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Resumo de Direitos Reais Propriedade e Usucapião

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DIREITO DAS COISAS 
2º bimestre 
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I – Propriedade 
É o mais amplo e complexo de todos os direitos reais. A propriedade não é 
somente um direito, mas um conjunto de poderes inerente a propriedade. Não existe 
direito real sem propriedade, é a rainha dos direitos reais, está sempre presente. 
É um complexo de direitos que dá um conjunto de poderes para o proprietário. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la 
do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
Estes são os poderes da propriedade plena, em que o proprietário exerce todos 
os poderes inerentes à propriedade. 
A propriedade não se mistura com a posse. 
Propriedade exige o TÍTULO, além dos quatro poderes, quem possui o poder e 
o exerce tem o domínio, atua como dono, mas não tem a propriedade se não tiver o 
título, não tendo a proteção jurídica integral da propriedade. Sendo assim, quem tem os 
quatro poderes e não tem o título, tem o domínio útil, e possui a proteção inerente ao 
domínio. 
A proteção inerente ao domínio, não é um direito, mas sim uma proteção jurídica, 
porque quem tem domínio, eventualmente poderá vir a ter a propriedade. 
A propriedade dá direito a oponibilidade erga omnes, já o domínio é exercido 
sobre a coisa, tendo efeito intrapartes, que deve ser provado. A propriedade já é provada 
com o título. 
Quem possui somente um dos quatro poderes, terá a proteção jurídica inerente 
ao possuidor, pois é possuidor. 
PROPRIEDADE, DOMÍNIO e POSSE, são direitos distintos que não se 
confundem. A TUTELA PROCESSUAL de cada um é distinta. Quem tem propriedade, 
tem domínio e posse. Quem tem domínio, tem posse. Quem tem posse não 
necessariamente tem propriedade e domínio, e quem tem domínio não 
necessariamente tem propriedade. 
A tutela processual da propriedade é por meio do procedimento comum, é a ação 
reivindicatória. A tutela processual do domínio, também é por meio do procedimento 
comum e é a ação publiciana (ação que dá publicidade judicial ao domínio, não 
deferindo título – é incomum, normalmente ao ter os quatro poderes consegue o 
DIREITO DAS COISAS 
2º bimestre 
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usucapião). A tutela processual da posse é a ação possessória por meio do 
procedimento especial com a liminar possessória. 
PROPRIEDADE DOMÍNIO POSSE 
4 poderes e título 4 poderes Pelo menos 1 poder 
Procedimento comum Procedimento comum Procedimento especial 
Ação reivindicatória Ação publiciana Ação possessória 
 
