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ALTERAÇÃO DO NOME NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAIS

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ALTERAÇÃO DO NOME NO REGISTRO CIVIL DE TRANSEXUAIS: Análise jurisprudencial atual sob a ótica do princípio da dignidade da pessoa humana
CHANGE OF NAME IN THE CIVIL REGISTRY OF TRANSEXUALS: Current jurisprudential analysis from the point of view of the principle of the dignity of the human person
Revecca Doria de Oliveira Martins[1: Advogada, graduada pela Faculdade Social da Bahia (2017); pós-graduanda em Direito Previdenciário pela Faculdade Damásio.]
Natália Silveira de Carvalho[2: Advogada, graduada em Direito pela Universidade estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009); mestre em Estudos Disciplinares Sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela Universidade Federal da Bahia; professora da Faculdade Social da Bahia (atual).]
RESUMO: Trata-se de um artigo que pretende analisar a jurisprudência atual da acerca da alteração do nome no registro civil de transexuais, visto que a não concessão deste direito é uma clara lesão ao aludido princípio. Observa-se que não existe uma legislação específica que regulamente as demandas destes indivíduos, restando ao Legislador decidir sobre a pleiteada modificação. Desta forma, a presente pesquisa tem por objetivo analisar algumas decisões sobre a alteração do nome de transexuais, fazendo questionamentos sob o ponto de vista do princípio da dignidade humana. A metodologia utilizada foi de uma pesquisa qualitativa com revisão bibliográfica e analise de jurisprudências. Assim, verificando o direito dos transexuais sob a ótica do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, considerado os direitos de integridade, intimidade e identidade sexual, depreende-se que este deve prevalecer sobre o princípio da imutabilidade do nome.
PALAVRAS-CHAVE: Alteração do nome. Transexuais. Registro civil. Princípio da dignidade humana.
ABSTRACT: It’s an article that intends to analyze the current jurisprudence of the change of the name in the civil registry of transsexuals, since the non-granting of this right is a clear injury to the aforementioned principle. It’s observed that there isn’t specific legislation that regulates the demands of these individuals, leaving the Legislator to decide on the proposed modification. In this way, the present research aims to analyze some decisions about the change of the name of transsexual, making questionings from the point of view of the principle of human dignity. The methodology used was a qualitative research with bibliographical review and analysis of jurisprudence. Thus, verifying the right of transsexuals from the point of view of the constitutional principle of the dignity of the human person, considering the rights of integrity, intimacy and sexual identity, it must be assumed that this should prevail over the principle of the immutability of the name.
KEYWORDS: Change of name. Transsexuals. Civil registry. Principle of dignity
SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Dignidade da Pessoa Humana. 3 Gênero e Sexo. 4 Nome Civil X Nome Social. 5 Alteração do nome civil de transexuais. 6 Posicionamento da jurisprudência atual. 7 Considerações finais. Referências.
1. INTRODUÇÃO
A possibilidade da mudança de sexo no registro civil de transexuais antes da cirurgia de redesignação, ou até mesmo, sem ela, é uma possibilidade tangente na atualidade. No entanto, ainda há uma grande divergência acerca deste tema, tendo apenas pouquíssimos julgados favoráveis à causa. As questões de gênero ainda são incipientes no Direito, necessitando ainda aprofundar-se para garantir a todos o mais fundamental dos direitos, o de existir.
Observa-se ainda que tudo aquilo que gera em torno do Direito de Gênero, como atualmente vêm sendo caracterizadas as questões referentes ao tema, estão basicamente justificadas pelos princípios fundamentais. Além da dignidade humana, respalda-se no princípio da igualdade e do direito à personalidade. Porém, apenas estes elementos não são suficientes para embasar toda uma problemática que se estende muito além de questões principiológicas, atingindo, inclusive, as questões psicológicas destes direitos.
A questão da mudança do sexo no registro civil permeia uma seara a qual as pessoas não estão habituadas e a recebem com estranheza. No entanto, mais estranho do que alterar um dado na certidão de nascimento, é o indivíduo ser obrigado a permanecer num corpo ao qual não pertence e ter que justificar porque no seu registro consta que nasceu mulher, se fisicamente, apresenta-se como homem, e vice-versa, criando-se um sem número de enraizados preconceitos.
