B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I I I | 1 • Funções do sistema respiratório; • Zona de transporte, zona de transição e zona respiratória; • Inervação do sistema respiratório; • Volumes e capacidades pulmonares (ventilação, espirometria e manobra expiratória forçada). A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio (02 ) e dele remover o produto gasoso do metabolismo celular, o gás carbônico (C02 ). Quando esse sistema se torna ineficaz, esse processo torna-se ineficiente. • Equilíbrio térmico – com o aumento da ventilação pulmonar há maior perda de calor e água; • Manutenção do equilíbrio ácido-básico – uma vez esse sistema consegue eliminar o CO2, ele consegue fazer esse equilíbrio. Ex: paciente ofegante provavelmente está com problemas respiratórios e em um processo de compensação para eliminar o CO2; • Fonação – vibração das cordas vocais; • Defesa contra agentes agressores – impede que partículas que sejam agressivas entrem nesse sistema e impedindo que eles possam ir para os capilares; • Metabolismo de diversas substâncias. O sistema respiratório é composto por dois pulmões e pelas vias condutoras – via aérea superior e inferior. Ordem de geração: quantidade de ramificação. Traquéia tem ordem de geração 0 e sacos alveolares tem ordem de geração 23. A partir da traquéia ocorrem repetidas ramificações para resultar em uma árvore bronquial. A árvore contém aproximadamente 23 gerações de ramificações. Além disso, o sistema respiratório tem uma inervação específica que auxilia no movimento dos músculos respiratórios. • Porção condutora: não participam das trocas gasosas, simplesmente conduzem o fluxo de ar; • Porção respiratória: compreende os bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e sacos alveolares, onde ocorre a hematose. Acondicionar: filtrar, aquecer e umidificar o ar. Esse processo ocorre em três zonas: • Zona de transporte: formada pelas vias aéreas superiores e árvore traqueobrônquica, com função acondicionar e conduzir o ar até a área de hematose; • Zona de transição: onde começam a ocorrer trocas gasosas a níveis não-significativos; • Zona respiratória: onde ocorrem as trocas gasosas. Primeira zona do trato respiratório formada traquéia, brônquios (fonte, lobar, segmentar e subsegmentar), bronquíolo e bronquíolo terminal. Sua principal função é transportar o ar, além de acondicioná-lo até a região de hematose. O transporte do ar começa nas vias aéreas superiores. Ele entra pela cavidade nasal e as conchas nasais presentes retêm partículas e acondiciona o ar. A respiração nasal é a mais comum e tem duas importantes vantagens sobre a respiração pela boca: filtração e umidificação do ar inspirado. Obs: o bebê só consegue respirar pelo nariz e, quando o mesmo encontra-se congestionado, ele fica inquieto e irritado. B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I I I | 2 Tanto pela cavidade nasal como pela oral, esse ar vai para a faringe – nasofaringe e orofaringe. Depois o ar segue para a laringe, que é formada por anéis cartilaginosos e passa para a traquéia. Na traquéia temos primeira ramificação para a formação os brônquios fontes (direto e esquerdo) e formação da região denominada de carina. O brônquio fonte direito é mais vertical, calibroso e curto. Importante em uma aspiração, em que o objeto aspirado tem tendência de ir para o lado direito. • Aspiração – quando algo que não é ar entra no sistema respiratório. Ex: vômito e brinquedo; • Inspiração – ar entrando no sistema respiratório. A remoção de partículas poluentes não ocorre apenas nas vias aéreas superiores. À medida que o sistema vai se ramificando o ar gera turbulência com deposição de partículas possivelmente agressivas para a homeostase nessas regiões. Com o aumento da área de seção transversa, que ocorre com a ramificação do sistema, ocorre diminuição da velocidade do ar conduzido, que leva à deposição de partículas em suspensão pela falta de sustentação aerodinâmica. As partículas removidas do ar por esses processos caem sobre a camada de muco e são removidas em direção à glote pelos batimentos ciliares das células que formam o epitélio dessa região. À medida que essa secreção chega às regiões centrais ou ele é deglutido ou ele é expelido através da tosse. Quanto maior a área de secção transversa, menor a velocidade do fluxo. O epitélio respiratório é composto por células ciliadas que produzem muco e proporcionam limpeza e filtração. Esse muco é composto por duas camadas: • Gel – mais superficial e viscosa. As partículas vão se aderir à camada gel; • Sol – camada profunda e líquida. A fumaça do tabaco diminui a função dos cílios respiratórios, permitindo que bactérias e outras partículas inaladas se acumulem nos pulmões, causando uma irritação local e inflamação do epitélio. Ou seja, os fumantes têm maior tendência a episódios de tosse e bronquite. Zona formada por bronquíolos respiratórios. Os bronquíolos respiratórios não têm células ciliadas e apresentam, espaçadamente, sacos alveolares, que permite troca gasosa a níveis não significativos. É apenas o início da hematose. Através de pequenos poros chamados de canais de Lambert os bronquíolos respiratórios se comunicam com alvéolos. Obs: A diferença dos brônquios para bronquíolos é que os bronquíolos não têm mais cartilagem. É chamado de espaço morto por acumular um volume de aproximadamente 150 ml de ar, em que parte não irá participar da troca gasosa. Esse espaço retém o ar na expiração. Zona formada por ductos alveolares e sacos alveolares, responsáveis pela troca gasosa. • Ácinos - junção da zona respiratória com a zona de transição. Algumas doenças atingem os ácinos. À medida que vai ficando mais periférico a camada epitelial vai diminuindo até ficar unicelular como ocorrem nos alvéolos, proporcionando sua principal função de troca gasosa. A zona de troca será formada por um conjunto de alvéolos cercados por capilares sanguíneos. Os alvéolos irão se comunicar através de três regiões – importante em uma obstrução alveolar: • Poros de Kohn/alveolares – comunicação entre um alvéolo e outro; • Canais de Lambert – ligam um bronquíolo de um alvéolo diretamente com outro; • Canais de Martin – comunicação de um bronquíolo com outro. Os alvéolos não podem ficar vazios, pois eles se fecham e colabam. Mesmo com uma obstrução, através dessa comunicação alveolar, eles estão preenchidos com ar mesmo que isso demande mais tempo. A zona respiratória (superfície alveolar) é formada por três células principais formadoras: • Pneumócitos/células alveolares tipo I – presente em 93% dos indivíduos adultos. Uma vez destruídos não se regeneram; • Pneumócitos tipo II – tem formato cubóide com estruturas que armazenam e secretam surfactantes produzidos por essa célula. O surfactante recobre a superfície alveolar reduzindo a tensão superficial. Eles têm a capacidade de se regenerar e se transformar em pneumócito tipo I. Presentes em 7% dos adultos; • Macrófagos alveolares – células de defesas que atuam fazendo fagocitose de partículas que conseguiram chegar aos alvéolos. Ex: corpos estranhos, partículas poluentes e bactérias. B i a n c a L o u v a i n F i s i o l o g i a I I I | 3 A inervação do sistema respiratório é basicamente autônoma (bronquiodilatação e broquionconstrição). Não existe inervação motora ou sensitiva para dor. O local onde existe inervação sensitiva dolorosa é a pleura. Ele tem uma inervação que não é feita nem pela noradrenalina e nem no pela acetilcolina, ou seja, não adrenérgico e não colinérgico (NANC). NANC excitatório