→ Como quem tem domínio pode ver declarado a sua propriedade? Por meio de 
usucapião, que permite o registro, diferente da ação publiciana, o juiz difere o título. 
Nos Direitos reais na coisa alheia (usufruto, superfície, servidão, etc) é o 
fracionamento dos poderes do Domínio. É a parcela dos poderes do domínio. A 
propriedade permanece com o titular que tem o título. 
Ou seja, o proprietário que detém os quatro poderes e o título, detém a 
propriedade plena. Se o proprietário cede parte dos poderes à terceiro, ele passa a ter 
propriedade nua (<4 poderes). E o terceiro irá adquirir um direito real. 
Ex.: 
Proprietário Uso terceiro → usufruto. 
 Fruição 
 Disposição 
 Reivindicação 
Encontrar coisa móvel ou semovente alheia perdida. Encontrando a coisa a 
pessoa adquire a titularidade? “Achado não é roubado”? 
Art. 1.233. Quem quer que ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo 
possuidor. Parágrafo único. Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá-lo, e, se não o encontrar, 
entregará a coisa achada à autoridade competente. 
Art. 1.237. Decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela imprensa, ou do edital, não se 
apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública e, 
deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o remanescente ao 
Município em cuja circunscrição se deparou o objeto perdido. 
O descobridor tem direito a uma recompensa, que o direito chama de 
ACHADEGO. Sem acordo, o juiz definirá um valor não inferior a 5% + despesas. 
Descoberta ≠ Ocupação, ocupação é encontrar coisa móvel sem dono. 
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2º bimestre 
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Art. 1.263. Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, não 
sendo essa ocupação defesa por lei. 
1) Função Social da Propriedade: ocorre quando não ocorre a função social 
da posse. 
Obrigação Função Social da Propriedade – o direito não tem que se preocupar 
em dizer o direito e sim em dar funcionalidade, criar uma proteção. Sendo assim, a 
função social é para criar uma proteção. O objetivo da função social é não deixar o 
imóvel abandonado. 
Função Social é para discutir “para que serve o direito”. Debater sobre a função 
da propriedade é dizer para que serve a propriedade. 
Função Social da Propriedade na Constituição 
 Art. 5º (...) XXII - é garantido o direito de propriedade; 
 XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
Função Social da Propriedade no Código Civil 
Art. 1.228 (...) § 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido 
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, 
bem como evitada a poluição do ar e das águas 
A propriedade deve servir a sociedade e o proprietário deve ser o responsável 
por fazer com que isso aconteça. 
 A função social é uma CONDICIONANTE para o direito à propriedade privada. 
A condição para ser proprietário é cuidar do bem em favor da sociedade. O Titular da 
propriedade não pode violar valores existenciais de terceiro ou sociais no exercício da 
faculdade inerentes a sua propriedade! A preocupação não é mais só com direitos reais, 
mas também existenciais, não é só ter e sim ser. Ex.: cachorro em prédio, não é 
permitido proibir cachorro, pois é direito existencial, bem como elevador para cadeirante. 
Art. 170 CF/88. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre 
iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados 
os seguintes princípios: (...) II - propriedade privada; III - função social da propriedade; 
A função social é uma CONDICIONANTE para o direito à propriedade privada, 
mas também é uma DIRETRIZ para Ordem Econômica, com a inclusão de valores 
humanistas na propriedade e na ordem econômica. Propriedade intelectual (ex.: 
remédio de aids e quebra de patente). 
“É a revanche da Grécia sobre Roma!” – a função social vem do direito grego, 
mas Roma possuía um direito absoluto da propriedade antigamente e liderava. 
Função social da propriedade é de natureza FINALISTICA, a função social da 
propriedade tem a finalidade de promover valores existenciais, mesmo dentro da ordem 
econômica. 
Não existe direito real absoluto. 
STJ - REsp 1293608 / PE Inexiste direito de construir absoluto, na exata medida das limitações 
urbanístico-ambientais e da tutela dos vizinhos incidentes sobre o próprio direito de propriedade, que lhe 
dá origem e serve de suporte (art. 1.228, § 1º, do Código Civil). Embora caiba ao proprietário levantar em 
seu terreno as construções que lhe aprouverem, ficam ressalvados os direitos dos vizinhos e os 
regulamentos administrativos (art. 1.299 do Código Civil). (...) Tal preceito se harmoniza com o princípio da 
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função social da propriedade (art. 5°, XXIII,da Constituição Federal) e com o espírito da nova codificação 
civil, que considera ato ilícito o exercício de direito quando excede manifestamente os limites impostos pelo 
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes (art. 187 do Código Civil). 
O STJ reconhece que não pode haver a exceção dos limites impostos pela 
função social da sociedade no exercício do direito. 
STJ - REsp 27039 / SP DIREITO DE PROPRIEDADE. DECISÃO QUE RECONHECEU O DIREITO 
DO MEDICO, CONSUBSTANCIADO NA RESOLUÇÃO, DE "INTERNAR E ASSISTIR SEUS PACIENTES 
EM HOSPITAIS PRIVADOS COM OU SEM CARATER FILANTROPICO, AINDA QUE NÃO FAÇA PARTE 
DO SEU CORPO CLINICO, RESPEITADOS AS NORMAS TECNICAS DA INSTITUIÇÃO", NÃO OFENDEU 
O DIREITO DE PROPRIEDADE. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, OU DIREITO DO 
PROPRIETARIO SUJEITO A LIMITAÇÕES. 
Foi julgado o direito existencial do paciente. Não fere o direito de propriedade do 
hospital, o hospital não pode interferir. 
A função social da propriedade alterou significativamente o direito de 
propriedade, antes o proprietário só tinha poderes. (uso, gozo, disposição e 
reinvindicação) – situação jurídica ativa, agora o proprietário tem também obrigações – 
situação jurídica passiva. Além da situação jurídica ativa, há a passiva, além dos 
direitos, há obrigação. Situação complexa. 
 DIREITO DE PROPRIEDADE PASSOU A SER UMA SITUAÇÃO JURÍDICA 
COMPLEXA, TENDO DIREITOS E OBRIGAÇÕES. O DIREITO DE PROPRIEDADE 
DEIXOU DE SER ABSOLUTO, PARA SER FINALISTICO! 
2) Ação Reivindicatória: 
Procedimento Comum, não existe a possibilidade de uma liminar própria, mas é 
possível a tutela antecipada. 
A ação reivindicatória é imprescritível, de forma que só pode ingressar com ela 
o atual proprietário, e dá o direito de perseguir a coisa com quer que esteja. 
Competência: 
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da 
coisa. 
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, 
em regra, no foro de domicílio do réu. 
A competência de que se trata o art. 47 é absoluta, lex re sitae, lugar da coisa. 
Já a do art. 46 é relativa, permitindo a prorrogação da competência se as partes 
reclamarem, e é territorial. 
O Título é pressuposto para ação reivindicatória, é requisito essencial, em regra, 
a exceção se encontra abaixo: 
AÇÃO REIVINDICATÓRIA. LEGITIMIDADE ATIVA. IRREGULARIDADE DO TÍTULO. 
PRECEDENTE DA CORTE. Precedente da Corte admite que a promessa de compra e venda irretratável e 
irrevogável transfere ao promitente comprador os direitos inerentes ao exercício do domínio e confere-lhe 
o direito de buscar o bem que se encontra injustamente em poder de terceiro. Serve, por isso, como título 
para embasar ação reivindicatória. - STJ REsp 252020RJ 
Há uma flexibilização e deve estar integralmente pago. 
3) Propriedade Resolúvel 
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Regra Geral = Direito de Propriedade Perpétuo. É transferível mas não deixa de 
existir. 
Perpetuidade X Vitaliciedade (enquanto o proprietário viver é dele). 
Exceção = Direito de Propriedade Resolúvel (Dúvida de quem é o proprietário). 
Resolúvel = é uma propriedade que se extingue em certas hipóteses. É uma 
propriedade transitória. Ex.: alienação fiduciária de carro (banco). 
 
