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TÉCNICAS APLICADAS À PATOLOGIA I. Microscopia óptica - análise do tecido a nível de núcleo e citoplasma. Em cânceres, observa-se núcleo volumoso, ocupando mais da metade do citoplasma, cromático (coloração roxa: hematoxilina). II. Microscopia eletrônica - Usado para fins de estudo, usa-se quando é necessário enxergar além de núcleo e citoplasma, exemplo: analisar presença de vírus. III. Imunohistoquímica e Imunocitoquímica - realizada a partir de corte histológico e realizada a partir de esfregaço celular com fricção. Objetivo: pesquisar antígeno. Utilizar determinada coloração para pesquisar um antígeno (anticorpo marcado/específico). O anticorpo é usado como reagente e se liga ao antígeno, provocando uma reação. Possibilita identificação de elementos estranhos como microrganismos de difícil reconhecimento como sorotipo do vírus, fungos, bactérias e outros agentes infecciosos. Ex: identificar o sorotipo do HPV e identificar o tipo. • Teste qualitativo, onde o operador irá utilizar anticorpos como reagentes específicos para detecção de antígenos presentes em células ou tecidos. • No exame citológico não podemos afirmar o sorotipo do vírus, para isso utilizamos imunoistoquímica e pesquisa do antígeno patogênico em amostras biológicas. • Se quisermos conhecer o tipo do HPV que está provocando certa alteração, podemos utilizar a técnica de imunoistoquímica/imunocitoquímica. Coilócito: demonstra-se no exame citológico. Para seu reconhecimento, os anticorpos devem ser marcados com algum produto que depois possa ser visualizado seletivamente. Há duas formas de marcação mais utilizadas: substâncias fluorescentes e enzimas. IV. Imunofluorescência - alternativa mais barata. -Direta: Na direta, o anticorpo primário é ligado a um composto fluorescente; o mais usado é o isotiocianato de fluoresceína, que emite luz verde brilhante quando estimulado por luz ultravioleta. -Indireta: (2 anticorpos) No método indireto, um anticorpo primário se liga ao antígeno de interesse. A substância fluorescente é conjugada a um anticorpo secundário, que, por sua vez, reconhece a porção FC do anticorpo primário e com ele forma reação específica. Depois de processadas, as lâminas são examinadas ao microscópio de fluorescência equipado com fonte de luz ultravioleta. A imunofluorescência indireta é mais específica, uma vez que o anticorpo primário se encontra livre do marcador e o sinal só aparece após duas ligações antígeno anticorpo, o que possibilita maior especificidade e melhor controle da reação. Podemos utilizar soro, secreção vaginal. Exemplo: clamídia, bactéria intracelular obrigatória. Pode ser identificada pela imunofluorescência. V. Imunoenzimáticas - Utilização de imunoglobulinas marcadas com enzimas. O sinal resulta da formação de um composto colorido no sítio da reação, gerado por ação da enzima sobre um substrato apropriado. As enzimas podem ser acopladas diretamente ao anticorpo primário (método direto) ou secundário (indireto). A técnica indireta é mais específica. VI. Técnicas bioquímicas - Dosagem de enzimas como CK-MB (eleva 2hrs após a lesão, inespecífica, utilizada para monitorar a lesão, não para fins de diagnóstico), troponina, mioglobina, a fim de detectar lesão algum órgão. Exemplo 1: infarto agudo do miocárdio -> necrose -> digestão dos constituintes celulares. Quando houver algo que digere os constituintes celulares (necrose), principalmente da membrana plasmática, esse conteúdo irá extravasar ganhar o interstício e chegará ao sangue. Assim podemos detectar as enzimas no sangue (soro) através do exame de enzimas cardíacas, se a suspeita for lesão cardíaca. Exemplo 2: dosagens altas de AST(aspartato aminotransferase) ou TGO, ALT (alanina aminotransferase) ou TGP e GAMA-GT indicam lesões hepáticas (hepatite, cirrose). VII. Técnicas hematológicas Hemograma completo: punção venosa, porém neste caso utiliza-se o sangue total sem presença de coágulos. Para diagnosticar anemia (eritrograma), processo inflamatório (leucograma) por exemplo. Este exame consta: • Leucograma: leucócitos totais (os leucócitos que aparecerem no sangue periférico, sendo considerado normal: neutrófilo–inflamações agudas junto com as células imaturas, linfócito e monócito– processo inflamatório crônico, virais, e eosinófilo- inflamações por helmintos, alergia) • Eritrograma: número de hemácias, hemoglobina, hematócrito (porcentagem da relação entre a