Aplicação do Direito
	A aplicação do Direito se realiza por via privada, ou por via oficial ou pública. A primeira via (privada) é a que realizam os particulares, no trato dos seus interesses. Quase toda a vida do Direito decorre sob essa forma espontânea e pacífica; só uma parte pequena é que se realiza por via oficial ou pública.
	A aplicação pela via oficial ou pública é realizada pelas autoridades judiciais ou administrativas, por iniciativas próprias, mediante requerimentos das partes interessadas. 
Tem lugar quando surge conflito, ou violação de direitos; os prejudicados recorrem antão às autoridades públicas, pedindo a sua intervenção par o restabelecimento da ordem jurídica.
	O procedimento administrativo difere profundamente do judiciário; as autoridades administrativas (polícia, fisco, saúde pública, trânsito, etc.), agem sem formalidade, de modo pronto e muitas vezes discricionário, ao passo que as autoridades judiciárias (juízes, tribunal, etc.), só podem agir dentro do ritual traçado nas leis processuais.
	Se, a ação e o procedimento administrativo, é mais pronta e eficiente, o procedimento do judiciário, embora lenta, é mais segura e não deixa margem à arbitrariedade.
	Por outro lado, é preciso lembrar, ainda, que ao lado da aplicação judicial existe amplo campo de aplicação extrajudiciais do Direito, representadas pelas decisões administrativas, celebrações de contratos e inúmeros outros atos e negócios jurídicos.
	Essa aplicação do Direito por via judicial ou extrajudicial está longe de se limitar a simples deduções automáticas a partir dos textos da lei. Pelo contrário, essa é uma operação complexa cujas regras devem ser estudadas pela Lógica Jurídica.
	A esse respeito é esclarecedora a conclusão que chegou Perelman apud Monteiro (1981, p. 141), quando diz:
	O papel ativo do juiz é marcante, sobretudo, nos casos de lacunas e de antinomias na legislação. Mas o juiz não pode decidir de modo arbitrário, pois deve fundamentar suas sentenças. A Lógica Jurídica é que lhe permite extrair novas premissas a partir dos textos existentes e, assam, fecundar a lei de conformidade com o espírito do Direito. 
1.5 Estudo do Direito
	Finalmente, a Lógica Jurídica deve ocupar-se também dos processos de estudo e Ensino do Direito. Quais os processos lógicos adequados ao Ensino do Direito? Processos formais e Dedutivos? Experimentais e Indutivos? Analógicos, Intuitivos?
	Uma das críticas formuladas ao atual Ensino do Direito refere-se ao seu caráter excessivamente Dedutivo. Os professores expõem e comentam os artigos dos códigos e daí deduzem as soluções para casos concretos. 
Em substituições a esse método, muitos autorespropõem processos de ensino num sentido mais Indutivo, vinculado ao exame de casos concretos.
ESTUDO AXIOLÓGICO DA FILOSOFIA DO DIREITO
2. O PROBLEMA AXIOLÓGICO OU O VALOR NO DIREITO
	A Axiologia Jurídica tem recebido, através da história, vários nomes, como por exemplo: Teoria dos valores jurídicos, Deontologia jurídica, Teoria do Direito justo, e outras designações. 
Essas designações, embora não correspondam rigorosamente a um mesmo corpo de conhecimento, referem-se sempre àquele setor da Filosofia do Direito que estuda, não o “que o Direito é”, mas o “que o Direito deve ser”.
2.1 Definição de Axiologia
	Axiologia (do grego “áxios”, que significa apreciação, estimativa) é a Ciência dos Valores. Os valores desempenham o papel de princípios orientadores na conduta dos homens/ mulheres e das sociedades. Assim, toda ação humana é orientada para um fim, um bem, um valor.
	O problema dos valores, como a justiça, a utilidade, o bem, a beleza, é tão antigo como o homem/mulher. Os filósofos ocuparam-se deles desde a mais remota Antiguidade, em estudos dedicados à Moral ou Ética, à Estética, à Política, à Economia, à Filosofia, ao Direito Natural.
