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1 Lucas Silva FCMS 1/0219 Resumo de Oncologia – A2 Lucas Silva – 1/2019 Aula 1 – CâncerInfanto-Juvenil 1.0 Introdução - No Brasil, o câncer infantil representa de 2% a 3% de todos os tumores malignos da população em geral. Embora os cânceres em crianças sejam raros, correspondem à segunda causa de óbitos infantis, pois costuma se apresentar de forma agressiva e até mesmo letal o Os cânceres infanto-juvenis normalmente apresentam latência menor e são bem invasivos. Jáaparecem com metástaseóssea e/oupulmonar; - Normalmente são do tipo embrionário origem diferente dos cânceres em adultos normalmente; - Quando diagnósticado precocemente 70-80% de cura e terapêutica de qualidade; - As Neoplasias são a principal causa de óbito por doença na faixa etária de 0-14 anos; - Principal fator de risco malformações congênitas. Indivíduos com síndrome de Down tem maior propensão a leucemias; 2.0 Sobrevida - Nos anos 60 a sobrevida média após 5 anos do diagnóstico era de apenas 28%. - Melhora da sobrevida nos últimos anos: o Aperfeiçoamento dos tratamentos. o Diagnóstico precoce com os exames de imagem. o Hoje tem-se 90% de sobrevida em 1 ano; 80% em 5 anos e 75% em 10 anos; 3.0 Sinais de Alerta (PROVA) - Febre (prolongada) sem motivo aparente; - Perda de Peso; - Palidezinexplicada; - Inguas de crescimentoprogressivo; - Caroço em qualquer parte do corpo (principalmente na barriga); - Reflexo esbranquiçado no olho quando há incidência de luz (como em fotos); - Dores nos ossos ou articulações (com o sem inflamação); - Crescimento do olho que pode estar acompanhado de mancha roxa no local; - Vômitos acompanhados de dor de cabeça; diminuição da visão ou perda de equilíbrio; - Manchas roxas ou sangramentos pelo corpo sem machucado; - Surgimento de dor ou caroço nas pernas, geralmente depois de um trauma; 2 Lucas Silva FCMS 1/0219 4.0 PrincipaisNeoplasiasnaCriança/Adolescente - Leucemias (33%) - Tumores do sistema nervoso central (20%) - Linfomas (15%) - Neuroblastoma (8%) - Tumor de Wilms (6%) - Tumores de partes moles (6%) - Tumores ósseos (5%) - Retinoblastoma (3%) 5.0 Tumores do Sistema Nervoso Central (20%) - São os tumores sólidos mais comuns em crianças e a segunda forma mais comum de câncer pediátrico; - Mais frequentes em crianças com idade entre 1 e 10 anos (podem ser congênitos); - Sintomas (dependem da localização e tamanho): o Cefaleias; o Náuseas e vômitos; o Irritabilidade; o Distúrbios de equilíbrio; o Ataxia; o Hemiparesia ; o Alterações visuais Meduloblastoma - Abrangem de 10 a 20% dos tumores primários do SNC - Localização: predominantemente no cerebelo - Os sinais precoces são os mesmos sinais de aumento da pressão intracraniana, e ataxia - Tratamento: o Ressecção cirúrgica (se possível), seguido de irradiação, pois o meduloblastoma é muito radiossensível; o Metástases podem ocorrer por meio das meninges e áreas envolvidas fora do SNC. Ependimoma - Representam em torno de 10% dos tumores primários do SNC - Ocorrendo na fossa posterior e em um hemisfério cerebral - Os sinais e sintomas iniciais relacionam-se ao aumento da pressão intracraniana e incluem convulsões e déficits cerebelares focais (nos tumores supratentoriais) - Tratamento: - - Ressecção cirúrgica, se possível, seguida por irradiação Glioma doTroncoEncefálico - Representam cerca de 10 a 20% dos tumores do SNC em crianças - Sinais e sintomas: disfunção progressiva do nervo encefálico e alteração na marcha - Tratamento: o Irradiação (a cirurgia é arriscada devido à localização do tumor e a quimioterapia não é considerada benéfica) o O tratamento é geralmente paliativo, pois o prognóstico geral para esses tumores é desfavorável. 