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Atividades Complementares - LP - Ensino Médio - 2º Bimestre

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
Governador 
João Doria 
 
Secretário da Educação 
Rossieli Soares 
 
Secretário Executivo 
Haroldo Corrêa Rocha 
 
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB 
Caetano Siqueira 
 
Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão da Educação Básica 
– DEGEB 
Valeria Arcari Muhi 
 
Centro do Ensino Fundamental dos Anos Finais - CEFAF 
Carolina Dos Santos Batista 
 
Centro do Ensino Médio – CEM 
Ana Joaquina Simões Sallares de Mattos Carvalho 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
Ao realizar as atividades que seguem, você desenvolverá habilidades que 
o auxiliarão a compreender a relação entre a literatura brasileira, a modernidade 
e o Modernismo no Brasil, a reconhecer as variações linguísticas presentes em 
uma língua, assim como a produzir um artigo de opinião. 
Desta forma, veremos os diferentes contextos que envolvem os seguintes 
tópicos: 
• literatura brasileira - Modernismo; 
• estudo de recursos morfológicos, estilísticos e semânticos relacionados à 
variação linguística; 
• o planejamento da escrita de um Artigo de Opinião, atentando, 
principalmente, para os elementos objetos de estudo. 
• revisão e autocorreção da produção textual escrita. 
 
 
 
 
4 
 
SUMÁRIO 
 
1ª Série – Ensino Médio...........................................................05 
 
2ª Série – Ensino Médio...........................................................23 
 
3ª Série – Ensino Médio...........................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1ª Série – Ensino Médio 
 
Atividade 1- Prática de Leitura e Escrita 
 
1- Você lerá o poema: “Quem conta um ponto, aumenta um conto”. Poemas 
abordam apenas questões sentimentais ou há possibilidade de apresentar 
outros temas? Dê exemplos. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2- O enunciado do poema faz você lembrar-se de qual ditado popular? Escreva 
o que ele significa de acordo com a sua interpretação. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
Atividade 2- Prática de Oralidade 
 
Leia o tema do debate e discuta com seus colegas: 
DEBATE: “Quem conta um conto, aumenta um ponto” 
Qual reflexão filosófica este provérbio convoca? 
Ele pode causar dano à vida em sociedade? Por que e em quais situações? 
Você concorda ou discorda deste provérbio? Por quê? 
 
Ampliando e enriquecendo as ideias: leia o diálogo e o poema para 
continuar o debate e realizar as atividades. 
6 
 
QUEM CONTA UM PONTO, 
AUMENTA UM CONTO 
Daniel Carvalho Nhani 
 
“Quem conta um conto, 
Aumenta um ponto” 
Dizia minha avó 
Quando ouvia de nós 
Qualquer coscuvilhice 
 
Eu não compreendia 
O que minha avó dizia 
Algum tempo passou 
E a vivência mostrou 
O seu significado 
 
Eu inocente pensava 
Que na história contada 
Alguém um detalhe inventava 
E ninguém com isso ganhava 
 
Depois rápido aprendi 
Que pleitos por aqui 
Se vencem aumentando um ponto 
Que depois vira um conto 
 
A coscuvilhice modernizou 
Em fakenews se transformou 
 O conto virou 
 E o virou bordão 
 
Se minha avó viva estivesse 
Eu logo explicaria 
Que um conto não é uma história 
E o ponto não é uma mentira 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Atividade 3- Prática de Leitura, Escrita e Análise Linguística 
 
1- Após o debate e a leitura do poema “Quem conta um ponto, aumenta um 
conto”, Provérbio Chinês e da afirmação de Leonardo Boff, responda: 
a) O que os conceitos lidos têm em comum? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) O que você aprendeu com eles e de que forma estes conhecimentos podem 
auxiliá-lo em sua convivência social? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2- Identifique, no poema, palavras que terminam com o mesmo som e escreva-
as abaixo: 
 
Rimas são repetições dos sons no final de dois ou mais versos. Sons que 
podem ser iguais, idênticos ou parecidos. 
Estrofe é o conjunto de dois ou mais versos que apresentam, geralmente, 
sentido completo. 
Verso é cada linha do poema. 
 
 
8 
 
3- Observe o trecho retirado do poema. Qual a sua interpretação para esses 
versos? 
 
Depois rápido aprendi 
Que pleitos por aqui 
Se vencem aumentando um ponto 
Que depois vira um conto 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
4- Observe outro trecho retirado do poema e responda: 
 
Eu inocente pensava 
Que na história contada 
Alguém um detalhe inventava 
E ninguém com isso ganhava 
a) Há desvio da norma padrão? Caso exista, qual o tipo de desvio está 
presente? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) No verso: “ninguém com isso ganhava”, esta afirmação mudou no contexto 
do poema? Comprove sua resposta com partes dele. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
9 
 
5- O que o autor, que antes era inocente, conseguiu entender agora já adulto? 
Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
6- Sobre o significado das palavras, você compreendeu, diante do contexto, o 
que quer dizer “coscuvilhice”? Se não, procure no dicionário e escreva abaixo. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
7- Leia o trecho retirado do poema e responda: 
O conto virou 
E o virou bordão 
 
a) Qual o propósito dos símbolos aos versos? 
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) É possível afirmar que símbolos e palavras rimam? Justifique sua resposta. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
10 
 
 
 
c) Escreva os possíveis significados das palavras: 
Ponto: _________________________________________________________ 
Conto: _________________________________________________________ 
 
Atividade 4- Prática de Leitura, Escrita e Análise Linguística 
 
1- Faça a leitura dos quadros a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.google.com/search?hl=pt-BR&authuser=0&q=Dicion%C3%A1rio#dobs=prov%C3%A9rbio. Acesso 
em: 03 2019. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ditado_popular. Acesso em: 03 mai. 2019. 
 
 
2- Ambos os quadros são considerados textos expositivos, pois apresentam 
um conceito ou uma ideia. Responda: 
 
a) Qual a diferença entre eles, que conceito ambos veiculam e de que forma o 
texto é apresentado em cada um? 
 
 
Ditado popular ou provérbio ou 
ainda adágio é uma frase do popular, 
com um texto mínimo de autor 
desconhecido que é várias vezes 
repetido e se baseia no senso comum 
de um determinado meio cultural, 
como por exemplo: “antes ele do que 
eu”. 
Ditados tornam-se expressões 
comuns e se mantêm imutáveis 
através dos anos, constituindo uma 
parte importante de cada cultura.
 
