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Agentes Públicos e Regime Jurídico

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Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
Aula 07 – Agentes Públicos 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
 www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 
 
1 
 
 
 
Olá! 
 A aula de hoje versará sobre tema presente em quase todas as provas de 
Direito Administrativo elaboradas pelas bancas de concursos públicos: Agentes 
públicos e regime jurídico único dos servidores públicos federais. 
Levando-se em consideração as provas anteriores aplicadas pelas principais 
bancas do país, pode-se concluir que as questões não se restringirão à letra da 
Lei nº 8.112∕1990, portanto, será necessário estudar, também, as principais 
decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal 
Federal nos últimos meses. 
Sempre que você encontrar na aula qualquer referência ao entendimento 
jurisprudencial sobre determinado artigo de lei, memorize-o atentando-se para 
os detalhes, pois, assim, você não terá qualquer dificuldade para resolver a 
questão elaborada. 
Surgindo qualquer dúvida, lembre-se de que estou à disposição no fórum 
do curso para esclarecê-las! 
 
Bons estudos! 
 
Fabiano Pereira 
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor 
 
"Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de 
ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea." 
 (Allan Kardec) 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 07 – AGENTES PÚBLICOS (Lei 8.112∕1990) 
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
Aula 07 – Agentes Públicos 
Prof. Fabiano Pereira 
 
 
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1. Agentes Públicos ...................................................................... 04 
 1.1. Classificação dos Agentes Públicos ................................ 05 
 1.1.1. Celso Antônio Bandeira de Mello ................................. 05 
 1.1.2. Hely Lopes Meirelles ................................................... 07 
 
2. Disposições preliminares .......................................................... 11 
 2.1. Regime estatutário ........................................................ 12 
2.1.2. Inexistência de direito adquirido à manutenção de regime 
jurídico ..................................................................................... .. 13 
 2.2. Regime celetista ............................................................ 14 
 2.3. Regime especial ............................................................. 15 
 
3. Regime jurídico único ............................................................... 20 
 3.1. Necessidade de concurso público ................................... 21 
 3.1.1. Abertura de novo concurso público antes da expiração do 
prazo de validade de concurso anterior ......................................... 22 
 3.1.2. Falta de identificação do tipo de caderno de questões . 22 
 3.1.3. Convocação para as demais fases do certame .............. 23 
 3.1.4. Convocação de aprovados em processo seletivo .......... 24 
 
4. Provimento 
 4.1. Disposições gerais ......................................................... 24 
 4.1.1. Direito à posse, em caráter excepcional, mesmo com idade 
inferior a 18 (dezoito) anos .......................................................... 25 
 4.1.2. Aptidão física e gravidez de candidata ........................ 26 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos ............................................................... . 28 
4.2.1. Algumas peculiaridades pertinentes às vagas reservadas aos 
portadores de deficiência ................................................. 29 
4.3. Formas de provimento .................................................... 29 
4.3.1. Nomeação .................................................................... 30 
4.3.1.1. Comunicação pessoal sobre a nomeação .................. 32 
SUMÁRIO 
Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2016! 
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4.3.1.2. Direito subjetivo à nomeação ................................... 33 
4.3.1.3. Candidato aprovado fora das vagas previstas no edital 34 
4.3.2. Posse ........................................................................... 34 
 4.3.3. Exercício ...................................................................... 36 
4.3.4. Formas de provimento derivado .................................. 39 
4.4. Estágio probatório .......................................................... 45 
4.5. Estabilidade .................................................................... 47 
4.6. Hipóteses de vacância .................................................... 49 
 
5. Remoção e redistribuição .......................................................... 50 
6. Dos direitos e vantagens ........................................................... 54 
6.1. Do vencimento e da remuneração .................................. 54 
 6.1.1. Perda da remuneração ................................................ 56 
6.1.2. Reposições e indenizações ao erário ........................... 57 
6.2. Vantagens ...................................................................... 59 
 
7. Gratificações e adicionais .......................................................... 64 
8. Férias ........................................................................................ 68 
9. Licenças .................................................................................... 70 
10. Dos afastamentos ................................................................... 77 
11. Das concessões ...................................................................... 84 
12. Do tempo de serviço .............................................................. 86 
13. Direito de Petição ................................................................... 88 
14. Regime disciplinar .................................................................. 89 
15. Do Processo Administrativo Disciplinar .................................. 106 
16. Da Seguridade Social do Servidor ........................................... 114 
17. Resumo de Véspera de Prova – RVP ....................................... 123 
18. Questões Comentadas ............................................................ 129 
19. Relação de questões – com gabaritos ................................... 171 
 
 
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1. Agentes públicos 
 Para que possamos entender com mais clareza a exposição dos principais 
dispositivos da Lei 8.112/90 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais), é 
necessário que conheçamos antes o conceito de agente público e as 
classificações formuladas pelos principais doutrinadores brasileiros. 
 Podemos definir como agente público toda e qualquer pessoa física que 
exerce, em caráter permanente ou temporário, remunerada ou gratuitamente, 
sob qualquer forma de investidura ou vínculo, função pública em nome do 
Estado. 
 A expressão “agentes públicos” abrange todas as pessoas que, de 
qualquer modo, estão vinculadas ao Estado, alcançando desde os mais 
importantes agentes, como o Presidente da República, até aqueles que, somente 
em caráter eventual, exercem funções públicas, como é o caso dos mesários 
eleitorais. 
 Independentemente do nível federativo (União, Estados, Distrito Federal 
ou Municípios) ou do poder estatal no qual exerce as suas funções (Legislativo, 
Executivo ouJudiciário), para que seja denominado de “agente público” é 
suficiente que a pessoa física esteja atuando em nome do Estado. 
 Analisando-se a legislação vigente, podemos encontrar várias definições 
legais para a expressão “agentes públicos”, a exemplo do artigo 2º da Lei nº 
8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), que reputa agente público “todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, 
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou 
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função na administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com 
mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual”. 
 O artigo 327 do Código Penal também apresenta uma definição legal, 
porém, em vez de utilizar-se da expressão “agentes públicos”, adota a expressão 
“funcionários públicos”. 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, 
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou 
função pública. 
AGENTES PÚBLICOS – Lei nº 8.112∕1990 
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§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou 
função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora 
de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da 
Administração Pública. 
 
 
A expressão “funcionário público” não é mais utilizada pela Constituição Federal de 
1988, pelo menos no âmbito do Direito Administrativo. Na legislação penal, ainda é 
comum a utilização da referida expressão, mas podemos considerá-la equivalente à 
expressão “agentes públicos”. 
 
 Embora mais sucinto, o conceito de funcionário público é muito 
semelhante ao de agente público, pois também abrange todos aqueles que 
exercem funções públicas. 
 
 1.1. Classificação dos agentes públicos 
 São muitas as classificações elaboradas pelos doutrinadores brasileiros 
para distinguir as várias espécies de agentes públicos. Todavia, como o nosso 
objetivo é ser aprovado em um concurso público, iremos restringir o nosso estudo 
àquelas que realmente são cobradas em prova, a exemplo das classificações 
formuladas pelos professores Hely Lopes Meirelles (a mais exigida) e Celso 
Antônio Bandeira de Mello. 
 
