Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leonardo e equipe 0 0 FITOSSANIDADE FITOPATOLOGIA E ENTOMOLOGIA 2 www.agronomiaconcursos.com.br AULA 0 3 www.agronomiaconcursos.com.br SUMÁRIO pg. INTRODUÇÃO........................................................................... 04 1. Apresentação....................................................................... 05 2. O que vamos estudar neste curso........................................ 06 3. Noção de fitossanidade ...................................................... 08 4. Histórico da fitopatologia ................................................... 12 5. Introdução a entomologia agrícola ....................................... 24 6. Classificação e caracterização dos artrópodes ..................... 25 7. Importância econômica e ambiental dos artrópodes ............ 28 8. Questões comentadas......................................................... 33 9. Lista de questões................................................................ 57 10. Gabarito.............................................................................. 67 11. literatura consultada ......................................................... 68 4 www.agronomiaconcursos.com.br Olá, meus amigos e amigas! Estamos inaugurando este novo espaço para concursos e é muito bom tê-los aqui. Nossas aulas visam preencher uma lacuna no mundo dos concursos com relação as áreas agrícolas, onde faltam materiais de qualidade para que possamos estudar os temas pedidos nos editais, nosso objetivo e preencher esta lacuna e preparando os alunos a disputar uma vaga, e estar entre os classificados. Assim, teremos aulas voltadas para os principais concursos nacionais como: FISCAL AGROPECUÁRIO - (MAPA) (Agronomia, veterinária, zootecnia), PERÍTO DA POLÍCIA FEDERAL (Agronomia, engenharia florestal, engenharia elétrica, etc.), POLÍCIA CIENTÍFICA, INCRA E MUITOS OUTROS. Estaremos elaborando aulas de acordo com os editais, com muitos exercícios, para que possamos gabaritar estas provas. Queremos abordar várias áreas, como engenharia agrícola, florestal, ambiental, engenharia civil, engenharia elétrica, arquitetura etc. ENTÃO, NÃO SE ESQUEÇA: ESTE É O NOSSO ESPAÇO O curso de fitossanidade compõem-se de quatro aulas em pdf totalmente explicadas contemplando vários exercícios de concursos anteriores visando o treinamento do candidato, esse material objetiva ser a única fonte do aluno contemplando toda a matéria solicitada no edital Terracap. Então, não precisará de livros, apostilas, ou qualquer outro material. Em caso de dúvidas, teremos um FÓRUM diretamente ligado aos professores, no qual 5 www.agronomiaconcursos.com.br você pode entrar em contato, quando julgar necessário, para esclarecimento de pontos da aula que não ficaram tão claros ou precisam de um aprofundamento. O site foi feito pensando em você, para que alcance seus sonhos, passar em um bom concurso. Para isso precisamos de excelentes materiais, o que era uma raridade nas áreas específicas, hoje temos AGRONOMIACONCURSOS vindo a preencher está lacuna. Acompanhe nossa página no Facebook com a novidade no mundo dos concursos. Agronomia concursos www.agronomiaconcursos.com.br 6 www.agronomiaconcursos.com.br APRESENTAÇÃO Meu nome é Leonardo, sou Engenheiro Agrônomo formado na Universidade Federal de Lavras. Trabalho há 10 anos na Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais). Tenho pós-graduação Lato Sensu em Extensão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável e em Gestão de Agronegócio. Iniciei o mestrado em Agricultura Tropical, na área de conservação de solos. Fui professor do curso técnico agrícola Pronatec, ministrei aulas de nutrição e forragicultura, fertilidade do solo e culturas anuais e olericultura. Sou professor de matemática e física do ensino médio. Ministro vários cursos para agricultura familiar, entre eles fertilidade do solo, culturas anuais, olericultura, mecanização agrícola, cafeicultura e manejo da bovinocultura de leite. Trabalho com crédito rural (custeio e investimento), elaborando projeto e prestando orientação aos agricultores há 10 anos. Sou responsável pela elaboração da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e correspondente bancário pelo sistema COPAN. Já fiz vários concursos, como Adagro-Pe (agência de fiscalização agropecuária de Pernambuco), Perito da Policia Federal área 4 – agronomia, Ministério Público e Ibama. Logrei êxitos em alguns e fui reprovado em outros, mas assim é a vida do concurseiro. Passei na Emater-MG, onde estou até hoje. O AGRONOMIA CONCURSOS tornou-se o nosso ponto de encontro, nosso espaço de estudo para gabaritar todas as provas de agronomia. Aproveite todas as oportunidades. Solicitamos que os alunos que adquirirem nossos cursos avaliem-nos no final, para que possamos melhorar a linguagem e os temas que não ficarem tão claros. Espero que vocês também aprovem e gostem do nosso material, e que ele possa ajudar na sua aprovação! 7 www.agronomiaconcursos.com.br O QUE VAMOS ESTUDAR NESTE CURSO? ANÁLISE DO EDITAL Analisemos agora a nossa parte de fitossanidade conforme edital lançado. Inicialmente, transcrevo o conteúdo programático do edital para a área de agronomia. ENGENHEIRO AGRÔNOMO Assim, vamos montar nosso cronograma. Cronograma das aulas AULA CONTEÚDO DATA Aula 0 INTRODUÇÃO HISTÓRIA DA FITOPATOLOGIA, INTRODUÇÃO A ENTOMOLOGIA E A IMPORTÂNCIA DOS INSETOS 21 QUESTÕES 05/03/017 Aula 1 IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS DE PLANTAS, CLASSIFICAÇÃO, SINTOMOLOGIA, DIAGNOSE DA DOENÇAS DAS CULTURAS ANUAIS: ARROZ, MILHO, SOJA, ALGODÃO, TRIGO E FEIJÃO. MANDIOCA 150 QUESTÕES 18/04/017 Aula 2 CLASSIFICAÇÃO E MORFOLOGIA DOS INSETOS, MÉTODOS DE CONTROLE DE PRAGAS DAS GRANDES CULTURAS: MILHO, FEIJÃO, ARROZ, TRIGO E ALGODÃO 150 QUESTÕES 21/04/017 Aula 3 PRAGAS DE OLERICULAS E FRUTIFERAS II, PRAGAS DE GRÃOS ARMAZENADOS, MANEJO E CONTROLE INTEGRADO DE DOENÇAS, PRAGAS E PLANTAS DANINHAS E RECEITUÁRIO AGRONÔMICO 100 QUESTÕES 28/04/017 8 www.agronomiaconcursos.com.br NOÇÕES DE FITOSSANIDADE Iniciamos, mais um curso de questões e é de fundamental importância que exercitemos para podermos sairmos bem na hora da prova, nosso objetivo e que estudemos estas duas materiais fitopatologia e entomologia através de questões, digo que será um curso inédito, nós não resolveremos simplesmente questões, discursaremos sobre a materia abordada então vocês terão muito material para ser lida. Esta materia é muita cobrada em prova, vamos entender alguns conceitos antes de partimos para as questões. Para quem atua no ramo da agricultura, o conhecimento de alguns termos básicos é essencial para garantir bons resultados ao trabalhar diretamente com fauna, flora e resultados satisfatórios. Com a intenção de auxiliar na preparação deste grande concurso –TERRACAP,preparamos um resumo básico sobre três termos essenciais da agronomia: FITOSSANIDADE, FITOPATOLOGIA, ENTOMOLOGIA. FITOSSANIDADE É a ciência da agronomia que estuda a sanidade das plantas O conceito de fitossanidade está relacionado com à proteção de plantas do ataque de pragas ou doenças, foi concebido no início do século XX, antes mesmo do aparecimento de tecnologias para controle de organismos que podem causar danos aos vegetais. Entretanto, foi a partir de 1950, com os constantes avanços da ciência, que a inovação passou a ser uma variável central e indispensável nas atividades agropecuárias. Ao compreender que a fitossanidade está relacionada com a proteção das plantas ao ataque de pragas e doenças, fica fácil entender seu papel na rotina do produtor rural e dos pesquisadores e estudiosos nessa área. Graças à fitossanidade é que várias tecnologias e tratamentos foram desenvolvidos 9 www.agronomiaconcursos.com.br para aumentar a rentabilidade e o tempo de vida das diferentes plantações espalhadas pelo mundo, tornando a relação entre o homem e os produtos agrícolas ainda mais satisfatório. FITOPATOLOGIA A fitopatologia é a ciência que estuda todas as doenças relacionadas com as plantas e vegetais, provocadas por espécies como vírus, fungos, bactérias, insetos, fungos, mamíferos, aves e quaisquer outros animais que usam a plantação como fonte de nutrição própria. Os fatores climáticos também podem ser estudados como possíveis responsáveis pelo desenvolvimento de doenças em lavouras. O conhecimento da manifestação das doenças é essencial para que os produtores agrícolas saibam se prevenir e até mesmo tratar as doenças que são diagnosticadas em plantações de pequeno, médio e grande porte. Sem o estudo da fitopatologia não seria possível proteger e tratar o desenvolvimento de qualquer tipo de alteração na saúde das plantas que estão sendo cultivadas em um determinado espaço. O estudo da fitopatologia serve para o 10 www.agronomiaconcursos.com.br engenheiro ou produtor rural desenvolver estratégias de prevenção e tratamento para sua lavoura. ENTOMOLOGIA A entomologia é a ciência responsável por estudar os insetos e sua relação com o meio ambiente. A maneira como eles interagem com a fauna, a flora e até mesmo os humanos é estudada detalhadamente nesse ramo da ciência biológica. Conhecer a maneira como os insetos se comportam no ambiente em que vivem é essencial para ajudar o produtor agrícola a se prevenir e até mesmo evitar a contaminação de sua lavoura com suas ações. Conceitos de entomologia são utilizados na fitopatologia e também na fitossanidade, ajudando a desenvolver as melhores estratégias de proteção da lavoura para garantir os melhores resultados. VAMOS EXERCITAR!! 