parte líquida e a sólida), VCM (Volume Corpuscular Médio), CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média). • Contagem de plaquetas: Plaquetas: coagulação sanguínea (viroses hemorrágicas). • Hipocromia - baixa coloração hemoglobina no eritrócito. • Leucocitose - leucócitos aumentados (infecção) -> infecção + neutrófilos aumentados - infecção aguda. • Leucopenia - leucócitos diminuídos. • Poiquilocitose – várias formas de células sanguíneas. • Diapedese – leucócito passa do vaso para o tecido. Obs.: Eritroblasto: hemácia jovem que não deve estar presente no sangue periférico. Obs.1: Sangue periférico usado para ver hemácias normais. VIII. Microbiologia clínica • Cultura / antibiograma: (urina, fezes, secreção) quando suspeita-se de uma infecção urinária, ou uma enterite, a cultura é solicitada junto ao antibiograma (verificar se a bactéria é resistente ou sensível ao antibiótico). • Pesquisa de Baar (bacilos álcool-ácido-resistentes): sendo solicitada para diagnóstico de tuberculose, feita através de escarro. Pois o principal sítio da doença são os pulmões, deve-se fazer pelo menos 3 amostras. PATOLOGIA GERAL X ESPECIAL Patologia apresenta dois estágios: Patologia geral: estuda as doenças de maneira comum (ex. neoplasias) estuda os aspectos comuns às diferentes doenças no que se refere a suas causas, mecanismos patogenéticos, lesões estruturais e alterações da função Patologia especial: ou de sistemas, concentrada em um sistema orgânico. Ocupa-se das doenças de um determinado órgão ou sistema (sistema respiratório, cavidade oral etc.) ou estuda as doenças agrupadas por suas causas (doenças infecciosas, doenças causadas por radiações etc.) DIAGNÓSTICO Resumidamente, consiste na análise dos sintomas do paciente, chegando-se a um resultado. O diagnóstico inicia com a elaboração da anamnese e depois com o exame físico. Analisando uma amostra macro e microscopicamente chegaremos a uma conclusão. Biópsia: ocorre a retirada de um tecido vivo para análise que pode ser feita de maneira incisional – quando tira um fragmento da lesão- ou excisional/ablativa- quando tira toda a lesão. Obtenção de amostra para exame anatomopatológico. Feita por: -Agulha (superfície externa do organismo) ou -Endoscópica (de uma superfície interna do organismo). CITOLOGIA/CITOPATOLOGIA Obtenção de células para exame patológico através de métodos: Esfoliativa: abrasiva/raspado (ex.: colo útero- Papanicolau) -> raspado da mucosa para colocar em lâmina, coloração e envio ao laboratório. Lavados: procedimento invasivo (retira amostras dos brônquios e alvéolos)-> lavado brônquio-alveolar, introduzido soro fisiológico estéril pela boca, até chegar nos alvéolos pulmonares e quando aspirado o liquido obtemos o lavado brônquio-alveolar com as células a serem observadas. O material é guardado em meio conservante e enviado ao laboratório para analise (método comum para identificar neoplasias nos pulmões) Por agulha fina (PAAF – Punção aspirativa por agulha fina): muito utilizado em nódulos da mama, tireoide. SANGUE->Serve para apresentar o numero de hemácias, morfologia celular, para poder chegar a um diagnóstico feita através punção venosa (o sangue venoso total é utilizado para estudos morfológicos e concentração das células) ou arterial (exames de gasometria -> medir a quantidade de gases presentes no sangue) Plasma: dosagem dos fatores da coagulação Soro: dosagem de lipídeos, açúcar, eletrólitos, enzimas... EXCREÇÕES Urina: -Urocultura + antibiograma: isolar determinada bactéria -Parcial de urina, EAS(Elementos Anormais de Sedimento): exame físicos(volume), químicos (pH, densidade) e sedimentoscopia urinaria (presença de células epiteliais, etc.) Fezes: -Coprocultura + antibiograma: isolar um possível microrganismo. (Ex: bactéria/protozoários) -Parasitológico / parasitoscopia fecal: procura de ovos cistos ou larvas. SECREÇÕES Escarro: em alguns casos solicitar o exame citológico, caso o tumor seja muito agressivo. Secreção vaginal ->Cultura de secreções DERRAME E EXSUDATO Derrames cavitários, presença de liquido em cavidades (pleural, peritoneal, etc.), independente se o processo for infeccioso ou não, provocando exsudação plasmática, e consequentemente acúmulo deste líquido em cavidades. A presença deste líquido nas cavidades também pode ser denominada de edema. Edema: presença de líquido intersticial ou em cavidades (pleural, pericárdio) causadas por neoplasias, distúrbios da circulação. A