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“Quando você está certo daquilo que pretende alcançar... 
Quando o mundo todo lhe diz que não conseguirá, e ainda assim você 
acredita ser possível... 
Quando você mantém o foco firme no objetivo... 
Quando você crê que DEUS estará presente a cada segundo da tua jornada... 
Quando você compreende que desafios e obstáculos existem tão somente para 
serem superados... 
Com persistência e coragem você consegue... 
E quando finalmente conseguir, desfrute a vitória ... saboreie o sucesso... 
É indescritível a emoção de uma boa conquista... 
Muito obrigado pela parceria, compreensão e paciência”. 
Prof. Nidal Ahmad 
 
2 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 CAPÍTULO I – PRISÃO PROCESSUAL ........................................................................... 4 
1) INTRODUÇÃO.................................................................................................................................. 4 
2) PRISÃO EM FLAGRANTE ................................................................................................................... 5 
3) PRISÃO PREVENTIVA: Revogação da prisão preventiva .................................................................... 31 
4) PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei n. 7960/89) ........................................................................................... 48 
 
 CAPÍTULO II – PROCEDIMENTOS – IDENTIFICAÇÃO ................................................ 57 
 CAPÍTULO III – AÇÃO PENAL, QUEIXA-CRIME E QUEIXA-CRIME SUBSDIÁRIA ........ 60 
1) AÇÃO PENAL ................................................................................................................................. 60 
2) QUEIXA-CRIME .............................................................................................................................. 63 
3) QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA OU SUBSTITUTIVA - AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA70 
 
 CAPÍTULO IV – FASE JUDICIAL ................................................................................. 75 
1) DA DENÚNCIA E REJEIÇÃO DA DENÚNCIA ...................................................................................... 75 
2) CITAÇÃO ....................................................................................................................................... 77 
3) RESPOSTA À ACUSAÇÃO – Art. 396 e 396-A CPP ............................................................................. 79 
4) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO ........................................................................................................... 96 
5) MEMORIAIS OU ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS .................................................................... 97 
6) EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI - PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO E PRINCÍPIO DA 
CONSUBSTANCIAÇÃO ...................................................................................................................... 115 
 
 CAPÍTULO V – RECURSOS ........................................................................................ 122 
1) APELAÇÃO ................................................................................................................................... 122 
2) CONTRARRAZÕES DE APELAÇÃO .................................................................................................. 143 
3) RECURSO EM SENTIDO ESTRITO ................................................................................................. 151 
4) EFEITO EXTENSIVO – Art. 580 CPP .............................................................................................. 170 
5) REFORMATIO IN PEJUS ............................................................................................................... 170 
 
PADRÃO DE RESPOSTAS ............................................................................................. 174 
 
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4 
 
4 
 
 CAPÍTULO I – PRISÃO PROCESSUAL 
 
 
1) Introdução 
A prisão processual, também chamada de prisão cautelar ou provisória, ocorre 
por força da necessidade de segregação cautelar do acusado da prática de um delito durante as 
investigações ou no curso da ação penal nas hipóteses previstas na legislação processual penal. 
É aquela que ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal 
condenatória. 
Não visa a punição do agente, mas de impedir que volte a praticar novos delitos 
ou que adote conduta voltada a influenciar na instrução criminal ou na aplicação da sanção decorrente da 
prática delituosa. 
Nos termos do artigo 283 do CPP, três são as espécies de prisão provisória: 
prisão em flagrante (art. 301 a 310 CPP), preventiva (art. 311 a 316 CPP) e temporária (Lei 
7.960/89). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRISÃO EM FLAGRANTE – artigo 301/310 do CPP 
PRISÃO PREVENTIVA – artigo 311/316 do CPP 
PRISÃO TEMPORÁRIA – Lei 7.960/89 
ESPÉCIES DE PRISÃO PROVISÓRIA 
01
 
 
5 
 
5 
2) PRISÃO EM FLAGRANTE 
2.1) CONCEITO 
Trata-se de medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar e processual, 
consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é surpreendido 
cometendo uma infração penal ou quando acabou de cometê-la, ou quando perseguido, logo após, em 
situação que faça presumir ser autor da infração, ou, ainda, quando encontrado, logo depois à prática da 
infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser o autor da infração. 
Em síntese, a prisão em flagrante ocorre quando presente uma das hipóteses 
previstas no artigo 302 do Código de Processo Penal. 
A Lei nº 12.403/2011 introduziu o artigo 310, inciso II, do CPP, suprimindo a 
possibilidade de a prisão em flagrante prender por si só, na medida em que, se presentes os requisitos do 
artigo 312 do CPP e inadequada ou insuficiente a aplicação das medidas cautelares diversas da prisão, o 
juiz deverá converter a prisão em flagrante em prisão preventiva. 
Logo, forçoso concluir que a prisão em flagrante passou a assumir natureza 
precautelar, com duração limitada até a adoção pelo juiz de uma das providências do artigo 310 do CPP 
(relaxar a prisão em flagrante, convertê-la em prisão preventiva ou conceder a liberdade provisória). 
2.2) ESPÉCIES DE FLAGRANTE – Art. 302 CPP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
PRÓPRIO 
Art. 302, inciso III, do CPP. Ver art. 290, CPP. 
Art. 302, inciso I, do 
CPP. 
 
Art. 302, inciso II, do 
CPP. 
 
Preso praticando o 
delito ou quando 
acabou de 
cometê-lo 
Perseguição 
ININTERRUPTA 
IMPRÓPRIO 
Encontrado – Art. 
302, IV, CPP 
PRESUMIDO 
a)
) 
b)
) 
c)
) 
 
6 
 
6 
a) Flagrante próprio – Art. 302, I e II, CPP 
Trata-se de prisão efetivada no momento em que o sujeito está praticando uma 
infração penal, ou quando acabou de cometê-la. 
A prisão deve ocorrer de imediato, sem qualquer intervalo de tempo entre a 
prática da infração e a detenção. Ocorre, pois, quando o agente ainda está no local do crime. 
Ex: prisão em flagrante no exato instante em que o agente criminoso busca sair da agência bancária onde 
praticava o delito de roubo. 
b) Flagrante impróprio (QUASE-FLAGRANTE) – Art. 302, III, CPP 
Trata-se da hipótese em que o agente é perseguido, logo após a infração, no 
contexto que faça presumir ser o autor do fato. 
A definição da expressão “logo após” traduz uma relaçãode imediatidade, com 
perseguição iniciada em momento bem próximo da infração. Aqui o agente já deixou o local do crime. 
É o tempo que decorre entre a prática do delito e as primeiras coletas de 
informações a respeito da identificação do autor e a direção seguida na fuga, iniciando-se, logo após, 
imediatamente a perseguição. Uma vez cessada a perseguição, cessa a situação de flagrância. Ou 
seja, a perseguição deve ser contínua, sem interrupções. 
A concepção de perseguição pode ser extraída do art. 290, § 1º, do CPP, 
notadamente das alíneas “a” e “b” do parágrafo primeiro. 
Não confundir início da perseguição com duração da perseguição. O início da 
perseguição deve ser logo após o fato; a perseguição, no entanto, pode perdurar por muitas horas e até 
dias, como, por exemplo, em crime de roubo a banco, em que a polícia chega imediatamente ao local, faz 
o primeiro levantamento e, de imediato, sai em perseguição dos suspeitos, que se embrenharam numa 
mata por mais de 30 horas. Nesse caso, considerando que a perseguição deflagrada logo após à prática da 
infração penal foi ininterrupta, eventual prisão em flagrante será legal. 
Se o agente for preso após cessada a perseguição, sem mandado judicial, a 
prisão será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. 
 
7 
 
7 
 
 
 
 
 
c) Flagrante presumido – Art. 302, inciso IV, do CPP 
Aqui o agente não é “perseguido”, mas “encontrado”, logo depois da prática da 
infração penal, na posse de instrumentos, armas, objetos ou papéis em situação que permita presumir ser 
ele o autor da infração. 
Quanto ao alcance da expressão “logo depois”, a jurisprudência tem admitido 
prisões ocorridas várias horas depois do crime. Não aceita, no entanto, prisão muitos dias depois ao do 
crime. 
2.3) OUTRAS VARIAÇÕES DAS ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
A) FLAGRANTE PROVOCADO OU PREPARADO 
O flagrante preparado ou provocado ocorre quando uma pessoa, policial ou 
particular, provoca, induz ou instiga alguém a praticar uma infração penal, somente para poder prendê-la. 
Nesse caso, não fosse a ação do agente provocador, o sujeito não teria dado início à prática do delito, pelo 
menos nas circunstâncias pelas quais foi preso. 
Trata-se, na verdade, de hipótese de crime impossível, já que, por força da 
preparação engendrada pelo policial ou terceiro para prendê-lo, seria impossível a consumação do crime. 
Em síntese, simultaneamente à indução à prática do crime, o agente provocador do flagrante age para 
evitar a consumação. 
É o que diz a Súmula 145 do STF: “Não há crime quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Trata-se de hipótese de crime 
impossível, que não é punível nos termos do artigo 17 do Código Penal. 
Ex: Policial disfarçado encomenda de um suspeito de praticar crime de falsidade de documento uma 
carteira de identidade fictícia, e, no momento combinado para a entrega do dinheiro e o recebimento do 
documento falsificado, realiza a prisão em flagrante. 
 