 1.1.1. Classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello 
 Apesar de não ser a classificação mais exigida nas questões de concursos, 
algumas bancas examinadoras esporadicamente exigem conhecimentos sobre as 
espécies de agentes públicos na visão do citado professor. 
Portanto, para responder às eventuais questões, lembre-se de que Celso 
Antônio Bandeira de Mello afirma que a expressão agentes públicos “é a mais 
ampla que se pode conceber para designar genérica e indistintamente os sujeitos 
que servem ao Poder Público como instrumentos expressivos de sua vontade ou 
ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodicamente. Quem quer 
que desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é um agente público. 
Por isto, a noção abarca tanto o Chefe do Poder Executivo (em quaisquer das 
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esferas) como os senadores, deputados e vereadores, os ocupantes de cargos ou 
empregos públicos da Administração direta dos três Poderes, os servidores das 
autarquias, das fundações governamentais, das empresas públicas e sociedades 
de economia mista nas distintas órbitas de governo, os concessionários e 
permissionários de serviço público, os delegados de função ou ofício público, os 
requisitados, os contratados sob locação civil de serviços e os gestores de 
negócios públicos.” 
 Afirma ainda o professor que os agentes públicos podem ser estudados em 
três categorias distintas: os agentes políticos, os servidores públicos e os 
particulares em colaboração com o poder público. 
 
a) Agentes políticos 
Celso Antônio Bandeira de Mello adota um conceito mais restrito de 
agentes políticos, pois afirma que eles “são os titulares dos cargos estruturais à 
organização política do país, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o 
arcabouço constitucional do estado e, portanto, o esquema fundamental do 
poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do estado”. 
Neste caso, seriam agentes políticos somente o Presidente da República, 
os Governadores, os Prefeitos e seus respectivos auxiliares imediatos (Ministros 
e Secretários das diversas pastas), os Senadores, os Deputados e os Vereadores. 
Informação importante para as questões de prova é o fato de que o 
professor não inclui os magistrados, membros do Ministério Público e membros 
dos Tribunais de Contas no conceito de agentes políticos, ao contrário do 
professor Hely Lopes Meirelles, pois entende que somente podem ser incluídos 
nesta categoria aqueles que possuem a eleição como forma de investidura, com 
exceção dos cargos de Ministros e Secretários de Estado, que são de livre 
nomeação e exoneração. 
Ademais, afirma ainda que os magistrados, membros do Ministério Público 
e dos Tribunais de Contas não exercem funções tipicamente políticas (como 
criar leis ou traçar programas e diretrizes de governo), apesar de exercerem 
funções constitucionais extremamente importantes, e, portanto, não podem ser 
considerados agentes políticos. 
 
b) Servidores estatais 
Ainda segundo as palavras do professor, servidores estatais são todos 
aqueles que mantêm com o Estado ou suas entidades da Administração Indireta, 
independentemente de serem regidas pelo direito público ou direito privado, 
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relação de trabalho de natureza profissional e caráter não eventual sob vínculo 
de dependência, podendo ser classificados em: 
� servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de 
cargos públicos; 
� servidores empregados das empresas públicas, sociedades de 
economia mista e fundações públicas de direito privado, contratados 
sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de emprego 
público; 
� servidores temporários, contratados por tempo determinado para 
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (art. 
37, IX, da CF/88), que exercem funções públicas sem estarem 
vinculados a cargo ou emprego público. 
 
c) Particulares em colaboração com o poder público 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “esta categoria de agentes é 
composta por sujeitos que, sem perderem sua qualidade de particulares – 
portanto, de pessoas alheias à intimidade do aparelho estatal (com exceção única 
dos recrutados para serviço militar) – exercem função pública, ainda que às 
vezes apenas em caráter episódico”, sob os seguintes instrumentos: 
� delegação do poder público, como se dá com os empregados das 
empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos e os que 
exercem serviços notariais e de registro (art. 236 da CF/88); 
� mediante requisição, como acontece com os jurados, mesários eleitorais 
durante o período eleitoral e os recrutados para o serviços militar 
obrigatório, que, em geral, não possuem vínculo empregatício e não 
recebem remuneração; 
� os que sponte própria (vontade própria) assumem espontaneamente 
determinada função pública em momentode emergência, como no 
combate a uma epidemia, incêndio, enchente, etc. 
� contratado por locação civil de serviços (como ocorre na contratação 
de um advogado altamente especializado para a sustentação oral perante 
Tribunais). 
 
 
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(Procurador de 2ª Classe / Município de Salvador 2006/FCC) De acordo com 
a doutrina, agente público é toda a pessoa física que presta serviços ao Estado e às 
pessoas jurídicas da Administração Indireta, inclusive os particulares que atuam em 
colaboração com o poder público, mediante delegação, requisição, nomeação ou 
designação. Assertiva considerada correta pela banca. 
 
1.1.2. Classificação de Hely Lopes Meirelles 
Para o saudoso professor, os agentes públicos podem ser classificados em 
agentes políticos, agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes 
delegados e agentes credenciados. 
 
a) Agentes políticos 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, agentes políticos são “os 
componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, 
funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou 
delegação, para o exercício de atribuições constitucionais”. 
Como exemplos podemos citar os chefes do Poder Executivo (Presidente 
da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros, 
Secretários estaduais, distritais e municipais), os membros do Poder 
Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores) e os magistrados, 
membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. 
Contrariamente ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que 
exclui os membros da Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de 
Contas do conceito de “agentes políticos”, Hely Lopes Meirelles afirma que em 
razão de gozarem de independência funcional e possuírem suas 
competências previstas diretamente no texto constitucional, tais agentes 
devem sim ser considerados políticos. 
 
b) Agentes honoríficos 
 Agentes honoríficos são cidadãos convocados, requisitados, designados ou 
nomeados para prestar, em caráter temporário, serviços públicos de caráter 
relevante, a título de munus público (colaboração cívica), sem qualquer vínculo 
profissional com o Estado, e, em regra, sem remuneração. 
Como exemplos podemos citar os mesários eleitorais, os recrutados para 
o serviço militar, jurados, comissários de menores, entre outros. 
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É válido esclarecer que apesar de não possuírem vínculo com o Estado, os 
agentes honoríficos são considerados “funcionários públicos” para fins penais 
e sobre eles não incidem as regras sobre acumulação de cargos, empregos e 
funções públicas, previstas no inciso XVI, do artigo 37, da CF/88. 
 
c) Agentes delegados 
 Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “agentes delegados são 
particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, 
obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, 
mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do 
delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem 
representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de 
colaboradores do Poder Público. Nesta categoria se encontram os 
concessionários e permissionários de obras e serviços públicos, os 
serventuários de Ofícios ou Cartórios não estatizados, os leiloeiros, os 
tradutores e intérpretes públicos, e demais pessoas que recebam delegação 
para a prática de alguma atividade estatal ou serviço de interesse coletivo”. 
 Apesar de exercerem atividades públicas em nome próprio, por sua conta 
e risco, é válido esclarecer que os agentes delegados estão sujeitos às regras 
de responsabilização civil previstas no § 6º, do artigo 37, da CF/88, e também 
são considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
 
 d) Agentes credenciados 
 Agentes credenciados são aqueles que têm a incumbência de representar 
a Administração Pública em algum evento específico (um Congresso 
Internacional, por exemplo) ou na prática de algum ato determinado, 
mediante remuneração e sem vínculo profissional, sendo considerados 
funcionários públicos para fins penais. 
 Os agentes credenciados somente serão considerados agentes públicos 
durante o período em que estiverem exercendo as funções públicas para as quais 
foram credenciados. 
Desse modo, se um cientista particular foi convidado pela Administração 
Pública para representá-la em um Congresso Internacional sobre a “Gripe A”, por 
exemplo, somente durante o período do evento ele será considerado agente 
público. 
 e) Agentes administrativos 
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 Agentes administrativos são todos aqueles que exercem um cargo, 
emprego ou função pública perante à Administração, em caráter permanente, 
mediante remuneração e sujeitos à hierarquia funcional instituída no órgão ou 
entidade ao qual estão vinculados. 
 Essa categoria de agentes públicos representa a imensa maioria da força 
de trabalho da Administração Direta e Indireta, em todos os níveis federativos 
(União, Estados, DF e Municípios) e em todos os Poderes (Legislativo, Executivo 
e Judiciário), podendo ser dividida em: 
� Servidores públicos titulares de cargos efetivos ou em comissão; 
� Empregados públicos; 
� Contratados temporariamente em virtude de necessidade temporária de 
excepcional interesse público. 
 
