Logo Passei Direto

A maior rede de estudos do Brasil

Grátis
4 pág.
Cardio: ciclo cardíaco

Pré-visualização | Página 1 de 2

Bianca Louvain Fisiologia III | P á g i n a 1 
 
 
O conjunto dos eventos cardíacos que ocorre entre o início de um batimento e o início do próximo é 
denominado ciclo cardíaco. Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nodo 
sinusal. Esse nodo está situado próximo da abertura da veia cava superior, e o potencial de ação se 
difunde por ambos os átrios e, depois, por meio do feixe AV para os ventrículos. 
O ciclo cardíaco consiste no período de relaxamento, chamado diástole, durante o qual o coração se 
enche de sangue, seguido pelo período de contração, chamado sístole. 
Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração de cada ciclo cardíaco diminui, incluindo as fases de 
contração e relaxamento. 
Ventrículo esquerdo lança o sangue arterial para aorta, que distribui para os tecidos. Dos tecidos vai 
para a veia cava superior e inferior, que entra no átrio direito. 
O ciclo cardíaco pode ser dividido em sete fases distintas: 
1. Sístole atrial: o ciclo cardíaco começa com a sístole atrial, a 
qual é iniciada por uma excitação/despolarização atrial e segue 
a onda P no ECG. 
2. Contração ventricular isovolumétrica: a sístole ventricular 
começa com o fechamento da valva atrioventricular esquerda 
(mitral), que ocorre durante o complexo QRS (despolarização 
ventricular). O ventrículo se contrai, mas não altera o seu 
volume porque as valvas atrioventriculares, aórtica e 
pulmonares estão fechadas. Ocorre uma contração ventricular 
sem ejeção de sangue. 
3. Ejeção ventricular rápida: a valva da aorta (semilunares) 
finalmente se abre, e o sangue sai do ventrículo e entra no 
sistema arterial em alta velocidade (ejeção rápida). 
4. Ejeção ventricular reduzida: a velocidade de ejeção diminui 
à medida que a sístole ventricular se aproxima de seu fim 
(ejeção reduzida). Ou seja, o ventrículo começa a repolarizar e a 
contração não é mais tão vigorosa. A pressão na aorta e 
pulmonar tende a ficar maior que no interior do ventrículo e as 
valvas aórtica e pulmonar se fecham. 
5. Relaxamento ventricular isovolumétrico: já que o 
ventrículo é um compartimento fechado, novamente segue-se 
um período de relaxamento isovolumétrico. eva cerca de 50 ms 
para que o ventrículo desenvolva pressão suficiente para forçar 
a abertura da valva aórtica, período em que os miócitos estão se 
contraindo em torno de um volume fixo de sangue. 
6. Enchimento ventricular rápido: quando a valva 
atrioventricular esquerda se abre, o sangue que estava 
represado no átrio durante a sístole se projeta para dentro do 
ventrículo. A fase de enchimento passivo rápido sinaliza o início 
da diástole. 
7. Enchimento ventricular reduzido: o ciclo cardíaco termina 
com um enchimento reduzido. Esta fase, também conhecida 
como diástase, geralmente desaparece quando a FC aumenta, 
porque a duração do ciclo é grandemente reduzida à custa da 
diástole. O aumento da pressão no interior do ventrículo força o fechamento da valva para evitar o 
refluxo de sangue. 
As valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide), através das cordoalhas tendíneas, evitam o refluxo 
de sangue dos ventrículos para os átrios durante a sístole e as valvas semilunares (pulmonar e aórtica) 
impedem o refluxo da aorta e das artérias pulmonares para os ventrículos durante a diástole. 
Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue se acumula nos átrios direito e esquerdo, 
uma vez que as valvas AV estão fechadas. 
Bianca Louvain Fisiologia III | P á g i n a 2 
 
