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Negociação e Gestão de Conflitos W B A 0 2 6 0 _ V 1. 0 2/187 Negociação e Gestão de Conflitos Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Como citar este documento: DOS SANTOS, Larissa Maria Palacio dos. Negociação e Gestão de Conflitos. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: O conflito 04 Assista a suas aulas 23 Unidade 2: Motivações para negociação 30 Assista a suas aulas 45 Unidade 3: Estilos de negociação 53 Assista a suas aulas 68 Unidade 4: Estratégias de negociação 75 Assista a suas aulas 92 2/187 3/1873 Unidade 5: Mediação e conciliação 99 Assista a suas aulas 115 Unidade 6: O processo de negociação 122 Assista a suas aulas 135 Unidade 7: Ética nas negociações 142 Assista a suas aulas 157 Unidade 8: Teoria dos jogos 165 Assista a suas aulas 180 Sumário Negociação e Gestão de Conflitos Autoria: Larissa Maria Palacio dos Santos Como citar este documento: DOS SANTOS, Larissa Maria Palacio dos. Negociação e Gestão de Conflitos. Valinhos: 2017. /187 4/187 Unidade 1 O conflito Objetivos 1. Compreender o conceito de compor- tamento organizacional. 2. Entender o que são e como surgem os conflitos. 3. Compreender o que é o poder e como este afeta as relações humanas. 4. Aprender sobre a tomada de decisões e as principais armadilhas deste pro- cesso. Unidade 1 • O conflito5/187 Introdução Os indivíduos possuem características mui- to heterogêneas, sejam elas físicas psicoló- gicas ou emocionais. Com todas essas di- ferenças, o ser humano não consegue viver fora do convívio social. Vivemos em cons- tante relação uns com os outros, sendo es- sas relações caracterizadas por diferentes objetivos e graus de proximidade. O mesmo ocorre com relação ao ambiente organizacional, pois a relação dos indivídu- os com as organizações é atividade cotidia- na. Como já seria possível prever, relacionar indivíduos distintos em ambientes limitados implicaria em divergências entre eles como algo natural. Chamamos essas divergências de conflitos. É comum atribuir uma conotação negativa ao termo conflito, contudo, essa divergência de posicionamentos e ideias nem sempre é interpretada como negativa, sendo que do embate de interesses e opiniões podem de- correr a própria evolução da humanidade. As discussões que surgem diante do confli- to, se bem gerenciadas, podem contribuir para o crescimento individual e da organi- zação como um todo, pois a troca de ideias pode propiciar o surgimento de alternativas e ideias para os problemas, bem como pode consolidar conceitos. Nesta aula trataremos do comportamento humano no âmbito organizacional, buscan- do compreender o conceito de comporta- mento organizacional, o conceito de conflito e os principais fatores que o desencadeiam. Também será abordado o conceito de poder e suas implicações ao meio. Por fim, você Unidade 1 • O conflito6/187 aprenderá sobre o processo de tomada de decisões, bem como sobre as principais ar- madilhas que residem neste processo. 1. Comportamento humano nas organizações Cada um de nós seres humanos possuímos características físicas, psíquicas, emocio- nais e culturais distintas. Somos de dife- rentes etnias, possuímos diferentes genes, culturas, religiões, criações, pensamentos, entre outros elementos que nos distinguem uns dos outros. Todos nós, no entanto, esta- mos inseridos em uma sociedade e em gru- pos e subgrupos sociais, nos quais nos rela- cionamos uns com os outros (VANIN, 2013). Os grupos sociais podem ser as famílias, as amizades, os colegas de trabalho, da esco- la e da faculdade, os parentes, os vizinhos, e outros. Logo, as diferentes organizações sociais também se diferem quanto aos seus objetivos e aos indivíduos que a compõem, assim como pela relação entre os mesmos (VANIN, 2013). Link O conflito surge das relações interpessoais e tem sido alvo de discussão e estudos de diversos cam- pos do saber e de diferentes organizações, por exemplo, na administração de organizações de prestação de serviços de saúde, tema deste arti- go. Disponível em: <http://www.redalyc.org/ html/408/40820208/> . Acesso em: 24 set. 2017. Unidade 1 • O conflito7/187 Nesta aula, consideraremos o ambiente or- ganizacional como o local de interação en- tre os indivíduos, pois em nosso cotidiano estamos constantemente nos relacionando com as organizações, interna ou externa- mente, em atividades como o nosso traba- lho, enquanto consumidores, nos momen- tos de lazer, nos cursos que nos propomos a fazer etc (CHIAVENATO, 2014). O estudo das relações interpessoais no âm- bito das organizações é conhecido como “comportamento organizacional”, que pode ser compreendido como o estudo de indiví- duos ou grupos atuando em organizações, “que, por sua vez, se encontram em um am- biente dinâmico, mutável e competitivo; preocupa-se com a influência das pessoas e dos grupos sobre as organizações e, vice- -versa” (CHIAVENATO, 2014, p. 6). Neste contexto, comportamento organi- zacional pode ser analisado sob diferentes enfoques, sendo a perspectiva mais ampla a que trata das relações entre as organizações e seu ambiente externo (heteroperspecti- va), ou seja, a forma como a organização se relaciona e influencia ou é influenciada pelo meio no qual se insere (comunidade local, fatores políticos, aspectos econômicos ou culturais) (CHIAVENATO, 2014). A análise do comportamento organizacio- nal também pode ser compreendida numa perspectiva macro, tipo de análise que ocorre quando a organização é interpretada pelo enfoque sistêmico, neste caso trata de verificar a estrutura e a cultura organizacio- nal (CHIAVENATO, 2014). Unidade 1 • O conflito8/187 Com uma abrangência um pouco mais res- trita, a perspectiva intermediária do com- portamento organizacional observa as rela- ções entre os grupos e subgrupos formados no âmbito das instituições (CHIAVENATO, 2014). Por último, mas não menos importante, considera-se a perspectiva micro acerca do comportamento organizacional de indiví- duos que atuam isoladamente, focando em aspectos relativos às características intrín- secas do ser humano, como a sua persona- lidade, níveis de satisfação e estudos sobre a sua motivação (CHIAVENATO, 2014). Para efeitos didáticos, dividem-se as ca- racterísticas dos seres humanos com rela- ção aos seus grupos sociais em dois tipos, os quais estão classificados de acordo com sua capacidade de expressar sentimentos e emoções: os reservados e os expansivos, que podem ser chamados também de intro- Para saber mais Existe uma teoria que trata da motivação, a qual se denomina “teoria de Maslow”, por ter sido de- senvolvida pelo psicólogo Abraham Maslow. Essa teoria considera que diante da diversidade dos seres humanos e de suas condições sociais assim admite-se a existência de cinco níveis de necessi- dades motivacionais: fisiológicas, segurança, so- ciais, estima e autorrealização. Unidade 1 • O conflito9/187 vertidos e extrovertidos (VANIN, 2013). Há que se considerar ainda a subdivisão dos grupos mencionados em subgrupos: “1) muita ação, muita emoção; 2) pouca ação, muita emoção; 3) muita ação, pouca emo- ção; 4) pouca ação, pouca emoção” (VANIN, 2013, p. 81). Quando indivíduos tão distintos estão agrupados, muito possivelmente ocorrerá um estresse ou conflito, visto que haverá di- vergências e discordâncias, disputa de ego e poder, intolerâncias e outros. Os conflitos serão compreendidos em sua significância, seus impactos e tipos no tópico que segue. 1.1 Conflito Os agrupamentos sociais assumem dife- rentes formatos e configurações de acordo com o tipo de grupo composto, seus obje- tivos,as características da personalidade de cada um dos indivíduos que o compõem, além dos papéis por eles desempenhados dentro do grupo, que vão estabelecer as re- lações hierárquicas e a qualidade dos rela- cionamentos dentro daquele núcleo social (VANIN, 2013). Vanin (2013) assevera que os conflitos exis- tem desde os primórdios da humanidade e se caracterizam pela divergência de opini- ões, necessidades e interesses. O autor rela- ciona a presença de conflitos à própria evo- lução humana e da sociedade. Unidade 1 • O conflito10/187 Qualquer fato que altere a rotina do grupo, ou imponha uma divergência de opiniões, pensa- mentos, ideologias, poderá acarretar em conflitos. Nesse contexto, surge um questionamento inicial: o que é conflito? (VANIN, 2013). A bibliografia pertinente ao tema apresenta diversas definições para o termo conflito, contudo, todas elas se concentram na questão do início de um embate de posicionamentos entre partes (VANIN, 2013). A palavra conflito está ligada a discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo. Para que haja conflito, além da diferença de objetivos e interes- ses, deve haver necessariamente uma interferência deliberada de uma das partes envolvidas. O conflito existe quando uma das partes – seja indivíduo ou grupo – tenta alcançar seus próprios objetivos interligados com outra parte e esta in- terfere na parte que procura atingir seus objetivos. A interferência pode ser ati- va – mediante ação para provocar obstáculos, bloqueios ou impedimentos – ou passiva – mediante omissão. Assim, o conflito é muito mais do que um simples desacordo ou desavença: constitui uma interferência ativa ou passiva, mas de- liberada para impor um bloqueio sobre a tentativa de outra parte de alcançar os seus objetivos. Unidade 1 • O conflito11/187 Os pressupostos teóricos da existência de conflitos residem em três