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Artigo Sociedade, Estado e Mercado

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Avaliação 1 
Sociedade, Estado e Mercado. 
Prof. Rodrigo Cantu 
Ciências Econômicas. 
Andreza Ramos Sant’ana 
 
A sociedade em que vivemos passa por mudanças constantes o tempo todo. Esse 
processo é modernização. Inúmeros autores das mais variadas vertentes escrevem sobre esse 
fenômeno que instiga cada vez mais pesquisas. A partir desse processo, é possível analisar 
mudanças sociais, políticas e culturais ao redor do mundo. São mudanças observadas há 
tempos, desde os primeiros escritos na idade média até os mais atuais e modernos. 
Para que esses estudos possuam suporte necessário para seu progresso, um dos pontos 
mais importantes para que sua análise seja verdadeiramente evidente é onde, como e em que o 
autor se baseia antes de começar seus escritos teóricos. Portanto, a epistemologia tanto quanto 
a metodologia de estudo e pesquisa devem ser exploradas. 
A dinâmica histórica estudada pela teoria é, de certa forma, complexa, pois seu objeto 
de estudo é a essência do que é sociedade. Portanto, os diversos sistemas teóricos que dão um 
leque de possibilidades de interpretação vão, comumente, além do campo das idéias e da 
batalha em seu terreno empírico; trata bem da realidade, da natureza do ser, do vivido. 
Thomas Kuhn trabalha com a concepção de que a ciência é uma atividade que consiste 
em mediar e resolver problemas metodológicos chamado paradigma. Escreveu ​A Estrutura 
das Revoluções Científicas no século XX e postula sua tese em relação à afirmação de que a 
ciência funciona a partir de revoluções que ocorrem sempre que um paradigma velho é 
substituído por um novo. Também explica que o progresso da ciência é limitado por fatores 
 
culturais e tecnológicos. Já Imre Lakatos, outro autor que desenvolve o tema da natureza 
científica em seus escritos, trabalha com a concepção de que a ciência avança conforme 
programas de pesquisa afirmam seus pressupostos teóricos e definitivos contundentes . 
Lakatos desenvolve seu Programa de Pesquisa que possui dois elementos fundamentais: o 
núcleo firme (NF) e o cinturão protetor (CP). O primeiro se relaciona com o básico da 
explicação de um fenômeno, por exemplo, sua descrição e seus dados, relacionando-se 
diretamente com as concepções de quem o analisa. O cinturão protetor se relaciona 
diretamente com o debate no campo das ideias das discussões pautadas em elementos do 
núcleo firme. 
A respeito das percepções do autor e sua teoria, a filósofa brasileira, Marilena Chauí 
(1980), escreve: 
“Quando o teórico elabora sua teoria, evidentemente não pensa estar 
realizando essa transposição, mas julga estar produzindo ideias verdadeiras 
que nada devem à existência histórico-social do pensador. Até pelo 
contrário, o pensador julga que com essas ideias poderá explicar a própria 
sociedade que vive.” (p. 13) 
 
Portanto, a hipótese teórica pode representar a realidade social e histórica do autor, 
esteja ele ciente ou não. 
Em resumo, os autores nos mostram que a cada momento, os marcos conceituais são 
responsáveis de fato pela explicação do fenômeno científico e sua composição. 
Partindo do pressuposto de como a natureza científica é construída e explicada por 
Lakatos e Kuhn, iremos analisar Karl Marx e Émile Durkheim de acordo com suas 
interpretações e seus pontos de convergência. 
Marx tem seu ponto de partida permeado pela discussão do surgimento do capitalismo, 
que, segundo o autor, é o principal fator impossibilidade das realizações materiais humanas e 
seu progresso intelectual. O autor procura compreender o movimento da sociedade e suas 
relações sociais, a luta de classes, como objeto. O núcleo forte, de acordo com Lakatos e seu 
argumento irrefutável, como coloca Kuhn, portanto, seria a concepção materialista de Marx, 
além de sua forma​ ontológica. 
No início do ​Manifesto Comunista ​, Marx deixa claro o movimento dialético da luta de 
classes no decorrer da história: 
“A história de toda a sociedade até aqui ​é a história de lutas de 
classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, burgueses 
de corporação e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em 
 
constante oposição uns aos outros, travaram uma luta ininterrupta, ora oculta 
ora aberta, uma luta que de cada vez acabou por uma reconfiguração 
revolucionária de toda a sociedade ou pelo declínio comum das classes em 
luta.” 
 