Servidores públicos titulares de cargos efetivos são aqueles que 
ingressaram no serviço público mediante concurso público e que, portanto, 
podem adquirir a estabilidade após 03 (três) anos de efetivo exercício. Esses 
servidores também são chamados de estatutários, pois são regidos por um 
estatuto legal, responsável por disciplinar seus principais direitos e deveres em 
face da Administração Pública. 
Na esfera federal, o estatuto responsável por disciplinar as relações entre 
Administração Pública e servidores é a Lei 8.112/1990. Todavia, cada ente 
estatal possui autonomia para criar seu próprio estatuto dos servidores, como 
aconteceu em Minas Gerais com a edição da Lei Estadual 869/1952, e em 
Montes Claros/MG (terra do terremoto), com a edição da Lei Municipal 
3.175/2003. 
Pergunta: professor, os servidores das entidades da Administração 
Indireta também são regidos por um estatuto jurídico? 
Depende. Na esfera federal, somente os servidores da União, seus 
respectivos órgãos públicos (a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral), 
autarquias e fundações públicas de direito público federais são regidos pela 
Lei 8.112/90, pois os empregados das empresas públicas e sociedades de 
economia mista são necessariamente celetistas. Sendo assim, é correto 
afirmar que somente as entidades regidas pelo direito público adotam o 
regime estatutário, pois este é inerente às funções típicas de Estado 
(fiscalização, administração fazendária, advocacia pública, etc), nos termos do 
artigo 247 da CF/88. 
Além dos servidores titulares de cargos efetivos, é válido destacar que os 
ocupantes de cargos em comissão (de livre nomeação e exoneração) também 
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são denominados servidores públicos. Entretanto, em virtude de ocuparem 
cargos em comissão (também denominadoscargos de confiança), tais 
servidores não gozam de estabilidade, pois se sustentam no cargo apenas em 
virtude da “confiança” depositada pela autoridade responsável pela nomeação. 
Desse modo, é correto afirmar que são servidores públicos tanto os 
ocupantes de cargos de provimento efetivo, quanto os ocupantes de cargos 
em comissão. 
A segunda espécie de agente administrativo citada pelo professor Hely 
Lopes Meirelles é o empregado público, que não ocupa cargo, mas sim 
emprego público. 
Os empregados públicos não são regidos por um estatuto (e, portanto, 
não podem ser chamados de estatutários), mas sim pela Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), que lhes assegura os mesmos direitos previstos para os 
trabalhadores da iniciativa privada, tais como aviso prévio, FGTS, seguro 
desemprego, entre outros estabelecidos no artigo 7º da CF/88 (que não são 
garantidos aos servidores públicos na totalidade). 
As empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes 
da Administração Pública Indireta) adotam necessariamente o regime celetista 
para os seus empregados, apesar de serem obrigadas a realizar concurso público 
para a contratação de pessoal. 
Por último, integram também a categoria dos agentes administrativos 
aqueles que são contratados temporariamente para atender a uma 
necessidade temporária de excepcional interesse público, conforme 
preceituado no inciso IX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988. 
Neste caso, a lei de cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios) 
estabelecerá os prazos máximos de duração desses contratos e as situações que 
podem ser consideradas de necessidade temporária, conforme estudaremos 
posteriormente. 
 
2. Disposições preliminares 
A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos 
civis da União, seus respectivos órgãos, sobre as autarquias e as fundações 
públicas federais de Direito Público. Deve ficar bem claro que as suas 
disposições legais não alcançam os empregados das empresas públicas e das 
sociedades de economia mista, que são regidos pelo regime celetista. 
 Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, regime jurídico 
“é o conjunto de regras de Direito que regulam determinada relação jurídica”, 
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sendo possível citar como exemplo o regime estatutário, o celetista e o regime 
especial. 
 
2.1. Regime Estatutário 
Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável 
por disciplinar a relação jurídica entre os servidores públicos e a 
Administração direta, autárquica e fundacional de Direito Público, em 
todos os entes federativos. 
É regra geral que cada ente estatal (União, Estados, Municípios e DF) 
possua o seu próprio regime estatutário, responsável por regular os direitos e 
os deveres de seus servidores. Somente para exemplificar, destaca-se que no 
Estado de Minas Gerais é a Lei Estadual nº 869/52 que estabelece o regime 
jurídico de seus servidores. Por outro lado, na minha querida cidade de Montes 
Claros/MG, o regime jurídico dos servidores públicos municipais foi instituído 
pela Lei Municipal 3.175/03. 
A Lei Federal 8.112/90 (que instituiu regime jurídico dos servidores públicos 
da União, fundações públicas de Direito Público e autarquias) serviu e tem servido 
de parâmetro normativo para vários Municípios e Estados brasileiros, o que não 
invalida as legislações dos respectivos entes. 
Uma das principais características do regime estatutário é a garantia de 
aquisição de estabilidade, após 03 (três) anos de efetivo exercício, para os 
servidores nomeados para cargos de provimento efetivo em virtude de concurso 
público, nos termos do artigo 41 da Constituição Federal de 88. 
Pergunta: O regime estatutário, a exemplo daquele instituído pela Lei 
8.112/90, abrange somente os servidores titulares de cargos efetivos? 
Não. Apesar de ser uma dúvida comum entre os candidatos, é válido 
esclarecer que o regime estatutário abrange os cargos de provimento efetivo 
e, ainda, os cargos de provimento em comissão (também chamados de 
cargos de confiança e que são de livre nomeação e exoneração da autoridade 
competente, independentemente de prévia aprovação em concurso público). 
A dúvida é muito comum porque aqueles que exercem exclusivamente 
cargos em comissão contribuem para o regime geral de previdência social 
(RGPS), apesar da obrigatoriedade de se submeterem aos deveres e proibições 
previstos nos respectivos estatutos. 
 
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Lembre-se sempre de que a Lei 8.112/1990 dispõe sobre direitos e deveres aos 
titulares de cargos públicos efetivos e também para os ocupantes de cargos em 
comissão (cargos de confiança). 
O cargo público é definido legalmente como o “conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional e que devem ser 
cometidas a um servidor”, possuindo as seguintes características: 
1ª) são acessíveis a todos os brasileiros natos e naturalizados que 
preencham os requisitos previstos na lei, bem como aos estrangeiros, na 
forma da lei; 
2ª) são criados por lei; 
3ª) possuem denominação própria; 
4ª) os vencimentos são pagos pelos cofres públicos; e 
5ª) as funções inerentes ao cargo público somente podem ser exercidas 
mediante remuneração, salvo nos casos previstos em lei. 
 
 
No concurso público para o cargo de Analista de Recursos Humanos da 
CVM, realizado em 2010, a ESAF considerou correto o seguinte enunciado: 
“O vínculo de natureza estatutária decorre de imposição unilateral do Estado”. 
 