 
 
 Quadro 1 
Provérbio 
substantivo masculino 
 
1. frase curta, ger. de origem popular, 
freq. com ritmo e rima, rica em 
imagens, que sintetiza um conceito a 
respeito da realidade ou uma regra 
social ou moral (p.ex.: Deus ajuda a 
quem madruga) 
 
2. na Bíblia, pequena frase que visa 
aconselhar, educar, edificar; 
exortação, pensamento, máxima. 
"Livro dos Provérbios" 
 
 Quadro 2 
Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um 
significado nos múltiplos contextos em que aparece. 
11 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
b) A qual gênero pertence o texto presente em cada quadro? 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
c) Na sua opinião, o quadro 1 informa mais ou melhor que o quadro 2? 
Explique. 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3- Você lerá o texto “Comunicação Pós-Moderna”. O que esse título possibilita 
imaginar? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
12 
 
 
COMUNICAÇÃO PÓS-MODERNA 
Daniel Carvalho Nhani 
 
Paulo sai de casa todos os dias às 6 horas, toma banho, se troca, escova os 
dentes e vai para o trabalho. Fernanda faz quase o mesmo, a diferença é que 
todos os dias ela leva nas mãos uma pequena sacola, onde carrega seu almoço 
e algumas frutas. 
 
Ambos fazem quase o mesmo trajeto diariamente, pegam o mesmo trem, lotado, 
no mesmo horário, quinze para as sete! 
 
Ela, mesmo com a sacola em uma das mãos, utiliza o smartphone com a outra, 
entretida. Ele, com um grande fone de ouvido, que lhe tapa sobremaneira a 
lateral do rosto, faz o mesmo, ela parece conversar com alguém, ele assiste a 
um vídeo através de um famoso aplicativo para celulares. 
 
Depois de algum tempo dentro do transporte público Paulo e Fernanda descem 
na mesma estação, às vezes até pela mesma porta, e seguem cada um para 
seu local de trabalho, junto a uma pequena multidão que compartilham do 
mesmo trajeto, hábitos matinais, todos com olhos, ouvidos e mentes voltados 
para o aparelho, seja dentro ou fora do vagão. 
 
O rapaz é estagiário em uma empresa de telecomunicações e a moça uma 
executiva na área de finanças, assim como Suelen, Marcos, Seu José e Dona 
Maria que têm suas próprias profissões e que desceram na mesma estação 
naquele dia nublado de quinta-feira. 
 
Se Fernanda e Paulo um dia se conhecerão é impossível prever, se perderem o 
celular ou ele quebrar talvez se conheçam. 
 
Caso o trem descarrilar, obrigando as pessoas a se ajudarem, eles, fatalmente, 
não se conhecerão!? 
13 
 
 
4- Ao ler o texto, suas impressões foram confirmadas? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
5- De que forma ocorreu a comunicação entre os personagens do texto? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
6- A dupla pontuação (!?), no final do texto, sugere o quê? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
7- Quais palavras foram utilizadas para retomar os nomes dos protagonistas da 
narrativa? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
8- Quais as características da crônica presentes no texto “Comunicação Pós-
Moderna”? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
14 
 
9- O que sugeriu o autor ao utilizar o termo pós-moderno? Explique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
10- Observe o trecho e responda: 
“Paulo sai de casa todos os dias às 6 horas, toma banho, se troca, escova os 
dentes e vai para o trabalho...” 
a) O que sugere a sequência de verbos? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) O texto apresenta uma sequência lógicade tempos verbais, em qual ordem 
aparecem? Comprove com partes do texto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
11- O que sugere a escolha da palavra “fatalmente” no final do texto? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
12- Como o celular é mostrado ou retratado no texto? 
15 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
Atividade 5- Folheto 
 
Folhetos são impressos que têm por finalidade dar informação ao público, 
geralmente, sobre eventos e podem informar data, local, horário etc. Sofrem 
variações no que se refere à diagramação, design, quantidade de informação. 
Seu objetivo principal é chamar a atenção das pessoas e divulgar informações 
fundamentais do evento ao qual se refere. 
 
1- Observe o folheto a seguir e responda: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Qual o objetivo do conteúdo do folheto? 
16 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
b) Qual o público alvo? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
c) É possível afirmar que existe ironia no folheto? Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
d) Há palavras ou outros sinais comuns ao universo virtual? Escreva quais são 
e o objetivo de serem utilizados no texto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
e) Por que os pais vão adorar e não os jovens? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
17 
 
 
f) Você participaria desta festa? Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
g) Há características do texto prescritivo? Comprove com partes do folheto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
Atividade 6- Fábula 
 
 
 
 
1- Leia a fábula a seguir e responda: 
 
DONA CONCEIÇÃO E O SENHOR JOAQUIM 
Daniel Carvalho Nhani 
 
Em uma famosa capoeira na região do Médio Tejo, o Senhor Galo e a Senhora 
Galinha debatiam, avidamente, um assunto deveras sensível: 
“Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?” 
O animal heráldico estava consumido em sua raiva, pois ao discordar de sua 
posição a vultuosa Palheirinha o chamara de “frango”. 
Fábula: é uma composição literária em que os personagens são animais que apresentam 
características humanas, tais como a fala, os costumes etc. Estas histórias são geralmente 
feitas para crianças e terminam com um ensinamento moral de caráter instrutivo. 
Fonte: https://www.significados.com.br/fabula/ Acesso em: 10 maio 2019 
 
18 
 
- Pois vejas cá, Dona Conceição, me chamares frango em nada mudará, pois 
perdes nos teus argumentos e me miras com teus desaforos. 
- Chamei-te frango porque estavas a fazer diabruras enquanto eu deitava meus 
argumentos sobre o assunto, a propósito reafirmo: nasceu primeiro a galinha! 
- Não senhora, nasceu primeiro o ovo e vou provar, pois digo que: 
Uma nova descoberta aponta que a galinha veio primeiro. Segundo os cientistas, 
a formação da casca do ovo depende de uma proteína que só é encontrada nos 
ovários deste tipo de ave. Portanto, o ovo só existiu depois que surgiu a primeira 
galinha. A proteína, chamada ovocledidin-17 (OC-17), atua como um catalisador 
para acelerar o desenvolvimento da casca. A sua estrutura rígida é necessária 
para abrigar a gema e seus fluidos de proteção enquanto o filhote se desenvolve 
lá dentro. 
A descoberta foi revelada no documento "Structural Control of Crystak Nucleo by 
Eggshell Protein", que em tradução livre quer dizer: Controle Estrutural de 
Núcleo de Cristais pela Proteína da Casca do Ovo. 
Na pesquisa foi utilizado um supercomputador para visualizar de forma ampliada 
a formação de um ovo. A máquina, chamada de HECToR, revelou que a OC-17 
é fundamental no início da formação da casca. Essa proteína é quem transforma 
o carbonato de cálcio em cristais de calcita, que compõe a casa do ovo. Dr. Colin 
Freeman, do Departamento de Engenharia Material da Universidade de 
Sheffield, constatou: "há muito tempo se suspeita que o ovo veio primeiro, mas 
agora temos a prova científica de que, na verdade, a galinha foi a percussora." 
- Terminaste tua ladainha, Senhor Joaquim? Pois agora provarei o contrário: 
 
“Graças à genética moderna, podemos ter certeza de que o ovo veio antes. As 
mutações que separam uma nova espécie de seus pais geralmente ocorrem no 
DNA reprodutivo, presente em óvulos e espermatozóides. É isso que dá origem 
a novas espécies.” 
 
