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Apostila Introdução à Construção Civil

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Introdução à Construção 
 
 
 
SCHOLA DIGITAL 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material Didático de Leitura 
Obrigatória utilizado na 
Disciplina de Introdução à 
Construção – Revisão 00 de 
Janeiro de 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
Aula 1: Conceitos Introdutórios..................................................................................................1 
Aula 2: Terrenos........................................................................................................................28 
Aula 3: Conceito de Projeto......................................................................................................39 
Aula 4: Serviços Preliminares de Canteiro................................................................................47 
Aula 5: Sistemas Construtivos...................................................................................................60 
UNIDADE 2 – FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Aula 6: Concretos......................................................................................................................74 
Aula 7: Argamassas...................................................................................................................90 
Aula 8: Alvenarias...................................................................................................................103 
Aula 9: Fundações e Estruturas...............................................................................................113 
UNIDADE 3 – INSTALAÇÕES GERAIS 
Aula 10: Instalações Elétricas..................................................................................................125 
Aula 11: Instalações Hidrosanitárias.......................................................................................137 
Aula 12: Esquadrias.................................................................................................................150 
Aula 13: Revestimentos Gerais...............................................................................................157 
UNIDADE 4 – FINALIZAÇÃO 
Aula 14: Cobertura..................................................................................................................174 
Aula 15: Demais Acabamentos...............................................................................................193 
Aula 16: Sistema de Gestão da qualidade...............................................................................203 
Aula 17: Documentação de Fim de Obra................................................................................209 
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Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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Unidade 1 – Conceitos Elementares 
 
Aula 1: Conceitos Introdutórios 
 
O principal objetivo é apresentar o produto pronto, de forma coesa e direta, que será 
estudado durante o curso de edificações. Nesta aula serão apresentadas, de forma breve, as 
informações necessárias para a construção de uma edificação simples contemplando os 
pontos mais importantes que serão aprofundados no decorrer do curso. 
 
1. Abordagem Inicial 
A construção civil é um dos segmentos mais representativos da economia brasileira, 
chegando a responder por cerca de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. Isso se 
deve muito ao fato de ainda hoje, em pleno século XXI, termos um enorme déficit 
habitacional. Se fizermos um esforço, lembraremo-nos de termos visto, algumas vezes, o 
termo Construção Civil relacionado com a construção de casas e edifícios, mas podemos 
considerá-lo ainda mais abrangente. 
O segmento da Construção Civil alcança toda e qualquer atividade relacionada à 
produção de obras. Assim, podemos incluir aqui as funções de planejamento, projetos, 
execução, manutenção e restauração de obras. 
Essas podem ocorrer-nos mais diversos segmentos como casas, edifícios, estradas, 
portos, aeroportos, instalações prediais, obras de saneamento, entre outras, onde 
participem arquitetos, engenheiros, técnicos em colaboração com profissionais de outras 
áreas. 
Nesta primeira aula será apresentada uma espécie de visão global para a realização de 
um empreendimento, lembrando que cada um dos pontos apresentados serão estudados 
com maior profundidade em posteriores momentos ou em outras disciplinas. 
 
Aula 1 - Introdução 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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2. Edificando 
A seguir, seguem-se os passos e abordagens gerais de uma construção simples. 
2.1. Terreno 
Antes de tudo, observa-se a documentação que comprova a posse do terren. Esses 
documentos são a escritura ou o compromisso de compra e venda assinado e autenticado 
pelo vendedor. Se não existir a documentação desses documentos, deve-se procurar se a 
informação de como e onde obtê-los. Após limpeza, conferir no próprio: 
 
Além destas informações, verifica-se: 
• Risco de desabamento; 
• Risco de enchente; 
• Solo frágil ou instável. 
Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2.2. Projeto 
Risca-se num papel como se imagina a futura casa. Assim, pode-se decidir quantos 
cômodos vai construir e o tamanho deles. Começa-se pelas partes mais necessárias, como 
quarto, cozinha e banheiro (embrião) e aumentar o número de quartos quando a família 
crescer (ampliação). 
 
Aula 1 - Introdução 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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2.2.1. Aprovação do projeto 
Verifique na Prefeitura (ou no CREA) quais são as exigências para aprovar a planta de 
sua casa e autorizar a sua construção (afastamentos do limite do terreno, técnico 
responsável etc.). Várias Prefeituras têm plantas prontas para casas com diferentes 
tamanhos, que já saem aprovadas e com licença para iniciar a obra. 
 
2.2.2. Locação da casa 
Comece o trabalho nivelando o terreno onde a casa será construída. Agora, construa 
cavaletes, um gabarito ou uma tabeira e marque a posição da casa no terreno. Não se 
esquecer de conferir o esquadro. Esta etapa é muito importante para garantir a construção 
das paredes na posição correta. 
 
Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2.3. Fundação 
A fundação ou alicerce serve para apoiar a casa no terreno. A fundação depende do 
tipo de solo do seu terreno. Uma sondagem permite saber qual é a fundação mais indicada. 
Existem firmas especializadas em sondagens de solos. Mas a melhor dica é consultar os 
vizinhos para saber como foram feitas as fundações das casas próximas. 
2.3.1. Baldrames 
Se for encontrado solo firme até uma profundidade de 60 cm, pode-se abrir uma vala e 
fazer o baldrame diretamente sobre o fundo dela. Pode-se também fazer um baldrame de 
blocos ou de concreto. 
 
 
 
Aula 1 - Introdução 
 
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2.3.2. Estacas 
Se você não encontrar terreno firme até 60 cm de profundidade, vai ser necessário 
apoiar o baldrame sobre brocas. 
 
2.3.3. Radier 
Outra solução é construir uma laje de concreto sobre o solo, conhecida como radier. 
Além de apoiar sua casa, o radier já funciona como contrapiso e calçada. Mas o radier só 
pode ser usado se o terreno todo tiver o mesmo tipo de solo. Se uma parte for firme e a 
outra fraca, o radier não pode ser utilizado.Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2.3.4. Nivelamento 
Qualquer um dos tipos de fundação deve ficar nivelado. Caso necessário, faz-se uma 
camada de argamassa para nivelamento (regularização) sobre a fundação pronta. Para 
evitar que a umidade do solo suba pelas paredes, aplique uma camada de argamassa com 
impermeabilizante sobre a fundação ou sobre a camada de nivelamento. Esta argamassa 
deve ser desempenada sem alisar. Quando ela estiver seca, aplique uma pintura 
impermeabilizante. 
 
2.3.5. Preparação do Concreto 
Utiliza-se pedra e areia limpas (sem argila ou barro), sem materiais orgânicos (como 
raízes, folhas, gravetos etc.) e sem grãos que esfarelam quando apertados entre os dedos. A 
água também deve ser limpa (boa para beber). É muito importante que a quantidade de 
água da mistura esteja correta. Tanto o excesso como a falta são prejudiciais ao concreto. 
Excesso de água diminui a resistência do concreto. Falta de água deixa o concreto cheio de 
buracos. 
Aula 1 - Introdução 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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O concreto também pode ser comprado pronto, misturado no traço desejado e 
entregue no local da obra por caminhões betoneira. Esse tipo de fornecimento só é viável 
para quantidades acima de 3 m³ e para obras não muito distantes das usinas ou 
concreteiras, por questão de custo. 
2.3.6. Preparação da Argamassa 
Misture apenas a quantidade suficiente para 1 hora de aplicação. Esse cuidado evita 
que a argamassa endureça ou fique difícil de ser trabalhada. 
 
Existem também argamassas prontas, para assentamento, revestimento e 
rejuntamento, à venda nas lojas de material de construção. Essas argamassas vêm 
embaladas em sacos e devem ser misturadas com água na quantidade recomendada na 
embalagem. 
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2.4. Paredes 
As paredes internas e externas podem ser levantadas com blocos de concreto ou 
tijolos. Você mesmo pode calcular quantos milheiros vai precisar. Faça as contas e veja 
como os blocos de concreto rendem mais. 
 
Comece cada parede pelos cantos, assentando os blocos em amarração (fazendo junta 
amarrada). Não se esqueça de verificar o nível e o prumo de cada fiada. 
 
 
Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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Use a colher de pedreiro para posicionar os blocos. Raspe a argamassa que sobrar, para ser 
reaproveitada. Em vão de portas e janelas, usa-se uma verga na primeira fiada de blocos 
acima do vão. Essa verga pode ser pré-moldada ou feita no local. Ela deve ter, no mínimo, 
20 cm a mais para cada lado do vão. Não se esqueça também de escorar as fôrmas das 
vergas concretadas no próprio local. 
 
Aula 1 - Introdução 
 
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A boa prática recomenda também fazer uma cinta de amarração na última fiada das 
paredes (respaldo). Mas lembre-se de deixar passagens para canos e conduítes 
(eletrodutos) na cinta de amarração. 
 