2.1.2. Inexistência de direito adquirido à manutenção de regime 
jurídico 
Em regras gerais, os direitos e deveres impostos aos servidores titulares 
de cargos públicos estão previstos em estatuto próprio. Na esfera federal, por 
exemplo, essa responsabilidade fica sob o encargo da Lei 8.112/1990. Todavia, 
os Estados e Municípios possuem autonomia para estabelecer as regras que serão 
responsáveis por disciplinar as relações jurídicas com seus próprios servidores. 
É importante esclarecer que os servidores públicos não possuem direito 
adquirido à manutenção do regime jurídico nos mesmos moldes estabelecidos no 
momento da posse ou exercício. Isso significa que as regras fixadas no regime 
estatutário (Lei 8.112/1990) podem ser alteradas posteriormente, 
independentemente da concordância ou aquiescência do servidor. Assim, se o 
regime estatutário estabelecia determinada regra para o cálculo de gratificação 
a ser paga para o servidor público, por exemplo, existe a possibilidade de que 
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essa fórmula seja alterada no futuro, quando conveniente e oportuno para a 
Administração Pública. 
Esse também é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, 
ratificado no julgamento do Recurso Extraordinário em Agravo 
Regimental nº 287.261/MG, julgado em 28/06/2005, de relatoria da 
Ministra Ellen Gracie: 
 
 
 
 
 
 
 
 
No concurso público para o cargo de Analista de Controle Externo da 
Secretaria do Tesouro Nacional, realizado em 2008, a ESAF considerou 
incorreta a seguinte assertiva: “Adquirida a estabilidade, o servidor público 
passa a ter direito adquirido ao regime estatutário a que está submetido, 
diferentemente do que ocorre com as relações contratuais trabalhistas”. 
 
 2.2. Regime celetista 
 Regime celetista é aqueleinicialmente aplicável às relações jurídicas 
existentes entre empregados e empregadores no campo da iniciativa privada, 
amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº. 
5.542/43). Entretanto, o regime celetista (que ainda pode ser chamado de 
trabalhista ou de emprego) também pode ser aplicado no âmbito da 
Administração Pública brasileira. 
 O § 1º, artigo 173, da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que 
as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao 
regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações 
trabalhistas. 
 
A jurisprudência desta Suprema Corte se consolidou no sentido de que não há 
direito adquirido a regime jurídico. O vínculo entre o servidor e a Administração é 
de direito público, definido em lei, sendo inviável invocar esse postulado para 
tornar imutável o regime jurídico, ao contrário do que ocorre com vínculos de 
natureza contratual, de direito privado, este sim protegido contra modificações 
posteriores da lei. 
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Sendo assim, não restam dúvidas de que os agentes administrativos que 
exercem suas funções perante as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista são regidos pela CLT, sendo denominados, portanto, de 
empregados públicos. 
 
A Lei 8.112/1990 não se aplica aos empregados públicos das sociedades de economia 
mista e das empresas públicas federais, pois esses são regidos pela CLT. Assim, deve 
ficar claro que empregos públicos não possuem estabilidade! 
 
 No concurso público para o cargo de Analista de Recursos Humanos 
da CVM, realizado em 2010, a ESAF considerou incorreta a seguinte 
assertiva: “O regime da Lei n. 8.112/90, confere, de forma supletiva à 
Consolidação das Leis do Trabalho, direitos aos empregados das pessoas 
jurídicas de direito privado integrantes da administração pública 
federal”. 
 
2.3. Regime especial 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que o regime especial 
“visa disciplinar uma categoria específica de servidores: os servidores 
temporários”, contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88, que 
assim dispõe: 
“IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado 
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público”. 
Conforme destacado, o próprio dispositivo constitucional atribui à lei de 
cada ente estatal a prerrogativa de estabelecer os casos que podem ensejar a 
excepcional contratação de agentes sem a realização de concurso público. 
Na esfera federal, foi editada a Lei 8.745/93, que tem por objetivo 
disciplinar os contratos temporários no âmbito da Administração Direta 
federal, autárquica e fundacional. 
 Em seu artigo 2º, a Lei 8.745/93 especificou algumas situações que podem 
ser consideradas de necessidade temporária e de excepcional interesse 
público, justificando a contratação temporária, a saber: 
I - assistência a situações de calamidade pública; 
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II - assistência a emergências em saúde pública; 
III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza 
estatística efetuadas pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
- IBGE; 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante; 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; 
VI - atividades: 
a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área 
industrial ou a encargos temporários de obras e serviços de engenharia; 
b) de identificação e demarcação territorial; 
c) (Revogada pela Lei nº 10.667, de 2003) 
d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas; 
e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de 
sistemas de informações, sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e 
Desenvolvimento para a Segurança das Comunicações - CEPESC; 
f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito 
do Ministério da Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações 
emergenciais ligadas ao comércio internacional de produtos de origem animal ou 
vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal ou humana; 
g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da 
Amazônia - SIVAM e do Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM. 
 h) técnicas especializadas, no âmbito de projetos de cooperação com prazo 
determinado, implementados mediante acordos internacionais, desde que haja, 
em seu desempenho, subordinação do contratado ao órgão ou entidade pública. 
i) técnicas especializadas necessárias à implantação de órgãos ou entidades 
ou de novas atribuições definidas para organizações existentes ou as decorrentes 
de aumento transitório no volume de trabalho que não possam ser atendidas 
mediante a aplicação do art. 74 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; 
 j) técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e 
de revisão de processos de trabalho, não alcançadas pela alínea i e que não se 
caracterizem como atividades permanentes do órgão ou entidade; 
 l) didático-pedagógicas em escolas de governo; e 
m) de assistência à saúde para comunidades indígenas; e 
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VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para 
suprir a falta de professor, pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, 
decorrente de licença para exercer atividade empresarial relativa à inovação. 
VIII - admissão de pesquisador, nacional ou estrangeiro, para projeto de 
pesquisa com prazo determinado, em instituição destinada à pesquisa; e 
IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo 
Ministro de Estado do Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental na 
região específica. 
X - admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão 
das instituições federais de ensino, respeitados os limites e as condições fixados 
em ato conjunto dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da 
Educação. 
 
É importante destacar que o pessoal contratado não poderá: 
a) receber atribuições, funções ou encargos não previstos no respectivo 
contrato; 
b) ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em 
substituição, para o exercício de cargo em comissão ou função de 
confiança; 
c) ser novamente contratado, com fundamento nesta Lei, antes de 
decorridos 24 (vinte e quatro) meses do encerramento de seu contrato 
anterior, salvo nas hipóteses dos incisos I e IX do art. 2o desta Lei, 
mediante prévia autorização, conforme determina o art. 5o desta Lei. 
 
A inobservância das regras acima citadas importará na rescisão do 
contrato nas primeira e segunda hipóteses, ou na declaração da sua 
insubsistência, na terceira situação, sem prejuízo da responsabilidade 
administrativa das autoridades envolvidas na transgressão. 
 
As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos termos da Lei 
8.745/1993 serão apuradas mediante sindicância, concluída no prazo de trinta dias e 
assegurada ampla defesa. Ademais, aplicar-se-á parcialmente o regime disciplinar 
previsto na Lei 8.112/1990. 
 