A jurisprudência, no que tange à alteração do nome no registro civil de transexuais antes ou mesmo sem a cirurgia de transgenitalização, apresenta diversos pareceres favoráveis à causa. No entanto, atenta-se que no Brasil, atualmente, não existe uma Legislação específica que defenda os interesses das pessoas transexuais, bem como não há nada que regulamente os direitos às questões que dizem respeito à mudança dos seus registros, ficando a cargo do legislador decidir sobre tais demandas. Desta forma, há a necessidade de buscar como estes indivíduos, que deveriam ter melhor assistência do Poder Público, dado que, infelizmente, ainda são a parte hipossuficiente de tal relação, poderiam utilizar o Direito para beneficiar-se em questões que transcendem o seu querer.
O projeto de Lei 5002/2013 de autoria do Deputado Jean Willis em parceria com a Deputada Érika Kokay, é um marco para os direitos das pessoas transexuais. O projeto em questão visa reconhecer a identidade de gênero como um direito do cidadão. A sua fundamentação está em dar aos indivíduos a possibilidade de adequar sua identidade de gênero auto percebida àquela constante em sua identidade civil.
Assim, na presente pesquisa o que se busca é realizar uma análise acerca da problemática da mudança do nome de pessoas transexuais sob a ótica da dignidade da pessoa humana, dialogando, para tanto, com os conceitos próprios dos estudos de gênero.
2. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
De acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, dignidade quer dizer “[...] 4. Decência, decoro [...]. 5. Respeito a si mesmo; amor-próprio, brio, pundonor [...]” (FERREIRA, 2004, p. 678). A despeito do significado da palavra, dignidade humana pode abarcar uma noção de conjunto de providências tomadas pelo Estado, juntamente com a sociedade, visando suscitar a realização mais elevada do ser humano, na seara política, sob a ótica formal e material.
Para falar de dignidade da pessoa humana, é necessária uma breve explanação a respeito do conceito de pessoa, que para os povos antigos, não tem a mesma acepção. Na filosofia grega o homem era um animal político ou social, que tinha a cidadania como seu centro e pertencia ao Estado, tendo uma relação íntima com a natureza e o Cosmos (CAVALCANTE, 2007).
De acordo com Cavalcante (2007), a definição de pessoa começa a surgir com o Cristianismo, definindo-a como ser espiritual, munido de subjetividade, portador de valores em si mesmo e, portanto, detentor de direitos subjetivos ou fundamentais, possuindo dignidade. Entretanto a designação de pessoa tal e qual conhecemos atualmente tem como alicerce o reconhecimento de que a vida social do homem não deve ser confundida com a vida do Estado. Desta forma, ocorre um deslocamento do Direito do plano estatal para o plano individual para que haja o necessário equilíbrio entre autoridade e liberdade.
No âmbito da Constituição Federal Brasileira de 1988, de acordo com Matos e Gostinski (2017, p. 19), o seu “art. 1º, III, traz a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Ao lado da soberania e da cidadania, afigura-se tal fundamento como valor chave, presente na construção jurídico-política do Estado brasileiro [...]”
Ainda hoje, não há uma regulamentação legal acerca da temática da mudança do nome das pessoas transexuais, restando a estes indivíduos pleitear a demanda na esfera judicial. Essa ausência legal afeta diretamente a dignidade da pessoa humana, visto que porser um direito de todos, a dignidade é tida como um princípio, um fundamento inviolável, garantido constitucionalmente, sendo inerente à personalidade humana. De acordo com Moraes:
Esse fundamento afasta a ideia de predomínio das concepções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade individual. A dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres humanos e a busca ao Direito à Felicidade. (MORAES, 2014, p. 18)
Nesse contexto, trazendo a aplicação do digno princípio para a realidade das pessoas transexuais, não se vê uma aplicação justa e imediata do mesmo para que esses indivíduos gozem do direito pleno ao que ele preceitua. A dura realidade é que não há um respeito por parte da sociedade a essas pessoas, fazendo com que, muitas vezes, eles sejam segregados e discriminados por serem diferentes. Isso é claramente visualizado quando tratamos do mercado de trabalho, que os exclui de forma aberta, cabendo a 90% das transexuais e travestis brasileiras, segundo dados da ONG Transrevolução, o sustento por meio da prostituição.