Assim como também escreve sobre sua concepção junto com Friedrich Engels, em ​A 
Ideologia Alemã: 
(analisar mais a citação) 
“[...] o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de toda 
a história, é que os homens devem estar em condições de viver para poder 
"fazer história". Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, beber, ter 
habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O primeiro ato histórico é, 
portanto, a produção dos meios que permitam a satisfação destas 
necessidades, a produção da própria vida material [...]” (p.39). 
 
É interessante perceber também que quanto mais o autor conserva informações e 
desenvolve sua teoria, seus textos ficam mais complexos e cheios de novas teses, que 
complementam as anteriores. Em ambos os trechos, o autor trata da concepção materialista da 
história de forma íntegra e concisa. No primeiro trecho, Marx consegue resumir de forma 
clássica suas ideias sobre a luta de classes, sua base para formulação ontológica e empírica. Já 
no segundo trecho, Marx e Engels criticam o idealismo alemão, em particular o Partido Social 
Democrata Alemão (SPD) advindo das escolas iluministas francesas, do socialismo utópico e 
da filosofia hegeliana: 
“Meu método é dialético, por seu fundamento, difere do método hegeliano, 
sendo a ele inteiramente oposto. Para Hegel, o processo do pensamento [...] é 
o criador do real, e real é apenas sua manifestação externa. Para mim, ao 
contrário, o ideal não é mais do que o material transposto para a cabeça do 
ser humano e por ele interpretado.” (Marx, 1968, p.16) 
 
Existem diferenças conceituais entre o ​materialismo-histórico dialético que Marx aplicava 
em sua metodologia e o de Feuerbach, importante intelectual da época e muito criticado pelo 
autor; Para Marx, o sujeito e sua realidade não podem estar separados, enquanto Feuerbach, 
em sua percepção, mesmo não conseguia captar essa conexão da atividade humana. 
Sendo assim, Engels escreve: 
“Mas a nossa [de Marx e dele] concepção da história, é sobretudo, um guia 
para o estudo [...] É necessário voltar a estudar toda a história, devem 
examinar-se em todos os detalhes as condições de existência das diversas 
formações sociais antes de procurar deduzir delas as ideias políticas, 
jurídicas, estéticas, filosóficas, religiosas, etc, que lhe correspondem. [...]” 
(Marx-Engels, 2010, p. 107) 
 
 
Para entender e explicar esse processo, Marx utiliza a crítica da economia política 
como sua principal ferramenta, de forma a explicar a intervenção humana na natureza através 
dotrabalho, que cumpre uma função fundamental: através do exercício trabalho, o homem 
pode se juntar à natureza, onde sempre pertenceu para garantir o básico: a vida. Neste caso, 
Marx explica que o trabalho não é alienado, e sim, possui uma função teleológica, e também 
alimenta a capacidade cognitiva do homem para sua expansão intelectual, barrada aqui e 
explicada pelo mesmo, pelo desenvolvimento do capitalismo como principal sistema 
econômico de produção e reprodução de mercadorias. Em ​A Miséria da Filosofia​, Marx 
conclui: 
“[...] Os homens, ao desenvolverem as suas faculdades produtivas, 
isto é, vivendo, desenvolvem certas relações entre si e, [...] o modo destas 
relações muda necessariamente com a modificação e o desenvolvimento 
daquelas faculdades produtivas.” (p. 250) 
 