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É proibida a contratação, com fundamentona Lei 8.745/1993, de 
servidores da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, bem como de empregados ou servidores de suas 
subsidiárias e controladas. 
A única exceção à essa proibição, desde que condicionada à formal 
comprovação da compatibilidade de horários, relaciona-se à contratação 
de: 
I - professor substituto nas instituições federais de ensino, desde que o 
contratado não ocupe cargo efetivo integrante das carreiras de magistério de que 
trata a Lei no 7.596, de 10 de abril de 1987; 
II - profissionais de saúde em unidades hospitalares, quando administradas 
pelo Governo Federal e para atender às necessidades decorrentes de calamidade 
pública, desde que o contratado não ocupe cargo efetivo ou emprego permanente 
em órgão ou entidade da administração pública federal direta e indireta. 
Ainda nos termos da Lei 8.745/1993, destaca-se que não é necessária a 
realização de concurso público para a contratação de servidores em caráter 
temporário, sendo suficiente a realização de um processo seletivo 
simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do Diário Oficial da 
União. 
Os agentes contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88 
(regulamentado pela Lei 8.745/1993), não podem ser considerados estatutários, 
uma vez que estão submetidos a regime contratual. Também não podem ser 
considerados celetistas, pois não são regidos pela Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT), apesar de estarem sujeitos ao regime geral de previdência. 
O mesmo ocorre com os agentes públicos contratados com fundamento no 
Decreto 2.271/1997, que, em seu art. 1º, dispõe que no âmbito da Administração 
Pública Federal direta, autárquica e fundacional poderão ser objeto de execução 
indireta (terceirização) as atividades materiais acessórias, instrumentais ou 
complementares aos assuntos que constituem área de competência legal do 
órgão ou entidade. 
As atividades de conservação, limpeza, segurança, vigilância, transportes, 
informática, copeiragem, recepção, reprografia, telecomunicações e manutenção 
de prédios, equipamentos e instalações serão, de preferência, objeto de 
execução indireta. 
De outro lado, não poderão ser objeto de execução indireta as 
atividades inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do 
órgão ou entidade, salvo expressa disposição legal em contrário ou quando se 
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tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de 
pessoal. 
O objeto da contratação será definido de forma expressa no edital de 
licitação e no contrato exclusivamente como prestação de serviços, nos termos 
do art. 3º do Decreto 2.271/1997. 
Diante das informações apresentadas, é correto afirmar que esses agentes 
estão incluídos em uma terceira categoria de agentes administrativos, com 
características bastante peculiares. 
É importante que você realize uma leitura da Lei 8.745/1993, pois 
a ESAF tem o hábito de elaborar questões referentes à Lei 8.745/1993, 
a exemplo do que ocorreu no concurso público para o cargo de Analista 
de Finanças e Controle da CGU, realizado em 2008: 
(ESAF/Analista de Finanças e Controle /CGU /2008 ) A Lei n. 8.745, de 9 
de dezembro de 1993, dispõe sobre contratação por tempo determinado 
para atender necessidade temporária de excepcional interesse público. A 
respeito dos contratos e dos contratados temporários, é incorreto afirmar 
que: 
a) os contratados terão seu contrato rescindido se forem nomeados ou 
designados, ainda que a título precário ou em substituição, para o exercício de 
cargo em comissão ou função de confiança. 
b) aos contratados temporários aplica-se parcialmente o regime disciplinar de que 
trata a Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 
c) o recrutamento do pessoal a ser contratado dispensa o concurso público, 
todavia exige processo seletivo simplificado, podendo ser dispensado em 
necessidade decorrente de calamidade pública. 
d) os contratados temporários terão suas infrações disciplinares apuradas 
mediante processo administrativo disciplinar, concluído no prazo de até 60 dias, 
prorrogáveis por igual período, assegurada ampla defesa e contraditório. 
e) são exemplos de necessidades temporárias que autorizam as contratações: a 
admissão de professor substituto e professor visitante, o combate a surtos 
endêmicos, e a atividade de identificação e demarcação desenvolvidas pela FUNAI. 
 
Gabarito: Letra “d”. 
 
3. Regime jurídico único 
 
O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu art. 39, 
estabelecia expressamente que: 
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Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, 
no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira 
para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das 
fundações públicas. 
Entretanto, a Emenda Constitucional nº. 19, de 04/06/1998, conferiu nova 
redação ao artigo 39 da Constituição Federal, eliminando a exigência de regime 
jurídico único no âmbito da Administração Pública Direta, autárquica e 
fundacional. 
Eis o texto do art. 39 da Constituição Federal após a promulgação da 
Emenda Constitucional nº 19/1998: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão 
conselho de política de administração e remuneração de pessoal, integrado 
por servidores designados pelos respectivos Poderes. 
 Perceba que o texto constitucional simplesmente deixou de fazer 
referência à obrigatoriedade de adoção, pela Administração Pública, de regime 
jurídico único para os servidores. Assim, uma autarquia poderia contratar, em 
tese, alguns agentes públicos regidos pela Lei 8.112/1990 (estatutário) e outros 
regidos pelo regime celetista (desde que respeitadas algumas condições). 
Todavia, em 02 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal concedeu 
medida cautelar (liminar) na ADI 2.135 suspendendo as alterações efetuadas 
no caput do artigo 39 da CF/88, voltando a vigorar então a obrigatoriedade de 
adoção de regime jurídico único. 
Atualmente, a Administração federal direta, autárquica e fundacional (de 
Direito Público) está proibida de contratar agentes pelo regime da CLT, pelo 
menos até o julgamento final do mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade 
2.135. 
 Foram suspensos também os efeitos da Lei 9.962/00 (criada para 
disciplinar o regime celetista no âmbito da Administração), já que não mais se 
admite a contratação de empregados públicos no âmbito da Administração 
federal direta, autárquica e fundacional. Porém, como os efeitos da decisão do 
Supremo Tribunal Federal foram “ex nunc”, todas as contratações efetuadas 
durante a vigência da lei foram mantidas até o julgamento final do mérito. 
Para responder às questões de prova: A partir de agosto de 2007 voltou a vigorar, 
pelo menos em caráter provisório, o denominado “regime jurídico único”. Desse modo, 
a União, as autarquias e as fundações públicas federais de direito público estão proibidas 
de contratar agentes administrativos pelo regime celetista, já que devem prevalecer os 
efeitos da medida cautelar (liminar) proferida pelo STF e que suspendeu a alteração 
promovida no texto original do art. 39 da Constituição Federal. 
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 Essa restrição nãoalcança as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista, que sempre contrataram e podem continuar contratando pelo 
regime celetista, nos termos do artigo 173 da Constituição Federal de 88. 
 
 3.1. Necessidade de concurso público 
 Para ocupar cargo de provimento efetivo regido pela Lei nº 8.112∕1990, 
torna-se imprescindível que o interessado seja aprovado em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, que poderá ser realizado em duas etapas, 
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira. Nesse 
caso, a inscrição do candidato está condicionada ao pagamento do valor fixado 
no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de 
isenção nele expressamente previstas. 
 O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser 
prorrogado uma única vez, por igual período. Trata-se de ato discricionário da 
Administração Pública, que não está obrigada a prorrogar o prazo de validade do 
certame. Todavia, se assim desejar, deverá observar sempre o mesmo prazo 
inicial. 
 Exemplo: se o prazo inicial de validade do concurso público foi fixado em 
6 (seis) meses, somente poderá ser prorrogado (se for conveniente para a 
Administração) por mais 6 (seis) meses; se o prazo inicial foi fixado em 18 
(dezoito) meses, a prorrogação do prazo de validade limita-se a 18 (dezoito) 
meses. 
 O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão 
fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário 
de grande circulação. 
 
 3.1.1. Abertura de novo concurso público antes da expiração do 
prazo de validade de concurso anterior 
 A CF∕1988, em seu art. 37, IV, dispõe que “durante o prazo improrrogável 
previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas 
ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira”. 
 Perceba que o texto constitucional não proíbe a realização de novo 
concurso público, mesmo que o prazo de validade do anterior ainda esteja 
vigente. Nesse caso, compete à Administração Pública decidir se realiza, ou não, 
novo certame. Trata-se de decisão discricionária. 
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 Se a Petrobras ou o Banco do Brasil (que não são regidos pela Lei nº 
8.112∕1990) decidirem realizar novo certame durante o prazo de vigência de 
outro concurso público, por exemplo, deverão convocar obrigatoriamente os 
candidatos que já se encontram aprovados. Somente depois de nomear todos os 
aprovados no concurso anterior poderão dar posse aos candidatos aprovados no 
certame mais recente. 
 Entretanto, deve ficar claro que o art. 12, § 2º, da Lei 8.112∕1990, dispõe 
que “não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em 
concurso anterior com prazo de validade não expirado”. Em outras palavras, o 
texto legal afirma que a União, seus respectivos órgãos, autarquias e fundações 
públicas federais de direito público somente poderão realizar novo concurso 
público, se existirem candidatos aprovados e ainda não nomeados, depois de 
expirado o prazo de validade do anterior. 
 A regra prevista no art. 12, § 2º, da Lei 8.112∕1990, não contradiz o art. 
37, IV, da CF∕1988. Como o texto constitucional autorizou que a própria 
Administração Pública decida sobre a realização, ou não, de novo concurso 
público, a Lei 8.112∕1990 se antecipou e declarou-se expressamente pela 
segunda opção (não realização). 
 
