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RESENHA Elaboração e Planejamentos de Projetos Sociais (cap 1,2 e 3)

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Nome: Rafael Mello da Silva
Curso: ELABORAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS SOCIAIS
Disciplina: ELABORAÇÃO E PLANEJAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS
Título da obra: Projetos sociais: benefícios e custos sociais, valor dos recursos naturais, impacto ambiental, externalidades - 5° Edição 
Autor: CONTADOR, Cláudio Roberto.
 O objetivo deste texto é analisar a obra lida, proporcionando elucidações detalhadas de como proceder diante da preocupação de agentes financeiros diante de conflito entre interesses sociais, sofrido pelo técnico encarregado de elaboração de análises de projetos. Diferenças básicas entre avaliação privada e social, discutindo objeções e falácias reiteradas tratando do instrumental básico, dos indicadores para seleção, do cálculo do salário social e das taxas sociais de câmbio e de desconto, apresentando-se estimativas para o caso brasileiro. A incerteza como problema, os efeitos da poluição e outras externalidades. Os problemas criados pela inflação, a desigualdade de renda e a avaliação social em prática no Brasil. 
O sucesso de um plano depende diretamente da forma como são tomadas as decisões e da qualidade das medidas implantadas. Os investimentos públicos podem e tendem a ser guiados por decisões administrativas, que procuram interpretar as prioridades globais. Através da taxação e de estímulos fiscais, o setor público tem condições de coordenar os investimentos privados, ao mesmo tempo em que corrige as distorções existentes na economia. A avaliação social serve para examinar os efeitos diretos e indiretos que são ou serão causados por um determinado projeto. Permite, as- sim, identificar quando a economia como um todo está sendo prejudicada ou favorecida. A questão mais séria é como induzir os indivíduos a adotarem as decisões que conciliem os interesses privados e sociais.
Segundo Contador (2014), aquelas avaliações que são processadas, levando em consideração o ponto de vista da comunidade ou da sociedade como um todo, são empreendidas sob o enfoque social. As diferenças, portanto, entre os critérios de avaliação privada e social dizem respeito aos diferentes enfoques que são utilizados para a valorização dos recursos e dos produtos dos projetos. A avaliação privada enfatiza os benefícios e os custos a preços de mercado, uma vez que os recursos e os produtos podem ser obtidos e negociados em um mercado específico. Já a avaliação social utiliza preços sociais que expressam o valor que a sociedade estaria disposta a pagar pelos bens e serviços proporcionados pelo projeto em questão.
A avaliação social de projetos não se destina a perfeccionistas, o que não significa que a teoria econômica deva ser abandonada. O mais importante é adotar simplificações aceitáveis da realidade, sem perder a capacidade de tratar problemas mais complexos. Medidas para induzir à escolha da melhor opção social, embora não possa forçar diretamente o empresário a realizar um projeto, o governo tem formas de levá-lo a tal escolha voluntariamente, modificando algumas condições existentes, por exemplo, eliminando ou reduzindo tributos e encargos sociais. Projetos podem ser – e geralmente são – avaliados independentemente, sob vários outros aspectos, pelo banqueiro ou instituição financiadora, pelos governos federal, estadual e municipal. Os perfis não são necessariamente os mesmos, da mesma forma que os perfis social e privado dos projetos diferem entre si. É de esperar também que o mesmo projeto desperte interesses variados segundo a ótica e objetivos de quem, ou em nome de quem, o examina.
A decisão sobre a viabilidade de um projeto isolado ou comparado à de outros projetos exige o emprego de critérios e regras que devem ser obedecidos para que os projetos possam ser aceitos e ordenados por preferência. Dos diversos critérios de viabilidade existentes, são os cinco principais: 
Payback: Mostra o número de períodos necessários para recuperar os recursos despendidos na implantação do projeto.
Valor Presente Líquido: É ́ um critério mais rigoroso e isento de falhas técnicas. Corresponde à soma algébrica dos valores do fluxo de um projeto, atualizados à taxa ou taxas adequadas de desconto. O projeto será viável se apresentar um VPL positivo e, na escolha entre projetos alternativos, a preferência recai sobre aquele com maior VPL positivo.
