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Análise de perdas em sistema de abastecimento de água no Brasil

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caroline Jioucoski 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE PERDAS EM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE 
ÁGUA NO BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS 
2017 
 
 
Caroline Jioucoski 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE PERDAS EM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal 
de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial 
para obtenção do título de Engenheira Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Elvis Carissimi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS 
2017 
 
 
Caroline Jioucoski 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE PERDAS EM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal 
de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial 
para obtenção do título de Engenheira Civil. 
 
 
 
 
Aprovado em 11 de julho de 2017: 
 
 
____________________________________ 
Elvis Carissimi, Dr. (UFSM) 
(Presidente/Orientador) 
 
 
___________________________________ 
Lidiane Bittencourt Borroso, Profa. Ma. (UFSM) 
 
 
___________________________________ 
Débora Missio Bayer, Profa. Dra. (UFSM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS 
2017 
 
 
RESUMO 
 
ANÁLISE DE PERDAS EM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO 
BRASIL 
 
AUTORA: Caroline Jioucoski 
ORIENTADOR: Elvis Carissimi 
 
O Brasil é um país com abundância de água, contendo grande parte da água doce de todo 
planeta, e conta com um vasto território, de modo que toda esta água não se encontra distribuída 
igualmente. Além disso, a eficiência do sistema de distribuição, mesmo em regiões favorecidas 
hidricamente, apresenta falhas devido a perdas na rede. Estas perdas têm causa principalmente 
em falhas na execução de tubulações, falta de manutenção nas redes ou desvios de tubulações 
ilegais. Estas perdas acarretam consequências tanto financeiramente, quanto ambientalmente, 
uma vez que a água tratada é desperdiçada. Após análise da situação do país conforme dados 
divulgados publicamente, fornecidos pelas próprias operadoras dos sistemas de abastecimento 
de água, pode-se concluir que o Brasil apresenta um cenário problemático em relação ao setor 
de perdas de água, com a média nacional atual no montante de 36,7%. A nível mundial, percebe-
se que os países com menor índices de perdas são obrigados a dar importância para este setor, 
por exemplo, a Austrália, que sofre com a escassez de reservas de água naturais, ou o Japão, 
constantemente assolado por terremotos, que impactam diretamente nos vazamentos de 
tubulações. Assim, nota-se que o Brasil, por apresentar grandes reservas naturais, acaba 
influenciando a conscientização por parte da população, operadoras e governantes, dando a 
sensação errônea de que a água é um bem infinito. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi 
avaliar as perdas de no sistema de abastecimento de água para consumo humano nas distintas 
regiões do Brasil. A metodologia de avaliação foi através de dados divulgados publicamente, 
fornecidos pelas próprias operadoras dos sistemas de abastecimento de água. Ao analisar os 
índices de perda de distribuição separados por região, destacam-se negativamente as regiões 
Norte e Nordeste. No entanto, quando analisadas as perdas financeiras acarretadas por estas 
perdas, a região Sudeste, mesmo com menor índice de perdas de distribuição, aparece como 
região de maior perda monetária, enquanto as regiões Centro-oeste e Norte, apareceram com os 
menores valores de perdas financeiras. Verificou-se a forte relação entre os valores de perda 
financeira, com os valores de perda de água não faturada, e ao montante da população. Enquanto 
a região Norte, com situação alarmante de perdas de água, uma vez que se perde mais da metade 
da água tratada, segue com valor baixo de perda financeira, possuindo menor população, e, 
portanto, menor perda de água não faturada. Porém, apesar da indicação de que o país não vai 
bem no setor de perdas de água, segundo a meta nacional estabelecida para o ano de 2033, 
aliado à análise dos dados dos últimos treze anos, que mostra redução no índice nacional de 
perdas, pode-se encarar com otimismo a área de controle de perdas. Verificou-se que muitos 
entraves ainda incapacitam a melhoria no controle de perdas de água por parte das operadoras, 
como o alto investimento inicial necessário, problemas de gestão interna e falta de continuidade 
de programas iniciados. Apesar de todos os problemas verificados com esta análise, espera-se 
que este trabalho, expondo a situação atual do país, sirva como alerta e incentivo à maiores 
investimentos e cuidados no setor de perdas de água no Brasil. 
 
Palavras-chave: Sistema de abastecimento de água. Perdas de distribuição. Controle de perdas 
de água. 
 
 
ABSTRACT 
 
ANALYSIS OF LOSSES IN WATER DISTRIBUTION SYSTEMS OF BRAZIL 
 
AUTHOR: Caroline Jioucoski 
ADVISOR: Elvis Carissimi 
 
Brazil is a country with a large amount of water, containing a significant part of the potable 
water of the planet, and also, the country owns a large territory, and because of that, the 
distribution of water is not equal. Besides, the efficiency of distribution system, even in 
hydrically rich areas, present failure due to losses. These losses in piping can be caused by 
execution problems, lack of maintenance or illegal connections. These losses generate 
consequences financially and environmentally, once that the treated water is wasted. After an 
analysis of the situation of the country, based on public information, provided by the companies 
responsible for treatment and distribution of water, is possible to conclude that the scenario is 
problematic in relation with the sector of water losses, with national index of 36,7%. In analysis 
global, is noticed that countries with lower index of water losses are obligated to give this 
importance to the sector, for example, Australia, that suffers with lack of water, or Japan, that 
suffers with several earthquakes, that impacts directly on leakage in piping. This way, is noticed 
that Brazil, once that present big natural reserves of water, does not give the real importance to 
the sector of water losses, thinking wrongly that water is infinite. Thus, the main point of this 
study was to evaluate losses in water supply system to human consumption in different regions 
of Brazil. The methodology of evaluation was by public data, provided by the companies 
responsible for the water supply system. Analyzing the index of water losses individually by 
regions, negatively highlights the region of North and Northeast. However, when analyzed 
financial losses caused by water losses, the Southeast region, even with the lower losses index, 
showed up as the region with bigger financial loss, while regions Midwest and North showed 
up with the lower values of financial loss. Was verified a strong relation between values of 
financial loss, not-billed water and size of population. While region North, with alarming 
situation of water losses, once that more than half of the treated water is lost, presents the lower 
value of financial loss, with the smaller size of population and smaller value of water non-billed. 
Nevertheless,besides the indication that Brazil is not good in the sector of water losses, 
according to the national goal stablished to the year of 2033, allied to the analysis of data of the 
last thirteen years, that shows reduction in the national water losses index, it can be faced with 
optimism the area of control of losses. Was verified that a lot of obstacles still disable the 
improvement of water losses control by the operators, as the high initial investment, internal 
management problems and lack of continuity of programs initiated. Although all the problems 
verified in this analysis, is expected that this study, exhibiting the actual situation of the country, 
serves as alert and incentive to bigger investments and cares to the sector of water losses in 
Brazil. 
 