19 
 
- Quem disse isso foi Christopher Langan, um autodidata americano tido como 
“homem mais inteligente dos EUA”, com QI de 195 pontos, e queres discordar 
de meus argumentos, Sr. Joaquim? Pois continuarei: 
 
- Já John Brookfield, especialista em genética da evolução da Universidade de 
Nottingham, na Inglaterra afirmou que: “Quando a galinha ainda era um ovo, 
ainda assim ela era da espécie Gallus gallus. Portanto, a primeira forma de vida 
dessa espécie teria que ser um ovo.” 
- Mas, Dona Conceição, deixe-me concluir. 
- Ainda não terminei meus argumentos, oras, gajo, espere que direi agora o que 
David Papineau, especialista em filosofia da ciência do King’s College de 
Londres, na Inglaterra disse: “Mesmo que o pássaro que deu origem ao ovo de 
galinha não fosse uma galinha, o correto é dizer que o ovo veio primeiro. Se um 
canguru botasse um ovo e dele saísse um avestruz, o ovo seria de avestruz, não 
de canguru”. 
 
- Discordo de tudo que a senhora pontuou, Dona Conceição. 
- Então derrube os argumentos que ofereci. 
- Derrube a senhora os meus se puder! 
- Pois o Senhor és um frango! 
- E a senhora uma maricota!Após a discussão ambos abandoram o recinto e seguiram para seus respectivos 
puleiros, ainda hoje ninguém resolveu essa peleja entre os dois e nem quem 
nasceu primeiro: o ovo ou a galinha? 
Fonte da Dona Conceição: https://super.abril.com.br/historia/quem-nasceu-primeiro-o-ovo-ou-
a-galinha/. Acesso em: 10 maio 2019 
Fonte do Senhor Joaquim: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/voce-sabia/quem-
nasceu-primeiro-o-ovo-ou-a galinha,0908859fd53ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html . 
Acesso em: 10 maio 2019 
a) Qual a moral da história? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
20 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
b) O texto apresenta quais tipos de argumentos? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
c) Há a presença de características do texto dramático? Comprove com partes 
do texto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
d) É possível saber o lugar onde ocorrem os fatos? Justifique. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
e) O texto “A Dona Conceição e o Senhor Joaquim” possui diversas 
características de tipos e gêneros textuais. Escreva quais são, exemplificando 
com partes do texto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
21 
 
 
f) Há palavras, expressões e marcas linguísticas no texto que remetem ao 
português falado em Portugal, escreva em quais trechos do texto isto se 
comprova. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
Atividade 7- Prática de Escrita - Resumo 
 
 
 
1- Faça um resumo do texto “Dona Conceição e o Senhor Joaquim”. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Resumo: é um texto redigido de forma clara e objetiva, que apresenta as ideias 
principais do autor do texto. 
22 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
23 
 
2ª Série – Ensino Médio 
 
 
Atividade 1 
 
Discussão Oral 
 
1. O que você conhece sobre o gênero poema? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2. Você se lembra de algum poema? Comente com a classe. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
3. Você acha que poemas tratam apenas de amor? Considerando os 
poemas comentados, quais outras temáticas foram contempladas? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
4. Realize uma leitura silenciosa do fragmento intitulado “A Canção do 
Africano”, procurando identificar a ideia central. 
 
 
Texto 1 
A Canção do Africano 
 
Lá na úmida senzala, 
24 
 
Sentado na estreita sala, 
Junto ao braseiro, no chão, 
Entoa o escravo o seu canto, 
E ao cantar correm-lhe em pranto 
Saudades do seu torrão... 
 
De um lado, uma negra escrava 
Os olhos no filho crava, 
Que tem no colo a embalar... 
E à meia voz lá responde 
Ao canto, e o filhinho esconde, 
Talvez p’ra não o escutar! 
“Minha terra é lá bem longe, 
Das bandas de onde o Sol vem; 
Esta terra é mais bonita, 
Mas à outra eu quero bem! 
 
O Sol faz lá tudo em fogo, 
Faz em brasa todaa areia; 
Ninguém sabe como é belo 
Ver de tarde a papa-ceia1! 
 
Aquelas terras tão grandes, 
Tão compridas como o mar, 
Com suas poucas palmeiras 
Dão vontade de pensar... 
 
Lá todos vivem felizes, 
Todos dançam no terreiro; 
A gente lá não se vende 
Como aqui, só por dinheiro.” 
 
 
1 Estrela d’alva, estrela da tarde, o planeta Vênus. 
25 
 
O escravo calou a fala, 
Porque na úmida sala 
O fogo estava a apagar; 
E a escrava acabou seu canto, 
P’ra não acordar com o pranto 
O seu filhinho a sonhar! 
 
O escravo então foi deitar-se, 
Pois tinha de levantar-se 
Bem antes do Sol nascer, 
E se tardasse, coitado, 
Teria de ser surrado, 
Pois bastava escravo ser. 
 
E a cativa desgraçada 
Deita seu filho, calada, 
E põe-se triste a beijá-lo, 
Talvez temendo que o dono 
Não viesse, em meio do sono, 
De seus braços arrancá-lo 
Recife, 1863. 
 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000074.pdf>. Acesso em: 
07 de fev. 2019. 
 
 
 
5. Após a leitura, discuta com seus colegas, sobre o tema identificado no 
poema. Por que é possível dizer que este poema é de denúncia social? 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
Castro Alves é um representante da 3ª geração do Romantismo, autor de obras 
de cunho social, dentre elas “O Navio Negreiro”, poema épico dramático, 
significativo, pela marcante denúncia da sociedade do século XIX. 
26 
 
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________ 
 
 
6. Em quais versos do poema fica evidenciada a denúncia social? A questão 
denunciada no século XIX persiste até os dias de hoje? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
7. A linguagem utilizada, a presença de rimas e de adjetivos contribuem para 
o tom lamurioso do poema A Canção do Africano. Retire do texto 
exemplos que demonstrem esse tom. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
8. Releia a primeira e a terceira estrofes. Qual sentimento é expresso pelo 
escravo? Justifique sua resposta com versos. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
9. Ao longo do poema, o autor emprega palavras e expressões que se 
referem à terra de onde o escravo veio e à terra onde ele se encontra. 
a) Identifique onde elas aparecem na segunda estrofe e transcreva-as 
abaixo. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
27 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
b) Na quinta estrofe, a referência a essas terras é feita pelo emprego de 
advérbios. Copie-os. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
10. Em qual estrofe há referência ao trabalho escravo? Identifique-a e 
comente. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
A fim de contextualizar a temática sobre o trabalho escravo, nos dias de hoje e 
ampliar seu repertório para o momento de discussão oral, indicamos os links 
abaixo: 
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-pauta/caso-fazenda-brasil-
verde-16-anos-de-escravidao/> Acesso em: 13 fev. 2019. 
Disponível em: <https://noticias.r7.com/brasil/governo-busca-vitimas-de-
trabalho-escravo-da-fazenda-brasil-verde-18082018>. Acesso em: 13 de fev. 
2019. 
Disponível em: <https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2018/10/19/nove-
pessoas-submetidas-a-trabalho-escravo-sao-resgatadas-em-carvoaria.ghtml>. 
Acesso em: 13 de fev. 2019. 
 
