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Resumo de Nefrologia A2 Lucas Silva 1/2019 1.0 Glomerulopatias - Termo geral que inclui todas as doenças glomerulares - Glomerulonefrite é a glomerulopatia com proliferação celular - Barreira de filtração glomerular é formada pela: célula endotelial, membrana basal glomerular e podócito A) Síndromes Clínicas - Anormalidades assintomáticas - Paciente com proteinúria ou hematúria dismorfica - Encontrou proteinúria até que prove o contrário é lesão da barreira de filtração glomerular - Geralmente benigna que não precisa de tratamento e some espontâneo - Síndrome nefrítica aguda - Hipertensão arterial, edema e hematúria - Criança hipertensa e/ou edema com hematúria - No adulto é mais complicado HAS ou hematúria porque já tem um calculo - Síndrome nefrótica - Surge a partir de proteinúria maciça - >= 3,5g nas 24horas por 1,73m2 de superfície corporal - Insuficiência renal aguda (IRA) - Redução subita de uma filtração glomerular - Caracterizado por um aumento da creatinina sérica ou oligúria - Nem sempre é secundária a glomerulopatia - Insuficiência renal crônica (IRC) - Decorrente da perda progressiva e irreversível das funções renais - Todas as doenças glomerulares terminam em IRC se não for bem conduzida B) Mecanismos de Agressão Glomerular - Agressão do glomérulo I) Imune mediadas - Lupus - Por imunocomplexo - In Situ - quando a membrana basal glomerular funciona como antígeno, o organismo para de reconhecer como própria e forma anticorpos - Circulante - Por anticorpo anti MBG II) Não Imune mediadas - Metabólicas - Hereditárias - Adaptação funcional (hiperfiltração) - São decorrentes das causas citadas acima - Sistema de Complemento - Pode ser ativado por três vias A) Via alternativa B) Via da Leptina C) Via Clássica - Essa é a que mais depende da formação de imunocomplexa - Independente da via ativada o denominador comum será o C3 conversasse que promove recrutamento de células inflamatória - O imunocomplexo ativa o sistema de complemento predominantemente pela via clássica, mas em glomérulo fatia pode ter ativação do complemento por via alternativa, sempre culminando em inflamação e morte celular - Principal mediador humoral do processo inflamatório junto aos anti corpos - Entre a via clássica e via comum - Ag - Ac - C4 - Anafilatoxina - C3 - Anafilatoxina Opsinina - C5 Anafilatoxina - (C5,C6,C7,C8,C9 - complexo lítico de membrana) - A) GN imunomediadas - Associadas a imunocomplexos - Infecções - Estreptocócica - Neoplasias - >40a surge que surge com quandro de glomerulopatia deve investigar uma neoplasia Nefrologia 1/2019 Página � de �1 20 Lucas Silva - Drogas - Heroína, sais de iodo - Doenças autoimunes LES - Mais comum é Glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocócica, criança tem infecção de garganta ou impetigo, os antígenos esptreptococócios geram formação de um anticorpo, formam imunocomplexos que se depositam no rim e desencadeiam a cascata inflamatória, desenvolvendo uma glomerulopatia - Associada a anticorpos anti MBG - Cai muito em prova - Síndrome de Goodpasture - 6H:1M - 20-30 anos - Hemoptise precede GN - IRA progressiva + SNefritica - Anticorpo anti-MBG (90%) - BxR: IF de padrão linear - Passa a não reconhecer a membrana basal glomerular e forma um anticorpo contra ela. E não só contra essa membrana, contra a membrana alveolar também - Quadro respiratório com hemoptise precoce e glomerulonefrite que é grave e evolui para IR - EAS com proteinúria e hematuria - Diagnóstico confirma com pesquisa e anti-mbg - Ou biopsia renal - B) GP Hereditárias - Decorrentes de defeito nos genes que codificam cadeias do colágeno tipo IV - Síndrome de Alport - Paciente com HFam de nefrite que geralmente caminha para IRC. -Hematúria dismorfica incialmente - Surdez progressiva sensorial - IR e está surdo (suspeita) - Nefropatia da Membrana Fina - Paciente com hematúria persistente e existe uma Hfam de hematúria sem perda de função renal e sem manifestações extrarrenais (surdez) - Diagnóstico por biópsia renal com microscopia eletrônica para medir a espessura da membrana - C) GP Metabólicas A) Nefropatia Diabética - Mais comum no mundo e á a causa mais frequente de de doença renal crônica - Disfunção das células glomerulares, resultando no aumento da síntese de material semelhante a MBG - A hiperglicemia crônica leva a alterações hemodinâmicas, inflamatórias e estruturais no rim levando ao aumento da síntese de membrana basal e de matriz mesangial - A microscopia, nota-se que entre as alças capilares existe um material amarelado que é acumulo de matriz. Que vai aumentar e substituir todas as alças capilares, até que chega num ponto que o glomérulo está completamente esclerosado B) Amiloidose - Depósito de cadeias leves das imunoglobulinas monoclonais - Solicitar coloração vermelho congo se vier positivo é amiloidose - D) GP Associada a Hiperfiltração - GESF associada - Nefropatia do refluxo - Agenesia renal unilateral - Displasias renais - Nefrectomia (+75%) - Nefrite intersticial crônica - Mecanismo de Lesão por Hiperfiltração 1.1 Classificação Etiológica - Secundária - Doenças neoplásicas - Doenças autoimunes - Drogas - Doenças endócrino metabólicas - Infecções - NADEI A) Secundárias a Doença Neoplásica - Doença de Hodgkin - Mieloma Múltiplo - Carcinomas (cólon, pulmão, estômago, mama, rim, tireóide, ovário, colo uterino, próstata, pâncreas) B) Secundárias a Doenças Autoimunes - Lupus eritematoso sistêmico - Granulomatose de Wegener - Poliangeíte microscópica - Doença de Goodpature - Crioglubulinemia C) Secundárias a Drogas - AINH - Sais de ouro - Penicilamina - Heroína - Antitoxinas (doença do soro) D) Secundárias a Doenças Endócrino Metabólicas - Diabete delito Nefrologia 1/2019 Página � de �2 20 Lucas Silva - Amiloidose E) Secundárias a Infecções - Bacterianas - Streptococcus beta hemolítico do grupoA - Endocardite Bacteriana - Virais - HIV - HCV - HBsAg - Parasitárias - Esquistossomose mansônica 1.2 Princípios Gerais do Tratamento - Preventivo/Profilático - Dietético - Sintomático - Renoprotetor - Imunossupressor A) Preventivo/Profilático - Tratamento rotineiro da estrongiloidiase na vigência de imunossupressão - Quandopossível vacinação: - Hepatite B - Antipneumocócica - Antigripal - Contra Varicela - Proteção gástrica e contra a perda óssea B) Dietético - Restrição de proteína em pacientes com doença renal crônica no estágio 4 C) Sintomáticos - Restrição na ingestão de sal e água - Diureticoterapia D) Renoprotetor - Controle da pressão arterial - Inibidores da ECA ou BRA - Controle da dislipidemia - Estatinas (LDL < 100mg/dL) - Tratamento antiproteinúrico - IECA ou BRA 1.3 Princípios gerais do tratamento 2.0 Infecção do Trato Urinário - É uma colonização de microorganismos com invasão tissular (dos tecidos) gerando uma resposta inflamatória que vai levar a sinais e sintomas de infecção do trato urinário - Cistite (disúria, polaciúria, urgência miccional, dor suprapúbica) - Pielonefrite (febre, dor lombar, comprometimento do estado geral) - De origem comunitária ou hospitalar - Maioria das vezes gram negativo - Sintomas >=10ˆ2 ufc/ml - Pode ser classificada em sintomática ou assintomática ou sintomática PROVA I) Mulher: - 2 amostras de urina >= 10ufc/ml (mesma bactéria jato médio) Ou 1 amostra cateterismo vesical >=10ˆ2 II) Homem: - 1 amostra urina >=10ufc/ml jato médio ou >= 10ˆ2ufc/ml cateterismo A) Qual paciente tem indicação de fazer tratamento de bacteriúria assintomática e realizar cultura? - Geralmente não deve ser tratado. Porém mulher grávida trata (risco de bebe prematuro e pielonefrite), criança com refluxo vesico uretral, pacientes que vão ser submetidos a procedimentos cirúrgicos transplantados também B) Quando o tratamento não é indicado? - Mulheres não grávidas, pré menopausicas, diabético, idosos, lesão medular, uso de cateterismo, - Pode ser isolada ou recorrente - Isolada = iniciou vida sexual ou menopausa (devido ressecamento vagina) - Recorrente = temos recaída e reinfecção - Recaída - tratou e voltou com o mesmo agente - Reinfecção - quando há uma ITU por agente diferente - Pode ser alta ou baixa - Alta = Pielonefrite - rins - Baixa = Cistite, uretra e bexiga - Complicada ou não complicada - Complicada: - Sexo masculino, idoso, infecção hospitalar, gravidez, cateter urinário TU recente, uso recente de antibióticos, Imunossupressor Via Dose de ataque Prednisona Oral 1mg/Kg/dia Ciclofosfamida Oral 2mg/Kg/dia Azatioprina Oral 2mg/Kg/dia Ciclosporina Oral 4-5mg/Kg/dia Metilprednisolona EV 10-15mg/Kg/ pulso Nefrologia 1/2019 Página � de �3 20 Lucas Silva sintomas >7 dias, diabetes mellitus, imunossupressão - Não complicada: - Cistite: disúria, polaciúria; mulheres jovens <=55anos; sem outras comorbidades, não menopausadas, não grávidas, sem itu recente, sem sintomas de vaginite ou cervicite 2.1 Consequências - Risco de abortamento ou parto prematuro - Portanto na gestante é necessário tratar até uma Itu assintomática - Causa de doença renal crônica em rim obstruído (litíase renal -> fluxo obstruído -> estase -> ITU -> pielonefrite + hidronefrose -> sobrecarga renal 2.2 Critério para diagnóstico de invasão tissular A) Clínicos - Irritação vesical, febre, calafrios, dor lombar B) Laboratorial - VHS > 20mm/hora, PCR > 20mg/dl - Leucocitose - Hemocultura positiva (30% a 50%) C) Imagem - USG - Urografia escretoria, uretrocistografia miccional - Tomografia computadorizada - Cintilografia 2.3 Fatores de risco A) No sexo feminino há picos de ITU - Início da atividade sexual ou quando troca de parceiro, gestação e menopausa - Ato sexual, primeiro episódio de infecção urinária na infância (<15 anos), história materna de ITU - Uso de espermicida, higiene deficiente ou em excesso, maior número de gestações B) Mulheres idosas - Diabetes, incontinência urinária, menopausa OBS: IDOSOS muitas vezes é oligossintomático não faz febre, não queixa de dor, só é observado uma prostração. Por essa razão apresenta mais pielonefrite. Quando reclama já chega nos sintomas de pielonefrite. 2.4 Defesa Locais do Homem e Mulher 2.5 Piúria vs ITU - Piúria pode ser: A) Contaminação B) Doenças inflamatórias (não ITU) No trato urinário C) Inflamação fora do trato urinário - Não existe infecção (ITU) sem piúria - Piócitos - 50% de ser ITU e 50% de não ser - Pode contaminar a urina na hora da coleta - Bacteriúria - Presença de bactérias na urina - Bacteriúria significativa - Contagem de colônias >=10^5ufc/ml -> assintomática 2.6 Microbiologia - Bactérias gram - são as principais causadoras de ITU - E.coli 76.7% das ITUs - As demais é Enterococcus, pseudomonas e proteus. 2.7 Patogenia - Enterobactéria uropatogênica -> colonização região peri uretral -> vestíbulo vagina -> bexiga -> rim - Principais fatores predisponentes na mulher adulta - Na queda da imunidade ou outro fator a bactéria ascende pelo trato através dos seus fatores de virulência como as fímbrias 2.8 Resistência Bacteriana - Há considerável variação geográfica entre suscetibilidade antimicrobiana da E.Coli. - E.coli de um hospital pode responder bem a certo antibiótico o que pode ser diferente em outro hospital - Alta resistência a Bactrim - Floroquinolonas tendência de aumento a resistência a longo tempo - Cefalosporinas oral de primeira e segunda geração e amoxicilina+clavulanato são geralmente <10% (Taxa de resistência baixa) 15 aos 50 50 aos 70 >70 anos Atividade Sexual Deficiência estrógeno Cateterização Espermaticida Cirurgia urogenital Incontinência Antimicrobianos Incontinência Cir. Urogenital Hist Materna ITU Urina residual Demência ITU prévia Cistocele Antimicrobianos Nefrologia 1/2019 Página � de �4 20 Lucas Silva 2.9 Reconhecimento A) Cistite Aguda - Disúria, polaciúria, dor suprapúbica, urgência, hematúria = 50% probabilidade de acerto - Ausência de fluxo e/ou irritação vaginal = 90% de acerto I) Cistite Aguda Não Complica - Eventual ou 2 meses de intervalo entre o atual e o episódio anterior - Sintomas urinários baixos (disúria predominantemente terminal ou total) - Polaciúria e/ou dor suprapúbica - Pode ser acompanhado de hematúria - Ausência de fluxo e/ou irritação vaginal - De febre, dor lombar e de critérios de ITU complicada com exame físico normal - Tratamento por 3 dias sem necessidade de exames laboratoriais II) Cistite Aguda Complicada - Apresentação clínica igual da cistite aguda não complicada - Associada a condições prévias que aumentam risco de falência do tratamento - ITU em homens, mulher >65 