insuficiência cardíaca pode levar a uma congestão, sendo um passo antes do derrame. Pode ser causada por um processo infeccioso, insuficiência cardíaca. ->Exames: suspeita de origem bacteriana – cultura de líquido pleural Suspeita de neoplasias malignas (câncer) - citopatológico do liquido pleural Citologia ou citometria- contagem e detalhamento das células Exsudato: liquido/edema presente em inflamações (ex. exsudato mononuclear, rico em células inflamatórias mononucleares). Característico por apresentar aspecto turvo, rico em células inflamatórias, proteínas. O escape de fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou cavidades corporais é conhecido como exsudação. • O exsudato é o fluído extravascular que tem uma alta concentração proteica, contém restos celulares e tem uma alta gravidade específica. Sua presença indica um aumento na permeabilidade normal dos pequenos vasos sanguíneos em uma área de injúria e, portanto, uma reação inflamatória (Fig. 2-2). • Em contraste, um transudato é um fluido com baixo conteúdo proteico (a maior parte do qual é albumina), pouco ou nenhum material celular e baixa gravidade específica. Ele é essencialmente um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de desbalanço osmótico ou hidrostático ao longo da parede do vaso sem um aumento na permeabilidade vascular. • O edema denota um excesso de fluido no tecido intersticial ou cavidades serosas; ele pode ser ou um exsudato ou um transudato. O pus, um exsudato purulento, é um exsudato inflamatório rico em leucócitos (principalmente neutrófilos), restos de células mortas e, em muitos casos, micróbios. CARACTERÍSTICA DAS DOENÇAS • Etiologia: causa da doença (ex.: agente etiológico, agente causador da doença) -Identificando associações etiológicas -Evidência experimental -O risco é proporcional ao nível de exposição à suposta causa. -Remoção A associação etiológica é um marcador para o risco de desenvolver uma doença, mas não necessariamente a causa da doença. Quanto mais forte for a associação etiológica, mais provável é que seja a causa da doença. Exemplo: câncer de pulmão X tabagismo: associação etiologia é muito forte, mas não quer dizer que o tabaco seja 100% a causa de câncer de pulmão. Essa associação torna-se mais forte se tiver evidência experimental (trabalhos já apresentados). Quando o risco é proporcional ao nível de exposição a suposta causa e por fim a remoção, como tirar a pessoa de perto de quem fuma ou parar de fumar, as chances de possuir tal doença é mínima, praticamente nula. “Se já houve evidencia experimental que aquele agente agressor é realmente o agente etiológico da doença o risco proporcional ao nível de exposição a suposta causa, ou seja, quanto mais a pessoa se expõe aquele risco, maiores são as chances dessa associação etiológica se tornar forte. A remoção, ou seja a retirada da causa leva a cura do paciente.” PATOGENIA Estudo dos mecanismos de como a causa impera para que ocorra a doença. (Ex.: como a bactéria X faz para que ocorra o furúnculo) • Intervalos latentes e período de incubação: -Intervalos latentes: intervalo/período até provocar a lesão tecidual (existem certos microrganismos que permanecem inatos nos nervos até serem ativados, não havendo manifestação de sintomas) -Período de incubação: o período/tempo que o microrganismo demora para desenvolver as manifestações clínicas: sinais, que são visíveis e sintomas, que são relatados. Exemplo: uma mulher pode estar infectada pelo HPV, mas o vírus permanecendo latente, o individuo pode não estar doente. • Manifestações Clínicas: -Sintomas: manifestação clínica que o paciente relata ao médico, dor -Sinal: manifestação clinica que o medico observa no paciente, exame clinico/físico • Lesão: alteração morfológica ou funcional do órgão Exemplo: Obstrução vascular leva a um quadro patológico de isquemia (diminuição/ausência da quantidade sangue de um vaso). A lesão funcional gera uma lesão morfológica, a função do vaso foi prejudicada ocasionando um infarto (área de necrose, observamos uma lesão morfológica). • Anormalidades/alteração patognomônicas: presença de determinada célula ou lesão, a qual é exclusiva da doença permite concluir o diagnostico. Exemplo: Célula de Reed-Sternberg = célula patognomônica de linfoma de hodkin. Outra anormalidade patognomônica = mais comumente vista utilizando o exame citopatológico: núcleo volumoso, binucleado, cromatina grosseira e irregularmente distribuída, com