 
 
28 
 
Discussão Oral 
 
Alguns trabalhadores, hoje em dia, por extrema necessidade submetem-se a 
condições subumanas, como por exemplo: alojamento inadequado, 
alimentação precária, carga horária exaustiva sem pagamentos de horas 
extras, baixos salários etc. 
Com a mediação do professor, realize uma discussão com seus colegas, 
considerando o estudo do poema e a leitura dos textos sugeridos. 
 
Atividade 2 
 
Introdução ao Romantismo 
 Leia a nota abaixo: 
 
 
 Para saber mais 
 
Pesquise sobre o Romantismo brasileiro: suas principais características e 
autores. Faça um levantamento sobre as personagens femininas presentes nas 
obras românticas, no que se refere aos aspectos físicos, psicológicos, seu papel 
social. Destaque trechos em que eles se evidenciam, para comparar o perfil 
feminino do século XIX representado nas obras da época, com o perfil das 
mulheres do século XXI. 
 
 
Sobre 
 
 
Sobre o autor 
José de Alencar foi jornalista, dramaturgo, advogado, político e escritor 
brasileiro. Representou, com maestria, o romantismo brasileiro, produzindo 
romances indianistas, regionalistas e urbanos. 
O Romantismo iniciou-se em 1836, logo após a independência política do 
Brasil, sendo influenciado pelos ideais da Revolução Francesa e da 
Independência dos Estados Unidos, contrapondo-se ao colonialismo 
português, buscando uma identidade nacional. Este movimento literário foi 
dividido em três diferentes gerações, sendo a primeira conhecida como 
Nacionalista/Indianista, a segunda como Ultrarromântica e a terceira, 
Condoreira. 
 
29 
 
A seguir, você lerá dois trechos de obras do século XIX. Portanto, é possível, 
que se depare com palavras e expressões desconhecidas ou que não sejam 
comuns nos dias de hoje. Destaque tais termos e, a partir do contexto, procure 
inferir seu significado. 
 
Leia o trecho abaixo, retirado da obra “Senhora”, de José de Alencar: 
 
Texto 1 
 
Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. 
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada 
a rainha dos salões. 
Tornou-se a deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em 
disponibilidade. Era rica e formosa. 
Duas opulências, que se realçam como a flor em vaso de alabastro; dois 
esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. 
Quem não se recorda da Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da 
Corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do 
deslumbramento que produzira o seu fulgor? 
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a 
conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande 
novidade do dia. 
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a 
verdade, semos comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. 
Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina 
Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. [...] 
 
Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000011.pdf >. Acesso em: 
12 de fev. 2019 
 
 
Leia o trecho a seguir, retirado da obra “Iracema”, de José de Alencar 
 
 
30 
 
Texto 2 
 
[...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu 
Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros 
que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não 
era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito 
perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão 
e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. 
O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra 
com as primeiras águas. Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da 
floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da oiticica, mais fresca do que o orvalho 
da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os úmidos cabelos. 
Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto. Iracema saiu do 
banho: o aljôfar d’água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em 
manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de 
seu arco, e concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto 
agreste. A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes 
sobe aos ramos da árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o 
uru de palha matizada, onde traz a selvagem seus perfumes, os alvos fios do 
crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda, e as tintas de que matiza o 
algodão. Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os 
olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a 
contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau 
espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos 
olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-
lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no 
arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. De primeiro 
ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço 
guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura 
e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida. O sentimento que ele pôs nos olhos e 
no rosto, não o sei eu. Porém a virgem lançou de si o arco e a uiraçaba, e correu 
para o guerreiro, sentida da mágoa que causara. A mão que rápida ferira, 
estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema 
quebrou a flecha homicida: deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a 
31 
 
ponta farpada. O guerreiro falou: — Quebras comigo a flecha da paz? — Quem 
te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas 
matas, que nunca viram outro guerreiro como tu? — Venho de bem longe, filha 
das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os 
meus. — Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras, senhores das 
aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema. [...] 
 
Disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000014.pdf>. Acesso em: 
12 de fev. 2019 
 
 Após a leitura, consulte no dicionário as palavras desconhecidas 
que você destacou, para checar as hipóteses levantadas. Transcreva 
apenas o significado que se relaciona ao contexto. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
Entrelaçando os textos 
 
1. A produção literária da 1ª e 2ª gerações românticas, do século XIX, 
destacou a mulher como figura idealizada. Identifique nos trechos 
retirados das obras “Senhora” e “Iracema”, características que 
comprovem essa afirmação. Comente. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
2. No trecho da obra “Senhora”, o que é possível identificar quanto ao 
perfil da personagem Aurélia, por meio de sua descrição? 
 
32 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
3. A obra “Iracema” foi escrita em prosa, utilizando uma linguagem 
predominante do texto poético. Cite alguns trechos que comprovem a 
presença destes elementos: sonoridade, ritmo, rima, adjetivação. 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
4. No excerto: “Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os 
cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu 
talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; 
nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado”. 
Quais figuras de linguagem aparecem neste trecho? 
 
(A) Pleonasmo e antítese; 
(B) Eufemismo e hipérbole; 
(C) Metonímia e antítese; 
(D) Metáfora e comparação; 
(E) Catacrese e metonímia. 
 
 
 
 
 
33 
 
5. No trecho da obra “Senhora”, as figuras de linguagem metáfora e 
comparação estão presentes. Transcreva-as abaixo: 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
Atividade 3 
 
Produção Escrita 
 
Planejando a escrita 
 
No século XIX, os casamentos por interesse e aqueles arranjados pela família 
eram muito comuns. Nos dias atuais, essas práticas não são tão recorrentes, 
porém, ainda ocorrem. 
Diante disso, para ampliar seu repertório a respeito do assunto e contribuir com 
sua produção escrita, leia os textos de apoio, destacando os aspectos 
relevantes. Para orientar sua leitura, reflita e discuta com seus colegas: 
 
 
1. Qual a sua opinião em relação ao casamento por interesse financeiro, de 
poder, por status ou prestígio social? Comente. 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
34 
 
2. Você acredita que se não há dinheiro, não há amor? Por quê? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
✓ Retome a pesquisa realizada no início da Atividade 2 e reúna os registros 
feitos no processo de leitura e discussão, a fim de selecionar argumentos 
que contribuam para a formação de sua opinião.✓ Considerando todo o contexto, você produzirá um projeto de texto para 
um artigo de opinião, com a seguinte questão polêmica: Todo 
relacionamento envolve algum tipo de interesse? 
 