anos, DM, gravidez, nefrolitíase com obstrução, sintomas por mais de 7 dias, anormalidade anatômicas e/ou funcionais do trato urinário que dificultem o livre trânsito de urina - Tratamento7 a 10 dias com necessidade de urocultura prévia B) Pielonefrite Aguda - Indicações para hospitalização - Perda via oral (vômitos), PNA em homens, PNA na gravidez, PNA associada a anormalidades anatômicas e/ou funcionais do trato urinário - PNA associada a sepse grave ou choque séptico - Tratamento 10 a 14 dias com necessidade de coleta prévia de exames complementares I) Por pseudomonas aeruginosa: Fatores de Risco - Obstrução do trato urinário, prostatite crônica, antibioticoterapia prévia, infecções recorrentes, cateter vesical II) Enterococo: Fatores de Risco - Permanência prolongada em UTI, Instrumentação urológica, antibioticoterapia prévia, hospitalização prolongada, cateter vesical Medicamentos: Imipenen, cefepime, *ampicilina 2.10 Infecções Urinárias que devem solicitar estudos por imagens - Crianças com menos de 6 anos - DMSA ou urografia escretoria - Uretrocistografia miccional - Homens, PNA hospitalizada, recaída, hematúria persistente pós tratamento, ITU por bactérias urease positiva, falha de tratamento 2.11 ITU Nosocomial - Principal fator de risco é cateter urinário - Para cada dia de cateterismo +5 bacteriúria - 90% de bacteriúria assintomática - Bacteremia em 4% desses - Microbiota habitualmente polimicrobiana (~15% cândida) ITU não complicada ITU nosocomial Idade Jovem Idoso Sexo Feminino Fem > Masc > Fator de Risco Coito Cateter Patogênese Flora fecal ascendente Flora fecal extraluminal Microbiologia E.Coli Gram -, + e candida Clínica Cistite, pielonefrite Febre, confusão mental, leucocitose Diagnóstico BA >= 10ˆ5 UFC/ml ITU >=10^3 UFC/ml BA >= 10ˆ5 UFC/ml ITU >=10^3 UFC/ml Resistência Comum Previsível Multirresistente Tratamento 3 dias 7 a 14 dias Prevenção Abstinência sexual Quimioprofilaxia Reduzir número e tempo de cateter Nefrologia 1/2019 Página � de �5 20 Lucas Silva 3.0 Glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocócia - GNDA - Decorrente de um processo inflamatório agudo glomerular, manifesta pelo aparecimento súbito de: - Hematúria glomerular dismórfica, edema, hipertensão arterial (tríade clássica síndrome nefrite aguda), diminuição do volume urinário e redução variável da função renal - HAS é sal dependente - Mulher com síndrome nefrite aguda não infecciosa até que se prove o contrário é glomerulonefrite lúpica - Encefalopatia hipertensiva fala a favor de GNDA - Criança com hematúria, edema, lesão de pele, PA elevada até que se prove o contrário está com GNDA 3.1 Classificação Etiológica: A) Primária (patologias restritas ao rim) B) Secundária I) Infecciosas - Pós estreptocócica - Não pós estreptocócica - Bacteriana: Endocardite, abscessos, sepse - Virais: Hepatites B e C, MNI, Varicela - Parasitárias: Malária, toxoplasmose 3.2 GNDA pós estreptocócica - PROVA - Streptococcus Beta hemolítico do grupo A de lancerfield - Nunca inferior a 4 dias A) Piodermite: - Tipos 49 (principalmente), 2, 42, 56 e 60 - Incubação 14 a 28 dias B) Faringoamigdalite: - Tipos 12 (principalmente) 1, 4 e 25 - Incubação 4 a 21 dias - Pico de ocorrência entre 6 e 10 anos - Recuperação completa em 95% das crianças 3.3 Patogênia GNDA pós estreptocócica - Imunocomplexos formados in situ, há essa deposição na barreira de filtração glomerular levando ativação do sistema de complemento e ativação de neutrófilos -> Desencadeando inflamação e logo proliferação celular A) Processo Inflamatório Glomerular - Proteinúria (<3,5g/24h/1,73m2), Hematúria(cilindros hemáticos caracteristicamente dismórficos- Acantocítica) e Leucocitúria (Cilindros leucocitários) - Menor superfície filtração (Kf) - Menor RFG (ritmo filtração glomerular)- Leva a Oligúria e Uremia - Retenção de Sódio e H2O - Levando a Edema, Hipervolemia, HAS 3.4 Patologia A) Microscopia - GN endocapilar, difusa, global e exudativa B) Microscopia de imunofluorescência - Padrão granular, IgG e C3 C) Microscopia Eletrônica - Depósitos imunes subendoteliais 3.5 Diagnóstico - Suspeitar em todo paciente com síndrome nefrítica na faixa etária entre 6 e 10 anos - Documentação de infecção estreptocócia - Cultura de secreção de orofaringe ou impetigo - Títulos elevados de anticorpos contra antígenos do estreptococo - ASTO elevado 2-5 semanas após a infecção - Anti-DNAse B - Ag Exotoxina Pirogência Estreptocócica B - Ausência de manifestações extra-renais que possam indicar uma etiologia específica 3.6 Quadro Clínico PROVA Solicitar : A) SANGUE: Hemograma completo, Uréia, creatinina, Sódio, potássio, ASTO, anti- DNAse B, complemento sério (C3, C4, CH50) - C3 quem estar diminuído na GNDA pós B) URINA: EAS (tipo 1), microscopia de fase da urina, proteinúria de 24h ou relação proteína/creatinina Hematúria 100% micro, 30% macro Edema 85% Hipertensão Arterial 70% Encefalopatia HA 5 a 10% Oligúria 50% Proteinúria 10% nefrótica Congestão Circulatória 12 a 20% Nefrologia 1/2019 Página � de �6 20 Lucas Silva 3.7 Complemento - PROVA * normaliza-se em até 8 semanas 3.8 História Natural - PROVA 3.9 Indicação de Biópsia Renal - TEM QUE SABER - Será necessário submeter o paciente quando a doença ão ocorre em seu curso habitual: - Oligúria por mais de 1 semana - Hipocomplementemia por mais 8 semanas - Proteinúria nefrótica por mais de 3 meses - >3,5g/24h/1,73m2 em adultos - >50mg/24h criança - Evidência clínica ou sorológica de doença sistêmica - Lupus ou outra doença - Persistência de hematúria ou proteinúria acentuada - Evidência Clínica de GNRP - IRA (insuficiência renal aguda) Anúria e aumento acelerado das escórias nitrogenadas (ureia e creatinina) - GNDA de repetição 3.10 Tratamento A) Controle da congestão circulatória - Repouso relativo - Restrição de sal e água - Furosemida 4mg/kg/dose 1 a 4x/dia - Hipotensores (Nifedipina, Anlodipina, Metildopa) - Nitroprussiato de sódio - Nível hospitalar B) Erradicação da estreptococcica - Penicilina Benzatina - Eritromicina - Antibioticoterapia precoce não previne o aparecimento de GNDA-PE - Não está indicado antibiotico profilático nos pacientes que já desenvolveram GNDA-PE - Familiares devem ser rastreados com culturas e tratados se positiva 4.0 Síndrome