1 - NUCEPE/UFPI-Engenheiro Agrônomo/2010- ADAPI Considerando os conceitos de fitossanidade e fitopatologia, pode-se afirmar que: a) a fitossanidade se limita ao estudo das pragas de interesse econômico; b) a principal diferença entre as duas é que a fitossanidade está relacionada às pragas das culturas agrícolas; c) na fitopatologia o estudo das doenças das plantas está limitado às formas de transmissão e controle; d) na fitossanidade o estudo das doenças das plantas está limitado às formas de transmissão e controle; e) a fitopatologia estuda as doenças das plantas envolvendo as interações patógeno-hospedeiro e o meio ambiente, seus sintomas, danos e formas de controle. SOLUÇÃO 11 www.agronomiaconcursos.com.br Como dito acima a fitopatologia é a ciência que estuda todas as doenças relacionadas com as plantas e vegetais, provocadas por espécies como vírus, fungos, bactérias, insetos, fungos, mamíferos, aves e quaisquer outros animais que usam a plantação como fonte de nutrição própria. RESPOSTA E 2 - NUCEPE/UFPI-Engenheiro Agrônomo/2010- ADAPI A técnica que visa avaliar os sintomas causados pelos agentes patogênicos nas plantas e seus sinais, ou seja, a quantificação de doenças de plantas é denominada de a) Fitointerpretação; b) Fitopatologia c) Fitopatometria; d) Fitopatogenicidade; e) Fitopatogênese. SOLUÇÃO Aqui não tenha pressa, vai com calma concursando para não perder uma questão de bobeira. Aqui, ele quer a TÉCNICA, a quantificação de doenças de plantas, também denominada fitopatometria, visa avaliar os sintomas causados pelos agentes patogênicos nas plantas e seus sinais (estruturas do patógeno associadas aos tecidos doentes). A importância da quantificação das doenças pode ser bem compreendida pelas seguintes frases de autores de textos sobre o assunto: "Diagnose e avaliação de doenças de plantas são duas funções igualmente importantes dos fitopatologistas (JAMES, 1974)". "A medida da intensidade de doenças tem o mesmo papel-chave que a diagnose dentro da fitopatologia (KRANZ, 1988)". 12 www.agronomiaconcursos.com.br “De nada adiantaria conhecer o patógeno de uma doença se não fosse possível quantificar os sintomas por ele causados (AMORIM, 1995)". RESPOSTA C HISTÓRICO DA FITOPATOLOGIA CONCEITO Fitopatologia é uma palavra de origem grega phyton significando planta, e pathos com o significado de doença e logos como estudo, sendo assim, a ciência que estuda as doenças de plantas, abrangendo todos os seus aspectos, desde a diagnose, sintomatologia, etiologia, epidemiologia, até o seu controle. No início, a Fitopatologia era uma ciência ligada diretamente à Botânica, tornando-se uma disciplina autônoma somente no século passado, passando a usar os conhecimentos básicos e técnicas de Botânica, Microbiologia, Micologia, Bacteriologia, Virologia, Nematologia, Anatomia Vegetal, Fisiologia Vegetal, Ecologia, Bioquímica, Genética, Biologia Molecular, Engenharia Genética, Horticultura, Solos, Química, Física, Meteorologia, Estatística e vários outros ramos da ciência. HISTORIA DA FITOPATOLOGIA A história da Fitopatologia pode ser dividida em cinco fases ou períodos (fig. 1): 13 www.agronomiaconcursos.com.br Fig. 1: períodos da fitopatologia PERÍODO MÍSTICO Compreende desde a mais remota antiguidade até o início do século XIX, esse período foi assim denominado devido ao fato do homem, não encontrando explicação racional as doenças das plantas, atribuía-as a causas místicas. Encontram-se na Bíblia as informações mais antigas sobre doenças de plantas, atribuídas a causas místicas, apresentadas como castigos divinos. As ferrugens dos cereais, doenças em videiras, figueiras e outras plantas causaram fome, morte e até revoluções. Os hebreus e, sobretudo, os gregos e romanos viveram estes problemas, de modo que filósofos e estudiosos dedicaram atenção às doenças de plantas. Assim, na antiga Grécia, Aristóteles e Teofrasto especularam sobre a origem das doenças de plantas e seus métodos de cura. Teofrasto, chamado "Pai da Botânica", procurou inclusive classificar as enfermidades de plantas em doenças externas e internas, além de estudar e escrever sobre doenças de árvores, cereais e legumes. Os romanos, como Plínio e Columella, agrônomos da antiguidade, fizeram observações importantes sobre as enfermidades, principalmente a ferrugem14 www.agronomiaconcursos.com.br e o carvão do trigo. A ferrugem do trigo era atribuída ao castigo que o Deus Robigo infringia aos homens devido às suas ações. Entre os romanos, a "Robigalia" era uma festa religiosa celebrada anualmente em louvor a Robigo, pedindo sua clemência e proteção. A festa consistia no sacrifício de animais domésticos em vários locais dos campos de trigo. Durante a Idade Média, as referências sobre doenças de plantas são esparsas. As mais importantes devem-se aos árabes radicados na Espanha, onde Ibn-El-Awn, no século X, em Sevilha, publicou um catálogo sobre doenças das plantas, detalhando enfermidades das árvores frutíferas, incluindo a videira. No final do período místico, botânicos faziam descrições de sintomas das doenças de plantas. Com o progresso da Micologia, a atenção foi despertada para a associação fungo-planta doente. Desta forma, Tillet (1714-1791) atribuiu ser um fungo a causa da cárie do trigo. Targioni-Tozzetti, em 1767, considerou também serem os fungos os agentes causais de ferrugens e carvões, os quais cresciam sob a epiderme das folhas das plantas. No entanto, durante esse período houve predominância marcante das teorias amparadas na geração espontânea e na perpetuidade das espécies, esta proposta por Linnaeus quando da apresentação do seu sistema de classificação binomial. As doenças eram então apresentadas com base na sintomatologia e classificadas pelo sistema binomial de Linnaeus. PERÍODO DA PREDISPOSIÇÃO Inicia-se no começo do século XIX, quando se tornou evidente a associação entre fungos e plantas doentes. O suíço Prevost, em 1807, na Franca, publica o seu trabalho que mostra ser Tillettia caries o agente causal da cárie do trigo, confirmando assim as ideias de Tillet. No entanto, defendiam a teoria da geração espontânea. Dentro desse espírito, um botânico alemão Unger, em 1833, apresentou sua teoria pela qual as doenças seriam o resultado de distúrbios funcionais provenientes de desordens nutricionais que 15 www.agronomiaconcursos.com.br predispunham os tecidos da planta a produzirem fungos, como excrescências que neles se desenvolviam por geração espontânea. Assim, seriam as doenças que produziam microrganismos e não estes os responsáveis pelas doenças. PERÍODO ETIOLÓGICO Em 1853, De Bary iniciou este período quando propôs serem as doenças de plantas de natureza parasitária, baseado nos estudos sobre a requeima da batata, provando cientificamente que o fungo Phytophthora infestans era o agente causal. As ideias de De Bary revolucionaram os conceitos da época e as suas teorias foram aceitas por nomes destacados como Berkeley, Tulasne, Kühn e outros. Nos anos subsequentes aos trabalhos de De Bary, os fitopatologistas se dedicaram em provar a natureza parasitária das doenças. Em 1860, Pasteur destrói a teoria da geração espontânea, iniciando o período áureo da Microbiologia e provando a origem bacteriana de várias doenças em homens e animais. As técnicas de esterilização, isolamento e purificação de microrganismos utilizadas por Pasteur favoreceram, em muito, as pesquisas fitopatológicas. Em 1870, o alemão Draenert constatou no Nordeste do Brasil a primeira bacteriose de planta, conhecida como gomose da cana-de-açúcar. Por falta de divulgação, visto somente ter sido noticiado no "Jornal da Bahia", a ciência atribuiu a Burril, em 1877, o primeiro relato sobre bacteriose de plantas. Este mostrou que o crestamento da macieira e pereira era induzido por uma bactéria, hoje denominada Erwinia amylovora. Posteriormente, em 1890, Smith provou que várias doenças de plantas eram causadas por bactérias, incluindo a murcha das solanáceas e cucurbitáceas. Em 1874, Koch estabelece seus postulados, há anos enunciados por Herle. Através deles torna-se possível provar, experimentalmente, a patogenicidade dos microrganismos. Koch aperfeiçoou