Keywords: Water distribution system. Losses in distribution. Water losses control. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Unidades constituintes de um sistema de abastecimento. ........................................ 12 
Figura 2 - Representação gráfica para determinação do nível econômico de vazamento. ....... 18 
Figura 3 - Representação espacial do índice de perdas na distribuição.................................... 20 
Figura 4 - Evolução histórica da indicação de perdas na distribuição (%)............................... 22 
Figura 5 - Panorama mundial de perdas de água tratada. ......................................................... 23 
Figura 6 - Distribuição populacional por regiões. .................................................................... 24 
Figura 7 - Índice de perdas no faturamento em 2010. .............................................................. 25 
Figura 8 - Índice de perdas no faturamento em 2013. .............................................................. 26 
Figura 9 - Índice de perdas na distribuição por região. ............................................................ 27 
Figura 10 - Perdas sobre o faturamento para empresas estaduais (%). .................................... 29 
Figura 11 - Perdas sobre o faturamento para empresas municipais. ........................................ 30 
Figura 12 - Perda financeira anual de cada região brasileira. ................................................... 31 
Figura 13 - Diagrama de gerenciamento de perdas reais.......................................................... 35 
Figura 14 - Diagrama de gerenciamento de perdas aparentes. ................................................. 36 
Figura 15 - Controle e redução de perdas. ................................................................................ 37 
Figura 16 - Crescimento natural das perdas e os desafios para o combate. ............................. 38 
Figura 17 - Ciclo vicioso: gestão das operadoras de saneamento ............................................ 41 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Esquema explicativo de perdas e consumo. ............................................................ 13 
Tabela 2 - Principais características das perdas reais e aparentes. ........................................... 15 
Tabela 3 - Perdas físicas por subsistema – origem e magnitude. ............................................. 16 
Tabela 4 - Índices básicos do serviço de abastecimento de água. ............................................ 27 
Tabela 5 - Perdas financeiras de regiões brasileiras. ................................................................ 30 
Tabela 6 - Metas do Plano Nacional de Saneamento Básico. .................................................. 33 
Tabela 7 - Benefícios da redução das perdas. ........................................................................... 40 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 9 
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 10 
2.1. OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................... 10 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ..................................................................................... 10 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 11 
3.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ....................................................... 11 
3.2. PERDAS ..................................................................................................................... 12 
3.2.1. Consumo Autorizado e Faturado ............................................................................ 13 
3.2.2. Consumo Autorizado não Faturado ....................................................................... 14 
3.2.3. Perda Física ............................................................................................................... 14 
3.2.4. Perda Aparente ......................................................................................................... 14 
3.2.5. Perdas no sistema de abastecimento e distribuição de água ................................ 15 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 20 
4.1. PANORAMA DE PERDAS DE ÁGUA NO BRASIL.............................................. 20 
4.1.1. Visão Geral ................................................................................................................ 20 
4.1.2. Panorama mundial de perdas de água ................................................................... 22 
4.1.3. Resultado por região ................................................................................................ 24 
4.1.3.1. Perdas no faturamento ............................................................................................... 25 
4.1.3.2. Perdas na distribuição ............................................................................................... 26 
4.1.4. Comparativo de perdas entre operadoras.............................................................. 28 
4.1.4.1. Empresas estaduais .................................................................................................... 28 
4.1.4.2. Empresas municipais .................................................................................................. 29 
4.2. PERDAS FINANCEIRAS DECORRENTES DAS PERDAS .................................. 30 
4.2.1. Metas do Plano Nacional de Saneamento Básico .................................................. 32 
4.3. CONTROLE DE PERDAS ........................................................................................ 33 
4.3.1. Crescimento Natural das Perdas............................................................................. 37 
4.3.2. Custos envolvidos na redução de perdas de água .................................................. 38 
4.3.3. Benefícios envolvidos na redução de perdas de água ............................................ 39 
4.3.4. Impasses para Redução de Perdas .......................................................................... 40 
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 45 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
É de comum conhecimento que o Brasil é um país com abundância de água, contendo 
uma grande parcela da água doce de todo planeta. O país também conta com um vasto território, 
de modo que toda esta água não se encontra distribuída igualmente. Além disso, a eficiência do 
sistema de distribuição, mesmo em regiões favorecidas hidricamente, apresenta falhas. 
As falhas do sistema de distribuição são devido a perdas na redeque tem causa 
principalmente em falhas na execução de tubulações, permitindo vazamentos por má vedação; 
falta de manutenção nas redes, favorecendo ocorrência de fissuras ou quebras de tubulações; 
desvios de tubulações feitos ilegalmente, de modo que não se tem controle sobre a água 
desviada. Isto é, nem toda a água que sai da estação de tratamento de água chega ao consumidor 
final, e esta diferença é quantificada como perda. Estas perdas acarretam consequências tanto 
financeiramente, quanto ambientalmente, uma vez que a água tratada é desperdiçada. 
Assim, o objetivo principal deste trabalho de conclusão de curso foi avaliar a situação 
do país quanto ao índice de perdas de água nacional. A metodologia de levantamento de 
informações foi através de dados divulgados publicamente, fornecidos pelas próprias 
operadoras dos sistemas de abastecimento de água. 
 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1. OBJETIVO GERAL 
 
O objetivo geral deste trabalho de conclusão de curso consistiu em apresentar um 
panorama de perdas em sistemas de abastecimento de água no Brasil, separados por região, 
comparando-as entre elas. Além disso, foi feita uma comparação dos dados de perda com os 
gastos financeiros que estas acarretam. Ainda, foi analisada diretrizes a serem seguidas e 
medidas a serem tomadas descritos na literatura, verificando a possibilidade de adoção destas 
por parte de operadoras de todo o país, buscando melhorias de todo o sistema de abastecimento 
de água. 
 
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
Os objetivos específicos foram: 
 Abordar os conceitos básicos que envolvem as perdas no sistema de abastecimento de 
água; 
 Fazer um panorama de perdas de água no Brasil, e, separadamente em cada região do 
país; 
 Apresentar impacto financeiro gerado pelas perdas de água no sistema; 
 Apresentar relação entre o que é financeiramente perdido e o que é investido no sistema 
de abastecimento de cada região; 
 Identificar soluções alternativas para redução de perdas. 
 
 
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
3.1. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
Um sistema de abastecimento de água, segundo a SABESP (2016), tem como objetivo 
tratar e distribuir a água e é composto por cinco etapas, denominadas captação, adução, 
tratamento, reservação, e por fim, a rede de distribuição e ligações residenciais. 
A captação consiste em um conjunto de estruturas concebidas junto ao manancial com 
o objetivo de retirar a água destinada ao sistema de abastecimento. A captação pode ser 
superficial ou subterrânea, em alguns casos pode ocorrer de forma simultânea. A adução é uma 
canalização destinada a transportar a água do manancial até a Estação de Tratamento de Água 
(ETA) e posteriormente da ETA aos reservatórios de distribuição. Essa etapa pode ocorrer 
através de bombeamento ou por gravidade. 
O tratamento é formado por um conjunto de unidades com objetivo de realizar o 
tratamento da água captada. Estes processos ocorrem dentro da ETA, onde a água captada é 
submetida a processos físicos e químicos a fim de adequar as suas características aos padrões 
de potabilidade. Após, tem-se a reservação, estágio de armazenamento de água, já em condições 
de consumo apropriado, em reservatórios. A reservação é um importante processo de uma ETA, 
pois caso as operações posteriores tenham que ser interrompidas, em caso de manutenção, por 
exemplo, é possível manter regularidade no abastecimento. 
Por fim, a rede distribuição e as ligações residenciais também são parte do sistema. Estas 
são constituídas de tubulações destinadas ao fornecimento de água potável. O fornecimento 
deve garantir quantidade, de modo a não haver faltas de água na residência dos consumidores; 
qualidade, de modo que a água que chega ao consumidor final atenda os parâmetros de 
potabilidade, sendo insípida, incolor e inodora; e pressão, de modo que ao chegar ao 
consumidor, a água não esteja em pressão elevada ou reduzida demais, o que poderia causar 
estragos de equipamentos conectados à rede. 
As etapas descritas que constituem um sistema de abastecimento de água estão 
representadas na Figura 1. 
 
 
Figura 1 - Unidades constituintes de um sistema de abastecimento. 
 
Fonte: SABESP (2003). 
 
3.2. PERDAS 
 
Segundo Coelho (1996), perda é a quantidade de água existente em qualquer parte do 
sistema de abastecimento que não está contabilizada e faturada pela concessionária, ou que 
chega ao consumidor final ilegalmente. Tardelli Filho (2006) cita que as perdas podem ocorrer 
em diversas fases do sistema de abastecimento de água, como na captação e adução de água 
bruta, no tratamento, na adução e reservação de água tratada ou na distribuição. 
Segundo a ABES (2013), as perdas são causadas principalmente por erros de medições 
e consumos não autorizados, que ocorrem na última etapa do processo, a distribuição. Além de 
gerar impacto ambiental, as perdas na distribuição de água atingem diretamente a população, 
pois os custos das companhias de saneamento são repassados diretamente ao consumidor final. 
Segundo a Go Associados (2015), a International Water Association (IWA), com o 
objetivo de uniformizar a estruturação básica a nível mundial para o Balanço Hídrico, propôs 
uma matriz, com esquematização de processos pelos quais a água passa num sistema de 
distribuição. A Tabela 1 mostra o esquema da relação entre consumo e perdas. 
 
 
Tabela 1 - Esquema explicativo de perdas e consumo. 
 
Fonte: Viegas et al (2006) apud IWA (2000). 
 
3.2.1. Consumo Autorizado e Faturado 
 
Consumo autorizado, como o nome diz, é o consumo de água proveniente da utilização 
por partes que possuem autorização da operadora do sistema de abastecimento de água para, 
como residências, estabelecimentos comerciais, etc. Consumo autorizado faturado, portanto, é 
o consumo autorizado que é contabilizado no faturamento da operadora. 
O consumo autorizado e faturado se divide em medido e não medido (ou estimado). O 
consumo faturado medido é equivalente ao volume de água registrado nos hidrômetros. 
Enquanto o consumo faturado não medido corresponde ao volume contabilizado através de 
consumos médios históricos. 
Em casos onde não existe hidrômetros ou o funcionamento do mesmo não ocorre de 
forma adequada, considera-se o volume mínimo de faturamento. Desta forma, também entra na 
contabilização de perdas esta diferença do que foi verdadeiramente consumido, e o volume a 
ser considerado, no caso, o mínimo. 
 