CUIDADO: a perseguição deve ser ininterrupta. Uma vez cessada a 
perseguição, não há mais situação de flagrância, devendo-se, a partir 
de então, efetivar-se a prisão somente munido de mandado judicial 
(prisão preventiva ou temporária, conforme o caso). 
 
 
8 
 
8 
Em que pese a súmula mencionar somente o flagrante pela polícia, a ilegalidade 
também pode decorrer de flagrante preparado por particular. 
Ex: Suspeitando que a empregada doméstica esteja furtando objetos da residência, dona de casa deixa 
uma joia na mesa de centro da sala, ficando à espreita. No momento em que a empregada pega a joia, a 
dona de casa, auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, prendendo-a em flagrante. Trata-se de prisão 
ilegal, já decorrente de flagrante preparado. 
Em suma, o flagrante provocado é ilegal, devendo, pois, a prisão ser relaxada. 
* Flagrante provocado x usuário de drogas 
No contexto de droga, deve-se verificar o caso concreto e as informações que 
constam no enunciado. 
Imaginemos a hipótese de um policial se disfarçar de usuário de drogas. Esse 
policial se aproxima do suspeito e solicita determinada quantia de drogas, que lhe é entregue pelo 
suspeito. Em relação ao verbo "vender" não há dúvidas de que se trata de flagrante provocado. Todavia, o 
artigo 33 da Lei de Drogas (Lei 11343/2006) prevê 18 condutas. No caso, embora seja flagrante provocado 
em relação à conduta vender, a prisão será legal em relação às condutas, por exemplo, "trazer consigo", 
"guardar", "ter em depósito", uma vez que em relação às demais condutas (trazer consigo, guardar, etc..), 
o suspeito não foi provocado ou influenciado a praticar. Ou seja, quando o policial disfarçado se 
aproximou, o agente já trazia consigo a droga, sendo, em razão disso, possível sua prisão em relação a 
essa conduta de trazer consigo. 
Agora, se o policial induz o suspeito a fornecer-lhe a droga que, no momento, 
não a possuía, ou seja, que não trazia consigo, e por conta da insistência do policial empregou esforço 
para conseguir, aí sim se pode falar em flagrante provocado e, portanto, ilegal, uma vez que o suspeito 
somente trouxe consigo a droga, porque foi induzido pelo policial a conseguir para ele. 
B) FLAGRANTE ESPERADO 
O flagrante esperado ocorre quando a autoridade policial, tomando 
conhecimento, por fonte segura, de que será praticado um delito, desloca-se até o local indicado, fica de 
campana e realiza a prisão quando iniciado os atos executórios do delito 
O flagrante esperado não se confunde com o flagrante provocado, uma vez que, 
ao contrário deste, no flagrante esperado não há indução ou instigação da autoridade policial para que o 
agente dê início à execução do delito. 
 
9 
 
9 
O flagrante esperado constitui modalidade de flagrante válido, regular e, 
portanto, legal. 
C) FLAGRANTE FORJADO 
O flagrante forjado se caracteriza pela criação de provas para forjar a prática de 
um crime inexistente. Aqui a ação da autoridade policial ou de um particular visa a simular um fato típico 
inexistente, com o objetivo de incriminar falsamente alguém. 
Ex: policial coloca/enxerta droga no interior do veículo de determinada pessoa para prendê-la pelo delito 
de tráfico ilícito de entorpecentes. 
Trata-se de hipótese de flagrante absolutamente nulo/ilegal, merecendo, pois, 
ser relaxado. Nesse caso, o único infrator será o agente forjador, que pratica o delito de denunciação 
caluniosa (art. 339 do CP), e, se for agente público, também abuso de autoridade (Lei 4.898/65). 
D) FLAGRANTE RETARDADO OU DIFERIDO OU AÇÃO CONTROLADA 
Caracteriza-se pela possibilidade de retardar o momento da prisão em flagrante, 
não obstante estar o delito em curso, justamente para buscar maiores informações ou provas contra 
pessoas envolvidas em organizações criminosas ou tráfico ilícito de entorpecentes. 
O flagrante retardado ou diferido funciona como autorização legal para que a 
prisão em flagrante seja retardada ou protelada para outro momento, que não aquele em que o agente 
está em situação de flagrância. Trata-se, pois, de uma autorização legal para que a autoridade policial e 
seus agentes, que, a princípio, teriam a obrigação de efetuar a prisão em flagrante (art. 301, 2ª parte, 
CPP), deixem de fazê-lo, visando a uma maior eficácia da investigação. 
Há previsão de ação controlada, com destaque ao flagrante retardado ou 
diferido, por exemplo no art. 53, II, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas) e art. 8º da Lei 12.850/2013 (Lei 
das Organizações Criminosas). 
Nos termos do artigo 53, II, da Lei 11.343/2006, a não atuação policial na prisão 
imediata em flagrante depende de autorização judicial e manifestação do MP. Essa autorização judicial está 
condicionada ao conhecimentodo itinerário provável e à identificação dos agentes do delito ou de 
colaboradores. 
Conforme o artigo 8º, § 1º, da Lei 12.850/2013, o retardamento da intervenção 
policial não exige prévia autorização judicial, mas mera comunicação ao juiz competente que, se for o 
caso, fixará os limites da atuação e comunicará ao MP. 
 
10 
 
10 
DIFERIDO/ 
RETARDADO 
ESPERADO espera a prática do delito para prender em flagrante. Prisão LEGAL. 
Cumpre no futuro 
PREPARADO/ 
PROVOCADO 
 
provoca, induz ou instiga 
 
 
Prisão ILEGAL 
 
Para aprofundar INVESTIGAÇÃO 
* artigo 53, inciso II, da Lei n. 11.343/2006; 
 
* artigo 8º da Lei 12.850/2013 (Lei das Organizações Criminosas). 
 
 
Súmula 145 STF. CRIME IMPOSSÍVEL (artigo 17 do CP) 
 
Prisão ILEGAL 
 
acusa INOCENTE 
 
FORJADO 
A Lei nº 9613/98, que trata da Lavagem de Dinheiro, também prevê o instituto 
da ação controlada no seu artigo 4º-B, sendo possível suspender a ordem de prisão poderá ser suspensa 
pelo juiz, com prévia manifestação do MP, quando a sua execução imediata puder comprometer as 
investigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
11 
2.4) PROCEDIMENTO PARA A LAVRATURA DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
Auto de prisão em flagrante é o documento elaborado, via de regra, sob a 
presidência da autoridade policial, contendo as formalidades que revestem a prisão em flagrante, tendo 
por objetivo precípuo retratar os fatos que ensejaram a restrição de liberdade do agente e, ainda, reunir os 
primeiros elementos de convicção acerca da infração penal que motivou a prisão. 
Uma vez preso em flagrante, por policial ou particular, o acusado deve ser 
conduzido à presença da autoridade policial. Se a autoridade policial considerar se tratar de situação de 
flagrância e que o fato constitui crime, determinará a lavratura do auto de prisão, incumbindo-lhe proceder 
da seguinte forma: 
a) oitiva do condutor: 
O condutor é a pessoa que levou o preso até a Delegacia de Polícia e o 
apresentou à autoridade policial. Pode ser policial ou qualquer pessoa. Embora na maioria das vezes o 
condutor seja quem procedeu à prisão, não precisa necessariamente ser o responsável pela detenção do 
suspeito. 
Ex: seguranças de determinada loja prendem em flagrante uma pessoa pela 
prática do delito de furto e acionam a polícia militar, que conduzem o preso à Delegacia de Polícia. Será 
um dos policiais, portanto, quem apresenta o preso ao delegado de polícia, figurando, assim, como 
condutor. 
b) oitiva de testemunhas: 
Em seguida, devem ser ouvidas as testemunhas que acompanharam o condutor, 
que, pelos arts. 304, caput, e 304, §1º, do CPP, devem ser, no mínimo, duas (referem-se a “testemunhas”, 
no plural). 
Não há vedação a que sirvam como testemunhas agentes policiais. 
A falta de testemunhas da infração não impedirá a lavratura do auto de prisão 
em flagrante, mas, nesse caso, com o condutor deverão assinar a peça pelo menos duas pessoas que 
tenham testemunhado a apresentação do preso à autoridade (art. 304, § 2º, do CPP). Considera-se, 
portanto, testemunha de apresentação aquelas que presenciaram o momento em que o condutor 
apresentou o preso à autoridade policial. 
 