Deverão também ser chumbados tarugos de madeira nas bordas dos vãos. Os batentes de 
portas e janelas, que serão instalados depois, vão ser pregados nesses tarugos. Use uma 
argamassa bem forte de cimento e areia (1 parte de cimento e 3 partes de areia) para 
chumbar os tarugos. 
 
2.5. Lajes 
As lajes aumentam o valor, o conforto e a segurança de sua casa. As mais comuns são 
as de concreto armado, executadas no local, ou as pré-moldadas de concreto, compostas de 
vigotas "T" ou vigotas treliçadas e lajotas (tavelas). As lajes pré-moldadas são as mais 
econômicas e mais simples de executar. 
As lajotas (tavelas) podem ser de concreto ou cerâmica. Elas servem de guia para 
medir a distância entre as vigotas. Por isso, as lajotas devem ter sempre o mesmo tamanho. 
 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2.5.1. Montagem 
As vigotas devem se apoiar pelo menos 5 cm de cada lado da parede. As lajotas devem 
ser encaixadas sobre as vigotas. A primeira e a última carreira de lajotas podem ser 
apoiadas na própria cinta de amarração. 
 
2.5.2. Escoramento 
Se o vão a ser vencido pela laje for menor que 3,40 m, coloque uma fileira de pontaletes para 
escorar as vigotas. Se o vão for maior (3,40 m a 5 m), escore as vigotas com duas fileiras de pontaletes. 
Nos dois casos, os pontaletes devem ser um pouquinho mais altos que as paredes. A laje deve ficar 
levemente curvada para cima, formando a contraflecha, recomendada pelos fabricantes. O próximo 
passo é colocar as caixas de luz e os conduítes (eletrodutos) para a fiação elétrica. Feito isso, pregue 
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uma tábua de testeira nas extremidades da laje, que vai funcionar como fôrma da capa de concreto da 
laje. 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2.6. Telhado 
O primeiro passo é construir as empenas (oitões) sobre a laje, para dar caimento ao 
telhado. Se a casa não tiver laje, construa as paredes de modo que cheguem direto até a 
altura do telhado. 
O caimento do telhado depende do tipo de telha escolhida, mas a altura da empena 
depende também da altura da caixa d’água que ficará debaixo do telhado. E lembre-se de 
que é preciso deixar espaço para abrir a tampa da caixa d'água. 
Instale a caixa sobre uma base de caibros. É desejável ter uma distância mínima de 
1,50 m entre o fundo da caixa d'água e o chuveiro, para que a água desça com pressão 
suficiente. 
 
Nos telhados de fibrocimento (cimento-amianto) o consumo de madeira é menor 
porque não são usadas ripas. A montagem também é mais rápida. As lojas de material de 
construção têm as instruções do fabricante de telhas para a montagem do telhado. 
 
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2.7. Esquadrias 
Os batentes das portas e das janelas de madeira são fixados diretamente nos tarugos 
chumbados nas paredes. Esses batentes devem ser nivelados e esquadrejados. Deixe espaço 
para o acabamento do piso, quando marcar as soleiras das portas e a altura dos peitoris das 
janelas. 
 
É melhor chamar um carpinteiro para colocar as portas. Quase sempre elas precisam ser 
aplainadas e ter encaixes para a colocação das dobradiças e da fechadura. As janelas, vitrôs 
ou basculantes já vêm montados com toda a ferragem e, às vezes, até com o vidro 
colocado. Se não vierem, chame um vidraceiro. 
2.8. Revestimentos 
O revestimento mais usado é feito com argamassa. O ideal é fazer três camadas: 
chapisco, emboço e reboco. Antes de aplicar a primeira camada, tape os rasgos feitos 
quando foram colocados os encanamentos e os conduítes. Espere cada camada secar, antes 
de aplicar a seguinte. 
 
 
 
 
 
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2.9. Pisos 
Antes de fazer o piso, coloque os tubos de esgoto do banheiro e da cozinha com as 
esperas para os ralos. Calce os tubos com concretomagro. epois, nivele o chão e soque 
bem. Coloque uma camada de, no mínimo, 8 cm de concreto magro sobre o chão, para 
formar o contrapiso. As calçadas são feitas do mesmo jeito. 
 
A fundação do tipo radier já funciona como contrapiso e calçada. Neste caso, os ralos e 
tubos de esgoto também já devem ter sido colocados. 
 
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Tacos, ladrilhos e cerâmicas podem ser assentados diretamente sobre o contrapiso de 
concreto magro. Se for necessário, regularize o contrapiso com uma argamassa de cimento 
e areia, mas lave o contrapiso antes, para aumentar a aderência. 
2.10. Instalações 
2.10.1. Água Fria 
Nesta etapa, o ideal é contar com a ajuda de um encanador (bombeiro). Primeiro monte o 
cavalete para a ligação do medidor de água. As lojas de material de construção têm cavaletes prontos 
(kits). Em seguida, coloque a caixa d’água no ponto mais alto da casa. Agora faça a ligação do cavalete 
até a caixa d’água. Não se esqueça de colocar uma boia com registro, uma saída para limpeza e um 
ladrão na caixa d’água. Feito isso, desça com a tubulação da cozinha, do tanque e do banheiro. 
Lembre-se de colocar um registro na saída dessas tubulações. Para o vaso sanitário, existem vários 
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sistemas de descarga. Pergunte ao encanador (bombeiro) qual é o melhor para a sua casa. Ele 
também vai saber como deve ser feita a instalação. 
 
2.10.2. Esgoto 
Aqui também o ideal é contar com a ajuda de um profissional. Se a sua rua não tiver rede de 
esgoto, faça uma fossa séptica com sumidouro no local mais baixo do terreno e mais afastado da casa. 
O vaso sanitário é ligado com um tubo de 100 mm à caixa de inspeção. O ralo sifonado do chuveiro, o 
tanque, a pia e o lavatório são ligados com tubo de 40 mm. 
 
A maioria das lojas de material de construção tem vários tipos de vasos ou bacias sanitárias, 
lavatórios, pias, tanques, torneiras, sifão e ralos. Siga as instruções do fabricante para colocar as 
louças e metais. O encanador (bombeiro) também sabe como instalar essas peças. 
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Para evitar mau cheiro, faça um respiro, após o ralo sifonado, subindo um tubo de 40 mm até o 
telhado. A saída da caixa de inspeção para a fossa séptica também é feita com tubo de 100 mm. 
 
2.10.3. Elétrica 
Consulte a companhia de eletricidade para saber onde colocar o poste e como fazer a ligação do 
seu relógio de luz. A caixa de luz, onde vão ficar os fusíveis ou disjuntores, deve ficar em local de fácil 
acesso. As caixas de passagem e os conduítes (eletrodutos) podem ser embutidos nas paredes ou ficar 
aparentes, fixados com presilhas (braçadeiras). Para o exemplo de casa deste folheto, você pode 
seguir o esquema ao lado. As tomadas devem ficar, no mínimo, 30 cm acima do piso acabado e os 
interruptores, a 1,20 m. Para o chuveiro, utilize um circuito próprio, com fio terra, para evitar choques. 
 
 
 
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2.11. Pintura 
A pintura é importante para proteger a casa do sol e da chuva. Cada tipo de pintura 
exige uma preparação da superfície, uma mistura, uma técnica de aplicação e um certo 
número de demãos. Por isso, consulte primeiro o fabricante da tinta ou um pintor 
profissional. 
A superfície deve estar seca e limpa de poeira, gordura, graxa, sabão ou mofo. Todas 
as partes soltas ou esfarelentas devem ser raspadas. As grandes irregularidades das paredes 
devem ser corrigidas com reboco. As pequenas, com massa acrílica ou PVA. Manchas de 
gordura ou graxa podem ser eliminadas com água e detergente. 
Paredes mofadas devem ser raspadas e lavadas com água sanitária diluída em água 
(meio a meio). Depois, lave a superfície com água limpa e espere secar. No caso de 
repintura sobre superfícies brilhantes, elimine o brilho com lixa fina. É necessário raspar e 
remover totalmente a cal de uma superfície que vai ser pintada novamente com outra tinta. 
A barra lisa é uma alternativa de revestimento impermeável no banheiro e na cozinha, 
em substituição aos azulejos. Ela é uma massa fina, igual ao reboco. Na aplicação, alise a 
argamassa com a colher de pedreiro. 
 
2.12. Muros e Calçadas 
Comece sempre pela limpeza da faixa onde o muro e a calçada vão ser construídos (retire lixo, 
vegetação e solo fraco) e marque a área com piquetes de madeira. O ideal é fazer o muro e a calçada 
ao mesmo tempo. Faça a fundação do muro e o contrapiso da calçada. Depois, levante o muro e, por 
fim, faça o piso da calçada. 
 