Nefrítica Aguda - Síndrome decorrente de processo inflamatório agudo glomerular manifesta pelo aparecimento súbito de hematúria, edema, hipertensão arterial, diminuição do volume urinário e redução variável da função renal 4.1 Fisiopatologia - Processo inflamatório glomerular A) Leva a proteinúria, hematúria, leucocitúria - Proteinúria de <3,5g/24h/1.73m2 B) Leva a diminuição da superfície de filtração (Kf) - Logo diminuição do ritmo filtração glomerular A) Quer por sua vez oligúria e uremia B) Retenção Renal de Na+ e H2O - Levando a edema, hipervolemia, HAS (sal dependente) 4.2 Classificação Etiológica I)Primárias - São as GN que a patologia está restrita aos rins, ou seja, o órgão alvo é única e exclusivamente o rim. Aqui nós temos temos: A) Nefropatia por igA (ou doença de Berger) - Pico de incidência na segunda década de vida a terceira (11 a 29 anos) - Apresentação: - Clássica: hematúria macro 2 a 3 dias após infecção - Insidiosa: hematúria micro + proteinúria não nefrótica - Normocomplementêmicas - Aumento de IgA sérica (50%) Hipocomplementêmicas Normocomplementêmic as GN pós estreptocócica* GN das vasculites sistêmicas GN Lúpica Nefropatia IgA GN crioglobulinemia Púrpura de Henoch Schonlein GN membranoproliferativa GN por anticorpo anti MBG GN da endocardite e do “shunt" Oligúria até 7 dias Hipocomplementemia até 8 semanas Proteinúria nefrótica até 3 meses Proteinúria sub- nefrótica até 2 anos Hematúria microscópica até 2 anos Nefrologia 1/2019 Página � de �7 20 Lucas Silva - IF: depósitos mesangiais de IgA - 30% evolui para IRC - Hematúria microscópica + proteinúria não nefrótica B) GN membranoproliferativa C) GN Mesangial II) Secundárias 1) Infecciosas 2) Não infecciosas 1) Secundárias Infecciosas - Pós estreptocócica - Lembrar que: - Cepa 49 - Piodermite - Incubação 14-28 dias - Cepa 12 - Faringoamigdalite - Incubação 4-21 dias - Streptococcus Beta Hemolítico do Grupo A de Lancerfield - Apenas 15% dos infectados vão desenvolver - Pico de ocorrência entre 6 e 10 anos - Recuperação 95% das crianças - Nunca inferior a 4 dias - Toda criança com hematúria, edema, lesão de pele, PA alta até que se prove o contrário é GNDA pós estrepto - Não pós estrepto A) Bacteriana: Endocardite, abscessos, sepse B) Virais: Hepatites B e C, MNI, Varicela C) Parasitárias: malária, toxo, esquistossomose - Esses microorganismos produzem antígenos (Ags) que induzem a formação de anticorpos (Acs) que formam imunocomplexos (Ics) que se depositam nos rins ativam a cascata de complemento e o glomérulo inflama levando a GN. 2) Secundária Não Infecciosas A) GN rapidamente progressiva - Urgência nefrológica - Edema, hematúria, HAS - Rápida perda da função renal - MO: crescentes (>50% dos glomérulos) - Classificação: A) PAUCI IMUNE: vasculhe de pequenos vasos ANCA + B) IMUNOCOMPLEXO: GNDA, Berger, LES C) Anticorpo ANTI MBG: Síndrome de goodpasture - Beneficia-se de pulsoterapia com metilprednisolona - Anticorpo Anti citoplasma de neutrófilos pAnca: Poliangiite microscópica - Relação fisiopatológica com a GW - Vasculite necrotizante, sistêmica, não forma granulomas, não há envolvimento das VAS - Síndrome pulmão rim - Infiltrado pulmonar com hemoptise+glomerulonefrite cANCA: granulomatose de Wegener - Vasculite granulomatosa, necrotizante, sistêmica - Tríade clássica - Sinusite - Nódulos pulmonares - Glomerulonefrite B) Lupus eritematoso sistêmico - GN Lúpica - PROVA - Mulher com GN é LES até que se prove o contrário - Critérios para diagnóstico de LES - Eritema malar, lesão discóide, fotossensibilidade, úlceras orais/nasais, artrite não erosiva, serosite: pleuris e/ou pericardite. Comprometimento renal: proteinúria >0.5g ou cilindrúria, alterações neurológicas: convulsões ou psicose, alterações hematológicas: anemia hemolítica, leucopenia, linfopenia ou plaquetopenia, alterações imunológicas: anti-DNA, anti SM ou antifosfolipide + ou VDRL falso positivo, FAN + - 4 critérios não precisa ser no mesmo dia = 96% sens. e especif. - GN pode ser a primeira manifestação do LES - Classe III e IV são as mais graves - III: GN focal - IV: GN difusa - Complemento sérico reduzido - Sedimento urinário caleidoscópio: - Hematúria, piúria, cilindrúria + proteinúria C) Púrpura de Henoch Schonlein - Forma sistêmica da nefropatia IgA - Púrpura palpável não trombocitopênica de MMII (cicatriz umbilical pra baixo) - Glomerulonefrite com depósitos mesangiais de IgA - Artralgia - Dor abdominal - Edema, Hematúria, HAS, Púrpura não trombocitopênica D) Poliangiite microscópica E) Granulomatose de Wegener F) Síndrome de Goodpasture Nefrologia 1/2019 Página � de �8 20 Lucas Silva 4.3 GN Membranoproliferativa - Mesangiocapilar ou hipocomplementêmica - Apresentação - Clássica: síndrome nefrítica com componente nefrótico ( Proteinúria >3,5g/24h/1,73m2) - Crianças e adultos jovens - Predomina em crianças e adultos jovens - 50% associada a infecções (hep. B e C, HIV, endocardite, esquistossomose, abscessos) - 50% doenças autoimunes - Diagnóstico com biópsia renal onde observa duplicação da membrana basal glomerular (MBG) na MO - MO: proliferação mesangial+duplicação da MBG - 50 a 60% evolui para IRC em 10 a 15 anos - GNDA complemento se normaliza em até 8 semanas se NÃO normalizar -> GN Membranoproliferativa 4.4 Laboratório A) Sangue: - Hemograma completo - Uréia, creatinina - Sódio, potássio - ASTO, Anti DNAse B - Complemento sérico - C3, C4, CH50 - CH50 é o complemento hemolítico total dando visão geral da cascata de complemento, de modo que se ele estiver baixo significa que a cascata de complemento foi ativada. C4 baixo com C3 baixo -> via clássica de ativação. C4 normal com C3 baixo -> via alternativa de ativação - Marcadores sorológicos de LES (FAN) - Marcadores virais (HIV, hepatites B e C) - Marcadores de vasculares sistêmicas - pANCA e cANCA B) Urina : - EAS (urina tipo 1) - Microscopia de fase da urina - Proteinúria de 24horas ou - Relação proteína/creatinina * Esperas-e proteinúria, hematúria, leucocitúria estéril, cilindros hematícos- leucocitários 4.5 Avaliação do Complemento - PROVA * Normaliza-se com até 8 semanas 4.5 Diagnóstico - Indicações de biópsia renal A) Oligúria por mais de 1 semana. B) Hipocomplementemia por mais de 8 semanas. C) Proteinúria nefrótica por