	Porém, o tema do valor e o estudo sistemático e autônomo da Axiologia têm origem mais recente. O conceito de valor apareceu inicialmente no campo da Economia durante o século XVIII: valor de consumo, valor de troca, etc.
	A partir daí, esse tema, passou para a as Ciências Humanas, principalmente para a Filosofia, por influência de Max Scheller (1874-1928), cuja obra fundamental data de 1916, que tem como título, Ética Material de Valores.
	Todos os filósofos tem dificuldades de formular uma definição que possa abranger todas as espécies de valor como a honra, o dinheiro, o belo, o bem, a justiça. Por isso, eles preferem descrever e caracterizar os valores por algumas notas que lhes são comuns como a Preferência, a Bipolaridade, a Graduação Hierárquica, etc.
A Preferência: constitui uma primeira característica dos valores; eles são preferíveis para o Sujeito, ou seja, o valor assume sempre um papel de preferência para o Sujeito; essa preferência não é o resultado de uma Dedução Lógica, mas de uma Intuição ou Evidência Intuitiva.
A Bipolaridade: a todo valor corresponde um anti-valor, à semelhança de dois pólos, um positivo, outro negativo; ao belo se opõe o feio; ao bem, o mal; ao agradável, o desagradável; ao prazer, a dor; ao justo, o injusto, etc.
A Graduação Hierárquica: os valores apresentam-se para o Sujeito conforme uma Graduação Hierárquica; podemos falar em valores superiores e inferiores; a vida humana é um valor superior à beleza de uma paisagem; o bem-estar de uma população é superior ao lucro de um negócio.
Assim, a escala de valores pode variar conforme as pessoas, os grupos e classes sociais, a época, mas sempre existe alguma escala ou hierarquia de valores a orientar a atuação das pessoas e das sociedades.
	Diante do que foi visto, podemos perguntar: Qual a relação entre o Direito e os valores? Pode o jurista ter uma atitude neutra ou indiferente em relação aos valores? 
Podemos responder a estas questões, dizendo que, só os mais ortodoxos partidários de um Positivismo Jurídico, ousaria negar ao estudo do Direito qualquer aspecto de valoração. A esses Positivistas Jurídicos, Feuerbach apud Diaz (1968, p. 300), afirma:
“Fazem do Direito Positivo, não apenas sua morada, mas também uma prisão”.
	Esses positivistas jurídicos, que se recusam abordar os problemas relativos à justiça e aos demais valores, podem ser acusados de “conservadores”, em virtude de sua aceitação incondicional do Direito posto pelos detentores do poder.
	Porém, o mais notável representante do Positivismo Jurídico contemporâneo, como Hans Kelson (1881-1973), autor da Teoria Pura do Direito, não aceita essa posição. Ele reconhece à inevitabilidade do tema valorativo e conclui pelo estabelecimento de certos valores que podem considerar-se racional e objetivamente fundamentados.
	De um modo geral, tanto o Positivismo Jurídico de nossos dias, como as demais correntes do pensamento jurídico contemporâneo reconhecem a existência de valores superiores ao Direito Positivo, que servem de base e orientação para os diferentes sistemas de legalidade.
	As diferenças existentes entre as diversas concepções residem no papel atribuído a esses valores. O que os positivistas reivindicam é, sobretudo, a autonomia científica do Direito Positivo, enquanto as correntes culturalistas, consideram a valor e, especialmente, a justiça como elemento integrante e indissociável da dinâmica jurídica.
ESTUDO ONTOLÓGICO DA FILOSOFIA DO DIREITO
3. ONTOLOGIA JURÍDICA OU “SER” DO DIREITO
	A Ontologia Jurídica é o estudo do “Ser do Direito”, de sua realidade e suas características essências. É a compreensão da realidade e do sentido fundamental do Direito na sociedade e no mundo. 
	A Ontologia Jurídica se apóia nas Ciências Jurídicas, na Sociologia e na História do Direito, mas transcende essas perspectivas, para elevar-se à compreensão totalizadora da realidade fundamental do Direito.