 
12 
 
12 
c) Interrogatório do preso. 
O interrogatório deve observar as mesmas formalidades exigidas para o 
interrogatório judicial, previstas nos arts. 185 a 196 do CPP, dentre as quais se destaca a advertência ao 
preso do seu direito constitucional ao silêncio, sem que isso possa ser interpretado em seu desfavor (art. 
5º, LXIII, da CF1). 
d) Nota de culpa: 
Nos termos do artigo 306, § 1º e § 2º, do CPP, superadas essas etapas, cumpre 
à autoridade policial, em até 24 horas após a realização da prisão, encaminhar o auto de prisão em 
flagrante devidamente instruído ao juiz competente, bem como entregar ao preso, no mesmo prazo, 
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e 
os das testemunhas. 
Trata-se a nota de culpa de documento por meio do qual a autoridade policial 
cientifica o preso dos motivos de sua prisão, do nome do condutor e das testemunhas. 
Se não for entregue nota de culpa, o flagrante deve ser relaxado por falta de 
formalidade essencial. 
Além disso, a Lei 13.257/2016, incluiu o § 4º ao artigo 304, segundo o qual “Da 
lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, 
respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos 
cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.” 
2.5) GARANTIAS LEGAIS E CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
A) Da comunicação imediata ao juiz competente e ao Ministério Público 
De acordo com o artigo 306 do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família 
do preso ou à pessoa por ele indicada. 
 
1 Esse dispositivo é fundamental para qualquer interrogatório, seja na fase de investigação ou no curso da ação penal: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no 
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
 
 
13 
 
13 
O artigo 5º, LXII, da CF/88 dispõe que a prisão de qualquer pessoa e o local 
onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa 
por ele indicada. 
A ausência da comunicação imediata da prisão em flagrante ao juiz competente e 
ao Ministério Público torna a prisão ilegal, devendo, portanto, ser relaxada. 
B) Da comunicação imediata da prisão à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 
Nos termos do artigo 306 do CPP e artigo 5º, LXII e LXIII, da CF/88, cumpre à 
autoridade policial providenciar a comunicação imediata da prisão em flagrante à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada, garantindo-lhe, assim, a assistência da família. 
Essa comunicação tem por objetivo certificar familiares acerca da localização do 
preso, bem como viabilizar ao preso o apoio e a assistência da família. 
A comunicação à família ou à pessoa pelo preso indicada constitui direito 
subjetivo do flagrado. Se não for observada essa formalidade pela autoridade policial, a prisão em 
flagrante será ilegal, devendo, pois, ser relaxada. 
C) Da assistência de advogado ao preso 
Nos termos do artigo 5º, inciso LXIII, parte final, da Constituição Federal, o preso 
tem direito à assistência da família e de advogado. 
A presença de advogado não é imprescindível à lavratura do auto de prisão em 
flagrante. De outro lado, se o preso constituir/contratar advogado, não cabe, à evidência, à autoridade 
policial vedar a presença do advogado constituído nos atos que integram a lavratura do auto de prisão em 
flagrante, podendo o profissional acompanhar a oitiva do condutor, das testemunhas, bem como o 
interrogatório do flagrado. 
Se o flagrado não informar o nome do seu advogado, deverá a autoridade policial 
encaminhar, em até 24 horas, cópia integral do APF à Defensoria Pública, nos termos do artigo 306, § 1º, 
do Código de Processo Penal. 
Em síntese, a inobservância de qualquer dessas formalidades gera a ilegalidade 
da prisão em flagrante, devendo o juiz, ao receber os autos, deixar de homologar o auto de prisão em 
flagrante e determinar o relaxamento da prisão por ilegalidade formal.14 
 
14 
 
 
 
 
 
 
 
2.6) PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS AO RECEBER O AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE – Art. 310 
do CPP 
Ao receber o Auto de Prisão em Flagrante, o Juiz deverá adotar uma das 
providências previstas na nova redação do artigo 310 do CPP: 
A) 
B) 
C) 
 
Nesse sentido, num primeiro momento, o Magistrado deverá analisar o 
aspecto formal, a legalidade do auto de prisão em flagrante, bem como se há situação de flagrância, 
conforme as hipóteses do artigo 302 do CPP. Se observadas as formalidades, o Juiz homologa; na hipótese 
de alguma ilegalidade, seja formal ou material, o Juiz deverá relaxar a prisão em flagrante. 
Num segundo momento, uma vez homologado o auto de prisão em flagrante, o 
Juiz deverá verificar a necessidade de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva ou a 
concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança e a eventual imposição de medida cautelar diversa. 
Em sendo legal a prisão em flagrante, o juiz deve verificar se concederá a 
liberdade provisória ou se converterá a prisão em flagrante em prisão preventiva2. 
 
2 Antes da Lei nº 12.403/2011, o agente ficava preso em decorrência da prisão em flagrante. O Juiz simplesmente homologava o APF e 
mantinha a prisão em flagrante. Com a alteração, o juiz, se presentes os requisitos, deverá converter a prisão em flagrante em prisão 
GARANTIAS LEGAIS e CONSTITUCIONAIS DO PRESO 
COMUNICAÇÃO AO JUIZ (imediata) 
COMUNICAÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO 
COMUNICAÇÃO FAMÍLIA ou QUEM INDIQUE 
ACESSO A ADVOGADO (DPE se não indicar adv.) 
A falta é 
ilegal 
RELAXAR O FLAGRANTE 
CONVERTER A PRISÃO EM FLAGRANTE EM PRISÃO PREVENTIVA 
CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA (com ou sem fiança ou 
medidas cautelares) 
 
15 
 
15 
Convém ressaltar, por pertinente, que a prisão preventiva somente poderá ser 
decretada em substituição da prisão em flagrante se estiverem presentes os requisitos do art. 312 do CPP3 
E se não for suficiente outra medida diversa da prisão, bem como se presente uma das hipóteses do artigo 
313 do CPP. 
Assim, pela leitura do artigo 310, II, CPP, verifica-se que a prisão preventiva é 
a última ratio das medidas cautelares. Ela somente deve ser decretada quando todas as demais medidas 
cautelares se revelarem inadequadas e insuficientes para o caso concreto. Em outras palavras, a 
insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão (aquelas previstas no artigo 319 do CPP) passou a 
ser mais um requisito para o cabimento da prisão preventiva. 
Logo, por ser medida de caráter excepcional, o juiz somente poderá converter a 
prisão em flagrante em prisão preventiva se estiverem presentes os requisitos do artigo 312 e 313 do CPP. 
Em síntese: O juiz, ao receber o auto de prisão em flagrante, deverá, 
fundamentadamente, converter a prisão em flagrante em preventiva (inciso II, primeira parte), desde que: 
a) a prisão seja legal (inciso I); 
b) as medidas cautelares diversas da prisão se revelarem inadequadas ou insuficientes (inciso II, parte 
final); 
c) o agente não tenha praticado o fato ao amparo das causas de exclusão da ilicitude previstas no art. 23, 
do CP; 
d) estejam presentes os requisitos dos artigos 312 e 313 do CPP. 
Caso contrário, será concedida liberdade provisória (com ou sem fiança ou 
cautelar diversa da prisão). 
 
 
 
 
 
preventiva. Eis a razão do caráter precautelar da prisão em flagrante (pois dura até ser convertida em preventiva ou concedida a liberdade 
provisória). 
3 Garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal. 
Será estudado oportunamente. 
 