Nas palavras de Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Branco:
Respeita-se a dignidade da pessoa quando o indivíduo é tratado como sujeito com valor intrínseco, posto acima de todas as coisas criadas e em patamar de igualdade de direitos com os seus semelhantes. Há o desrespeito ao princípio, quando a pessoa é reduzida à singela condição de objeto, apenas como meio para a satisfação de algum interesse imediato.
[...]
O ser humano não pode ser exposto — máxime contra a sua vontade — como simples coisa motivadora da curiosidade de terceiros, como algo limitado à única função de satisfazer instintos primários de outrem, nem pode ser reificado como mero instrumento de divertimento, com vistas a preencher o tempo de ócio de certo público. (MENDES; BRANCO, 2012, p. 405)
Incontestável é a máxima de que o ser humano não pode ser mero objeto de satisfação de outrem, que a seu bel prazer discrimina indivíduos diferentes, marginalizando-os e excluindo-os, o que leva a uma ofensa aos primordiais princípios do ser. Não obstante, não é nada diferente com os transexuais, vez que, para satisfazer sua curiosidade mórbida, o homem dito heterossexual causa ofensa aos ditos princípios, expondo o transexual à situação vexatória, tratando-o como objeto.
Para salvaguardar sua dignidade, o transexual pode valer-se dos procedimentos cirúrgicos para modificação de seu sexo biológico, buscando uma adequação corpo/psique. Desta forma, diante de um quadro diagnosticado de distúrbio psíquico, lastreado pelo art. 13 do Código Civil de 2002, depreende-se que o processo transexualizador, nestes casos, é uma mera disposição do próprio corpo do indivíduo, não constituindo uma ação punível pelo direito, apesar deste assim o classificar, sendo de natureza terapêutica, ou seja, uma situação irresistível ao indivíduo que reclama a readequação do seu sexo biológico ao psicológico. [3: Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. (BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Brasília, DF, jan 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm> Acesso em: 12 mar. 2007.]
Observa-se que não há ainda uma legislação específica que resguarde os direitos da adequação sexual, não havendo uma regulamentação jurídica das consequências advindas deste fenômeno. No entanto, a jurisprudência já é favorável no sentido de conceder o que é pleiteado por essa parcela da sociedade, mas com grandes restrições.
O grande problema é que o direito não acompanhou a evolução médica e social, não se adequando às demandas pelo direito à dignidade desses indivíduos, que passam por situações extremamente constrangedoras, tanto sociais quanto psicológicas por não haver um respaldo jurídico que os proteja.
Nesse diapasão é que se propõe atuar o Projeto de Lei 5002/2013, a Lei João Nery, de autoria do Deputado Jean Wyllys e da Deputada Erika Kokay. Por meio dele, o transexual não necessitará entrar na justiça para fazer a alteração do nome, bastando solicitar a retificação do registro dada a não coincidência dos seus documentos com sua identidade de gênero autopercebida. No entanto, isso ainda está no plano do ideal.
3. GÊNERO E SEXO
Gênero masculino ou feminino diz respeito à questão social do ser. Ser homem ou ser mulher não é ser um personagem, que de acordo com os mandos e desmandos da sociedade, o indivíduo aprende a atuar, devendo, inclusive, obedecer a certos ditames para que possa se encaixar socialmente e ser reconhecido como pessoa. Diz respeito à identidade do indivíduo, como ele se encaixa na sociedade e como ele percebe a si mesmo.
Para Louro, 1997:
[...] gênero se constitui com ou sobre corpos sexuados, ou seja, não é negada a biologia, mas enfatizada, deliberadamente, a construção social e histórica produzida sobre as características biológicas [...], já que é no âmbito das relações sociais que se constroem os gêneros. [...] O conceito passa a exigir que se pense de modo plural, acentuando que os projetos e as representações sobre mulheres e homens são diversos.