ainda as técnicas de isolamento de microrganismos e adotou os meios de cultura sólidos para cultivo de fungos e bactérias. Assim, a Fitopatologia aos 16 www.agronomiaconcursos.com.br poucos alcança notáveis progressos, iniciando-se como ciência. A maioria das doenças importantes são descritas neste período, como os oídios, míldios, ferrugens e carvões. As doenças de vírus foram estudadas por muitos anos, antes de ser conhecida sua natureza. Mayer, em 1886, publicou um relato sobre uma doença do fumo que ele chamou de "mosaico". Mayer descobriu que quando macerava o tecido de uma folha doente e injetava o suco na folha sadia, a planta mostrava sintomas típicos da doença 10 dias após a inoculação. Este foi o primeiro registro conhecido sobre a transmissão mecânica experimental de uma doença causada por vírus. O agente causal do mosaico do fumo era invisível ao microscópio comum, filtrável, incapaz de ser cultivado em meio de cultura e a infectividade era destruída quando submetido a uma temperatura de 700C por algumas horas. Em 1898, Beijerinck foi o primeiro a mencionar a expressão "contagium vivum fluidum". Ele verificou que uma pequena quantidade de seiva infectada com o mosaico do fumo era suficiente para inocular várias plantas. Ele demonstrou que a entidade infecciosa se multiplicava na planta infectada e chamou de um vírus em sua publicação. Somente em 1935, Stanley, no Instituto Rockefeller, verificou que os cristais do vírus do mosaico do fumo não se modificavam após 10 cristalizações sucessivas. As moléculas eram grandes e 100 vezes mais infecciosas do que o suco de folhas de fumo infectadas. A princípio ele pensou serem os cristais constituídos de proteína pura. Hoje sabe-se que as partículas de vírus são constituídas de uma capa proteica contendo ácido ribonucleico (RNA) nas plantas e alguns animais, e ácido desoxirribonucleico (DNA) em bacteriófagos e na maioria das viroses de animais. Embora fora deste período, mas apenas como ilustração, em 1971, um novo grupo de patógenos foi determinado por Diener, os viróides, os quais são pequenas moléculas de RNA sem proteção proteica. Ainda em 1868, dois franceses, Nocard e Roux isolaram e cultivaram micoplasma, agente da 17 www.agronomiaconcursos.com.br pleuropneumonia bovina, em meio de cultura. Em 1967, Doi e Ishii, no Japão, observaram este tipo de organismo no floema de plantas infectadas com doenças transmitidas por cigarrinhas. Eles também demonstraram que estes sintomas regrediam quando tetraciclina era aplicada. Muitas das doenças causadas por organismos tipo micoplasmas eram antes tidas como causadas por vírus. Com relação aos nematoides, Berkeley, em 1855, descobriu que as galhas existentes nas raízes de plantas de pepino eram causadas por estes organismos. Posteriormente, Goeldi, em 1887, criou o gênero Meloidogyne para conter uma espécie que atacava café, denominada M. exígua. Este gênero foi revalidado em 1949 por Chitwood, para conter as espécies formadoras de galhas. Porem, Cobb, um zoólogo norte-americano, com seus estudos sobre taxonomia, morfologia e metodologia, é considerado o grande propulsor da Fitonematologia. Hoje a Nematologia constitui uma disciplina importante, abrangendo várias espécies pertencentes a diferentes gêneros. Atualmente, sabe-se da existência de complexos de doenças formados pela presença de nematoides fitoparasitas em combinação com fungos, bactérias, vírus e outros nematoides. Estas interações aumentam a severidade das doenças, tornando-as mais destrutivas. Ainda no período etiológico, foi formulado o primeiro fungicida eficienteno controle das doenças de plantas, a calda bordalesa, por Millardet, na França, em 1882. PERÍODO ECOLÓGICO Em 1874, Sorauer teve o mérito de separar as doenças parasitárias das não parasitárias ou fisiológicas em seu livro "Handbook of Plant Diseases". A partir de então, doença parasitária passou a ser entendida como resultante da interação hospedeiro-patógeno-ambiente, sendo reconhecida pela primeira vez a importância dos fatores ecológicos sobre as doenças de plantas. Neste período foram conduzidos estudos sobre diversos aspectos do meio, como fatores climáticos, edáficos e nutricionais, além de outros. No período 18 www.agronomiaconcursos.com.br ecológico foram iniciados os estudos sobre epidemiologia, sobrevivência do patógeno, disseminação, penetração, colonização, condições predisponentes, ciclo biológico, etc. Paralelamente, foram iniciadas as pesquisas sobre resistência e predisposição das plantas aos diferentes patógenos é também estudos sobre melhoramento visando resistência às doenças. Dentro deste período apareceram os primeiros conceitos de raças fisiológicas, ficando esclarecido o importante papel do ambiente tanto na resistência das plantas como na variabilidade do patógeno. Também nessa época, graças aos trabalhos de Riehm, em 1913, apareceram os fungicidas mercuriais orgânicos para o tratamento de sementes. Em 1934, graças a Tisdalle e Williams, apareceram os fungicidas orgânicos do grupo dos tiocarbamatos, atingindo a Fitopatologia seu valor prático, ou seja, o controle de doenças. PERÍODO FISIOLÓGICO De 1940 a 1950 foram conduzidas pesquisas básicas sobre fisiologia de fungos e das plantas e, com a evolução da Fisiologia, da Microbiologia e da Bioquímica, surgiram novas teorias sobre a relação planta x patógeno e a sua resultante - a doença. Com a publicação do livro "Principles of Plant Infection", por Gaümann, em 1946, foi iniciado o período atual da Fitopatologia, ou período fisiológico, no qual as doenças de plantas passam a ser encaradas com base nas relações fisiológicas entre hospedeiro e patógeno, como um processo dinâmico no qual ambos se influenciam mutuamente. A engenharia genética aplicada às plantas tem proporcionado importantes conhecimentos e técnicas que contribuem para o avanço da Fitopatologia na atualidade. Uma das aplicações iniciais da cultura de tecidos foi no estudo de tumores de plantas causadas por Agrobacterium tumefaciens, tendo sido obtida a primeira cultura de tecidos livre da bactéria por White e Braun, em 1942. Desde então, a aplicação da cultura de tecidos para obtenção de plantas livres de patógenos é intensivamente utilizada. Protoplastos de plantas são usados para estudar infecções e replicações de vírus, ação de toxinas, bem como, através de fusão, 19 www.agronomiaconcursos.com.br para regenerar plantas ou obter novos híbridos somáticos que exibam diferentes graus de resistência a vários patógenos. Técnicas de engenharia genética também tornaram possível a elucidação da natureza de tumores induzidos em galha da coroa, e da recombinação genética de vírus e bactérias de plantas. Com o sucesso alcançado no uso de Agrobacterium sp. e de certos vírus como vetores de material genético estranho para plantas, é esperada a abertura de uma era inteiramente nova na transformação genética de plantas. FITOPATOLOGIA NO BRASIL No Brasil, a Fitopatologia desenvolveu-se em dois sentidos diferentes, o primeiro sentido como a se desenvolver mais ao fim do século passado, onde um grupo de microbiologistas começa a trabalhar no levantamento de fungos associados às plantas cultivadas, com interesse voltado a classificação e catalogação dos possíveis agentes causais. O outro sentido do desenvolvimento da fitopatologia refere-se a um outro grupo interessado em estudar e encontrar soluções para problemas fitossanitários que afetavam certas culturas, sendo citado entre estes, Sá Pereira, Draenert e Fritz Noak. No início deste século, a Fitopatologia passou a ser uma disciplina integrante do currículo das Escolas de Agronomia então existentes. Averna- Sacca, contratado pela Escola Agrícola "Luiz de Queiroz", em Piracicaba, e depois, Edwin E. Honey, contratado pela mesma escola e Albert S. Muller, contratado para Viçosa, ambos em 1929, estabeleceram diretamente, ou através de seus discípulos, verdadeiras escolas. Hoje, são conhecidos vários nomes de fitopatologistas que contribuíram para o progresso dessa ciência no Brasil. Entre eles podemos citar: Ferdinando Galli (Professor do Departamento de Fitopatologia da ESALQ, Piracicaba - SP), Álvaro Santos Costa (Pesquisador da Seção de Virologia do IAC, Campinas - SP, falecido em 1997), A. Chaves Batista (Professor de Fitopatologia da UFRPE e Diretor do Instituto de Micologia da UFPE, Recife - PE, falecido em 1967), Charles F. Robbs (Professor de Fitopatologia da UFRRJ e pesquisador da EMBRAPA, Rio de Janeiro - RJ), 20 www.agronomiaconcursos.com.br Arnaldo Medeiros (Pesquisador da CEPLAC, Ilhéus - BA, falecido em 1978), Geraldo M. Chaves (Professor de Fitopatologia da UFV, Viçosa - MG), José Júlio da Ponte (Professor de Fitopatologia da UFCE, Fortaleza - CE) e Romero Marinho de Moura (Professor de Fitopatologia da UFRPE, Recife – PE). Com a criação dos cursos de pós-graduação em Fitopatologia (Mestrado em 1964 e Doutorado em 1970) na Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", em Piracicaba - SP, foram abertos novos horizontes no campo da pesquisa. Em 1966, foi fundada a Sociedade Brasileira de Fitopatologia, proporcionando assim uma maior difusão desta ciência em todos os pontos do Brasil e, como consequência, em 1975, foi criada a revista "Fitopatologia Brasileira". Com a fundação do Grupo Paulista de Fitopatologia, foi criado, em 1975, o periódico "Summa Phytopathologica". Ambos objetivando a divulgação, no Brasil e exterior, das pesquisas realizadas no país. Atualmente, os cursos de pós-graduação em Fitopatologia e Fitossanidade de diversas Universidades e os Centros de Pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, têm contribuído cada vez mais para o desenvolvimento da Fitopatologia no Brasil. 