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BRASIL MAPA DA FOME “O principal fator que põe em risco a volta da fome no Brasil é o baixo crescimento econômico” (José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO) De acordo com a Radis, o Mapa da Fome é um indicador elaborado pela FAO que, desde 1990, periodicamente, combina dados e analisa a situação de segurança alimentar da população mundial, fazendo projeções e traçando diagnósticos nos diferentes países e regiões do globo. Estar incluído no mapa significa ter parte considerável da população em situação de insegurança alimentar, ingerindo uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado. O Brasil saiu do mapa em 2014. Isso não significa que a fome havia acabado, mas que pela primeira vez em sua história o país teve menos de 5% de sua população subalimentada. Em 2003 programas emergências criados como, O Fome Zero apresentou uma perspectiva positiva de integração entre as áreas de SAN e as demais políticas públicas. Os três eixos de intervenção propostos por essa política apontam possibilidades concretas de integração entre essas áreas: o primeiro, mediante a implantação de políticas públicas integradas na área alimentar. O segundo, com a criação de canais de participação popular na construção de uma Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. E o terceiro, quando envolve a população em um grande mutirão ético contra a fome e mobiliza a sociedade em relação às alternativas de combate à fome no país. Com a criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, que articulado a diversas outras ações, como a construção de escolas técnicas no semiárido e construção de cisternas, entre outras. Em 2014, depois de reduzir em 82,1% o número pessoas subalimentadas, o Brasil finalmente deixou o vergonhoso mapa da fome da ONU. Menos de quatro anos depois, o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff impôs uma agenda perversa, que afetou, sobretudo a população mais pobre. Cortes em benefícios e programas sociais excluíram do Programa Bolsa Família 1,1 milhão de famílias, o que representa 4,3 milhões de pessoas, a maioria crianças. Com o aprofundamento da crise pela política econômica, cresceu o desemprego e vieram mais cortes em ações como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A ameaça de crescimento do número de pessoas severamente subalimentadas no país é real, e uma das causas é o desemprego e do subemprego elevados, com queda abrupta da renda das famílias, como também da estagnação econômica após dois anos de recessão, o aumento no número de pessoas desempregadas e também daquelas com empregos temporários e precários, fazendo bicos, são dois indicadores diretamente relacionados à insegurança alimentar, porque ou significa a ausência de remuneração de trabalho ou significa rendimento instável e muito baixo. Outro indicador é o número de pessoas sem nenhuma forma de rendimento e que não se beneficiam de nenhum dos programas públicos de transferência de renda, como o Bolsa Família e a aposentadoria rural. De acordo com esses dados oficiais, são mais de 7 milhões que estão nessa situação. O país voltou a crescer economicamente em 2017, mas apenas 1%. Ano Presença de subalimentação severa em relação à população total do país (%) 1999/2001 11,9 2004/2006 4,6 2009/2011 < 2,5(*) 2011/2013 < 2,5(*) 2012/2014 < 2,5(*) 2014/2016 < 2,5(*) 2015/2017 < 2,5(*) Fonte: Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Brasil 2018 / FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação). *Menor que 2,5% Josué de Castro identifica dois tipos de fome: a “epidêmica” e a “endêmica”. a primeira, provocada por catástrofes ecológicas ou políticas; a segunda, mais conhecida como “subalimentação”, isto é, a alimentação abaixo do necessário por falta de alimentos vitais, embora vivendo em ambientes com abundância de tais alimentos. “A fome está muito associada à pobreza extrema, e temos preocupação sobre políticas de restrições orçamentárias que estão sendo implementadas”, afirmou o economista Francisco Menezes A questão social está visceralmente vinculada ao conflito entre capital e trabalho, significando, no sentido universal do termo, o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs ao desenvolvimento da sociedade capitalista (Iamamoto, 2001) “O CONSEA Nacional era um órgão de assessoramento à Presidência da República cuja competência institucional tratava do controle social na formulação, execução e monitoramento da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Representava um espaço de consolidação da participação da sociedade nas políticas voltadas à promoção de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis e de defesa de uma agenda da administração pública que defenda os cidadãos da violação do direito humano à alimentação adequada. A Medida Provisória n. 870, de 01 de janeiro de 2019, publicada pelo novo governo federal de modo a estabelecer a organização administrativa dos órgãos da Presidência da República e seus Ministérios, trouxe más noticias para a política pública de segurança alimentar e nutricional. Ela revoga inciso e artigo da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional/LOSAN, de 2006, de modo a levar a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional/CONSEA na estrutura organizativa do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – SISAN.” Conclusão A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de pessoas no Brasil e no mundo. Apesar dos grandes avanços econômicos, sociais, tecnológicos, a falta de comida para milhares de pessoas no Brasil continua. Esse processo é resultado da desigualdade de renda, a falta de dinheiro faz com que cerca de 32 milhões de pessoas passem fome, mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade mínima diária de calorias, ou seja, se alimentam de forma precária. Número extremamente elevado, tendo em vista a extensão territorial do país que apresenta grande potencial agrícola. Mas isso é irrelevante, uma vez que existe uma concentração fundiária e de renda. Grande parte do dinheiro do país está nas mãos de somente 10% da população brasileira. Podemos observar que mesmo com programas sóciais que foram grandes colaboradores para que o Brasil revertesse o quadro da fome no pais, a desigualdade social, ainda é uma realidade que nos coloca em risco para que voltemos a fazer parte novamente do mapa da fome. A solução para a questão parece distante, envolve uma série de fatores estruturais que estão impregnados na sociedade brasileira. Fornecer cestas básicas não resolve o problema, apenas adia o mesmo, é preciso oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidade de se auto-sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna. A temática da fome vai nos levar a perceber que o pais precisa reagir para não perder o que já foi conquistado, porém não nos deixa confortáveis.Nos faz refletir sobre o que podemos fazer quanto cidadãos e o que desejamos e queremos que nossos governantes quanto nação. Referências Bibliográficas Textos & Contextos Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 5, ano V, nov. 2006 https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/10/17/jose-graziano-fao-onu-mapa-da-fome-brasil-obesidade.htm brasilescola.uol.com.br/brasil/fome-no-brasil.htm brasil.estadao.com.br/noticias/geral,combate-a-fome-no-brasil-se-estagnou-diz-onu,70002496919 O ronco da fome: 'Radis' debate a possível volta do Brasil ao Mapa da Fome
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