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Chomsky - Gramatica Transformativa

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7
CRAMATICATRANSFORMATIVA
Não desceremosa muitospormenoresemnossoexame
da gramáticatransformativa.1;:contudoimpossívelcompre-
enderasconcepçõesmaisgeraisde Chomskya propósitoda
filosofiada linguageme do espírito,a menosquesetenha
algumconhecimentodascaracterísticasprincipaisdo sistema
dedescriçãogramaticalporelefundadohácercadequinze
anose que,desdeessaépoca,vemsofrendodesenvolvimentomaisou menoscontínuo.
O primeiropontoa seracentuadoé decarátertermino-
lógico.Enquantoumagramáticadeestruturade frasecom-
põe-seexclusivamentede regrasde estruturade frase,uma
gramáticatransformativa(tal comooriginalmenteconcebido
por Chomsky)nãosecompõeapenasde.regrastransforma-
tivas. Inclui,também,umconjuntode regrasde estrutura
de frase.As regrastransformativasdependemda prévia
aplicaçãodasregrasde estruturade frasee têmo efeito
não apenasde converterumasucessãode elementosem
outra,mastambém,emprincípio,o de alteraro marcador
de fraseassociado.São,alémdisso,formalmentemaishete-
rogênease maiscomplexasdo que as regrasde estrutura
de frase.Daremosalgunsexemplosde regrastransforma-
tivas. Serápreciso,entretanto,introduzir,antesdisso,um
adequadoconjuntode regrasde estruturade frase.
Utilizaremoso queé propostoporChomskyemSyntac-
tie Structures(p. 111),com uma ou duasalteraçõesde
menorimportância,tal comosegue:
64
(1) Sentença-+NP+VP
(2) VP -+verbo+NP
SNPsing
(3) NP-+t NPpl
(4) NPsing-+T+N
(5) NPpl-+T+ N + s
(6) T-+o, a
(7) N -+ ~homem, bola, porta, cão, livro, ...}
(8) Verbo-+Aux+V
(9) V-+{chutar,tomar,morder,comer,...}
(10) Aux-+Tempo(+M) (+ter+ado (ou ido»
(+ estar+ ando(ou endo»
SPresente
(11) Tempo-+t Passado
(12) M-+{poder,dever}
Observe-seque esse conjuntode regraspermite uma
gama de escolhasmaisampla do que as indicadasno ca-
pítulo anterior.As frasesnominais,singularese plurais.são
explicadaspela regra(3); e um grandenúmerode tempos
e modosé introduzido(em vez do puro e simplestempo
passadode o homemchutoua bQla) por meiodo elemento
Aux e seusubseqüentedesenvolvimento.A regra (10) im-
plica que toda sucessãopor ela geradadeve contero ele-
mentotempoe po~econter,além disso,uma ou mais das
outrassucessõesde elementosentreparênteses.(Elementos
comos na regra(5), ado (ido), ando(endo). na regra(10)
são antes morfemasdo que palavras. Em verdade, ter,
estar,o, a e todosos elementosrelacionadosdo lado direito
das regras(7), (9) e (12) tambémpodemser considerados
morfemas.Contudo,não é necessárioque nos detenhamos
para examinara diferençaque se faz, em teorialingüística,
entre uma "palavra"e um "morfema").
Admitindoque as relaçõesque figuramnasregras(7) e
(9) sejamconsideravelmenteampliadas,estesistemade regras
de estruturade frase geraráextenso(mas finito) número
daquiloque poderíamoschamarsucessõessub;acentes.Im-
porta cnfatizar que.uma sucessãosubjacentenão é uma
65
J
sentença(como,aliás,sedepreendedasregrascitadasacima).
As regrastransformativasaindaestãoporseraplicadas.Uma
dassucessõesgeradaspelasregrasé:
o +homem+Presente+pode+estar+indo+abrir
+a +porta(a qual,dadasasregrastransformativasde
SyntacticStructures,estánabasetantoda sentençaativao
homempodeestarabrindoa porta,comodasentençapassiva
correspondente,a portapodeestarsendoabertapelohomem).
O leitorpodedesejarverificarqueessasucessãoé realmente
geradapelasregras,construindoo marcadorde frasea ela
associado.