 
 
 
 
Uso não autorizado
Água não 
faturada
Perdas aparentes
Perdas reais 
(físicas)
Perdas de 
água
Água que 
entra no 
sistema de 
distribuição
Erros de medição (macro e 
micromedições)
Vazamentos e 
extravasamentos nos 
reservatórios
Vazamentos nas adutoras e/ou 
redes
Vazamentos nos ramais até o 
ponto de medição do cliente
Consumo não faturado não 
medido
Água 
faturada
Consumo 
autorizado e 
faturado
Consumo 
autorizado e não 
faturado
Consumo 
autorizado
Consumo faturado não medido 
(estimado)
Consumo faturado medido
Consumo não faturado medido 
(uso próprio, caminhão pipa)
 
3.2.2. Consumo Autorizado não Faturado 
 
O consumo autorizado não faturado é o volume de água que sai com autorização da 
operadora, porém que não é contabilizado em seu faturamento. Isto é, há autorização para que 
a água seja consumida, porém, não é faturado o valor do montante consumido. 
O consumo autorizado e não faturado pode ser medido, sendo igual ao volume de água 
de utilização da própria operadora para atividades operacionais especiais. Ou, não medido, que 
se refere ao volume destinado a usos de caráter social, como as atividades docorpo de 
bombeiros. 
 
3.2.3. Perdas Reais ou Físicas 
 
Tardelli Filho (2006) denomina perdas físicas como correspondentes ao volume de água 
produzido que não chega ao consumidor final. Isto é, decorrem de vazamentos que podem 
ocorrer em qualquer uma das etapas do sistema de abastecimento, nas adutoras, rede de 
distribuição ou reservatórios. 
Além disso, também são contabilizadas como perdas físicas, as descargas (acima do 
volume necessário) feitas para limpeza da rede de distribuição ou esvaziamento de redes e 
adutoras. A International Water Association também determina a nomenclatura de perdas reais. 
 
3.2.4. Perda Aparente 
 
A perda aparente, também denominada de perda não física, segundo Tardelli Filho 
(2006), está relacionada ao volume de água que é consumido e não faturado pela operadora de 
saneamento. As principais causas deste tipo de perda são por fraudes nos hidrômetros, erros de 
micro ou macromedição, consumos clandestinos ou erro no cadastro comercial. 
Do ponto de vista operacional, segundo Viegas (2002), tanto as perdas reais quanto 
aparentes são consideras correspondentes aos volumes de água que não são contabilizados, que 
correspondem à água não autorizada, isto é, consumida e não registrada. A Tabela 2 representa 
as características principais de perdas reais e perdas aparentes. 
 
 
 
Tabela 2 - Principais características das perdas reais e aparentes. 
 
Fonte: ABES (2013). 
 
3.2.5. Perdas no sistema de abastecimento e distribuição de água 
 
Para maior facilidade no diagnóstico de perdas em sistemas de abastecimento e 
distribuição de água, há uma divisão em subsistemas de acordo com a etapa em que se 
encontram: adução de água bruta, tratamento, reservação, adução de água tratada ou 
distribuição. Dentro de cada uma dessas divisões, é possível a implantação de uma rotina de 
ações preventivas e corretivas, que possibilitem manter o sistema eficiente. 
As perdas de água podem ser variáveis em magnitude, desde a grandes vazamentos, até 
imperceptíveis. Elas acontecem de acordo com as condições das instalações, com as práticas de 
operações e de acordo com a ocorrência e periodicidade de manutenção na rede. Entre as etapas 
do sistema de abastecimento de água, é na etapa de distribuição da água que se encontra a maior 
parcela de perda, assim como mostra a Tabela 3. 
 
Perdas Reais Perdas Aparentes
Tipo de ocorrência mais comum Vazamento Erro de Medição
Custos associados aos volumes de água 
perdidos
Custo de produção Tarifa
Efeitos no Meio Ambiente Desperdício de Recurso Hídrico -
Necessidade de ampliações de 
mananciais
Efeitos na Saúde Pública Risco de contaminação -
Empresarial Perda do produto Perda de receita
Consumidor
Imagem negativa (ineficiência e 
desperdício)
-
Efeitos no Consumidor Repasse para tarifa Repasse para tarifa
Desincentivo ao uso racional Incitamento a roubos e fraudes
Características Principais
Itens
 
Tabela 3 - Perdas físicas por subsistema – origem e magnitude. 
 
Fonte: Werdine (2002). 
 
3.2.5.1. Perdas na rede de distribuição 
 
Segundo a Go Associados (2013), o índice de perdas na distribuição é a diferença entre 
o volume produzido de água e o volume consumido. Excluindo as perdas decorrentes de 
descargas para melhoria da qualidade da água e/ou esvaziamento da tubulação para reparos, as 
perdas na distribuição estão diretamente ligadas às condições de conservação das tubulações e 
à pressão nelas atuantes. 
Alegre et al (2005) citam que as causas são diversas, por exemplo, vazamentos aparentes 
e subterrâneos, mão-de-obra não-qualificada para a execução dos serviços, alta pressão nas 
tubulações (acaba rompendo e provocando vazamentos), falha na especificação e controle de 
qualidade dos materiais utilizados, falta de setorização na rede de modo a facilitar o controle, 
efeito do tráfego e intermitência no abastecimento. 
Segundo Tardelli Filho (2006), existem três tipos de vazamentos na rede de distribuição 
de água, os vazamentos não visíveis e não detectáveis (inerentes), que não afloram à superfície 
do terreno e não são passíveis de serem identificados por equipamentos simples de detecção 
acústica; possuem baixas vazões e longa duração. Os vazamentos não visíveis e detectáveis, 
que não afloram a superfície, porém são passíveis de identificação pelos equipamentos atuais 
de detecção acústica; a duração e respectivo volume de água perdido estão diretamente 
Subsistema Origem Magnitude
Vazamento nas tubulações
Limpeza do poço de sucção
Vazamentos estruturais
Lavagem de filtros
Descarga de lodo
Vazamentos estruturais
Extravasamentos
Limpeza
Vazamentos nas tubulações
Limpeza do poço de sucção
Descargas
Vazamentos na rede
Vazamentos em ramais
Descargas
Variável, função do estado das 
tubulações e da eficiência operacional
Significativa, função do estado das 
instalações e da eficiência operacional
Variável, função do estado das 
instalações e da eficiência operacional
Variável, função do estado das 
tubulações e da eficiência operacional
Significativa, função do estado das 
tubulações e principalmente das 
pressões
Reservação
Tratamento
Adução de água bruta
Adução de água tratada
Distribuição
 
associados ao intervalo entre duas varreduras de pesquisa de vazamentos. E os vazamentos 
visíveis, com vazões altas e aflorantes à superfície do terreno, vistos e comunicados pela 
população à operadora de saneamento para reparo. 
Segundo Tardelli Filho (2006), ensaios e avalições realizadas demonstram que os 
volumes perdidos através de vazamentos visíveis representam pequena parte dos volumes totais 
perdidos nos vazamentos; desta forma, a maior parte das perdas reais é devida a vazamentos 
não visíveis, ou seja, não aflorantes à superfície do terreno. 
Segundo a ABES (2015), as avaliações de perdas reais, em todas as operadoras, 
mostram que os “vilões” são os ramais prediais, os quais detém a maior parte de ocorrências de 
vazamentos e de volumes perdidos. Geralmente, no Brasil, os ramais prediais são executados 
com tubulações de plásticos (PEAD ou PVC), com grande número de juntas e peças e que, 
frequentemente, apresentam problemas, seja pela qualidade dos materiais, ou pela mão de obra 
empregada na implantação. E ainda, redes de distribuição mais antigas foram construídas com 
chumbo ou cimento amianto, material que apresenta altos índices de vazamento. 
A International Water Association (2000) indica que é impossível o alcance de 
desperdício zero. Por este motivo, é proposto um limite de eficiência para redução de perdas, 
levando em consideração características técnicas e econômicas. 
Na razão econômica, objetiva-se chegar ao limite onde os custos implicados na redução 
das perdas se tornam maiores do que o próprio gasto com o desperdício de água. Em 
contrapartida, no sentido técnico, existem os limites de tecnologias disponíveis quando se 
tratam de materiais, ferramentas, logística e equipamentos. 
Assim, utilizando-se de dois eixos, vazamentos e custos, considerando as características 
econômicas e técnicas, pode-se identificar um nível econômico de perdas, onde o custo total 
atinge seu valor mais baixo, conforme ilustra a Figura 2. Com base nestes parâmetros, é feita a 
análise de viabilidade de ações corretivas na rede distribuição de água. 
 