Marx não somente desagregou os mecanismos do modo de produção capitalista desde 
suas origens, como explica no trecho acima, como também desenvolveu um horizonte 
possível de compreensão. E essa compreensão, que já é inerente a cada ser humano e se 
encontra em cada trabalhador ou trabalhadora, é de que não há necessidade de construção de 
filosofias por magistrados para que haja mudança e sim, as práticas revolucionárias cotidianas 
aliadas à realidade é que, de fato, serão a força motriz da mudança. 
O modo de produção capitalista é apontado como uma forma histórica da organização 
social a partir da produção, compondo a estrutura e a superestrutura, dois elementos centrais 
na filosofia marxiana. Basicamente, a estrutura é formada pela produção predominante que 
expressa as forças produtivas e relações sociais de produção. As forças produtivas são os 
meios de produção e a força de trabalho; já as relações sociais são construídas conforme as 
forças produtivas se desenvolvem e se expressa na forma de organização material da vida, ou 
seja, explica quem são os detentores dos meios de produção, a distribuição da riqueza, enfim, 
destrincha as classes sociais. Ainda no livro ​A Miséria da Filosofia​, Marx escreve: 
“As relações sociais estão intimamente ligadas às forças produtivas. 
Adquirindo novas forças produtivas, os homens transformam o seu modo de 
produção, e ao transformá-lo, alterando a maneira de ganhar a sua vida, eles 
transformam todas as relações sociais. O moinho movido pelo braço humano 
nos dá a sociedade com o suserano; o moinho a vapor nos dá a sociedade 
com o capitalista industrial.” (pg. 125) 
 
 
As forças produtivas são altamente dinâmicas, já que representam a capacidade 
humana de se reinventar em meios de produção e força de trabalho humana. Esse movimento 
histórico choca-se com as relações sociais estáticas, pois mudanças estruturais passam a 
ocorrer neste terreno, como a tomada das propriedades de camponeses pela burguesia, na 
baixa idade média, causando uma grande ruptura na vida das pessoas, que da produção de seu 
próprio alimento, se veem obrigadas a vender sua força de trabalho para garantir sua 
sobrevivência. 
Dessa forma, Marx explica como há a ampliação do valor de uso das mercadorias 
junto ao desenvolvimento tecnológico das indústrias e como isso modifica a totalidade das 
relações sociais. Como após os cercamentos os camponeses não possuíam nenhuma outra 
fonte de sobrevivência, necessitam vender sua força de trabalho e a partir da análise desse 
movimento, o autor consegue explicar o crescimento populacional nas cidades portuárias e a 
criação de bairros operários, concentrando a população trabalhadora distante das indústrias e 
mais distante ainda dos donos dos meios de produção. 
A pobreza dos trabalhadores, portanto, é um tópico importante anexo a essa análise, 
pois esse fenômeno é visto como resultado da lógica capitalista que procura não distribuir sua 
riqueza e sim, acumular mais capital, através da mais-valia produzida e pela exploração dos 
trabalhadores. 
O distanciamento dos trabalhadores dos meios de produção e a incorporação dos 
mesmos por uma pequena parcela de indivíduos fez com que a propriedade privada dos meios 
de produção aliada ao desenvolvimento das forças produtivas e a necessidade de maior 
produção trouxe outra condição, que é a divisão do trabalho. Antes, o trabalho feito como 
uma ação inerente ao homem em sua conexão com a natureza, torna-se alienado, pobre em 
essência, um exercício automático que é feito somente para garantir a sobrevivência do 
indivíduo em um curto período do tempo. 
Esse curto período de tempo pode ser interpretado como a espera entre cada salário ou 
a redução da vida do trabalhador causada por tantas mudanças bruscas e pelo desprezo da 
burguesia em garantir o básico para estes. A alienação do trabalho é, para Marx, um paradoxo 
grave da modernidade, pois a negação da autonomia do ser social torna-se concreta a partir do 
momento em que há essa separação entre o ser natural homem e o ser-trabalhador. É dizer que 
se a exploração do trabalhador depende de sua posição no processo produtivo, toda sua vida e 
seus movimentos estão atracados ao fato de que existe uma superestrutura coordenada pelas 
 