aspectos princi- pais: a percepção das partes acerca da exis- tência do conflito, a interação entre as par- tes em um ambiente comum e a incompati- bilidade entre as partes (GABERLINI, 2014). Há três principais níveis de gravidade de conflitos: o conflito percebido, experiencia- do e manifestado. O conflito percebido é no- tável por ambas as partes, o experienciado é capaz de causar sensações e sentimentos negativos nos indivíduos e ocorre de for- ma velada. Por fim, o conflito manifestado é aquele que ocorre de maneira clara e vi- sível pelas partes, ocorre quando ao menos uma das partes se manifesta (CHIAVENATO, 2014). É importante mencionar ainda a questão do “poder” que deriva das hierarquias sociais e organizacionais e/ou da capacidade que um indivíduo tem de influenciar os seus pares a fazer aquilo que ele deseja que façam. Por isso, independentemente de sua classifica- ção, o poder caracteriza-se por ser efêmero (PESSOA, 2009). Para saber mais Idalberto Chiavenato é um dos autores nacionais mais conhecidos e respeitados nas áreas de Ad- ministração, Empresas e de Recursos Humano. Ele é Doutor e Mestre em Administração pela City University de Los Angeles, nos Estados Unidos, e já publicou mais de 40 livros de destaque no mer- cado. Unidade 1 • O conflito12/187 O poder pode assumir diferentes formas e advir de fontes diversas com relação à bus- ca pelo reconhecimento de outrem, na bus- ca por vantagens pessoais, hierárquicos e organizacionais, poder coercitivo – pelo exercício da autoridade, força ou intimida- ção – pela recompensa, pela especialização de conhecimentos (VANIN, 2013). Para a gestão, o poder pode ser benéfico quando é exercido como forma de lideran- ça, ou seja, como influência e estímulo, mas não como forma de coerção. Assim, con- sidera-se que nos conflitos e impasses, ou seja, nas divergências de opiniões, há tam- bém uma distribuição de poder entre as partes que precisa ser considerada (VANIN, 2013). Link O conceito de poder é discutido com base na te- oria do filosofo Michael Foucault, no interessante artigo disponível em: <http://www.convibra. org/2006/artigos/74_pdf.pdf>. Acesso em: 24 set.2017. Para saber mais Liderar é diferente de chefiar. O líder conduz as pessoas e as inspira, é conhecido como sendo um motivador de sua equipe. O chefe exerce um po- der imposto e autoritário. Unidade 1 • O conflito13/187 Retornando à questão do conflito, considera-se que este pode assumir diferentes conotações de acordo com a visão empregada pelo observador, conforme ilustra a Tabela 1.1 a seguir. Tabela 1.1 | Visões acerca do conflito Tipos de visões Definições Tradicional De 1930 a 1940 – Pressuposto de que o conflito deve ser evitado por ser negativo, indicador de falha de gestão e prejudicial à organização. Das relações humanas De 1940 a meados de 1970 (embora ainda seja predominante em algumas organizações) – Conflito como consequência natural das relações interpessoais. Interacionista De 1970 até a atualidade – Visão positiva acerca do conflito, considera que este é imprescindível para o desempenho eficaz de um grupo. Fonte: adaptada de Gaberlini (2014). Em suma, o conflito sempre existiu nas relações interpessoais de diferentes tipos e deriva das ca- racterísticas individuais e de personalidade. O foco da percepção acerca das relações interpes- soais é que se modificou com o passar dos anos, fazendo com que a percepção acerca do conflito e das negociações se alterasse substancialmente. Unidade 1 • O conflito14/187 1.2 Gatilhos dos conflitos Partindo do pressuposto de que os conflitos surgem nas relações interpessoais, de indi- víduos ou agrupamentos em determinados espaços, admite-se a existência de três fa- tores responsáveis por desencadear, ou en- gatilhar, os conflitos: de tarefa, de relacio- namento e de processo (GABERLINI, 2014). Ao trabalhar em equipe, cada um dos indi- víduos percebe e interpreta a execução das tarefas e atividades cotidianas de forma distinta. Neste caso, o conflito enriquece as relações humanas e o desempenho das atividades, visto que, ao propor a discussão acerca da tarefa, será criada uma atmosfera de reflexão até que se atinja um consenso (GABERLINI, 2014). Os conflitos de relacionamento, também co- nhecidos como conflitos socioemocionais, são aqueles que surgem de forma oculta, ou encoberta, mas que, nem por isso, são me- nos prejudiciais. Para esse tipo de conflito a motivação pode ser da ordem das ideias, das ideologias, das irregularidades na dis- tribuição de poder ou de outras naturezas que contribuam para que as partes possam disputar entre si. Dentre os principais tipos de conflitos, destaca-se que o conflito de relacionamento é o que não traz vantagem alguma, nem às partes, nem à organização (GABERLINI, 2014). O último tipo é o conflito de processo, que dentre todos os tipos figura como sendo o mais amplo. Tais conflitos podem ser origi- nados, por exemplo, pela interdependência Unidade 1 • O conflito15/187 entre funções, em outras palavras, quando o trabalho de um indivíduo ou equipe depen- de do desempenho de outro indivíduo ou equipe. A possibilidade de ocorrerem con- flitos é constante, visto que o desempenho do primeiro acarretará as possibilidades do segundo executar sua atividade com efici- ência (GABERLINI, 2014). Outros fatores que podem desencadear conflitos de processo são: a escassez de re- cursos, a indefinição acerca de regras e nor- mas, mudanças organizacionais e sistemas de recompensa competitivos (GABERLINI, 2014). 1.3 Tomada de decisão A decisão é comum ao cotidiano de qualquer indivíduo, qualquer atitude que tomamos, mesmo que de maneira não intencional ou planejada, implica uma tomada de decisão, pois deixamos de tomar outras atitudes, re- alizar outras atividades ou ter outros pensa-mentos quando optamos por praticar aquilo que estamos executando naquele momento (CHIAVENATO, 2014). Unidade 1 • O conflito16/187 O perfil de cada uma dessas pessoas e suas atitudes contribui para a tomada de deci- sões da organização como um todo. Supo- nhamos que as decisões que ocorrem no âmbito organizacional são sempre racio- nais, assim podemos, para efeitos didáticos, compreender que este processo ocorre em duas fases distintas: a identificação do pro- blema e a sua solução (CHIAVENATO, 2014). Chiavenato (2014, p. 120) classifica as deci- sões em dois tipos: programadas e não pro- gramadas. As decisões programadas “são decisões repetitivas, cotidianas e bem defi- nidas, com procedimentos já estabelecidos para resolver o problema”. As decisões não programadas são aquelas que fogem ao es- copo de atividades da organização e que surgem espontânea e esporadicamente. O modelo racional de tomada de decisões, de acordo com Vanin (2013), é dividido em seis etapas sequenciais: Link O poder interfere consideravelmente nas deci- sões organizacionais, sendo que esta é explicada pelas relações multidimensionais que a contex- tualizam. Para saber mais sobre a relação entre o poder e o processo decisório, leia o artigo dispo- nível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/ index.php/rap/article/view/8100>. Acesso em: 24 set. 2017. Unidade 1 • O conflito17/187 1. Identificação do problema: tomar co- nhecimento da existência do proble- ma e buscar compreendê-lo. 2. Análise de possibilidades: refletir acerca da tomada de decisões, listan- do todas as atitudes possíveis diante do problema. 3. Preferências: estabelecer critérios para avaliar cada uma das possiblida- des de ação de minimização ou miti- gação do problema. 4. Olhar para o futuro: refletir sobre as implicações das decisões a longo pra- zo. 5. Limitações: considerar a existência de barreiras, impasses ou limitações para a adoção de cada uma das decisões. 6. Escolha da melhor decisão: optar pela decisão que traga o melhor retorno para o problema em questão. Embora possa parecer simples, existem um cuidado e um rigor para que a tomada de decisões atinja o objetivo que se propôs. Ademais, considera-se oportuno saber que existem algumas “ciladas” nos processos decisórios, tais como os diferentes tipos de armadilhas: da âncora, do status quo do custo investido, da evidência confirmada, das tabelas comparativas, da estimativa e previsão, do excesso de confiança (VANIN, 2013). As armadilhas do tipo âncora implicam de- cisões gessadas e repetitivas, com o olhar no histórico da própria organização ou de outras. O problema desse tipo de armadi- Unidade 1 • O conflito18/187 lha é que ele desconsidera a possibilidade de serem criadas novas alternativas e novos caminhos para resolver os problemas, que não aqueles já conhecidos (VANIN, 2013). Também é comum a armadilha do status quo, que implica decisões baseadas na ro- tina, sem que haja reflexões sobre outras possibilidades. A do tipo “custo investido” é aquela que valoriza demasiadamente o va- lor investido em uma ação, projeto ou pro- grama, a ponto de não aceitar que talvez seja melhor desistir daquilo do que tentar ajustá-lo (VANIN, 2013). A da evidência confirmada é aquela que acredita, sem constatar, em informações passadas por terceiros ou pela mídia, sem apropriar-se da questão. A da tabela com- parativa caracteriza-se pelo embasamento em dados falsos ou pouco confiáveis como auxiliadores da tomada de decisão. Nesse mesmo sentido, enquadra-se a armadilha de estimativa e previsão, que pode estar embasada em constatações errôneas. Além de todas essas, há também as armadilhas de excesso de confiança (VANIN, 2013). Unidade 1 • O conflito19/187 Glossário Armadilha: algo que engana alguém, também chamada de cilada. Enfoque sistêmico: no campo da administração, as organizações são consideradas como sis- temas, que são compostos por um conjunto de elementos que operam para atingir um objetivo comum. Hierárquico: que segue uma hierarquia, ou seja, uma distribuição organizada do poder. Questão reflexão ? para 20/187 Proponha-se agora a um exercício de analisar as pesso- as com as quais você convive em seu trabalho, identifi- cando o perfil de cada uma delas e o seu comportamen- to com relação ao grupo. Tente compreender e refletir como ocorre a distribuição do poder naquele local e de que forma você e seus gestores (se for o caso) têm to- mado as decisões pertinentes às suas funções. 