 
Figura 2 - Representação gráfica para determinação do nível econômico de vazamento. 
 
Fonte: Go Associados (2015). 
 
 
4 METODOLOGIA 
 
4.1. SELEÇÃO DE DADOS 
 
Para realização deste trabalho, foi necessária a realização de uma seleção de dados 
disponíveis. Após a definição do tema que seria trabalhado e quais análisesseriam feitas, a 
seleção de dados foi feita. 
Inicialmente, partindo das publicações já feitas por alunos da própria Universidade 
Federal de Santa Maria no mesmo assunto, identificou-se outras referências que poderiam ser 
utilizadas. Após, foi necessário verificar o nível de atualização de dados, uma vez que as 
publicações sobre o tema devem ser atuais para que este trabalho contivesse uma análise da 
situação mais próxima da atual do país. 
Assim, seguindo as fontes selecionadas inicialmente, encontraram-se as atualizações 
das mesmas. Com o mesmo intuito, foi feita uma pesquisa sobre as notícias divulgadas nas 
mídias em relação ao assunto nos últimos anos. 
A maioria das fontes utilizadas neste trabalho são públicas e encontradas online. 
Algumas que não estão divulgadas para o público foram obtidas com auxílio de materiais 
emprestados por professores, mestrandos e outros colegas colaboradores. 
 
4.2. COMPILAÇÃO DE DADOS 
 
Devido ao grande montante de dados selecionados, a compilação de dados foi manual e 
demorada. Dados fornecidos anualmente pelas entidades responsáveis foram muito importantes 
para a realização deste trabalho, porém foram de demorada compilação, uma vez que foram 
considerados dados dos últimos treze anos do Brasil. Para compilar, foram desenvolvidas 
planilhas e gráficos com auxílio do software Microsoft Excel. 
 
4.3. ANÁLISE DE DADOS 
 
Além da leitura de diversas publicações como dissertações, teses, livros e notícias, a 
compilação de dados facilitou a análise dos dados. Assim, fazendo uso de todo conhecimento 
teórico obtido nas aulas no decorrer do curso, foi possível realizar uma análise crítica de todas 
as informações lidas. 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
5.1. PANORAMA DE PERDAS DE ÁGUA NO BRASIL 
 
5.1.1. Visão Geral 
 
O saneamento básico é uma das áreas mais precárias da infraestrutura nacional, e um 
dos setores envolvidos na área de saneamento, é o de perdas de água. A Figura 3 apresenta o 
índice de perdas na distribuição para todo o conjunto de prestadores de serviços participantes 
do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2012, com valores médios 
distribuídos por faixas percentuais, segundo os estados brasileiros. 
 
Figura 3 - Representação espacial do índice de perdas na distribuição. 
 
Fonte: SNIS (2012). 
 
 
Observa-se que nenhum estado conseguiu situar-se na melhor faixa, ou seja, índice de 
perda na distribuição menor que 20%. Ainda, apenas um dos estados apresenta o índice inferior 
a 30%, indicando a situação alarmante dos índices de perda de água no país. 
Segundo o Instituto Trata Brasil (2015), no ano de 2010, as perdas de faturamento das 
operadoras de saneamento com vazamentos, roubos, ligações clandestinas, falta de medição ou 
medições incorretas no consumo de água, alcançaram, na média nacional 37,5%. Caso uma 
redução de apenas 10% nas perdas no país fosse alcançada, agregaria R$1,3 bilhão à receita 
operacional com a água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de 
água para todo o país naquele ano. 
Ainda, uma redução de perdas de água com montante mais significativo poderia ser 
impactante não apenas no setor de águas. Isto é, com a economia feita com a redução do 
desperdício de água devido a perdas, possibilitaria que a rede de água potável fosse ampliada, 
e, além disso, possibilitaria mais investimentos na implantação de sistemas de tratamento de 
esgoto, por exemplo, assim como outras aplicações em saneamento básico. 
De acordo com dados obtidos do SNIS, durante a análise de vários anos, obtiveram-se 
os dados ilustrados na Figura 4. Verifica-se que, no geral, o percentual do índice de perdas de 
água na rede de distribuição brasileira fica em torno de 40%. Em 2004, tinha-se o valor mais 
alto do índice na série histórica dos últimos 13 anos, num percentual de 45,6%. Em 2005, esse 
valor permaneceu inalterado, sofrendo uma redução de 1,2 pontos percentuais no ano seguinte, 
totalizando 44,4%. Em 2007, uma redução de 0,9% foi constatada, enquanto no ano seguinte, 
alcançou-se a marca de 1,9% de redução, fechando em 41,6% no ano de 2008. 
De 2008 para 2009, percebe-se um aumento no índice de perdas de 1%, subindo para 
42,6%, único aumento constatado na série histórica analisada. Em 2010, o índice de perdas 
baixou em 3,8 pontos percentuais, maior montante de redução da série histórica, chegando ao 
valor de 38,8% de perdas de água, valor mantido durante os próximos dois anos. Em 2013, 
observa-se mais uma redução no valor de 1,8 pontos percentuais, fechando o ano em 37% de 
perdas. Em 2014, reduzindo ainda mais, atinge-se o valor de 36,7%, mantendo-se no mesmo 
valor em 2015, último ano de que se tem dados de perdas. 
 
 
Figura 4 - Evolução histórica da indicação de perdas na distribuição (%). 
 
Fonte: Adaptado de SNIS. 
 
Com a maioria dos anos apontando redução no índice de perdas, e com o valor médio 
chegando a 36,7% no último ano avaliado, pode-se ter um olhar otimista para a situação de 
perdas de água no Brasil. No entanto, quando se olha para o país em um panorama mundial, 
percebe-se a ineficiência do sistema de distribuição de água brasileiro. 
 
5.1.2. Panorama mundial de perdas de água 
 
Segundo dados divulgados pelo IBNET, numa pesquisa realizada com 43 países, o 
Brasil atingiu a 20ª posição com os dados do ano de 2011, quando o país perdia 38,8% de toda 
a água tratada que produzia. Conforme a pesquisa, o país fica atrás de países como Vietnã (perda 
de 31%), México (24%), Rússia (23%) e China (22%). O maior percentual de perdas, segundo 
essa lista é de Fiji, país insular da Oceania que desperdiça 83% da água tratada. Com os menores 
índices de perdas, no topo da lista estão Estados Unidos (13%) e Austrália (7%). A Figura 5 
ilustra os dados. 
 
 
Figura 5 - Panorama mundial de perdas de água tratada. 
 
Fonte: www.g1.com.br apud IBNET. 
 
A Austrália, país que atinge o melhor índice de perdas com 7%, sofre muito com a 
escassez de água. Sabe-se de cidades que utilizam inclusive dessalinização da água para uso, 
pois o clima no país é muito seco e existem poucas reservas de água doce. Outra medida adotada 
pelo país é em campanhas de conscientização pelo uso da água sem desperdícios. Foram 
realizados investimentos de mais de R$6 bilhões na infraestrutura dos sistemas de 
abastecimentos, o que ajudou a combater vazamentos e auxiliar na economia e melhor uso de 
água. 
 
Ainda, mesmo fora da lista, outros países importantes conseguem atingir melhores 
índices de perda, como é o caso do Japão. Segundo o Portal EBC, o Japão, mesmo sofrendo 
constantemente com terremotos, consegue atingir um índice de perdas de 2%. Isso acontece, 
pois, o país utiliza em suas tubulações de distribuição de água materiais de alta tecnologia e 
qualidade, com mais resistência. Ainda, as tubulações são equipadas com sensores capazes de 
detectar vazamentos. 
O Brasil, apesar de assumir o índice de perdas de água de cerca de 36%, em 2015, 
segundo dados do SNIS, apresenta este valor de modo camuflado. Isto é, enquanto diz-se que 
a média nacional é de 36%, existem cidades que atingem a marca de 60% de perdas de água 
tratada. Então, ainda que o valor médio pareça otimista, a separação por região permite ver com 
clareza a calamidade da situação em partes do país. 
 