3 Lucas Silva FCMS 1/0219 Craniofaringeoma - São tumores histologicamente benignos que representa cerca de 6 a 9% dos tumores primários do SNC em crianças - Ocorrem principalmente na região da linha média supra-selar - Os sinais e sintomas incluem distúrbios visuais, cefaleia, vômitos e distúrbios endócrinos - Tratamento: o Ressecção cirúrgica total ou subtotal com irradiação se a ressecção total não for possível. Neuroblastoma - Representam cerca de 8% dos tumores pediátricos - Se origina nas células indiferenciadas da crista neural - Pode atingir qualquer lugar no SNsimpático - Quanto menor a idade, melhor o prognóstico - Localização: o Mediastino posterior; o Região paravertebral; o Cervical ; o Retroperitoneal. - Diagnostico: o 25 % até o 1 ano de vida X 75% até 5 anos de idade; o Sexo masculino. - Sinais e sintomas dor e distensão abdominal são frequentes - Metástases: o Dor óssea; o Febre; o Irritabilidade; o Perda de peso; o Proptose; o Equimose ao redor dos olhos. - O tratamento (depende da classificação de risco e estadiamento): o Cirurgia; o Cirurgia e/ou quimioterapia; o Radioterapia quando tem lesão periorbitária; o Transplante de medula óssea 5.0 Tumor de Wilms - É o principal tumor renal na infância e ocorre na mesma frequência entre os sexos e em todas as raças - A idade média de diagnóstico nos tumores que atingem um dos rins é de três anos de idade - Deve ser suspeitada em qualquer criança pequena que apresente uma massa abdominal Sinal mais frequente é uma massa no abdome, lisa e firme, não dolorosa 4 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Em 10-25% dos casos, sangue na urina é um indicativo de tumor - O tratamento imediato para tumores que atingem um único rim é a sua retirada, mesmo se houver presença de metástase pulmonar o Se for bilateralnefrectomia do tumor maior e quimioterapia e radioterapia do tumor menor; 6.0 Osteosarcoma - Tumor primário dos ossos, derivado do mesênquimaprimitivo - Produzem matriz osteóide ou osso imaturo - É raro antes dos cinco anos de idade - O pico de incidência ocorre na segunda década de vida (fase de crescimento) o 16 anos nas meninas o 18 anos nos meninos - Um fator causador do osteossarcoma bem documentado é a exposição à irradiação ocorre também, a longo prazo, em sobreviventes de câncer que foram tratados com radioterapia o Pode ocorrer após o tratamento radioterápico de neuroblastoma; - Localização: o Ossos longos (mais comum) o Joelho: Fêmur distal Tíbia proximal o Úmero proximal o Esqueleto axial: menos de 10% dos casos - Diagnóstico: o Radiografia da lesão: Alterações blásticas, líticas ou ambas Reação periostial com presença do triângulo de Codman,o perióstio se apresenta rompido Tumores localizados nas diáfises pode ter aspecto em casa de cebola Reação periosteal semelhante ao sarcoma de Ewing o Ressonância Magnética da área envolvida e osso correspondente: Avaliar extensão da doença local; Avaliarskip metástase; Determinar a extensão do tumor dentro do osso e avaliar a relação do tumor com o feixe vásculo-nervoso, músculos e articulações. o Tomografia de tórax: Presença de metástases pulmonares (são geralmente redondas ou ovóides, acentuadamente demarcadas, e estão localizadas na margem do pulmão) o Cintilografia óssea com Tecnécio 99: -Acompanhamento evolutivo; - Estratificar o comprometimento ósseo secundário. 