3 - IFRS - FITOPATOLOGIA - 2012 Sobre a história da Fitopatologia podemos afirmar que: I- Os Períodos são divididos em místico, da predisposição, etimológico, ecológico e período atual. II– Os romanos, grandes agricultores em sua época, tinham um culto aos deuses Robigo e Robigus chamado Robigália em que se fazia culto, relacionado com a ferrugem dos cereais e uma raposa vermelha. III– Em1913, devido os trabalhos de E. Riehm, apareceram os primeiros fungicidas mercuriais orgânicos e em 1934 surgiram os fungicidas orgânicos. IV – O nascimento Da Fitopatologia é marcado pela ocorrência da 21 www.agronomiaconcursos.com.br Grande epidemia de requeima da batata, causada por Phytophthora penetrans, na Irlanda na metade do século XIX. Assinale a alternativa correta: A) Apenas a II e III estão corretas B) Apenas a I, II e III estão corretas C) Apenas a I e II estão corretas D) Apenas a II, III e IV estão corretas SOLUÇÃO Vamos analisar cada item: I- Os Períodos são divididos em místico, da predisposição, etimológico, ecológico e Período Fisiológico período atual. Como víamos acima os períodos são divididos em Período Místico, Período da Predisposição, Período Etiológico, Período Fisiológico período atual. A questão trocou o nome do terceiro período colocando período etimológico eo correto seria etiológico. II– Os romanos, grandes agricultores em sua época, tinham um culto aos deuses Robigo e Robigus chamado Robigália em que se fazia culto, relacionado com a ferrugem dos cereais e uma raposa vermelha. Item certinho conforme descrito em nossa aula III– Em1913, devido os trabalhos de E. Riehm, apareceram os primeiros fungicidas mercuriais orgânicos e em 1934 surgiram os fungicidas orgânicos. Item correto IV – O nascimento da Fitopatologia é marcado pela ocorrência da Grande epidemia de requeima da batata, causada por Phytophthora penetrans, na Irlanda na metade do século XIX. Assim, nossa resposta é: 22 www.agronomiaconcursos.com.br RESPOSTA A 4 - IFRS-FITOPATOLOGIA2012 Com relação a eventos históricos sobre a requeima da batata, causada por Phytophthora infestans, é correto afirmar: a. A requeima da batata contribuiu para a decadência do império Inca nos Andes. b. Provocou a emigração de alemães para o sul do Brasil no início do século XIX. c. Devastou plantios na Inglaterra no século XIX causando a morte de milhares de seus habitantes. d. A doença causava perdas na produção desde a introdução da batata na Europa. e. O botânico Anton de Bary apresentou provas científicas conclusivas sobre o agente causal da doença SOLUÇÃO Como já falado acima, em 1853, De Bary iniciou este período etiológico quando propôs serem as doenças de plantas de natureza parasitária, baseado nos estudos sobre a requeima da batata, provando cientificamente que o fungo Phytophthora infestans era o agente causal. RESPOSTA E 5 - IFRS - Fitopatologia/Agroecologia - 2010 Assinale as afirmativas abaixo com Verdadeiro (V) ou falso (F) em relação à história da Fitopatologia no Brasil: ( ) A Fitopatologia no Brasil desenvolveu-se em duas linhas diferentes e paralelas; de um lado encontram-se já no fim do século passado, alguns micologistas que, desenvolvendo trabalhos de levantamento de fungos associados a plantas cultivadas ou não. ( ) os primeiros estudos concentraram seu maior interesse na sua classificação 23 www.agronomiaconcursos.com.br e catalogação, sem maiores preocupações com a importância da doença e dos prejuízos por eles eventualmente causados. ( ) Uma segunda linha de pesquisa com grupo de cientistas mostrou-se mais interessado em estudar as doenças que afetavam certas culturas de interesse econômico, ao mesmo tempo em que propunham soluções para diminuir seus efeitos prejudiciais. ( ) F.M. Draenert estudou em 1869, uma bacteriose da cana de açúcar na Bahia enquanto Sá Pereira trabalhou como chefe da comissão destinada ao estudo de moléstias e pragas em Pernambuco. ( ) com a inclusão da Fitopatologia no currículo das várias Escolas de Agronomia então existentes, seu desenvolvimento esteve estreitamente ligado ao ensino. Já Álvaro Santos Costa publicou excelente revisão sobre a história da Fitopatologia no Brasil, abrangendo desde o trabalho de F.M. Draenert em 1896 até os nossos dias. A alternativa que completa a sequência de cima para baixo é: A) V/F/V/F/V B) F/F/V/F/V C) V/V/V/V/V D) V/V/F/F/V E) F/V/V/F/F SOLUÇÃO Podemos analisar o desenvolvimento da Fitopatologia no Brasil em duas linhas paralelas. Uma com início no fim do século XIX, com alguns micologistas que desenvolveram trabalhos de levantamento de fungos associados a plantas cultivadas ou não, concentravam o seu maior interesse na sua classificação e catalogação, sem maiores preocupações com a importância da doença e prejuízos causados. A outra linha era composta de um grupo de cientistas que se interessou a estudar as doenças das culturas de interesse econômico e propunham soluções para diminuir seus efeitos prejudiciais. Segundo GALLI e 24 www.agronomiaconcursos.com.br CARVALHO (1968), não se pode traçar um bom histórico da fitopatologia no Brasil pois são poucas informações escritas. Em uma revisão sobre o assunto COSTA (1975), cita Arséne Puthemans como um dos primeiros fitopatologistas do Brasil e menciona como trabalho pioneiro o do alemão Draenert sobre o relato de uma bacteriose em cana-de-açúcar na Bahia em 1869. A partir do início do século XX, Fitopatologia foi incluída como matéria de várias escolas de agronomia. Seu desenvolvimento está estritamente ligado ao ensino. RESPOSTA C INTRODUÇÃO A ENTOMOLOGIA AGRÍCOLA A palavra Entomologia surgiu da união de dois radicais gregos sendo o radical entomon significando inseto, e logos com o significado de estudo; é foi empregada por Aristóteles no ano 384 a.C. designando o estudo dos insetos. Transformou-se numa ciência, apresentando várias áreas de pesquisa como morfologia, taxonomia, ecologia, biologia, resistência de plantas a insetos, transmissão de doenças através de insetos, controle biológico, resistência de insetos a produtos fitossanitários, controle químico, toxicologia, comportamento, apicultura, sericicultura, entomologia urbana, entomologia médico-veterinária, entomologia econômica, entre outras. A Entomologia apoia-se em outras ciências, tais como melhoramento vegetal, fitotecnia, bioquímica, fitopatologia, climatologia, fisiologia vegetal, etc., a fim de elaborar modelos integrados de controle de pragas. Em função do grande número de espécies do Reino Animal, este foi dividido em grupos de acordo com as características dos animais, formando assim os Filos, que 25 www.agronomiaconcursos.com.br foram subdivididos em Subfilos, Classes, Ordens, Famílias, Gêneros e Espécies. CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS ARTHROPODA Os artrópodes representam os mais diversos filos de animais, constituem 85% das espécies do reino animal com estimativas de 1.097. 289 espécies viventes e entre 30-50 milhões de espécies não descritas. Os artrópodes são invertebrados protostômios celomados com organização interna bem desenvolvida e metaméricos. Agrupados em 3 subfilos sendo os seguintes: Subfilo CHELICERATA É um grupo antigo de artrópodes que inclui ácaros, aranhas, caranguejo ferradura, opiliões, escorpiões, pseudoescorpiões e aranhas do mar, entre outros grupos (figura 1). São caracterizados por possuírem seis pares de apêndices incluindo um par de quelíceras, um par de pedipalpos e quatro pares de apêndices locomotores, temos uma exceção que são os límulos que são artrópodes quelicerado, conhecido como caranguejo-ferradura-do- atlântica, sendo esses mais próxima das aranhas e escorpiões que dos caranguejos propriamente ditos possuindo cinco pares de apêndices locomotores. Não possuem mandíbulas nem antenas. A maioria suga alimento líquido de suas presas. O corpo é geralmente dividido em cefalotórax (cabeça mais tórax) e abdômen. O primeiro par de apêndices é modificado em quelíceras, usados para alimentação. 