21/187 Considerações Finais • Os indivíduos são heterogêneos e convivem entre si estabelecendo relações de troca e de parceria. O relacionamento entre os indivíduos com relação à organi- zação (independentemente do tipo de perspectiva adotada) é denominado de comportamento organizacional. • As opiniões, impressões, ideias, preferências e diferenças culturais e religiosas acabam por gerar conflitos entre os indivíduos. Os conflitos têm diferentes cau- sas e intensidades. • A forma de perceber os conflitos sofreu alterações no decorrer da história, alte- rando seu status de prejudicial para necessário. • O poder se distribui de maneira desigual entre os indivíduos e agrupamentos sociais, sendo também um contribuinte para a geração de conflitos. • O processo de tomada de decisões envolve uma série de etapas sequenciais que visam optar pela alternativa mais interessante para a mitigação dos conflitos. Unidade 1 • O conflito22/187 Referências CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. Ba- rueri: Manole, 2014. GABERLINI, V. M. P. Negociações e conflitos. Curitiba: Intersaberes, 2014. PESSOA, C. Negociação aplicada: como utilizar as táticas e estratégias para transformar confli- tos interpessoais em relacionamentos cooperativos. São Paulo: Atlas, 2009. VANIN, J. A. Processos de negociação. Curitiba: Intersaberes, 2013. 23/187 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: O Conflito. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/7ed367b0435f9da6f6ef873e94fd9482>. Aula 1 - Tema: O Conflito. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/d3bf- dc35384bb8da88ae9facf8bdd741>. 24/187 1. Qual das alternativas a seguir trata do conceito de comportamento orga- nizacional? a) Estudo do comportamento das empresas adiante da concorrência. b) Estudo do grau de comprometimento das empresas com relação às questões sociais. c) Trata dos estados e processos mentais e cognitivos. d) Trata do perfil individual dos seres humanos e de suas características. e) Estudo dos indivíduos ou grupos atuando em organizações. Questão 1 25/187 2. O que é conflito? a) Concordância de interesses entre duas partes. b) Mediação de ideias e valores entre um ou mais indivíduos. c) Problema social de cunho ambiental. d) Atos de violência, como agressões físicas e/ou verbais. e) Controvérsias entre opiniões, ideias e pensamentos. Questão 2 26/187 3. Sobre o comportamento organizacional, é correto afirmar que: a) Restringe-se à análise do ambiente interno das organizações. b) Trata de uma análise de perspectiva global ou macro. c) Trata das características individuais das pessoas. d) Admite a análise dos comportamentos em diferentes perspectivas. e) Analisa as relações a nível macro e micro organizacional. Questão 3 27/187 4. O que é o conflito percebido? a) É aquele em que há agressão física. b) É aquele que os níveis hierárquicos mais elevados percebem. c) É aquele em que ambas as partes percebem. d) É aquele que ocorrede maneira explícita. e) É aquele que causa danos psicológicos. Questão 4 28/187 5. Sobre o processo decisório, assinale a alternativa correta. a) Quando um conflito emerge de um investimento de alto custo, deve ser feito tudo para re- cuperá-lo. b) O gestor deve estar atento às notícias de jornais e da televisão para embasar suas decisões. c) Existem algumas armadilhas que atrapalham a tomada de decisões. d) Se um plano de ação funcionou no passado para mitigar um problema, ele dever ser reapli- cado no presente. e) Quando o gestor conhece bem o seu processo e é competente, a tomada de decisões deve ocorrer de maneira intuitiva. Questão 5 29/187 Gabarito 1. Resposta: E. Estudo dos indivíduos ou grupos atuando em organizações. O comportamento or- ganizacional é o estudo das relações entre os indivíduos no âmbito das organizações (dentro e/ou fora dela). 2. Resposta: E. De acordo com Chiavenato (2014), a palavra conflito está ligada a discórdia, divergência, dissonância, controvérsia ou antagonismo. 3. Resposta: D. O comportamento organizacional pode ser observado em diferentes perspectivas e/ou enfoques, em relação com o ambiente ex- terno, sob o enfoque sistêmico, a nível in- termediário e a nível micro (grupos e sub- grupos). 4. Resposta: C. O conflito percebido é aquele que ambas as partes identificam, pois seus objetivos são distintos. É também conhecido como con- flito latente. 5. Resposta: C. Existem algumas armadilhas que atrapa- lham a tomada de decisões, tais como os equívocos cometidos quando se replica uma ação com base no histórico, pressupondo que também será a melhor alternativa para o presente; quando se valoriza demasiada- mente o custo investido; quando se toma decisões embasadas em dados imprecisos, incoerentes ou inconsistentes; ou quando se confia demais na intuição ou na eficiên- cia de alguém ou algo. 30/187 Unidade 2 Motivações para negociação Objetivos 1. Conhecer o conceito de negociação. 2. Compreender a dinâmica das nego- ciações distributivas. 3. Conhecer o conceito de negociação integradora. Unidade 2 • Motivações para negociação31/187 Introdução Utilizamos a palavra “negociação” em nos- so dia a dia com tanta frequência que, por vezes, não nos damos conta de sua defini- ção, de seu conceito e de sua origem. Por vezes, interpretamos a noção de negocia- ção de forma bastante simplista e reduzida, associando-a, por exemplo, ao processo de compra de um bem, produto ou serviço. Em primeiro lugar, é de suma importância compreender que, do ponto de vista con- ceitual, a relação de compra não implica em um processo de negociação, pois o mer- cado já ofertou o bem ou serviço a um de- terminado preço, e o cliente, ao adquiri-lo, está involuntariamente aceitando o acordo proposto. Outro princípio a ser discutido, antes de adentrarmos ao tema desta aula, é saber que a negociação envolve sempre ao me- nos duas partes, mas nem sempre ela fica restrita ao número de dois indivíduos. Al- guns tipos de negociações envolvem um número muito maior de atores. Ademais, as negociações podem ainda figurar-se entre diferentes sujeitos e grupos de sujeitos, tais como indivíduos, indivíduo e organização, organização e organização, e assim suces- sivamente. São muitos os arranjos que po- dem ser compostos, pois não há limitações de quantidade de envolvidos. Também podem variar as negociações de acordo com a intensidade das relações, o prazo de duração e os interesses. Os princi- pais tipos de negociações, que serão abor- dados nesta aula, são os tipos “distributi- vos” e “integradores”. Unidade 2 • Motivações para negociação32/187 1. Negociação Para que exista uma negociação, é preciso que se tenham duas ou mais partes que de- sejem interagir realizando trocas. O obje- tivo da negociação é propor um acordo ou consenso entre as partes. É preciso ressal- tar que as partes das negociações não ne- cessariamente são indivíduos, elas podem ser empresas, organizações, instituições de poder, entre outros. As trocas também não se restringem a objetos, pois podem ser de diferentes naturezas (CHIAVENATO, 2014). Em suma, os interesses das partes devem ser diferentes entre si, caso contrário, tra- tar-se-ia de mera aceitação e não de ne- gociação. As partes devem estar dispostas a abrir mão de algo, de ceder, de trocar, de barganhar para que a negociação se efetue (VANIN, 2013). Embora possa parecer que este é um assun- to complexo, a negociação ocorre em nosso cotidiano inúmeras vezes, sem que ao me- Para saber mais Quando as pessoas vão às ruas para realizar gre- ves, elas estão pleiteando seus direitos enquanto cidadãos e iniciando uma abordagem de nego- ciação para com os poderes públicos governa- mentais. Unidade 2 • Motivações para negociação33/187 nos nós percebamos que estamos envol- vidos neste processo. A negociação, aliás, está associada à própria condição do ser humano em sua concepção social, compar- tilhando território com outros indivíduos, interagindo e comunicando-se com tudo a sua volta (IAMIN, 2016). Neste contexto, por intermédio da comuni- cação é que uma das partes será capaz de influenciar a outra para efetivar e garantir seus interesses. Muitos autores consideram que a capacidade de negociar é inerente ao ser humano, ou seja, é uma capacidade nata. Contudo, caso o indivíduo não seja naturalmente um bom negociador, há di- versas formas de desenvolver tais habilida- des e técnicas (VASQUES, 2014). Para saber mais Os indivíduos enquanto seres sociais partilham do território em comum, para tanto, as conven- ções sociais que adotamos como práticas de ci- dadania implicam uma negociação, por exemplo, abrimos mão de um determinado território para que possamos ter o direito à nossa propriedade e privacidade. Para saber mais No que tange à negociação, acredita-se ser uma característica nata, pois até mesmo os bebês, por choro e outras expressões, negociam com seus pais para obterem aquilo que lhes interessam. Unidade 2 • Motivações para negociação34/187 Vasques (2014) assevera que existem três variáveis básicas na negociação: tempo, poder e informação. O tempo é uma variável a ser negociada, pois os prazos são defini- dos pelas partes envolvidas na negociação, gerando conflitos ou fortalecendo os víncu- los. O poder, segunda variável, será daquele que, entre as partes, detiver alguma vanta- gem adicional, que interesse à outra parte, por exemplo, capital, imagem fortalecida etc. Por fim, a informação é um elemento que pode contribuir com a negociação, pois, à medida que se descobre determinadas in- formações sobre a outra parte, fica mais fá- cil de criar estratégias para a negociação. A negociação pode assumir diferentes estra- tégias ou formatos, classificando-se como distributiva ou integradora (CHIAVENATO, 2014) (VASQUES, 2014). 