Em SyntacticStructures,Chomskyderivouassentenças
passivasde sucessõessubjacentesvalendo-sede umaregra
opcionalque pode ser apresentada,semmuitorigor, da
maneiraseguinte:
Antes de tudo, ilustraremoso que ficou enunciadofa-
zendo referênciaa um exemplopuramenteabstrato.Dada
a sucessãoa + d -I- e +b + f + c +g +h, geradapor
um conjuntode regrasdeestruturade frasequea ela atribui
o marcadorde fraseque aparecena figura3 (o leitor pode
facilmentereconstruiressasregras),tal sucessãoseconverterá,
por meio da regra transformativaB +D+ E-E +B, na
sucessãoc +g +h +a +d +e, como marcadorde frase
associadoque a figura 4 ilustra.
(13)
A
11\, D ~. d /\ ,,;fh
NP1+Aux+V +NP2~ NP2 +Aux+estar-I-
endo +V +por +NP1
Difereessaregra,sobváriosaspectos,dasregrasde estru-
turadefrase.Não apenasumelemento,masumasucessão
de quatroelementosapareceà esquerdadaseta;a operação
queé executadaporforçadaregraassumecarátercomplexo
- envolvendoa permutadedoisNP (o queé indicado
pelosíndicesinferiores)e a inserçãodoselementosestar,
endoe por,emdeterminadospontos.
Há, entretanto,umadiferençaaindamais importante
entreasregrasdeestruturade frase(1) - (12) e a regra
transformativa(13) e tal diferençadiz respeitoà maneira
comointerpretamosos símbolosque ocorremnas regras.
Numaregradeestruturade frase,umdeterminadosímbolo
designaum e somenteumelementoda sucessãoa que a
regraseaplica.Contudo,naaplicaçãode umaregratrans-
formativa,um determinadosímbolopodereferir-sea uma
sucessãode maisde um elemento,contantoque a suces-
sãoemcausasejadominadapor (istoé,derivadade- ver
página57) tal símbolono marcadorde fraseassociado.
Nestesentido,costuma-sedizerqueasregrastransformativas
operamsobremarcadoresde frasee nãosimplesmentesobre
sucessõesde elementos.
FIGURA3
A
E/
11\ : J ,c g h
FIGURA 4
66
67
Em palavrasdiferentes,como a sucessãode símbolos
terminaisconstituiparte do marcadorde frase, podemos
dizer quea regraconverteum marcadorde fraseem outro;
e essaé a propriedadecaracterísticadas regrastransforma-
th'as. A regra por nós apresentadatem o efeitode afastar
tudo quantoé dominadopor D (inclusiveo próprio D) e
permutarB e E. matendo-Ihesintacta a estruturaintema.
O marcadorde frase referidona figura 3 e o marcadorde
fraseque aparecena figura4 podemser chamados,respec-
tivamente,subjacentee derivado,com referênciaà trans-
formaçãoem causa. (Afirmando que o marcadorde frase
derivadotema formaparticularque lhe atribui na figura4.
contorneiimportantequestãoteóricaà qual voltareirapida-
mentelogo abaixo.)
Se olharmosagorapara a sucessãosubjacenteque vem
servindode'exemplo(o +homem+Presente+pode +
estar+indo +abrir +a +porta) e ao marcador de frase
associado(que deixei a cargodo leitor), verificaremosque
o +homemé inteiramentedominadoporNP ; Presente+
pode+estar+ indoé dominadopor Aux;V é dominado
porV (trata-sedeumcasode"autodomi.nação")e a+porta
é dominadopor NP. Significaissoque a regratransformativa
(13) é aplicávele, se aplicada(trata-sede uma regraopcio-
nal), converteráa sucessãosubjacenteem (13a) como mar-
cadorde frase derivadocorrespondente.