Vê-se que gênero é um conceito demasiadamente amplo, que circunda nas estradas da psicologia, antropologia, cultura e ciência. No entanto, para compreender o enfoque do atual estudo, será necessário fazer uma caracterização acerca de sexo, identidade e suas variações e gênero. E, para compreender de que forma o Direito é aplicado nestas questões, necessita-se entender o que é o sexo legal ou jurídico. 
Para poder diferenciar e relacionar as questões de gênero com o referencial sexual nasceu o conceito de identidade sexual, que está diretamente relacionado à realização do desejo sexual, independente de quem sejam os “sujeitos ativos e passivos” da relação. Está, então, diretamente, ligado ao modo como o indivíduo se satisfaz sexualmente. Esta definição é completamente diferente de identidade de gênero, que tem apelo social. É a necessidade que a sociedade tem de classificar um indivíduo para poder incluí-lo.
De acordo com o art. 1º, II do Decreto nº 8.727/16, identidade de gênero é “dimensão da identidade de uma pessoa que diz respeito à forma como se relaciona com as representações de masculinidade e feminilidade e como isso se traduz em sua prática social, sem guardar relação necessária com o sexo atribuído no nascimento”.
Identidade de gênero é o modo como cada sujeito compreende a si mesmo no aspecto gendrado de sua formação como indivíduo. Há um parâmetro hegemônico da identidade de gênero sedimentado no binômio homem/mulher, sendo cada uma destas identidades associada ao sexo biológico. Portanto, identidade de gênero pode ser compreendida como uma faceta da identidade de um indivíduo no que tange seu auto reconhecimento como homem ou mulher, - isto se for levado em conta somente as possibilidades hegemônicas de existência. Contudo, dada a complexidade da formação da identidade, este auto reconhecimento pode escapar do parâmetro hegemônico, fazendo emergir outras identidades que não são reconhecidas como tais para o parâmetro binário sexual da existência humana.
Vale ressaltar que existe uma grande diferença entre sexo e gênero, então, faz-se necessário uma breve explanação acerca do que é sexo. O sexo não é um conceito único, existem pelo menos quatro significados para a palavra. O significado biológico diz respeito à diferenciação entre macho e fêmea; o classificatório ao conjuntode pessoas que possuem o mesmo sexo; o de sinônimo de sexualidade, ou seja, sensualidade, volúpia e lubricidade; e o biológico, que diz respeito aos órgãos genitais externos.[4: Há ainda outras formas de designar sexo. O sexo genético é também chamado de sexo cromossômico, ou seja, aquele determinado pelos cromossomos sexuais que se fundiram durante a fecundação, sendo o cromossomo X presente nos óvulos e nos espermatozoides e o Y, presente apenas nos espermatozoides. O sexo feminino é determinado pela junção de dois cromossomos X e o masculino por um conjunto XY. O sexo somático é formado pelo conjunto entre a aparência externa e interna dos órgãos genitais. Nos homens é formado pelas vesículas seminais, canais deferentes, próstata e pênis; nas mulheres elo útero, trompas, terço interno da vagina e vulva. O sexo de criação ou sexo social é aquele que está ligado diretamente ao ambiente no qual a criança vive, atuando os pais de uma maneira bastante influenciadora na sua definição, podendo também ter influência outras pessoas que fazem parte daquela comunidade, como professores, vizinhos e parentes. De forma ampla, o infante é criado seguindo seu sexo legal, definido a partir do sexo biológico. Então, sexo de criação manifesta-se pela opinião das pessoas sobre um determinado indivíduo. O sexo psicossocial ou sexo psíquico é o conjunto das características que determinam as reações psicológicas masculinas ou femininas a certos estímulos, ou seja, é aquele que resulta das relações fisiológicas, genéticas e psicológicas que se constroem numa determinada atmosfera sociocultural. (PENNA, Iana Soares de Oliveira. Dignidade da pessoa humana e direito à identidade na redesignação sexual [Dissertação de Mestrado] PUC, Rio de Janeiro: 2010)]
No entanto, faz-se mister entender, nas questões suscitadas na presente pesquisa, o que é o sexo legal ou jurídico. Este tipo de sexo é definido como aquele que obrigatoriamente deve constar no assento do registro de nascimento do indivíduo, sendo um dos elementos indispensáveis para que uma pessoa tenha uma identidade civil. Este é definido com base na aparência externa do órgão genital.