16 
 
16 
Questão 01 – XXVIII EXAME 
Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra indevida, acabou por atropelar 
uma vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da Polícia Militar, foi solicitado que Matheus 
realizasse exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela autoridade policial, 
que comparecera ao local, que ele seria obrigado a realizar o exame para verificar eventual prática 
também do crime previsto no Art. 306 da Lei nº 9.503/97. 
Diante da afirmativa da autoridade policial, Matheus, apesar de não desejar, viu-se obrigado a realizar o 
teste do bafômetro. Após conclusão do inquérito policial, com oitiva e representação da vítima, foi o feito 
encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a Matheus apenas a prática do crime 
do Art. 303, da Lei nº 9.503/97, prosseguindo as investigações com relação ao crime do Art. 306 do 
mesmo diploma legal. Ainda na exordial acusatória, foi requerida a decretação da prisão preventiva de 
Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, tendo em vista que ele seria reincidente específico, já que a 
única anotação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais, para além do presente processo, seria a 
condenação definitiva pela prática de outro crime de lesão corporal culposa praticada na direção de veículo 
automotor. No recebimento da denúncia, o juiz competente decretou a prisão preventiva. Considerando as 
informações narradas, na condição de advogado(a) de Matheus, responda aos itens a seguir. 
A) Poderia Matheus ter sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela autoridade 
policial, mesmo diante de sua recusa? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual requerimento deveria ser formulado, em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão do 
magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão de sua reincidência? Justifique. (Valor: 0,65) 
 
Questão 04 – XXII EXAME 
Diego e Júlio caminham pela rua, por volta das 21h, retornando para suas casas após mais um dia de aula 
na faculdade, quando são abordados por Marcos, que, mediante grave ameaça de morte e utilizando 
simulacro de arma de fogo, exige que ambos entreguem as mochilas e os celulares que carregavam. Após 
os fatos, Diego e Júlio comparecem em sede policial, narram o ocorrido e descrevem as características 
físicas do autor do crime. Por volta das 5h da manhã do dia seguinte, policiais militares em patrulhamento 
se deparam com Marcos nas proximidades do local do fato e verificam que ele possuía as mesmas 
características físicas do roubador. Todavia, não são encontrados com Marcos quaisquer dos bens 
subtraídos, nem o simulacro de arma de fogo. Ele é encaminhado para a Delegacia e, tendo-se verificado 
que era triplamente reincidente na prática de crimes patrimoniais, a autoridade policial liga para as 
residências de Diego e Júlio, que comparecem em sede policial e, em observância de todas as formalidades 
legais, realizam o reconhecimento de Marcos como responsável pelo assalto. O Delegado, então, lavra auto 
de prisão em flagrante em desfavor de Marcos, permanecendo este preso, e o indicia pela prática do crime 
previsto no Art. 157, caput, do Código Penal, por duas vezes, na forma do Art. 69 do Código Penal. Diante 
disso, Marcos liga para seu advogado para informar sua prisão. Este comparece, imediatamente, em sede 
 
17 
 
17 
policial, para acesso aos autos do procedimento originado do Auto de Prisão em Flagrante. Considerando 
apenas as informações narradas, na condição de advogado de Marcos, responda, de acordo com a 
jurisprudência dos Tribunais Superiores, aos itens a seguir. 
A) Qual requerimento deverá ser formulado, de imediato, em busca da liberdade de Marcos e sob qual 
fundamento? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Oferecida denúncia na forma do indiciamento,qual argumento de direito material poderá ser 
apresentado pela defesa para questionar a capitulação delitiva constante da nota de culpa, em busca de 
uma punição mais branda? Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não 
confere pontuação. 
 
Questão 02 - XII EXAME DE ORDEM 
Ricardo é delinquente conhecido em sua localidade, famoso por praticar delitos contra o patrimônio sem 
deixar rastros que pudessem incriminá-lo. Já cansando da impunidade, Wilson, policial e irmão de uma das 
vítimas de Ricardo, decide que irá empenhar todos os seus esforços na busca de uma maneira para 
prender, em flagrante, o facínora. 
Assim, durante meses, se faz passar por amigo de Ricardo e, com isso, ganhar a confiança deste. Certo 
dia, decidido que havia chegada a hora, pergunta se Ricardo poderia ajudá-lo na próxima empreitada. 
Wilson diz que elaborou um plano perfeito para assaltar uma casa lotérica e que bastaria ao amigo seguir 
as instruções. O plano era o seguinte: Wilson se faria passar por um cliente da casa lotérica e, percebendo 
o melhor momento, daria um sinal para que Ricardo entrasse no referido estabelecimento e anunciasse o 
assalto, ocasião em que o ajudaria a render as pessoas presentes. Confiante nas suas próprias habilidades 
e empolgado com as ideias dadas por Wilson, Ricardo aceita. No dia marcado por ambos, Ricardo, 
seguindo o roteiro traçado por Wilson, espera o sinal e, tão logo o recebe, entra na casa lotérica e anuncia 
o assalto. Todavia, é surpreendido ao constatar que tanto Wilson quanto todos os “clientes” presentes na 
casa lotérica eram policiais disfarçados. Ricardo acaba sendo preso em flagrante, sob os aplausos da 
comunidade e dos demais policiais, contentes pelo sucesso do flagrante. Levado à delegacia, o delegado 
de plantão imputa a Ricardo a prática do delito de roubo na modalidade tentada. 
Nesse sentido, atento tão somente às informações contidas no enunciado, responda justificadamente: 
A) Qual a espécie de flagrante sofrido por Ricardo? (Valor: 0,80) 
B) Qual é a melhor tese defensiva aplicável à situação de Ricardo relativamente à sua responsabilidade 
Jurídico penal? (Valor: 0,45) 
 
 
 
18 
 
18 
PEÇA: 
 RELAXAMENTO DA PRISÃO 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO ILEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
2.7) PEÇAS PRÁTICAS NO CONTEXTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
2.7.1) RELAXAMENTO DA PRISÃO 
I) BASE LEGAL 
 
 
II) IDENTIFICAÇÃO 
O pedido de relaxamento de prisão guarda relação com PRISÃO ILEGAL. 
 
III) CONTEÚDO 
A prisão ilegal pode decorrer de ilegalidade formal e/ou material. 
A) ILEGALIDADE FORMAL 
Ocorre quando o auto de prisão em flagrante não observou as formalidades 
procedimentais previstas no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos do art. 5º da Constituição Federal, 
notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV. 
As ilegalidades formais podem ocorrer durante ou depois da lavratura do auto de 
prisão em flagrante. 
RELAXAMENTO DA PRISÃO PRISÃO ILEGAL 
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 5º, LXV da CF/88 
 
19 
 
19 
Além da inobservância das formalidades no art. 304 e 306 do CPP e dos incisos 
do art. 5º da Constituição Federal, notadamente LXI, LXII, LXIII, LXIV, pode incidir a ilegalidade pelo 
excesso de prazo da prisão, como, por exemplo, na conclusão do inquérito policial além do prazo previsto 
em lei, sem justificativa plausível ou, ainda, não oferecimento da denúncia de réu preso (prazo 05 dias). 
 
 
 
 
 
 
 
 
B) ILEGALIDADE MATERIAL 
Além das formalidades legais e constitucionais para a lavratura do APF, devem 
estar presentes situações autorizadoras da prisão em flagrante. 
Nesse sentido, se a prisão realizada não se enquadra em nenhuma das hipóteses 
do artigo 302 do CPP, a prisão será materialmente ilegal. Em outras palavras, se não estiver configurada 
nenhuma das hipóteses de flagrância, a prisão é ilegal. 
Assim, em tese, a ilegalidade da prisão em flagrante, na forma material, ocorre 
invariavelmente antes do início da lavratura do auto de prisão em flagrante. 
 
 
 
 
 
ALGUMAS ILEGALIDADES FORMAIS 
* Inobservância das formalidades legais e constitucionais na lavratura do APF. 
* Não comunicação imediata da prisão à autoridade judiciária. 
* Não comunicação imediata ao Ministério Público 
* Não encaminhamento do APF à Defensoria Pública, quando o autuado não informa 
nome de advogado. 
* Não entrega da nota de culpa no prazo de 24 horas. 
* Não viabilizar assistência de advogado. 
* Não comunicação imediata à família. 
* Falta de representação do ofendido, sendo hipótese de prisão decorrente de crime de 
ação penal pública condicionada à representação. 
* Ausência de requerimento da vítima na hipótese de prisão em flagrante por crime de 
ação penal privada; 
* Inversão da ordem de oitiva prevista no artigo 304 do CPP. 
* Falta de laudo de constatação da natureza da substância entorpecente (art. 50, §1º, 
da Lei 11.343/2006) 
ALGUMAS ILEGALIDADES MATERIAIS 
* Preso sem estar em situação de flagrância (artigo 302 do CPP) 
* Flagrante preparado/provocado – Súmula 145 do STF 
* Flagrante forjado 
* Preso por fato atípico 
 
20 
 
20 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI 
DA COMARCA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA...... (SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL) 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA DE......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº 
Fulano de Tal, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., por seu procurador infra-assinado, com procuração em 
anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o RELAXAMENTO DA PRISÃO 
EM FLAGRANTE, com base no art. 310, inciso I, Código de Processo Penal e art. 5º, LXV da 
Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos 
I) DOS FATOS4 
II) DO DIREITO5 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) o RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE, a fim de que possa 
responder a eventual processo em liberdade; 
b) a expedição do respectivo alvará de soltura; 
c) vista ao Ministério Público6. 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
Local..., data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
4 Fazer um breve relato dos fatos. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
5 Buscar no enunciado informações que permitam desenvolver teses voltadas à ilegalidade formal e/ou material. 
6 Alguns autores consideram desnecessária vista ao MP. Por cautela, até porque não há notícia de que ensejaria perda de 
pontos, pode-se adicionar o pedido de vista ao MP. 
 
21 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAÇA VOCÊ MESMO! 
 