(13a) a +porta+Presente+pode+estar+endo
+abrir +por +o +homem
Que é, entretanto,o marcadorde frase derivadocorrespon-
dente? A questãoé difícil. Admitido que NP:!transforma-se
no sujeito da forma passiva,que estar ~etransformaem
parte de Aux, de maneira semelhantea como dele são
partesser +endooupode(isso,comoveremos,é necessá-
rio para permitir a operaçãode regras subseqüentes)e
que por se liga a NP1 para formaruma frase.continuama
permanecerobscurosnumerosospontosrelativosà estrutura
do marcadorde frase derivado. Dois'possíveismarcadores
de frase aparecemnas figuras 5 e 6. Observe-seque tais
marcadoresdiferemporqueum tomapor +NP1 comoparte
da frase verbal.enquantooutro o trata como constituinte
imediatoda sentença.equivalenteemstatus.por assimdizer.
a NP:!e VP. (Note-se,ainda.quecoloqueiumainterrogação
onde seriacolocadoo rótulo para a fraseentre parênteses
por + NPd
Sentença
NP~VP
TAN Verbo~?
!. pLa AuAv ~NP
A ,L 1/"'1
Presentepodeestarserendo '0 homem
FIGURA5
Sentença
NP~?
TAN vetbo PO~NP
! poLLx~v T/"-N
A .L! 1m
Presentepodeestarserendo
FIGURA6
Abordamosaqui importanteproblemateórico.A suces-
sãoderivada.produzidapor umaregratransformativa,pode
servir como sucessãosubjacentep;:traoperaçãoda regra
transformativasubseqüentee necessitará,em conseqüência,
ter a si associadoo apropriadoma.rcadorde frasederivado.
68 69
Chomskye seus seguidoresdedicaram-seao estudo desse
problemaetentaramestabelecerum conjunto de conven-
çõesde acordocom o qual se definiriaparticularespéciede
operaçãoformal(e.g. omissão,permutação,ou substituiçiio)
para alcançardeterminadoefeitosobrea topologiado mar-
cador de frase que ela transforma;nós observamosessas
convençõesaodecidirmosqueo efeitoda regraB +D +E- E + B, operandosobreo marcadorde frasesubjacente
mostradopela figura 3 era o marcadorde frase derivado
que aparecena figura 4. Tratava-sede exemplo muito
simplesdo ponto de vista das operaçõesenvolvidase da
forma do marcadorde frase a que elas se aliavam;além
disso,tratava-sede exemplopuramenteabstrato,nãoafetado
por quaisquerconsideraçõesempíricas. O leitor compre-
enderá que a situaçãose altera inteiramentequando vem
ao caso formular um conjuntode regras transformativas
para descriçãodo inglêsou de algumaoutralíngua natural.
Introduziremosagora,e asdiscutiremosbrevemente,duas
outras regras transformativas(ligeiramentediferentesem
forma das correspondentesregrasque figuram em Syntac-
tie Structures,mas sobre elas baseadas.etendo o mesmo
efeito geral). A primeira é a "transformaçãonumérica"
obrigatória:
{
8 / NPsing
(14) Presente- 0/ em outroscasos
Trata-sede uma regrasensível-ao-contexto,estabelecen-
do que o Presentedeveser reescritocomo 5, se e somente
se for precedido,na sucessãosubjace~te,por umaseqüência
de um ou mais elementosdominadospor NP no mar-SIq
cadorde fraseassociado,masque deveser reescritoem
todososoutroscontextoscomo"O", "zero"(istoé, indicando
a ausênciade um sufixo).Trata-seda regraqueexplicaa
"concordância"entreo sujeitoe o verbo,manifestaem
sentençastais comoo homemfoi vs . e homemforamou o
homemé vs . o hoinemsão. Seaplicadasa (13a), teremos1:
(1) At~estepontoos tradutoresprocuraramadaptaros exemplos
dadoseminglês,transpondo-osparao portuguêsdemodoa üustrarosenun.