Causa Originária: É quando o próprio título de aquisição (contrato particular ou 
público) prevê a resolução da propriedade. 
A propriedade já nasce com a causa resolúvel, ou seja, com uma causa de 
extinção originária. A causa da resolução já conhecida desde o começo. No caso do 
imóvel o próprio particular pode fazer. 
Quando paga a propriedade resolúvel vira propriedade perpétua (consolidação 
da propriedade) em favor de quem a compra. 
Exemplos: 
• Alienação Fiduciária em garantia: É a propriedade de caráter temporário 
transferida pelo devedor ao credor, com a finalidade de garantir uma 
dívida – propriedade fiduciária. A propriedade fiduciária está 
condicionada ao pagamento da dívida, quitado o empréstimo, 
automaticamente revoga a fidúcia e consolida a propriedade plena em 
nome do devedor. O inadimplemento opera a consolidação da 
propriedade plena em nome do credor. Na venda do bem em alienação 
fiduciária é necessário o consentimento do banco. Quando não pagar 
ocorre a consolidação da posse em favor do banco. 
• Retrovenda: É cláusula acessória ao contrato de compra e venda de 
imóveis, que permite a “recompra” do imóvel no prazo de 3 anos. Ela é 
oponível inclusive contra terceiro. Cria a figura da propriedade resolúvel. 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de 
recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o 
preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as 
que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização 
escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
Causa Superveniente: É quando o titular adquire a propriedade para ser 
perpetua, mas no decorrer do seu direito de propriedade surge uma causa que constitui 
a propriedade resolúvel. Não é uma clausula programada (ocorre um fato que faz com 
que a propriedade seja resolúvel. Adquiriu como propriedade plena, mas o fato a tornou 
resolúvel. Exemplos Causa Superveniente: 
• Revogação da Doação: A doação, em regra, transfere propriedade 
perpetua e é irrevogável. Mas existem hipóteses que permitem a 
revogação da doação (revogação por ingratidão). Nestes casos opera a 
propriedade resolúvel. O prazo é de 1 ano para revogação da data do 
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ocorrido. Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações: I - se 
o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de 
homicídio doloso contra ele; II - se cometeu contra ele ofensa física; III - 
se o injuriou gravemente ou o caluniou; IV - se, podendo ministrá-los, 
recusou ao doador os alimentos de que este necessitava. As questões 
da ingratidão ocorrem após o recebimento da propriedade (ou a pessoa 
atingida poderá perdoar), enquanto tiver dúvidas, a propriedade será 
resolúvel. 
Efeitos da Propriedade Resolúvel Originária: A resolução da propriedade de 
causa originária extinguem-se todos os direitos em sua pendência. O terceiro não pode 
alegar boa-fé, pois sabe da clausula. 
Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, 
entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo 
favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. 
Efeitos da Propriedade Resolúvel Superveniente: A resolução da propriedade de 
causa superveniente NÃO se extinguem todos os direitos em sua pendência. O terceiro 
de boa-fé está protegido. O legitimo proprietário terá direito regressivo. Não terá efeitos 
da causa e tem direito a indenização. 
Propriedade Resolúvel Causa Superveniente ou Derivada 
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver 
adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, em 
cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a própria 
coisa ou o seu valor. 
4) Responsabilidade Civil do Proprietário 
O proprietário responde pelos danos que sua propriedade causar a alguém. 
 
Exceção 1 - danos causado por animais. 
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa 
da vítima ou força maior. 
Responsabilidade objetiva. A responsabilidade pode ser solidária (ex.: 
adestrador e dono, cavalo em concurso), uma vez que está previsto o dono ou detentor. 
Há a excludente de responsabilidade no fimdo artigo. O animal é propriedade do dono, 
sendo assim, se causar dano a outrem é responsabilidade do proprietário os danos, mas 
é cabível prova em contrário. 
Exceção 2 – ruina de prédio. 
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se 
esta provier de falta de reparos, cuja necessidade fosse manifesta. 
Responsabilidade objetiva. Há a excludente de responsabilidade de força maior. 
Edifício é qualquer obra acabada. 
DIREITO DAS COISAS 
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A exceção 1 e a exceção 2 são SEM RISCO INTEGRAL, admitem como 
exclusão da responsabilidade os casos fortuitos e de força maior. 
 Exceção 3 – coisa caída ou objeto lançado ou efusio et dejectis 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que 
dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
 Aplica-se o risco integral, neste caso não há excludente de responsabilidade. 
Prédio é qualquer edificação, inclusive casa. Está previsto parte dele, porque se não 
identificar quem foi, o condomínio será responsável, cabendo direito de regresso. 
Proprietário de Veículo Automotor – responsabilidade subjetiva solidária. 
SÚMULA 492 DO STF A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o 
locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado. ACIDENTE DE TRÂNSITO. 
PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. LEGITIMIDADE PASSIVA. DANOS. CONDUTOR. RESPONSABILIDADE 
SOLIDÁRIA. O proprietário do veículo que o empresta a terceiro responde solidariamente pelos danos 
causados por seu uso culposo. A sua culpa configura-se em razão da escolha impertinente da pessoa a 
conduzir seu carro ou da negligência em permitir que terceiros, sem sua autorização, utilizem o veículo. 
(STJ, AgRg no REsp 1519178 / DF) 
 5) Modos de aquisição da propriedade: 
 Originária 
Aquisição 
 Derivada 
 