Para exercitar a peça acima, 
consulte o material disponível na 
pasta “Exercitando Peças”, 
constante no Sistema EAD. O 
enunciado correspondente está 
na apostila “caderno de peças – 
para resolver”, na pág. 95. Já a 
resolução consta na apostila 
“caderno de peças - padrão de 
respostas”, na pág. 109 e 
seguintes. 
Após realizar a peça, assista à 
respectiva aula de estruturação! 
 
22 
 
22 
2.7.2) LIBERDADE PROVISÓRIA 
I) CONSIDERAÇÕESGERAIS 
Entende-se por liberdade provisória o instituto destinado a conferir ao acusado o 
direito de responder ao processo em liberdade, mediante o cumprimento ou não de determinadas 
condições. 
Nas palavras de Avena, com o advento da Lei 11.719/2008, modificada a redação 
do art. 408 (que restou substituído pelo atual art. 413) e revogado o art. 594, ficou o instituto da liberdade 
provisória limitado à prisão em flagrante.7 
Esse também é o entendimento de Nucci8, segundo o qual “a liberdade 
provisória, com ou sem fiança, é um instituto compatível com a prisão em flagrante, mas não com a prisão 
preventiva ou temporária. Nessas duas últimas hipóteses, vislumbrando não mais estarem presentes os 
requisitos que a determinam, o melhor a fazer é revogar a custódia cautelar, mas não colocar o réu em 
liberdade provisória, que implica sempre o respeito a determinadas condições”. 
A liberdade provisória está prevista no artigo 310, inciso III, do CPP, segundo o 
qual ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz poderá, fundamentadamente, conceder a liberdade 
provisória, com ou sem fiança. Está prevista ainda no art. 5º, LXVI, da CF/88, ninguém será levado à 
prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Além disso, o artigo 321 do CPP dispõe que, ausentes os requisitos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for 
o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP e observados os critérios constantes do art. 
282 do CPP. 
Segundo Lopes Júnior, a liberdade provisória é disposta como uma medida 
cautelar (na verdade, uma contracautela), alternativa à prisão preventiva, nos termos do art. 310, III, do 
CPP. No sistema brasileiro, situa-se após a prisão em flagrante e antes da prisão preventiva, como medida 
impeditiva da prisão cautelar [...] É a liberdade provisória uma forma de evitar que o agente preso em 
flagrante tenha sua detenção convertida em preventiva.9 
 
 
 
77 AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. São Paulo: Método. 2013. p. 973. 
88 NUCCI, Guilherme Souza. Código de Processo Penal Comentado. São Paulo: RT. 2016, p. 785. 
9 LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 9ª ed. São Paulo: Saraiva. 2016, p. 703. 
 
23 
 
23 
PEÇA: 
 LIBERDADE PROVISÓRIA 
PALAVRA MÁGICA: 
PRISÃO FLAGRANTE 
LEGAL 
PAROU! 
PEDIU PRA PARAR 
II) BASE LEGAL 
 
 
III) IDENTIFICAÇÃO 
Cabe pedido de liberdade provisória nas hipóteses de prisão flagrante legal. 
 
 
 
 
 
 
IV) CONTEÚDO 
Se a prisão em flagrante se revestir de legalidade, pode o magistrado conceder a 
liberdade provisória sem nenhuma restrição, ou, ao contrário, impor ao agente a prestação de fiança e/ou 
outra medida cautelar diversa da prisão. 
Nos crimes afiançáveis, ausentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva, 
é possível a concessão da liberdade provisória com fiança. 
Convém registrar, por pertinente, que há crimes inafiançáveis, tais como os 
crimes de racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo, crimes hediondos, 
bem como crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o 
Estado Democrático. É o que se extrai do artigo 323 do CPP e art. 5º, XLII e XLIII, CF/88. Nesses casos, se 
ausentes os requisitos da prisão preventiva, será possível a concessão da liberdade provisória vinculada a 
fixação de uma medida cautelar diversa da prisão, salvo a fiança. Eis as hipóteses de liberdade provisória 
sem fiança: 
 
 
BASE LEGAL: art. 310, inciso III, CPP, art. 321 do CPP e art. 5º, LXVI 
da CF/88 
 
24 
 
24 
A) AUSÊNCIA DOS FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA (ART. 321 DO CPP) 
Nos termos do artigo 321 do CPP, ausentes os requisitos da prisão preventiva, o 
juiz deverá conceder a liberdade provisória, sendo-lhe facultado, com a observância dos critérios da 
necessidade e da adequação previstos no art. 282 do CPP, exigir a prestação de fiança com a finalidade de 
assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de 
resistência injustificada à ordem judicial, bem como aplicar outras medidas cautelares diversas da prisão 
previstas no art. 319 do CPP. 
Se o crime for inafiançável racismo, tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins, terrorismo, crimes hediondos, bem como crimes cometidos por grupos armados, civis ou 
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático (artigo 323 do CPP e art. 5º, XLII e XLIII, 
CF/88), busca-se a liberdade provisória, com pedido subsidiário de fixação de medida cautelar diversa da 
prisão. 
B) QUANDO HOUVER INDICATIVOS DE QUE O AGENTE PRATICOU A INFRAÇÃO PENAL 
ABRIGADO POR EXCLUDENTES DE ILICITUDE (ART. 310, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP) 
Trata-se da hipótese em que os elementos constantes no auto de prisão em 
flagrante indicam ter o agente praticado o fato em situação de legítima defesa, estado de necessidade, 
exercício regular do direito ou estrito cumprimento do dever legal. 
Nesses casos, deverá o juiz conceder a liberdade provisória ao agente, 
independentemente se o fato praticado caracteriza delito afiançável ou inafiançável. 
Embora não esteja previsto no artigo 310, parágrafo único, do CPP, parte da 
doutrina entende possível a concessão da liberdade provisória nas hipóteses de excludente de 
culpabilidade (embriaguez acidental completa, coação moral irresistível, erro de proibição, etc), uma vez 
que, ao final, o agente não será privado de liberdade. 
QUESTÃO 4 – XXIV EXAME 
Pablo, que possui quatro condenações pela prática de crimes com violência ou grave ameaça à pessoa, 
estava no quintal de sua residência brincando com seu filho, quando ingressa em seu terreno um cachorro 
sem coleira. O animal adota um comportamento agressivo e começa a tentar atacar a criança de 05 anos, 
que brincava no quintal com o pai. Diante disso, Pablo pega um pedaço de pau que estava no chão e 
desfere forte golpe na cabeça no cachorro, vindo o animal a falecer. No momento seguinte, chega ao local 
o dono do cachorro, que, inconformado com a morte deste, chama a polícia, que realiza a prisão em 
flagrante de Pablo pela prática do crime do Art. 32 da Lei nº 9.605/98. Os fatos acima descritos são 
integralmente confirmados no inquérito pelas testemunhas. Considerando que Pablo é multirreincidente na 
 
25 
 
25 
prática de crimes graves, o Ministério Público se manifesta pela conversão do flagrante em preventiva, 
afirmando o risco à ordem pública pela reiteração delitiva. Considerando as informações narradas, na 
condição de advogado(a) de Pablo, que deverá se manifestar antes da decisão do magistrado quanto ao 
requerimento do Ministério Público, responda aos itens a seguir. 
 A) Qual pedido deverá ser formulado pela defesa de Pablo para evitar o acolhimento da manifestação pela 
conversão da prisão em flagrante em preventiva? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Sendo oferecida denúncia, qual argumento de direito material poderá ser apresentado em busca da 
absolvição de Pablo? Justifique. (Valor: 0,65) 
C) QUANDO, EMBORA AFIANÇÁVEL O CRIME, NÃO POSSUI O FLAGRADO CONDIÇÕES 
ECONÔMICAS PARA PEGAR A FIANÇA (ART. 350 DO CPP) 
V) LIBERDADE PROVISÓRIA X TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES 
A jurisprudência e a doutrina oscilavam em relação ao artigo 44 da Lei 
11.343/2006, que veda a concessão de liberdade provisória no crime de tráfico ilícito de entorpecentes. 
Todavia, o STF, no julgamento do HC 104.339/SP, considerou inconstitucional o 
disposto no artigo 44 da Lei 11.343/2006 também na parte que veda a concessão da liberdade provisória,sob o fundamento de que o dispositivo viola o princípio da presunção da inocência e da dignidade da 
pessoa humana, bem como que a Lei 11.464/2007, ao excluir dos crimes hediondos e equiparados a 
vedação à liberdade provisória, sendo posterior à Lei de Drogas, revogou, tacitamente, o artigo 44 desta 
Lei, que proibia o benefício ao crime de tráfico de drogas. 
Assim, é possível conceder a liberdade provisória ao agente preso em flagrante 
pelo delito de tráfico ilícito de entorpecentes, desde que ausentes os requisitos que autorizam a decretação 
da prisão preventiva. 
 