5 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Classificação de Huvos (Prova) o I – Pouco ou nenhum efeito da Qtx. o II – Áreas com material atribuídas ao efeito da Qtx, com áreas de tumor viável (>50% de necrose tumoral). o III – Áreas predominantes de tumor osteoideacelular, necrótico ou fibrótico com focos de tumor viável (>90% de necrose tumoral). o IV – Nenhuma evidência de tumor viável na peça estudada. Máximo efeito quimioterápico(100% de necrose tumoral). - Sarcoma de Ewing o Tumor ósseo que surge mais frequentemente na coluna ósseade crianças e adultos jovens (10 a 25 anos ), mais frequente em adolescentes. o Pode originar-se de ossos longos, como o fêmur e o úmero, mas também pode ser encontrado nas costelas e na pelve. o 25% dos pacientes apresentam metástases ao diagnóstico (20-30% dos ósseosX 13% dos de partes moles). o Os sitíos mais comuns são pulmões (sítio mais comum dentre todos), ossos, medula óssea (MO) e combinações destas. o Sintomas: Dor, edema, febre, calafrios, fraqueza; o Diagnóstico: Raio x; TC; RMN e Biópsia o Tratamento: Quimioterapia e cirurgia com colocação de endoprótese; 7.0 Rabdomiossarcoma - Neoplasia de partes moles mais frequente na infância também é frequente em adolescentes - Aproximadamente 25% das crianças apresentam doença metastática ao diagnóstico, e os principais locais de acometimento são pulmões, medula óssea, ossos e linfonodos. - Pode surgir em qualquer sítio do organismo, mas 35% dos casos ocorrem nas regiões de cabeça e pescoço - A órbita é o sítio primário mais comum - Etiologia: o Está relacionado com uma translocação cromossômica - Sinais e Sintomas: o Genitourinária – 21% (retenção urinária ou hematúria, corrimento vaginal ou massa escrotal); o Extremidades – 20% (aparecimento de massa); o Áreas da cabeça e pescoço – 14% (dor de ouvido, obstrução nasal, trismo ou epistaxe. - Diagnóstico: o 1º- Biópsia (determinação do subtipo histológico – embrionário x alveolar). o 2º- Tomografia computadorizada e ultra-sonografia. o 3º- Cintilografia óssea. 6 Lucas Silva FCMS 1/0219 o 4ª- Mielograma - Tratamento: o Cirúrgico (ressecção somente em locais sem prejuízo do aspecto funcional). o Radioterapia (pré e pós-cirurgico). o Quimioterapia (pré e póscirurgico). 8.0 Retinoblastoma - Tumor oftalmológico maligno mais comum na infância - A sobrevida excede 90%, sendo, assim, uma das neoplasias da infância com a maior taxa de cura - 75% dos casos são unilaterais, com uma frequência ligeiramente maior em meninos, especialmente naqueles com doença bilateral - A maioria dos casos é esporádica, no entanto alguns são hereditários - Etiologia: o Mutação cromossômica de origem desconhecida. - Sinais e Sintomas: o Massa grosseira róseo-esbranquiçada o descolamento de retina o Hemorragia - Diagnóstico: o Inspeção: brilho característico do tumor (‘olho de gato’ - leucocoria) o Exame oftalmoscópio o Tomografia computadorizada e ressonância - Tratamento o Unilateral →1º- Radioterapia (só casos avançados) → 2º- Cirurgia (enucleação) + quimioterapia. o Bilateral →Enucleação de um dos olhos e QT no outro olho X Enucleação de ambos. 9.0 Tipos de Tratamento Utilizados - Intervenção cirúrgica; - Quimioterapia; - Radioterapia - Estes são os principais tratamentos adotados contra o câncer e sua indicação irá depender do tipo de tumor, comportamento biológico, localização, extensão da doença, idade e condições gerais do paciente - Além de oferecer tratamento específico, prioriza-se uma abordagem multidisciplinar e uma assistência humanizada. - Quimioterapia o Diminuição pré-operatória do tumor; o Terapia curativa; o Terapia adjuvante para tratar tumores residuais ou metástases; o Terapia paliativa para alívio dos sintomas. o Efeitos colaterais: Mucosite, alopécia, apatia, perda do apetite, perda de peso, hematomas 7 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Radioterapia o Em crianças, as células normais também estão em processo de reprodução