1.1 Negociação distributiva A abordagem de negociação distributiva fi- gura como o modelo tradicional de negocia- ção. Nesta concepção da negociação, o ob- jetivo principal é ter mais vantagens do que a outra parte. Isso quer dizer que se parte do pressuposto de que qualquer ganho que se tenha na negociação o outro está perdendo Link O artigo “Técnicas e negociações” apresenta al- gumas das principais técnicas utilizadas para fa- vorecer as negociações. Disponível em: <http:// www.maringamanagement.com.br/novo/ index.php/ojs/article/viewArticle/33>. Aces- so em: 1 out. 2017. Unidade 2 • Motivações para negociação35/187 em algo. O termo “distributivo”, neste con- texto, está se referindo à distribuição do po- der e das vantagens na relação de negocia- ção (CHIAVENATO, 2014) (VASQUES, 2014). Cabe considerarainda que a negociação distributiva pode ser dura ou suave, tam- bém conhecida como distributiva posicio- nal. A negociação é distributiva difícil ou dura quando uma das partes é irredutível e não está aberta a realizar concessões. As- sim, ocorre que a relação de negociação será de competição e o ganho de uma parte implica na perda por parte da outra (CHIAV- ENATO, 2014) (SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN, 2007). É no contexto das negociações distributivas duras que reside o cerne da gestão de con- flitos, pois nesses momentos é preciso que ambas as partes se sacrifiquem para chegar a um consenso (CHIAVENATO, 2014). A abordagem de negociação distributiva suave, por sua vez, ocorre quando uma das partes está disposta a ceder. Essa aborda- gem, também conhecida como posicional, parte do pressuposto de que uma das par- tes apresentará à outra suas intenções, fi- cando aberta a adotar diferentes posições para formalizarem o acordo (CHIAVENATO, 2014). Link Embora a negociação possa gerar conflitos entre as partes, pode também ser utilizada como ferra- menta para solucionar conflitos, como discutido no texto disponível no link a seguir: <http://re- vista.ugb.edu.br/index.php/episteme/arti- cle/view/159>. Acesso em: 2 out. 2017. Unidade 2 • Motivações para negociação36/187 De maneira genérica e sucinta, pode-se dizer nas negociações do tipo distributivas que as rela- ções são do tipo ganha-perde, e de todas as formas há uma insatisfação que persiste mesmo ao final da negociação (CHIAVENATO, 2014) (SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN, 2007). Algumas estratégias são válidas quando se trata de negociação distributiva, como as nove dire- trizes apontadas por Vasques (2014). • Em primeiro lugar, é preciso considerar que existe uma alternativa à negociação em ques- tão, que seria considerada o ponto ótimo para uma das partes se não houvesse o processo de negociação; a esse ponto chamamos MASA (Melhor Alternativa Sem Acordo). A primei- ra etapa de uma boa negociação seria, então, avaliar a sua própria MASA e redefini-la caso julgar necessário. • É preciso definir também o seu “ponto de reserva”, ou seja, até onde você pretende ceder na negociação. Sua MASA e seu ponto de reserva devem permanecer como informações Trata-se de eliminar as arestas e reduzir as diferenças; o objetivo é o acordo, con- fiar nos outros, mudar sua posição facilmente, fazer ofertas, tentar evitar um an- tagonismo de ideias e reduzir a pressão. (CHIAVENATO, 2014, p. 285) Unidade 2 • Motivações para negociação37/187 internas, pois a informação poderia favorecer à outra parte. • Sabendo que os negociadores pos- suem uma MASA e um ponto de re- serva, é valido pesquisar ou buscar estimar quais são as de seu oponente nesse processo. • Proponha metas otimistas acerca da negociação, contudo, não fuja à rea- lidade. • Dar o primeiro passo numa negocia- ção é um conselho sábio, visto que boas partes das negociações tendem a ser fechadas após a segunda oferta. • Pré-avalie quais concessões deverá realizar. • A comunicação tem relevante papel na negociação, por isso, adote um dis- curso convincente e lógico. Seu dis- curso deverá parecer plausível e coe- rente. • Em seu argumento, incorpore as nor- mas da justiça para ganhar credibili- dade. • Não aceite propostas de divisão igua- litária para firmar o acordo, pois nes- se tipo de negociação qualquer ganho do oponente implica em uma perda de sua parte e, neste caso, ambos esta- riam repartindo os prejuízos. É provável que o acordo entre as partes se encerre após tal negociação, pois um deles sairá com a sensação de derrota e injustiça Unidade 2 • Motivações para negociação38/187 e não fará sentido para ele permanecer na relação de troca. Por esse motivo, é impres- cindível refletir até que ponto é válido ex- plorar a outra parte, investindo em uma ne- gociação distributiva. Em alguns casos, por exemplo, quando se trata de fornecedores, o relacionamento de confiabilidade é de ex- trema importância, por isso desaconselha- -se o uso de tal técnica. 1.2 Negociação integradora A negociação integradora busca um des- fecho ideal para a negociação, caracteri- zado por atender às expectativas de ambas as partes envolvidas. Em contraposição à abordagem apresentada anteriormente, a relação da negociação integradora figura- -se como ganha-ganha, ou seja, todos os envolvidos devem sair ganhando ao final (CHIAVENATO, 2014). Uma série de propostas aceitáveis é coloca- da em pauta de avaliação e a escolha será guiada por decidir pela que seja mais bené- fica para todos. Normalmente os focos dos envolvidos são de um escopo ou de propor- ções maiores que aquilo que se está tratan- do, por isso vale a pena realizar concessões nesses quesitos para que se mantenha a negociação ou o contrato daquilo que lhe é mais interessante (CHIAVENATO, 2008) ( SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN, 2007). Outra característica da negociação inte- gradora é que ela tende a ser mais utilizada Unidade 2 • Motivações para negociação39/187 nas relações de longo prazo, ou, ainda, que devido à satisfação que proporciona, ela propicie relacionamentos mais duradou- ros (SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN, 2007). É nessa abordagem que se enquadram as relações colaborativas, as quais tanto se buscam e se abordam nos dias atuais. Po- de-se dizer que a abordagem integradora é mais pertinente ao contexto atual, visto que, mais do que nunca, as empresas têm se valido de estratégias de parcerias, alian- ças e outsourcing como vantagens competi- tivas (SCHERMERHORN JR.; HUNT; OSBORN, 2007). Considerando a natureza competitiva das empresas e a dificuldade de se confiar na outra parte, detecta-se automaticamente que, embora as negociações integradoras sejam mais interessantes para as empresas — de maneira geral —, elas não são encon- tradas com tanta facilidade (CHIAVENATO, 2014). Link A negociação integradora possui algumas par- ticularidades quando da sua implementação, para conhecê-las leia o artigo que aborda um exemplo prático. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi- d=S0101-74382004000300005>. Acesso em: 2 de out. 2017. Unidade 2 • Motivações para negociação40/187 Muitos gestores ainda não compreende- ram a necessidade de se alterar as formas de gestão, pensando no contexto de mundo globalizado, em que, cada vez mais, haverá a necessidade de as empresas contarem com parceiros para ampliar sua capacidade pro- dutiva, maximizar seus lucros, ampliar seu mercado ou qualquer outro objetivo e meta que se queira atingir (CHIAVENATO, 2014). Unidade 2 • Motivações para negociação41/187 Glossário MASA: o termo é a abreviação de “Melhor Alternativa Sem Acordo”, nada mais é do que o inte- resse de uma das partes, o que ela deseja ou pretende atingir, desconsiderando o fato de que terá de ceder na negociação. Ponto de reserva: ao apresentar suas intenções à outra parte, o negociador nunca expõe os seus reais limites, ele amplia suas aspirações mantendo em segredo um ponto limite ao qual pretende chegar para findar a negociação. Relações colaborativas: trabalhar ou operar em equipe com ajuda mútua. Questão reflexão ? para 42/187 No decorrer deste tema, vimos que a negociação é uma atividade que ocorre cotidianamente, na maioria das vezes de maneira não planejada, mas a partir de um ato intuitivo intrínseco à própria condição humana. Ago- ra que você conhece sobre o conceito de negociação, seus tipos e as técnicas envolvidas, atente-se, a partir de agora, aos processos de negociação que se envolver, ao tipo de