 
 
 
 
 
Inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei n. 11.343/2006 na parte que veda a concessão da 
liberdade provisória 
Ofensa ao princípio da presunção da inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da CF/88. 
Ofensa ao princípio da dignidade da pessoa humana, previsto no artigo 1º, inciso III, da CF/88. 
.. 
 
Ofensa ao princípio do devido processo legal, previsto no artigo 5º, inciso LIV, da CF/88. 
 
26 
 
26 
QUESTÃO 4 - XVI EXAME 
Wesley, estudante, foi preso em flagrante no dia 03 de março de 2015 porque conduzia um veículo 
automotor que sabia ser produto de crime pretérito registrado em Delegacia da área em que residia. Na 
data dos fatos, Wesley tinha 20 anos, era primário, mas existia um processo criminal em curso em seu 
desfavor, pela suposta prática de um crime de furto qualificado. Diante dessa anotação em sua Folha de 
Antecedentes Criminais, a autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em 
preventiva, afirmando que existiria risco concreto para a ordem pública, pois o indiciado possuía outros 
envolvimentos com o aparato judicial. Você, como advogado(a) indicado por Wesley, é comunicado da 
ocorrência da prisão em flagrante, além de tomar conhecimento da representação formulada pelo 
Delegado. Da mesma forma, o comunicado de prisão já foi encaminhado para o Ministério Público e para o 
magistrado, sendo todas as legalidades da prisão em flagrante observadas. Considerando as informações 
narradas, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a medida processual, diferente de habeas corpus, a ser adotada pela defesa técnica de Wesley? 
(Valor: 0,50) 
B) A representação da autoridade policial foi elaborada de modo adequado? (Valor: 0,75) 
Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal 
pertinente ao caso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
27 
ESTRUTURA LIBERDADE PROVISÓRIA 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DA COMARCA......(SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DA 
SEÇÃO JUDICIÁRIA.......(SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 10 
C) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI 
DA COMARCA......(SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
D) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ...VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO 
TRIBUNAL DO JÚRI DA SEÇÃO JUDICIÁRIA......(SE CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA DA COMPETÊNCIA 
DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Autos nº... 
 
Fulano de Tal, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG nº..., 
endereço eletrônico..., residente e domiciliado..., por seu procurador infra-assinado, com procuração em 
anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a LIBERDADE PROVISÓRIA, 
com base no art. 310, inciso III, do Código de Processo Penal, art. 321 do Código de Processo 
Penal, e art. 5º, LXVI, da Constituição Federal/88, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir 
expostos 
I) DOS FATOS11 
II) DO DIREITO12 
* Fazer referência, se for o caso, a fiança e/ou medidas cautelares diversas da prisão previstas no artigo 
319 e 320 do CPP.13 
 
10 Competência da Justiça Federal – Ver art. 109 da CF/88. 
11 Narrar os fatos, fazendo um breve relato. Não inventar dados. Relatar como ocorreu a prisão. 
12 Ausência dos requisitos da prisão preventiva (art. 321 CPP) e/ou hipótese de excludente de ilicitude (art. 310, 
parágrafo único, CPP), presunção da inocência (art. 5º, LVII, CF/88) 
13 Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades 
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações 
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou 
instrução; 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e 
trabalho fixos; 
 VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver 
justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; 
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os 
peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 
 
28 
 
28 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA, a fim de que possa responder 
a eventual processo em liberdade; 
b) a expedição do respectivo alvará de soltura; 
c) fixação de fiança14 e/ou medida cautelar diversa da prisão15; 
d) vista ao Ministério Público. 
 
Nestes termos, 
pede deferimento. 
 
Local... e data... 
 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do 
seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; 
IX - monitoração eletrônica. 
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com 
outras medidas cautelares. 
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as 
saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas. 
14 Se o crime for afiançável. 
15 Extrair do enunciado a mais adequada ao caso concreto. 
 
29 
 
29 
 
Em síntese: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando não for caso de conversão da prisão em flagrante em 
preventiva 
Formal ou material 
ma 
 
ou material 
Ausência dos requisitos preventiva – art. 321 CPP e 
excludentes ilicitude – art. 310, parágrafo único do CPP 
Medidas cautelares – art. 319 do CPP 
FLAGRANTE 
DELITO 
PRISÃO 
LEGAL 
PRISÃO 
ILEGAL 
LIBERDADE 
PROVISÓRIA 
Se indeferido, 
HABEAS 
CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
RELAXAMENTO 
DA 
PRISÃO 
 
Se indeferido, 
HABEAS CORPUS 
 
Se denegado, 
ROC 
 
3030 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAÇA VOCÊ MESMO! 
 
Para exercitar a peça acima, 
consulte o material disponível na 
pasta “Exercitando Peças”, 
constante no Sistema EAD. O 
enunciado correspondente está 
na apostila “caderno de peças – 
para resolver”, na pág. 101. Já a 
resolução consta na apostila 
“caderno de peças - padrão de 
respostas”, na pág. 113 e 
seguintes. 
Após realizar a peça, assista à 
respectiva aula de estruturação! 
 
31 
 
31 
3) PRISÃO PREVENTIVA: Revogação da prisão preventiva 
3.1) CONCEITO 
Trata-se de modalidade de prisão processual decretada exclusivamente por juiz 
competente quando presentes os pressupostos e as hipóteses previstas em lei (arts. 312 e 313 do CPP). 
Possui natureza cautelar, uma vez que visa a tutela da sociedade, da investigação 
criminal e garantir a aplicação da pena. Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a coexistência do 
 
Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que constitui direito e garantia 
fundamental do cidadão, a possibilidade de decretação da prisão preventiva encontra embasamento também 
no artigo 5º, especificamente no inciso LXI, da Constituição Federal, que permite a prisão provisória, antes 
do trânsito em julgado da sentença condenatória, desde que precedida de ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente. Em síntese, somente é possível decretar a prisão 
preventiva 
 
 
Conforme dispõe o art. 283, §2º, do CPP, a prisão poderá ser efetuada em 
qualquer dia e a qualquer hora, respeitada a garantia fundamental da inviolabilidade do domicílio, prevista 
no artigo 5º, inciso XI, da Constituição Federal, segundo o qual salvo na hipótese de prisão em flagrante, a 
prisão somente pode ser efetivada mediante ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária 
competente. 
De acordo com o artigo 293 do CPP, durante o período noturno, no caso de 
prisão preventiva e temporária, em que se exige mandado de prisão expedido por juiz competente, é 
vedado à autoridade policial ingressar em domicílio alheio para efetivar a prisão do suspeito. Todavia, 
nesse caso, se o morador consentir com o ingresso no seu domicílio, a autoridade policial poderá efetivar a 
prisão. 
Durante o período noturno, se o morador não permitir o ingresso no seu 
domicílio, a autoridade policial deverá aguardar o amanhecer, com os primeiros raios solares, para invadir, 
com ou sem consentimento do morador, a residência e aí sim efetivar a prisão. Se invadir sem permissão 
do morador, a prisão será ilegal, devendo ser relaxada. 
“por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente”. 
fumus bonis iuris (ou fumus comissi delicti) e do periculum in mora (ou periculum libertatis). 
 
Necessita de Mandado 
 
32 
 
32 
O mandado de prisão deverá preencher os requisitos do artigo 285, parágrafo 
único, do CPP. 
3.2) LEGITIMAÇÃO 
Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, CF/88, no sentido de que ninguém será 
preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei, resta 
claro que a prisão preventiva somente pode ser decretada por ordem judicial. 
Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a investigação criminal ou ação penal, a 
prisão preventiva, que deve ser cumprida mediante a expedição do respectivo mandado. A prisão preventiva 
pode ser decretada em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal. 
Conforme se extrai do artigo 311 do CPP, durante a investigação policial, o juiz não 
pode decretar a prisão preventiva de ofício, mas apenas a requerimento do Ministério Público ou 
representação da autoridade policial. 
Durante a ação penal, a decretação da prisão preventiva pode ser decretada de 
ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente de acusação, ou 
representação da autoridade policial. 
Se, na fase de investigação, o juiz decretar de ofício, a prisão preventiva será 
ilegal, sendo, nesse caso, cabível relaxamento de prisão. 
3.3) PRESSUPOSTOS 
Nos termos da parte final do artigo 312 do CPP, a prisão preventiva somente é 
possível, se, no caso concreto, houver indícios suficientes de autoria e prova da materialidade: 
 
Como o dispositivo se refere expressamente a “crime”, forçoso concluir que não 
cabe prisão preventiva nas contravenções penais. 
 