A aquisição originária é sem vícios (propriedade nova), e a derivada deriva de 
alguém, todos os vícios são recebidos por quem adquire a propriedade (dívidas, 
problema no registro, etc.). 
Originária: Não há translatividade, recebe a coisa livre e desembaraçada, 
usucapião e acessões. Não há vícios na coisa, não há transferência de pendencias. 
Com exceção do condomínio, que deve receber as dívidas de pagamento relativas ao 
condomínio. 
a) Acessões: São acréscimos feitos a uma coisa. Aumento de volume de uma 
propriedade. Aplica-se a Teoria da Gravitação Jurídica (tudo que gravita no terreno, 
pertence à sua propriedade). É o acréscimo feito na coisa de maneira voluntária ou não. 
É adquirida de forma forçada e é percebida sem vícios. Estes acréscimos podem ser 
naturais ou artificiais. 
 
a.1) Avulsão: Desprendimento abrupto e repentino de terra. Previsão 
indenizatória em um prazo decadencial de 1 ano (para quem perdeu a terra). Ou paga 
indenização ou devolve a terra. Acréscimo, desprendimento que faz aumentar a 
DIREITO DAS COISAS 
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propriedade do outro (ex.: chuva e deslocamento de terra). Percebe-se claramente de 
onde é. 
Art. 1.251. Quando, por força natural violenta, uma porção de terra se destacar de um prédio e se 
juntar a outro, o dono deste adquirirá a propriedade do acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou, sem 
indenização, se, em um ano, ninguém houver reclamado. Parágrafo único. Recusando-se ao pagamento 
de indenização, o dono do prédio a que se juntou a porção de terra deverá aquiescer a que se remova a 
parte acrescida. 
a.2) Aluvião: Desprendimento lento e gradual de terra. Não existe previsão 
indenizatória, nem reclamatória. Isso porque pode evitar o aluvião. Não se percebe de 
onde veio. 
Art. 1.250. Os acréscimos formados, sucessiva e imperceptivelmente, por depósitos e aterros 
naturais ao longo das margens das correntes, ou pelo desvio das águas destas, pertencem aos donos dos 
terrenos marginais, sem indenização. Parágrafo único. O terreno aluvial, que se formar em frente de prédios 
de proprietários diferentes, dividir-se-á entre eles, na proporção da testada de cada um sobre a antiga 
margem. 
a.3) Formação de Ilhas: Acréscimo de terras em meio as águas. A ilha será dos 
proprietários ribeirinhos na proporção de sua testada – fonte - (na proporção de sua 
extensão de terra). Só são do Estado as ilhas habitáveis. Obs.: ilha não é vendido, há 
concessão pública. A pessoa não tinha propriedade da ilha, a ilha surge e ela passa a 
ter. 
 
a.4) Álveo Abandonado: Código de águas (Decreto 24643/34) Art. 9º Álveo é a 
superfície que as águas cobrem sem transbordar para o sólo natural e ordinariamente 
enxuto. O álveo é abandonado quando o rio seca. Será acrescido pelo proprietário 
ribeirinho correspondente e proporcionalmente. Álveo é o fundo do rio, álveo 
abandonado é o fundo do rio seco. 
Art. 1.252. O álveo abandonado de corrente pertence aos proprietários ribeirinhos das duas 
margens, sem que tenham indenização os donos dos terrenos por onde as águas abrirem novo curso, 
entendendo-se que os prédios marginais se estendem até o meio do álveo. 
A quem pertence o álveo abandonado de um rio navegável ? Dos proprietários 
ribeirinhos. 
a.5) Construções e Plantações: É aquilo que o homem acresceu artificialmente. 
Teoria da gravitação Jurídica (tudo que gravita no terreno, pertence à sua propriedade). 
Construiu no terreno alheio, a construção é de propriedade do dono do terreno. 
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se feita pelo 
proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário. (prove o contrário as custas, não a propriedade) 
DIREITO DAS COISAS 
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Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do 
proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terá direito a indenização. 
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, aquele 
que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante pagamento da indenização 
fixada judicialmente, se não houver acordo. 
A boa fé deve ser aos olhos proprietário, a autorização deve existir ainda que 
tácita. 
Na constância do casamento, a construção do terreno é dos dois, no fim, 
observa-se a regra do regime adotada. 
Derivada: Há translatividade – negócio jurídico, deve respeitar todos os vícios e 
gravames – “ninguém pode dar mais do que tem”, Registro Público de Imóveis. Não é 
com a escritura que se adquire os bens, e sim com o registro, e os bens móveis com a 
tradição. 
 
II – Usucapião 
É a aquisição da propriedade pela prescrição. – Prescrição aquisitiva de 
propriedade. É a aquisição pelo decurso do tempo. 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, 
suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião. 
Art. 197. Não corre a prescrição: I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; a 
separação de fato extingue a sociedade conjugal. II - entre ascendentes e descendentes, durante o 
poder familiar; III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º 
absolutamente; II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. 
A sentença de usucapião é meramente declaratória e constitutiva do registro (o 
título). No momento da propositura da ação o requerente precisa estar na posse do 
bem? Não visto que a sentença é meramente declaratória. Declara aexistência do 
usucapião, reconhecendo algo que já aconteceu, é meramente declaratória, basta o 
tempo. No momento da propositura da ação é necessário o requerente estar na posse 
do bem, apenas no momento que adquire o usucapião. 
Súmula 263 STF O possuidor deve ser citado, pessoalmente, para a ação de usucapião. 
 