70
I
(14a) a+porta+s+pode+estar+sendo+ aber-
ta+ por+ o + homem
Observe-sequeaquiloquepoderiaserchamadosufixo
verbal"abstrato"s é aquiintroduzidonafrentedoelemento
a quesubseqüentementese liga (à semelhançade endoe
indo,introduzidospelaregradeestruturade frase(10),na
frentedoelementoa queposteriormenteseligam).A esses
sufixosdenominamos"abstratos"porque,tal comoveremos,
assumem,emcontextosdiversos,formasvariadas,inclusive
"zero".
ciadosdo texto.No casopresente,surgedificuldadeespecialqueprecisa
de esclarecimento.SegundoLyons,as regraspermitemgerara seqüência
seguinte:
the+ man+ Present+ may+bave+ en + open+ the+door
queé subjacente(de acordocomasregrasfixadasnaobrade O1omsky)
h duassentençasseguintes:
The manmaybaveopenedthe door
The doormayhavebeenopenedby theman
Chomskyderivaas sentençaspassivasmediantea regra(13) que,sem
minúciasdesnecessárias,assumea forma:
(13) NP1+ Aux+ V + NP..-
NP2+ Áux+ be+ en+ V + by+ NP1
Essaregrade transformaçãopodeseraplicadaà seqüênciasubjacentedo
exemplo,convertendo-aem:
(13a) The+ door+ Present+ may+-bave+ en + be +
en+ open+ by + the+ man
A regrade"Transformaçãode número"(obrigatória),fixadoem(14),
transforma(13a) em:
(14a) the+ door+ s + may+ bave+ eo+ be+ eo+
opeo+ by+ the+ man
Tem-se,eminglês,umasituaçãosimples,já queapenas"door"vai para
o plural(passaa "doors"),permanecendoinvariáveisasdemaispalavras.
Compare-se,comisso,a situaçãomaiscomplexado português:
i) The doormaybavebeenopenedby the man
ü) The doorsmayhavebeenopenedby the man
emcontrastecom:
i') a portapodeestarsendoabertapelohomem
ii') as portaspodemestarsendoabertaspelohomem
Para evitarcomplicadasnotações,os tradutorespreferirammanter(14a)
emsuaformasimples(correspondenteaoinglês),comosedefatoapenas
"porta"fosseafetada(como 's' - plural.Maso leitorM deconsiderar
as sentençasà luz da advenênciaaqui feita (NT).
71
A regrapela qualessessufixos"abstratos"sãocolocados
após os radicais apropriados(a "transformaçãoauxiliar"),
pode, em inglês,ser apresentadodestaforma:
VTase modernasem uma sucessãode fonemas.Tais regras
levariama reescrever:
(15a) The +door +may+s +have +be +en
+open+en +by +the +man
may+s
comorepresentaçãofonêmicado que é soletrado
may;
assimcomolevariama reescrever
open+en
comoo que é soletrado
opened;
(assimcomobe + s é soletradois, run + en é soletrado
run, e assimpor diante).
Chegamosdessaforma,como deveríamoschegar,à re-
presentaçãofonêmicade:
The doormayhavebeenopenedby theman
Os leitoresque não estavampreviamentefamiliarizados
com o sistemade gramáticatransformativade Chomskypo-
demter julgadoenfadonhocaminharatravésdestaderivação,
passo a passo, de uma única sentença. Contudo, terão,
agora,adquiridocompreensãosuficienteacercada maneira
comoa gramáticaé concebidae opera,de modoa poderem
apreciara significaçãode alguns dos pontos mais gerais
introduzidosnestee em posteriores.capítulos.
A estaalturade nossoexameda gramáticatransforma-
tiva, serátalvezconvenienteapresentarum diagramapondo
em evidênciaa maneiracomo a gramáticaesboçadaem
SyntacticStructuresse organizou(Ver figura 7).
(15)
I
Tense
} 1
M
} 1
M
) I
Tense
I
~n + have ~ have + ~m
mg be be mg
V V
Diz essaregraque qualquerpar de elementos,o pri-
meiro dos quais seja Tense,en e ing, sendoo segundoM,
have,be ou V, devemser (obrigatoriamente)permutados,
permanecendoinalteradoo restoda sucessão,tantoà direita
quantoà esquerda.Se tal regrafor aplicadaa (14a), cuja
forma,em inglês,é:
(14a) The +door+s +may+have+en +be+
en +open.+by +the +man
ela implicaráa permutaçãodes +may(istoé,Tense+ M);
deen+ bee deen+ open(en+ V) sucessivamente;
da esquerdapara a direita, conduzindoa:
Mais umaregratransformativadeveaindaser aplicada,
que colocaum símbolode fim-de-palavra(usaremoso es-
paço) entre qualquerpar de elementos,dos quais o pri-
meiro não seja M, haveou V e o segundodos quais não
sejaTense,en ou ing. Aplicadaa (15a), essaregraproduz:
(16 a) The door may + s have be + en open + en
by the man
Tal é a
após terem
vantes.