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2.12.1. Muros 
Os muros podem ser feitos com blocos de concreto de 10 cm x 20 cm x 40 cm.O sistema de 
placas de concreto pré-moldadas também pode ser usado. Sua execução é rápida. Os muros de blocos 
de concreto devem ser subdivididos em trechos de comprimento máximo de 2,80 m (7 blocos de 40 
cm). Entre cada trecho deixe um espaço de 20 cm, onde será feito um pilarete de concreto armado, 
para travamento do muro. A construção do muro começa pela abertura da vala da fundação. Sua 
profundidade vai depender da altura do muro e do tipo de solo do terreno. Em alguns casos é 
necessário usar brocas. O fundo da vala deve ser bem compactado. Coloque uma base de concreto 
magro de 5 cm e encha o restante da vala com concreto normal (baldrame). 
 
Se o muro for de blocos de concreto, deixe no concreto da fundação as pontas de ferro (esperas) para 
os pilaretes de travamento do muro. Cada pilarete leva 4 barras de ferro de 8 mm de bitola, 
amarradas com estribos de 6 mm de bitola. 
 
Levante os blocos de cada trecho do muro da mesma forma que as paredes da casa (veja nas páginas 
12 e 13 deste folheto). Em seguida, feche os espaços de 20 cm entre os trechos do muro com duas 
tábuas, que vão funcionar como fôrma para a concretagem dos pilaretes. 
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Em muros com mais de 2 m de altura é preciso fazer uma cinta de concreto armado, a meia altura do 
muro, em toda a sua extensão, armada com duas barras de ferro de 8 mm de bitola. Essa cinta pode 
ser feita com blocos- canaleta. 
 
 
 
 
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2.12.2. Calçadas 
Comece pela compactação do solo sobre o qual vai ser construída a calçada. Em seguida, faça o 
contrapiso com uma camada de concreto magro de 3 cm, no mínimo. Não faça o contrapiso nos locais 
que serão usados como canteiro de flores ou grama. O contrapiso deve ser compactado e nivelado. 
Uma maneira rápida e econômica de fazer o piso da calçada é usar uma camada de concreto de 
5 cm de espessura. Nas entradas de carro, essa camada deve ter 7 cm. Coloque ripas de madeira no 
sentido da largura da calçada, a cada 1,50 m. Essas ripas devem ficar aparentes na calçada e vão 
funcionar como juntas, evitando rachaduras. 
 
Se a calçada tiver mais de 1,50 m de largura, também será preciso colocar uma ripa de madeira no 
sentido do comprimento. Essas juntas não devem ser desencontradas. Não se esqueça do caimento da 
calçada para evitar água empoçada. Em calçadas planas, o caimento deve ser de 1 cm para cada metro 
de largura da calçada. Em ladeiras,o piso da calçada deve ter a superfície áspera, para que as pessoas 
não escorreguem. Dependendo do caso, a calçada pode ter um ou mais degraus. Molhe o muro nos 
primeiros sete dias. O acabamento pode ser feito com um simples. 
 
 
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Da mesma forma como se faz a calçada da frente do terreno, podem ser feitas as demais 
calçadas ou passeios (contorno da casa, acesso do portão da rua até a porta de entrada da casa). 
 
 
3. Escolhendo o Cimento 
O cimento é um pó fino que, em contato com a água, é capaz de unir firmemente, como uma 
cola, diversos tipos de materiais de construção. Depois de endurecido, ele não se decompõe mais, 
mesmo em contato com a água. Por isso, as construções feitas com materiais à base de cimento são 
resistentes e duráveis. s principais matérias-primas do cimento são calcário, argila e gesso. A sua 
fabricação exige enormes instalações industriais, como um possante forno giratório que atinge 
temperaturas de 1.500 0C. 
Aula 1 - Introdução 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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Atualmente, o cimento é vendido em sacos de 50 kg, 40 kg e 25 kg, que podem ser armazenados 
por cerca de 3 meses, desde que o local esteja fechado, coberto e seco. Para evitar umidade e 
empedramento, os sacos devem ser estocados sobre estrados de madeira, em pilhas de 10 sacos, no 
máximo. Existem diversos tipos de cimento no mercado. A diferença entre eles está na composição, 
mas todos atendem às exigências das NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS. 
 
 
Aula 1 - Introdução 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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Quanto mais produtos de cimento prontos você usar, maior a economia que você vai fazer; é 
menor o desperdício de materiais componentes e menos mão-de-obra. 
Na compra de materiais de construção, lembre-se de que o barato pode sair caro. Prefira 
materiais de qualidade comprovada, que são aqueles fabricados de acordo com as NORMAS TÉCNICAS 
BRASILEIRAS. Procure dar preferência também ao uso de ferramentas adequadas e em bom estado de 
conservação. Se você ainda ficou com alguma dúvida, consulte um profissional habilitado da área da 
construção. Caso deseje outras informações, consulte a ABCP, usando a carta-resposta da página 
central deste folheto. 
 
 
Desenvolvido por Arq. Ronaldo F. T. 
Meyer. Adequações e edições sem 
comprometimento de conteúdo
Aula 2 - Terrenos 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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Aula 2: Terrenos 
 
A escolha de um terreno para se edificar é fator preponderante para o bom andamento da 
construção. Algumas características do terreno que podem influenciar sua escolha e que 
representam economia na hora de comprar ou de construir e demais observações serão 
apresentadas a seguir. 
 
1. Critérios de Escolha 
 
1.1. Topografia 
O terreno pode ser plano, em aclive (sobe em direção ao fundo) ou em declive (aquele 
que desce, ou seja, o nível da rua está mais alto que o fundo). Quando o terreno tem estas 
inclinações, um bom projeto pode aproveitar melhor o traçado natural e evitar grandes 
cortes de terra ou aterros. É esta movimentação de terra que deixa a obra mais cara, pois é 
preciso pensar em estruturas de contenção (muro de arrimos) e de drenagem, que são bem 
caras. Por outro lado, os terrenos mais íngremes costumam custar menos que os planos e 
permitem visuais bem interessantes quando a construção é bem pensada. Mas, geralmente 
para acomodar a casa em desnível é preciso fazer alguns degraus. Então, se você quer uma 
casa térrea, é necessária uma avaliação antes da aquisição. 
1.2. Tipo de Solo 
Não se sabe, sem a devida inspeção, o tipo de fundação que demandará a edificação 
para aquele tipo de solo. Para ter certeza do tipo certo de fundação, é preciso contratar 
uma sondagem que faz o perfil do terreno para determinar em que camadas estão os solos 
apropriados para apoiar o alicerce. Se você ainda está começando a pesquisar, observe: 
• Se há muitas pedras na superfície do terreno, provavelmente será preciso 
fazer uma fundação mais profunda e mais cara; 
• Se há proximidade com rios ou cursos d´água, tubulações e córregos, saiba 
que solos alagados também aumentam os custos de fundação; 
• Perguntar aos proprietários de edificações contíguas qual tipo de fundação 
eles adotaram. 
Aula 2 - Terrenos 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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Isso tudo serve para ter uma ideia do tipo de solo, mas nada disso te dá certeza. Vale a pena 
contratar um serviço de sondagem de solo quando adquirir o terreno e antes de fazer o 
projeto. 
1.3. Posição em relação ao Sol 
Na hora de escolher o terreno, veja onde o sol nasce e onde ele se põe. O melhor é 
deixar os quartos voltados para o nascer do sol. Então veja se a face voltada para sol 
nascente fica num bom lugar do terreno ou se ela está virada pra um prédio alto que faz 
sombra no terreno. Veja também se não um terreno vizinho vazio que pode roubar seu sol 
mais pra frente. 
1.4. Localização e Vizinhança 
Todos se preocupam com a facilidade de acesso e com a infraestrutura (transporte, 
lazer, serviços) próximas ao terreno. Mas às vezes esquece-se de coisas que podem causar 
incômodo. Imagine-se em meio a um barulho em horário de sono, ou ainda, próximo a uma 
casa noturna movimentada. Ou querendo chegar em casa, mas com dificuldade por estar 
perto de um grande pavilhão de eventos. Antes de escolher o terreno e decidir, observe 
sempre o entorno e visite o terreno em horários diferentes, inclusive à noite e no final de 
semana. 
1.5. Dimensionamento e Recuos 
Cuidado com terrenos muito estreitos porque, em geral, você é obrigado a deixar um 
recuo lateral, ou seja, você não poderá ocupar toda a largura do terreno. Quem determina 
isso é a Lei de Uso e Ocupação do Solo de cada município. Em geral, a largura da frente do 
terreno é valorizada e corresponde a 30% do preço do lote. Quanto maior à frente, mais 
caro. E se for de esquina, mais caro também, pois são mais opções de projeto, de insolação 
e de ventilação. Embora seja mais caro, pode valer a pena porque você conseguirá 
aproveitar melhor o terreno. 
1.6. Leis de Zoneamento e suas limitações 
O zoneamento divide a cidade em áreas e determina o que pode ser construído em 
cada uma delas: só residências, prédios, comércio, indústria ou zonas mistas. O zoneamento 
define também o número de andares que se pode construir (tecnicamente isso se chama 
gabarito) e quanto pode se ocupar do solo. O corretor de imóveis pode te ajudar a 
identificar o zoneamento do terreno ou você pode pedir uma ficha de informação na 
Aula 2 - Terrenos 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
30 
 