✓ Para auxiliá-lo na sua produção, complete o esquema abaixo: 
 
 
 
 
 
 
Textos de apoio 
 
Texto 1 - Casamento é negócio. Amor é supérfluo. Disponível em: 
<https://papodehomem.com.br/casamento-e-negocio-amor-e-superfluo/>. Acesso 
em: 10 de maio 2019. 
Texto 2 - Artigo – Casamento por interesse financeiro. Disponível em: <https://tj-
pe.jusbrasil.com.br/noticias/100626023/artigo-casamento-por-interesse>. Acesso 
em: 10 de maio 2019. 
35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Questão polêmica: 
Todo relacionamento envolve algum tipo de 
interesse? 
 
Tese 
(seu posicionamento) 
Argumento 1 - Defesa da posição 
Argumento 2 - Defesa da posição 
Conclusão 
 
36 
 
Produzindo um Artigo de Opinião 
 
Revisando o Artigo de Opinião 
Após a produção do texto, revise-o e, se necessário, reescreva-o. Seguem 
algumas dicas para apoiá-lo nesta etapa de revisão: 
✓ O título está adequado ao assunto? 
✓ Atendeu ao contexto de produção, considerando: 
• gênero; 
• público-alvo; 
• lugar onde vai circular; 
• posição social do autor. 
✓ Elementos estruturais do texto: 
• Posicionou-se claramente frente à questão polêmica? 
• Os argumentos estão desenvolvidos para defesa de seu ponto de 
vista? 
• Concluiu o texto retomando o posicionamento assumido na tese? 
✓ Análise linguística: 
• Empregou a linguagem adequada ao gênero? 
• Atendeu às normas de convenção da escrita? 
• Utilizou organizadores textuais (conjunções, advérbios e locuções) 
para articular os argumentos entre si? 
 
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Contexto de produção 
Assuma o papel de um articulista para escrever um Artigo de Opinião, 
posicionando-se a respeito da questão polêmica Todo relacionamento envolve 
algum tipo de interesse? Seu texto será publicado num blog com objetivo de 
promover reflexões sobre os temas tratados, oferecendo conteúdo diversificado, 
gratuito e relevante para seus leitores. 
37 
 
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38 
 
3ª Série – Ensino Médio 
 
Atividade 1 – A MODERNIDADE E O MODERNISMO NO BRASIL 
 
I- O Modernismo e o Movimento modernista 
 
 
 
 
1- Leitura Inicial 
 
Lundu do escritor difícil 
Mário de Andrade 
 
Eu sou um escritor difícil 
Que a muita gente enquizila, 
Porém essa culpa é fácil 
De se acabar duma vez: 
É só tirar a cortina 
Que entra luz nesta escurez. 
 
Cortina de brim caipora, 
Com teia caranguejeira 
E enfeite ruim de caipira, 
Fale fala brasileira 
Que você enxerga bonito 
Tanta luz nesta capoeira 
Tal-e-qual numa gupiara. 
 
Misturo tudo num saco, 
Mas gaúcho maranhense 
Que para no Mato Grosso, 
Bate este angu de caroço 
Ver sopa de caruru; 
A vida é mesmo um buraco, 
Bobo é quem não é tatu! 
Eu sou um escritor difícil, 
Porém culpa de quem é!... 
Todo difícil é fácil, 
Abasta a gente saber. 
Bagé, pixé, chué, ôh “xavié” 
De tão fácil virou fóssil, 
O difícil é aprender! 
 
Virtude de urubutinga 
De enxergar tudo de longe! 
Não carece vestir tanga 
Pra penetrar meu caçanje! 
Você sabe o francês “singe” 
Mas não sabe o que é guariba? 
- Pois é macaco, seu mano, 
Que só sabe o que é da 
estranja. 
39 
 
 
ANDRADE, Mário de. “Lundu do escritor difícil”. In: Revista de Antropofagia, São Paulo, Ano I, nº 7, p.3, 
nov. 1928. Disponível em: <https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf.>. Acesso 
em: 11 de abr. 2019. 
 
 
 
 
 
Vocabulário 
Enquizila – incomoda, importuna 
Escurez – escuridão, ausência de luz 
Gupiara – depósito de cascalho em regiões elevadas 
Caruru – tipo de planta utilizado na culinária 
Urubutinga – grande urubu de cabeça e pescoço nu 
Caçanje – pejorativamente, o português falado ou escrito errado 
Singe – palavra da língua francesa para macaco, primata 
Guariba – bugio, nome comum que se dá no Brasil a todas as espécies de primatas 
Estranja – conjunto de países estrangeiros 
 
 
2- O poema de Mário de Andrade apresenta uma reflexão sobre a criação de 
uma expressão literária brasileira, envolvendo questões que passam pela busca 
e imitação de modelos estrangeiros, pelo desconhecimento da Língua 
Portuguesa utilizada no Brasil e pela construção da identidade nacional. Releia 
o poema, responda: 
 
a) O que é “lundu”? Quais as prováveis intenções do autor ao utilizar essa 
palavra para compor o título de seu poema? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) No primeiro verso, o eu lírico se coloca na posição de um escritor que 
incomoda muita gente. A partir do que é apresentado nas demais estrofes, 
por que isso acontece? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
40 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
c) Qual o motivo da palavra “xavié” vir entre aspas e as palavras bagé, pixé 
e chué não? 
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________ 
 
d) Qual o tema principal tratado por Mário de Andrade? O que Mário de 
Andrade critica com seu poema? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
e) Sobre a estrutura do poema, qual a métrica utilizada? Qual a intenção do 
autor ao fazer essa escolha? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
f) Em se tratando das características do português do Brasil, de que forma 
podemos entender os versos: “Todo difícil é fácil,/ Abasta a gente saber./ 
Bagé, pixé, chué, ôh “xavié”/ De tão fácil virou fóssil...”? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
g) Qual o esquema de rimas do poema? Há uma regularidade? Sabendo se 
tratar de um poema modernista, que inferência podemos fazer? 
41 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
II- O Movimento Modernista: das influências a sua divulgação 
 
O texto de Mário de Andrade, analisado acima, foi publicado na Revista de 
Antropofagia em 1928. A divulgação das ideias modernistas acontecia com a 
publicação das obras, por intermédio de revistas artísticas que traziam não 
apenas textos sobre a arte moderna, mas também poemas, trechos de contos, 
romances, propagandas de eventos etc. Autores como Oswald de Andrade, 
Manuel Bandeira, Menotti del Picchia, Graça Aranha, Carlos Drummond de 
Andrade são alguns expoentes desse momento. 
 