	A Ontologia Jurídica converte em problema aquilo que é dogma para o jurista: a norma jurídica positiva; e a submete a uma revisão racional e crítica, analisando sua natureza e modalidades, seu fundamento, suas origens, sua validade eficácia, com propósito de compreender o que o Direito é na realidade.
3.1 Definição de Ontologia
	A palavra “Ontologia” deriva do particípio presente do verbo einai (Ser), isto é, de on (ente) e onta (entes), dos quais vem o substantivo to on: o Ser. O filósofo alemão Martin Haidegger (1889-1976) propõe distinguir duas palavras ôntico e ontológico.
	Ôntico se refere à estrutura e à essência própria de um ente, aquilo que ele é em si mesmo, sua identidade, sua diferença em face de outros entes, suas relações com outros entes. 
	Ontológico se refere ao estudo filosófico dos entes, à investigação dos conceitos que nos permitem conhecer e determinar pelo pensamento em que consistem as modalidades ônticas.
	Em resumo: ôntico diz respeito aos entes em sua existência própria; ontológico diz respeito aos entes tomados como Objetos do conhecimento. Como existem diferentes esferas ou regiões ônticas, existirão Ontologias Regionais que se ocupam com cada uma delas.
	Na experiência cotidiana, o advogado vai encontrar cinco grandes estruturas ônticas, a saber:
Os entes materiais ou naturais: são chamados de coisas reais (frutas, árvores, pedras, rios, estrelas, metais, etc.);
Os entes materiais artificiais: são chamados também de coisas reais (nossa casa, mesas, cadeiras, automóveis, telefone, etc.);
Os entes ideais: são aqueles que não são coisas materiais, mas ideais gerais, concebidos pelo pensamento lógico, matemático, científico, filosófico e aos quais damos o nome de idealidade (número, raiz quadrada, círculo, conjunto, etc.);
Os entes que podem ser valorizados positivamente ou negativamente: a estes entes damos o nome de valores (beleza, feiúra, vício, virtude, raro, comum, bom, mal, justo, injusto, difícil, fácil, possível, impossível, verdadeiro, falso, desejável, indesejável, etc.);
Os entes que pertencem a uma atividade diferente daquela a que pertencem às coisas, as idealidades e os valores e aos quais damos o nome de metafísica (a divindade: Deus).
3.2 Teorias Ontológicas sobre o Direito
	As duas mais importantes Teorias Ontológica sobre o Direito são de origem sul-americana. A primeira é a Teoria Egológica do Direito, do professor Carlos Cossio, da Universidade de La Plata, na Argentina; a segunda é a Teorio Tridimensional do Direito, do professor Miguel Reale, da Universidade de São Paulo.
3.2.1 Ontologia Regional de Carlos Cossio
	Um dos problemas fundamentais da Ontologia Jurídica é a situação ou localização do Direito no mundo dos Objetos ou no conjunto das Ontologias Regionais.
	Desse tema, no Direito, ocupou, entre outros, o argentino Carlos Cossio, que iniciouseus estudos de Filosofia do Direito com o austríaco Hans Kelson, a partir da Teoria Pura do Direito, onde criou uma teoria própria (Teoria Egológica do Direito) que se fundamenta em pressupostos diversos.
	Segundo Carlos Cossio, utilizando o método da intuição fenomenológico, de Edmund Husserl (1859-1938), a sua teoria representa a superação da Teoria Puro do Direito, de Hens Kelson. 
	O jurisfilósofo argentino, parte do conceito de que “Objeto” é tudo aquilo que possa ser “Sujeito” de um “predicado”. Assim, uma árvore, um personagem histórico, uma lei jurídica são Objetos.
	 Numa visão do quadro geral da Ontologia Regional, Carlos Cossio mostra as grandes famílias de Objetos que se encontram no mundo:
Objetos Ideais: existem em nossa mente, mas são irreais, isto é, têm existência no mundo real, não estão na experiência e são neutros ao valor (não implicam em qualquer qualificação axiológica) é o caso, entre outros, dos números, das figuras geométricas e dos conceitos, etc.