Finalmente, numa gramáticado tipo esboçado por
Chomskyem $yntactic Structures,surge um conjunto de
regras"morfofonêmicas"que convertema sucessãode pala-
forma que nossasucessãoilustrativaassumiria
operado todas as regrastransformativasrele-
Componente
!deeslrulura
deIrase
COIJIPonente
Iransformalilo
Componente
mortofonemlco
FIGURA 7
Aquilo sobre que a gramáticatrabalhaé o elemento
inicial (tal como explicadono capítulo anterior),que gera
um conjuntode sucessõessubjacentespor força das regras
72 73
o homemabriu a porta
o homemnão abriu a porta
o homemabriu a porta?
o homemnãoabriu a.porta?
a portafoi abertapelo homem
a porta não foi abertapelo homem
foi a porta abertapelo homem?
não foi a portaabertapelo homem?
passivoe interrogativo;(viii) teve aplicadasas transforma-
çõespassivo,negativoe interrogativo.
Dessasoito sentenças,a primeira (uma sentençasim-
ples. ativa, declarativa)é definida por Chomsky,em Syn-
tadie Struetures,comouma sentençanuclear. Importa su-
blinhar (e isso se torna claro a partir do pormenorizado
exameque acima fizemosda derivaçãode uma sentença
passiva)quesentençasnãonucleares,taiscomo(ii) - (viii)
não sãoderivadasde sentençasnucleares,tal como (i), mas
de uma sucessãosubjacentecomum. Equivale isso a dizer
que não há sentençasgeradas sem a aplicaçãode pelo
menosum reduzidonúmerode transformaçõesobrigatórias,
incluindoregrasde efeitocomparávelao das regras(14) e
(15), acimareferidas.
Sentençascompostas,nasquaisduascláusulassãocoor-
denadas,(e. g. "O homemabriu a porta e ligou a luz")
e sentençascomplexas,em queumadascláusulasestásubor:.
dinadaà outra ("o homemque abriu a portaligou a luz"),
são geradaspor meio, respectivamente,de transformações
conjugadaseengastadas,quetomamcomo"pontodepartida",
umpardesucessõessubjacentes(e.g. "a +homem+Pas-
sado+abrir+a +porta"e "o +homem+Passado+
ligar +a +luz"), combinando-asde váriasmaneiras.
As transformaçõesconjuntase engastadasconstituemaclasse das transformaçõesgeneralizadas,apresentadasem
SyntacticStructures;e é a repetidaaplicaçãodessasregras
que explicaa existênciade estruturasrecursivascomo(cf. p.
48 do livro de Chomsky):
Este é o ... que viveu na casa que João construiu
de estruturade frase - primeirapartedo diagramada
figura 7. A segundapartecompreendeas regrastransforma-
tivas,dasquaissãoopcionaisalgumas,e outrasobrigatórias.
Essas regras tomam, como elementosobre que operam,
sucessõessubjacentesisoladasou pares de sucessõessubja-
centes(voltaremosa esteponto) e, modificandouma após
outra essassucessões,bem como os marcadoresde frase a
elas associados,geramcomo "resultado"todase apenasas
sentençasda língua, representadascomo sucessõesde pa-
lavrase morfemas,atribuindoa cada sentençasua estrutura
constitutivaderivada.
A terceiraparte das regrasconvertecada qual dessas
sentençasde sua representaçãosintática,de sucessãode
palavrase modernas,em representaçãofonológica,em su-
cessãode fonemas(e dessamaneirarelacionaos dois níveis
de'análisea que aludimosno capítulo1, falandode "duali-
dade" de estrutura).