postura a ser adotada e, se possível, execute a negociação de maneira racional. Em seguida, avalie se a conscientizaçãoda negociação interferiu em seu resul- tado. 43/187 Considerações Finais • A negociação é uma troca, um jogo de interesses entre duas partes com interesses distintos, que firmam um acordo entre si. • A capacidade de negociação é uma característica nata do ser humano, con- tudo, há técnicas para desenvolvê-la e aprimorá-la. • As relações de negociação podem ser classificadas em distributivas ou in- tegradoras. • As negociações são distributivas quando figuram uma relação ganha-per- de, em que qualquer ganho de uma parte implica perda da outra. Por ter um perdedor envolvido, as negociações distributivas acabam por dissolver as relações entre as partes após as negociações. • As negociações integradoras figuram como relações ganha-ganha, ou seja, busca-se um ponto de equilíbrio entre as expectativas de ambas as partes. Esse tipo de negociação tende a ser mais duradoura e, também, mais con- dizente com os atuais contextos de mercado. Unidade 2 • Motivações para negociação44/187 Referências CHIAVENATO, I. Planejamento e Controle da Produção. Barueri: Manole, 2008. CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. Ba- rueri: Manole, 2014. IAMIN, G. P. Negociação: conceitos fundamentais e negócios internacionais. Curitiba: Intersa- beres, 2016. SCHERMERHORN JR., J. R.; HUNT, J. G.; OSBORN, R. N. Fundamentos de comportamento organi- zacional. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. VANIN, J. A. Processos de negociação. Curitiba: Intersaberes, 2013. VASQUES, E. F. Técnicas de negociação e apresentação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 45/187 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Motivações para a Negociação. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ d5711e65ead64c61ccc873b16df1b425>. Aula 2 - Tema: Motivações para a Negociação. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/8206581b24d8b08860ac734d7aab49c9>. 46/187 1. Quais são as variáveis básicas da negociação? a) Tempo, poder e informação. b) Tempo, inteligência e informação. c) Empatia, perseverança e dinheiro. d) Empatia, perseverança e poder. e) Tempo, poder e dinheiro. Questão 1 47/187 2. Sobre as negociações distributivas é correto afirmar que: Questão 2 a) Ambas as partes terminam a negociação satisfeitas. b) Propiciam relacionamentos duradouros. c) São colaborativas. d) São também conhecidas como ganha-ganha. e) Qualquer ganho de uma parte implica perda da outra. 48/187 3. As negociações distributivas podem ser classificadas em dois tipos distin- tos: duras ou suaves. Nesse contexto, é correto afirmar que: Questão 3 a) Nas negociações suaves, ambas as partes estão propensas a chegar a um acordo benéfico para todas. b) As negociações distributivas suaves são sinônimas de negociações integradoras. c) Nas negociações distributivas duras, uma das partes está disposta a adotar diferentes posi- cionamentos de acordo com as propostas que recebe. d) As negociações distributivas suaves são marcadas por dois elementos inflexíveis. e) As negociações distributivas suaves são aquelas em que um dos elementos apresenta flexi- bilidade. 49/187 4. Sobre as negociações integradoras, é correto afirmar que: Questão 4 a) São marcadas pela colaboração e flexibilidade entre as partes e propostas. b) As partes não estão abertas a realizar concessões. c) Uma das partes faz muitas exigências, a outra apenas as aceita. d) Ambas as partes são rígidas com relação a seus objetivos. e) Envolve no máximo duas pessoas. 50/187 5. Qual dos tipos de negociação é mais adequada ao contexto de mundo globalizado? Questão 5 a) Disruptiva. b) Integradora. c) Ganha-perde. d) Distributiva dura. e) Distributiva suave. 51/187 Gabarito 1. Resposta: A. Tempo, poder e informação. A variável tem- po pode ser um motivo de fortalecimento do vínculo ou de conflito entre as partes, dependendo da rigidez exigida para o cum- primento do prazo. O poder é determinado por aquilo que uma das partes possui e que interessa à outra. A informação é valiosa no processo de negociação, pois quanto mais se conhece a outra parte, mais fácil é cons- truir uma estratégia de negociação. 2. Resposta: E. Qualquer ganho de uma parte implica perda por parte da outra. As negociações distribu- tivas consideram a escassez dos recursos, por isso qualquer avanço no sentindo de benefícios alcançados por um implica per- da por parte da outra, como num “cabo de guerra”. 3. Resposta: E. A abordagem de negociação distributiva suave ocorre quando uma das partes está disposta a ceder. Essa abordagem, também conhecida como posicional, parte do pres- suposto de que uma das partes apresenta- rá à outra suas intenções, ficando aberta a adotar diferentes posições para formaliza- rem o acordo. 52/187 Gabarito 4. Resposta: A. São marcadas pela colaboração e flexibili- dade entre as partes e propostas. O próprio nome integrador está atrelado ao fato de que será proposta uma condição que inte- gre, ou seja, incorpore os objetivos e anseios das partes. 5. Resposta: B. Integradora, porque esse tipo de negocia- ção é pautado na colaboração, condição essencial para a adoção de estratégias de terceirização, muito importante como es- tratégias de competitividade nos dias atu- ais devido à sua capacidade de interferir nos custos de produção e/ou em sua qualidade. Há relações que também precisam manter certo padrão de qualidade e serem dura- douras para que a empresa consiga manter elevados os níveis de satisfação do público consumidor. 53/187 Unidade 3 Estilos de negociação Objetivos 1. Compreender a existência de diferenças entre os indivíduos quanto aos seus esti- los negociais. 2. Conhecer e aprender sobre o modelo de JUNG. 3. Conhecer o modelo de LIFO. 4. Verificar que os negociadores não ado- tam um único estilo. 5. Identificar semelhanças entre os diferen- tes modelos. Unidade 3 • Estilos de negociação54/187 Introdução Historicamente o mundo vem passando por diversas transformações em suas diferen- tes esferas. Tais mudanças na estrutura so- cial, política e econômica repercutem nos hábitos dos indivíduos criando novos com- portamentos e, consequentemente, novas formas de relacionamentos interpessoais. Nesse sentido, também as organizações têm de se enquadrar e se adequar às novas expectativas e exigências de mundo, bus- cando formas mais efetivas de gerenciar as pessoas que a constituem. Desse modo, é preciso que se busque com- preender a natureza humana como uma forma de identificar padrões de compor- tamentos que se repetem e as suas moti- vações. Além disso, conhecendo melhor os perfis das pessoas, torna-se factível traçar estratégias para gerenciá-las de maneira eficaz. Sendo assim, o presente tema tem por intui- to apresentar alguns dos principais modelos de classificação de estilos de negociadores, visto que a negociação é frequente em di- ferentes tipos de relacionamentos, partindo do pressuposto de que é essencial conhecer os principais modelos, tanto para adequar sua própria conduta quanto para poder li- dar com os conflitos cotidianos. 1. Estilos de negociação Os negociadores adotam diferentes po- sicionamentos e condutas quando estão envolvidos nesse processo. Tais posiciona- mentos compõem o estilo de negociação, Unidade 3 • Estilos de negociação55/187 que será adotado pelos indivíduos. Normal- mente, cada negociador possui seu próprio estilo de negociação (MARTINELLI, 2015) (MARTINELLLI, 2011). Por estilo de negociaçãopodemos entender que são todas as características de compor- tamento de um indivíduo envolvido em uma negociação. 1.1 Modelo de Jung Carl Jung, psiquiatra suíço, classificou os estilos de personalidade e a partir da cor- relação entre esses estilos e a personalida- de, bem como os impulsos às ações, Sparks (1992) definiu um modelo de estilos de ne- gociadores (HIRATA, 2007) (MARTINELLI, 2015) (MARTINELLLI, 2011). Link Os negociadores precisam possuir determinadas habilidades para que sejam efetivos e consigam atingir os resultados esperados. Leia mais sobre o tema em: <http://www.angrad.org.br/_re- sources/files/_modules/producao/produ- cao_621_201212051834228e9c.