Pesquisa: 
a) Já discutimos a importância dos movimentos de vanguarda e a maneira 
como influenciaram o Modernismo no Brasil. Retomando essas 
discussões, no que consistiu o período chamado Belle Époque, entre o 
final do século XIX e início do século XX na Europa? 
b) Nesse contexto de inovações, o que foi a “Semana de Arte Moderna” 
ocorrida entre 11 e 18 de fevereiro de 1922? O que ela representou em 
se tratando da busca por uma identidade nacional? 
c) Além da Revista da Antropofagia, quais as outras criadas pelos 
Modernistas? Onde e quando foram publicadas? Quais os seus 
principais colaboradores? 
 
III- A Revista de Antropofagia 
 
Leia o texto de abertura do primeiro número da Revista de Antropofagia. A 
seguir, responda às questões. 
 
42 
 
Abre-alas 
 
Nós éramos xifópagos. Quase chegamos a ser deródimos. Hoje somos 
antropófagos. E foi assim que chegamos à perfeição. 
Cada qual com o seu tronco, mas ligados pelo fígado (o que quer dizer 
pelo ódio) marchávamos numa só direção. Depois houve uma revolta. E para 
fazer essa revolta nos unimos ainda mais. Então formamos um só tronco. 
Depois o estouro: cada um de seu lado. Viramos canibais. 
Aí descobrimos que nunca havíamos sido outra cousa. A geração atual 
coçou-se: apareceu o antropófago. O antropófago: nosso pai, princípio de 
tudo. 
 Não o índio. O indianismo é para nós um prato de muita sustância. 
Como qualquer outra escola ou movimento. De ontem, de hoje e de amanhã. 
Daqui e de fora. O antropófago come o índio e come o chamado civilizado: só 
ele fica lambendo os dedos. Pronto para engolir os irmãos. 
Assim a experiência moderna (antes: contra os outros; depois: contra 
os outros e contra nós mesmos) acabou despertando em cada conviva o 
apetite de meter o garfo no vizinho. Já começou a cordial mastigação. 
Aqui se processará a mortandade (esse carnaval). Todas as oposições 
se enfrentarão. Até 1923 havia aliados que eram inimigos. Hoje há inimigos 
que são aliados. A diferença é enorme. Milagres do canibalismo. 
No fim sobrará um Hans Staden. Esse Hans Staden contará aquilo de 
que escapou e com os dados dele se fará a arte próxima futura. 
É, pois, aconselhando as maiores precauções que eu apresento ao 
gentio da terra e de todas as terras a libérrima REVISTA DE ANTROPOFAGIA. 
E arreganho a dentuça. 
Gente: pode ir pondo o cauim a ferver. 
 
MACHADO, Antônio de Alcântara. “Abre-alas”. In: Revista de Antropofagia, São Paulo, Ano I, nº 1, p.1, 
mai. 1928. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf. Acesso 
em 10 de maio. 2019. 
 
 
 
a) Qual o tema e o propósito comunicativo do texto de Alcântara Machado? 
43 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
b) A partir do que sabemos sobre o movimento Modernista, qual relação 
podemos estabelecer entre os termos xipófagos, deródimos e 
antropófagos? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________ 
 
c) A que perfeição o autor está se referindo? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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d) Como podemos explicar a afirmação: “Viramos canibais”? 
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________ 
 
e) O que o autor pretende ao escrever: “De ontem, de hoje, de amanhã. 
Daqui e de fora.”? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
f) Quem foi Hans Staden? Ao citá-lo em seu texto, o que Alcântara Machado 
pretende junto ao seu leitor? 
44 
 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
g) Como podemos entender a expressão: “arreganho a dentuça”? 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
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_______________________________________________________________ 
 
h) Ao terminar seu texto, o autor o faz informalmente, utilizando a palavra 
“gente”. Qual a relação há entre essa informalidade e a sua solicitação: 
“pode ir pondo o cauim a ferver”? 
_______________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
 
 
Sugestão: 
 
Para complementar seus estudos sobre o início do Movimento Modernista, leia 
o “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” e o “Manifesto Antropófago”, de Oswald de 
Andrade. Disponíveis em: http://www.ufrgs.br/cdrom/oandrade/oandrade.pdf. 
Acesso: 10 maio 2109. 
 
 
 
IV- A poesia modernista 
 
1- Leia os poemas abaixo e indique quais são as marcas que os 
caracterizam como pertencentes ao Modernismo. Se necessário, 
45 
 
pesquise a respeito do contexto histórico-literário e das características 
desse período. 
 
Texto A 
ODE AO BURGUÊS 
 
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 
O burguês-burguês! 
A digestão bem-feita de São Paulo! 
O homem-curva! o homem-nádegas! 
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, 
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco! 
 
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! 
Que vivem dentro de muros sem pulos; 
E gemem sangues de alguns mil réis fracos 
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês 
E tocam o Printemps com as unhas! 
 
Eu insulto o burguês-funesto! 
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! 
Fora os que algarismam os amanhãs! 
Olha a vida dos nossos setembros! 
Fará Sol? Choverá? Arlequinal! 
Mas à chuva dos rosais 
O êxtase fará sempre Sol! 
 
Morte à gordura! 
Morte às adiposidades cerebrais! 
Morte ao burguês-mensal! 
Ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! 
Padaria Suíça! Morte viva ao Adriano! 
"— Ai, filha, que te darei pelos teus anos? 
46 
 
— Um colar... — Conto e quinhentos!!! 
Mas nós morremos de fome!" 
 
Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! 
Oh! purée de batatas morais! 
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! 
Ódio aos temperamentos regulares 
Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia! 
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! 
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, 
Sempiternamente as mesmices convencionais! 
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! 
Dois a dois! Primeira posição! Marcha! 
Todos para a Central do meu rancor inebriante 
 
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! 
Morte ao burguês de giolhos. 
Cheirando religião e que não crê em Deus! 
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! 
Ódio fundamento, sem perdão! 
 
Fora! Fu! Fora o bom burguês!... 
 
ANDRADE, Mário de. Paulicéia desvairada. In: Poesias Completas. São Paulo: EDUSP, 1987. 
 
Texto B 
INDIFERENÇA 
 
Paris – Nova York – Roma! 
Cabarets – correia de casarões – arte? 
 
O sol do meu país tem os longos cabelos de ouro 
As palmeiras do meu país são verdes 
frutos amarelos 
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Nos troncos úmidos das bananeiras 
vivem curiangos 
nas folhas molengas 
passeiam taturanas cabeludas 
 
Quintais! 
Amarelos 
 
Ouro sobre verde 
Verde e ouro sobre o azul 
 
Sob as palmeiras do meu país 
meu pensamento 
busca sonhos 
como passos de namorados nas calçadas 
 
O sol do meu país tem os longos cabelos de ouro 
 
VIVACQUA, Achilles. “Indiferença”. In: Revista de Antropofagia, São Paulo, Ano I, nº 3, p.2, jul. 1928. 
Disponível em:<https://digital.bbm.usp.br/bitstream/bbm/7064/1/45000033273.pdf.>. Acesso em: 10 de 
maio. 2019. 
 
