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Instituto Federal Fluminense - Campus Campos Centro Maryhá Mendes Colodino da Cruz Relatório – Abril/Maio PIBID Campos dos Goytacazes 10/06/2019 PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência Instituto Federal Fluminense - Campus Campos Centro Licenciatura Em Teatro - Colégio Estadual Thiers Cardoso Coordenador Institucional: Franz Viana Borges Coordenador de Área: Natalie Rodrigues Adler Tatagiba Supervisor: Álvaro Manhães Bolsista: Maryhá Mendes Relatório – Abril/Maio A nação brasileira vem sofrendo como um todo com a violência de forma abrupta, e na unidade escolar Doutor Thiers Cardoso infelizmente não foi diferente. A escola sofreu uma tentativa de invasão, durante o turno da noite e foi levada da frente da mesma uma motocicleta. A unidade fica em um local considerado perigoso da cidade e mesmo sendo um local de aprendizado e educação não é poupado pelos bandidos. Esta situação mostra o descaso com a segurança publica da educação, na unidade não existem vigias, somente porteiro e funcionários da área da educação. Demandas como estas não são visadas pelos gestores educacionais, pelo menos no âmbito estadual, tendo em vista outras escolas estaduais da cidade que tem as mesmas demandas e problemas de segurança. O entorno da escola também não é vigiado pela policia no cotidiano normal, somente quando algo fatídico ocorre como a questão discorrida à cima. A coordenação pedagógica do colégio resolveu formar uma espécie de projeto interdisciplinar, para o evento da festa junina, que será realizado na escola. A princípio a coordenadora havia pedido para que o professor-supervisor Álvaro organizasse uma quadrilha, porém o mesmo se recusou por várias questões. Uma delas é de que a escola ver o professor de artes como instrumento, para produzir em datas festivas, assim reforçando um estereótipo de que o professor tem como sua principal função e obrigação realizar tarefas extracurriculares, com intuito de agregar atividades festivas. Um dos problemas desta questão é de que o conteúdo que deve ser dado pelo professor em sala de aula não é posto a sua devida importância, como conteúdo legitimo e de importância para formação do aluno. Ainda a uma cultura que põe esses professores em um lugar onde estas atividades são propostas para serem feitas em horários extras ao da sala de aula, assim aumentando a carga horária do professor e as tarefas do mesmo que vão além da sala de aula como outro qualquer. No entanto, o caminho escolhido pelo mesmo foi o de usar o livro didático para integrar a esse projeto. Foi proposto pelo professor que se trabalhasse o maracatu, por fazer parte da Cultura nordestina, tendo origem no Recife, sendo análogas as práticas celebradas na data junina. De comum acordo com a coordenação pedagógica, o professor começou a trabalhar esta temática com as turmas de 7º e 6º ano, e formulou uma apresentação a partir do processo feito dentro de sala de aula com os Bid's e alunos. As intervenções feitas pelos Bid’s neste período tiveram relação com o maracatu e/ou com relação ao que se origina dele. A partir daí esse processo foi montado com esses movimentos, feitos pelos alunos propostos no plano de aula dos Bid’s. A partir do jogo “ruas e vielas” o professor montou uma coreografia, e uma formação pensando em um cortejo, com os movimentos do jogo trabalhado pelos Bid's de teatro. Uma das intenções dos Bid's com o plano de aula era de tentar desmistificar a relação dessas danças histórico-tradicionais, com a circularidade, e de fato como foi pensada a relação com a “macumba” foi atribuída aos movimentos do maracatu. No entanto, uma mãe evangélica da igreja assembleia foi até o colégio reclamar sobre a prática do maracatu dentro de sala de aula, questionando que o professor estaria dando aula com teor de “macumba” e rituais malignos, pois a mesma viu um vídeo na internet onde continha chifres. A mãe proibiu a participação de seu filho (a), o questionamento da mãe foi de conhecimento da coordenação pedagógica e do professor. O mesmo respaldado pelo livro didático, pediu para que a coordenadora