Objetos Naturais: são estudados pelas diversas ciências da natureza, como pássaro, uma pedra, um rio; são reais, isto é, existem na realidade, estão na experiência e são neutros ao valor; em si não são justos ou injustos;
Objetos Culturais: são bens criados pelo homem ao atuar segundo valorações (uma casa, uma ferramenta, uma roupa, uma sentença, um contrato); são reais: têm existência; estão na experiência: e, portanto, no tempo; mas são valiosos positivamente ou negativamente: belo ou feio, útil ou inútil;
Objetos Metafísicos : existem ainda os Objetos Metafísicos, como por exemplo: Deus, o sobrenatural, mas Carlos Cossio os deixa de lado porque não fazem parte de sua teoria.
	Vamos agrupar, agora, num quadro, as quatro classes da Ontologia Regional de Carlos Cossio, sobre os diferentes Objetos cogitados pelo espírito humano, assinalando, ao mesmo tempo, à existência, à experiência e ao valor de cada um deles:
_________________________________________________________________
OBJETOS EXISTÊNCIA EXPERIÊNCIA VALOR _________________________________________________________________
Ideais Irreais Não experimentais Neutros
Naturais Reais Experimentais Neutros
Culturais Reais Experimentais Neutros
Metafísicos Reais Não experimentais Valiosos
Quadro comparativo dos atributos dos Objetos
	Para cada uma dessas espécies de Objetos corresponde um tipo de ciência. Aos Objetos ideais correspondem as Ciências Formais, como a Matemática e a Lógica.
	Aos Objetos Naturais, as Ciências da Natureza: Biologia, Química, etc. Aos Objetos Culturais, as Ciências Humanas, Sociais ou Culturais. Após outras considerações e esclarecimentos, Carlos Cossio conclui que o Direito é um Objeto Cultural Egológico (de “ego”, = eu), por consistir fundamentalmente em “conduta humana”.
Questões para a 1ª Avalição
O que é conhecimento na concepção do filósofo alemão Nicolai Hartmann?
Quais os três graus do conhecimento jurídico? Fale de cada um deles.
O que é Filosofia do Direito para o jurisfilósofo brasileiro Miguel Reale?
Como os pesquisadores que estudam a Filosofia do Direito vêem o problema da sistematização desta disciplina dentro dos cursos de Direito?
Quais os problemas que estuda a Epistemologia Jurídica? Fale de cada um deles.
Quais os três tipos de métodos que podem ser considerados como técnica ou como orientação de pesquisa? Comente sobre cada um deles.
Para os pesquisadores, é difícil formular uma definição que possa abranger todas as espécies de valores. Por isso, eles caracterizar os valores por algumas notas, tais como: “a preferência”, “a bipolaridade” e “a graduação hierárquica”. Fale sobre cada destas notas.
Qual a relação entre o Direito e os valores? Pode o jurista ter uma atitude neutra ou indiferente em relação aos valores? Fundamente a sua resposta.
Quais os “objetos” que o jurisfilósofo argentino Carlos Cossio relacionou na sua “Teoria Egológica do Direito”? Comente cada um destes objetos.
A partir de sua pesquisa sobre o que chama “Ontognosiologia Jurídica”, Miguel Reale (1994, p. 300, n. 122-190) procura chegar à sua conhecida “Teoria Tridimensional do Direito”, que fala do Direito como “Fato, Valor e Norma”. Numa seqüência lógica, comente essa teoria.
 
4. BIBLIOGRAFIA
BITTER, Eduardo C. B. e ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito. 3ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2004, 566 p.
A BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Edições Paulinas, 1985, 2366 p.
MACEDO, Sílvio de. Introdução à Filosofia do Direito. 3ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1993, 126 p.
MONTORO, Franco. Estudos de Filosofia do Direito. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1981, 214 p. 
NADER, Paulo. Filosofia do Direito. 14ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2004, 316 p.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 16ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1994, 749 p.
STRENGER, Irineu. Da Dogmática Jurídica. 2ª ed. São Paulo: Editora LTr, 2000, 166 p.
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