26 www.agronomiaconcursos.com.br Fig. 1. Representantes do subfilo família chelicerata: Ácaros, escorpião e aranha Subfilo CRUSTACEA São representantes deste subfilo os caranguejos, camarões, lagostas, siris, pulgas d’água, etc. Os crustáceos somam mais de 70.000 espécies descritas, são familiares aos humanos e são os invertebrados dominantes nos meios aquáticos. Com exceção dos isópodes (tatuzinhos de jardim) e caranguejos, todos os grupos são aquáticos. Os menores crustáceos têm aproximadamente100μm de comprimento e vivem nas antênulas de copépodos, e o maior é o caranguejo gigante da Tasmânia, com 4m de comprimento, carapaça de 46 cm de diâmetro e até 20kg de peso. A diversidade do subfilo está ilustrada na figura, O nome deriva do latim crusta significando concha que é o envoltório resistente apresentado nos crustáceos. São características gerais do subfilo: Corpo composto de cabeça com cinco segmentos, ou céfalo, e uma longa região poscefálica; tronco dividido em dois ou mais tagmas distintos. Apêndices multiarticulados. Carapaça geralmente presente, reduzida em anostracos, anfípodes e isópodes. Mandíbulas usualmente multiarticuladas que funcionam quebrando, cortando ou mastigando, com dentes. 27 www.agronomiaconcursos.com.br Trocas gasosas por difusão aquosa entre superfícies branquiais. Excreção por verdadeiras estruturas nefridiais (glândulas antenais, glândulas maxilares, etc.). Intestino com ceco digestivo Fig. 2. Representantes do filo Crustacea: Caranguejo, pulga d’agua e siri Subfilo Unirremes Os representantes deste subfilo são às Classes Insecta, Chilopoda e Diplopoda (fig. 3). Possuem um par de antenas, um par de mandíbulas, e dois pares de maxilas (um deles como maxilípedes). A principal Classe deste subfilo e que nos interessa é a Insecta estes organismos apresentam um par de antenas, dois pares de asas, três pares de pernas e corpo dividido em cabeça, tórax e abdome (Figura 1). É a classe mais evoluída do Filo Arthropoda, e hoje são conhecidas cerca de 1.000.000 espécies de insetos (70% das espécies animais). Portanto, os insetos são nada mais nada menos que: artrópodes com corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, seis pernas, quatro asas e duas antenas. Conheceremos melhor a morfologia desta classe nas próximas aulas. 28 www.agronomiaconcursos.com.br Fig. 3. Representantes do filo UNIRREMES: classe Chilopoda, diplopoda e insecta IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E AMBIENTAL DOS ARTRÓPODES Embora sejam competidores na busca de alimentos provocando diversos danos as culturas e sendo transmissores de diversos tipos de doenças, são extremamente importantes como agentes de polinização e produtores de seda, mel, própolis e a cera de abelha. No ambiente terrestre existem diversas espécies de artrópodes de importância econômica local, usados na alimentação como por exemplo o consumo do abdômen de rainhas de saúvas consumidos na América do Sul e Central; gafanhotos da classe INSECTA da família ORTHOPTERA consumidos no México, África e China; larvas de escarabeídeos e passalídeos da família COLEOPTERA), larvas de lepidópteros consumidas por populações amerindianas, pigmeus africanos e aborígenes australianos, larvas de vespas consumidas no Japão e nas Ilhas Reunião. No uso indireto temos a utilização dos ARTHROPODA na dieta de peixes de aquário como “comida viva”, cultivado comercialmente. O krill que é pescado comercialmente, utilizado como ração para peixes, como isca, e também para consumo humano. No meio agrícola temos aspectos econômicos diretos dos organismos modificadores do ambiente sendo considerados engenheiros de ecossistema por exemplo, os cupins e as formigas, a importância e tão grande que o desaparecimento das formigas no meio ambiente poderia causar rapidamente a degradação do ecossistema, as formigas são responsáveis pela dispersão de sementes, processo chamado de 29 www.agronomiaconcursos.com.br mirmecocoria, que leva as plantas a se estenderem pela natureza, o que é essencial para algumas espécies, que necessitam ser levadas para o formigueiro para que ocorra sua germinação, outra importância das formigas e sua ação como agentes polinizadores, levando o pólen das plantas e permitindo a fertilização destas. Com relação aos cupins que digerem a celulose, e alteram a estrutura dos ecossistemas por meio do seu comportamento construtor, promovendo um aumento na porosidade do solo e no transporte de partículas minerais para a superfície e vice-versa. Dessa maneira, eles influenciam a disponibilidade de recursos para organismos de cadeias tróficas diferentes. As formigas atuam mecanicamente revolvendo o solo movimentando as camadas em diferentes sentidos. Outros insetos de grande importância são as abelhas produtoras de mel, própolis, pólen e geleia real, sua atuação maior reside também polinização de diversas fruteiras. Temos outras famílias de insetos como lepidópteros e dípteros que também são importantes agentes polinizadores. Nas regiões tropicais são conhecidos os himenópteros polinizadores de maracujá (gênero Xylocopa, abelhas conhecidas como mamangava). Assim, na tabela abaixo vemos a importância para as 15 culturas economicamente mais importantes do país. 30 www.agronomiaconcursos.com.br Agora podemos ver também os aspectos negativos dos artrópodes como pragas agrícolas, podendo causar graves prejuízos financeiros. Para definirmos como praga dependemos da abundância dos indivíduos, e do tipo de incômodo que eles causam. Assim, temos a definição de dano como perda mensurável de utilidade do hospedeiro, como a qualidade ou quantidade da produção, ou da estética. Algumas vezes o dano provocado por poucos indivíduos é inaceitável, como em frutos infestados por moscas-de-fruta. Outras vezes é necessária uma alta densidade de indivíduos ou uma epidemia destes antes de se tornarem pragas (ex: gafanhotos se alimentando nos pastos somente são considerados pragas quando a população é muito grande!). Outro problema causado, estão relacionados aos grãos armazenados, existindo 28 famílias da ordem Coleóptera (gorgulhos ou carunchos) e seis espécies de quatro famílias (Pyralidae, Tineidae, Oecophoridae e Gelechiidae) da ordem Lepidóptera (traças). Outras pragas de plantas cultivadas podemos citar a classe INSECTA; família HEMIPTERA; da ordem das HOMOPTERA - Bemisia tabaci, Bemisia argentifolii, popularmente chamadas de mosca-branca, atacam cultivos de caju, melão, soja, tomate, plantas ornamentais, existem cerca de 500 31 www.agronomiaconcursos.com.br espécies. Dentre os coleópteros alguns mais importantes são Lasioderma serricorne (F.), também conhecido como "bicho-do-fumo" e Stegobium paniceum (L.) (gorgulho-da-farinha). As traças: Traça-das-amêndoas (Cadra cautella, Pyralidae), traça mediterrânea-da-farinha (Ephestia kuehniella, Pyralidae), traça-do-fumo (E. elutella, Pyralidae), traça-da-passa-de-uva (C. figulilella, Pyralidae), traça-indiana-das-farinhas (Plodia interpunctella, Pyralidae) e traça-dos-grãos (Sitotroga cerealella, Gelechiidae). Na medicina veterinária espécies de artrópodes podem impor perdas significativas na produção animal. Como por exemplo a classe Acari e Insecta, como representantes respectivamente temos os carrapatos (Chelicerata; Acari-Parasitiformes), que causam prejuízos como diminuição na produção animal, perdas no setor coureiro (carrapato-de-boi, Boophilus microplus) com queda da qualidade do couro a ser comercializado, diversos dípteros (Diptera; Brachycera, Nematocera) vetores de nematódeos e protozoários que causam doenças como tripanossomoses e filarioses. Os dípteros pertencem às famílias Culicidae, Cuterebriidae (Dermatobia, conhecida como berne), Psychodidae e Simuliidae. São também vetores de importância médico-veterinária os hemípteros vulgarmente conhecidos como barbeiros (Hemíptera; Heteroptera; Reduviidae; Triatoma infestans). Algumasordens de insetos são compostas de parasitas obrigatórios como Phithiraptera: Anoplura e Mallophaga (piolhos sugadores e mastigadores) e Siphonaptera (pulgas). Outra grande importância reside na saúde pública onde podemos ver aspectos positivos e negativos dos artrópodes. Do lado positivos, temos desde o antigo Egito, Grécia e China o grande interesse nas propriedades curativas do veneno, foi Hipócrates, o pai da medicina, que revelou a importância da apiterapia que e o uso das picadas das abelhas Apis mellifera, em diversos tratamentos entre eles a artrite. Com relação aos aspectos negativos temos alguns artrópodes da classe insecta responsáveis pela transmissão de doenças, como exemplo os piolhos, pulgas e ácaros, os mosquitos dípteros da subclasse Nematocera são transmissores de dengue, doenças-do-sono, febre amarela, filarioses, 32 www.agronomiaconcursos.com.br leishmaniose, malária, e oncocercoses, entre outras doenças. Temos ainda muitas espécies de artrópodes sendo utilizados na manufatura de joias, na indústria cosmética e na fabricação de tintas, como por exemplo os besouros das famílias Buprestidae e Scarabaeidae são utilizados como matéria-prima na fabricação de joias, na cultura andina, as cochonilhas (Hemiptera; Homóptera; Dactylopius coccus) que produzem o corante vermelho-carmim, usado nas indústrias alimentícia e farmacêutica. 