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Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Disciplina: Prospecção e Pesquisa Mineral Código: IA 277 Professor: Francisco Silva Departamento de Geociências (IA) UFRuralRJ Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Prospecção Geoquímica por Sedimentos de Corrente Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Etapas da Prospecção por Sedimentos de Corrente • As amostras de sedimentos ativos de corrente representam uma área, isto é, uma bacia de captação ou drenagem. As principais etapas no reconhecimento geoquímico por este método são: ⇨ Geoquímica orientativa (se viável) ⇨ Coleta de amostras (escala regional ou mais detalhada) ⇨ Análise química e interpretação de dados ⇨ Follow-up (verificação de campo) das anomalias ⇨ Distinção entre anomalias verdadeiras e falsas ⇨ Abandono da área ou execução de novos trabalhos de mais detalhe Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Aspectos da Amostragem por Sedimentos de Corrente • O principal objetivo é obter uma amostra representativa da bacia de drenagem. • É o método de reconhecimento mais utilizado tendo sido amplamente testado. • O método é relativamente rápido e barato. • É capaz de ser utilizado na prospecção de grandes áreas. • Não é utilizado com grandes linhas de água, por causa do efeito da diluição. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Amostragem Orientativa • Antecede o programa de reconhecimento por geoquímica de sedimentos de corrente ou solos. • Tem por objetivo estudar a resposta geoquímica para diferentes granulometrias, métodos analíticos e tipo de material a amostrar. • Permite definir a extensão do halo geoquímico secundário, de cada elemento químico, para cada um dos meios amostrais. • Este levantamento é geralmente realizado sobre uma mineralização conhecida (ocorrência ou depósito) presente na região a ser pesquisada. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente • Comumente executada através de densa amostragem em drenagens à jusante da mineralização conhecida, com algumas amostras à montante, para o caso dos sedimentos de corrente. • Na amostragem de solos, a amostragem orientativa deve cobrir a ocorrência e suas proximidades. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente • Este trabalho de orientação permite, dentre outros aspectos, definir a granulometria que gera o melhor contraste geoquímico entre a anomalia e o background, isto é, entre os valores anômalos e os valores normais. • Por exemplo, em certas regiões de clima temperado observou- se que, normalmente, o melhor contraste é obtido para as frações mais finas, isto é, abaixo de 80 mesh (0.177 mm). • Os trabalhos orientativos ajudam ainda a determinar os elementos farejadores associados com o(s) elemento(s) de interesse. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Mesh (peneira) Abertura polegadas Abertura mm Mesh (peneira) Abertura polegadas Abertura mm 1 1.000 25.40 18 0.0394 1.000 7/8 0.875 22.60 20 0.0331 0.841 ¾ 0.750 19.00 25 0.0278 0.707 5/8 0.625 16.00 30 0.0234 0.595 0.530 0.530 13.50 35 0.0197 0.500 ½ 0.500 12.70 40 0.0165 0.420 7/16 0.438 11.20 45 0.0139 0.354 3/8 0.375 9.51 50 0.0117 0.297 5/16 0.312 8.00 60 0.0098 0.250 0.265 0.265 6.73 70 0.0083 0.210 ¼ 0.250 6.35 80 0.0070 0.177 3 ½ 0.223 5.66 100 0.0059 0.149 4 0.187 4.76 120 0.0049 0.125 5 0.157 4.00 140 0.0041 0.105 6 0.132 3.36 170 0.0035 0.088 7 0.111 2.83 200 0.0029 0.074 8 0.0937 2.38 230 0.0025 0.063 10 0.0787 2.00 270 0.0021 0.053 12 0.0661 1.68 325 0.0017 0.044 14 0.0555 1.41 400 0.0015 0.037 16 0.0469 1.19 Tabela de padrão americano para peneiras de classificação de materiais granulados Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Exemplo de Trabalho Orientativo • Em um trabalho orientativo, onde o meio amostral são sedimentos de corrente, Addas (1978) concluiu que: ⇨ O melhor contraste geoquímico está na fração < 80 mesh ⇨ A amostragem em bacias de drenagem, com área superior a 100 km2, não é capaz de identificar pequenas mineralizações ⇨ Concentrados de bateia, em bacias de 100 km2, mostraram enriquecimento significativo em Pb, Zn e Sb Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente ⇨ O enriquecimento de Cu e Fe pode ocorrer devido a presença de diques básicos. A razão são os silicatos enriquecidos em cobre e os óxidos de ferro (magnetita) ⇨ Na fase de follow up, é sugerida a coleta de sedimentos de corrente a cada 600 m à montante do ponto anômalo e somente uma amostra em cada um dos tributários Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Procedimentos na Coleta de Amostras • Localizar em mapa o ponto de coleta, anotar as coordenadas obtidas em GPS e marcação física no local. • Descrever as características do local de amostragem. • Coleta de amostra tipo composta, ao longo de algumas dezenas de metros, estando a estação geoquímica localizada no centro do trecho amostrado. • Utilização preferencial das mãos para a coleta dos sedimentos. • Coleta preferencialmente no eixo do córrego onde a corrente possui maior energia. • Material de coleta preferencialmente fino. Retirar o material mais grosseiro e a matéria orgânica em excesso. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente • Coletar amostras que estejam fora da área de influência de cheias de cursos de água maiores. Em situações de alta energia, estes cursos podem lançar sedimentos em drenagens menores à montante do encontro das águas. • Evitar coletar amostras muito próximo das margens. Estas podem ter sido afetadas por desbarrancamento e deslizamentos. • Descrever as características físicas e composicionais da amostra coletada. • No local de amostragem deve ser medido o pH. • Manter todos os dados da amostragem em banco de dados. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Variação sazonal • Idealmente, uma campanha de prospecção geoquímica de sedimentos de corrente deve ser iniciada e completada dentro do mesmo período sazonal. Condições climáticas extremas ou de maior variabilidade podem ter efeitos na concentração de elementos químicos presentes nos sedimentos. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Contaminação de Amostras • Evitar amostrar em zonas com atividade industrial, proximidade de fábricas, minas antigas ou em funcionamento, grandes aterros,lixeiras, áreas de tratamento de resíduos, zonas com agricultura, etc. • Coletar amostras à montante quando em presença de barragens, zonas de represamento de águas, lagos, açudes, zonas de tratamento hídrico, estradas, construções, habitações, pontes, travessias, etc. • Evitar zonas de aluvião de origem indeterminada ou remexidos. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Diluição • A amostra ideal deve representar toda a bacia de captação, de forma que se houver uma mineralização em qualquer ponto esta seja detectada. • Neste tipo de amostragem, parte-se do princípio que a erosão atua de forma homogênea em toda a bacia. • Também é considerado que os teores de background são os mesmos em qualquer ponto da bacia. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente www.dmtcalaska.org Dispersão de íons metálicos, em solo e sedimentos de corrente, próximo de mineralização (SME Mining & Engineering Handbook) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Padrão de anomalia em sedimentos de corrente (SME Mining & Engineering Handbook) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Curva de diluição hipotética para anomalia causada por mineralização (Fletcher, 1997) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Dispersão geoquímica em sedimentos de corrente sobre mineralização sulfetada, córrego Paraguai, Rio Claro-RJ (Batista, L.H.P, 2010, Monografia de Graduação, UFRRJ) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Bacias de Drenagem • Quanto menor for a bacia de drenagem mais eficiente será o método. Em bacias muito grandes, a amostra tende a não ser representativa de todas as partes. • Em uma campanha geoquímica deve-se levar em consideração a extensão da bacia de captação, uma vez que o tamanho da área pode influenciar os resultados. • Para efeitos de comparação, em muitos trabalhos de reconhecimento geoquímico, as bacias são classificadas ou hierarquizadas segundo 1ª, 2ª ou 3ª ordem. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Amostragem de Sedimentos de Corrente • A amostragem de sedimentos de corrente deve ser efetuada imediatamente acima da confluência dos córregos, nas zonas ativas dos leitos, desde que estes não estejam sujeitos a sedimentação de outras fontes. • Mais de uma amostra, ao longo do mesmo curso d'água, deve ser coletada caso este mostre grande extensão. • O tamanho da bacia de captação a ser amostrada depende das características da área mas, em geral, esta nunca deve ultrapassar os 100 km2, sendo de preferência amostradas bacias de 2ª ordem. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Localização de Sedimentos Mais Finos • Entre os sedimentos ativos mais grosseiros. • Próximo a blocos de grande dimensões, ou outro tipo de barreira, que diminua o nível de energia do córrego. • Em zonas de água de baixa energia, muitas vezes situadas entre zonas rápidas. • Preenchendo os espaços vazios de aglomerados de seixos. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Densidade de Amostragem • Conforme a fase, objetivo e características do programa de prospecção geoquímica por sedimentos de corrente, e tendo por referência o quilômetro quadrado de terreno, podem ser adotadas as seguintes densidades amostrais: ⇨ Fase inicial: < 1 amostra / km2 ⇨ Fase de detalhamento: > 1 amostra / km2 Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Tamanho da amostra ⇨ O tamanho da amostra depende fundamentalmente dos elementos a analisar e do método de análise química. ⇨ A amostra pode ter, em média, entre 1 e 5 l de material. ⇨ Amostras menores são possíveis desde que não sejam para a análise de elementos-traço. ⇨ Amostras de cerca de 3 kg são necessárias para o método BLEG (análise de ouro). Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Follow-up de Anomalia Detectada • Nesta fase de reconhecimento, o objetivo passa por encontrar indícios que justifiquem a manutenção da área para trabalhos de detalhe ou que justifiquem o seu abandono. • Deve-se percorrer toda a bacia de drenagem definida como anômala, com o objetivo de “explicar” a anomalia observando a geologia e a possível existência de mineralização. • Lembrar que a fonte da anomalia pode estar situada em qualquer ponto da bacia de drenagem, isto é, em qualquer um dos lados do córrego. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Resultado de Follow-up Negativo • A geologia não se apresenta particularmente interessante. • Não se observa qualquer indício de mineralização. • A interpretação dos dados analíticos, com a definição da bacia em questão como anômala, pode não estar correta. • Os altos valores encontrados na bacia são falsas anomalias como, por exemplo, provenientes de contaminações. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Resultado de Follow-up Positivo • A geologia mostra potencial para hospedar mineralizações. • A mineralização é observada diretamente. • O próximo passo é estabelecer uma estratégia de continuação do follow-up, isto é, definir quais os trabalhos que seguirão. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Trabalhos de Detalhe em Áreas Anômalas • Adensamento da amostragem de sedimentos de corrente. • Litogeoquímica. • Malha ou perfis de solo. • Poços de pesquisa e/ou trincheiras. • Amostragem de canal ou trado. • Geofísica terrestre. • Mapeamento geológico da área anômala e adjacências. Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Exemplos Práticos de Representação de Dados em Levantamentos Geoquímicos por Sedimentos de Corrente Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Exemplo de levantamento geoquímico por sedimentos de corrente Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Dispersão de cobre em alvos geoquímicos, Namosi, Fiji (Appleton e Ridgway, 1994) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente A mineralizaçãode Cu-Au-Mo porfirítica é indicada por concentrado de bateia para Au e, em menor escala, por análise química do Pb. A dispersão do Cu é bastante reduzida. Mt. Bini, Papua Nova Guiné (Dugmore et al., 1996). Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente http://www.minaurum.com/s/PhotoGallery.asp? ReportID=515375 Resultados de ouro em sedimentos de corrente no Projeto El Porfido (Estado de Guerrero, México) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Resultados de ouro em sedimentos de corrente http://www.navigatorresources.com.au/index.htm Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Resultados de ouro em sedimentos de corrente com delimitação de dois alvos http://www.geopacific.com.au/raki.html Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Bacias hidrográficas classificadas segundo resultados analíticos de sedimentos de corrente http://www.explorationconsultant.com/ html/body_mineral_exploration_madagascar.html Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Bacias hidrográficas classificadas segundo resultados analíticos de sedimentos de corrente http://www.datametallogenica.com/ pages/minidisc/html/batuhijau_files/BatuHijaumapsect/BatuHijau082.jpg Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente Levantamento geoquímico por sedimentos de corrente no NW da Escócia. (A) Mineralização conhecida, (B) mineralização detectada e (C) mineralização disseminada (Moon et. al, 2006) Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente www.infomine.com/index/pr/Pa272594.pdf Programa geoquímico de coleta de sedimentos de corrente para ouro Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente http://legendmining.com.au/wp/wpcontent/uploads/ 2013/01/GoldCoarseFraction.jpg Anomalia de ouro em sedimentos de corrente e delimitação de áreas anômalas para follow-up Prof. Francisco Silva – Departamento de Geociências (IA) Sedimentos de Corrente http://www.matsa.com.au/projects/siamcopperproject/94 Anomalia de cobre em sedimentos de corrente em cerca de 25 km2 Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41
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