De acordo com Silva: “[...] os efeitos da designação do sexo jurídico constitui um critério diferenciador de aquisição de direitos ou de obrigações legais, tais como: a obrigatoriedade do serviço militar para os homens; tempo de aposentadoria diferenciado entre homens e mulheres; definição de vítima do crime de violência contra a mulher”. (SILVA, 2007, p. 21)
A legislação atual ainda é precária no sentido de direcionar os direitos de gênero. Existem alguns projetos de leis, decretos e resoluções que tentam regulamentar tais direitos, tais como a Instrução Conjunta nº 02/2010, a Resolução nº 12 de 16 de janeiro de 2015, o Decreto nº 8.727 de 28 de abril de 2016 e o Projeto de Lei 5002/2013, mas nenhum deles ainda tem o condão de estabelecer diretrizes concretas acerta dos problemas que envolvem as questões de gênero.
Diante de toda essa gama de diferentes conceitos, observa-se a grande dificuldade que o Direito encontra de respaldar aquilo que não se encontra expresso, que não possui definição, como as questões referentes ao direito de identidade e reconhecimento de gênero dos indivíduos. Note-se que, dando especial atenção ao princípio da dignidade humana e à Constituição Federal que em seu art. 5º aduz que todos são iguais perante a lei, sendo estes direitos fundamentais do homem, não é exatamente isso que se vê quando o problema envolve indivíduos transexuais.
A identificação do indivíduo como sendo de um ou de outro gênero é uma questão que ultrapassa o campo da psicologia e acaba por adentrar os ramos do direito, vez que a mudança nos registros implica uma modificação de todo o histórico civil e jurídico da pessoa. Deixar de ser Maria para ser João é mais do que apenas mudar o nome, é alterar toda a estrutura jurídica de como este ser passará a ser visto, não apenas socialmente, mas também para o âmbito do Direito.
4. NOME CIVIL X NOME SOCIAL
Antes de qualquer introito a respeito do nome, deve-se observar que todo indivíduo é dotado de personalidade. Ela está diretamente relacionada a quem o indivíduo é e como ele existe para o Direito. De acordo com Gonçalves (2012, p. 91) “Todo aquele que nasce com vida torna-se uma pessoa, ou seja, adquire personalidade.” Desta forma, depreende-se que a personalidade é pressuposto para inserção e atuação do indivíduo na ordem jurídica.
A personalidade é, portanto, o conceito básico da ordem jurídica, que a estende a todos os homens, consagrando-a na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade. É qualidade jurídica que se revela como condição preliminar de todos os direitos e deveres. (GONÇALVES, 2012, p. 91)
Fazendo uma correlação com o Código Civil, todo ser natural que tem personalidade, tem direito ao nome, como preceitua o artigo 16 do referido Codex: “Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”. Assim, é possível fazer a definição de nome civil como sendo o conjunto de caracteres constituído pelo prenome e sobrenome que todas as pessoas naturais tem direito de possuir.
O nome é a expressão que identifica o indivíduo na sociedade e o diferencia dos demais membros de um grupo. Silva (1993, p. 245) o conceitua como "o sinal de identidade, instituído pela sociedade, no interesse comum, a ser adotado obrigatoriamente pela pessoa". E, por se tratar de um direito, tem proteção legal.
O nome civil é um direito da personalidade, não podendo ser renunciado, transferido a outrem, é inalienável, sem valor econômico e imprescritível. É elemento obrigatório ao indivíduo quando do seu nascimento. Ele possui dois aspectos, público e privado. O primeiro diz respeito ao interesse do Estado, pois o nome é a identificação do sujeito, o que traz segurança ao Poder Público. O segundo é o direito que cada um tem de ter um nome e defendê-lo, bem como o direito de ser reconhecido e chamado por tal. E, neste aspecto, representa a garantia de que exercerá seus direitos e cumprirá seus deveres.
Em regra, o nome civil é inalterável, mas com as mudanças que ocorreram na sociedade moderna e contemporânea em relação aos ajustes relativos aos direitos de gênero, essa realidade foi modificada drasticamente. Com o advento da Lei 9.708/98, o artigo 58, caput, da Lei dos Registros Públicos foi derrogado, sofrendo uma grande mudança, passando a ter a seguinte redação: “Art. 58. O prenome será definitivo, admitindo-se, todavia, a sua substituição por apelidos públicos notórios.”