 
prefeitura. Caso seja um loteamento em condomínio, verifique as condições que o 
condomínio impõe. 
1.7. Verificação de Proteção Ambiental 
Veja se o terreno tem muitas árvores. Se você quiser retirar algumas no local onde vai 
fazer a edificação, verifique na prefeitura se aquele terreno tem restrições. As árvores 
nativas são protegidas por diversas leis e você precisará pedir uma licença se quiser cortar. 
Ou, o melhor seria planejar a construção sem derrubar nenhuma das árvores, fazendo um 
projeto em que elas fiquem bem integradas à casa. Há também locais de preservação 
ambiental que não podem ser desmatados e construídos e faixas próximas a rios que devem 
ser preservadas. 
1.8. Infraestruturada Região 
Verifique se a concessionária de luz, de abastecimento de água e as redes de esgoto e 
de gás chegam ao seu terreno. Veja também se as ruas são pavimentadas, se a região é 
servida por transporte público e se por perto tem hospital, supermercados, padaria, 
farmácia, escola e outros serviços que você acha importantes. Estar em uma área mais 
estruturada aumenta o custo do terreno, mas pode te dar melhor qualidade de vida e até 
fazer você economizar tempo e dinheiro. 
1.9. Documentação 
Para escolher o terreno, verifique se não há nenhum problema com a documentação 
do imóvel. Exija a certidão de propriedade do terreno atualizada (é emitida pelo Cartório de 
Registro de Imóveis) para saber se a situação está regular. 
Também é importante pedir as certidões de ações dos distribuidores (cartórios) cíveis, 
de protesto, de execuções fiscais e de ações federais do proprietário e de seu esposo (a). 
Esses documentos indicam se há ações contra o proprietário que envolva o terreno a ser 
vendido. Se o proprietário constar como solteiro na certidão de propriedade e agora estiver 
casado, além das certidões em nome de seu cônjuge, ele terá que atualizar seu estado civil 
no registro do imóvel (isso se chama tecnicamente de ‘averbação do casamento perante o 
Cartório de Registro de Imóveis’). 
Se for comprar de pessoa jurídica, você precisa pedir a Certidão Negativa de Débitos 
(CND) do INSS. 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Seja quem for o vendedor, não se esquecer da solicitação do carnê do IPTU, no qual 
constam as metragens do terreno e seu valor venal, e a Certidão Negativa de Débitos 
Municipais, que mostra se existe dividas com o município, referentes ao terreno. 
1.10. Adequação ao provável Projeto 
Depois de ter avaliado os pontos acima, ter muita clareza de qual é o objetivo. Pensar 
no tipo de projeto que se intenta construir é muito importante para escolher o terreno. O 
que é importante: muito espaço livre ou uma casa que ocupe bem o terreno; com muitos 
cômodos; economizar na compra ou economizar na obra; em que lugar da cidade se quer 
estar. Pensar também o quanto esse terreno facilita a construção da edificação que se 
deseja. 
2. Características Gerais 
Sem sabermos as características do terreno, é quase impossível executar-se um bom 
projeto. As características ideais de um terreno para um projeto econômico são a seguir 
apresentadas. 
2.1. Limpeza 
Sem sabermos as características do terreno, é quase impossível executar-se um bom 
projeto. As características ideais de um terreno para um projeto econômico são: 
• Carpir: quando a vegetação é rasteira e com pequenos arbustos, usando para 
tal, unicamente a enxada; 
• Roçar: quando além da vegetação rasteira, houver árvores de pequeno porte, 
que poderão ser cortadas com foice; 
• Destocar: quando houver árvores de grande porte, necessitando desgalhar, 
cortar ou serrar o tronco e remover parte da raiz. Este serviço pode ser feito 
com máquina ou manualmente. 
Os serviços serão executados de modo a não deixar raízes ou tocos de árvore que possam 
dificultar os trabalhos. Todos os materiais vegetais bem como o entulho terão que ser 
removidos do canteiro de obras. 
2.2. Levantamento Topográfico de Lotes Urbanos 
O levantamento topográfico é geralmente apresentado através de desenhos de planta 
com curvas de nível e de perfis. Deve retratar a conformação da superfície do terreno, bem 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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como as dimensões dos lotes, com a precisão necessária e suficiente proporcionando dados 
confiáveis que, interpretados e manipulados corretamente, podem contribuir no 
desenvolvimento do projeto arquitetônico e de implantação. 
2.3. Levantamento Planimétrico 
Executada a limpeza do terreno e considerando que os projetos serão elaborados para 
um determinado terreno, é necessário que se tenha as medidas corretas do lote, pois nem 
sempre as medidas indicadas na escritura conferem com as medidas reais. 
Apesar de não pretendermos invadir o campo da topografia, vamos mostrar em alguns 
desenhos, os processos mais rápidos para medir um lote urbano. Os terrenos urbanos, são 
geralmente de pequena área possibilitando, portando, a sua medição sem aparelhos ou 
processos próprios da topografia desde que se tenha uma referência confiável (casa vizinha, 
esquina, piquetes, etc). 
No entanto, casos mais complexos, sem referência, necessitamos de um levantamento 
executado por profissional de topografia. 
2.3.1. Lote Regular 
Geralmente em forma de retângulo, bastando portanto medir os seus "quatro" lados, 
e usar o valor médio, caso as medidas encontradas forem diferentes as da escritura. 
 
Para verificar se o lote está no esquadro, devemos medir as diagonais que deverão ser iguais. 
2.3.2. Lote Irregular com Pouco Fundo 
Medir os quatro lados e as duas diagonais 
 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
2.3.3. Lote Irregular com Muita Profundidade 
Neste caso, a medição da diagonal se torna imperfeita devido a grande distância 
Convém utilizar um ponto intermediário "A" diminuindo assim o comprimento da diagonal. 
 
 
2.3.4. Lote com Um ou Mais Limites em Curva 
Para se levantar o trecho em curva, o mais preciso será a medição da corda e da flecha 
(central). Nestes casos devemos demarcar as divisas retas até encontrarmos os pontos do 
início e fim da corda. Medir a corda e a flecha no local. E com o auxílio de um desenho 
(realizado no escritório) construir a curva a partir da determinação do centro da mesma 
utilizando a flecha e a corda. 
• c = corda; 
• f = flecha. 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
34 
 
 
 
2.3.5. Levantamento Altimétrico 
É de grande importância para elaborarmos um projeto racional, que sejam 
aproveitadas as diferenças de nível do lote. Podemos identificar a topografia do lote através 
das curvas de níveis. 
A curva de nível é uma linha constituída por pontos todos de uma mesma cota ou 
altitude de uma superfície qualquer. Quando relacionadas a outras curvas de nível permite 
comparar as altitudes e se projetadas sobre um plano horizontal podem apresentar as 
ondulações, depressões, inclinações etc. de uma superfície. 
Podemos observar na Figura que quando mais inclinada for a superfície do terreno, as 
distâncias entre as curvas serão menores, menos inclinada as distâncias serão maiores d1 < 
d2. 
 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
35 
 