5.1.3. Resultado por região 
 
Segundo o SNIS, no ano de 2013, a avaliação de perdas a nível regional foi desenvolvida 
com base nos dados reportados por 5.035 municípios. A representatividade da amostra foi de 
97,6% em relação à população total do Brasil, ou seja, 193,8 milhões de habitantes (população 
total destes municípios).Segundo o SNIS, 43% da população brasileira pertence à região Sudeste, 28% pertence 
ao Nordeste, 15% ao Sul, 7% ao Centro-Oeste e 7% ao Norte. No Brasil, no ano de 2013, o 
volume total de água produzido e importado foi de 16,7 bilhões de m³ e apresentou uma 
distribuição similar à população, já que 53% do volume é fornecido no Sudeste, 20% no 
Nordeste, 14% no Sul, 7% no Centro-Oeste e 6% no Norte do país. 
A Figura 6 mostra a distribuição da população por regiões no ano de 2013. 
 
Figura 6 - Distribuição populacional por regiões. 
 
Fonte: Instituto Trata Brasil (2015). 
 
 
5.1.3.1. Perdas no faturamento 
 
Segundo o Instituto Trata Brasil (2010), em 2010, a média brasileira de perdas de 
faturamento, isto é, porcentagem de água não faturada, era igual a 37,57%. A média na região 
Norte era de 51,55%, 44,93% na região Nordeste, 32,59% na região Centro-Oeste, 35,19% na 
região Sudeste e 32,29% na região Sul. A Figura 7 ilustra os dados descritos. 
 
Figura 7 - Índice de perdas no faturamento em 2010. 
 
Fonte: Adaptado de Instituto Trata Brasil (2010). 
 
Já no ano de 2013, o Brasil apresentou um índice de perdas de faturamento total de 
39,07%, um aumento de 1,5 pontos percentuais. As regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste 
apresentaram um desempenho melhor ao da média nacional, com índices de perda de 34,68%, 
35,22% e 36,09%, respectivamente. As regiões com maiores níveis de perdas de faturamento 
total são Nordeste e o Norte, com os valores de 45,03% e 60,59%, respectivamente. 
No entanto, observa-se que de 2010 para 2013, não apenas a média nacional sofre um 
aumento, mas todas as regiões tiveram crescimento no percentual de perdas no faturamento. 
Destaca-se a região Norte, que no período de três anos, teve um aumento de mais de 9% no 
índice de perdas no faturamento. 
Os resultados para o ano de 2013 são ilustrados na Figura 8. 
 
 
Figura 8 - Índice de perdas no faturamento em 2013. 
 
Fonte: GO Associados (2013). 
 
5.1.3.2. Perdas na distribuição 
 
No Brasil, em 2013, o índice de perdas na distribuição, isto é, índice que mede as perdas 
em termos de volume de água consumido (medido e estimado), foi de 36,95%, ou seja, 2,12 
pontos percentuais abaixo do índice de perdas no faturamento. Entre as regiões com resultados 
abaixo da média nacional estão a região Sudeste, com 33,35%, região Centro-Oeste, com 
33,40% e a região Sul, com 35,06%. 
No entanto, as regiões Norte e Nordeste, apresentam uma situação mais alarmante 
quanto ao índice de perdas na distribuição, com valores de 50,78% e 45,03%, respectivamente. 
Isto representa cerca de 14% para a região Norte e 8% para a região Nordeste, acima da média 
nacional. Assim, destaca-se a necessidade de maiores esforços nestas regiões, a fim de reduzir 
as perdas do recurso hídrico. 
A Figura 9 ilustra a situação por região do país. 
 
 
Figura 9 - Índice de perdas na distribuição por região. 
 
Fonte: GO Associados (2013). 
 
As perdas de distribuição, quando relacionadas a outros índices básicos da população 
de cada região, ficam mais fáceis de serem compreendidas. A Tabela 4 mostra os índices 
básicos do serviço de abastecimento de água das regiões brasileiras, em comparação com a 
média nacional. 
 
Tabela 4 - Índices básicos do serviço de abastecimento de água. 
 
Fonte: SNIS (2013). 
 
Observa-se a situação mais alarmante na região Norte, onde o maior índice de perdas de 
distribuição, vem acompanhado do menor índice de atendimento de água. Isto é, pouco mais da 
metade da população (52,2%) da região norte é atendida com água, e, desta parcela da 
população atendida, mais da metade (50,78%) da água produzida é perdida na rede de 
distribuição, não chegando ao consumidor final. 
Brasil 82,5 166,3 36,95
Sudeste 91,7 194 33,35
Centro-Oeste 88,2 160,7 33,4
Sul 87,4 149,9 35,06
Nordeste 72,1 125,8 45,03
Norte 52,2 155,8 50,78
Região
Índice de 
Atendimento de 
Água (%)
Consumo médio 
Per Capita 
(L/hab.dia)
Índice de perdas 
na distribuição (%)
 
A região Nordeste, com 45,03% de perdas na distribuição, possui pouco mais de 70% 
no índice de atendimento água, índices melhores que os observados para a região Norte, mas 
ainda precários. As regiões Sul, Centro-oeste e Sudeste apresentam menores níveis de perdas 
na distribuição, aliados à maiores índices de atendimento de água, no entanto, ainda não 
alcançam os limites considerados ideais de perdas de distribuição. 
Ainda, segundo dados da ABES (2013), 86% da população da região norte do país reside 
em cidades carentes de ampliação no sistema de água ou de novos mananciais, situação também 
enfrentada por 82% da população da região nordeste. Estes dados, aliados aos índices de 
atendimento de água e de perdas na rede de distribuição, certificam a calamidade da situação 
de saneamento nas regiões Norte e Nordeste. 
Nas outras regiões, ainda que se encontrem com melhores índices, tanto de atendimento 
de água quanto de perdas na rede de distribuição, também precisam de mais investimentos. Nas 
regiões Centro-oeste, Sudeste e Sul, 44,2%, 43,9 e 41,1% dos municípios, respectivamente, 
necessitam investimentos na ampliação dos sistemas ou já requerem novos mananciais de água. 
Em estudo realizado entre as 100 maiores cidades do Brasil, apenas 28% apresenta 
disponibilidade hídrica satisfatória, os demais precisam de investimentos. Destes 72% com 
disponibilidade inadequada, 39% necessita de ampliação dos sistemas e 33% de novos 
mananciais. 
Segundo a ANA (2010), as perdas físicas, que acarretam grande parte das perdas 
financeiras, agravam a já dramática disponibilidade hídrica que sofrem várias cidades 
brasileiras. As regiões Norte e Nordeste são as que enfrentam relativamente os maiores 
problemas de mananciais, pequena disponibilidade de água das bacias hidrográficas litorâneas 
e forte escassez hídrica da sua porção semiárida. 
 
5.1.4. Comparativo de perdas entre operadoras 
 
5.1.4.1. Empresas estaduais 
 
Segundo o SNIS (2013), a Associação Brasileira das Empresas Estaduais de 
Saneamento (AESBE), tem como associadas as operadoras mostradas na Figura 9. Suas 
representantes atuam em 4.012 municípios, atendendo cerca de 73,6% da população urbana 
brasileira em abastecimento de água e 58,2% com esgotamento sanitário. 
Em termos de perdas de água, a empresa com o melhor desempenho é a SANEPAR 
(Companhia de Saneamento do Paraná), atuante no estado do Paraná, na região Sul, com perdas 
 
de 21,1%. Enquanto a empresa com o pior desempenho é a CAESA (Companhia de Água e 
Esgoto do Amapá), atuante no estado do Amapá, na região Norte, com perdas de 75%. O valor 
médio entre as empresas é de 40,7%. Os dados podem ser observados na Figura 10. 
 
Figura 10 - Perdas sobre o faturamento para empresas estaduais (%). 
 
Fonte: SNIS (2011). 
 
5.1.4.2. Empresas municipais 
 
Considerando-se as maiores empresas operadoras municipais de água do país, observa-
se que a média de perdas entre as empresas fica na faixa de 36,6%. O pior índice de perdas, 
com o valor de 69,3% é da empresa SAERB (Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco), que 
atende o município de Rio Branco, na região Norte, aproximadamente 30 pontos percentuais 
de diferença. Com a mesma magnitude de diferença, a SANEP (Serviço Autônomo de 
Abastecimento de Água de Pelotas), empresa que atende a cidade de Pelotas, na região sul, 
registra perdas no montante de 6,7%, indicando a disparidade na eficiência de distribuição de 
água entre as regiões do Brasil. 
Os resultados são ilustrados na Figura 11. 
 