Assim, surgiu o conceito de nome social, que é um nome civil que não aderiu à personalidade da pessoa natural, sendo um prenome utilizado de forma pública, distinto do nome civil de quem o utiliza. É diferente, entretanto, de apelido que é uma forma pejorativa ou o diminutivo do nome, utilizado para identificar alguém. 
O nome social, regulamentado por meio do Decreto nº 8.727/16, é comumente utilizado por travestis ou transexuais para que se possa ser reconhecido o seu direito de identidade de gênero e, assim, possa ser identificado na sociedade. 
É notório que o uso de um prenome diferente do nome civil ante a sociedade reduz o dever de utilização do nome civil, no entanto, em tais casos dá-se prioridade à personalidade e respeito àqueles que, por razão óbvia, querem ser chamados por outros nomes que não o constante em seus registros. Vale salientar que os transexuais podem demandar ação judicial para alterar seu nome civil, não obstante, o processo é longo e complicado, o que faz com que o nome social seja um paliativo à esse obstáculo.
5. ALTERAÇÃO DO NOME CIVIL DE TRANSEXUAIS
Outra questão que tem tido grande repercussão nos tribunais brasileiros, com especial atenção e precedentes nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul é a alteração do nome civil do transexual.
Essa demanda constitui-se em controvérsia, o que incita imensa discussão no âmbito jurídico.De acordo com Veiga Junior (2016, p. 16), o transexual é aquele indivíduo que “tem a certeza de pertencer ao sexo oposto, contrariamente a seu sexo morfológico, e por isso quer alterá-lo, para adequar seu sexo físico ao seu sexo psíquico”. Não se confunde com o homossexual, que nas palavras do mesmo autor, é a pessoa que pratica atos sexuais com indivíduos do mesmo sexo, vez que sente-se atraído por eles.
Tampouco deve ser confundido o transexual com o travesti que, apenas por fetichismo e preferência sexual, se veste seguindo os parâmetros determinados para o sexo oposto, ou com o bissexual, que é aquele indivíduo que alterna na prática sexual, ou seja, aquele que se relaciona ora com pessoas do mesmo sexo, ora com pessoas do sexo oposto.
Consoante Veiga Júnior (2016, p. 154), “De fato, o nome civil possui importância atemporal, pois se prolonga no tempo, promovendo efeitos que se estendem até mesmo após a morte, sendo certo que o nome gera tanto efeitos patrimoniais como não patrimoniais, podendo inclusive ser objeto de demanda judicial [...].”
Nota-se, desta forma, que para o direito as questões que envolvem o nome têm elevada importância, não somente no que concerne ao atendimento ao princípio da dignidade humana, mas toda uma gama de intrincadas relações patrimoniais e extrapatrimoniais, que implicam em dificuldades no âmbito civil.
A alteração do nome do transexual constitui, mais do que um benefício, um direito. Não obstante as consequências jurídicas advindas desta mudança, torna-se imperioso observar que o não cumprimento dessa necessidade – de adequar o seu nome à sua aparência física e gênero psicológico – culmina numa clara ferida ao princípio da dignidade da pessoa humana, anteriormente retratada.
6. POSICIONAMENTO DA JURISPRUDÊNCIA ATUAL
O movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBTT) ou movimento TT, como é conhecido, milita, não somente, nas causas de direitos desses indivíduos, mas principalmente funcionando como referência fundamental para pensarmos temas como diferença, desigualdade, diversidade e identidade na sociedade brasileira contemporânea. Assim, o Projeto de Lei 5002/2013 é uma iniciativa apoiada pelo movimento TT e os ativistas afirmam que descontruir o preconceito que existe contra as pessoas transexuais é o principal desafio.
De acordo com Alexandre Martins: [5: In: MARTINS, Alexandre. Direito a personalidade do transexual. Disponível em: <http://www.visaoreal.com.br/direito_a_personalidade_do_trans.htm> Acesso em: 06/05/2017.]