 
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3.4) FUNDAMENTOS DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 312 
De acordo com o artigo 312 do CPP, a prisão preventiva pode ser decretada 
como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, para 
assegurar a aplicação da lei penal ou em caso de descumprimento das obrigações impostas por força de 
outras medidas cautelares. 
a) Garantia da ordem pública 
A prisão preventiva para garantia da ordem pública somente deve ocorrer em 
hipóteses de crimes que se revestem de especial gravidade no caso concreto, seja pela pena prevista, seja, 
sobretudo, pelos meios de execução utilizados. Cabe, ainda, prisão preventiva para garantia da ordem 
pública diante do risco de reiteradas investidas criminosas e quando presente situação de comprovada 
intranquilidade coletiva no seio social ou de uma determinada comunidade. 
A gravidade em abstrato do crime não autoriza a prisão preventiva. O juiz deve 
analisar a gravidade de acordo com as circunstâncias do caso concreto. Se não fosse assim, todo crime de 
homicídio ou de roubo, por serem abstratamente graves, autorizariam a prisão preventiva compulsória. 
 
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Em suma: a gravidade em concreto que autoriza a prisão preventiva é aquela 
revelada não só pela pena abstratamente prevista para o crime, mas também pelos meios de execução, 
quando a perversidade e o desprezo pelo bem jurídico atingido reclamarem medidas imediatas para 
assegurar a ordem pública, decretando-se a prisão preventiva. Diante disso, a gravidade em abstrato não 
constitui motivo idôneo a embasar um decreto de preventiva, devendo o Magistrado fundamentar sua 
decisão, nos termos do artigo 93, IX, da CF/88, art. 5º, LXI, da CF/88, bem como artigo 315 do CPP. 
Embora os tribunais superiores utilizem, em determinadas decisões, a 
expressão revogação da prisão preventiva, a FGV, no exame de 2010/03 e XIV Exame, sinalizou no sentido 
de considerar, nesse caso, a ilegalidade de prisão, na medida em que, após constar no enunciado que o 
juiz decretou a prisão preventiva considerando a gravidade em abstrato do crime, no padrão de resposta 
da prova de 2010/03 constou a expressão “Ilegalidade na decretação da prisão preventiva”. No XIV 
Exame, após constar no enunciado que “Cristiano foi denunciado pela prática do delito tipificado no Art. 
171, do Código Penal. No curso da instrução criminal, o magistrado que presidia o feito decretou a prisão 
preventiva do réu, com o intuito de garantir a ordem pública, “já que o crime causou grave comoção 
social, além de tratar-se de um crime grave, que coloca em risco a integridade social, configurando 
conduta inadequada ao meio social.”, a questão seguiu com a seguinte redação, “O advogado de Cristiano, 
inconformado com a fundamentação da medida constritiva de liberdade, impetrou Habeas Corpus perante o Tribunal 
de Justiça, no intuito de relaxar tal prisão, já que a considerava ilegal”. 
Ressalta-se, por pertinente, que o clamor público, por si só, não autoriza o 
decreto da prisão preventiva, servindo como uma referência adicional para o exame da necessidade da 
custódia cautelar, devendo, portanto, estar acompanhado de situação concreta excepcional, que justifique 
a prisão processual. 
b) Conveniênciada instrução criminal 
É empregada quando houver risco efetivo para a instrução criminal e não meras 
suspeitas ou presunções. Ou seja, simples receio ou medo da vítima ou testemunha em relação ao 
acusado, não autoriza o decreto da prisão preventiva. 
Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência da instrução 
criminal quando se pretende interrogar ou compelir o acusado a participar de algum ato probatório 
(acareação, reconstituição ou reconhecimento), sobretudo pela violação ao direito ao silêncio. 
Se a prisão preventiva foi decretada exclusivamente com base na conveniência da 
instrução criminal, uma vez encerrada a instrução, não há mais motivo para subsistir o decreto, impondo-se, 
então, a revogação, conforme se infere dos arts. 316 e 282, § 5º, ambos do CPP. Do contrário, passa a 
preventiva a se constituir uma forma de execução antecipada de pena, configurando constrangimento ilegal. 
 
35 
 
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c) Garantia da aplicação da lei penal 
Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar ao 
Estado o exercício do seu direito de punir, aplicando a sanção devida a quem é considerado autor da 
infração penal. 
É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a sentença 
penal por impossibilidade de aplicação da pena cominada. 
Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado em 
circunstâncias concretas. Logo, não havendo nenhum elemento concreto, mas mera suspeita de fuga, não 
há motivo suficiente para o decreto da prisão preventiva. 
 
 
 
d) Garantia de ordem econômica 
Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão preventiva, impedir que o 
agente, causador de seriíssimo abalo à situação econômico-financeira de uma instituição financeira ou 
mesmo de órgão do Estado, permaneça em liberdade, demonstrando à sociedade a impunidade reinante 
nessa área. 
Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos demais delinquentes comuns, 
na medida em que o desfalque em uma instituição financeira pode gerar maior repercussão na vida das 
pessoas, do que um simples roubo contra um indivíduo qualquer. 
 
 
36 
 
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e) Descumprimento de obrigações impostas por força de outras medidas cautelares 
Nos termos do art. 312, parágrafo único, do CPP, a prisão preventiva também 
poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de 
outras medidas cautelares (art. 319 do CPP), conforme art. 282, § 4º, do CPP. 
Nesse caso, é imprescindível que o juiz atente para a proporcionalidade, devendo 
sempre priorizar a cumulação de medidas cautelares ou adoção de outra mais grave, optando pela prisão 
preventiva em último caso. 
Em síntese, o Juiz deve priorizar a aplicação de medida cautelar diversa da prisão 
caso entenda adequada e suficiente diante do caso concreto. Ex: Suponha que o juiz determine a proibição 
do acusado de estabelecer contato com pessoa determinada (art. 319, III, CPP) e ele descumpre a 
medida. Nesse caso, o juiz deve, primeiro, optar por substituir a medida ou aplicar outra em cumulação, 
para só então, se persistir o descumprimento, decretar a preventiva, conforme dispõe o art. 312, parágrafo 
único, c/c o art. 282, § 4º, CPP. 
 
3.5) CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA – Art. 313 
Não se mostra suficiente a presença de um dos fundamentos da prisão preventiva, 
devendo, além disso, ser decretada somente em determinadas espécies de infração penal ou sob certas 
circunstâncias. Trata-se das condições de admissibilidade previstas no artigo 313 do CPP. 
 
 
Nos termos desse inciso, somente é cabível a prisão preventiva para os crimes 
dolosos com pena máxima, privativa de liberdade, superior a quatro anos. 
O limite de 04 anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado 
definitivamente, o agente poderá, se preenchidos os requisitos do artigo 44 do Código Penal, ter substituída 
sua pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Nesse sentido, se condenado o agente não irá, a 
A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR 
A 4 (QUATRO) ANOS: 
 
37 
 
37 
princípio, para prisão, com muito mais razão não poderá ser mantido preso quando incide a seu favor a 
presunção da inocência. 
Além disso, se condenado a pena não superior a 04 anos, o agente poderá cumprir 
a pena privativa de liberdade em regime aberto, podendo sair para trabalhar durante o dia e retornar ao 
cárcere à noite. 
São inúmeros os crimes que, em razão deste inciso, não comportam prisão 
preventiva, tais como furto simples (art. 155 CP), apropriação indébita (art. 168 CP), receptação simples 
(art. 180 CP), descaminho (Art. 334 do CP), dentre outros. 
No caso de concurso material de crimes, somam-se as penas para fins de prisão 
preventiva. Nos casos de concurso formal de crimes e crime continuado, considera-se a causa de aumento 
no máximo e a de diminuição no mínimo. Em qualquer caso, se a pena máxima for superior a 04 anos, 
poderá, em tese, ser decretada a prisão preventiva. 
Tratando-se de causas de aumento de pena e de diminuição da pena, deve-se 
considerar a quantidade que mais aumente ou que menos diminua, respectivamente, a fim de se chegar a 
pena máxima cominada ao delito. 
Ex1: Furto noturno, previsto no artigo 155, § 1º, CP, a pena é aumentada em 1/3. 
O furto simples não autoriza o decreto da prisão preventiva, pois a pena máxima cominada é de 04 anos. 
Todavia, se for praticado durante repouso noturno, a pena é aumentada em 1/3, superando os 04 anos e, 
por conseguinte, autorizando o decreto da prisão preventiva. 
Ex2: Tentativa de estelionato. Conforme o artigo 171 do CP, a pena máxima 
cominada ao delito de estelionato é de 05 anos. Na hipótese de tentativa de estelionato, esta pena poderá 
ser reduzida de 1/3 a 2/3, conforme dispõe o art. 14, parágrafo único, do Código Penal. Se aplicada sobre a 
pena de 05 anos a redução mínima (1/3), a pena resultará em 03 anos e 04 meses, quantidade, portanto, 
incompatível com o disposto no artigo 313, inciso I, do CPP, o decreto da prisão preventiva. 
Assim, se uma pessoa primária está sendo processada por crime cuja pena 
máxima não excede 4 anos, descabe inicialmente a prisão preventiva, ainda que existam provas de que ela, 
por exemplo, está ameaçando testemunhas, podendo, nesse caso, ser aplicada uma das medidas cautelares 
previstas no art. 319 CPP. Somente se descumprida a medida cautelar, pode-se aventar a possibilidade de 
decreto da preventiva, com base no artigo 282, § 4º, c/c art. 312, parágrafo único, CPP. 
 