 3.1.2. Falta de identificação do tipo de caderno de questões 
No julgamento do recurso especial nº 1.376.731∕PE, de relatoria do Ministro 
Humberto Martins, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “não tem direito 
à correção de cartão-resposta de prova aplicada em certame público o candidato 
que, descumprindo regra contida no edital e expressa no próprio cartão-resposta, 
abstenha-se de realizar a identificação do seu tipo de caderno de questões. Isso 
porque viabilizar a correção da folha de resposta de candidato que não tenha 
observado as instruções contidas no regulamento do certame e ressalvadas no 
próprio cartão-resposta implicaria privilegiar um candidato em detrimento dos 
demais — que concorreram em circunstâncias iguais de maturidade, preparação, 
estresse e procedimento —, configurando flagrante violação do princípio da 
isonomia”. 
 
 3.1.3. Convocação para as demais fases do certame 
 No julgamento do agravo regimental no recurso em mandado de segurança 
nº 33.696∕RN, cujo acórdão foi publicado no DJe de 22/4/2013, o Superior 
Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que se a convocação do 
candidato para submissão às primeiras etapas do concurso público foi realizada 
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pela internet, as demais devem seguir o mesmo procedimento, sob pena de 
violação ao princípio da razoabilidade: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. CONVOCAÇÃO DE CANDIDATO PARA FASE DE 
CONCURSO PÚBLICO. 
A convocação de candidato para a fase posterior de concurso público não pode ser 
realizada apenas pelo diário oficial na hipótese em que todas as comunicações 
anteriores tenham ocorrido conforme previsão editalícia de divulgação das fases 
do concurso também pela internet. Efetivamente, a comunicação realizada apenas 
pelo diário oficial, nessa situação, caracteriza violação dos princípios da 
publicidade e da razoabilidade. Ademais, a divulgação das fases anteriores pela 
internet gera aos candidatos a justa expectativa de que as demais comunicações 
do certame seguirão o mesmo padrão. Cabe ressaltar, ainda, que o diário oficial 
não tem o mesmo alcance de outros meios de comunicação, não sendo razoável 
exigir que os candidatos aprovados em concurso público o acompanhem (AgRg 
no RMS 33.696-RN, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 22/4/2013). 
 
 3.1.4. Convocação de aprovados em processo seletivo 
Ao julgar o recurso em mandado de segurança nº 35.211∕SP, em 2/4/2013, 
o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “não tem direito líquido e certo à 
nomeação o candidato aprovado dentro do número de vagas em processo 
seletivo especial destinado à contratação de servidores temporários na 
hipótese em que o edital preveja a possibilidade de nomeação dos aprovados, 
conforme a disponibilidade orçamentária existente, em número inferior ou 
superior ao das vagas colocadas em certame”. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. EFEITOS DE PREVISÃO EDITALÍCIA QUE 
POSSIBILITE A NOMEAÇÃO DOS APROVADOS, CONFORME 
DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA, EM NÚMERO INFERIOR OU 
SUPERIOR ÀS VAGAS DE CERTAME DESTINADO À CONTRATAÇÃO DE 
SERVIDORES TEMPORÁRIOS. 
Não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado dentro do 
número de vagas em processo seletivo especial destinado à contratação de 
servidores temporários na hipótese em que o edital preveja a possibilidade de 
nomeação dos aprovados, conforme a disponibilidade orçamentária existente, em 
número inferior ou superior ao das vagas colocadas em certame. As regras a 
serem aplicadas no processo seletivo especial destinado à contratação de 
servidores temporários devem ser as mesmas do concurso público para cargo 
efetivo. Todavia, conquanto não se olvide o já decidido pelo STJ acerca do direito 
subjetivo que nasce para o candidato aprovado em concurso público dentro do 
número de vagas, deve-se considerar que a situação em análise traz circunstância 
peculiar — a existência de previsão no edital referente à possibilidade de 
nomeação dos aprovados, conforme a disponibilidade orçamentária existente, em 
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número inferior ou superior ao das vagas colocadas em certame —, o que afasta 
o direito líquido e certo à nomeação dos candidatos aprovados, ainda que dentro 
do número de vagas previsto no edital. (RMS 35.211-SP, Rel. Min. Mauro 
Campbell Marques, julgado em 2/4/2013) 
 
(Especialista em Políticas Públicas/Estado de SP 2009/FCC) Em 
conformidade com a interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal ao caput 
do artigo 39 da Constituição Federal, o regime jurídico dos servidores públicos 
deve ser único para os servidores da Administração Direta, das Autarquias e das 
Fundações Públicas. Assertiva considerada correta pela banca examinadora. 
 
4. Provimento 
 
4.1. Disposições gerais 
O art. 5º da Lei 8.112/90 estabelece expressamente os requisitos básicos 
que devem ser atendidos por aqueles que desejam a investidura em um cargo 
público, a saber: 
 a) a nacionalidade brasileira; 
 b) o gozo dos direitos políticos; 
 c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
 d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
 e) a idade mínima de dezoito anos1; 
 f) aptidão física e mental. 
Apesar de a nacionalidade brasileira ser um dos requisitos para a 
investidura em cargo público, é importante esclarecer que universidades e 
instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus 
cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, nos termos do 
§ 3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90. 
 
1
 Não tem direito a ingressar na carreira de policial militar o candidato à vaga em concurso público que 
tenha ultrapassado, no momento da matrícula no curso de formação, o limite máximo de idade previsto 
em lei específica e em edital. Precedente citado: RMS 31.923-AC, Primeira Turma, DJe 13/10/2011. RMS 
44.127-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 17/12/2013 (Informativo nº 0533). 
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 Todas as questões de prova que afirmarem que os estrangeiros estão proibidos de 
ocupar cargos públicos no Brasil devem ser consideradas incorretas. Apesar de se 
tratar de exceção, o § 3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, assegura essa possibilidade. 
 
ATENÇÃO: nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, aos 
portugueses equiparados a brasileiros naturalizados também é assegurado o 
direito de concorrer a cargos e empregos públicos. 
 
4.1.1. Direito à posse, em caráter excepcional, mesmo com idade 
inferior a 18 (dezoito) anos 
No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 36.422∕MT, que 
ocorreu em 28/5/2013, o Superior Tribunal de Justiça proferiu interessante 
decisão e que pode ser objeto de cobrança na prova. 
Na oportunidade, o tribunal garantiu o direito de posse a candidato menor, 
porém emancipado e a menos de 10 (dez) dias de completar a idade de 18 
(dezoito) anos, no cargo de Oficial da Polícia Militar. A decisão foi baseada nos 
princípios da razoabilidade e da interpretação conforme o interesse 
público. 
 