 
Figura 11 - Perdas sobre o faturamento para empresas municipais. 
 
Fonte: SNIS (2011). 
 
5.2. PERDASFINANCEIRAS DECORRENTES DAS PERDAS 
 
Com base em dados fornecidos pelo SNIS, no ano de 2015, possibilitou-se a análise 
quantitativa da situação financeira relacionada às perdas de cada região do Brasil. Dados de 
consumo médio per capita de água, população (fornecido pelo Censo 2010 do IBGE), perdas 
na distribuição e tarifa média cobrada, possibilitaram cálculos de perdas monetárias em cada 
região. A Tabela 5 mostra os resultados. 
 
Tabela 5 - Perdas financeiras de regiões brasileiras. 
 
Fonte: Adaptado de SNIS (2017). 
 
A World Health Organization (2014) reporta que no Brasil, foram gastos 0,11% do PIB 
no ano de 2012. O mesmo documento relata que o país apresentou elevação nos investimentos 
no setor de saneamento, com valor estimado de 24,829 milhões de dólares em 2010, para 26,911 
Norte 154,3 16.318.163 919.030.781 46,3 425.511.252 2,84 1.208.451.955
Nordeste 116,1 53.081.950 2.249.427.254 45,7 1.027.988.255,16 3,02 3.104.524.530,58
Sudeste 176 80.364.410 5.162.609.698 32,9 1.698.498.590,77 2,7 4.585.946.195,09
Sul 148,7 27.300.000 1.481.721.150 33,7 499.340.027,55 3,57 1.782.643.898,35
Centro-
Oeste
148,8 14.058.094 763.523.201 35,5 271.050.736,47 3,78 1.024.571.783,86
Brasil TOTAL DE PERDAS = 11.706.138.362,54
Tarifa média 
(R$/m³)
Perda financeira anual 
(R$)
Região
Consumo médio per capita de água 
(L/hab.dia)
População 
(hab)
Consumo médio anual 
(m³/ano)
Perdas na distribuição 
(%)
Água não tarifada 
(m³/ano)
 
milhões de dólares em 2012. No entanto, a World Health Organization ressalta que os 
investimentos em saneamento realizados no país ainda estão abaixo do considerado ideal. 
A Figura 11 mostra os percentuais de desperdícios financeiros de cada Região do Brasil, 
totalizando cerca de R$ 11 bilhões no ano de 2015, segundo o SNIS. 
 
Figura 12 - Perda financeira anual de cada região brasileira. 
 
Fonte: Adaptado de SNIS (2015). 
 
Observa-se que a região Sudeste apresenta o maior índice de perdas financeiras, com 
R$4,5 bilhões de reais, equivalente a 39% do valor total de perdas no país. No entanto, a região 
tem o menor índice de perda nas redes de distribuição e possui a menor tarifa por m³ de água. 
O valor final elevado pode ser explicado pelo valor em reais de água não tarifada na região, que 
é o mais elevado do país. 
A região Centro-oeste apresenta a menor quantia desperdiçada em perdas, com R$1 
bilhão de reais, representante de somente 9% do valor total de perdas financeiras do país. Aliado 
a este valor, a região manteve-se entre as que apresentam o menor índice de perdas do país, 
apesar de ter a tarifa mais alta por m³. O baixo valor pode ser impactado pelo mesmo motivo 
da região Sudeste, o valor da água não tarifada é o menor registrado entre as regiões do país. 
Da mesma forma, pode-se explicar o baixo valor de perda financeira associada a região 
Norte, de R$1,2 Bilhões, representando apenas 10% do gasto total do país. Uma vez que a 
região Norte perde mais da metade da água que trata, surpreende ter tão pouco gasto financeiro. 
Isto explica-se, além do valor baixo da tarifa, segundo menor do país (R$2,84/m³), também a 
perda de água não tarifada é muito menor. 
 
Esta perda de água não tarifada, que tanto influenciou nos valores finais de perda 
financeira causada pelas perdas de água, está diretamente ligada à população. Isto é, a região 
Sudeste, com maior perda de água não tarifada, e consequente maior perda financeira total, é a 
região com maior população. Enquanto as regiões Centro-oeste e Norte, citadas como as regiões 
de menor perda financeira, possuem também, as menores populações. 
Com maior controle das perdas de água, consequentemente, haveria menor perda 
financeira. Totaliza-se um montante de 11 bilhões de reais em perdas, e, caso fosse investido 
este montante, seria mais que adequado para ampliação das redes, melhoramento dos sistemas 
de abastecimento e distribuição de água, e ainda, estruturação de programas para controle de 
perdas e aumento de eficiência das operadoras. 
Um estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, em 2010, fez uma simulação de redução de 
perdas na receita operacional do setor de saneamento, simulando possíveis ganhos com a 
melhoria da eficiência das operadoras. Com isso, foi feita as seguintes observações: 
 A redução de apenas 10% nas perdas de água do Brasil acarretaria em R$ 1,3 bilhão à 
receita operacional do recurso, valor que equivale a 42% do investimento realizado em 
abastecimento de água em todo o país, no ano de 2010. 
 Caso esta redução acontecesse apenas nas 100 maiores cidades do país, agregaria 758 
milhões de reais à receita operacional de água, correspondendo a 40% do valor 
investido no atendimento. 
 Neste estudo, concluiu-se que se o estado do Amapá, que apresenta o maior índice de 
perdas de água tratada, tivesse uma redução de apenas 10%, acarretaria em um ganho 
de R$ 8,3 milhões, valor 6,135% maior do que o Estado investiu em água em 2010. 
 Uma redução de 10% nas perdas no estado de São Paulo, aumentaria a receita 
operacional direta de água em R$ 275,8 milhões, ou seja, um valor superior a todo o 
investimento realizado em abastecimento de água em Minas Gerais em 2010. 
 
5.2.1. Metas do Plano Nacional de Saneamento Básico 
 
Segundo a ABES (2013), no ano de 2013 foi lançado o Plano Nacional de Saneamento 
Básico (PLANSAB), abrangendo diretrizes, metas e ações para o Brasil, numa perspectiva de 
20 anos (2014 – 2033), prevendo recursos totais de R$ 508 bilhões para água, esgotos, resíduos 
sólidos e drenagem. 
 
A Tabela 6 mostra as metas do PLANSAB para o indicador “Porcentagem do índice de 
perdas na distribuição de água” definidas, visando diminuir o índice de perdas de 39% no ano 
de 2010, para 31% em 2033. 
 
Tabela 6 - Metas do Plano Nacional de Saneamento Básico. 
 
Fonte: Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (2013). 
 
É válido ressaltar que no ano de 2015, o SNIS (2017) reportou que o percentual médio 
de perdas no Brasil era de 36,7%, o que traz um pouco de otimismo para as metas do 
PLANSAB. Ou pelo menos faz questionar se as metas são pouco ambiciosas neste setor, uma 
vez que o índice de perdas de 31% está longe de ser o ideal. 
Os investimentos no setor de saneamento, no PLANSAB, dividem-se em dois tipos de 
ações: as medidas estruturais e as estruturantes. As estruturais, implicam em obras e 
intervenções físicas na infraestrutura de saneamento. Enquanto as medidas estruturantes têm 
como objetivo garantir intervenções para modernização ou reorganização de sistemas, dar 
suporte político e ferir a prestação de serviços no sentido da sustentabilidade, possibilitando o 
aperfeiçoamento da gestão. 
Segundo a ABES (2013), o PLANSAB ressalta que a consolidação das ações em 
medidas estruturantes acarretará em benefícios duradouros às medidas estruturais, certificando 
a eficiência e a sustentação dos investimentos realizados. Os recursos previstos para as medidas 
estruturais correspondem a 55,8% do total (incluindo água, esgoto, drenagem e resíduos 
sólidos), restando 44,2% para as medidas estruturantes. 
 