 
2- Escolha e analise um poema de um outro autor da 1ª ou 2ª geração 
Modernista. Abaixo, apresentamos uma sugestão de autores. 
 
1ª Geração 2ª Geração 
Cassiano Ricardo 
Guilherme de Almeida 
Manuel Bandeira 
Menotti Del Picchia 
Oswald de Andrade 
 
Carlos Drummond de Andrade 
Cecília Meireles 
Jorge de Lima 
Mário Quintana 
Murilo Mendes 
Vinícius de Moraes 
 
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V- A prosa modernista 
 
1- Leia o conto abaixo. 
 
VESTIDA DE PRETO 
 
Tanto andam agora preocupados em definir o conto que não sei bem se 
o que vou contar é conto ou não, sei que é verdade. Minha impressão é que 
tenho amado sempre. Depois do amor grande por mim que brotou aos três anos 
e durou até os cinco mais ou menos, logo o meu amor se dirigiu para uma 
espécie de prima longínqua que frequentava a nossa casa. Como se vê, jamais 
sofri do complexo de Édipo, graças a Deus. Toda a minha vida, mamãe e eu 
fomos muito bons amigos, sem nada de amores perigosos. 
Maria foi o meu primeiro amor. Não havia nada entre nós, está claro, ela 
como eu nos seus cinco anos apenas, mas não sei que divina melancolia nos 
tomava, se acaso nos achávamos juntos e sozinhos. A voz baixava de tom, e 
principalmente as palavras é que se tornaram mais raras, muito simples. Uma 
ternura imensa, firme e reconhecida, não exigindo nenhum gesto. Aquilo aliás 
durava pouco, porque logo a criançada chegava. Mas tínhamos então uma raiva 
impensada dos manos e dos primos, sempre exteriorizada em palavras ou 
modos de irritação. Amor apenas sensível naquele instinto de estarmos sós. 
E só mais tarde, já pelos nove ou dez anos, é que lhe dei nosso único 
beijo, foi maravilhoso. Se a criançada estava toda junta naquela casa sem jardim 
da Tia Velha, era fatal brincarmos de família, porque assim Tia Velha evitava 
correrias e estragos. Brinquedo aliás que nos interessava muito, apesar da idade 
já avançada para ele. Mas é que na casa de Tia Velha tinha muitos quartos, de 
forma que casávamos rápido, só de boca, sem nenhum daqueles cerimoniais de 
mentira que dantes nos interessavam tanto, e cada par fugia logo, indo viver no 
seu quarto. Os melhores interesses infantis do brinquedo, fazer comidinha, 
amamentar bonecas, pagar visitas, isso nós deixávamos com generosidade 
apressada para os menores. Íamos para os nossos quartos e ficávamos vivendo 
lá. O que os outros faziam, não sei. Eu, isto é, eu com Maria, não fazíamos nada. 
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Eu adorava principalmente era ficar assim sozinho com ela, sabendo várias 
safadezas já, mas sem tentar nenhuma. Havia, não havia não, mas sempre como 
que havia um perigo iminente que ajuntava o seu crime à intimidade daquela 
solidão. Era suavíssimo e assustador. 
Maria fez uns gestos, disse algumas palavras. Era o aniversário de 
alguém, não lembro mais, o quarto em que estávamos fora convertido em 
dispensa, cômodas e armários cheios de pratos de doces para o chá que vinha 
logo. Mas quem se lembrasse de tocar naqueles doces, no geral secos, fáceis 
de disfarçar qualquer roubo! Estávamos longe disso. O que nos deliciava era 
mesmo a grave solidão. 
Nisto os olhos de Maria caíram sobre o travesseiro sem fronha que estava 
sobre uma cesta de roupa suja a um canto. E a minha esposa teve uma invenção 
que eu também estava longe de não ter. Desde a entrada no quarto eu 
concentrara todos os meus instintos na existência daquele travesseiro, o 
travesseiro cresceu como um danado dentro de mim e virou crime. Crime não, 
"pecado" que é como se dizia naqueles tempos cristãos... E, por causa disso, eu 
conseguira não pensar até ali, no travesseiro. 
— Já é tarde, vamos dormir — Maria falou. 
Fiquei estarrecido, olhando com uns fabulosos olhos de imploração para 
o travesseiro quentinho, mas quem disse travesseiro ter piedade de mim. Maria, 
essa estava simples demais para me olhar e surpreender os efeitos do convite: 
olhou em torno e afinal, vasculhando na cesta de roupa suja, tirou de lá uma 
toalha de banho muito quentinha que estendeu sobre o assoalho. Pôs o 
travesseiro no lugar da cabeceira, cerrou as venezianas da janela sobre a tarde, 
e depois deitou, arranjando o vestido pra não amassar. 
Mas eu é que nunca havia de pôr a cabeça naquele restico de travesseiroque ela deixou pra mim, me dando as costas. Restinho sim, apesar do 
travesseiro ser grande. Mas imaginem numa cabeleira explodindo, os famosos 
cabelos assustados de Maria, citação obrigatória e orgulho de família. Tia Velha, 
muito ciumenta por causa duma neta preferida que ela imaginava deusa, era a 
única a pôr defeito nos cabelos de Maria. 
— Você não vem dormir também? — ela perguntou com fragor, 
interrompendo o meu silêncio trágico. 
— Já vou — que eu disse — estou conferindo a conta do armazém. 
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Fui me aproximando incomparavelmente sem vontade, sentei no chão 
tomando cuidado em sequer tocar no vestido, puxa! Também o vestido dela 
estava completamente assustado, que dificuldade! Pus a cara no travesseiro 
sem a menor intenção de. 
Mas os cabelos de Maria, assim era pior, tocavam de leve no meu nariz, 
eu podia espirrar, marido não espirra. Senti, pressenti que espirrar seria muito 
ridículo, havia de ser um espirrão enorme, os outros escutavam lá da sala-de-
visita longínqua, e daí é que o nosso segredo se desvendava todinho. 
Fui afundando o rosto naquela cabeleira e veio a noite, senão os cabelos 
(mas juro que eram cabelos macios) me machucavam os olhos. Depois que não 
vi nada, ficou fácil continuar enterrando a cara, a cara toda, a alma, a vida, 
naqueles cabelos, que maravilha! até que o meu nariz tocou num pescocinho 
roliço. Então fui empurrando os meus lábios, tinha uns bonitos lábios grossos, 
nem eram lábios, era beiço, minha boca foi ficando encanudada até que 
encontrou o pescocinho roliço. Será que ela dorme de verdade?... Me ajeitei 
muito sem-cerimônia, mulherzinha! e então beijei. Quem falou que este mundo 
é ruim! só recordar... Beijei Maria, rapazes! eu nem sabia beijar, está claro, só 