De acordo com esse modelo de gramáticagerativa,
diferentestipos de sentençassimples são explicadospor
meio de regras transformativasopcionais. Relacionam-se,
por exemplo,entre si, as seguintessentençasno sentidode
que derivamda mesmasucessãosubjacente:
(i)
(ii)
(iii)
(iv)
(v)
(vi)
(vii)
(viii) ou
Uma caixa de madeira... grande,preta, de 3 m. de
comprimento.Diferem tais sentençasporque: (i) não teve qualquer
transformaçãoopcionalaplicadaà sucessãosubjacente;(ii)
teveaplicadaa transformaçãonegativo;(iii) teve aplicada
a transformaçãointerrogativo;(iv) teve aplicadasas trans-
formaçõesnegativo e interrogativo;(v) teve aplicada a
transformaçãopassivo;(vi) teveaplicadasas transformações
passivoe negativo;(vü) teve aplicadasas transformações
74
Todasastransformaçõesgeneralizadassão,naturalmente,
opcionais.
Isso é o que se podedizer,à maneirade sumáriogeral.
da primeiraversãoda gramáticatransformativaapresentada
75
porChomskyemSyntacticStructures.Sustentouelequeuma
dasvantagensdetal sistema,o terceiroe maispoderosode
seus"modelosparaa descriçãoda linguagem",é a de que
explicamelhorque.agramáticadeestruturadefrase,certos
tiposde ambigüidadeestrutural.
Umasentençacomo:
"Fazerexamespodeserdifícil1
é ambígua:submeter-sea examesou prepararexames.De
acordocomambasasinterpretações,nãoobstante,a análise
imediataseria,presumivelmenteesta:
(((fazer)(exames))« (pode) (ser)) (difícil)))
Trata-sede um tipo de ambigüidadeestruturaldiferente
daquelequesemanifestanumafrasecomo"Velhoshomens
e mulheres",examinadano capítuloanterior.Seriapossível
gerarumasentençacomo:
Fazerexamespodeserdifícil
nocontextoe umagramáticadeestruturadefrasee atribuir-
-lhe dois diferentesmarcadoresde frase- diferentes com
I"espeitoaosrótulos"associadosao nó que domina"fazer".
Isso,contudo,nãocorresponderiaa umaexplicaçãointuiti-
vamentesatisfatóriada ambigüidade.Deixariaderelacionar
a frase"Fazerexames",de umlado,a "submeter-sea exa-
mes",e de outro lado, a "prepararexames".A análise
transformativaexplicaa ambigüidade,relacionandoduassu-
cessõessubjacentes(digamos"exame+s +submeter"e
"alguém+preparar+exame+s") à" mesmasucessão
derivada.2 "
Poderiamserdadosmuitosoutrosexemplosdesentenças
estruturalmenteambíguas,suscetíveisdeseveremexplicadas
adequadamenteemtermosdegramáticatransformativa:
Desaprovosuamaneirade vestir
(quepodeser interpretadacomo"Desaprovoa roupaque
usa"oucomo"Desaprovoa maneiracomousaa roupaque
veste".1 "
Essa explicaçãotransformativade ambigüidadeestru-
tural dependeda aplicaçãode'regrasopcionais;e está de
acordocomo princípiomaisgeral (que podeserconsiderado
comoaxiomáticono estudode qualquersistemade comu-
nicação) segundoo qual significadoimplica escolha. Esse
princípio, importa observar,estabeleceque a possibilidade
de selecionaruma alternativae não outra é condiçãoneces-
sária mas não .roficientepara expressãode uma diferença
de significado.A aplicaçãomaisóbviadesseprincípioocorre
quandouma palavra e não outra é selecionadadentre um
conjuntode vocábulosque podemocorrerem determinada
posição("o homemabriu a janela" vs "o homemabriu a
porta"). Estamosagorapreocupadoscom a "escolha"de
um conjuntodiferentede regras(ou com uma diferençana
ordemem que seja aplicadoo mesmoconjuntode regras)
paraa geraçãode duasou maissentençasa partirda mesma
sucessãosubjacente.Disseeu que "escolha",nestesentido,
nãoé condiçãosuficientepara produzirdiferençade signifi-
cado entre as sentençasresultantes.Exemplificando,"João
se fez de rogado"e "João fez-sede rogado" diferem(se-
gundoSyntacticStructures)pelo fato de umatransformação
opcionaladicionalter sido aplicadana geraçãoda primeira
sentença.As duas sentençasnão diferem,contudo,em sig-
nificado;e a regra transformativaem pauta (que tem por
efeitoconverter"fez-se"em "se fez") pode ser considerada
como estilística.2
(1) No textooriginal,o autorcita um dos famososexemplosde
Chomsky:
Flyingplaneseanbedangerous
Ambigüidade:"to fIy planeseanbe dangerous"ou "planeswhiehare
f1yingeanbedangerous".Procurou-sealgosemelhanteemportuguês(NT).