5.3. CONTROLE DE PERDAS 
 
Segundo a ABES (2015), as perdas de água instituem um problema de ordem mundial, 
gerando sistemas de baixa performance. No entanto, países ou cidades, com planejamento, 
conhecimento, gestão e recursos, teriam a capacidade de atingir e manter baixos níveis de 
perdas nos seus sistemas. Segundo a European Union (2015), a problemática das perdas não 
está restrita à esfera de ação de uma operadora local ou regional, mas tem questões muito mais 
amplas, consequentes dos seguintes aspectos: 
Indicador Ano Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
201039 51 51 51 35 34
2018 36 45 44 44 33 32
2023 34 41 41 41 32 31
2033 31 33 33 33 29 29
A6, % do índice de perdas na distribuição de água
 
 Políticos, pois envolvem questões relativas às entidades responsáveis pelos serviços, 
agências de governo, linhas de financiamento para o setor e a mídia; 
 Econômicos, pois abrangem os custos dos volumes perdidos e não faturados, os custos 
operacionais (energia elétrica, produtos químicos no processo de potabilização da água, 
etc.) e os investimentos para as ações de redução ou manutenção das perdas, importantes 
para a sustentabilidade das empresas; 
 Sociais, pois envolvem o uso racional da água, o pagamento ou não pelos serviços, as 
questões de saúde pública e a imagem das operadoras perante a população; 
 Tecnológicos, pois envolvem as interações entre o conhecimento técnico e as 
tecnologias, ferramentas e metodologias disponíveis para as atividades típicas do 
combate às perdas (a "arte do possível"); 
 Legais, pois envolvem a legislação para o setor, licenças e a respectiva regulação, e; 
 Ambientais, pois envolvem a utilização e gestão de recursos hídricos e energéticos e 
impactos das obras de saneamento. 
Segundo Tardelli Filho (2016), a principal causa das perdas reais é, 
inquestionavelmente, a qualidade da infraestrutura. Além disso, pode haver influência da 
pressão de serviço, qualidade de manutenção, execução de assentamento de tubulações, tráfego 
e outros. Já para perdas aparentes, a principal causa são limitações técnico-operacionais dos 
medidores, em conjunto com a idade de instalação da rede e variações de fluxo d’água 
(especialmente em vazões reduzidas). Assim, para que haja controle de perdas reais, o autor 
sugere as seguintes ações: 
 Para gerenciamento de pressões: instalação de válvulas redutoras de pressão em setores 
que tem potencial para redução de perdas de água ou incidência de rompimentos; e, no 
contexto de setorização da rede de distribuição, buscar operar com pressões de serviço 
adequadas. 
 Para o controle ativo de vazamentos: Encontrar, através de técnicas acústicas de 
detecção, os vazamentos não visíveis nas tubulações, reparando os vazamentos que não 
afloram à superfície do terreno. 
 Para manutenção do sistema: reparo dos vazamentos visíveis e não visíveis detectados, 
com rapidez e qualidade na execução; renovação da infraestrutura, substituição das 
tubulações (redes e ramais) que tem maior incidência de vazamentos. 
A Figura 13 sintetiza as ações básicas em relação ao nível de perdas reais. 
 
 
Figura 13 - Diagrama de gerenciamento de perdas reais. 
 
Fonte: Adaptado de Tsutiya (2006). 
 
Já para perdas aparentes, Tardelli Filho (2016) sugere as seguintes ações: 
 Para melhoria da medição: substituição periódica dos hidrômetros (preventiva) e 
imediata dos hidrômetros quebrados (corretiva); e medição dos volumes nos setores e 
subsetores do sistema e hidrometração (instalação de hidrômetros) dos consumidores. 
 Para gerenciamento de cadastro de consumidores: aprimoramento da gestão comercial 
das companhias (cadastros e sistemas comerciais); existência de cadastros técnicos 
(redes e ramais) e comerciais atualizados; e a compartimentação dos setores deve ser 
feita de forma estanque, ou seja, quanto menores as áreas, mais fácil será de estabelecer 
as relações de causa e efeito e apurar as ações subsequentes; utilizar Distritos de 
Medição e Controle (DMC) para realizar essas análises e avaliações, cada DMC deve 
contar com um macromedidor na entrada para acompanhar o comportamento das 
vazões. 
 Para combate às fraudes: revisar os imóveis com suspeita de fraudes, a partir de 
denúncias, análises de variações atípicas de consumo ou quaisquer outros indícios ou 
evidências. 
A Figura 14 sintetiza as ações básicas em relação ao nível de perdas aparentes. 
 
 
Figura 14 - Diagrama de gerenciamento de perdas aparentes. 
 
Fonte: Adaptado de Tsutyia (2006). 
 
Ainda, Tardelli Filho (2006) descreve ações emergenciais para perdas decorrentes de 
vazamentos não visíveis e visíveis. As ações são descritas na Figura 15. 
 
 
Figura 15 - Controle e redução de perdas. 
 
Fonte: Tardelli Filho (2006). 
 
5.3.1. Crescimento Natural das Perdas 
 
Segundo a ABES (2015), se nada for feito para reduzir as Perdas Reais e Aparentes, o 
volume de água perdido cresce naturalmente, devido aos seguintes fatores: 
 Os vazamentos nas redes e ramais aumentam gradativamente, pois as tubulações se 
deterioram com o tempo; 
 Os hidrômetros sofrem desgastes com o passar do tempo e os mecanismos internos do 
medidor são deteriorados, aumentando a submedição; 
 O cliente, ao fraudar uma ligação e perceber que isso não ocasionou nenhuma atitude 
da operadora de saneamento, incentiva outros clientes a seguir o mesmo procedimento, 
aumentando as perdas por fraudes. 
Para estimar o montante desse crescimento são necessários ensaios em campo, e os 
resultados dependem da qualidade ou idade da infraestrutura implantada, bem como os 
procedimentos comerciais da operadora de saneamento. 
O quadro “Não fazer nada” (Do Nothing Scenario), na Figura 16, apresenta a evolução 
esperada das perdas no sistema e os desafios das operadoras, com destaque para as seguintes 
diretrizes: 
 
 É necessário um esforço para manter o indicador de perdas estacionado, ou seja, não 
deixar as perdas aumentarem; 
 Baixar o índice de perdas até a meta estabelecida, e a partir daí, realizar ações exigidas 
para estabilizar as perdas nesse nível. 
 
Figura 16 - Crescimento natural das perdas e os desafios para o combate. 
 
Fonte: Adaptado de ABES (2015) apud SABESP (2014). 
 
Segundo a ABES (2015), análises feitas no sistema de abastecimento de água da 
SABESP, em São Paulo, apresentaram que, levando em conta apenas os vazamentos não 
visíveis, caso nenhuma ação tivesse sido feita para detecção e reparo destes vazamentos, o 
sistema teria entrado em colapso em um período de dois anos. 
 
5.3.2. Custos envolvidos na redução de perdas de água 
 
Segundo a ABES (2013), os custos que ocorrem durante o período específico de 
implantação do projeto são chamados de custos fixos, e os custos gerados ao longo de todo o 
projeto são chamados de custos variáveis. Esses podem ser gerados por seguintes fatores: 
 Equipamentos e instalações: gastos com tubulações, válvulas, bombas e outros; 
 Obras civis: construção de novos reservatórios, substituição de ramais prediais 
(principal causador de perdas), substituição de redes antigas; 
 Ações operacionais de manutenção: reparo de vazamentos e combate a fraudes; 
 
 Ações tecnológicas: desenvolvimento de materiais e equipamentos; 
 Mão de obra e qualificação profissional. 
 
5.3.3. Benefícios envolvidos na redução de perdas de água 
 
Um projeto de redução de perdas acarreta em diversos benefícios a empresas operadoras 
de água. Segundo a ABES (2013), com a redução das perdas físicas, a empresa pode produzir 
um volume menor de água para atender a mesma quantidade de clientes, consequentemente, a 
operadora de saneamento diminui os custos em vários itens, como produtos químicos, energia 
Elétrica, compra de água bruta e mão de obra. 
As perdas aparentes, que ocorrem devido as fraudes nas ligações, consumo não faturado, 
problemas de medição, falta de hidrômetros, entre outros, quando reduzidas, geram aumento 
do volume faturado e, consequentemente, da receita. 
Além do mais, a empresa pode protelar investimentos necessários para que possa 
atender ao aumento da demanda, decorrente do crescimento populacional. Pois, é mais 
aconselhável diminuir as perdas de água, ao invés de aumentar a capacidade de produção deágua, do ponto de vista ambiental e econômico-financeiro. Portanto, o aumento da eficiência 
na produção e distribuição de água, implica em maior número de pessoas atendidas, com a 
mesma quantidade produzida de água. 
A Tabela 7 mostra os ganhos com redução de perdas de água e o seu impacto em termos 
de receitas, custos e investimentos. 
 
 
Tabela 7 - Benefícios da redução das perdas. 
 
Fonte: ABES (2013). 
 