 
38 
 
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Trata-se da hipótese do réu reincidente em crime doloso. Nesse sentido, ainda que 
se trate de crime com pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser decretada a prisão preventiva se 
o réu for reincidente em crime doloso, desde que presente um dos fundamentos do art. 312 do CPP. 
Convém ressaltar que, se for reincidente, mas não em crime doloso (registra 
contra si sentença condenatória transitada em julgado por crime culposo e depois pratica crime doloso), 
somente será possível decretar a prisão preventiva se a pena máxima cominada ao delito superar 04 
(quatro) anos, se previsto um dos fundamentos do artigo 312 do CPP. 
 
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e familiar contra 
a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência. 
Além das medidas protetivas previstas na Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), a 
nova redação do artigo 313 do CPP incluiu os casos de violência doméstica, não só em relação à mulher, 
mas à criança, adolescente, idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência.Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria 
da Penha), arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003), e arts. 98 a 101 do ECA (Lei 8069/90). 
Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada apenas para 
garantir a execução das medidas protetivas de urgência, indicando, assim, a necessidade de imposição 
anterior das cautelares protetivas de urgência. 
 
 
 
 
 
 
C) SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER, CRIANÇA, 
ADOLESCENTE, IDOSO, ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PARA GARANTIR A 
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
B) SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO ANTERIOR DEFINITIVA POR OUTRO CRIME DOLOSO NO 
PRAZO DE 05 ANOS DA REINCIDÊNCIA 
 
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Questão 01 - XXVIII Exame 
Matheus conduzia seu automóvel em alta velocidade. Em razão de manobra indevida, acabou por atropelar uma 
vítima, causando-lhe lesões corporais. Com a chegada da Polícia Militar, foi solicitado que Matheus realizasse 
exame de etilômetro (bafômetro); diante de sua recusa, foi informado pela autoridade policial, que 
comparecera ao local, que ele seria obrigado a realizar o exame para verificar eventual prática também do 
crime previsto no Art. 306 da Lei nº 9.503/97. Diante da afirmativa da autoridade policial, Matheus, apesar de 
não desejar, viu-se obrigado a realizar o teste do bafômetro. Após conclusão do inquérito policial, com oitiva e 
representação da vítima, foi o feito encaminhado ao Ministério Público, que ofereceu denúncia imputando a 
Matheus apenas a prática do crime do Art. 303, da Lei nº 9.503/97, prosseguindo as investigações com relação 
ao crime do Art. 306 do mesmo diploma legal. Ainda na exordial acusatória, foi requerida a decretação da 
prisão preventiva de Matheus, pelo risco de reiteração delitiva, tendo em vista que ele seria reincidente 
específico, já que a única anotação constante de sua Folha de Antecedentes Criminais, para além do presente 
processo, seria a condenação definitiva pela prática de outro crime de lesão corporal culposa praticada na 
direção de veículo automotor. No recebimento da denúncia, o juiz competente decretou a prisão preventiva. 
Considerando as informações narradas, na condição de advogado(a) de Matheus, responda aos itens a seguir. 
A) Poderia Matheus ter sido obrigado a realizar o teste de bafômetro, conforme informado pela autoridade 
policial, mesmo diante de sua recusa? Justifique. (Valor: 0,60) 
B) Qual requerimento deveria ser formulado, em busca da liberdade de Matheus, diante da decisão do 
magistrado, que decretou sua prisão preventiva em razão de sua reincidência? Justifique. (Valor: 0,65) Obs.: 
o(a) examinando(a) deve fundamentar as respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Questão 01 – XX EXAME DA OAB 
Fausto, ao completar 18 anos de idade, mesmo sem ser habilitado legalmente, resolveu sair com o carro do seu 
genitor sem o conhecimento do mesmo. No cruzamento de uma avenida de intenso movimento, não tendo 
atentado para a sinalização existente, veio a atropelar Lídia e suas 05 filhas adolescentes, que estavam na 
calçada, causando-lhes diversas lesões que acarretaram a morte das seis. Denunciado pela prática de seis 
crimes do Art. 302, § 1º, incisos I e II, da Lei nº 9503/97, foi condenado nos termos do pedido inicial, ficando a 
pena final acomodada em 04 anos e 06 meses de detenção em regime semiaberto, além de ficar impedido de 
obter habilitação para dirigir veículo pelo prazo de 02 anos. A pena privativa de liberdade não foi substituída por 
restritivas de direitos sob o fundamento exclusivo de que o seu quantum ultrapassava o limite de 04 anos. No 
momento da sentença, unicamente com o fundamento de que o acusado, devidamente intimado, deixou de 
comparecer espontaneamente a última audiência designada, que seria exclusivamente para o seu 
interrogatório, o juiz decretou a prisão cautelar e não permitiu o apelo em liberdade, por força da revelia. 
Apesar de Fausto estar sendo assistido pela Defensoria Pública, seu genitor o procura, para que você, na 
condição de advogado(a), preste assistência jurídica. Diante da situação narrada, como advogado(a), responda 
aos seguintes questionamentos formulados pela família de Fausto: 
 
40 
 
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A) Mantida a pena aplicada, é possível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Em caso de sua contratação para atuar no processo, o que poderá ser alegado para combater, 
especificamente, o fundamento da decisão que decretou a prisão cautelar? (Valor: 0,60) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não pontua 
 
QUESTÃO 4 – XX EXAME PROVA REAPLICADA EM PORTO VELHO/RO (por conta da falta de luz no 
dia da prova geral da 2ª fase) 
Maria, primária e com bons antecedentes, trabalha há vários anos dirigindo uma van de transporte de crianças. 
Certo dia, após mudar o itinerário sempre observado, resolve fazer compras em um supermercado, onde 
permaneceu por duas horas, esquecendo de entregar uma das crianças de 03 anos na residência da mesma. Ao 
retornar ao veículo, encontra a criança desfalecida e, desesperada, leva-a ao hospital, não conseguindo, porém, 
evitar o óbito. Acabou denunciada e condenada pela prática do injusto do Art. 133, § 2º, do Código Penal 
(abandono de incapaz com resultado morte) à pena de 04 anos de reclusão em regime aberto. Apesar de ter 
respondido ao processo em liberdade, não foi permitido à Maria apelar em liberdade, fundamentando o juiz a 
ordem de prisão na grande comoção social que o fato causou. A família dispensou o advogado anterior e o(a) 
procurou para que assumisse a defesa de Maria. Considerando apenas as informações narradas na situação 
hipotética, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a tese de direito material a ser alegada em eventual recurso defensivo para evitar a punição de Maria 
pelo crime pelo qual foi denunciada? Justifique. (Valor: 0,65) 
B) Qual a medida que deve ser adotada na busca da liberdade imediata de Maria e com qual fundamento? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
Questão 02 - XVII EXAME 
Glória, esposa ciumenta de Jorge, inicia uma discussão com o marido no momento em que ele chega do 
trabalho à residência do casal. Durante a discussão, Jorge faz ameaças de morte à Glória, que, de imediato 
comparece à Delegacia, narra os fatos, oferece representação e solicita medidas protetivas de urgência. 
Encaminhados os autos para o Ministério Público, este requer em favor de Glória a medida protetiva de 
proibição de aproximação, bem como a prisão preventiva de Jorge, com base no Art. 313, inciso III, do CPP. O 
juiz acolhe os pedidos do Ministério Público e Jorge é preso. Novamente os autos são encaminhados para o 
 
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Ministério Público, que oferece denúncia pela prática do crime do Art. 147 do Código Penal. Antes do 
recebimento da inicial acusatória, arrependida, Glória retorna à Delegacia e manifesta seu interesse em não 
mais prosseguir com o feito. A família de Jorge o procura em busca de orientação, esclarecendo que o autor é 
primário e de bons antecedentes. Considerando apenas a situação narrada, na condição de advogado(a) de 
Jorge, esclareça os seguintes questionamentos formulados pelos familiares: 
A) A prisão de Jorge, com fundamento no Art. 313, inciso III, do Código de Processo Penal, é válida? (Valor: 
0,60) 
B) É possível a retratação do direito de representação por parte de Glória? Em caso negativo, explicite as 
razões; em caso positivo, esclareça os requisitos. (Valor: 0,65) Obs.: o examinando

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