contínuo, por estar em fase de desenvolvimento, sendo mais sensíveis à quimioterapia que em adultos. o Seus efeitos estão diretamente relacionadas com a área a ser irradiada. o Redução pré-operatória do tamanho do tumor o Destruição pós-operatória de tumor residual o Destruição de tumor que não pode ser removido cirurgicamente o Diminuição do tamanho do tumor para alivio paliativo dos sintomas. - Terapia Farmacológica para controle dos efeitos indesejados e prevenir complicações: o Antieméticos; o Analgésicos; o Imunossupressores; o Antimicrobianos - Complicações o As complicações infecciosas são a principal causa de morbidade e mortalidade em crianças e adolescentes em tratamento oncológico (por estarem imunocomprometidos). Aula 2 – Tratamento Cirúrgico do Câncer de Pele 1.0 Introdução - Não melanoma: o CA epidermoide (20-25%) e basocelular (75-80% câncer mais comum em humanos); o Incidência maior em homens; Não-melanoma 2.0 Carcinoma Basocelular - 95% ocorre na quarta década de vida; - 85% das lesões são na cabeça e pescoço; - São subdivididos (independente do estadiamento) em: o Não-agresssivos: nodular-ulcerativo e superficial; o Agressivos: esclerosante ou morfeico e infiltrante; - Raramente causa metástase a distância; - Responde pouco a radioterapia - Até 1cm não tem mau prognóstico 3.0 CarcinomaEspinocelular - 80% ocorre na cabeça e pescoço e em membros; - Principal causa são raios ultravioleta; - Principal tipo de neoplasia maligna que se desenvolve após lesões precursoras; - Incidência de metástase varia de 0,5% a 31% de acordo com sítio, profundidade da invasão e diferenciação; 8 Lucas Silva FCMS 1/0219 o Face anterior da perna maior risco de metástase (há menos tecido subcutâneo); o Não responde a radioterapia; o O tratamento é sempre cirúrgico margem de 0,4 a 2cm até fascia muscular; 3.0 Estadiamento (Classificação TNM de Câncer de Pele não-melanoma) - T tumor primário: o Tx (tumor não pode ser avaliado); T0 (sem evidência de tumor); Tis (in situ); T1 (menor ou igual a 2cm); T2 (maior que 2cm e menor que 5cm); T3 (maior que 5 cm) o T4 tumor invadindo estruturas profundas musculatura é considerado tecido profundo; - M Metástase o Mx (não avaliada); M0 (sem metástase); M1(presença de metástase distante); - N Envolvimento Linfonodal o Nx (não avaliados); N0 (ausência de metástase); N1 (Presença de metástase); 4.0 Tratamento do Câncer de Pele não-melanoma Tratamento Cirúrgico - Princípios: o Completa incisão do tumor com margens livres; o Preocupação em não comprometer tecido sadio; o Respeitar as linhas de forças melhor síntese do tecido e efeito estético; o Sempre ampliar a margem, a não ser que esteja próximo de uma área nobre (artéria mesentérica, por exemplo); - Margem: o BasocelularVaria de 3 a 6 mm. Pode chegar a 1cm em casos de pior prognóstico *Casos de pior prognóstico Recidicas e Carcinoma de Células de Merkel (Prova) o Carcinoma espinocelularVaria de 0,4 a 2cm, podendo chegar a fáscia muscular o Linfadenectomia indicada quando o linfonodo está comprometido clinicamente **Pesquisa de linfonodo sentinela exame de congelamento deve ser feito sempre que possível 5.0 Melanoma - Neoplasia maligna mais comum em mulheres, na faixa etária dos 25 a 29 anos. Segunda mais comum entre os 30 e 34 (incidência dobrou nos EUA nos últimos 30 anos); - Prurido é um sinal precoce; - Ulceração é principal fator de mau prognóstico (Prova?); 9 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Características da Lesão: o AAssimetria o Bbordas o C coloração o D dimensão (até 6mm) o E Espessura, evolução - Tipos o Superficial (mais comum); o Nodular; o Lentigo maligno; o Acral superficial Classificação TNM em