mais de 3 meses. D) Evidência clínica ou sorológica de doença sistêmica. E) Evidência clínica de GNRP: - Anúria - Aumento acelerado das escórias Nitrogenadas 4.6 Outra GNs I) GN associada a crioglobulinemia - Uma imunoglobulina que se precipita com o frio e provoca fenômeno de Raynaud II) GN da endocardite bacteriana ou infecção do shunt - Indivíduo que tem hidrocefalia e possui derivação ventrículo atrial ou ventrículo peritoneal para que o líquor seja drenado constantemente para não ocorrer hipertensão intracraniana. Geralmente por staphylococcus Nefrologia 1/2019 Página � de �9 20 Lucas Silva 5.0 Síndrome Nefrótica - Sinais, sintomas e achados laboratoriais que se desenvolvem quando há um aumentoexagerado permeabilidade do glomérulo as macromoléculas - Especialmente proteínas - Não é uma única doença, é um conjunto de diversos sintomas que podem ser causados por várias doenças renais e sistêmicas - Devemos determinar a etiologia subjacente que cause a síndrome nefrótica em qualquer paciente - Diagnóstico etiológico da doença glomerular - Exame físico, história, sorológica e reumatológica, idade, sexo, comorbidades 5.1 Epidemiologia - Crianças: > Doença primária - Lesão Mínima - Adultos: A) Homens: doenças glomerulares primárias são mais frequentes (55%) B) Mulheres: doença glomerular secundária é mais frequente (72%) PROVA 5.2 Apresentação A) Proteinúria maciça: >3-3,5 em 24h B) Edema: hipoalbuminemia -> diminuição do volume circulante efetivo -> ativação SNS e SRAA com secreção de AVP -> Retenção de Na e água C) Hipoalbuminemia: Perda de albumina -> aumento da síntese hepática -> superada capacidade de reposição D) Hiperlipidemia: Excesso de atividade do fígado -> necessidade de repor as proteínas absorvidas pelos túbulos proibais e perdidas na urina -> aumento de síntese de lipoproteínas -> hipercolesterolemia <15 anos 15 a 40 anos > 40 anos Diabético 1 - Lesões Mínimas 1 - GESF - glomerulo esclerose e focal 1 - GESF Nefropatia Diabética 4 - Nefropatia diabética (primeira em quem tem DM) 2 - Nefropatia membrano sa Primeira em idosos Nefrologia 1/2019 Página � de �10 20 Lucas Silva - Barreira de Filtração Glomerular - Perda da integridade de barreira de filtração glomerular - Principal célula atingida é o podócito Depois o processos peliculares 1) Edema A) Hipoalbuminemia - leva a diminuição oncótica capital levando a extravasamento de líquido para o espaço intersticial. Com isso há contração de volume circulante -> rins retém sal e água para corrigir hipovolemia - levando ao edema B) Retenção Primária de Na e Água - Intenso acúmulo de líquido intersticial (elevação de pressão hidráulica capilar associada a aumento da pressão oncótica) levando a filtração exagerada ao longo dos capilares - levando ao edema 2) Aumento da Permeabilidade Glomerular A) Osteomalácia - Perda urinária de hormônios, metais e vitaminas B) Tromboembolismo - Alterações dos fatores de coagulação: perda de antitrombina C) Hipercolesterolemia - Síntese hepática de lipoproteínas devido a hipoalbuminemia D) Edema - Devido a hipoalbuminemia E) Infecções - Perda de complemento e Ig F) Albuminúria - Desnutrição e Lesão tubular 3) Acometimento Glomerular - Tipos de acometimento - Difuso: Mais de 50% dos glomérulos acometidos - Focal: Menos de 50% dos glomérulos acometidos - Global: Todo o glomérulo acometido - Segmentar: Apenas uma parte do glomérulo acometido 4) Solicitar Complemento total C3 e C4 - Hipocomplementenemia A) C3 Baixo e C4 Normal - Pesquisar estreptococcia B) C3 Baixo e C4 Baixo - Pesquisar LES, Hepatite C e B, crioglobulinemia, shistose, HIV, sífilis, endocardite - Normocomplementenemia - Pesquisar ANCA, Shistose, HIV, Hepatite B e sífilis 5.3 Biópsia Renal - Indicações: Elucidar natureza e magnitude da lesão, orientação de terapêutica e prognóstico - Síndrome Nefrótica em Adultos - IR Causa não esclarecida - GNRP - Contra indicações: - Rim único (relativa), HA grave, Distúrbio de coagulação (absoluta), TU renal, grandes cistos renais, hidronefrose, abscessos, peri- néfricos e uremia avançada 5.4 Síndrome Nefrítica e Nefrótica Proteína Perdida Resultado Albumina Edema Antitrombina III Hipercoagulabilidade Globulina de ligação de tiroxina Altera função tireoidiana Ptn ligadora de colecalciferol Hiperparatiroidismo secundário Transferrina Anemia hipo-micro (refratária a reposição de Fe) Imunoglobulinas Maior susceptibilidade a infecções Overfiling Underfiling TFG < 50% TFG > 75% Alb >2,0mg/dl Albumina <1mg/dl HAS - Agudo Lesão mínima Se faz: - Diurético - Restrição de NA <2g/dia Se faz: - Reposição de Albumina Síndrome Nefrítica Síndrome Nefrótica Hematúria Sem Hematúria Proteinúria moderada Proteinúria maciça Albumina plasmática normal Hipoalbuminemia Edema moderado Edema generalizado Colesterol normal Hipercolesteromia Glomérulos: inflamação Glomérulos com ou sem inflamação Pressão arterial elevada Pressão Arterial normal Nefrologia 1/2019 Página � de �11 20 Lucas Silva - Citou - GNMP crioglobulinêmica - associado Hepatite C - GP lesões mínimas - fusão dos processos podocitários - Histopatologia delas: A) Lesão Mínima - Fusão dos processos podocitários B) GESF - Aumento da matriz mesangial com colapso de alças capilares C) Membranosa - Espessamento difuso e homogêneo da MBG - Depósitos eletrodensos epi e/ou intramembranosos - Depósitos granulares difusos de IgG e C3 em alças capilares D) Diabética - Glomeruloesclerose nodular intercapilar (kimmestiel e wilson) E) Amiloidose - Depósitos mesangiais de nódulos intercapilar hialinos, atrofia tubular 5.5 Complicações - Desnutrição proteica: perda urinária e sintomas TGI - Hipovolemia - Insuficiência Renal Aguda: GLM, mecanismo desconhecido - Perda urinária de hormônios - Hiperlipidemia e potencial para aterosclerose acelerada - Tendencia a trombose venosa: TVP e da veia renal - Maior Susceptibilidade a infecção: causa importante de morte 5.6 Tratamento A) Proteinúria - Diminuir a pressão intraglomerular, diminuindo a progressão da doença - IECA e/ou BRA - Ingestão proteica (1-2g/dia) -Restrição: proteinúria persistente atitude não usual (perda maciça de proteínas) - Restrição de sódio -> 3g/dia - Repouso no leito - Diuréticos de alça (reversão lenta do edema) -Evitar hipovolemia aguda - Associar tiazídicos ou espironolactona - Uso de albumina humana B) Hiperlipidemia - Uso de estatina - Reverte com a resolução da doença - Tratamento ideal é incerto: modificação da dieta tem pouco benefício C) Hipercoagulabilidade - Anticoagulação profilática nos quadros de SN por NM - alto índice de tromboembolismo venoso e arterial - Alb <3,0g/dl e baixo risco de sangramento - Alb <2,0g/d e risco intermediário de sangramento - Heparina seguida de warfarin pelo período de permanência da SN (mínimo de 6 a 12 meses) - Xarelto não pode ser usado com clearence menor que 30 - Resumo de tratamento: - Pode associar IECA e/ou BRA + Furosemida - Criança repões albumina - Restrição de Na e H2O - Estatinas - Heparina (6m a 12meses) J Tratamento das lesões 1) Lesão Mínima - Recidivas freqüentes (2 recidivas 6 m após resposta inicial ou 4 recidivas em um ano) ! Predinisolona 0,1-0,5 mg/48 h (3-6 m) iniciar redução gradativa - CFF - 2mg/Kg/dia, 8 sem - Clorambucil: 0,1-0,2mg/Kg/dia, 8 sem. - Córtico-dependência (2 recidivas consecutivas durante o tratamento ou até 14 dias após) Nefrologia 1/2019 Página � de �12 20 Lucas Silva - CFF - 2mg/kg/dia, 12 sem - CsA - 4-5 mg/Kg/dia tempo não definido - Córtico Resistência - CFF 2m/kg/dia12 semanas - CsA 4-5mg/kg/dia tempo não definido 2) GESF - Prednisona VO 1mg/kg/dia por 6 meses (antes de definir pela córtico resistência) - CsA 4-5 mg/kg/dia - reduzir proteinúria - Plasmaférese ou absorção de proteínas em TR com GESF recorrente 3) Membranosa - Não usar corticóide VO como tratamento isolado - Agentes alquilantes induzem remissão prolongada - CsA: pacientes com risco elevado IR progressiva( 4-5 mg/Kg/dia por 12 m intercalado com corticoide 4)Membranoproliferativa - rara - Crianças: corticoterapia em altas doses (6-12 m) - Adultos: tentativa com dipiridamol ou aspirina. - Outros: - Corticóide + Imunossupressor - Ciclosporina - Ciclosfosfamida - Sempre fazer sorologias antes para saber se o paciente tem alguma doença em latência antes imunossuprimir - Evitar alimentos crus - Pacientes com SNefrótica sempre chega com queixa de inchaço + urina espumosa 6.0 Insuficiência Renal Crônica - É uma síndrome clínico laboratorial que se desenvolve a partir da perda progressiva e irreversível das funções renais - Uremia: É a insuficiência renal sintomática - Primeiro achado universal - Segundo achado universal - Acidose metabólica - Achados: - Hiperfosfatemia com hipocalcemia - Diminuição portanto 25 OH D - Aumento ácido úrico - Aumento de K+ - Aumento de H+ - Aumento fosfato - Diminuição do cálcio - Hiperparatireoidismo secundário (retenção de fósforo) - Retira cálcio do osso para jogar na circulação - Osteíte fibrose é sua manifestação (dor óssea, fratura, deformidades) 6.1 IRC Etiologias - PROVA - 5 causas principais 1) Nefropatia Diabética - 1 no mundo 2) Nefroesclerose hipertensiva - 1 no Brasil 3) Glomerulonefrite crônica 4) Nefrites túbulo intersticiais crônicas (PNC) 5) Doença renal policística Nefrologia 1/2019 Página � de �13 20 Lucas Silva 6.2 Grupos de Risco 1) Diabéticos 2) Hipertensos 3) Indivíduos acima de 60 anos 4) História familiar de DRC 5) Outros: - Indivíduos com doença autoimune, infecção sistêmica, expostos a substâncias tóxicas, redução de massa renal, alguns casos de insuficiência renal aguda 6.3 Diagnóstico (3 critérios) - Critério: 1) TFG <60 ml/min 2) Período > 3 meses 3) Lesão estrutural - Biópsia - Imagem - Rim diminuido - Região córtico/medular indiferenciado - Adelgaçamento cortical 6.4 Estadiamento - São 5 estágios - Quinto - Falência renal <15 - Primeiro - Lesão renal com FG normal >90 - Baseado na filtração glomerular (mL/min/ 1,73m2) - Cockcroft Gault - Clearance Creat (mL/min) = [140-Idade (anos)] X Peso (kg) ____________________________ Creat plasmática (mg/dL) X 72 - Homens: valor multiplicado por 1.00 - Mulheres: valor multiplicado por 0.85 6.5 Diagnóstico Diferencial: IRA x IRC 6.6 Fatores Reversíveis de Insuficiência Renal - Sempre perguntar na beira do leito se há alguma dessas 3 hipóteses para piorar o quadro - Síndrome Urêmica - Anemia, HAS, Dispneia, Respiração Kussmaul (padrão respiratório profundo e IRA IRC História Hígido e de forma abrupta isquêmico ou nefrotóxico acomete função renal que até então é normal HPP sugestiva de doença renal prévia (HAS, DM, HFam) insidioso Tamanho Renal Normal Habitualmente reduzido - Exceto nefropatia diabética que não diminui Ossos Sem evidências Evidências de osteodistrofia Hemoglobina/ HTc Anemia pode estar presente Anemia frequentement e presente Retenção nitrogenada Habitualmente elevações diárias da uréia e da creatinina (elevação abrupta) Habitualmente azotemia estável (elevação discreta e progressiva) 1) Diminuição da perfusão renal Insulto isquêmico é o principal fator reversível. Desidratação, ICC, pericardite, cirrose hepática descompensa, oclusão progressiva das artérias renais, síndrome nefrótica, depleção de volume 2) Agentes nefrotóxicos Aminoglicosídeos, contrastes radiológicos, AINH diuréticos, anfotericina B, IECA 3) Obstrução urinária Hiperplasia prostática, urolitíase, tumores malignos, fibrose retroperitoneal 4) Estado catabólico Infecções… 5) Hipertensão arterial Severa 6) Metabólicos Hipercalcemia… 7) Doenças sitêmicas LES, vasculites… Nefrologia 1/2019 Página � de �14 20 Lucas Silva trabalhoso associado com acidose metabólica grave, particularmente com a cetoacidose diabética, mas também insuficiência renal; náuseas hipervolemia, anorexia 6.7 Metas Terapêuticas - PA 130x80mmHg - Proteinúria g/24h <0.3 6.8 Causas de Anemia na DRC - Deficiência de eritropoietina - Deficiência de ferro (30-50%) - Estado inflamatório - Perdas sanguíneas - Hiperparatireoidismo - Diminuição da meia vida das hemácias - Deficiência de ácido fólico e vitamina B12 A) Normograma da Anemia na DRC - Meta > 11mg/dl - Não produz eritropoietina - Deficiência de Fe (30-50%) - Ferritina <200 - Suplementação ferro Venoso - Noriporum - Não responde ao ferro? Administrar eritropoietina periodicamente B) Fisiopatologia da Doença Óssea - Tratamento da Doença Óssea - Retenção de fósforo que se liga ao cálcio levando a hipocalcemia 1) Controle do fosfato sérico A) Restrição dietética B) Quelantes intestinais de fosfato - Carbonato de cálcio - Sevelamer - Esse quelante não tem cálcio - Usar quando além de hiperfosfatemia o paciente tem hipercalcemia 2) Calcitriol: forma ativa da vitamina D 3) Cinacalcete: ativadores dos receptores de Ca++ 4) Paratireoidectomia - Calcificações ósseas progressivas - Hipercalcemia persistente - Calcifilaxia - Dor óssea severa e progressiva, fraturas - Administrar calcitriol durante a diálise inibe a produção de PTH 6.9 Terapia Renal Substitutiva - Principais indicações de diálise 1) Incapacidade de manutenção da volemia (hipervolemia refratária) 2) Hipercalemia persistente 3) Acidose metabólica severa 4) Sintomatologia urêmica refratária CCr<10ml/min/1,73m2sc (padrão para liberar diálise) Nefrologia 1/2019 Página � de �15 20 Lucas Silva 6.10 Escolha da Modalidade Dialítica A) Modelo Ideal B) Modelo Brasil - HD - Hemodiálise - DP - Diálise peritoneal - Tx - Transplante 6.11 Prevenção da Doença Renal Crônica 7.0 injúria Renal Aguda - Fatos importantes: A) Reconhecimento da síndrome B) Abordagem diagnóstica C) Abordagem terapêutica D) Prevenção - ITEM A: RECONHECIMENTO DA SÍNDROME - Definida como uma síndrome caracterizada pela perda súbita da função renal resultando na incapacidade do rim em excretar escórias nitrogenadas e manter o equilíbrio hidroeletrolítico - Se manifesta por 1 ou mais desses critérios: PROVA - Sempre escolher o dado que enquadra o paciente paciente com Cr sérica norma e anúrico, optar critério do volume urinário - ITEM B: ABORDAGEM DIGNÓSTICA - Classificação na abordagem diagnóstica - Podendo ser: 1) Pré Renal (funcional) 2) Renal 3) Pós Renal (obstrutiva)- 1 e 2 ~ 70% dos casos - 3 menos frequente 1) Pré Renal - Não existe lesão morfológica do rim, não tem lesão parenquimatosa, o rim está funcionando normalmente 1) A Diminuição da FG não deve ser maior que 4ml/min/ano 2) Portadores de DM, HA e familiares de portadores de DRC devem ser investigados para DRC e tratados precocemente 3) Pacientes com FG <60ml/min devem ser encaminhados ao nefrologista 4) Controle rigoroso da PA e glicemia em diabéticos 5) IECA ou BRA devem ser utilizados em todos os pacientes com DRC que apresentam: HA e/ ou micro/macroalbuminúria 6) O tratamento das dislipidemias em DRC com estéticas pode retardar a evolução da doença renal 7) Na DRC hiperuricemia deverá ser tratada quando sintomática 8) DRC com acidose metabólica deverão receber bicarbonato 9) Manter hemoglobina entre 11 e 12g/dl 10) Manter fósforo sérico entre 3.5 e 5.5mg/dl 1) Elevação Absoluta Cr ≥0,3mg/ dL (48hs) e/ ou 2) Elevação de 1,5 vezes da Cr 7 dias e/ ou 3) Volume urinário ≤ 0,5ml/ kg/hora por ≥ 6 horas Nefrologia 1/2019 Página � de �16 20 Lucas Silva - Ocorre quando há diminuição no valor efetivo de circulação do sangue, para uma boa perfusão - Toda vez que diminui esse estímulo o rim sofre isquemia - Ativa os mecanismos de retenção de sódio e água A) Causas: I) Perdas - Hemorragias - Vômitos - Diarréia - Febre - Diabetes insipidus II) Diminuição Débito Cardíaco - ICC - Síndrome Compartimental III) Drogas - Diuréticos (uso abusivo) - AINH - IECA - BRA IV) Vasodilatação Sistêmica - SRIS - Sepse - Principal causa da IRA UTI - S. Hepatorrenal B) Fisiopatologia - Com menor volume sanguíneo circulante efetivo há tentativa do rim manter filtração através da vasodilatação da arteríola aferente - Aumenta também reabsorção tubular de Na+ e H2O. - Lembrar que ureia é reabsorvida no TCP por cotransporte com Na+, todas as vezes que aumenta absorção de Na+ a uréia vem junto C) Consequência - Aumento da reabsorção tubular de Na+ - Na+ urinário <20mEq/L - Baixo sódio na urina - FENa <1% (fração de excreção do sódio) - FENa (amostra isolada de urina) - A utilização prévia de diurético invalida a FENa como critério diagnóstico - Aumento da reabsorção tubular de H2O - Diminuição do volume urinário pelo aumento da reabsorção tubular de água - Aumento da reabsorção tubular de uréia - Relação Ur: Cr plasmáticas >40:1 2) Pós Renal (Obstrutiva) - Urina foi produzida mas não consegue ser eliminada por uma obstrução no caminho do fluxo - Se houver obstrução alta (do ureter pra cima) tem que ser bilateral, pois o paciente só perde função renal se ambos os rins estiverem acometidos A) Causas I) Rins - Precipitação Intratubular: - Ácido úrico ou Drogas II) Ureteres - Litíase bilateral - Tumor retroperitoneal - Fibrose retroperitoneal III) Bexiga - Hipertrofia Prostática - Tumores pélvicos B) Manifestações I) Anúria - Até que se prove o contrário é Obstrutiva - Todo paciente com anúria deve ser submetido a cateterismo vesical - Se ao passar o cateter voltou a urinar, sinal de que a obstrução é baixa - Se continuou anúrico, indica obstrução alta e o exame que deve ser solicitado é uma USG - Se for obstrutivo o paciente ter uma hidronefrose bilateral II) Incontinência Urinária Paradoxal - Bexigoma, perda involuntária de urina III) Flutuações do Volume Urinário - Ex: 72h sem urinar e depois consegue 3) Renal - IRA parenquimatosa ou IRA propriamente dita - Quando fala apenas IRA é essa classe - Na IRA Renal existe lesão estrutural do rim. Essa lesão se localiza no néfron - Podendo acometer qualquer parte desse: A) Vascular - Levando a vasculites (Angeíte microscópica, granulomatose de Wegener) B) Glomérulos - Será uma glomerulonefrite (glomerulo nefrite rapidamente progressiva - cursa com IRA) Nefrologia 1/2019 Página � de �17 20 Lucas Silva C) Tubular - Pode ser: I) Necrose Tubular Aguda - Principal causa de IRA parenquimatosa - 80% II) Região túbulo intersticial - Será nefrite intersticial aguda (reação de hipersensibilidade a drogas, geralmente penicilina) I) Necrose Tubular Aguda (NTA) - Dois grupos: - Isquêmica e tóxica - A) Isquêmica - As causas são as mesmas da IRA pré renal - O rim foi submetido a um estímulo isquêmico (diminuição do volume sanguíneo circulante efetivo) - Diminuição débito cardíaco - Vasodilatação - Inicialmente é respondido de maneira adequeada com uma IRA funcional (rim fica ávido por Na+ e água e começa reabsorvê-los) - Depois disso existem duas possibilidade: 1) O estímulo isquêmico teve início e fim rápido e a célula tubular não sofreu lesão Ou 2) Estímulo isquêmico persistiu por tempo suficiente para matar a célula tubular e desenvolver NTA - A grande dificuldade é