 
As curvas de níveis são elaboradas utilizando aparelhos topográficos que nos fornecem 
os níveis, os ângulos e as dimensões de um terreno ou área. 
Este levantamento não é muito preciso, quando utilizamos métodos simples para a sua 
execução, mas é o suficiente para construção residencial unifamiliar, que geralmente 
utilizam terrenos pequenos. Caso seja necessário algo mais rigoroso, devemos fazer um 
levantamento com aparelhos recorrendo a um topógrafo. Geralmente é suficiente tirar um 
perfil longitudinal e um transversal do terreno, mas nada nos impede de tirarmos mais, caso 
necessário. Nos métodos existentes, se usa basicamente balizas com distância uma da outra 
no máximo de 5,0m, ou de acordo com a inclinação do terreno. Em terrenos muito 
íngremes a distância deverá ser menor e em terrenos com pouca inclinação, podemos 
utilizar as balizas na distância de 5,0em 5,0m. 
3. Noções Básicas de Topografia 
“A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição relativa 
de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura resultante 
da esfericidade terrestre.” 
A Topografia é a descrição mais próxima do real que podemos fazer de uma área, 
sendo assim um levantamento topográfico consiste basicamente da obtenção de dados no 
campo, levantamento topográfico, e posteriormente do serviço de escritório, tratamento 
dos dados e desenvolvimento da planta topográfica, que vem a ser a projeção dos dados 
coletados em papel. 
As divisões dos levantamentos Topográficos são: 
• Levantamento PLANIMÉTRICO – é aquele em que são adquiridos em campo, 
leituras de ângulos e distâncias, afim de que possamos determinar pontos e 
feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de 
referência através de suas coordenadas X e Y (representação bidimensional), 
e, 
• Levantamento ALTIMÉTRICO – desenvolvido a partir da tomada de ângulos 
e/ou distâncias com o objetivo de determinar as feições morfométricas do 
terreno em questão, estando relacionados a um plano de referência vertical 
ou de nível através de suas coordenadas Z vinculadas às X e Y (representação 
tridimensional), como em um perfil topográfico por exemplo. 
• Quando nos referimos ao conjunto de métodos e sendo assim o conjugado de 
dados adquiridos (planimétricos e altimétricos), abrangemos as duas espécies 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
36 
 
 
de levantamentos citados anteriormente (planimetria e altimetria) e a este é 
dado o nome de TOPOMETRIA, comumente citada como PLANIALTIMETRIA. 
O modelo mais tradicional de coordenadas é o de Geográficas, explicitadas em: 
• Latitude, representada pela letra (ϕ), corresponde ao ângulo que se forma 
entre a linha do equador e os polos, admitindo valores que vão de 0° a 90°, 
sendo estes positivos no hemisfério norte e negativos no hemisfério sul, dessa 
forma abrangendo um intervalo que parte de -90º até +90°; 
• Longitude, a qual se representa pela letra (λ), corresponde ao ângulo que é 
descrito entre o meridiano de referência (observatório de Greenwich) e o do 
lugar pretendido, admitindo valores que giram de -180° até +180°, sendo esta 
variação positiva para leste e negativa para oeste. 
 
Como a intenção aqui é apenas fornecer ao aluno as noções mais triviais de topografia, 
o assunto não será aprofundado. Porém, faz-se necessário conhecer os principais tipos de 
levantamentos e seus equipamentos utilizados, o que será apresentado a seguir. 
3.1. Equipamentos e Acessórios 
Como a topografia esta baseada na leitura de ângulos e distâncias, faz-se uso de 
determinados equipamentos para a obtenção dessas medidas, de forma que alguns fazem 
leituras de ambos e outros só um determinado tipo (ou distância ou ângulo). 
As distâncias são medidas de forma horizontal, ou inclinada e os ângulos horizontais 
ou verticais, assim como visto anteriormente. Dessa forma deve-se optar pelo melhor 
equipamento para o desenvolvimento do trabalho a ser executado, por exemplo, para 
executar um levantamento altimétrico, o melhor equipamento é o Nível, já para um 
levantamento planimétrico este equipamento não desempenha tal função, restando assim, 
para serem utilizados os teodolitos, teodolitos eletrônicos, estações totais, entre outros. 
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UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
O trabalho prático de campo na topografia se utiliza de diversas ferramentas, sendo os 
mais usuais apresentados nas duas tabelas abaixo, juntamente com os acessórios: 
 
3.2. Levantamento Expedito 
Um levantamento expedito é normalmente um levantamento rápido com pouco rigor 
e tem como finalidade a execução de um esboço da zona a representar. Um levantamento 
Aula 2 - Terrenos 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
38 
 
 
expedito utiliza instrumentos simples e expeditos de medição de ângulos, como a bússola, e 
distâncias, as quais muitas vezes são contabilizadas a passo ou à fita. Este tipo de 
levantamento é utilizado frequentemente no reconhecimento de um itinerário ou na 
definição de um esboço do terreno para a preparação de um trabalho topográfico de 
campo. O itinerário a reconhecer é normalmente marcado sob a forma de um gráfico 
retilíneo denominado gráfico de Dufour, no qual é indicada a direção do Norte (Nm) em 
cada seção, através de setas, os declives de cada seção, os seus comprimentos e outras 
anotações complementares. 
Ademais, existem diversas outras metodologias de levantamentos. Porém, não serão 
objetos de estudos neste curso que tem por nesta faze intenta apenas nortear o aluno e 
guarnecê-lo das informações necessárias à continuidade do aprendizado elementar. 
 
Extra ído de Pinto Jr. et a l , 2001. 
Extra ído de Espartel 1987. Extra ído 
de Cesar Augusto Siega Araújo. 
Sem prejuízo de conteúdo
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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Aula 3: Conceito de Projeto 
 
Os aspectos técnicos de projeto englobam os conceitos introdutórios para assimilação das 
grandezas envolvidas em seu desenvolvimento e as ferramentas quais delas se utilizam, ou 
devem utilizar, aqueles que se sujeitarão a projetar. Nesta aula serão expostos os principais 
necessários para a evolução no curso. 
 
1. Definições básicas 
Não estaríamos exagerando em dizer que o desenho em todos os seus aspectos é uma 
importante forma gráfica de comunicação universal em todos os tempos. 
Em todas as atividades nas quais exista a presença do desenho como processo de 
transmissão de forma, grandeza e locação, do conhecimento técnico ou mesmo artístico, 
pode-se avaliar a sua importância não só pelo aspecto acima, como também, pela sua 
grande eficiência, versatilidade, segurança e objetividade. É, pois, para os profissionais da 
construção, o desenho, além de um elemento de enorme valia no desempenho de sua 
profissão, uma poderosa arma à disposição para a transmissão de suas ideias e 
conhecimentos. Esta aula não almeja formar desenhistas, e muito menos um arquiteto, mas 
sim criar no aluno condições para que ele possa enfrentar através de conhecimentos 
adquiridos, os problemas atinentes às informações triviais de projeto. A abordagem tem 
então, como objetivo principal, dar ao aluno conhecimentos gerais e muito superficiais 
sobre os princípios básicos de um projeto de arquitetura. 
 
2. Escalas 
Todo mapa/carta/planta é uma representação esquemática da realidade, dando-se 
segundo proporções entre o desenho e a medida real. Antes de representar objetos, 
modelos, peças, etc; deve-se estudar o seu tamanho real. Tamanho real a grandeza que as 
coisas têm na realidade. Existem coisas que podem ser representadas no papel em tamanho 
real: 
 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
 
Mas, existem objetos, peças, animais, etc. que não podem ser representados em seu 
tamanho real. Alguns são muito grandes para caber numa folha de papel. Outros são tão 
pequenos, que se os reproduzíssemos em tamanho real seria impossível analisar seus 
detalhes. Para resolver tais problemas, é necessário reduzir ou ampliar as representações 
destes objetos. 
Manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de alguma coisa é possível 
através da representação em escala. Escala é o assunto que você vai estudar neste ponto.A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas 
lineares do objeto representado. 
Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o 
tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de qualquer tamanho 
real. 
Nos desenhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou são mantidas, ou então 
são aumentadas ou reduzidas proporcionalmente. As dimensões angulares do objeto 
permanecem inalteradas. Nas representações em escala, as formas dos objetos reais são 
mantidas. 
 
 
 
A figura A é um quadrado, pois tem 4 lados iguais e quatro ângulos retos. Cada lado da 
figura A mede 2u (duas unidades de medida). 
B e C são figuras semelhantes a A: também possuem quatro lados iguais e quatro 
ângulos iguais. Mas, as medidas dos lados do quadrado B foram reduzidas 
proporcionalmente em relação às medidas dos lados do quadrado A. Cada lado de B é uma 
vez menor que cada lado correspondente de A. Já os lados do quadrado C foram 
aumentados proporcionalmente em relação aos lados do quadrado A. Cada lado de C é igual 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
41 
 
 
a duas vezes cada lado correspondente de A. Note que as três figuras apresentam medidas 
dos lados proporcionais e ângulos iguais. Então, podemos dizer que as figuras B e C estão 
representadas em escala em relação à figura A. 
Existem três tipos de escala: natural, de redução e de ampliação. A seguir, será exposto 
a interpretação destas escalas, representadas em desenhos técnicos. 
2.1. Escala Natural 
Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real 
da peça. Veja um desenho técnico em escala natural. 
 
Neste desenho, já aparece a indicação da escala em que foi feito. 
A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da palavra escala: ESC, 
seguida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos dois pontos 
representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos dois pontos representa 
as medidas reais da peça. Na indicação da escala natural os dois numerais são sempre 
iguais. Isso porque o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. A 
relação entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê-se um para um). A 
escala natural é sempre indicada deste modo: ESC 1:1. 
2.2. Escala de Redução 
Escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o 
tamanho real da peça. Veja um desenho técnico em escala de redução. 
 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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As medidas deste desenho são vinte vezes menores que as medidas correspondentes 
do rodeiro de vagão real. A indicação da escala de redução também vem junto do desenho 
técnico. Na indicação da escala de redução o numeral à esquerda dos dois pontos é sempre 
1. O numeral à direita é sempre maior que 1. No desenho acima o objeto foi representado 
na escala de 1:20 (que se lê: um para vinte). 
2.3. Escala de Ampliação 
Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o 
tamanho real da peça. Veja o desenho técnico de uma agulha de injeção em escala de 
ampliação. 
 