Melanoma T Tumor: avalia a produndidade (de T1, menor que 1mm a T4 maior que 4 mm); N Linfonodo: De N1 a N3. - Pode haver Micrometástases (só vista em microscopia, imunohistoquímica); macrometástase (patologista vê a olho nu); Metástase satélite (pode ter um melanoma nós pés e um satélitena perna); M Metástase: M1a (pele, subcutânea), M1b (pulmão), M1c (outros orgãos, metástase a distância); *Metástase no pulmão tem um prognóstico melhor; Biópsia - Excisional; - Incisional; - Punch - Punção aspirativa por agulha fina para metástases; o *Shave não é feita em melanoma - O mais importante não é o diâmetro, e sim a profundidade e se tem ulceração Linfonodo Sentinela - Descrição da técnica em 1992 biópsia de linfonodo sentinela intra- operatória rastreado por radiolinfocintilografia; - Situações em que devem ser retirados o Clinicamente negativos; o Acima de 0,75mm; o Lesão ulcerada; o Clark IV com sinal de regressão; o Presença de crecimento vertical 10 Lucas Silva FCMS 1/0219 Tratamento Cirúrgico - Menor que 1mm 1cm de margem livre - De 1 a 4mm 2 centímetros de margem até a fáscia muscular - Tratamento diferente para sítios anatômicos especiais: o Leitosubungueal amputação + retiarda do linfonodo sentinela; o Mucosa qualquer uma (na boca é mais frequente) Metástases a distância - A cirurgia é o tratamento de escolha para metástases únicas, como cerebral, intestino delgado, papila duodenal, pulmão; - Metástases múltiplas radioterapia, quimioterapia e imunoterapia; Prevenção - Diminuir a exposição solar; - Usar protetor solar Aula 3 – Sarcomas de Partes Moles 1.0 Introdução - Representam 1% das neoplasias em adultos e 15% das pediátricas; o Aparecendo mais entre a quinta e sexta décadas de vida - 50% de mortalidade; - Distribuídos igualmente entre os sexos; - Metástases distantes 6-7% apresentam com metástase distante - Distribuição anatômica: o MMII 38% o MMSS 15% 2.0 Etiologia - Na maioria dos casos não há um agente etiológico específico, mas há associações com fatores ambientais como exposição a radioterapia e agentes quimioterápicos (além de exposição ocupacional); - Linfedema crônico comum após mastectomia para CA de mama - Condições genéticas associadas: o Neurofibromatose tipo I; o Síndrome de Li-fraumeni; o Retinoblastoma familiar; o Síndrome de Gardner; 3.0 Classificação histopatológica - Histogênese é reproduzível para tumores mais diferenciados, mas é difícil determinar a origem celular em tumores menos diferenciados; - Diferentes subtipos com grau histológico semelhante sobrevida semelhante; - Pseudo-cápsula alta chance de recidiva, são tumores agressivos; - Sarcoma epitelioide metástases linfáticas** PROVA; - O lipossarcoma é o mais frequente entre os sarcomas retroperitoniais 11 Lucas Silva FCMS 1/0219 o Entre os sarcomas no retroperitôneo 80% são malignos - Extensão local direta; - O pulmão é um órgão frequente de metástase por disseminação sanguínea; - Fibrocitoma mais comum - Fatores de prognóstico: o Celularidade; diferenciação; taxa de mitose; o Necrose tumoral; o Pleomorfismo 4.0 Apresentação clínica - Nauseas; vômitos, distensão abdominal (saciedade precoce em tumores retroperitoneais ou intra-abdominais); - Não se originam de patologias benignas e não tem relação com trauma prévio; - Sarcomas que surgem em vísceras apresentação dá sinais e sintomas relacionados com o órgão; - Os sinais e sintomas são variáveis por conta da heterogeneidade anatômica das lesões pode haver demora no diagnóstico; - Tumores volumosos causam dor; dormência; aumento de volume 5.0 Biópsia - É essencial para o diagnóstico; - Inicialmente, o paciente deve ser encaminhado para a biópsia por agulha grossa guiada (preferencialmente) por ultrassonografia ou tomografia a biópsia deve evitar as áreas de necrose; o É feita incisional para tumores maiores que 3cm; o Excisional para tumores menores que 3 cm - É usada agulha fina para sarcoma recorrente; - Biópsias mal feitas podem levar a necessidade de amputação devido a disseminação; - É feita uma incisão longitudinal no ponto mais superficial; - Não levantar retalhos do tecido; - Hemostasia rigorosa evitar implante; - Cicatriz deverá ser ressecada em monobloco; - Para tumores retroperitoneais: o Raramente indica-se biópsia prévia; o As indicações são: suspeita clínica de linfoma ou tumor; células germinativas; necessidade de diagnóstico anatomopatológico; diagnóstico de doença não-ressecável e suspeita de metástase; 6.0 Avaliação Radiológica - A técnica de escolha é a ressonância nuclear magnética*** realça contraste entre tumor e vasos e tumor e músculos; - A tomografia é usada no planejamento terapêutico e no estadiamento (metástase); o Principalmente para tumores abdominais; - AngioTomografia (AngioTC) é usada para saber o comprometimento; 12 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Radiografia de tórax baixo grau e grau intermediário e alto grau menor que 5cm; - Tomografia de Tórax alto grau e maiores que 5cm; 7.0 Estadiamento - Leva em consideração: o Grau histológico; o Tamanho do tumor; o Acometimento de linfonodos; o Metástases; o Falha localização do tumor pode dificultar - T tumor primário: o Principal característica é o tamanho e se é superficial ou profundo; - N linfonodos regionais; - M metástases a distância; - G grau de malignidade histológica o G1-G2 baixo grau / G3-G4 alto grau - Deve ser feito em todo tipo de sarcoma, exceto em: o Dermatofibrossarcomaprotuberans; sarcoma de Kaposi; fibromatose (desmoide); originados da duramater e cérebro - Tumor neuroectodérmico primitivo e sarcoma de Ewingextra-esquelético sempre classificados como alto grau 8.0 Tratamento - Cirúrgico: o Cerca de 10% dos casos evoluem para necessidade de amputação quando já invasão do feixe vásculo-nervoso. Pode ser feita em caráter paliativo; o Não deve dissecar pseudo-cápsula a recorrência e de cerca de 50%; o Deve ser realizada uma excisão local ampla (tridimensional) recorrência de 12-31%; Margem de 2cm ao redor da lesão, mas mesmo assim a recorrência local é de 20%; o Sarcomas retroperitoniais 80% são malignos e tem recorrência de cerca de 60% o Linfonectomia linfonodo positivo e tumor em área de drenagem; - Maioria dos tumores não é quimiossensível: o O tratamento é feito normalmente com cirurgia e radioterapia (pré- e pós-operatória); - Radioterapia: o Em feixe externo; o Intersticiais (braquiterapia) mais usada em lesões de alto grau, tem impacto na recidiva local; o Pré-operatótia aumenta complicações da ferida operatória o Indicações: 13 Lucas Silva FCMS 1/0219 Neoadjuvante em tumores com mais de 10cm e de alto grau; Adjuvante em tumores maiores que 5cm, de alto grau, com margens comprometidas ou margens que não podem ser ampliadas cirurgicamente; - Quimioterapia pré-operatória: o Vantagens: Trata micrometástases ocultas precocemente; Avaliação in vivo da quimiossensibilidade; Possibilidade de citorredução; o Até hoje não há estudos comparando pré-operatória com pós operatória; o Quimioterapia e radioterapia pré-operatórios atuam como neo- adjuvante e adjuvante está em ensaios clínicos - Tratamento de Sarcoma de retroperitônio o Recorrência alta, de cerca de 60%; o 80% são malignos; o Ressecção macroscópica completa possível em cerca de 80%; Motivos para não-ressecabilidade: Envolvimento vascular importante; implantes no peritônio; metástases peritoniais; o