(2) Prossegue-sena adaptaçãodo exemplo:eminglêstem-se'plane
+ . + be + ing + fIy' e 'someone+ fly + plane+ s' (NT).
(1) Em inglês.sãodadosos seguintesexemplos:"I don't like eating
apples" (".. oapplesfor eating"VI "oo. to eat aQPles"),"I disapprove
of his drinking"(" oo. thefactthathedrinks"VI "... thewayin wbich
hedrinks"- doChomsky,LanguageandMind,p. 27) (NT).
(2) No orijtinal,o exemploé o seguinte:"John lookedtheworáup
in thedictionary"e "John lookedup theword in thedictionary",onde:
se temo efeitodeconverter"Past + look + up + the + word"em
"Past + look + the + word + up", numparticularpontoda deri-
vação(NT)o
76
77
Em 1965,na obra Aspectsof the Theory of Syntax,
ChomskypropÔsuma teoriamaisamplada gramáticatrans-
formativa.que diferia da anteriorsob numerosose impor-
tantesaspectos.Tendoemvistaos propósitosque nosguiam,
bastarámencionarapenasas diferençasmais gerais entre
a gramMicadas SyntacticStructurcse a que poderíamos
denominargramática.do tipo-"aspecls".Ainda aqui, o re-
cursoa um diagramarevela-se1.'!til(d. figura8).
Componente
fonológico
Nos anosqueseseguiramà publicaçãodeSyntacticStruc-
tures,Chomskye seuscolaboradoreschegaramà conclusão
de que o significadodas sentençaspoderia e deveria ser
submetidoà mesmaespéciede análiseprecisae formal a
que sãosubmetidassuasestruturassintáticase que a semân-
tica deveriaver-seincluídacomoparte integranteda análise
gramaticaldas línguas. A gramáticade uma línguaé atual-
mentevista por Chomskycomoum sistemade regrasque
relaciol1amo significado(ou significados)de cada sentença
gerada pelo sistemaà manifestaçãofísica da sentençano
meio sonoro.
Tanto em Aspectscomo em SyntacticStructuresé a
sintaxedividida em duas partes. Contudo, os dois compo-
nentessintáticosoperamde maneiraalgo diversa. Agora,
é o componentebásicoda gramática(passívelde ser gros-
seiramentecomparadoà partede estruturade frasedo siste-
ma anterior) e não maiso componentetransformativoque
explicaas opc:-<>essemanticamenterelevantes.inclusivea pos-
sibilidadede formaçãode construçõesrecursivas.A diferença
entreumasentençadeclarativae uma sentençainterrogativa
ou entreuma sentençaativae uma sentençapassivanão é
mais df>scrita('m termosde transformaçõcsopcionais.mas
em termosde umaescolhnrelativaàs regrasbásicas.Exem-
plificando. podC'riahaver uma regra básica revestindoa
seguinteforma:
Componente
semântico
FIGURA 8
(2 a) VP - verbo+ NP (+ agencioso)A dif('ft:'n~'amais sensívelentreas duas gramáticas,tal
como rt:'prest:'ntadanas figuras7 e 8, é a "parte" adicional
de rt:'grasque aparecena gram;ítieado tipo-"aspects"sob
o rótulo de "compont:'ntest:'mântico".Em SyntacticStruc-
tu.res,sustentava-seque,emboraas consideraçõesde ordem
sem;lnlicanãofossemdiretam<,nterelevantesparaadescrição
sintática das sentenças,havia "marcadascorrespondências
('ntre as estruturase os elementosque são reveladospela
análisegramatical.formal.de um lado.e as específicasfun-
çõessemânticasde outro lado" (p. 101.)C que "havendo
determinadoa estruturasint<Íti('ada língua,podemospassar
a estudara maneiracomocssae5truturasintáticaé postaem
uso no efetivo fmlcionamentoda linguagem"(p. 102).