33 www.agronomiaconcursos.com.br QUESTÕES COMENTADAS 1 - NUCEPE/UFPI-Engenheiro Agrônomo/2010- ADAPI Considerando os conceitos de fitossanidade e fitopatologia, pode-se afirmar que: a) a fitossanidade se limita ao estudo das pragas de interesse econômico; b) a principal diferença entre as duas é que a fitossanidade está relacionada às pragas das culturas agrícolas; c) na fitopatologia o estudo das doenças das plantas está limitado às formas de transmissão e controle; d) na fitossanidade o estudo das doenças das plantas está limitado às formas de transmissão e controle; e) a fitopatologia estuda as doenças das plantas envolvendo as interações patógeno- hospedeiro e o meio ambiente, seus sintomas, danos e formas de controle. SOLUÇÃO Como dito acima a fitopatologia é a ciência que estuda todas as doenças relacionadas com as plantas e vegetais, provocadas por espécies como vírus, fungos, bactérias, insetos, fungos, mamíferos, aves e quaisquer outros animais que usam a plantação como fonte de nutrição própria. RESPOSTA E 2 - NUCEPE/UFPI-Engenheiro Agrônomo/2010- ADAPI A técnica que visa avaliar os sintomas causados pelos agentes patogênicos nas plantas e seus sinais, ou seja, a quantificação de doenças de plantas é denominada de: a) Fitointerpretação; b) Fitopatologia c) Fitopatometria; d) Fitopatogenicidade; e) Fitopatogênese. 34 www.agronomiaconcursos.com.br SOLUÇÃO Aqui não tenha pressa, vai com calma concursando para não perder uma questão de bobeira. Aqui, ele quer a TÉCNICA, a quantificação de doenças de plantas, também denominada fitopatometria, visa avaliar os sintomas causados pelos agentes patogênicos nas plantas e seus sinais (estruturas do patógeno associadas aos tecidos doentes). A importância da quantificação das doenças pode ser bem compreendida pelas seguintes frases de autores de textos sobre o assunto: "Diagnose e avaliação de doenças de plantas são duas funções igualmente importantes dos fitopatologistas (JAMES, 1974)". "A medida da intensidade de doenças tem o mesmo papel-chave que a diagnose dentro da fitopatologia (KRANZ, 1988)". “De nada adiantaria conhecer o patógeno de uma doença se não fosse possível quantificar os sintomas por ele causados (AMORIM, 1995)". RESPOSTA C 3 - IFRS - FITOPATOLOGIA - 2012 Sobre a história da Fito patologia podemos afirmar que: I- Os Períodos são divididos em místico, da predisposição, etimológico, ecológico e período atual. II– Os romanos, grandes agricultores em sua época, tinham um culto aos deuses Robigo e Robigus chamado Robigália em que se fazia culto, relacionado com a ferrugem dos cereais e uma raposa vermelha. III– Em1913, devido os trabalhos de E. Riehm, apareceram os primeiros fungicidas mercuriais orgânicos e em 1934 surgiram os fungicidas orgânicos. IV – O nascimento Da Fitopatologia é marcado pela ocorrência da Grande epidemia de requeima da batata, causada por Phytophthora penetrans, na Irlanda na metade do século XIX. 35 www.agronomiaconcursos.com.br Assinale a alternativa correta: A) Apenas a II e III estão corretas B) Apenas a I, II e III estão corretas C) Apenas a I e II estão corretas D) Apenas a II, III e IV estão corretas SOLUÇÃO Vamos analisar cada item: I- Os Períodos são divididos em místico, da predisposição, etimológico, ecológico e Período Fisiológico período atual. Como víamos acima os períodos são divididos em Período Místico, Período da Predisposição, Período Etiológico, Período Fisiológico período atual. A questão trocou o nome do terceiro período que é conhecido como etiológico, e não período etimológico. II– Os romanos, grandes agricultores em sua época, tinham um culto aos deuses Robigo e Robigus chamado Robigália em que se fazia culto, relacionado com a ferrugem dos cereais e uma raposa vermelha. Item certinho conforme descrito em nossa aula III– Em1913, devido os trabalhos de E. Riehm, apareceram os primeiros fungicidas mercuriais orgânicos e em 1934 surgiram os fungicidas orgânicos. Item correto IV – O nascimento da Fitopatologia é marcado pela ocorrência da Grande epidemia de requeima da batata, causada por Phytophthora penetrans, na Irlanda na metade do século XIX. As doenças de plantas são conhecidas há muito tempo, praticamente desde o início da agricultura. A fitopatologia foi considerada como ciência, a partir do século XIX, em 1861 quando De Bary demonstrou que a causa da doença requeima da batata era um fungo, Phytophthora infestans. Na questão o nome do fungo está incorreto. 36 www.agronomiaconcursos.com.br RESPOSTA A 4 – IFRS - FITOPATOLOGIA - 2012 Com relação a eventos históricos sobre a requeima da batata, causada por Phytophthora infestans, é correto afirmar: a. A requeima da batata contribuiu para a decadência do império Inca nos Andes. b. Provocou a emigração de alemães para o sul do Brasil no início do século XIX. c. Devastou plantios na Inglaterra no século XIX causando a morte de milhares de seus habitantes. d. A doença causava perdas na produção desde a introdução da batata na Europa. e. O botânico Anton de Bary apresentou provas científicas conclusivas sobre o agente causal da doença SOLUÇÃO Como já falado acima, em 1853, De Bary iniciou este período etiológico quando propôs serem as doenças de plantas de natureza parasitária, baseado nos estudos sobre a requeima da batata, provando cientificamente que o fungo Phytophthora infestans era o agentecausal. RESPOSTA E 5 - IFRS - Fitopatologia/Agroecologia - 2010 Assinale as afirmativas abaixo com Verdadeiro (V) ou falso (F) em relação à história da Fitopatologia no Brasil: ( ) A Fitopatologia no Brasil desenvolveu-se em duas linhas diferentes e paralelas; de um lado encontram-se já no fim do século passado, alguns micologistas que, desenvolvendo trabalhos de levantamento de fungos associados a plantas cultivadas ou não. ( ) os primeiros estudos concentraram seu maior interesse na sua classificação 37 www.agronomiaconcursos.com.br e catalogação, sem maiores preocupações com a importância da doença e dos prejuízos por eles eventualmente causados. ( ) Uma segunda linha de pesquisa com grupo de cientistas mostrou-se mais interessado em estudar as doenças que afetavam certas culturas de interesse econômico, ao mesmo tempo em que propunham soluções para diminuir seus efeitos prejudiciais. ( ) F.M. Draenert estudou em 1869, uma bacteriose da cana de açúcar na Bahia enquanto Sá Pereira trabalhou como chefe da comissão destinada ao estudo de moléstias e pragas em Pernambuco. ( ) Com a inclusão da Fitopatologia no currículo das várias Escolas de Agronomia então existentes, seu desenvolvimento esteve estreitamente ligado ao ensino. Já Álvaro Santos Costa publicou excelente revisão sobre a história da Fitopatologia no Brasil, abrangendo desde o trabalho de F.M. Draenert em 1896 até os nossos dias. A alternativa que completa a sequência de cima para baixo é: A) V/F/V/F/V B) F/F/V/F/V C) V/V/V/V/V D) V/V/F/F/V E) F/V/V/F/F SOLUÇÃO Podemos analisar o desenvolvimento da Fitopatologia no Brasil em duas linhas paralelas. Uma com início no fim do século XIX, com alguns micologistas que desenvolveram trabalhos de levantamento de fungos associados a plantas cultivadas ou não, concentravam o seu maior interesse na sua classificação e catalogação, sem maiores preocupações com a importância da doença e prejuízos causados. A outra linha era composta de um grupo de cientistas que se interessou a estudar as doenças das culturas de interesse econômico e 38 www.agronomiaconcursos.com.br propunham soluções para diminuir seus efeitos prejudiciais. Segundo GALLI e CARVALHO (1968), não se pode traçar um bom histórico da fitopatologia no Brasil pois são poucas informações escritas. Em uma revisão sobre o assunto COSTA (1975), cita Arséne Puthemans como um dos primeiros fitopatologistas do Brasil e menciona como trabalho pioneiro o do alemão Draenert sobre o relato de uma bacteriose em cana-de-açúcar na Bahia em 1869. A partir do início do século XX, Fitopatologia foi incluída como matéria de várias escolas de agronomia. Seu desenvolvimento está estritamente ligado ao ensino. RESPOSTA C 6 - TÉCNICO EM ENTOMOLOGIA - NOVO PROGRESSO – FADESP -2012 Entomologia é a ciência que estuda os (as): (A) vírus sob todos os aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente. (B) bactérias sob todos os aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente. (C) fungos sob todos os aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente. (D) insetos sob todos os aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente. SOLUÇÃO