Realmente, não seria razoável excluir do certame candidato que já 
demonstrou aptidão intelectual, física e psíquica, pelo simples fato de que 
somente completaria a idade mínima, exigida no edital, dez dias após a data 
limite. Todavia, deve ficar claro que se trata de decisão excepcional, que não 
encontra fundamento na legislação vigente. 
DIREITO ADMINISTRATIVO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA 
RAZOABILIDADE E DA INTERPRETAÇÃO CONFORME O INTERESSE 
PÚBLICO. 
É ilegal o ato administrativo que determine a exclusão de candidato já emancipado 
e a menos de dez dias de completar a idade mínima de 18 anos exigida em edital 
de concurso público para oficial da Polícia Militar, por este não haver atingido a 
referida idade na data da matrícula do curso de formação, ainda que lei 
complementar estadual estabeleça essa mesma idade como sendo a mínima 
necessária para o ingresso na carreira. 
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Nessa situação, ocorre ofensa aos princípios da razoabilidade e da interpretação 
conforme o interesse público. De fato, estabelece o art. 2º, parágrafo único, da 
Lei 9.784/1999 que nos processos administrativos devem ser observados, entre 
outros, os critérios da “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de 
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente 
necessárias ao atendimento do interesse público” (VI) e da “interpretação da 
norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público 
a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação” (XIII). 
Nesse contexto, com a interpretação então conferida, o administrador, a pretexto 
de cumprir a lei, terminou por violá-la, pois, com o ato praticado, desconsiderou 
a adequação entre meios e fins, impôs restrição em medida superior àquela 
estritamente necessária ao atendimento do interesse e, além disso, deixou de 
interpretar a lei da maneira que garantisse mais efetivamente o atendimento do 
fim público a que se dirige. (RMS 36.422-MT, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado 
em 28/5/2013). 
 
4.1.2. Aptidão física e gravidez de candidata 
No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 37.328∕AP, que 
ocorreu em 21∕03∕2013, o Superior Tribunal de Justiça ratificou o 
entendimento de que é possível a remarcação de teste de aptidão física em 
concurso público com o objetivo de proporcionar a participação de candidata 
comprovadamente grávida, ainda que o edital não contenha previsão nesse 
sentido. 
O mesmo entendimento também foi manifestado no julgamento do recurso 
em mandado de segurança nº 28.400∕BA, cuja ementa é de imprescindível leitura 
em razão da excelente didática utilizada: 
DIREITO ADMINISTRATIVO. CANDIDATA GESTANTE QUE, 
SEGUINDO ORIENTAÇÃO MÉDICA, DEIXE DE APRESENTAR, NA 
DATA MARCADA, APENAS ALGUNS DOS VÁRIOS EXAMES EXIGIDOS 
EM CONCURSO PÚBLICO. 
Ainda que o edital do concurso expressamente preveja a impossibilidade de 
realização posterior de exames ou provas em razão de alterações 
psicológicas ou fisiológicas temporárias, é ilegal a exclusão de candidata 
gestante que, seguindo a orientação médica de que a realização de alguns 
dos vários exames exigidos poderia causar dano à saúde do feto, deixe de 
entregá-los na data marcada, mas que se prontifique a apresentá-los em 
momento posterior. 
É certo que, segundo a jurisprudência do STJ, não se pode dispensar 
tratamento diferenciado a candidatos em virtude de alterações fisiológicas 
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temporárias, mormente quando existir previsão no edital que vede a 
realização de novo teste, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia, 
principalmente se o candidato deixar de comparecer na data de realização 
do teste, contrariando regra expressa do edital que preveja a eliminação 
decorrente do não comparecimento a alguma fase. 
Todavia, diante da proteção conferida pelo art. 6º da CF à maternidade, 
deve-se entender que a gravidez não pode ser motivo para fundamentar 
qualquer ato administrativo contrário ao interesse da gestante, muito 
menos para impor-lhe qualquer prejuízo. 
Assim, em casos como o presente, ponderando-se os princípios dalegalidade, da isonomia e da razoabilidade, em consonância com a 
jurisprudência do STF, há de ser possibilitada a remarcação da data para a 
avaliação, buscando-se dar efetivo cumprimento ao princípio da isonomia, 
diante da peculiaridade da situação em que se encontra a candidata 
impossibilitada de realizar o exame, justamente por não estar em igualdade 
de condições com os demais concorrentes. (RMS 28.400-BA, Rel. Min. 
Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/2/2013). 
 
Para responder às questões do CESPE: É vedado o acesso de estrangeiros a 
cargos, empregos e funções públicas, por se tratar de prerrogativa exclusiva de 
brasileiro nato ou naturalizado (Técnico Judiciário/TRE MG 2009/CESPE). 
Assertiva considerada incorreta pela banca examinadora. 
 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos 
O § 2º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, determina que “às pessoas portadoras 
de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para 
provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de 
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso”. 
 A obrigatoriedade de reserva de vagas para as pessoas portadoras de 
deficiência consta no inciso VIII, artigo 37, da CF/88. Todavia, o texto 
constitucional não especifica o percentual que deverá ser reservado, ficando sob 
a responsabilidade da lei essa definição. 
 
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Perceba que a lei 8.112/1990 não estabeleceu um percentual mínimo de 
vagas a serem reservadas, limitando-se a restringir o máximo em 20% (vinte por 
cento). Todavia, o Decreto Federal 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 
7.853/89 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência, estabeleceu, em seu artigo 37, § 1º, o percentual de 
5% (cinco por cento). 
 Pergunta: Professor, existe algum instrumento normativo que defina 
quem é o portador de deficiência? 
 Sim. Essa definição está prevista no artigo 4º do Decreto 3.298/99, que 
assim declara: 
Art. 4º. É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas 
seguintes categorias: 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do 
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-
se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, 
tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação 
ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade 
congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 
5.296, de 2004) 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um 
decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 
1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa 
acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; 
os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for 
igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições 
anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à 
média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas 
ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
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g) lazer; e 
h) trabalho; 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 
 Calma ... Você não precisa se preocupar em interpretar os conceitos acima, 
pois eles não são cobrados em provas de concursos públicos (rsrs). 
 
4.2.1. Algumas peculiaridades pertinentes às vagas reservadas aos 
portadores de deficiência 
 Os tribunais brasileiros frequentemente são provocados para decidir 
demandas envolvendo reserva de vagas em concursos públicos para candidatos 
portadores de deficiência. Na maioria das vezes, as ações judiciais são propostas 
por candidatos que se declararam portadores de deficiência no momento da 
inscrição, mas, posteriormente, foram reprovados (a deficiência não foi 
detectada) na perícia realizada por junta médica oficial. 
 Para responder às questões de prova, torna-se necessário conhecer o 
entendimento jurisprudencial sobre alguns temas específicos, que serão 
apresentados na sequência. 
 
4.2.1.1. Visão Monocular 
 Atualmente vigora no âmbito do Superior Tribunal de Justiça o 
entendimento de que a deficiência visual, definida no art. 4º , III , do Decreto nº 
3298 /99, não implica exclusão do benefício da reserva de vaga para candidato 
com visão monocular (que possui visão em apenas um dos olhos). A visão 
monocular cria barreiras físicas e psicológicas na disputa de oportunidades no 
mercado de trabalho, situação esta que o benefício da reserva de vagas tem o 
objetivo de compensar. 
 A propósito, com a finalidade de pacificar esse entendimento, o STJ editou 
a súmula nº 377, que assim dispõe: "O portador de visão monocular tem direito 
de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes". 
 
4.2.1.2. Pé torto congênito bilateral 
 No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 31.861∕PE, que 
ocorreu em 23∕04∕2013, o Superior Tribunal de Justiça também firmou 
entendimento de que “os candidatos que tenham ‘pé torto congênito bilateral’ 
têm direito a concorrer às vagas em concurso público reservadas às pessoas com 
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deficiência. A mencionada deficiência física enquadra-se no disposto no art. 4º, 
I, do Dec. 3.298/1999”. 
 
4.3. Formas de provimento 
 Provimento nada mais é que o ato administrativo através do qual é 
preenchido um cargo público, podendo ser originário ou derivado. 
 