As dimensões deste desenho são duas vezes maiores que as dimensões 
correspondentes da agulha de injeção real. Este desenho foi feito na escala 2:1 (lê-se: dois 
para um). A indicação da escala é feita no desenho técnico como nos casos anteriores: a 
palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados por dois 
pontos. Só que, neste caso, o numeral da esquerda, que representa as medidas do desenho 
técnico, é maior que 1 . O numeral da direita é sempre 1 e representa as medidas reais da 
peça. 
2.4. Escala Numérica 
É uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do 
objeto representado. É dada pela relação matemática constante entre o comprimento de 
uma linha medida na planta (d) e o comprimento de sua medida homóloga no terreno (D) 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 =
𝑑
𝐷
=
1
𝑁
 
Onde N é o Módulo da escala. Observações: 
• Numerador (d) e denominador (D) têm que ter a mesma unidade de medida; 
• Quanto MAIOR o denominador, MENOR será a escala. 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
43 
 
 
2.4.1. Interpretação de Escalas 
Uma escala 1:500 informa que o comprimento de um segmento representado em uma 
planta, equivale a quinhentas vezes este comprimento no campo. Exemplos: 
a) 1m em planta representa uma linha de 500 m no terreno: 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 =
1𝑚
𝐷
=
1
500
→ 𝐷 = 1𝑚 × 500 = 500𝑚 
 
b) 10 cm em planta representa uma linha de 5.000 cm no terreno: 
𝐸𝑠𝑐𝑎𝑙𝑎 =
10𝑐𝑚
𝐷
=
1
500
→ 𝐷 = 10𝑐𝑚 × 500 = 5000𝑚 
 
2.4.2. Escalímetro 
É um instrumento de desenho técnico utilizado para desenhar objetos em escala ou 
facilitar a leitura das medidas de desenhos representados em escala. Podem ser planos ou 
triangulares. Cada unidade do escalímetro corresponde a um (1) metro. 
 
2.4.3. Escala gráfica 
As escalas gráficas são representações gráficas que, geralmente, vêm desenhadas nas 
margens das plantas. As escalas gráficas possibilitam a realização de determinações rápidas 
no desenho. 
 
 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
44 
 
 
3. Cotas 
Durante o desenho técnico de qualquer objeto, um dos passos importantes é a sua 
cotagem, pois é ela quem especifica as dimensões e tolerâncias da mesma. Ela é realizada 
utilizando-se quatro elementos básicos: a linha auxiliar, a linha de cota, a cota e o limite da 
linha de cota. 
 
 
3.1. Regras de Cotagem 
A seguir, serão apresentadas algumas regras básicas que devem ser obrigatoriamente 
respeitadas para que as representações dimensionais sejam traçadas corretamente. 
• As linhas dos elementos de cotagem devem ser estreitas e contínuas; 
• A linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de 
cota e um pequeno espaço deve ser deixado entre ela e o ponto cotado; 
• As linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado, 
porém, se for necessário, ela pode se desenhada obliquamente (60 ); 
• Deve-se evitar, sempre que possível, cruzar as linhas do elemento de cotagem 
com outras linhas; 
 
• A linha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento seja; 
• As linhas de centro e de contorno, não devem ser usadas como linhas de cota, 
porém, podem ser usadas como linha auxiliar. Caso se utilize a linha de centro 
como linha auxiliar ela só deve ser representada como linha contínua após 
sair do contorno do objeto; 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
• Os limites da linha de cota devem ser feitos de uma das três formas 
mostradas abaixo; 
• Tanto a linha de cota quanto os seus limites devem ser apresentados 
preferencialmente na parte interna, porém quando o espaço interno for 
pequeno pode-se fazer a representação na parte externa a cota; 
• As cotas (número) podem ser apresentadas acima da linha de cota ou a 
interrompendo, caso seja utilizada este último, as cotas serão apresentadas 
sempre na horizontal; 
 
 
• As cotas de ângulo devem ser feitas de um dos modos relacionados abaixo; 
• Os dois desenhos da direita serão usados com cotas de dimensões lineares que 
interceptam a linha de cota e o desenho da esquerda será usado quandoa 
cota de elementos lineares onde a cota é apresentada em cima do desenho; 
 
Aula 3 – Conceito de Projeto 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
46 
 
 
• Além do valor numérico da cota se pode fazer uso de símbolos para melhor 
representar o elemento cotado. Os símbolos mais comuns são os 
representados a seguir; 
 
• Existem dois tipos principais de cota: a cotagem em cadeia e a cotagem em 
paralelo. Além dessas duas, outro tipo que pode ser utilizado é a cotagem por 
ponto de referência. É possível a combinação dessas cotagens no mesmo 
desenho. 
 
Extraído de: Prof. Marcos Valério 
de Araújo (UFRN), Arlindo 
Junqueira Bernardi Filho (UFU). 
Editado sem prejuízo de conteúdo.
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
47 
 
 
Aula 4: Serviços Preliminares de Canteiro 
 
Nesta etapa serão abordadas as primeiras noções técnicas de canteiro de obras. Serão 
expostos a seguir os conceitos gerais do local de trabalho em que o técnico de edificações 
geralmente atua. Tudo que se segue faz parte de uma etapa pré-concebida de projeto, 
portanto, o primeiro contato com “a obra” não deverá ser tão assustador assim. 
 
1. Classificação das Construções 
Na indústria da construção civil, existem diversos tipos de empreendimentos que são 
classificados distintamente. A seguir será dada uma noção destas classificações, lembrando 
que o foco do curso está nas obras de edificações. 
1.1. Obras de Edificações 
São os modelos tradicionais de construção, aqueles conhecidos simplesmente como 
“obras”. Nas obras de edificações há uma sequencia executiva bastante definida. A 
evolução da execução da obra segue um padrão que é muito praticado e há grande 
experiência no ramo. As construções começam pelas fundações, seguindo pela 
concretagem, instalação, alvenaria, emboço e assim por diante. Esse fator ajuda na 
construção de edificações por ser um modelo convencional muito testado e difundido. 
1.2. Obras Viárias 
Obras Viárias, geralmente, são obras de grande porte, que envolvem diferentes tipos 
de profissionais e por longos períodos de tempo. O gerenciamento das atividades e de sua 
inter-relação é complexo e requer profissionais experientes e qualificados. Segundo DNER, 
1999, compõem as etapas (atividades) de um projeto viário: estudos de tráfego, estudos 
geológicos, estudos hidrológicos, estudos de traçado, projeto geométrico, projeto de 
terraplenagem, projeto de drenagem, projeto de pavimentação, projeto de interseções, 
retornos e acessos, projeto de obras de arte especiais, projeto de sinalização, projeto de 
paisagismo, orçamento da obra, plano de execução da obra, componente ambiental, entre 
demais estudos e projetos. Outro aspecto característico das obras de infraestrutura viária é 
o seu custo elevado. Conforme o tipo de obra, características da região, extensão, obras de 
arte especiais, entre outros fatores, uma obra viária pode chegar a ter orçamento de 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
48 
 