Os requisitos obrigatórios estão presentes em qualquer tipo de usucapião, já os 
facultativos variam conforme o tipo e estão ligados à função social da posse, quanto 
maior a função, menor o prazo. 
Posse qualificada: Posse mansa, pacifica e ininterrupta; com animus domini. O 
usucapiente não precisa estar na posse para que esta posse seja qualificada. É a posse 
que não foi perturbada ou esbulhada por ninguém, ninguém tentou tomar a posse (não 
vale para ameaça). Pode contratar um detentor para garantir a ininterrupção (exercer a 
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posse em seu lugar). Não precisa pagar IPTU para ter usucapião, mas serve de prova 
de animus domini. 
A propositura de uma ação desqualifica a posse? Não, somente ganhando a 
ação (neste caso retroage à data da propositura). 
STJ AR 440/SP USUCAPIÃO - CITAÇÃO DO POSSUIDOR EM AÇÃO POSSESSÓRIA 
IMPROCEDENTE - EFEITO INTERRUPTIVO - AUSÊNCIA. A teor da reiterada jurisprudência desta Corte 
e do STF, a ação possessória cujo pedido fora julgado improcedente não interrompe o prazo para a 
aquisição da propriedade por usucapião. 
Se ganhar, retroage à data de distribuição da ação. 
- A posse qualificada admite a soma de posses. 
Acessio possessionis (ato intervimos): Desde que ininterruptas as posses podem 
ser somadas, ainda que seja de vendedor para comprador. 
Sucessio Possessionis (causa mortis): Também permite a soma das posses, 
porém se for sucessor universal (herdeiro), a soma da posse é obrigatória, se for 
sucessor singular (testamentário) é facultativo. 
Todas as posses somadas devem ser mansas, pacificas e ininterruptas. 
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, 
acrescentar à sua posse a dos seus antecessores, contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos 
casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé. 
STJ Resp. 30325/SP CIVIL. USUCAPIÃO. PRAZO. O tempo decorrido entre o ajuizamento da 
ação e a sentença não pode ser computado para o efeito do usucapião. Recurso especial conhecido e 
provido. 
Quando ingressar com a ação já deve ter adquirido o tempo. 
- Idoneidade da Coisa (Coisa Hábil) – bens que não podem ser usucapidos: 
Bens incorpóreos, propriedade de coisas públicas, área comum em condomínio 
edilício (mas admite suppressio), condomínio comum, propriedade intelectual, direito 
autoral. 
Os bens públicos podem sofrer usucapião, mas não de propriedade. 
STJ REsp 214.680/SP CONDOMÍNIO. ÁREA COMUM. PRESCRIÇÃO. BOA-FÉ. Área destinada 
a corredor, que perdeu sua finalidade com a alteração do projeto e veio a ser ocupada com exclusividade 
por alguns condôminos, com a concordância dos demais. Consolidada a situação há mais de vinte anos 
sobre área não indispensável à existência do condomínio, é de ser mantido o statu quo. Aplicação do 
princípio da boa-fé (suppressio). 
Supressio: supressao do direito do condominio de tirar a grade e surrectio do 
direito da senhora de manter (direito de uso). Não tem prazo, varia de caso concreto. 
Área comum, acessível a todos. 
STJ REsp 10978/RJ USUCAPIÃO. CONDOMINIO. PODE O CONDOMINO USUCAPIR, DESDE 
QUE EXERÇA POSSE PROPRIA SOBRE O IMOVEL, POSSE EXCLUSIVA. CASO, PORÉM, EM QUE O 
CONDOMINO EXERCIA A POSSE EM NOME DOS DEMAIS CONDOMINOS. IMPROCEDENCIA DA 
AÇÃO. 
Área comum não acessível a todos. 
STJ REsp 174108/SP CLAUSULAS RESTRITIVAS TAMBÉM REIVINDICATÓRIA. USUCAPIÃO 
COMO DEFESA. ACOLHIMENTO. BEM DE FAMÍLIA. 
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O bem de família, sobrevindo mudança ou abandono, é suscetível de usucapião. 
Se a família abandona, não há argumento jurídico, inclusive se for apenas quanto à 
parte do bem. 
- E a garagem pode ser usucapida? Sim, se tiver matricula autônoma. 
Tipos de regime de garagem: 
• Sem matrícula própria, atrelada ao imóvel, 
• Com matrícula autônoma, 
• Em condomínio – não é possível usucapião para os condôminos, pois é 
bem de uso comum, somente terceiros podem usucapir. 
Caso tenha usucapido a unidade principal, estará usucapido a garagem também, 
como bem acessório. 
- Prazo (Lapso Temporal Mínimo) 
A presença dos Requisitos Facultativos importa em diminuição do prazo, pois 
estão atrelados à função social. > FS, < prazo. 
O que é justo título? 
Enunciado 86 da Jornada de Direito Civil A expressão “justo título” contida nos arts. 1.242 e 1.260 
do Código Civil abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, 
independentemente de registro. 
Justo título é qualquer documento que demonstre que você adquiriu o bem por 
transferência, indepdente de legalidade. 
STJ REsp 174108/SP REIVINDICATÓRIA. USUCAPIÃO COMO DEFESA. ACOLHIMENTO. 
POSSE DECORRENTE DE COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA. JUSTO TÍTULO. 
A jurisprudência do STJ reconhece como justo título, hábil a demonstrar a posse, 
o instrumento particular de compromisso de venda e compra. Em regra é necessário o 
título, mas quem já possui tempo suficiente para usucapir (adquirir a propriedade), pode 
ingressar com ação reivindicatória sem a ação de usucapião (declaratória) antes. 
Bens móveis: 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três 
anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, 
independentemente de título ou boa-fé. 
Obs.: má – fé permite usucapião. 
Disposições 
Sumula 237 do STF O usucapião pode ser argüído em defesa. 
Já que não precisa de ação, pode ser alegado na contestação. 
O usucapião alegado como matéria de defesa e acolhido pelo juiz permite o 
registro do usucapião? Não, somente gera a improcedência do pedido, em regra, se 
quiser o registro tem que entrar com a ação de usucapião, porque não é isso que o juiz 
está julgando, a exceção se dá quanto ao urbano e rural. 
STJ REsp. 725.222/MT AÇÃO REIVINDICATÓRIA. DEFESA. USUCAPIÃO. AQUISIÇÃO DO 
DOMÍNIO. IMPOSSIBILIDADE. Uma vez julgada improcedente ação de reivindicação, diante de defesa 
cifrada na ocorrência de usucapião (súmula 273 do Supremo Tribunal Federal) não há que se pretender a 
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transcrição do imóvel em nome dos beneficiários da prescrição aquisitiva, posto que isto apenas é possível 
após o ajuizamento da ação própria. 
Exceções 
Usucapião Especial Urbano Individual 
Estatuto da Cidade – Lei 10.257 de 2001 Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá 
ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no 
cartório de registro de imóveis. 
Usucapião Especial Rural 
Lei 6.969 de 1981 Art. 7º - A usucapião especial poderá ser invocada como matéria de defesa, 
valendo a sentença que a reconhecer como título para transcrição no Registro de Imóveis. 
 