reconhecer clinicamente se a IRA é funcional ou se já tem NTA - PROVA - Não existe um necessariamente u tempo de evolução de IRA pré renal para IRA renal por NTA - Único episódio de hipovolemia e isquemia evoluem para NTA - IRA funcional -> EAS normal - B) NTA tóxica - Causada por nefrotoxina endógena ou exógena mais frequentes então: - Aminoglicosídeos - Vancomicina - Polimixina B - Anfotericina B - AINH - Radiocontrastes - As nefrotoxinas endógenas mais comuns: - Hemoglobina (hemólise) - Mioglobina (rabdomiólise) - Ácido (quimioterapia -> destruição celular -> grande liberação ácido - Sempre pesquisar a injúria isquêmica ou nefrotóxica que pode estar causando IRA - Caso ele não apresente essa injúria, deve- se partir para segundo pensamento clínico: - Vasculites, glomerulonefrites, nefrite, intersticial aguda e obstrução - Na NTA, há morte celular tubular. A principal função da célula tubular é reabsorver Na+ e H2O, quando essa célula morre, essa capacidade de reabsorção está alterada - Características: 1) A filtração tubular é variável - NTA oligúrica (mais frequente) - NTA não oligúrica 2) Redução da reabsorção tubular de Na+ - Na+ urinário >40mEq/L - FENa>2% 3) Redução da filtração e reabsorção tubular de uréia - Relação Ur: Cr plasmática ~20:1 - Ressuscitação Volêmica: Metas - Na prática, se o paciente tem injúria isquêmica faz-se reposição de volume circulante efetivo - Se o paciente responde com diurese e queda Cr séria, a causa da IRA é funcional ou pré renal. - Caso o paciente não responda comdiurese e queda da Cr, a causa da IRA e NTA - Administrar 30ml/kg de peso de soro fisiológico num período variável 30mina 1 hora até que se obtenha as seguinte metas: Medida IRA funcional NTA Na+ Urinário < 20 < 40 FENa < 1 > 2 Ur/Cr plasmáticas > 40:1 ~20:1 PVC > 12cmH2O (16cmH2O se em VM) Pressão arterial média >65mmHg Débito urinário >0.5ml/kg/hora Saturação venosa central de oxigênio (veia cava) >70% Nefrologia 1/2019 Página � de �18 20 Lucas Silva 7.1 Diagnóstico - Baseado na: 1) História Clínica - Pesquisar agressão isquêmica; nefrotoxinas, doenças sistêmicas (nefrite lúpica, ou doença do soro/picada de cobra) 2) Ultra Som - USG importante para avaliação do tamanho e diferenciar IRA de IRC - IRA - tamanho normal - IRC - diminuído (exceto nefropatia diabética) - Analisar obstrução - Hidronefrose bilateral independente da obstrução ser alta ou baixa 3) Exame de Urina - Lembrar IRA funcional - EAS normal - A partir dos 40 há perda de 1% da função renal, por ano - Proteinúria - Hematúria - Cilindrúria 7.2 Biópsia Renal na IRA - Solicitar quando? - A etiologia da IRA é desconhecida - Anúria ou oligúria persistente por mais de 30 dias - Alterações laboratoriais não compatíveis com NTA - Existe a possibilidade de doença sistêmica 7.4 Laboratório na IRA - Hemograma completo - ajuda no diagnóstico de sepse - Uréia e creatinina: elevadas - Na+ baixo K+ alto Cl- normal - Ácido úrico alto - Cálcio baixo e Fósforo alto - Gasometria arterial: - Acidose (ph baixo) metabólica (hco3 baixo - CPK total aumenta se rabdomiólise - Sedimento urinário - Normal ou cilindros hialinos: - IRA Funcional - Hematúria e/ou proteinúria: - GN - Cilindros hemáticos: - GN - Cilindros granulares e/ou celulares: - NTA - Leucocitúria (eosinofilúria): - NTA - Cristalúria: - Drogas, ácido úrico ITEM C: ABORDAGEM TERAPÊUTICA Á gua B ioquímica - Potássio - Bicarbonato C omorbidades D iálise - Essas medidas são para NTA e não IRA funcional. O paciente com IRA funcional respondeu bem a ressuscitação volêmica e retornou a função urinária - Todo paciente oligúria ou anúrico, não pode ingerir Na+ nem tomar água - Para não ficar sem líquido é permitido uma quantidade diária de água equivalente ao volume que o paciente urinou no dia anterior + 300ml - Se não urinou NADA: apenas 300ml I) Bioquímica - Mais importante é o potássio e hipercalemia - 1) A medida que ocorre perda da função renal o rim perde a capacidade de eliminar o potássio - Potássio sérico normal 3.5 a 5.5 mEq/L - A hipercalemia leva a parada cardíaca - A primeira conduta é solicitar ECG - Se hipercalemia com eletro normal? Pensar em pseudohipercalemia - Se veio com alteração é a onda T em tenda ou onda T tipo torre Eiffel bem visível devendo ser administrado antagonista de K+ - Sulfonato de Cálcio EV, que remove o K+ da placa motora e a ocupa 2) Segundo passo avaliar se há diurese ou não - Ausente? Diálise (HD) - Presente? Diuréticos, NaHCO3, Glico insulina, Beta2 agonista e outros - Favorecendo a eliminação do potássio Nefrologia 1/2019 Página � de �19 20 Lucas Silva 3) Fármacos na Terapêutica da Hipercalemia - Tratar as comorbidades causadoras de IRA (cirrose hepática, HDA, Sepse, retirar nefrotoxinas em casos de injúrias nefrotóxicas 4) Indicações Clássicas de Diálise - Hipercalemia severa - Principalmente se associada a oligúria - Hipervolemia (EAP) com oligúria - administrar diurético - Uremia grave: encefalopatia, pericardite, diátese hemorrágica, a tendência é realizar diálise o paciente precocemente e não esperar apresentar os sintomas de ureia alta, náuseas, vômitos, diarréia para depois fazer diálise - Acidose grave (pH <7,1) principalmente se associada a hipervolemia com toxina dialisável - Administrar bicarbonato (não pode ser de sódio, paciente que não esta urinando não pode receber porque agravaria o quadro) - Intoxicação exógena com toxina dialisável - Autoextermínio com barbitúricos - ITEM 4: PREVENÇÃO - Diretrizes Gerais de Prevenção I) Reconhecer os pacientes com déficit de função renal pré-existente (calcular o clearence da creatinina) o principal fator para DRC II) Optimizar as condições clínica do paciente - PAM > 80mmHg - HTc >30% - Oxigenação tecidual adequada III) Suspender temporariamente drogas potencialmente nefrotóxicas - IECA, BRA, AINH, Diuréticos (desidratação) IV) Evitar uso de drogas nefrotóxicas. Corrija a dose sempre que necessária, de acordo com a FG (filtração glomerular) - Se necessário corrigir a dose de antibiótico para inibir a nefrotoxicidade - Recuperação completa - Recuperação parcial - permanece com deficit da função renal - IRC - Transplante ou hemodiálise Nefrologia 1/2019 Página � de �20 20 Lucas Silva
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