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade 3 • Estilos de negociação56/187 Carl Jung elencou duas grandes classes prin- cipais de personalidades: introvertidas e ex- trovertidas. Acerca dos impulsos, existem, de acordo com Sparks (1992), quatro tipos principais: controle, desconsideração, defe- rência e confiança. O controle é o impulso orientado à dominação do outro. A descon- sideração é o impulso que visa destruir o outro, de modo a rebaixá-lo. O impulso da deferência é o impulso daquele que, quando coagido, deixa que o outro assuma o domí- nio. Por fim, o impulso da confiança é o que prioriza o trabalho cooperativo, atribuindo importância ao outro (HIRATA, 2007) (MAR- TINELLI, 2015) (MARTINELLLI, 2011). Link O desenvolvimento e o estudo das tipologias hu- manas sempre foi algo presente em diversas cul- turas e áreas do conhecimento humano. Dentro da Psicologia não ocorreu de forma diferente. Assim sendo, entre as linhas psicológicas que propõem uma tipologia, encontra-se a teoria junguiana. Para saber mais sobre o tema, acesse o artigo dis- ponível em: <https://seer.cesjf.br/index.php/ cesRevista/article/view/405>. Acesso em: 22 out. 2017. Para saber mais Carl Jung foi um dos mais famosos psiquiatras do mundo, nascido em julho de 1875 na Suíça, e é co- nhecido como o fundador das teorias do incons- ciente coletivo, da individuação e dos arquétipos. Unidade 3 • Estilos de negociação57/187 Cada um desses impulsos pode ser combi- nado de diferentes formas, e cada uma des- sas combinações dá forma a um estilo de negociação, os quais Jung atribuiu os no- mes de estilo restritivo, ardiloso, amigável, confrontador (MARTINELLI, 2015) (MARTI- NELLI, 2011). O estilo restritivo é uma mistura dos im- pulsos de controle e de desconsideração. O grande objetivo desse estilo é obter vanta- gem sob o outro, pouco se importando com os impactos negativos causados. Esse estilo de negociação parte da premissa de que o outro deve agir para lhe favorecer (MARTI- NELLI, 2015). O estilo ardiloso combina a desconsidera- ção e a deferência, por isso preconiza que a outra parte da negociação deve ser mantida a certa distância, com a justificativa de que os efeitos do relacionamento serão preju- diciais a si próprios. Para evitar chateações, esse estilo recomenda que as negociações sejam ditadas por regras e normas, man- tendo sempre o mínimo de pessoalidade (MARTINELLI, 2015). Contrariando o que supõe os dois primei- ros estilos apresentados, o estilo amigável prefere partir do pressuposto da amizade e da colaboração entre as partes. Trata-se de um modelo que combina a deferência e a confiança. É bem aplicado em casos que se deseja manter o relacionamento com a ou- tra parte (MARTINELLI, 2015). Por fim, o estilo confrontador pode ser Unidade 3 • Estilos de negociação58/187 compreendido como cooperativo, ou seja, que busca um acordo justo para ambas as partes. Trata-se de uma junção entre a con- fiança e o controle (MARTINELLI, 2015). 1.2 Modelo de LIFO O modelo de LIFO – Life Orientations (orien- tações de vida) tem origem nos estudos da tipologia humana, os quais são uma tenta- tiva de compreensão da natureza humana. Como se sabe, tais tentativas datam dos primórdios da humanidade e remontam aos primeiros filósofos e pensadores (MARTI- NELLI, 2015). Os principais pensadores dessa teoria de classificação são Atkins e Katcher (1980), psicólogos americanos que se dedicaram ao estudo das características comporta- mentais de executivos de diversas partes do mundo, relacionando tais padrões aos estilos categorizados. Os autores alegam Para saber mais A tipologia humana é uma ciência derivada da psi- cologia e à qual atribuímos o nome de “psicologia analítica”. Tal ramo estuda os tipos de personali- dades dos homens, seus elementos morfológicos, psicológicos, biológicos e sociológicos. Carl Jung era um seguidor de Freud, ainda que discordas- se do viés sexual que o segundo atribuía à grande parte das ações e comportamentos humanos. Unidade 3 • Estilos de negociação59/187 que não existem estilos ou padrões de com- portamento mais desejáveis ou melhores do que outros, sendo que cada situação de- manda de um tipo de postura distinta (MAR- TINELLI, 2015). É ainda importante mencionar o fato de que classificar pessoas de acordo com qualquer critério que se queira eleger é considera- do um risco, pois, por vezes, podem ocorrer erros de classificação e interpretação. To- davia, os autores elencaram quatro princi- pais estilos de negociadores (MARTINELLI, 2015): 1. Dá e apoia (D/A). 2. Toma e controla (T/C). 3. Mantém e conserva (M/C). 4. Adapta e negocia (A/N). O primeiro estilo (D/A) caracteriza-se por um comportamento de pleno envolvimen- to e comprometimento com a realização do trabalho. Normalmente, trata-se de pesso- as com um perfil voltado ao perfeccionismo e que são incapazes de dizer não. Embora a dedicação ao trabalho seja algo positivo, nesse tipo de perfil as pessoas impõem altos níveis de expectativas, tanto para si quanto para os outros, e são demasiadamente ide- alista (MARTINELLI, 2015). O segundo estilo (T/C) é o tipo de pessoa que aproveita todas as oportunidades em benefício próprio e para o cumprimento dos seus objetivos pessoais/organizacionais. São pessoas com uma postura ágil, capazes de atuar em múltiplas tarefas e projetos e que apresentam facilidade de relacionar-se Unidade 3 • Estilos de negociação60/187 com os outros. Em cenários de alto desem- penho organizacional, esse perfil costuma atuar de forma independente, e quando o cenário é de baixo desempenho, o mesmo torna-se impositivo e coercitivo com os de- mais (MARTINELLI, 2015). O terceiro estilo (M/C) é composto por pes- soas que têm um ritmo de trabalho mais lento, mas que prezam pela qualidade da execução, com isso, conseguem ponderar as tomadas de decisões e não tomar ati- tudes impulsivas. Quando estão em perío- do de queda de desempenho, os elementos desse perfil tornam-se distantes e tendem a refletir sobre o problema, de tal forma que perdem a oportunidade de agir (MARTINEL- LI, 2015). O quarto e último estilo (A/N) é o mais vol- tado à sociabilidade dentre os quatro. Tra- ta-se de pessoas empáticas e que priorizam a manutenção de um bom clima organiza- cional. Por esse motivo, são sempre elemen- tos que se relacionam com quase todos os outros e que possuem um senso de humor, além de serem otimistas. No entanto, quan- do em situações de dificuldade, os elemen- tos desse perfil acabam por falhar quanto à seriedade com a qual tratam os problemas e/ou deixam que a opinião do outro preva- leça, simplesmente para que não percam as amizades (MARTINELLI, 2015). Os autores reiteram ainda que nenhuma pessoa adota exclusivamente um estilo, sendo que cada indivíduo pode combinar até quatro estilos, sendo uns mais expressi- vos que outros. Unidade 3 • Estilos de negociação61/187 1.3 Outros estilos de negociadores Ainda no mesmo intuito de compreenderas relações humanas e sua natureza, outros autores empenharam-se em criar suas próprias classificações de perfis de negociadores, por exemplo, Gottschalk, que também enfocou o comportamento organizacional. Esse autor nomeou suas classes de negociadores também em quatro tipos distintos: duro, caloroso, dos números e ne- gociador. Ainda que os nomes de cada uma das classes sejam diferentes dos apresentados ante- riormente, em essência representam os mesmos tipos de perfis, a similaridade pode ser obser- vada na Tabela 3.1 a seguir (MARTINELLI, 2015). Tabela 3.1 | Similaridades entre estilos de negociação Fonte: adaptada de Godinho; Macioski (2005, p. 152). Unidade 3 • Estilos de negociação62/187 Outros autores, tais como Junqueira (1990) e Matos (1990), também criaram seus próprios crité- rios ou modelos de estilos de negociadores. Para Matos, os negociadores são: racionais, metódi- cos, sociáveis ou decididos. Para Junqueira, os mesmos classificam-se em catalisador, apoiador, controlador e analíticos. Para saber mais Hirata classificou os perfis em cinco estilos distintos: 1) Decisor, que é aquele que tenta influenciar os outros apresentando as consequências da negociação, sejam elas positivas ou negativas; 2) Narrador, que busca influenciar o outro ouvindo seu posicionamento e conferindo as relações de causa-efeito; 3) Provedor, que é aquele que apresenta como argumento de negociação ideias que se convertem em benefícios para a outra parte; 4) Explorador, que cria e une visões que são comuns a ambas as partes, partindo destas como estra- tégia de negociação; 5) Inventor, que é extremamente racional e tenta mostrar ao outro que as pessoas são distintas dos problemas em questão; 6) Improvisador, que busca apresentar as vantagens competitivas que a outra parte terá se aceitar sua oferta; e 7) Preparador, que é aquele que busca influenciar pela razão, pela lógica, pelas evidências e pelos dados. Unidade 3 • Estilos de negociação63/187 Comparando os modelos citados, encontra- mos entre eles muitos aspectos semelhan- tes, por exemplo, o perfil restritivo (Jung), o controlador (Junqueira) e o duro (Gotschalk) têm descrições de perfis equivalentes. Da mesma forma, há compatibilidade entre o estilo confrontador (Jung), dá e apoia(LIFO), racional (Matos) e negociador (Gottschalk). Por fim, há similaridade também entre o estilo ardiloso (Jung), mantém e conserva (Atkins e Katcher), analítico (Junqueira) e dos números (Gottschalk). Não existe, contudo, um modelo ideal de negociação a ser seguido devido às particu- laridades dos conflitos. Também não existe modelo de classificação de negociadores que seja mais adequado ou verdadeiro. Link Leia o artigo a seguir que trata do modelo de com- portamento esperado de um bom negociador. Disponível em: <http://www.vision.com.br/ portalnew/artigos/VisionModeloComporta- mentoBomNegociador.pdf>. Acesso em: 23 out. 2017. Unidade 3 • Estilos de negociação64/187 Glossário Comportamento: procedimento de alguém face a estímulos sociais, a sentimentos e/ou a ne- cessidades íntimas. Deferência: atitude de respeito com relação ao outro ou a alguém a quem se considere superior. Introvertidos: indivíduo que parece fechado, contido e crítico. Questão reflexão ? para 65/187 Faça uma pesquisa na internet e, com base nos perfis descritos neste tema, tente identificar qual o tipo de perfil de negociador ao qual você normalmente mais se relaciona. Se possível, exercite também identificar o perfil de outras pessoas próximas. 