A entomologia é a ciência que estuda os insetos, ou numa melhor definição, é a ciência que estuda os artrópodes, hexápodes. Compreendendo os seus vários aspectos, as relações com as plantas, com o homem e com os animais. RESPOSTA D 39 www.agronomiaconcursos.com.br 7 - TÉCNICO EM ENTOMOLOGIA - NOVO PROGRESSO – FADESP -2012 O objetivo da entomologia na saúde pública é investigar a (A) física, a ecologia, a distribuição dos patógenos e a elaboração de métodos de ação e controle. (B) química, a física, a ecologia, a distribuição dos patógenos e a elaboração de métodos de ação e controle. (C) biologia, o comportamento, a distribuição geográfica de vetores e a elaboração de métodos de ação e controle. (D) geografia, a química, a física, a ecologia, a distribuição dos patógenos e a elaboração de métodos de ação e controle. SOLUÇÃO No âmbito da Vigilância Ambiental em Saúde, a vigilância entomológica direciona suas ações para o monitoramento de insetos que atuam como vetores biológicos de patógenos ou causadores de agravos. As atividades laboratoriais se integram à vigilância entomológica de vetores, permitindo identificar por meio de caracteres morfológicos, espécies de importância em saúde que devem ser alvo de programas de vigilância. Assim, identificações corretas das espécies vetores oferecem informações que subsidiam ações precisas de controle de vetores, detecção precoce das situações de risco à saúde humana e a prevenção de riscos relacionados ao meio ambiente. RESPOSTA C 8 – INÉDITA Em relação à importância dos insetos para o ambiente, é correto afirmar que os insetos: A) participam da reciclagem de nutrientes e estão no topo da cadeia alimentar. B) são polinizadores e alimentam-se exclusivamente de plantas. C) alimentam-se exclusivamente de plantas e servem de alimento para 40 www.agronomiaconcursos.com.br vertebrados insetívoros. D) são polinizadores e servem de alimento para vertebrados insetívoros. SOLUÇÃO Muitos insetos, tais como as abelhas, vespas e borboletas, ajudam na polinização das plantas; a polinização é uma espécie de simbiose que dá às plantas a capacidade de se reproduzirem com mais eficiência, enquanto que os polinizadores ficam com o néctar e pólen. Alguns insetos também produzem substâncias úteis para o homem, como o mel, a cera, a laca e a seda. As abelhas e os bichos-da-seda têm sido criados pelo homem há milhares de anos e pode dizer-se que a seda afetou a história da humanidade, através do estabelecimento de relações entre a China e o resto do mundo. Em alguns lugares do mundo, os insetos são usados na alimentação humana, enquanto que noutros são considerados tabu. Muitos insetos são detritívoros, alimentando-se de animais e plantas mortas, contribuindo assim para remineralização dos produtos orgânicos. Embora a maior parte das pessoas não saiba, provavelmente a maior utilidade dos insetos é que muitos deles são insetívoros, ou seja, alimentam-se de outros insetos, ajudando a manter o seu equilíbrio na natureza. Para qualquer espécie de inseto-praga existe uma espécie de vespa ou parasitoide ou predadora dela. Em função da importância dos insetos benéficos para o homem e meio ambiente, o uso de inseticidas tem o efeito contrário ao desejado, uma vez que matam, não só os insetos-pragas, mas também os seus inimigos e os demais insetos que são benéficos para o homem. RESPOSTA D 41 www.agronomiaconcursos.com.br 9 - IFNMG/MG - Professor - Agronomia- 2014 A classe Insecta difere das demais classes de artrópodes com três pares de patas por uma característica peculiar. Identifique essa característica, assinalando a alternativa CORRETA. A. Peças bucais intrusas. B. Peças bucais ausentes. C. Peças bucais dentro da cavidade bucal. D. Peças bucais fora da cavidade bucal. SOLUÇÃO Os insetos são geralmente pequenos e possuem ocorpo segmentado e protegido por um exoesqueleto de quitina, sendo dividido em 3 tágmas: Cabeça, tórax e abdome. Na cabeça é encontrado as antenas sensoriais, os olhos compostos (várias lentes de omatídeos), os olhos simples ou ocelos (luz e sombra) e as peças bucais formando diversos tipos de aparelhos bucais como o mastigador, sugador, lambedor e triturador. São os únicos artrópodes que possuem asas (finas extensões do exoesqueleto), no abdome vão existir 11 segmentos, sendo que no último segmento de algumas espécies podem existir cercos e estilos e um ovopositor. Os verdadeiros insetos distinguem-se dos outros artrópodes por serem ectógnatas tendo o aparelho bucal externo, e por possuírem 11 segmentos abdominais. RESPOSTA D 10 - Fuvest-SP Metamorfose é a transformação do estágio jovem para o adulto. Alguns insetos têm metamorfose completa (holometábolos), em outros a metamorfose é incompleta (hemimetábolos). Quais insetos exemplificam o primeiro e o segundo tipo de metamorfose, respectivamente? a) Gafanhoto e libélula. b) Borboleta e barata. c) Mariposa e abelha. d) Percevejo e mosquito. 42 www.agronomiaconcursos.com.br e) Besouro e mosca. SOLUÇÃO a) errada, gafanhotos e libélulas são animais hemimetábolos. b) certa, a borboleta é um animal que apresenta desenvolvimento direto, e as baratas são insetos hemimetábolos. c) errada, pois as mariposas e as abelhas são insetos hemimetábolos. d) errada, os percevejos são insetos hemimetábolos, enquanto que os mosquitos possuem metamorfose completa. e) errada, pois tanto os besouros quanto as moscas apresentam metamorfose completa. RESPOSTA B 11 - Biólogo – Zoologia – UNIRIO - COSEA/UNIRIO - 2014 Pedomorfose é definido como processo a) pelo qual há a retenção de características ancestrais embrionárias ou em estágio larval nos adultos descendentes. b) pelo qual o desenvolvimento de uma estrutura específica na espécie descendente vai além do que era encontrado no adulto ancestral. c) de desenvolvimento de um organismo desde o zigoto até o óbito, incluindo maturação sexual e crescimento somático. d) de crescimento das partes corporais de um dado organismo em taxas iguais, resultando em uma relação superfície-volume com desvio em favor da superfície. e) no qual se avaliam as diferenças no tempo de formação de uma estrutura e as transformações sofridas ao longo de sua formação. 43 www.agronomiaconcursos.com.br SOLUÇÃO A pedomorfose envolve a retenção de características larvais por parte dos indivíduos. Assim as espécies e populações pedomórficas de urodelos são capazes de se reproduzir na fase larval aquática, diferentemente das metamórficas que precisam sofrer a metamorfose completa, o que ocorre com a formação de um morfo terrestre ou semiterrestre, para daí amadurecer e se reproduzir. Existem espécies em que a pedomorfose é obrigatória e outras em que ela é facultativa, geralmente, dependendo de mudanças no eixo neuroendócrino associadas a alterações ambientais Wells (2007). Existe, porém, uma grande confusão terminológica na literatura científica, principalmente, por que outros termos como pedogênese e neotenia existem e se referem a processos heterocrônicos semelhantes ou ao mesmo processo, mas como definido por autores diferentes. O termo pedomorfose, por exemplo, é utilizado tanto para descrever o caso específico de retenção de caracteres larvais, como as brânquias externas, em salamandras sexualmente maduras, como para descrever um fenômeno mais geral da evolução através da retenção por parte dos adultos de qualquer tipo de característica em espécies derivadas que estavam presentes apenas em estágios iniciais do desenvolvimento das espécies ancestrais Wells (2007). RESPOSTA A 12 - Técnico de Laboratório - Entomologia - IFNMG/MG - LEGITIMUS - 2012 Os insetos são organismos de grande interesse econômico. Os insetos são benéficos à população humana porque: [A] consomem grande parte do alimento produzido pelo homem. [B] desempenham o seu papel nos ecossistemas, contribuindo para o equilíbrio. 