 
A pressão ventricular esquerda (PVE) sobe para taxas máximas durante a contração isovolumétrica. 
Uma vez que a PVE alcança e ultrapassa a pressão da aorta, a valva aórtica se abre, e o sangue é 
ejetado no sistema arterial. As pressões continuam a se elevar, mesmo quando o sangue está sendo 
ejetado, porque os miócitos do VE ainda estão ativamente se contraindo. A fase de ejeção rápida é 
responsável por aproximadamente 70% da ejeção ventricular total e conduz pressão da aorta em tornor 
de 120 mmHg. 
Os miócitos ventriculares agora começam a se repolarizar, a contração diminui e a PVE cai 
rapidamente. A pressão da valva aórtica é revertida e essa valva se fecha. 
Resumindo: período compreendido entre o fechamento das válvulas atrioventriculares e abertura das 
válvulas semilunares. Ao contrair o ventrículo, as valvas se fecham para o não ter refluxo e aumenta a 
pressão. 
 
Uma vez que a pressão intraventricular cai abaixo da pressão atrial, a valva atrioventricular esquerda 
se abre, e o enchimento começa. 
As faixas musculares do VE fazem com que esse encurte e lance o sangue para fora, através das 
valvas, durante a sístole. Com o relaxamento, o miocárdio volta ao tamanho normal pela sua 
elasticidade natural e a pressão continua a diminuir rapidamente, mesmo que sangue proveniente do 
átrio continue entrando. O ciclo, então, se repete. 
Na diástole, as cordoalhas estão relaxadas e com o aumento da pressão na sístole, as valvas se fecham 
Resumindo: período compreendido pelo fechamento das válvulas semilunares e abertura das válvulas 
atrioventriculares, gerando relaxamento do músculo cardíaco. 
 
Bianca Louvain Fisiologia III | P á g i n a 3 
 
• Diagrama volume-pressão 
Através do diagrama volume-pressão é 
possível analisar o funcionamento normal do 
ventrículo esquerdo através de quatro fases: 
• Período de enchimento: essa fase do 
diagrama inicia-se com volume ventricular de 
aproximadamente 50 mL e pressão diastólica 
de 2 a 3 mmHg. A quantidade de sangue que 
permanece no coração, 50 mL. À medida que 
o sangue venoso flui do átrio esquerdo para o 
ventrículo, o volume ventricular 
normalmente sobe para cerca de 120 mL, 
sendo esse o volume diastólico final, ou seja, 
houve um aumento de 70 mL. 
Portanto, essa primeira fase é representada 
do ponto A ao ponto B. 
• Período de contração isovolumétrica: 
durante a contração isovolumétrica, o volume 
do ventrículo não se altera, pois todas as válvulas estão fechadas. No entanto, a pressão no interior 
do ventrículo aumenta até igualar a pressão na aorta, no valor de aproximadamente 80 mmHg, 
como indicado pelo ponto C. 
• Período de ejeção: durante a ejeção, a pressão sistólica aumenta ainda mais, uma vez que o 
ventrículo continua a se contrair. Ao mesmo tempo, o volume do ventrículo diminui, pois a valva 
aórtica agora já está aberta e o sangue flui do interior do ventrículo para a aorta. Assim, 
representa as mudanças do volume e da pressão sistólica durante esse período de ejeção. 
• Período de relaxamento isovolumétrico: ao final do período de ejeção (ponto D), a válvula 
aórtica se fecha, e a pressão ventricular retorna ao valor da pressão diastólica. A fase “IV” 
demonstra essa diminuição da pressão intraventricular sem que ocorra variação do volume. Assim, 
o ventrículo retorna ao ponto de partida, com cerca de 50 mL de sangue residuais em seu interior e 
sob pressão atrial de 2 a 3 mmHg . 
• Diagrama de Wiggers 
Representa as três pressões: aórtica, atrial e 
ventricular. 
O ciclo ou diagrama de Wiggers é uma 
representação gráfica do ciclo cardíaco que 
oferece uma visualização simultânea dos 
eventos mecânicos do coração em relação a 
intervalos de tempo. 
O eixo horizontal do gráfico mostra intervalos 
de tempo, enquanto que os eixos verticais 
mostram propriedades físicas observáveis. 
Onda a: a contração do átrio direito gera uma 
onda de pressão que força o sangue em direção 
ao ventrículo direito, e também cria uma onda 
a no registro venoso jugular. 
Onda c: a contração ventricular faz a pressão 
intraventricular subir bruscamente, e as
Página12