66/187 Considerações Finais • Diversos autores buscaram compreender a natureza do comportamento humano. • Os estudos deswes autores levaram a diferentes classificações dos modelos de perfis de negociadores. • Tais perfis são padrões de comportamentos que os negociadores comumen- te adotam. • Quase todos os modelos de classificação chegaram a quatro perfis princi- pais, embora as nomenclaturas sejam distintas. • Cada negociador pode se enquadrar em mais de um tipo de perfil negocial. Unidade 3 • Estilos de negociação67/187 Referências GODINHO, Wagner Botelho; MACIOSKI, Juliana Maria Klüppel. Estilos de negociação: a maneira pessoal de realizar negócios internacionais. Ciência Opinião, v. 2, nº 1/2, p. 143-65, 2005. HIRATA, R. Estilos de negociação. São Paulo: SARAIVA, 2007. MARTINELLI, D. P. Negociação empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. 2. ed. Barueri: Manole, 2015. MARTINELLLI, D. P. Negociação Internacional. São Paulo: Atlas, 2011. 68/187 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Estilos de Negociação. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ fd04a3491f4cd078556f087b8b94a527>. Aula 3 - Tema: Estilos de Negociação. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ bc73bbbc5f18f2ad0a51bc3bd4b8ffe4>. 69/187 1. Carl Jung foi um psiquiatra que estudou o comportamento humano e buscou estabelecer tipos de perfis comportamentais. Ele também buscou compreender os impulsos, sobre os quais é correto afirmar que: a) São classificados em dois tipos distintos: extrovertidos e introvertidos. b) São compostos por três tipos distintos: restritivo, ardiloso, confrontador. c) São compostos pelos estilos dá e apoia, toma e controla, mantém e conserva, adapta e ne- gocia. d) São classificados como: controle, desconsideração, deferência e confiança. e) São classificados como: duro, caloroso, de números, negociador. Questão 1 70/187 2. Sobre o modelo de LIFO, o estilo “dá e apoia” é aquele que: a) É altamente comprometido com o trabalho. b) Quando coagido costuma deixar que o outro o domine. c) Visa destruir ou rebaixar seu oponente negocial. d) É ágil e capaz de atuar em múltiplas tarefas. e) É o estilo mais sociável dentre todos os mencionados. Questão 2 71/187 3. Diferentes autores buscaram classificar os perfis de negociadores, alguns desses estilos são coincidentes, por exemplo, o estilo “restritivo” de Sparks, que é similar: a) Ao estilo “toma e controla” de Atkins e Katcher. b) Ao estilo amigável de Atkins e Katcher. c) Ao estilo negociador de Gottschalk. d) Ao estilo “de números” de Gottschalk. e) Ao estilo catalisador. Questão 3 72/187 4. O estilo “adapta e negocia”, do modelo LIFO, apresenta algumas desvan- tagens quando opera em períodos de queda de desempenho; sobre isso as- sinale a alternativa correta. a) Falta de sociabilidade. b) Deixam que a opinião alheia prevaleça sobre sua própria. c) É muito idealista e crítico. d) Atua de forma isolada. e) Perde a oportunidade de agir. Questão 4 73/187 5. Dentre os tipos de perfis de negociadores propostos por Sparks, com base nas teorias de Jung, analise as alternativas a seguir e assinale a correta. a) Adota um perfil colaborativo, que busca repartir os bônus da negociação. b) Preza pelo distanciamento entre as partes. c) Trata-se de um estilo composto pela mistura entre os impulsos de controle e de desconside- ração. d) Desconsidera os efeitos negativos que a negociação pode trazer às partes envolvidas ou ao outro. e) Busca negociar com base em regras e normas formais. Questão 5 74/187 Gabarito 1. Resposta: D. Os impulsos são classificados como contro- le, desconsideração, deferência e confiança. As diferentes combinações entre eles com- põem os estilos de negociações elencados por Sparks. 2. Resposta: A. Sobre o modelo de LIFO, o estilo “dá e apoia” é aquele que é altamente comprometido com o trabalho e tende a ser perfeccionista. 3. Resposta: A. Diferentes autores buscaram classificar os perfis de negociadores,alguns desses esti- los são coincidentes, por exemplo, o estilo restritivo de Sparks, que é similar ao estilo “toma e controla” de Atkins e Katcher, assim como ao estilo controlador e ao estilo duro de Gottschalk. 4. Resposta: B. Quando em situação de queda de desem- penho, o estilo “adapta e negocia” tende a faltar com seriedade e acaba priorizando o relacionamento com o outro, deixando que a opinião deste prevaleça em detrimento de sua própria. 5. Resposta: A. O estilo confrontador é provocativo e usa a negociação como uma oportunidade de discussão enriquecedora, da qual as partes devem repartir os bônus e ônus. 75/187 Unidade 4 Estratégias de negociação Objetivos 1. Compreender o embate entre os inte- resses particulares e a importância do relacionamento. 2. Identificar os diferentes tipos de ne- gociação. 3. Compreender a dinâmica e as carac- terísticas de cada um dos tipos de ne- gociação. Unidade 4 • Estratégias de negociação76/187 Introdução A existência de personalidades distintas é um fato que pode ser percebido por qual- quer um que se proponha a analisar, mesmo que superficialmente, as pessoas em seu entorno. As características dessas perso- nalidades são percebidas à medida que as pessoas se expressam (verbal ou fisicamen- te). Para que a mensagem desses indivíduos seja passada, é preciso que haja um recep- tor do outro lado da relação, o qual também possui uma personalidade. Diante dessa condição, podemos concluir que haverá diversos tipos de relacionamen- tos interpessoais, tantas quantas forem as combinações de personalidades. Contudo, não podemos nos esquecer de que existem também regras e convenções sociais que são adotadas para a manutenção de uma “ordem” no convívio social. Cada ambiente, portanto, adota condutas e regras próprias para tais relacionamentos, as quais, mesmo que não formalizadas, são propagadas não só pela cultura do ambiente, mas também pelas relações de poder e hierarquias que nele se estabelecem. Além das questões de poderes hierárquicos existe, também, a questão do afeto nas re- lações, por isso, muitas das atitudes que se- riam instintivamente praticadas, passam a ser filtradas e transformam-se em posturas e condutas típicas de alguns tipos de rela- cionamentos. Nesse tema você terá a oportunidade de conhecer os diferentes tipos de relaciona- mentos estabelecidos entre indivíduos e/ Unidade 4 • Estratégias de negociação77/187 ou organizações, do ponto de vista das re- lações de poder que os permeiam e do grau de interesse particular no relacionamento em questão. 1. Estratégias de negociação Os conflitos são decorrentes das relações humanas e são também pelas característi- cas intrínsecas ao ser humano, e da perso- nalidade, que eles ocorrem. Os sentimentos e as emoções acabam interferindo nas re- lações humanas, de forma que as negocia- ções, por vezes, se dão de maneira instintiva e não planejada. Contudo, para gerenciar conflitos, é preciso que se consiga raciona- lizá-lo, e perceber que a principal questão envolvida nas negociações reside na ques- tão controversa entre obtenção de vanta- gens ou ganhos e a manutenção do relacio- namento (CHIAVENATO, 2014) (FERREIRA, 2013) (VANIN, 2013). Link A literatura considera a existência de alguns tipos de personalidades, que são caracterizados pela repetição de comportamentos, são eles: perfec- cionista, prestativo, bem-sucedido, romântico/ individualista, observador, protetor, sonhador, confrontador e mediador. Leia o artigo deste link que trata deste tema. Disponível em: <http:// scholar.googleusercontent.com/scholar?- q=cache:yiGf2kU51MgJ:scholar.google. com/&hl=pt-BR&as_sdt=0,5>. Acesso em: 18 out. 2017. Unidade 4 • Estratégias de negociação78/187 O ato de negociar envolve uma racionaliza- ção, ou seja, uma estratégia a qual parte de um planejamento prévio, que deve analisar alguns aspectos envolvidos na negocia- ção, tais como: os objetivos que se preten- de atingir, o perfil da outra parte, o seu grau de poder na relação etc. Devido a essas ca- racterísticas é que se afirma que não existe um modelo padrão a ser seguido para obter sucesso na negociação, pelo contrário, cada situação negocial possui peculiaridades que demandam tato, habilidade e perspicácia do negociador (VANIN, 2013). Embora não haja padronização da estraté- gia de negociação, algumas de suas carac- terísticas e de seus objetivos costumam re- petir-se com frequência, e variam de acordo com o grau do conflito que se deseja assu- mir e da importância da manutenção do re- lacionamento para o futuro (VANIN, 2013). Nesse sentido, Vanin (2013) e Chiavenato (2014) classificam a negociação em quatro tipos estratégicos distintos: relacionamen- Para saber mais “A relevância da compreensão do processo de conflito interpessoal nas equipes e nas organiza- ções se dá a partir do ponto em que as reações emocionais sejam reconhecidas como importan- te fator no processo de decisão das organizações, no momento em que se saiba retirar, desse pro- cesso, a emoção como elemento de interferência no julgamento das decisões da equipe.” (MON- TEIRO, 2007, p.70) Unidade 4 • Estratégias de negociação79/187 todavia, a manutenção do relacionamento possui menor relevância, por isso os confli- tos estão presentes tanto em um como em outro, sendo que no tipo “indiferença” não há preocupações em minimizá-los, confor- me ilustra a Figura 4.1 a seguir (CHIAVENA- TO, 2014) (VANIN, 2013). tos, cooperação, coopetição e indiferença, além de um tipo adicional que é, na reali- dade, um ponto neutro entre os tipos es- tratégicos e é denominado de transigência. Os modelos descritos por ambos os autores são coincidentes, o que se altera é apenas a nomenclatura atribuída a cada um deles. Outros autores aderem a diferentes tipos de classificações, com outras