Tipos de Usucapião 
Usucapião Extraordinário 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um 
imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que 
assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. 
Exige apenas os requisitos obrigatórios. 
Prazo 15 anos. 
Art. 1.238 - Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o 
possuidor houver estabelecido no imóvela sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de 
caráter produtivo. 
Usucapião Ordinário 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, 
com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Exige-se requisitos facultativos. 
Prazo 10 anos. 
Art. 1.242 - Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver 
sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada 
posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado 
investimentos de interesse social e econômico. 
Usucapião Especial Urbano Individual 
Art. 183 CF. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros 
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros 
quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua 
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a 
ambos, independentemente do estado civil. 
§ 2º O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais 
de uma vez. 
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Não pode ser exercido por Pessoa Jurídica, devido ao caráter personalíssimo, 
apesar da pessoa jurídica poder usucapir alegando caráter de moradia (aluguel), neste 
caso não é possível. 
O §1º prevê o título de domínio e concessão de uso conferidos ao homem ou a 
mulher ou à ambos, independente do estado civil, devido ao caráter de bem de família, 
não sendo necessário o casamento para que os dois adquiram, ambos serão 
proprietários. O §2º prevê que esse tipo de usucapião não pode ser usado mais e uma 
vez, devido ao instituto de moradia. 
Usucapião Especial Urbano Coletivo 
Estatuto da Cidade – Lei 10257 de 2001 
Art. 10 . As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por 
população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não 
for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas 
coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1º O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse 
à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. 
§ 2º A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, 
a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. 
§ 4º O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo 
deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de 
urbanização posterior à constituição do condomínio. 
§ 5º As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria 
de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes. 
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras 
ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo. 
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana: I – o 
possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente; II – os possuidores, em estado 
de composse; III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente 
constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados. 
§ 1º Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público. 
§ 2º O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o 
cartório de registro de imóveis. 
Não existe usucapião coletivo rural. 
Este tipo de usucapião é como a regularização fundiária de favela. 
O §2º trata do título para registro, no registro de imóvel todos serão proprietários 
em condomínio especial. Cada um com sua posse e sua fração de propriedade. A venda 
se dá na posse. O título protege a coletividade. 
Esse tipo de usucapião é possível ser usado mais de uma vez, uma vez que 
possui caráter coletivo, seu intuito é a coletividade e não a moradia. 
No art. 11, que trata da ação, significa que na existência de ação de usucapião 
especial urbano coletivo, as demais ações serão suspensas. 
Quanto ao art. 12, existem entendimentos isolado sobre o MP como parte 
legitima. 
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O único tipo de usucapião que não é personalíssimo e não há soma de posses 
dentre os especiais. 
Usucapião Especial Urbano Familiar 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com 
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio 
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
§ 1º O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. 
Jurisprudência entende que a competência é da Vara de Família e não de 
registro públicos. 
Não adquiri originariamente a propriedade, mas a meação, uma vez que já 
possui a propriedade em 50%, irá adquirir os outros 50%. 
O abandono deve ser real. É de relevante função social. Não se observa a culpa, 
não há que se falar em divórcio, a propriedade é adquirida independente de divórcio. 
Independe do regime, ainda que seja separação de bens e o imóvel seja de quem 
abandonou. 
O §1º não faz sentido, uma vez que a lei copiou do usucapião especial urbano 
individual. 
Não há que se falar em soma de posse, pois é personalíssimo. Não existe 
usucapião especial rural familiar. 
Usucapião Especial Rural 
Art. 191 CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por 
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, 
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
Admite mais de uma aquisição. 
Não existe usucapião especial rural coletivo, uma vez que é por reforma agrária 
(politica pública). 
Não há que se falar em soma de posse, pois é personalíssimo. Pode ser usado 
mais de uma vez. 
Impossibilidade de fracionamento da área para usucapir. 
Enunciado 313 da Jornada de Direito Civil Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites 
legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial, ainda que o pedido restrinja a dimensão 
do que se quer usucapir. 
Usucapião Tabular (ordinário com redução de prazo) 
Art. 214 LRP - As nulidades de pleno direito do registro, uma vez provadas, invalidam-no, 
independentemente de ação direta. § 5º A nulidade não será decretada se atingir terceiro de boa-fé que já 
tiver preenchido as condições de usucapião do imóvel. 
Exige os requisitos do usucapião ordinário. 
 Vai ser alegado em sede de contestação em uma ação de invalidade ou 
falsidade de registro público. 
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Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que,contínua e incontestadamente, 
com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos. 
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, 
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde 
que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social 
e econômico. 
Outros Usucapiões Menos utilizados 
Usucapião Especial Indígena 
Estatuto do Índio – Lei 6.001 de 1973 
Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de 
terra inferior a cinqüenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. Parágrafo único. O disposto neste 
artigo não se aplica às terras do domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de 
que trata esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal. 
Não precisa morar, nem plantar, basta cercar. 
Usucapião Especial Imobiliário Administrativa 
Minha casa minha vida – Lei 11.977 de 2009 - Regularização Fundiária 
Art. 60. Sem prejuízo dos direitos decorrentes da posse exercida anteriormente, o detentor do título 
de legitimação de posse, após 5 anos de seu registro, poderá requerer ao oficial de registro de imóveis a 
conversão desse título em registro de propriedade, tendo em vista sua aquisição por usucapião, nos termos 
do art. 183 da Constituição Federal. 
A prefeitura dá o título, depois de 5 anos vai direto no cartório, não precisa de 
ação. Pode haver soma. Art. 183 da CF são os requisitos do especial urbano individual. 
Pode haver soma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Espécies de Usucapião 
TIPO PRAZO Req. Facultativos 
Extraordinário 15 anos -- 
Extraordinário com 
redução de prazo ou 
função social 
10 anos 
 