"[...] entende-se por transexual a condição clínica em que se encontra um indivíduo biologicamente normal que, segundo sua história pessoal e clínica, e segundo o exame psiquiátrico, apresenta sexo psicológico incompatível com a natureza do sexo somático. Portanto, um indivíduo que se encontra nesta condição tem uma auto-imagem feminina e, por isso, se sente, concebe a si mesmo e quer a todo custo se afirmar socialmente, inclusive em seu papel sexual, como pertencente ao sexo oposto. Vive constantemente atormentado pela idéia e pelo desejo de se submeter às intervenções cirúrgicas plásticas, com a finalidade de transformar sua estrutura anatômica sexual, dando a ela características aparentes do sexo oposto".
Desta forma, observa-se a possibilidade de alteração do nome do transexual, questão que, hoje, encontra-se pacificada pelos Tribunais de Justiça brasileiros, independente da realização da cirurgia redesignadora. 
Cita-se, como exemplos, alguns casos julgados pelo Tribunal de Justiça dos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Na Apelação nº 70064503675, a 7ª Câmara cível autorizou a mudança do nome de Marinho Daniel da Luz Rocha para Dayse Maria da Luz Rocha (Apelação Cível Nº 70064503675, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em... 24/06/2015). No mesmo sentido decidiu a 10ª Câmara de Direito Privado do TJSP, em acórdão relatado pelo Eminente Desembargador Carlos Alberto Garbi, assim ementado: 
“RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. TRANSEXUAL QUE PRESERVA O FENÓTIPO MASCULINO. REQUERENTE QUE NÃO SE SUBMETEU À CIRURGIA DE TRANSGENITALIZAÇÃO, MAS QUE REQUER A MUDANÇA DE SEU NOME EM RAZÃO DE ADOTAR CARACTERÍSTICAS FEMININAS. POSSIBILIDADE. ADEQUAÇÃO AO SEXO PSICOLÓGICO. LAUDO PERICIAL QUE APONTOU TRANSEXUALISMO. Na hipótese dos autos, o autor pediu a retificação de seu registro civil para que possa adotar nome do gênero feminino, em razão de ser portador de transexualismo (sic) ser reconhecido no meio social como mulher. Para conferir segurança e estabilidade às relações sociais, o nome é regido pelos princípios da imutabilidade e indisponibilidade, ainda que o seu detentor não o aprecie. Todavia, a imutabilidade do nome e dos apelidos de família não é mais tratada como regra absoluta. Tanto a lei, expressamente, como a doutrina buscando atender a outros interesses sociais mais relevantes, admitem sua alteração em algumas hipóteses. Os documentos juntados aos autos comprovam a manifestação do transexualismo (sic) e de todas as suas características, demonstrando que o requerente sofre inconciliável contrariedade pela identificação sexual masculina que tem hoje. O autor sempre agiu e se apresentou socialmente como mulher. Desde 1998 assumiu o nome de "Paula do Nascimento". Faz uso de hormônios femininos há mais de vinte e cinco anos e há vinte anos mantém união estável homoafetiva, reconhecida publicamente. Conforme laudo da perícia médico-legal realizada, a desconformidade psíquica entre o sexo biológico e o sexo psicológico decorre de transexualismo (sic). O indivíduo tem seu sexo definido em seu registro civil com base na observação dos órgãos genitais externos, no momento do nascimento. No entanto, com o seu crescimento, podem ocorrer disparidades entre o sexo revelado e o sexo psicológico, ou seja, aquele que gostaria de ter e que entende como o que realmente deveria possuir. A cirurgia de transgenitalização não é requisito para a retificação de assento ante o seu caráter secundário. A cirurgia tem caráter complementar, visando a conformação das características e anatomia ao sexo psicológico. Portanto, tendo em vista que o sexo psicológico é aquele que dirige o comportamento social externo do indivíduo e considerando que o requerente se sente mulher sob o ponto de vista psíquico, procedendo como se do sexo feminino fosse perante a sociedade, não há qualquer motivo para se negar a pretendida alteração registral pleiteada. A sentença, portanto, merece ser reformada para determinar a retificação no assento de nascimento do apelante para que passe a constar como "Paula do Nascimento". Sentença reformada. Recurso provido.” (Processo APL 00139343120118260037 SP – 23/09/2014 – Cível - Tribunal de Justiça – SP. Desembargador Relator Carlos Alberto Garbi). (Grifei)
À colação, decisão em sentido contrário é a do Ilustre Desembargador Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves: 
“REGISTRO CIVIL. HOMOSSEXUALIDADE. PRENOME. ALTERAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O fato de ser homossexual e exteriorizar tal opção sexual é que pode expor a pessoa a situações desagradáveis e não o uso do nome. Não se tratando de corrigir erro de grafia, nem de nome capaz de levar seu usuário ao ridículo, mas mera alteração por não gostar dele, o pedido se mostra juridicamente impossível, visto ter decorrido mais de 28 anos do prazo legal. Não se trata, também, de apelido público e notório. Inteligência dos arts. 56 e 58 da Lei nº 6.015/73 e da Lei nº 9.708/98. Embargos infringentes desacolhidos” (TJRS - 4º Grupo de Câmaras Cíveis - EI nº 70000080325 –– Rel. Des. Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves – j. 12.11.1999 – maioria).