i8
e a escolhado elementoagl'nciosodistinguiriaas sucessões
subjacentesàs sentençaspassivasdas sucessõessubjacentes
às correspondentessentençasativas. Haveria, então, uma
regratransformativaobrigatÓria,correspondenteà regra(13),
atrásmencionada.operandose.e apenasse a sucessão"de
entrada" c6ntivesseo elemf>ntoagf>nciosQ.Essa proposta
(que é mais fiel ao espírito da propostade Chomskydó
que a seuspormenores)apresentaa vantagemde que, se
formularmoscorretamentea regra transformativa.ela nos
proporcionaráum rótuloparao nóque domina"por + NP1"
nos marcadorcsde frase associadosque se referemàs sen-
tençaspassivas(ver a figura6 e textocorrespondente).
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A3 regrasbásicasgeramum conjuntoindefinidamente
amplodemarcadoresdefrasessubjacentes(querepresentam
a estruturaprofundade todasas sentençasqueo sistema
caracteriza)e estesseconvertememmarcadoresde frases
derivados(querepresentama estruturasuperficialdassen-
tenças)por forçade regrastransformativas,a maioriadas
quais(desconsiderandoasregras"estilísticas")torna-seagora
obrigatória.O significadode cadasentençaderivaprinci-
palmente,se nãointeiramente,de suaestruturaprofunda,
gtaçasa regrasdeinterpretaçãosemântica;e a interpretação
fonética de cada sentença- suadescriçãofísica,em termos
de "sinal" acústico- deriva de sua estruturasupedicial,
por forçade regrasfonológicas.
Nãohaveránecessidadededescermosa pormenorestéc-
nicosque distinguemumagramáticado tipo-"aspects"do
sistemaconceitualmentemaissimplesapresentadoemSyn-
tacticStructures.Tudo quantorestaa acrescentara este
apanhadodascaracterísticasgeraisda versãomaisrecente
de gramáticatransforn1ativaé queasváriasnoçí>esgrama-
ticais semanticamenterelevantessão agoradefinidas,de
maneiraexplícita,emtermosde relaçõesde estruturapro-
fundá. (Isto erameramentesugeridoem SyntacticStrue-
tures). Podemosreferir,de maneiraparticular,a distinção
entre-sujeito"lógico"(estruturaprofunda)e sujeito"gra-
matical"(estruturasupedicial)de umasentença.O sujeito
"lógico"é aqueleNP dominadoimediatamentepor 5 (=
sentença)na estruturaprofunda;o sujeito"gramatical"é o
NP que se situa mais à esquerdae é dominadoimediata-
mente pelo 5 que se encontrano topo do diagrama,na
estruturasupedicial. Por exemplo,numa sentençacomo:
João foi persuadidopor Ari a jogar tênis
o sujeitogramaticalé "João" (essaa noçãode sujeitorele-
vantepara a exigênciade concordânciaentreo sujeitoe o
verbo, em português':João foi persuadidovs eles foram
persuadidos,ete.).
Contudo,a estruturaprofundadetal sentençaé formada
por uma sentença(52) engastadaem outra (51); e cada
qual dessassentençastem seu próprio sujeitológico..Pode-
mos representara estruturaprofundada sentençareferida.
semmaior rigor e omitindotodasas informaçõesnãoessen.
ciais, da maneira apresentadapela figura 9.
s.
/'\
NP VP
I 1i
Ari VerboII
persuadir
NP S.
I 1\
João NP VP
I /\
João Verbo NP
I I
jogar
FIGURA 9
lénis
Verificaremosque o sujeito lógico de SI (a sentença
matriz) é Ar; c que o de 52 (sentençaengastada)é João.
AI~mdisso.o sujC'itode estruturaprofundade S: confun-
de-seCOI11o objC'tode estruturaprofundade S, (o NP ime-
diatamentedominadopor VP). Tal comoassinalaChomsky.
<,ssas.rclaçõ('sde C'struturaprofunda são essenciaispara a
corretainterpretaçãosemânticada sentença.
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