Moradia ou caráter produtivo 
 
Ordinário 10 anos Justo título e boa-fé 
Ordinário com redução 
de prazo ou função 
social - Tabular 
5 anos Onerosidade, cancelamento 
de registro, moradia ou 
investimento econômico ou 
de interesse social 
Especial urbano 
individual 
5 anos Menor ou igual à 250m², sua 
moradia (ou da família), não 
ser proprietário de outro 
imóvel (intuitu personae, não 
pode somar posse – accesion 
possessendi) 
Especial coletivo 5 anos Maior ou igual à 250m², baixa 
renda, sua moradia, 
impossibilidade de 
identificação, não ser 
proprietário de outro imóvel 
Especial urbano familiar 2 anos Menor ou igual à 250m², 
único imóvel, abandono do 
lar, moradia sua ou da família 
Especial rural 5 anos Menor ou igual à 50 hectares, 
sua moradia ou de sua 
família, produtividade, área 
rural e único imóvel 
Especial indígena 10 anos Menor ou igual à 50 hectares, 
ser índio 
Especial imobiliário 
administrativo 
5 anos do título Menor ou igual à 250m², sua 
moradia (ou da família), não 
ser proprietário de outro 
imóvel (intuitu personae, não 
pode somar posse – accesion 
possessendi) + título de 
legitimação de posse 
 
 
 