Ressecções parciais não aumentam a sobrevida; o Pode ser feita a ressecção paliativa (por exemplo, para aliviar obstruções intestinais); o Radioterapia é limitada pela toxicidade; o Radioterapia intraoperaória é investigacional. Pode melhorar a recidiva local, mas há neurotoxicidade; - Tratamento da Recorrência Local: o Cirurgia; radioterapia;cirurgia + radioterapia; o Quimioterapia pré- e pós operatória para tumores de alto grau; - Tratamento de tumores metastáticos: o Local mais comum de metástase é o pulmão e a sobrevida de 3 anos é de 25 a 30%; o Outras vísceras fígado; o Conduta sempre que possível, deve-se fazer a ressecção e quimioterapia adjuvante; o Antes deve-se controlar o tumor primário e depois a metástase; Aula 4 – Quimioterapia - Introdução - Doença relatada desde a antiguidade, mas apenas mais recentemente passou a ter cirurgias efetivas para o tratamento; - Aumento de incidência e prevalência após década de 40 o Idade é um fator de risco - Etiologia multifatorial envolve pré-disposição genética e hábitos de vida; 14 Lucas Silva FCMS 1/0219 - O tratamento é trimodal, envolvendo cirurgia, radioterapia e quimioterapia; o É importante se saber o estadiamento do câncer após ressecção (representado pela letra R): R0: Todo o tumor visível e microscópico foi removido; R1: Todo o tumor visível foi removido, mas os exames histopatológicos mostram que pequenas áreas do tumor não foram retiradas durante o procedimento cirúrgico; R2: Partes visíveis do tumor não foram removidas; 2.0Quimioterapia: - Método que utiliza compostos químicos para o tratamento de agentes biológicos - Pode ser definida como a utilização de substâncias químicas para poder destruir, inibir, controlar ou neutralizar o crescimento das células tumorais; - Como agem: - Agem diretamente sobre o núcleo das células ou sobre mecanismos e enzimas de sinalização e replicação celular e podem ser: Ciclo-inespecíficos - Aqueles que atuam nas células que estão ou não no ciclo proliferativo, como, por exemplo, a mostarda nitrogenada • Ciclo-específicos - Os quimioterápicos que atuam somente nas células que se encontram em proliferação, como é o caso da ciclofosfamida • Fase-específicos - Aqueles que atuam em determinadas fases do ciclo celular, como, por exemplo, o metotrexato , o etoposídeo e a vincristina - Terapia alvo - Aqueles que atuam em vias de sinalização celular específica são moléculas que se ligam a receptores específicos que controlam a proliferação - Imunoterapia- Aqueles que atuam estimulando o sitema imunológico: - Exemplo: Imunoterápicos que agem no sistema PDL-1/PD-1 - Finalidade: - Prévia ou neoadjuvante - Adjuvante (feita após cirurgia) ou profilática - Curativa consegue levar a cura de fato (casos de leucemia, linfoma); - Paliativa permite tratar os sintomas e aumentar o tempo de vida; - Indicações: 15 Lucas Silva FCMS 1/0219 - Tratamento de neoplasias sólidas ou hematológicas - Diminuição e/ou erradicação de células tumorais (carga tumoral); - Escala de Zubrod: - Vai de 0 a 4 pacientes em estados piores na escala podem não ser elegíveis para receber quimioterapia; 2.1 Métodos de Administração - Endovenosa método mais comum - Intramuscular - Subcutânea - Oral - Intravesical - Intraperitoneal comum para o tratamento de CA de fígado - Intra-arterial - Intratecal 2.2 Classes de Medicamentos - Alquilantes (Ex:mostarda nitrogenada, a mostarda fenil-alanina, a ciclofosfamida, o bussulfam, as nitrosuréias, a cisplatina e o seu análagocarboplatina, e a ifosfamida) - Antimetabólitos (Ex:5-fluoruracil,metotrexato,citosina-arabinosídeo C) - Antibióticos (Ex:mitomicina C, actinomicina D, mitramicina,bleomicina, daunorrubicina, actinomicina