No entanto, em decisão bastante recente, de maio de 2017, o Superior Tribunal de Justiça, decidiu que a alteração do registro civil de transexuais é possível independentemente da realização da cirurgia transgenitalizadora. O entendimento foi da Quarta Turma do STJ quando acolheu um pedido de alteração de prenomee gênero de transexual, demonstrando, por meio de avaliação pericial psicológica, sua identificação social como mulher.
A decisão baseou-se no fato de que atualmente não é necessária a realização da cirurgia, mas tão somente a comprovação judicial da mudança do gênero. Neste caso específico, a autora justificou a mudança comprovando a realização de intervenções cirúrgicas e hormonais para adequar a sua aparência física à realidade psicológica de sentir-se mulher. Essa comprovação gerou uma discrepância óbvia entre a sua imagem e os dados constantes do assentamento civil.
Assim, é possível notar que a determinação que defere o pedido de alteração do nome do transexual depende muito do entendimento do Desembargador Relator, ficando a cargo deles decidir acerca de um direito que deveria se inerente ao ser, posto o que determina o Código Civil em seu artigo 16, anteriormente citado.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer da história da humanidade, observa-se que foram instituídos padrões de normalidade, sendo excluído e odiado tudo aquilo que não se encaixava. A personalidade é uma construção contemporânea, assim como a dignidade da pessoa humana enquanto valor e princípio.
O nome civil é questão importantíssima para o Direito, vez que individualiza o sujeito. Baseada no contexto histórico, a Constituição Federal é taxativa quando trata dos princípios fundamentais, tendo na dignidade da pessoa humana a garantia de que todos os indivíduos vivam de forma plena. Além disso, prevê que o nome tem garantia legal, de forma genérica, tendo no Código Civil o respaldo específico para tratar das questões relativas aos direitos de personalidade.
Notadamente, foi determinado que o nome é elemento imutável, sendo possível a sua modificação apenas em situações de erro ou irreparável prejuízo ao ser, e, por não haver legislação específica que regulamente as demandas inerentes aos transexuais, estes dependiam da realização da cirurgia transgenitalizadora para terem concedido o pedido de retificação de seu nome e identidade sexual. A atual decisão do STJ trouxe uma nova visão acerca destas demandas.
No entanto, o transexual é considerado cidadão perante o Estado, passível do cumprimento dos deveres instituídos no ordenamento jurídico. E assim deve permanecer quando da necessidade de atendimento aos seus direitos de personalidade e de possuírem documentos que condizem com a sua identidade sexual.
Desta forma, observa-se, por tudo quanto foi exposto, que o princípio da dignidade da pessoa humana, listado como a regra das regras, considerado os direitos de integridade, intimidade e identidade sexual deve prevalecer sobre o princípio da imutabilidade do nome, visto que o Estado não pode exigir que esses indivíduos deixem de ser quem são, de buscar aquilo que desejam, para que possam ter acesso aos seus direitos. Desta forma, deve a justiça evoluir juntamente com a sociedade, buscando um deslinde no que se refere aos conflitos gerados pela demanda e garantindo os seus direitos, construindo uma sociedade de bases mais justas.
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