mostrasse à mãe a origem principal de pesquisa das informações sobre o maracatu, e também a música na qual o professor estava trabalhando. O professor compartilhou conosco, que a escolha da música e do tema já era um respaldo do mesmo como precaução para situações como esta, que segundo o professor e coordenadora pedagógica costumam acontecer pelo fato das mães não estarem habituadas com o aprendizado cultural e as novas formas de aprendizado e ao conhecimento de Cultura, que é diferente das que lhe foi ensinada durante sua trajetória de vida, até mesmo porque boa parte delas não tem muito estudo, a coordenadora ainda complementa falando sobre situação na escola onde mães da mesma religião cruzaram os braços e fizeram um paredão, como se fosse um protesto há uma manifestação religiosa feita na escola no final do ano passado, quando a coordenação junto com outras mães e alunos rezou/oraram o pai nosso, reza tida como universal para as entidades religiosas. Em quase todas as religiões a mesma é feita. Outra questão de contraponto é de que o estado é laico, e dentro do colégio não poderia ser permitido por lei, ter manifestações religiosas impostas aos alunos, mesmo que de forma optativa. Porém na unidade já foi presenciado pelos Bid’s culto religioso no aniversário da unidade, o que tecnicamente não é permitido por lei e também é excludente aos alunos de outras religiões, situações como esta acabam reforçando o discurso que diz que, outras religiões sem ser as convencionais evangélicas e cristãs são erradas, e são de posse demoníaca de forças e entidades malignas, como assim é dita pelas outras religiões. Esta questão divide opiniões, uma dessas opiniões é de como representar os alunos de outras religiões se a massa religiosa não permitiria a celebração de suas divindades, dentro do colégio. Como dizer para um aluno evangélico que o mesmo não pode expressar a sua religiosidade dentro do ambiente escolar sem ofender o outro, por essas e outras questões o lado religioso deve ser mantido fora da escola. O que deve ser levado em consideração e que a cultura muitas das vezes se entrelaça a religiosidade, no entanto, isso deve ser dissociado para que não tenha influencia e nem mesmo repudio a uma cultura diferente das dos alunos. No colégio estadual Doutor Thiers Cardoso existe uma biblioteca e também sala de informática. No entanto, a mesma não possui rede de acesso para os alunos. O intuito das aulas de informática é de manter a igualdade entre todos os alunos, porém na prática isso não acontece. Professores passam pesquisas que devem ser feitas online, mas os alunos que não tem esse recurso em casa acabam sendo prejudicados de certa forma, pois nem sempre é possível ter acesso a computadores em casa ou em outros ambientes, normalmente se gera gastos para acesso externo, que muitos deles não possuem. Gastos esses que não deveriam ser criados, já que a instituição de ensino tem um local adequado. A falta de acesso ainda prejudica o trabalho dos servidores, pois sistema estadual é online (conexão) já presenciamos por conta da falta de rede, professores ficarem sem lista de chamada por conta da atualização de alunos em turma. Uma questão desde o início do ano era de alunos trocando de turma e de série o que ocasionou diversas confusões administrativasque fugiam ao controle do professor. Hoje em dia o mundo é informatizado e não se pode negar, que este recurso é ferramenta importante no processo educacional. Ter equipamentos e não dar condições para que esses alunos deem continuidade a este tipo de método de auxílio educativo é desperdício, pois os dinheiros investidos nos equipamentos que acabam ficando encalhados, e sem uso acabam danificando poderiam ser usados de outras formas a colaborar com processo educativo dos mesmos. Desta forma se vê que a gestão educacional tem de ser revista e ponderar o que é de mais importância para si. Não ter computadores e investir na vigilância do local talvez fosse uma alternativa mais valida, considerando o cenário em questão onde a violência afeta o cotidiano escolar.
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