D e adriamicina e seus análogos mitroxantona e epirrubicina) - Inibidores mitóticos (Ex:vincristina, vimblastina e vindesina, VP-l6, etoposídeo - Outros (Ex:Dacarbazina) - Inibidores monoclonais (Cetuximabe, sorafenibe, erlotinibe...) - Imunoterapia (Anti-PD1,Anti-PDL1,Anti-CTLA4) 2.3 PrincipaisEfeitosColaterais - A atuação dos antineoplásicos é principalmente em células com alta taxa mitótica, por isso atuam: - Em células neoplásicas; - Em algumas células sadias cabelo; TGI; pele; medula óssea; - Terapia alvo inibem determinada via de sinalização em células neoplásica se sadias; - Imunoterapia ativa o sistema imune cascata inflamatória; - Efeitos colaterais quanto ao tempo: o Precoces (0 a 3 dias) ex: náuseas, exantemas; o Imediatos (7 a 21 dias) ex: mielossupressão; mucosites; imunossupressão; o Tardios (meses) miocardiopatia (antracíclicos); hiperpigmentação, esclerodermia (bleomicina); o Ultra-tardios (meses ou anos) Infertilidade, Carcinogênese; Lucas Silva FCMS 1/0219 **Hemograma deve ser pedido antes da sessão para avaliação e poder seguir com a quimioterapia: - É avaliada a neutropenia (valor?); plaquetas devem estar acima de 100000 (?); Hemoglobina deve estar acima de 7; **Neutropenia febril - Efeito colateral importante e comum pacientes em quimioterapia (comum no pronto socorro): o Neutropenia febril o Febre acima de 38 (abaixo de 500células/micr o Paciente apresenta taquicardia e taquipneia; o Pode apresentar sinais de choque; o Pode tratar-se de infecção, mas não será purulenta devido a baixa quantidade de neutrófilos; o Considerando infecção amoxicilina com clavulanato; **Vômito - Desencadeado pela quimioterapia por ação direta na área postrema (zona gatilho quimioceptora) ou pelos efeitos no TGI (que por sua vez desencadeia o vômito) **Úlcera - Pode ocorrer por extravasamento da quimioterapia gera necrose e necessidade de amputação; 3.0 Caso clínico 1 - JMS, 48 anos,mulher, negra, empregada doméstica, casada,natural e residente de Juiz de Fora - Sem outras doenças ou uso de medicamentos - Ex-tabagista. Não etilista **Hemograma deve ser pedido antes da sessão para avaliação e poder seguir com a É avaliada a neutropenia (valor?); plaquetas devem estar acima de 100000 (?); Hemoglobina deve estar acima de 7; Efeito colateral importante e comum normalmente causa de emergências em pacientes em quimioterapia (comum no pronto socorro): Neutropenia febril sepse óbito; Febre acima de 38o por uma hora com contagem baixa de neutrófilos (abaixo de 500células/microlitro); Paciente apresenta taquicardia e taquipneia; Pode apresentar sinais de choque; se de infecção, mas não será purulenta devido a baixa quantidade de neutrófilos; Considerando infecção o tratamento é feito com: ciprofloxacino e ina com clavulanato; Desencadeado pela quimioterapia por ação direta na área postrema (zona gatilho quimioceptora) ou pelos efeitos no TGI (que por sua vez desencadeia o vômito) gera necrose e necessidade de amputação; JMS, 48 anos,mulher, negra, empregada doméstica, casada,natural e residente de Sem outras doenças ou uso de medicamentos tabagista. Não etilista 16 **Hemograma deve ser pedido antes da sessão para avaliação e poder seguir com a É avaliada a neutropenia (valor?); plaquetas devem estar acima de 100000 (?); normalmente causa de emergências em por uma hora com contagem baixa de neutrófilos se de infecção, mas não será purulenta devido a baixa o tratamento é feito com: ciprofloxacino e Desencadeado pela quimioterapia por ação direta na área postrema (zona gatilho JMS, 48 anos,mulher, negra, empregada doméstica, casada,natural e residente de
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