beijava mamães, boca fazendo bulha, contato sem nenhum calor sensual. 
Maria, só um leve entregar-se, uma levíssima inclinação pra trás me fez 
sentir que Maria estava comigo em nosso amor. Nada mais houve. Não, nada 
mais houve. Durasse aquilo uma noite grande, nada mais haveria porque é 
engraçado como a perfeição fixa a gente. O beijo me deixara completamente 
puro, sem minhas curiosidades nem desejos de mais nada, adeus pecado e 
adeus escuridão! Se fizera em meu cérebro uma enorme luz branca, meu ombro 
bem que doía no chão, mas a luz era violentamente branca, proibindo pensar, 
imaginar, agir. Beijando. 
Tia Velha, nunca eu gostei de Tia Velha, abriu a porta com um espanto 
barulhento. Percebi muito bem, pelos olhos dela, que o que estávamos fazendo 
era completamente feio. 
— Levantem!... Vou contar pra sua mãe, Juca! 
Mas eu, levantando com a lealdade mais cínica deste mundo! 
— Tia Velha me dá um doce? 
Tia Velha – eu sempre detestei Tia Velha, o tipo da bondade Berlitz, 
injusta, sem método — pois Tia Velha teve a malvadeza de escorrer por mim 
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todo um olhar que só alguns anos mais tarde pude compreender inteiramente. 
Naquele instante, eu estava só pensando em disfarçar, fingindo uma inocência 
que poucos segundos antes era real. 
— Vamos! saiam do quarto! 
Fomos saindo muito mudos, numa bruta vergonha, acompanhados de Tia 
Velha e os pratos que ela viera buscar para a mesa de chá. 
O estranhíssimo é que principiou, nesse acordar à força provocado por 
Tia Velha, uma indiferença inexplicável de Maria por mim. Mais que indiferença, 
frieza viva, quase antipatia. Nesse mesmo chá inda achou jeito de me maltratar 
diante de todos, fiquei zonzo. 
Dez, treze, quatorze anos... Quinze anos. Foi então o insulto que julguei 
definitivo. Eu estava fazendo um ginásio sem gosto, muito arrastado, cheio de 
revoltas íntimas, detestava estudar. Só no desenho e nas composições de 
português tirava as melhores notas. Vivia nisso: dez nestas matérias, um, zero 
em todas as outras. E todos os anos era aquela já esperada fatalidade: uma, 
duas bombas (principalmente em matemáticas) que eu tomava apenas o 
cuidado de apagar nos exames de segunda época. 
Gostar, eu continuava gostando muito de Maria, cada vez mais, 
conscientemente agora. Mas tinha uma quase certeza que ela não podia gostar 
de mim, quem gostava de mim!... Minha mãe... Sim, mamãe gostava de mim, 
mas naquele tempo eu chegava a imaginar que era só por obrigação. Papai, 
esse foi sempre insuportável, incapaz de uma carícia. Como incapaz de uma 
repreensão também. Nem mesmo comigo, a tara da família, ele jamais ralhou. 
Mas isto é caso pra outro dia. O certo é que, decidido em minha desesperada 
revolta contra o mundo que me rodeava, sentindo um orgulho de mim que jamais 
buscava esclarecer, tão absurdo o pressentia, o certo é que eu já principiava me 
aceitando por um caso perdido, que não adiantava melhorar. 
Esse ano até fora uma bomba só. Eu entrava da aula do professor 
particular, quando enxerguei a saparia na varanda e Maria entre os demais. 
Passei bastante encabulado, todos em férias, e os livros que eu trazia na mão 
me denunciando, lembrando a bomba, me achincalhando em minha imperfeição 
de caso perdido. Esbocei um gesto falsamente alegre de bom-dia, e fui no 
escritório pegado, esconder os livros na escrivaninha de meu pai. Ia já voltar 
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para o meio de todos, mas Matilde, a peste, a implicante, a deusa estúpida que 
Tia Velha perdia com suas preferências: 
— Passou seu namorado, Maria. 
— Não caso com bombeado — ela respondeu imediato, numa voz tão 
feia, mas tão feia, que parei estarrecido. Era a decisão final, não tinha dúvida 
nenhuma. Maria não gostava mais de mim. Bobo de assim parado, sem fazer 
um gesto, mal podendo respirar. 
Aliás um caso recente vinha se ajuntar ao insulto pra decidir de minha 
sorte. Nós seríamos até pobretões, comparando com a família de Maria, gente 
que até viajava na Europa. Pois pouco antes, os pais tinham feito um papel bem 
indecente, se opondo ao casamento duma filha com um rapaz diz que pobre, 
mas ótimo. Houvera um rompimento de amizade, mal-estar na parentagem toda, 
o caso virara escândalo mastigado e remastigado nos comentários de hora de 
jantar. Tudo por causa do dinheiro. 
Se eu insistisse em gostar de Maria, casar não casava mesmo, que a 
família dela não havia de me querer. Me passou pela cabeça comprar um bilhete 
de loteria. "Não caso com bombeado"... Fui abraçando os livros de mansinho, 
acariciei-os junto ao rosto, pousei a minha boca numa capa, suja de pó suado, 
retirei a boca sem desgosto. Naquele instante eu não sabia, hoje sei: era o 
segundo beijo que eu dava em Maria, último beijo, beijo de despedida, que o 
cheiro desagradável do papelão confirmou. Estava tudo acabado entre nós dois. 
Não tive mais coragem pra voltar à varanda e conversar com... os outros. 
Estava com uma raiva desprezadora de todos, principalmente de Matilde. Não, 
me parecia que já não tinha raiva de ninguém, não valia a pena, nem de Matilde, 
o insulto partira dela, fora por causa dela, mas eu não tinha raiva dela não, só 
tristeza, só vazio, não sei... creio que uma vontade de ajoelhar. Ajoelhar sem 
mais nada, ajoelhar ali junto da escrivaninha e ficar assim, ajoelhar. Afinal das 
contas eu era um perdido mesmo, Maria tinha razão, tinha razão, tinha razão, 
que tristeza! 
Foi o fim? Agora é que vem o mais esquisito de tudo, ajuntando anos 
pulados. Acho que até não consigo contar bem claro tudo o que sucedeu. Vamos 
por ordem: Pus tal firmeza em não amar Maria mais, que nem meus 
pensamentos me traíram. De resto a mocidade raiava e eu tinha tudo a aprender. 
Foi espantoso o que se passou em mim. Sem abandonar o meu jeito de 
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"perdido", o cultivando mesmo, ginásio acabado, eu principiara gostando de 
estudar. Me batera, súbito, aquela vontade irritada de saber, me tornara 
estudiosíssimo. Era mesmo uma impaciência

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