DIREITO DAS COISAS 
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Procedimentos 
Em ambos os procedimentos não é necessário o título, o reconhecimento é 
automático. 
Usucapião em Cartório - Administrativo 
Art. 1.071. O Capítulo III do Título V da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros 
Públicos), passa a vigorar acrescida do seguinte art. 216-A: 
Art. 216-A. Sem prejuízo da via jurisdicional, é admitido o pedido de reconhecimento extrajudicial 
de usucapião, que será processado diretamente perante o cartório do registro de imóveis da comarca em 
que estiver situado o imóvel usucapiendo, a requerimento do interessado, representado por advogado, 
instruído com: 
I - ata notarial lavrada pelo tabelião, atestando o tempo de posse do requerente e de seus 
antecessores, conforme o caso e suas circunstâncias, aplicando-se o disposto no art. 384 da Lei no 13.105, 
de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil); 
II - planta e memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova de 
anotação de responsabilidade técnica no respectivo conselho de fiscalização profissional, e pelos titulares 
de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis 
confinantes; 
III - certidões negativas dos distribuidores da comarca da situação do imóvel e do domicílio do 
requerente; 
IV - justo título ou quaisquer outros documentos que demonstrem a origem, a continuidade, a 
natureza e o tempo da posse, tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o 
imóvel 
§ 1o O pedido será autuado pelo registrador, prorrogando-se o prazo da prenotação até o 
acolhimento ou a rejeição do pedido. 
§ 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos registrados ou 
averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes, o titular será 
notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para 
manifestar consentimento expresso em quinze dias, interpretado o silêncio como concordância. 
§ 3o O oficial de registro de imóveis dará ciência à União, ao Estado, ao Distrito Federal e ao 
Município, pessoalmente, por intermédio do oficial de registro de títulos e documentos, ou pelo correio com 
aviso de recebimento, para que se manifestem, em 15 (quinze) dias, sobre o pedido. 
§ 4o O oficial de registro de imóveis promoverá a publicação de edital em jornal de grande 
circulação, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão se manifestar 
em 15 (quinze) dias. 
§ 5o Para a elucidação de qualquer ponto de dúvida, poderão ser solicitadas ou realizadas 
diligências pelo oficial de registro de imóveis. 
 § 6o Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de diligências na forma 
do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, o oficial de registro de imóveis registrará a 
aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o 
caso. 
§ 7o Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos desta 
Lei. 
§ 8o Ao final das diligências, se a documentação não estiver em ordem, o oficial de registro de 
imóveis rejeitará o pedido. 
§ 9o A rejeição do pedido extrajudicial não impede o ajuizamento de ação de usucapião. 
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§ 10. Em caso de impugnação do pedido de reconhecimento extrajudicial de usucapião, 
apresentada por qualquer um dos titulares de direito reais e de outros direitos registrados ou averbados na 
matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes, por algum dos entes públicos ou 
por algum terceiro interessado, o oficial de registro de imóveis remeterá os autos ao juízo competente da 
comarca da situação do imóvel, cabendo ao requerente emendar a petição inicial para adequá-la ao 
procedimento comum. 
§ 11. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condomínio edilício, fica 
dispensado consentimento dos titulares de direitos reais e outros direitos registrados ou averbados na 
matrícula dos imóveis confinantes e bastará a notificação do síndico para se manifestar na forma do § 
2o deste artigo. 
§ 12. Se o imóvel confinante contiver um condomínio edilício, bastará a notificaçãodo síndico para 
o efeito do § 2o deste artigo, dispensada a notificação de todos os condôminos. 
§ 13. Para efeito do § 2o deste artigo, caso não seja encontrado o notificando ou caso ele esteja 
em lugar incerto ou não sabido, tal fato será certificado pelo registrador, que deverá promover a sua 
notificação por edital mediante publicação, por duas vezes, em jornal local de grande circulação, pelo prazo 
de quinze dias cada um, interpretado o silêncio do notificando como concordância. 
§ 14. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das serventias poderá 
autorizar a publicação do edital em meio eletrônico, caso em que ficará dispensada a publicação em jornais 
de grande circulação. 
§ 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV do caput deste 
artigo, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em procedimento de justificação 
administrativa perante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber, ao disposto no § 5o do art. 
381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, de 16 março de 2015 (Código de Processo 
Civil). 
• O cartório de imóveis (CI) é responsável pelo registro de imóveis; 
• O cartório de títulos e documentos (CTD) é responsável pela 
conservação de documentos e notificação; 
• O cartório de notas (CN) é responsável pela autenticação de fotos e 
documentos (o CN só fala prazo, posse mansa e pacifica, mas não tipifica 
o usucapião, quem tipifica é o CI, pela qualificação registral). 
O início do procedimento se dá no CI de matrícula do imóvel. Há a escritura 
declaratória reconhecendo a posse mansa e pacifica e o prazo por ata notarial no CN. 
 
O memorial feito por engenheiro é uma descrição do desenho da planta. 
Mesmo faltando documentação é feita a prenotação (que é a preferência, 
demonstra que a pessoa chegou primeiro para usucapir, mediante um número de 
protocolo que protege a pessoa até o fim do procedimento (o seu procedimento é 
prorrogado e o outro fica suspenso)). O §2º determina que é necessário o recolhimento 
da assinatura de todos os vizinhos confrontantes, bem com o do proprietário na planta 
do imóvel, aqueles que não concederem a assinatura serão notificados por endereço ou 
edital pelo CTD para saber se concordam, com um prazo de 15 dias para manifestação, 
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havendo silencio, a portaria 116 do CNJ considera como aceito. Conforme o §3º, o CTD 
notifica a União, o estado/DF, e o município pessoalmente para interesse, enquanto não 
houver responder não há seguimento com o procedimento. No §4º determina-se a 
publicação no jornal. No §6º é a decisão do cartório se está tudo de acordo para 
deferimento. No §7º, havendo indeferimento, é requerido que o juiz decida (suscitação 
de dúvida – recurso). 
Ação de Usucapião 
Procedimento comum no NCPC. 
Art. 246. A citação será feita: (...) § 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão 
citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso 
em que tal citação é dispensada. 
Art. 259. Serão publicados editais: I - na ação de usucapião de imóvel; 
A citação será feita ao proprietário e aos previstos no §3º, os confinantes são os 
vizinhos confrontantes, que fazem divisa, para saber se tem interesse em defesa. 
Citação do Município, Estado e União. 
Tem que haver edital obrigatoriamente, ainda que citados todos, para possível 
citação de terceiros interessados. 
Não há mais intervenção do MP. 
Foro competente é o local da coisa, lex re sitae.

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