classes dominantes que projetam todos esses eventos como algo natural. Dessa forma, a luta 
de classes que Marx nos mostra como imprescindível não é apenas uma disputa pela posição e 
sim, trata de uma transformação do mundo. 
Em suma, ao retomarmos Kuhn e Lakatos, percebemos que as categorias que até aqui 
agora foram mencionadas, como materialismo histórico-dialético, concepção de mundo, 
alienação, forças produtivas e relações sociais, etc, são as bases que fundamentam toda a 
teoria marxiana. Segundo concepções de Lakatos, fundamentam todo seu programa 
progressivo e segundo Kuhn, mostra como a ciência funciona a partir de revoluções, como 
quando Marx faz sua crítica à ideologia alemã por seu programa idealista advindo de Hegel e 
pela crítica marxiana ao idealismo de Feuerbach. 
Um outro ponto de vista importante é o de Durkheim. O autor pensa o 
desenvolvimento da indústria como algo progressivo dentro de uma sociedade complexa, 
tomada pela divisão do trabalho, que é cada vez mais especializado. 
Durkheim foi um sociólogo influenciado pela Revolução Francesa e Industrial, 
baseadas em ideais iluministas. Assim, uma de suas primeiras contribuições para a sociologia 
é a mostra de um método científico autônomo. Acredita que a solidariedade é um fato que 
torna possível a vida em sociedade e o desenvolvimento dos grupos humanos, por isso, faz 
diferença entre dois tipos principais de solidariedade, a mecânica e a orgânica. Basicamente, a 
primeira seria a solidariedade simples, como a conhecemos, de forma que as sociedades 
primitivas com pouca especialização pudessem contar com a ajuda uma da outra; já a outra, é 
vista em sociedades mais desenvolvidas, com maior divisão do trabalho e interdependentes. ​O 
autor observa que a sociedade moderna em que solidariedade orgânica prevalece levacada indivíduo a cumprir com ordens e regras de forma “consciente” tornando esse 
sistema interdependente de indivíduos que segundo sua própria moral, têm de seguir 
regras impostas e sem questionar. 
Portanto, o autor vê a divisão do trabalho como um aporte bom e eficiente para a vida 
das pessoas que vivem em sociedades “orgânicas”, já que para o autor, a função da divisão do 
trabalho não é a reprodução de mercadorias e acumulação de capital, como para Marx, e sim, 
um elemento positivo que traria felicidade e sentimento de realização, trazendo um pouco da 
coletividade perdida para as vidas individuais, tornando as pessoas mais solidárias. Em ​Da 
Divisão do Trabalho Social, ​Durkheim (1999) escreve: 
 
“Nada, à primeira vista, parece tão fácil como determinar o papel da divisão 
do trabalho. Acaso seus esforços não são conhecidos de todos? Por aumentar 
ao mesmo tempo a força produtiva e a habilidade do trabalhador, ela é 
condição necessária do desenvolvimento intelectual e material das 
sociedades; é fonte de civilização. [...]” (pg. 14) 
 
Para o autor, é importante que a divisão do trabalho se desenvolva, portanto, pois daí 
surge a solidariedade que proporciona a vivência harmônica em sociedade, tendo em conta 
que a divisão das funções por si só não funciona como algo bom, mas sim a divisão social 
dessas funções como base principal para o desenvolvimento social, junto à moral do homem, 
em que o autor explica sendo “a moral é o mínimo indispensável, o estritamente necessário, o 
pão cotidiano sem o qual as sociedades não podem viver. “ (Ibidem, pg. 16). 
Porém, para o autor, nem sempre a moral ou a divisão do trabalho funcionam em sua 
plenitude e quando isso acontece, ocorrem as chamadas anomalias, ou formas anômicas. 
As formas anômicas para o autor atuam de forma a auxiliar sua compreensão geral da 
divisão do trabalho que, teoricamente, deveria gerar felicidade e bons elementos para a 
sociedade orgânica. Mas, quando as anomia são percebidas, Durkheim tenta revolucionar sua 
teoria e reafirmar suas bases trazendo elementos responsáveis pelas anomia sociais. 
Esses elementos, segundo o autor são: 
1) A perda da noção de solidariedade e o isolamento social, em que não há mais 
colaboração do indivíduo para com a sociedade de forma que o trabalho já não cumpre 
mais sua função social; 
2) Quando não é possível desenvolver as forças produtivas de uma sociedade 
mecânica, primitiva, para uma sociedade orgânica; 
3) Quando ocorrem crises industriais, em que a dinâmica de mercado é a principal 
responsável, fazendo com que todos os ramos da sociedade sejam prejudicados pela 
recessão econômica. 
Nessa altura, Durkheim cita o Estado como um importante intermediário das relações 
sociais e econômicas, necessário para evitar conflitos e garantir a unidade social e também 
regulador da expansão econômica capitalista. O autor escreve: 
“A regra não cria, pois, o estado de dependência mútua em que se acham os 
órgãos solidários [o Estado], mas apenas o exprime de uma maneira sensível 
e definida, em função de uma situação dada” (Id, p. 382) 
 