5.3.4. Impasses para Redução de Perdas 
 
5.3.4.1. Situação Atual das Operadoras de Água 
 
Segundo a ABES (2013), há diversos fatores que não contribuem para a redução de 
perdas de água no abastecimento. Entre eles, o quadro de funcionários que muitas vezes não 
tem capacitação suficiente para que o gerenciamento do sistema seja feito de forma que 
possibilite manter baixos e sob controle os índices de perdas. Além disso, a situação física dos 
sistemas de abastecimento de água, com tubulações antigas, que ajudam no aumento do índice 
de perdas. E ainda, a carência de equipamentos, instrumentos e cadastros técnicos e comerciais, 
são fatores que acabam agravando ainda mais o problema. 
Com essa situação, seria necessário um alto valor de investimento inicial, para que a 
redução de perdas seja possibilitada, porém, isso leva ao segundo principal impasse, a baixa 
capacidade de investimento. 
 
 
 
Perdas
Melhora do controle da pressão na rede;
Qualificação da mão de obra e melhoria 
dos materiais.
Melhoria e troca de tubulações, ligações, 
válvulas;
Melhora no controle e detecção de 
vazamentos;
Melhora no cadastro.
Medição efetiva de todas as 
economias (domiciliar, comercial 
e pública); 
Corte nas ligações fraudulentas;
Troca de hidrômetros e 
medidores;
Ações envolvidas
Aumento do consumo medido e 
faturado
Diminuição da produção de água com o 
atendimento do mesmo número de 
pessoas.
Atendimentos de maior número de 
pessoas com a mesma quantidade 
produzida.
Perdas aparentes Perdas reais
Menores custos com produtos químicos, 
energia e outros insumos.
Postergação de 
investimentos
Redução de custos
Tipos de benefícios
Ganhos Aumento da receita
 
5.3.4.2. Baixa Capacidade de investimento 
 
Segundo a International Finance Corporation (IFC), os baixos índices de investimento 
no setor de saneamento no Brasil são diretamente relacionados à baixa capacidade das 
operadoras de se financiar. Essa limitação está relacionada a como o Governo Federal 
disponibiliza recursos para esse setor e com às condições econômico-financeiras que ainda são 
muito precárias quando se trata das operadoras de água. 
Em contrapartida, essas empresas justificam que a limitação é em função da baixa 
eficiência operacional e de gestão. Ou seja, os altos custos das operadoras (com quadro de 
operadores mal dimensionado, alto consumo de energia elétrica, ineficiência nas compras, altos 
índices de perdas de água) e a baixa geração de receitas (com gestão comercial ineficiente, 
baixa agressividade comercial e falta de aproveitamento de oportunidade na área de saneamento 
industrial e privado), geram baixa capacidade das operadoras de obter recursos financeiros, os 
quais seriam revertidos em investimentos, como melhoria operacional e programas de redução 
de perdas de água. 
A Figura 16 ilustra o ciclo vicioso de gestão das operadoras de saneamento, principal 
causa da falta de investimentos em programas de redução de perdas de água, e outros 
investimentos para ampliações físicas ou melhoria de desempenho. 
 
Figura 17 - Ciclo vicioso: gestão das operadoras de saneamento 
 
Fonte: Adaptado de IFC (2013). 
 
 
 
 
 
5.3.4.3. Rigidez orçamentária 
 
Aliado à baixa capacidade de investimento, é necessária flexibilização da rigidez 
orçamentária sustentada pelas operadoras de saneamento. Segundo a ABES (2013), para que 
sejam identificadas as ações necessárias para impactar na redução de perdas de água, tanto 
físicas, quanto aparentes, nos sistemas de abastecimento, é necessária uma série de atividades 
que devem ser desenvolvidas de forma integrada. Isto acaba impactando no orçamento pré-
estabelecido das operadoras. 
Assim, esta rigidez imposta pelas próprias operadoras, estabelece mais um entrave para 
que aconteça a inserção de programas de redução de perdas de água nos sistemas de 
abastecimentos brasileiros. 
 
5.3.4.4. Ausência de coordenação central 
 
Segundo a IFC, as empresas de saneamento buscam substituir os hidrômetros, com 
objetivo de reduzir as perdas aparentes. Porém, não há grande investimento na renovação das 
redes de distribuição, o que acarreta em grandes perdas físicas. Essa prática é consequência da 
não indicação de um setor responsável pela implantação de um programa de redução de perdas. 
A ausência de uma unidade focalizada na estruturação e acompanhamento de um programa de 
redução de perdas dispersa esforços e gera falta de gerenciamento. 
A falta de coordenação central se justifica também pela ausência de capacitação técnica 
das operadoras de saneamento, como citado anteriormente, para implantar um programa 
adequado de redução de perdas e eficiência. Há carência de conhecimento técnico para 
composição de projetos básicos, estruturação de editais e melhores soluções tecnológicas e 
técnicas. 
 
 
 
6 CONCLUSÃO 
 
No geral, pode-se concluir que o Brasil apresenta um cenário problemático em relação 
ao setor de perdas de água. Com valores díspares entre as regiões, a média nacional atinge um 
valor longe do ideal, e ainda, esconde a realidade ainda mais alarmante de algumas regiões. 
Além disso, as perdas de água acarretam perdas financeiras enormes para o país, no montante 
de bilhões de reais que poderiam ser investidos para melhoria do saneamento básico brasileiro. 
Ao fazer a comparação a nível mundial, percebe-se que os países com menores índices 
de perda apresentam muitas medidas para combater vazamentos e incentivar o uso racional da 
água por parte da população. No entanto, é notável que um dos fatores que motiva esse tipo de 
medida é a inexistência de grandes reservas de água doce no território destes países, por 
exemplo, Austrália. Já no Brasil, tem-se grandes reservas naturais, detendo mais de 10% da 
água doce do mundo. Isto também influencia a conscientização da população, de modo a dar 
sensação errônea de que a água é um bem infinito. Assim, acaba por incentivar o uso sem 
economia, não apenas por parte dos consumidores finais, mas por parte de governantes, que 
poderiam investir mais, e operadoras, que poderiam dar mais atenção para o controle de perdas. 
Ao analisar os índices de perda de distribuição do país separado por região, nota-se 
claramente a disparidade existente, destacando negativamente as regiões Norte e Nordeste. No 
entanto, quando analisadas as perdas financeiras acarretadas pelas perdas de água, a região 
Sudeste, mesmo com menor índice de perdas de distribuição, aparece como região de maior 
perda monetária, enquanto as regiões Centro-oeste e Norte, apareceram com os menores valores 
de perdas financeiras. Verificou-se a forte relação entre os valores de perda financeira, com os 
valores de perda de água não faturada, e ao montante da população. Ou seja, ainda que a região 
Sudeste apresente o menor índice de perdas de água na distribuição, por possuir a maior 
população entre as regiões, sofre maior perda de água não faturada, e consequente, maior perda 
financeira total. Enquanto a região Norte, com situação alarmante de perdas de água, uma vez 
que se perde mais da metade da água tratada, segue com valor baixo de perda financeira, 
possuindo menor população, e, portanto, menor perda de água não faturada. 
Porém,apesar de toda a análise indicar que o Brasil não vai bem no setor de perdas de 
águas, a meta nacional estabelecida em 2014 para os próximos 20 anos, é de atingir o índice de 
perdas de 31%. Considerando a redução no índice de perdas que tem ocorrido nos últimos treze 
anos, constata-se que atingir a meta nacional para 2033 é completamente possível, trazendo 
otimismo para o setor. 
 
No entanto, ao analisar as possíveis medidas a serem tomadas para o controle de perdas 
pelas operadoras, depara-se com muitos entraves. Enquanto os maiores causadores de perdas 
de água se concentram na infraestrutura do setor de distribuição de água, a melhoria desta 
necessitaria de alto investimento inicial. Além disso, as operadoras contam com problemas de 
gestão interna, de forma que o desenvolvimento de um programa de controle de perdas fica 
limitado por haver carência de profissionais capacitados para tal, ou, por não haver uma 
coordenação central, que tome a frente de ações voltadas para o controle de perdas. Além do 
mais, é necessário que, uma vez iniciado, seja dado continuidade a programas de controle de 
perdas, o que acaba não acontecendo quando há troca de gestão nas operadoras. 
Porém, apesar da visão geral do problema não ser otimista, das regiões sofrerem muita 
disparidade de dados, de o país não ser exemplo mundial ou de existirem muitos entraves para 
a implementação de programas de controle de perdas por parte das operadoras, ainda assim, 
tem-se esperança que o país melhorará no setor. Espera-se que este trabalho possa servir como 
alerta e como incentivo à maiores investimentos e cuidados no setor de perdas de água no Brasil. 
 
 
 
 
 
 
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