Valor Presente Unitário: Corresponde simplesmente à relação entre o valor presente líquido e a soma atualizada dos investimentos na implantação do projeto.
Taxa Interna de Retorno: 
Relação Benefício-Custo:
Os projetos não têm duração infinita. É bem verdade que, por aproximação, um projeto com benefícios perdurando por 25 ou 30 anos pode ser considerado como infinito. Mas, em casos menos extremos, os projetos têm uma vida útil que varia entre poucos anos até uma ou duas décadas. Se dois ou mais projetos tem vida diferente, a sua comparação exige alguns cuidados especiais. Projetos são ditos interdependentes quando o valor presente dos benefícios e/ou dos custos do conjunto de projetos difere da soma dos valores presentes dos projetos se realizados isoladamente. A interdependência entre projetos exige que a avaliação seja feita no conjunto ou em “carteiras”. 
A causa básica para a interdependência entre projetos é a existência de externalidades, sob a forma de impactos cruzados. Como qualquer externalidade, os efeitos podem ser positivos ou negativos. No caso de efeitos positivos, os projetos são ditos complementares ou com sinergia e, no de efeitos negativos, são ditos substitutos. Os efeitos podem ocorrer nos custos e/ou nos benefícios. Se não existe racionamento de capital – ou seja, a agência ou investidor não sofreu “cortes” em suas solicitações orçamentárias ou dispõe de recursos suficientes para implantar ou financiar todos os projetos com valor presente positivo à taxa de desconto relevante –, o critério de ordenação é através do valor presente dos projetos. Timing compreende duas questões básicas: quando iniciar o projeto e a escolha da duração do período de gestação. Muitas vezes, a ampliação do prazo de implantação de projetos permite reduzir os custos, pois é possível racionalizar etapas de construções a aquisição de insumos etc. Por outro lado, se reduzirmos o prazo de implantação, os benefícios do projeto são capturados mais cedo.
Questões envolvendo projetos sociais e eventuais análises de seus impactos econômicos e sociais envolvem critérios subjetivos. É extremamente importante que os interessados em projetos desta natureza tenham em mente as limitações essenciais a este tipo de análise, por mais complexas e metodológicas que pareçam.
No Brasil, ainda não temos a tradição e materiais de pesquisa abundantes sobre o assunto, porém há esforços de empreendedores sociais em tornar o processo de elaboração e planejamento de projetos sociais cada vez mais profissionalizado e rigoroso quanto as suas viabilidades e sustentabilidade econômica. Cada vez menos há espaço para despreparados e oportunistas, que enxergam neste nicho uma maneira de se projetarem para interesses próprios e escusos onde acabam por muitas vezes a lançar desconfiança sobre iniciativas sérias, inviabilizando as mesmas. Difundir as técnicas e procedimentos para elaborar e planejar projetos demonstra de forma clara e compreensível seus futuros resultados e impactos, sendo uma questão que permeia não somente a sobrevivência desse tipo de iniciativa, mas também ser vista como fundamental para que vidas sejam mudadas.
Concluindo, para elaborar e planejar um projeto social é importante que tanto em sua forma como em seu conteúdo se expresse que o projeto deve ser claro e objetivo, e possa transmitir a quem o lê todas as informações necessárias para que sua proposta seja bem compreendida. Não é adotar soluções pré-fabricadas, burocráticas, distantes de um projeto social. É estabelecer um futuro desejado, delineando os meios para torná-lo realidade aumentandoa compreensão sobre o trabalho a ser feito, a produtividade, identificando a melhor maneira de agir, evitando erros e desperdício de trabalho. Facilita a comunicação, mostrando o papel de cada um, o que se pensa e como se pretende agir, gerando compromisso e responsabilidades. É pensar antes de agir, é o contrário de improvisar. Planejamento, indicadores e orçamento em projetos sociais são fundamentais para colocar em prática os objetivos e metas estabelecidos no processo, onde se dará base a toda sua estruturação. É onde será definida as principais atividades e respectivos recursos para executá-las.

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