 4.3.1. Nomeação 
 A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Pode 
ser definida como o ato administrativo pelo qual a Administração Pública dá 
ciência ao seu destinatário da necessidade de cumprimento de formalidades 
específicas (a exemplo da apresentação da documentação exigida no edital, nos 
casos de provimento de cargo efetivo), no prazo de até 30 (trinta) dias, para que 
seja formalizada a posse. 
A nomeação é considerada originária porque inicia um vínculo entre o 
indivíduo e a Administração, seja em caráter efetivo ou em comissão. Na 
nomeação em caráter efetivo, o candidato aprovado em concurso público é 
comunicado de que terá até 30 (trinta) dias para providenciar a documentação 
prevista no edital, formalizando o seu vínculo perante a Administração, que 
ocorre mediante a posse. 
A nomeação não gera qualquer obrigação para o candidato, mas sim o 
direito subjetivo de comparecer à Administração e formalizar o seu vínculo. 
Assim, caso o candidato não compareça perante a Administração no prazo de até 
30 (trinta) dias para tomar posse, a nomeação tornar-se-á sem efeito, não 
produzindo qualquerobrigação ou imposição de penalidade ao candidato. 
Apesar de a nomeação para cargo de provimento efetivo exigir prévia 
aprovação em concurso público, o mesmo não ocorre em relação às 
nomeações para cargos em comissão (também chamados de cargos de 
confiança). Nesta última hipótese, tem-se um ato discricionário, que sequer 
precisa ser motivado. 
A autoridade competente tem a prerrogativa de nomear qualquer pessoa 
para provimento de cargo em comissão, servidor ou não. 
Aqui é importante destacar o teor da súmula vinculante nº. 13 do Supremo 
Tribunal Federal, que declara expressamente que 
 
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“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou 
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, 
ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição 
Federal.” 
 
Apesar de não constar expressamente em seu texto, o Supremo Tribunal 
Federal, no julgamento da Reclamação 6650, declarou que a contratação de 
parentes para cargos políticos (Ministros, Secretários de Estado e Secretários 
municipais) não viola a Constituição Federal, pois são cargos que devem ser 
providos por pessoas de extrema confiança da autoridade nomeante. 
Nesses termos, o Prefeito de um Município pode nomear sua mãe para 
ocupar o cargo de Secretária Municipal da Fazenda, mas não pode nomear a irmã 
para ocupar o cargo de Gerente do Posto de Saúde “X”, pois este não é 
considerado cargo político e sim um cargo administrativo. 
Pergunta: Professor Fabiano, suponhamos que José atualmente ocupe o 
cargo efetivo de professor da rede estadual de educação de Minas Gerais e que 
tenha sido aprovado para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal. Nesse 
caso, ocorrerá uma nova nomeação para o cargo de AFRFB? 
Sim. Apesar de José já ter sido nomeado, assinado o termo de posse e 
entrado em exercício no cargo de professor, será novamente nomeado para o 
cargo de AFRFB, pois está se iniciando um novo vínculo entre José e a 
Administração Pública. 
Outra pergunta: E se José, que hoje ocupa exclusivamente o cargo de 
AFRFB, for aprovado em concurso público para o cargo de Consultor Legislativo 
da Câmara dos Deputados? Ocorrerá uma nova nomeação? 
Pode ter certeza disso. Perceba que os dois cargos públicos são distintos, 
possuindo atribuições diferentes. Apesar de José já possuir um vínculo com a 
União (RFB), iniciará um novo vínculo, com características distintas, a partir do 
momento que assinar o termo de posse no cargo de Consultor Legislativo da 
Câmara dos Deputados. 
 
4.3.1.1. Comunicação pessoal sobre a nomeação 
 
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Nos últimos meses, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o 
entendimento de que o candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente 
sobre a sua nomeação (e-mail, telegrama, telefonema etc.), não sendo suficiente 
a convocação apenas pelo Diário Oficial, principalmente se tiver sido aprovado 
fora do número de vagas e, da data de homologação do certame à data de 
convocação, tiver decorrido prazo razoável de tempo. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO DO CANDIDATO APROVADO EM 
CONCURSO PÚBLICO A SER COMUNICADO PESSOALMENTE SOBRE SUA 
NOMEAÇÃO. 
O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação no 
caso em que o edital do concurso estabeleça expressamente o seu dever de 
manter atualizados endereço e telefone, não sendo suficiente a sua convocação 
apenas por meio de diário oficial se, tendo sido aprovado em posição 
consideravelmente fora do número de vagas, decorrer curto espaço de tempo 
entre a homologação final do certame e a publicação da nomeação. Nessa 
situação, a convocação do candidato apenas por publicação em Diário Oficial 
configura ofensa aos princípios da razoabilidade e da publicidade. 
A existência de previsão expressa quanto ao dever de o candidato manter 
atualizado seu telefone e endereço demonstra, ainda que implicitamente, o intuito 
da Administração Pública de, no momento da nomeação, entrar em contato direto 
com o candidato aprovado. Ademais, nesse contexto, não seria possível ao 
candidato construir real expectativa de ser nomeado e convocado para a posse 
em curto prazo. 
Assim, nessa situação, deve ser reconhecido o direito do candidato a ser 
convocado, bem como a tomar posse, após preenchidos os requisitos constantes 
do edital do certame. (Precedente citado: AgRg no RMS 35.494-RS, DJe 
26/3/2012. AgRg no RMS 37.227-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
julgado em 6/12/2012). 
 
 4.3.1.2. Direito subjetivo à nomeação 
Durante muito tempo discutiu-se no âmbito do Poder Judiciário se os 
candidatos aprovados em concurso público, dentro do limite de vagas 
inicialmente oferecidas no edital, possuíam direito líquido e certo à nomeação 
durante a validade do certame. 
Prevalecia o entendimento de que mesmo aprovado dentro do número de 
vagas inicialmente disponibilizadas, o candidato somente possuía expectativa 
de direito em relação à nomeação, isto é, a Administração Pública não estava 
obrigada a realizar a nomeação por se tratar de ato discricionário. 
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Entretanto, o entendimento doutrinário e jurisprudencial começou a ser 
alterado nos últimos anos, conseqüência direta das milhares de ações ajuizadas 
no Poder Judiciário e que exigiam a nomeação de candidatos aprovados dentro 
do número de vagas oferecidas em concursos públicos. 
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 598.099/MS (cuja decisão foi 
publicada em 03/10/2011), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, o Supremo 
Tribunal Federal pacificou o entendimento sobre o assunto, afirmando que “o 
direito à nomeação surge quando se realizam as condições fáticas e jurídicas. 
São elas: previsão em edital de número específico de vagas a serem 
preenchidas pelos candidatos aprovados no concurso; realização do certame 
conforme as regras do edital; homologação do concurso; e proclamação dos 
aprovados dentro do número de vagas previstos no edital em ordem de 
classificação por ato inequívoco e público da autoridade administrativa 
competente”. 
Desse modo, prevalece atualmente o entendimento de que se o candidato 
foi aprovado em concurso público dentro do número de vagas oferecidas pelo 
edital, deverá ser obrigatoriamente nomeado pela respectiva entidade ou 
órgão público. Entretanto, compete à Administração Pública decidir o momento 
mais conveniente e oportuno para realizar a nomeação, desde que dentro do 
prazo de validade do certame. 
Nas palavras do Ministro Relator Gilmar Mendes, somente em situações 
excepcionalíssimas a Administração Pública estaria desobrigada de realizar a 
nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas e desde que 
comprovadas as seguintes circunstâncias: 
I. Superveniência - eventuais fatos ensejadores de uma situação 
excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação de edital do 
certame público; 
II. Imprevisibilidade - a situação deve ser determinada por 
circunstâncias extraordinárias à época da publicação do

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