 
Outra ideia anômica do autor e singular, é o suicídio, que em poucas palavras, tenta 
demonstrar como um ato individual possui implicações sociais e determinações que podem 
explicar com mais clareza o que acontece. ​O autor utiliza termos das ciências biológicas 
para explicar o social e assim, divide o suicídio em três classes distintas​: o egoísta (quando 
os vínculos sociais são pequenos e a vontade de acabar com a própria vida é maior que a 
manutenção por parte da coerção de seu grupo); o altruísta (quando as relações sociais são 
importantes e fortes, afetando o indivíduo); e o anômico. 
Para concluir, podemos perceber os pontos em que Marx e Durkheim convergem, pois 
usam de suas concepções de mundo e análise social para embasar suas teorias de forma que as 
mesmas sejam irrefutáveis, ​segundo conceitos xxxxxxx​. Para ambos, os indivíduos estão 
sujeitos à acompanhar as mudanças do meio em que vivem, portanto, são suscetíveis a 
responder positiva ou negativamente a suas transformações. Neste ponto, Marx enfatiza como 
a forma de produção de vida material e as relações sociais são fatores predominantes na 
condição social do ser, enquanto Durkheim afirma que o valor e a moral são importantes e 
predominantes. Ambos os autores têm concepções diferentes de divisão do trabalho. 
Para Marx, a divisão do trabalho ocorre do desenvolvimento técnico advindo do 
capitalismo nas indústrias, alienando portanto, o trabalho do homem proletário, antes 
camponês (nessa transição do feudalismo para o capitalismo), que era feito anteriormente não 
para a produção e reprodução de mercadorias e sim, para sua própria sobrevivência. 
Para Durkheim, a divisão do trabalho é de suma importância pois consegue 
transformar sociedades primitivas (mecânicas) em sociedades orgânicas (desenvolvidas) e 
com alto grau de independência, que transformam junto a si, o indivíduo, que alterando a 
forma de seu trabalho, altera a si próprio e passa a viver em solidariedade com seu meio. 
 
BIBLIOGRAFIA 
Chauí, M. ​O que é ideologia​. São Paulo: Editora Brasiliense,1980. 
Durkheim, E. ​As regras do método sociológico​. S. Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1975. 
_________. ​O suicídio.​ São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
________. ​A divisão do trabalho social​. São Paulo: Martins Fontes, trechos selecionados. 
Disponível em PDF, 1999. 
Kuhn, T.. ​A estrutura das revoluções científicas​. São Paulo: Perspectiva, 2000 (1962). 
 
Lakatos, I. ​Metodologías rivales de la ciencia. In: Historia de la ciencia y sus 
reconstrucciones racionales​. Madrid: Tecnos, 1974. 
Marx, K. ​Miséria da Filosofia ​. São Paulo: Expressão Popular, 2009. 
_______.​ Manuscritos Econômicos Filosóficos.​ São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. 
_______. ​Manifesto do Partido Comunista​, São Paulo: Expressão Popular, 2011. 
_______. ​O Capital, Livro I​. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. 
_______.​ Ideologia Alemã​. São Paulo: Hucitec, 1986. 
Netto, J.P. ​Introdução ao Estudo do Método de Marx​. S. Paulo: Expressão Popular, 2011.

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