lesão no citoplasma (digestão), periferia do citoplasma espessada (rima citoplasmática). Essas anormalidades neoplásicas são conhecidas como Coilócitos. Antigamente dizia-se que o Coilócito é patognomônico do HPV, hoje, os patologistas classificam o Coilócito como sugestivo de infeção pelo HPV. • O benefício do encontro da anormalidade: tratamento imediato, para que se inicie o tratamento o mais rápido possível. • Complicações e Sequelas ->Complicação: prognósticos está ficando desfavorável Muitas vezes por falta de diagnostico, sendo ele errôneo ou ausente, a doença pode complicar, ou seja, prognóstico desfavorável. ->Prognóstico: evolução da doença. Exemplo 1: carcinoma, tipo de câncer, tumor maligno (o tumor maligno tem característica de destruir a membrana basal e alcançar o tecido conjuntivo ao seu redor). No início o carcinoma é “in-situ”, ou seja, localizado no epitélio, ainda não invadiu o estroma adjacente. Se o diagnóstico for conferido nesta situação o tratamento é de 100%, pois retira-se completamente a lesão. Porém pela falta de diagnóstico, ou por um diagnóstico errôneo, esse câncer possui a capacidade de invasão, destruindo a membrana basal e tecidos subjacentes e adjacentes, a partir de então o diagnóstico mudou e é denominado carcinoma invasor, onde o tratamento pode ser mais caro ou até mesmo incurável, podendo gerar metástase (novos tumores) e o prognóstico tornou-se desfavorável. Exemplo 2: apendicite aguda: processo inflamatório causado por obstrução. Se não houver diagnóstico e não for retirado o apêndice, a lesão inflamatória persiste, inicia-se necrose e gangrena, podendo haver possibilidade de rompimento, se romper o materialfecal cai no peritônio causando peritonite aguda. Com a presença das bactérias no interior da corrente sanguínea pode ocorrer um choque séptico e culminar em morte. ->Sequela: lesão que pode ser deixada por acidentes, doenças, os quais não culminaram na morte do indivíduo. (ex. sequelas pós AVE). • Remissão e Recidiva Remissão: é quando existe uma doença ativa que entra em estado de quiescência (latência), pode ser devido a uma falta de diagnostico, ou um diagnostico incompleto. Se o individuo tiver alguma doença, ira se manifestar através de sinais e sintomas. Exemplo: toxoplasma gondii, febre amarela, nas quais o protozoário/vírus, pode ficar latente, esperando uma oportunidade de voltar - > RECIDIVA (quando a doença volta), devido a uma falta de diagnostico ou tratamento. Resumindo: Remissão: quando uma doença ativa entra em estado de latência, quando as manifestações clínicas param de aparecer. Recidiva: retorno dos sinais e/ou sintomas dessa doença (recaída). • Morbidade e Mortalidade Morbidade: fatores, ações causadas no hospedeiro devido a uma doença, soma de fatores de uma doença num determinado hospedeiro. (quando a pessoa tem uma sequela que a impede de ‘viver’ normalmente). Exemplo: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): se não evoluir ao óbito, a área de necrose pode ser substituída por tecido conjuntivo cicatricial e esta área provoca fibrose local. A fibrose predispõe de uma diminuição da contratilidade do coração levando ao quadro de insuficiência cardíaca, podendo levar a outras lesões como trombos cardíacos, congestão pulmonar, etc. Isto é um efeito mórbido, ou seja, ações mórbidas da doença no paciente. Mortalidade: quando a doença acarreta no óbito do indivíduo. NOMENCLATURA DAS DOENÇAS Primaria e Secundária Ex.: pancreatite aguda (doença primaria) evolui para Agudo e Crônico pancreatite crônica (doença secundaria) Benigno e Maligno Prefixos: Hiper (muito) Hipo (pouco) Meta (transformação) ex: metaplasia, transformação de um tecido em outro de mesma origem Sufixos: Ite (inflamação) Oma (relacionado a neoplasias) Plasia (diferenciação celular) ex: hiperplasia: aumento do numero de cels. do tecido Nomes epônimos: quando a doença recebe o nome do descobridor ou do local Ex.: Doença de Chagas, Parkinson, Alzheimer • Classificação Geral das Doenças ->Congênitas: quando o ser humano nasce com a doença, ou seja, adquire no processo de embriogênese ex.: agenesias (mas formações). ->Adquiridas: adquire pós nascimento ex.: doenças inflamatórias, cardiovasculares, neoplasias, etc. Necropsia: análise do tecido morto, com a finalidade de descobrir a causa da morte. Realizada por um legista, para observar alterações que não são vistas externamente.
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