 
centenas de milhões de reais. O porte, o prazo, o custo e a diversidade de agentes 
envolvidos reforçam a importância do gerenciamento de uma obra viária da sua concepção 
(estudos e projetos), passando pela etapa de obra (construção e fiscalização), até a sua 
utilização (operação e análises). Fazem parte deste modelo as obras de arte de engenharia, 
tal como ponte, túneis, metrôs, etc. 
1.3. Obras Hídricas 
São, geralmente, obras de grande porte. As obras hídricas são fundamentais para o 
desenvolvimento de uma sociedade por conterem em seu escopo aqueles 
empreendimentos que estão vinculados à oferta de energia, sistemas de saúde, etc. 
Possuem altíssimo valor agregado e altíssimos custos de execução. São em número 
pequeno quando comparados aos outros modelos, mas, geralmente, ofertam um alto 
número de empregos devido suas dimensões. As mais comuns são: assentamento de 
condutos fechados (adutoras), execução de condutos abertos (calhas), construção de 
reservatórios, estações elevatórias e de tratamento, construção de barragens, usinas etc. 
1.4. Sistemas Industriais 
Obras industriais usualmente possuem características próprias que não permitem 
compará-las com os empreendimentos residenciais. Uma das características que as 
diferenciam dos empreendimentos residenciais se dá pelo fato de usualmente as obras 
industriais se tratarem de obras complexas. Ainda cabe salientar aspectos usuais dos 
produtos da construção civil. Os produtos da construção civil podem ser caracterizados 
como volumosos, únicos, com longa vida útil, fixos, pesados e impactam fortemente o meio 
ambiente. Com isto posto, é necessário caracterizar o que são obras complexas. Os 
empreendimentos se caracterizam como obras complexas quando: 
• Existe um grande número de diferentes sistemas que necessitam trabalhar 
juntos e um grande número de interfaces entre os elementos; 
• O empreendimento envolve trabalhos de construção em locais confinados, 
com dificuldade de acesso e requer uma grande quantidade de mão-de-obra 
trabalhando ao mesmo tempo; 
• Existe uma grande dificuldade em alcançar os objetivos desejados; 
• Necessita de eficiente coordenação, controle e monitoramento, do início ao 
fim do empreendimento; 
• Existe uma série de revisões e modificações durante a execução do 
empreendimento. 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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2. Serviços Preliminares de um Canteiro 
Os Serviços Preliminares são aqueles que antecedem os inícios dos trabalhos de 
edificações propriamente ditos. Em outras palavras, são os “preparativos” para que tudo 
esteja correto, ou ainda, que tudo esteja adequado de forma certa para que o terreno passe 
a se chamar Canteiro de obras. 
Esta etapa é basicamente dividida em: 
• Topografia do terreno; 
• Sondagem; 
• Limpeza do terreno; 
• Movimento de terra, necessário para a obtenção do nível de terreno desejado 
para o edifício; 
• Verificação da disponibilidade de instalações provisórias; 
• Verificação das condições de vizinhança; 
• As demolições, quando existem construções remanescentes no local em que 
será construído o edifício; 
• A retirada de resíduos da demolição; 
• Instalações provisórias. 
2.1. Topografia 
Este levantamento será utilizado para melhor posicionamento da edificação, e irá 
definir uma melhor conformação da mesma em relação ao terreno (distribuição, 
pavimentos, estrutura, etc). Este tema não será tratado aqui pois já foi abordado na Aula 2. 
2.2. Sondagem 
Depois de definido o terreno e o projeto deverá ser feita a sondagem do terreno. Esta 
sondagem irá identificar a resistência do solo, a existência de lençóis freáticos e outras 
características. Deverão ser indicados os pontos (pelo profissional habilitado) para serem 
realizados os testes ao longo do terreno e quantos furos serão necessários. 
A sondagem proporciona valiosos subsídios sobre a natureza do terreno que irá 
receber a edificação, como: 
• Características do solo; 
• Espessuras das camadas; 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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• Posição do nível da água. 
Além de prover informações sobre o tipo dos equipamentos a serem utilizados para a 
escavação e para retirada do solo, bem como, ajuda a definir qual o tipo de fundação que 
melhor se adaptará ao terreno, de acordo comas características da estrutura. 
Além disso, através dos dados da sondagem é possível identificar, quando necessário o 
tipo de contenção mais adequada. Sem esta avaliação não há como realizar os cálculos 
estruturais (sem os cálculos estruturais a estrutura da edificação poderá custar mais que o 
necessário, ou ficar comprometida). 
O Tipo de Sondagem mais utilizado em edificações “importantes” são do tipo SPT 
(Standard Penetration Test) ou teste de penetração padrão ou simples reconhecimento. 
Este é um processo muito usual para conhecer o tipo de solo fornecendo informações 
importantes para a escolha do tipo de fundação. 
Por meio da sondagem à percussão tipo SPT é possível determinar o tipo de solo 
atravessado pelo amostrador padrão, a resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do 
amostrador e a posição do nível de água se encontrada água durante a perfuração. 
 
2.3. Limpeza de Terreno 
A limpeza preliminar do terreno foi assunto abordado na Aula 2, portanto não será 
tratado novamente. O que será visto agora são situações onde o terreno está contaminado 
com demolições. Nem sempre, é técnica ou economicamente viável a utilização de 
construções existentes no terreno para aproveitamento, sendo muitas vezes necessária a 
sua completa remoção, antes mesmo da implantação do canteiro, caracterizando uma 
Aula 4 – Serviços Preliminares de Canteiro 
 
UNIDADE 1 – CONCEITOS ELEMENTARES 
 
 
 
 
 
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etapa de Serviços de Demolição. A demolição é um serviço perigoso na obra, pois é comum 
mexer-se com edifícios bastante deteriorados e com perigo de desmoronamento. E não é só 
isto, pois neste serviço "as coisas caem, desabam". O resíduo originado de uma demolição 
pode ser bastante significativo exigindo o seu manuseio com equipamentos de grande porte 
e, quando não for possível sua utilização dentro do próprio terreno, deverá se retirado. 
2.4. Terraplanagem 
Com base na planta e levantamento topográfico, marcam-se os níveis da obra. Nesta 
fase são feitos os cortes no terreno e a movimentação de terra. Assim, é feita a marcação 
do dimensionamento e níveis adequados ao projeto. É muito importante a definição correta 
dos níveis. 
2.4.1. Tipos de Movimentação de Terra 
Quando for necessário um movimento de terra é possível que se tenha uma das 
seguintes situações: 
• Corte; 
• Aterro; 
• Corte + Aterro. 
A situação de Corte geralmente é a mais desejável uma vez que minimiza os possíveis 
problemas de recalque que o edifício possa vir a sofrer. Por outro lado, quando se tem a 
situação “Corte + Aterro”, não se faz necessária a retirada do solo para regiões distantes, 
minimizando as atividades de transporte, uma vez que poderá haver a compensação do 
corte com o aterro necessário 
Nesta fase geralmente utiliza-se um trator para o trabalho pesado. Na movimentação 
de terra o ideal é que haja uma compensação entre aterro e desaterro, tirando terra de um 
lado e passando para outro, para que não haja necessidade de retirar ou colocar terra extra 
no terreno. A área de aterro formada deverá ser compactada. A utilização do trator 
geralmente é computada por hora e devesse planejar muito bem a atuação do tratorista 
para minimizar o tempo e o trabalho 
2.4.2. Equipamentos 
Podem-se empregar equipamentos manuais ou mecânicos. Os manuais constituídos, 
sobretudo pelas pás, enxadas e picaretas, são empregados quando se tem pequeno volume 
de solo a ser movimentado (até 100m³). Para volumes superiores, recomenda-se a 
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INTRODUÇÃO À CONSTRUÇÃO 
 
 
 
 
 
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utilização de equipamentos mecânicos que permitem maior produtividade, dentre os quais 
destacam-se, para uso em escavações de edifícios: 
• Pá-carregadeira (sobre pneus, sobre esteiras); 
• Escavadeira Hidráulica; 
• Retroescavadeira; 
• Rolo Vibratório; 
• Mini-escavadeira. 
O controle de compactação será mais bem estudado na disciplina Mecânica dos Solos. 
2.4.3. Empolamento 
Os volumes de terra medidos pela topografia são diferentes dos que precisam ser 
carregados no caso de aterros ou cortes no terreno. A seguir será demonstrado como 
calcular a quantidade de caminhões e caçambas em serviços de terraplenagem. 
Ao escavar o solo, a terra fica solta e passa a ocupar mais espaço. Esse efeito é 
conhecido como empolamento e é expresso em porcentagem. Se ao escavar 1 m³ de solo 
ele aumenta para 1,3 m³, o empolamento é de 30%. 
É importante conhecer esse fenômeno para planejar os equipamentos, principalmente 
de transporte, e também a produtividade. Caso o volume de corte do solo seja de 100 m³, o 
total a ser transportado será de 130 m³, graças ao empolamento. 
O oposto do empolamento é a contração. Ou seja, o quanto a terra ocupa a menos de 
volume quando compactada. Nesse caso, o volume final é inferior ao que a terra ocupava 
no corte. Assim, para executar um aterro com 1 m³, será preciso mais que 1 m³ de terra. 
2.4.3.1. CÁLCULO PRÁTICO DO EMPOLAMENTO 
Vamos imaginar uma obra que necessite escavar 50 m³ de terra, medido pelo serviço 
de topografia. O objetivo é descobrir o Vs (volume de terra solta) para definir o transporte, 
o que é calculado a partir da seguinte fórmula, sendo que "Vc" é o volume medido no corte; 
e "E" é o empolamento. 
𝑉𝑠 = 𝑉𝑐(1 + 𝐸) 
Para exemplo, vamos considerar que a terra é comum, com taxa de empolamento de 25%. 
Para realizar a conta, transforme a porcentagem em 0,25. A conta fica assim: 
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𝑉𝑠 = 50(1 + 0,25) 
𝑉𝑠 = 62,5 m³ 
Portanto, depois da escavação, o volume de terra, que era de 50 m³ no corte, aumentará 
para 62,5 m³. A seguir, algumas taxas de empolamento para os materiais mais comuns: 
 