nomenclaturas, mas que em sua essência podem ser todos descritos pelos modelos apontados pelos referidos autores. Para os tipos “relacionamentos” e “coope- ração”, o relacionamento com a outra parte é muito importante e pretende-se ou ne- cessita-se mantê-lo a longo prazo, por isso não faz parte da estratégia criar conflitos. Para os tipos “coopetição” e “indiferença”, Unidade 4 • Estratégias de negociação80/187 Figura 4.1 | Os cinco estilos de gestão de conflitos Fonte: Chiavenato (2014, p. 280). Unidade 4 • Estratégias de negociação81/187 O estilo de gerenciamento de conflitos, ou negociação, de competição é caracteriza- do pela importância que se atribui ao ato de “vencer” a negociação. Normalmente ele é utilizado em causas de necessidade urgente ou emergente, e naquele momento não se visualiza as consequências que a imposição causará (CHIAVENATO, 2014). Ferreira (2013) aborda a questão da nego- ciação conflitiva/competitiva atribuindo- -lhe o nome de “negociação primal”. O au- tor afirma que “o negociador primal aplica toda a ênfase no exercício do seu poder, na expressão das suas vontades e interesses, na conquista de ganhos, sem considerações pelo relacionamento” (FERREIRA, 2013, p. 30). O autor complementa ainda que as ne- gociações desse tipo se assemelham às lu- tas ou guerras. Na competição, o interesse, financeiro ou de qualquer outra natureza, é tão evidente que não se deseja abrir mão dele, não há inte- resses em manter relacionamentos futuros, ou seja, o vínculo entre as partes será des- feito ao findar a negociação. Como exem- plos desse tipo de negociação, Vanin (2013) menciona os divórcios e as aquisições de bens. O estilo de abstenção, ou indiferença, é ca- racterizado quando o jogo de interesses é de importância trivial para as partes, por isso não há interesse emcriar ou prolongar si- tuações de conflito pela questão envolvida. Por exemplo, uma relação de compra e ven- da de um produto de baixo custo, ou quando vamos a um local que estabelece regras cla- Unidade 4 • Estratégias de negociação82/187 ras que podemos até, internamente, ques- tionar, mas que discutir naquele momento implicaria desperdício de tempo e esforço muito maior do que o próprio interesse ou indignação (CHIAVENATO, 2014) (VANIN, 2013). O estilo de negociação de relacionamento tem como principal objetivo manter o vín- culo de relacionamento entre as partes por longo prazo. É marcado por um alto grau de colaboração e compreensão entre as par- tes. Nesses casos, o importante é não gerar conflitos e ambas as partes são conscientes sobre o que é “certo” ou “errado” dentro da- quela relação (CHIAVENATO, 2014) (VANIN, 2013). Dentre as características da negociação do tipo relacionamento, podemos mencionar a realização de concessões em prol do outro, aceitar certas condições ou fazer aquisições sem pensar no favorecimento imediato, dentre outros aspectos (VANIN, 2013). Nes- se tipo de relacionamento de negociação pode ocorrer alguma insatisfação não ma- nifestada pelas partes. A fuga ou a esquiva se manifesta nas rela- ções pessoais sob a forma de silêncio, afas- tamento entre as partes ou pela expressão ferina do sarcasmo. Os ressentimentos in- ternalizados pelas pessoas, quando muito fortes e repetitivos, se transformam em for- tes emoções, capazes de ocasionar proble- mas de saúde, como aumento da pressão sanguínea, doenças cardíacas, insônia, falta de concentração e até úlceras. (FERREIRA, 2013, p. 32) Unidade 4 • Estratégias de negociação83/187 Ferreira (2013) denomina esse tipo de ne- gociação (de relacionamento) como “fuga” ou “esquiva”. Nos relacionamentos inter- pessoais, esse tipo de conduta gera uma falsa sensação de “paz”, que futuramente explodirá em um problema ainda maior, pois aquele que abre mão e abdica, hora ou ou- tra, se sentirá incomodado com a situação que concordou, e ou não vai cumprir com os acordos, ou entrará em confronto. Por isso, é sempre recomendado estimular o diálogo entre as partes para que esse tipo de situa- ção não venha a ocorrer. A relação de colaboração apresenta alta assertividade e alta colaboração, trata- -se de uma relação em que ambas as par- tes são “ganhadoras”, ou seja, ambas veem vantagens em manter a relação. Por isso, o conflito se faz presente, pois quando os in- divíduos entram em contradição de ideias e posicionamentos, é gerada uma discus- são que pode promover o crescimento e a evolução de ambos. O conflito, nesse caso, é positivo, pois ele gerará mudanças pensa- das por ambos e eliminará as visões tradi- cionalistas acerca daquele problema de for- ma que ambos se beneficiem dos resultados (CHIAVENATO, 2014) (VANIN, 2013). Unidade 4 • Estratégias de negociação84/187 O relacionamento colaborativo exige em- patia e um alto nível de conscientização da emoção e do autocontrole. Nas negociações comerciais, esse tipo de relacionamento é mais natural do que nas relações interpes- soais, porque as pessoas têm dificuldade de conseguir analisar o problema ou a re- lação de poder de forma racional e empáti- ca. Contudo, quando consegue, o indivíduo inicia sua preocupação com a obtenção de seus objetivos e também com o outro. Essa negociação, por envolver racionalidade, é também conhecida como cognitiva (FER- REIRA, 2013). Link De acordo com William Ury, professor da Univer- sidade de Harvard, existem algumas ferramentas que garantem que as negociações sejam benéfi- cas para ambas as partes. O artigo a seguir tra- ta desta temática e está disponível em: <http:// scholar.googleusercontent.com/scholar?- q=cache:acpNK5mjMYcJ:scholar.google. com/+%22estilos+de+negocia%C3%A7%- C3%A3o%22&hl=pt-BR&as_sdt=1,5&as_ vis=1>. Acesso em: 8 out. 2017. Link Quando se opta pela negociação cognitiva, a qual é mais recomendada, presumimos que haja a comunicação eficiente entre as partes. Nes- se sentido, o artigo a seguir trata da influência da comunicação nesse processo. Disponível em: <http://www.educorp.net.br/arquivos/pd- f/2016-comunicacao-e-negociacao-estu- dos-de-comunicacao.pdf>. Acesso em: 8 out. 2017. Unidade 4 • Estratégias de negociação85/187 Há, por fim, um quinto tipo de relaciona- mento estratégico de negociação, Vanin (2013) chama de negociação traiçoeira e Chiavenato (2014) classifica como transi- gente. Observe que na Figura 4.1 esse tipo de modelo está no centro, isso ocorre devi- do à sua característica de moderação, trata- -se de uma relação que tem divisão igual de interesses e poderes. A relação de equidade requer jogo de cintura até que se chegue ao momento de agir, e tal ação será conduzida de acordo com o interesse do momento. Vanin (2013, p. 46) elenca alguns tipos de ações que podem ser adotadas na negocia- ção transigente: • Pode-se tolerá-la, prosseguir na ne- gociação e se defender de forma a não assumir perdas, evitar negociar com a pessoa no futuro. • Pode-se também reagir à altura, re- tribuindo com propostas ultrajantes, situação em que a negociação segue para rumos inflexíveis e dificilmente se chega a um acordo. Obviamente que essa situação ocorre proposita- damente e objetiva não chegar a um acordo. • Se o item negociação é muito impor- tante e necessário, nessa situação po- de-se negociar também a forma como a negociação ocorrerá, o que evitará que ocorram propostas descabidas num próximo encontro. • Outra alternativa é desmascarar a ou- Unidade 4 • Estratégias de negociação86/187 tra parte, alternativa difícil de prati- car de forma não emocional. O ideal é agir friamente, de forma a demonstrar firmeza e perspicácia, o que levará a outra parte a evitar agir assim nova- mente com você. Irritar-se e atacar a outra parte pode ser considerado ati- tude anormal e fatalmente levará a posicionamentos inadequados para ambas as partes. Portanto, ser transigente ou traiçoeiro na negociação é algo que deve ser veemente- mente combatido, podendo traçar estraté- gias para que tal negociação se transforme em um dos outros quatro tipos de relacio- namentos. É claro que o tipo de conflito a ser encarado não depende da decisão de apenas uma das partes, pois não há como controlar e decidir pelo outro (VANIN, 2013). Contudo, sempre é possível influenciar a outra parte com estratégias de negociação, por exemplo, incluindo na pauta da nego- ciação outros aspectos e fatores que pos- sam somar valor à questão em discussão. Dessa forma, você trará novas opções e ho- rizontes à outra parte e, devido ao jogo de Link O artigo “Intercooperação e estilos de negocia- ção em cooperativas produtoras de vinho no Rio Grande do Sul” trata do relacionamento de coope- tição, trazendo um estudo de caso sobre coopera- tivas de vinícolas. Disponível em: <http://www. redalyc.org/articulo.oa?id=87815121005 >. Acesso em: 8 out. 2017. Unidade 4 • Estratégias de negociação87/187 interesses em pauta, poderá conseguir ti- rá-la do estado competitivo/primal e trazê- -la para uma discussão mais racionalizada (FERREIRA, 2013). Por tudo isso, aconselha-se que, ao identifi- car um conflito, é preciso ter cautela e, após iniciar o processo de discussão, propor uma trégua ou afastamento para que as partes possam refletir sobre o ocorrido, sobre as vantagens e desvantagens envolvidas na negociação, sobre seus anseios e expectati- vas e, assim, conseguir finalizar a discussão de forma mais cognitiva do que emocional. Só dessa forma será possível que a negocia- ção se encerre sem deixar sequelas (FERREI- RA, 2013). Para saber mais Por
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