Material Empolamento (%) 
Rocha Detonada 50 
Solo Argiloso 40 
Terra Comum 25 
Solo Arenoso Seco 12 
 
2.4.3.2. CÁLCULO PRÁTICO DA CONTRAÇÃO 
A contração ocorre quando o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1 m³ de 
solo (medido no corte) contrai para 0,9 m³ no aterro após compactação, a redução 
volumétrica é de 10%. Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um 
aterro com 50 m3 - e considerando redução volumétrica de 10% - vamos utilizar a seguinte 
fórmula: 
𝑉𝑐 =
𝑉𝑎
𝐶
 
Onde: 
𝑉𝑐 é o volume de terra medido no corte; 
𝑉𝑎 é o volume compactado no aterro; 
𝐶 é a contração. 
Se a redução volumétrica é de 10%, a contração é de 90%. Aplicando a fórmula, lembre-se 
de mudar a porcentagem. Assim: 90% = 0,90. Portanto: 
𝑉𝑐 =
50
0,9
 
𝑉𝑐 = 55,55 m³ 
 
 
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3. Locação do Canteiro de Obras no Terreno 
A definição técnica de Canteiro é dada pela NR18 como sendo “a área de trabalho fixa 
e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”. Suas 
Áreas de Vivência, pela NBR 12284, são conceituadas como “conjunto de áreas destinadas à 
execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas 
operacionais e áreas de vivência”. 
A obra de construção de edifícios tem seu início propriamente dito, com a implantação 
do canteiro de obras. Esta implantação requer um projeto específico que deve ser 
cuidadosamente elaborado a partir das necessidades da obra e das condições do local. 
Porém, antes mesmo do início da implantação do canteiro, algumas atividades prévias, 
comumente necessárias, podem estar a cargodo engenheiro de obras. 
Os tipos de serviços que mais interferem na implantação do Canteiro são as 
demolições, movimentações de terra, contenções, drenagens e as fundações. Ademais a 
estes, outros elementos condicionantes também são importantes a serem levados em 
conta, tais como: 
• Sondagem e levantamento planialtimétrico: conhecer o terreno e o tipo de 
solo; 
• Edificações/construções do terreno e da vizinhança (contíguas): 
acautelamento contra danos às edificações existentes; 
• Código de obras e edificações do município: adequar o canteiro às restrições 
legais; 
• Infraestrutura; 
• Processos e métodos construtivos 
3.1. Infraestrutura 
Em primeiro lugar, desenvolve-se um layout de canteiro de acordo com as 
particularidades da Obra. Grandes canteiros também terão grandes estruturas e demandas, 
diferenciando-se assim uns dos outros de maneira que geralmente as locações são 
diferentes de um projeto para outro por muitas razões. É fundamental que o acesso à água 
e energia já estejam certos: o canteiro é um lugar onde permanecerão pessoas e existe uma 
legislação rigorosa e uma fiscalização ativa em relação aos quesitos obrigatórios que são 
normatizados. 
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No caso de não existir redes no local, deve-se fazer um pedido de estudo junto às 
concessionárias para verificar a viabilidade de extensão da rede existente até a obra. Este 
procedimento, de modo geral, demora cerca de dois meses. Esta demora, na maioria das 
vezes, pode comprometer o início da obra. Neste caso, é possível adotar-se uma solução 
temporária e extrema como, por exemplo, optar-se pela energia gerada a diesel, na própria 
obra, a qual, no entanto, apresenta-se mais cara que a energia elétrica. 
3.2. Instalações Provisórias 
São aquelas que serão removidas do empreendimento ao seu término, ou seja, são as 
instalações necessárias para a execução da obra, que dão suporte à operação, mas não 
fazem parte do produto final. 
PCMAT e PPRA 
O PCMAT/PPRA (Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
de Construção/Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) são programas que 
estabelecem procedimentos de ordem administrativa, de planejamento e de 
organização, que objetivam a implantação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho 
na Indústria da Construção. 
Resumindo, o PCMAT/PPRA dita uma série de medidas de segurança a serem 
adotadas durante o desenvolvimento da obra. Esses procedimentos de segurança, que 
visam antecipar os riscos. Para possam ser definidos estratégias para evitar acidentes de 
trabalho e o aparecimento de doenças ocupacionais. Estes itens serão melhores 
estudados nas disciplinas de Segurança do Trabalho. 
Alguns critérios são fundamentais na elaboração de um projeto de canteiro, devendo-se 
levar em conta, principalmente: 
• Integração de todos os elementos e fatores: almoxarifados, entradas e saídas para 
operários distintos, para os clientes, disposição dos equipamentos etc.; 
• Mínima distância: o transporte nada produz, portanto deve ser minimizado e se 
possível eliminado; 
• Obediência do fluxo de operações: evitar cruzamentos, retornos, interferências e 
congestionamentos; 
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• Racionalização do espaço: aproveitar as quatro dimensões (geométrica e temporal) 
– subsolo, espaços superiores para transportar, canalizações, depósitos pouco 
usados; 
• Satisfação e segurança do empregado: um melhor aspecto das áreas de trabalho 
promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto a redução de riscos de 
acidentes; 
• Flexibilidade: possibilidade de mudança dos equipamentos, quando evoluir ou 
modificara linha de produtos – condições atuais e futuras. 
Seguem as principais instalações tidas como provisórias. 
3.2.1. Alojamentos 
Sempre que houver necessidade, como no caso de obras afastadas dos centros 
urbanos, as construtoras devem instalar alojamentos provisórios nos canteiros para a 
permanência dos funcionários. Essa é uma exigência da NR 18. Esses locais devem ser de 
boa qualidade para garantir a saúde dos funcionários e, consequentemente, o bom 
andamento da construção. 
De acordo com Norma, um alojamento considerado bom deve ter abastecimento de 
água potável, luz natural e/ou artificial, sistema higiênico e remoção de lixo, ausência de 
umidade, instalações elétricas protegidas, proteção contra ruído excessivo, entre outras 
características. Caso essas exigências não sejam cumpridas, a construtora pode ser multada. 
 
3.2.2. Vestiários 
Para os trabalhadores que não estão alojados no canteiro, é obrigatória a construção 
de vestiários. As instalações devem estar próximas aos alojamentos ou à entrada da obra, 
sem ligação direta com o refeitório, e os armários devem ser individuais e possuir cadeados 
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ou fechaduras. É aconselhável também que os armários sejam metálicos, como os usados 
em clubes, escolas ou academias. 
Os vestiários devem ser planejados de acordo com o número de funcionários previsto 
na obra. É importante lembrar que cada fase da obra tem uma quantidade diferente de 
funcionários. Por isso, pode ser necessário redimensionar o tamanho do vestiário conforme 
a obra avança. 
 
3.2.3. Almoxarifado 
Como não existem regras muito bem-definidas para projetar cada parte do canteiro, 
geralmente o layout é definido com base na experiência do gerente da obra e adaptando o 
que já foi feito em outros locais. 
Para dimensionar corretamente o almoxarifado é preciso considerar o porte da obra e 
o nível de estoques, o que determina o volume de materiais e equipamentos que será 
guardado. No caso de tubos de PVC, por exemplo, é necessário que ao menos uma das 
dimensões da instalação tenha, no mínimo, 6 m de comprimento. 
Também é preciso considerar a evolução da obra, que pode exigir ampliar ou reduzir o 
tamanho do estoque. Três fatores são preponderantes a serem observados; 
• Implantação (escavações e fundação): poucos tipos de materiais e pouco 
espaço físico; 
• Obra regular (estrutura, alvenaria, revestimentos): uso de diversos materiais e 
quando já podem ser ocupadas áreas internas do edifício; 
• Fase final de desmobilização: quando os espaços devem ser liberados para 
conclusão dos acabamentos. 
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O ideal é que o almoxarifado fique próximo de três locais, com a seguinte prioridade: 
descarga dos caminhões - para agilizar a armazenagem de materiais que chegam direto para 
o estoque; elevador de carga - para facilitar a movimentação de materiais que são 
transportados apenas no momento do uso; e escritório - devido ao contato entre o mestre 
de obras e o almoxarife. Preferencialmente, deve ficar no subsolo, protegido de 
intempéries. 
3.2.4. Depósito de Ensacados 
Os depósitos de ensacados são galpões cobertos e locados em canteiro que estejam 
preparados para abrigar, geralmente, insumos embalados. Nesta categoria encaixam-se os 
sacos de cimento, argamassa, cal, etc. Devem possuir pisos frios bem nivelados e lisos para 
locomoção de paleteiras. Os “sacos” devem ficar empilhados em palets, distantes de 
paredes, em empilhamento recomendado pelo fornecedor.

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