44 www.agronomiaconcursos.com.br [C] parasitam animais de produção. [D] são vetores de várias doenças. SOLUÇÃO Como víamos os insetos tem grande importância no ecossistema atuando na polinização, alimentação de outros insetos e até na alimentação humana. RESPOSTA B 13 - Técnico de Laboratório - Entomologia - IFNMG/MG - LEGITIMUS - 2012 Os insetos são animais I. Pertencentes ao Filo Arthropoda. II. Pertencentes a Superclasse Hexápode. III. Apresentam dois pares de antenas. IV. Apresentam o corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. V. Apresentam peças bucais aparentes. Está correto o que se afirma em [A] I, II, III, IV e V. [B] I, II e III, apenas. [C] I, II, IV e V, apenas. [D] I, III, IV e V, apenas. SOLUÇÃO Insetos - 3 pares de patas - corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen - 1 par de antenas – alunos leem as alternativas com calma, lá diz dois pares de antenas. CUIDADO !!!!!! - Não possuem queliceras e possuem mandíbulas - Podem ou não ter asas e se presente possuem 1 ou 2 pares no tórax 45 www.agronomiaconcursos.com.br Aracnídeos - 4 pares de patas - corpo dividido em cefalotórax e abdômen - Não possuem antenas - Possuem queliceras e não possuem mandíbulas - Não possuem asas Crustáceos -Os apêndices dos crustáceos são bi ramosos e estão adaptados a muitas funções, nomeadamente locomoção, tacto, respiração e incubação dos ovos. -dois pares de antenas - os crustáceos são os únicos artrópodes com este número de antenas, onde se localizam os órgãos do tacto e do gosto; - um par de mandíbulas -dois pares de maxilas. -corpo está geralmente dividido em cefalotórax (frequentemente coberto por uma carapaça) e abdómen, cabeça e o tórax. RESPOSTA C 14 - Técnico de Laboratório - Entomologia - IFNMG/MG - LEGITIMUS - 2012 A cutícula dos insetos NÃO é caracterizada por: [A] Ser formada por polissacarídeos e quitina. [B] Apresentar uma camada acelular (ou de Schmidt). [C] Formar a camada externa do corpo e invaginações, sistema traqueal, partes do canal alimentar, partes do sistema reprodutor e algumas glândulas. [C] Ser constituinte muscular dos insetos. SOLUÇÃO O exoesqueleto O grande sucesso dos insetos deve-se em parte ao seu exoesqueleto, que confere uma mistura de flexibilidade e força permitindo que o inseto tenha liberdade de movimento e ao mesmo tempo não perca em defesa e proteção. O integumento (exoesqueleto) é constituído de três partes: a mais externa é a cutícula, abaixo desta vem a epiderme e a membrana basal. Cutícula: 46 www.agronomiaconcursos.com.br É uma camada relativamente fina de material não celular que delimita a superfície externa do corpo, de estrutura flexível e elástica. Quando acaba de ser formada é branca e pode permanecer assim em muitas formas jovens. Na maioria dos adultos ela passa por um processo químico que resulta no seu endurecimento e escurecimento que é denominado esclerotização; Tem como função evitar perda de água, prevenir a predação e prover camuflagem, através de uma camada de cera; É formada por quitina (cadeia de n-acetil-glucosamina) que é um polímero de alto pesomolecular; Está relacionada com o movimento e extensão do corpo; Pode possuir protuberâncias (espinhos, cerdas, pêlos providos de sensilas) cuja função pode ser de ornamentação, gerar sons, ou estruturas sensoriais (ligados às células sensitivas); É responsável pela cor (pigmentos oriundos de plantas e do metabolismo). RESPOSTA D 15 - INÉDITA Analise as afirmativas abaixo em relação ao Filo Artropoda e identifique com “V” as VERDADEIRAS e com “F” as FALSAS, assinalando a seguir a alternativa CORRETA, na sequência de cima para baixo: ( ) Os Artrópodes consistem em dois táxons atuais principais: Chelicerata e Mandibulata, sendo que um terceiro grupo, Trilobitomorpha, está extinto. ( ) Fazem parte dos Mandibulata os grupos Crustácea e Tracheata, que compartilham várias características comuns, como apêndices segmentares e presença de cílios locomotores. ( ) O exoesqueleto, ou cutícula, é uma característica que define os 47 www.agronomiaconcursos.com.br artrópodes, sendo constituída por quitina e proteína, e apesar de ser inerte e morto, faz parte do sistema sensorial. ( ) Dois tipos de fotorreceptores são encontrados nos artrópodes: ocelos medianos e olhos laterais compostos, sendo que a visão em cores não ocorre no grupo. A alternativa que contém a sequência de respostas CORRETAS, na ordem de cima para baixo é: a) V – F – V – V. b) V – V – F – V. c) V – V – V – V. d) V – F – V – F. e) F – V – V – V. SOLUÇÃO São animais bilaterais protostômios e eram relacionados aos anelídeos, pois compartilham semelhanças morfológicas. Consistem em dois táxons atuais principais: Chelicerata (límulos, aranhas-do-mar e aracnídeos) e Mandibulata, que contém os grupos irmãos crustácea (caranguejos, cracas, pulgas d'agua, entre outros) e Treacheata (insetos, centopeias, piolhos-de- cobra, entre outros). Esses táxons compartilham várias características importantes, incluindo corpo segmentado, exoesqueleto quitinoso e processo de ecdise ("muda"), apêndices segmentares pares e articulados e ausência de cílios locomotores. ESTRUTURA Têm o corpo segmentado, tanto externa quanto internamente. No âmbito interno, os sistemas nervoso, muscular, hemal e excretor possuem componentes repetidos em cada segmento. Em artrópodes derivados os anéis se fundem de modo que cada segmento individual possa deixar de ser visível 48 www.agronomiaconcursos.com.br externamente, da mesma forma na estrutura interna. Esse processo é chamado de tagmatização RESPOSTA A 16 - Técnico de Laboratório - Entomologia - IFNMG/MG - LEGITIMUS - 2012 Das alternativas abaixo, assinale a que NÃO apresenta um inseto social. [A] Cupim. [B] Formiga. [C] Abelha melífera. [D] Cigarrinha das pastagens. SOLUÇÃO Insetos sociais são aqueles que vivem organizados em grupos, interagindo entre si, numa relação ecológica harmônica denominada sociedade. Os insetos sociais mais conhecidos são as abelhas, as formigas e os cupins. Nem todos os insetos são verdadeiramente sociais (eusociais), o que os diferencia é o grau de organização e cooperação entre eles em aspectos reprodutivos, cuidados com a prole e divisão do trabalho. Desse modo, segundo o comportamento social, eles podem ser divididos em: Eusociais: são organizados em castas, com clara divisão de trabalhos e cooperam no período reprodutivo, com todos do grupo contribuindo nos cuidados dos ovos e jovens. As abelhas, formigas e cupins são eusociais; Subsociais: possuem alguns comportamentos de cuidado da prole, podem ser os machos, mas geralmente a fêmea que é responsável em proteger os ovos dos predadores e garantir o sucesso reprodutivo. Muitos grupos são considerados subsociais, entre eles: espécies de percevejos e besouros; Solitários: não apresentam nenhum comportamento social. Não há cuidado com a prole, os ninhos solitários são feitos em lugares protegidos, uma vez que não há guardiões para os proteger. Os besouros rola-bosta são um 49 www.agronomiaconcursos.com.br exemplo de insetos solitários, outros são as baratas, espécies de grilos, besouros e vespas. RESPOSTA D 17 - INÉDITA Observe a figura, a seguir, que representa uma das hipóteses de relacionamento entre os quatro subfilos viventes do filo Arthropoda. Assinale a alternativa que corresponde, correta e respectivamente, às características adquiridas ao longo do processo evolutivo dos Arthropoda, assinaladas por I, II, III e IV, na figura. a) Presença de quelíceras, presença de um par de antenas, apêndices unirremes e sistema nervoso dorsal. b) Presença de quelíceras, presença de mandíbula, apêndices birremes e respiração traqueal. c) Presença de quelas, excreção por túbulos de Malpighi, sistema nervoso dorsal e presença de seis pernas. d) Presença de mandíbulas, apêndices unirremes, respiração traqueal e respiração através de pulmões foliáceos. e) Apêndices birremes, presença de mandíbulas, respiração traqueal e excreção através de glândula antenal. SOLUÇÃO Conforme já lemos e conversamos a alternativa correta é: 50 www.agronomiaconcursos.com.br RESPOSTA B 18 - INÉDITA Para conhecer a diversidade de artrópodes de uma determinada região, um grupo de pesquisadores coletou vários desses animais e os organizou em grupos conforme a tabela abaixo: Assinale a alternativa que associa corretamente a classe dos artrópodes com as características descritas em cada grupo na tabela. a) Grupo I – Insecta; Grupo II – Arachnida; Grupo III – Crustácea; Grupo IV – Chilopoda. b) Grupo I – Arachnida; Grupo II – Insecta; Grupo III – Crustácea; Grupo IV – Chilopoda. c) Grupo I – Arachnida, Grupo II – Chilopoda; Grupo III – Crustácea; Grupo IV – Insecta. d) Grupo I – Chilopoda; Grupo II – Insecta; Grupo III – Arachnida; Grupo IV – Crustácea. e) Grupo I – Insecta; Grupo II – Chilopoda; Grupo III – Arachnida; Grupo IV – Crustácea. SOLUÇÃO Questão tranquila, já explanamos muitas dessas características, então fica fácil marcar a alternativa correta. RESPOSTA B 51 www.agronomiaconcursos.com.br 19 - INÉDITA Sobre as características do Filo Arthropoda no reino animal, assinale a alternativa INCORRETA. A) Corresponde a 80% do reino animal. B) Possui pernas não articuladas. C) Há presença de exoesqueleto. D) Possui aparelho circulatório dorsal. SOLUÇÃO Os artrópodes são animais triblásticos, celomados, com simetria bilateral, sistema digestivo completo, corpo segmentado e patas articuladas – daí o nome do filo (artro = articulação; podos = pés). O filo dos artrópodes é muito diversificado, com mais de um milhão de espécies catalogadas. Esses animais possuem esqueleto externo chamado de exoesqueleto, que protege o corpo do animal e fornece pontos de apoio firmes para a ação dos músculos, fazendo com que a movimentação do animal fique mais eficiente. O exoesqueleto é composto por quitina, e nos crustáceos ele é impregnado por sais de cálcio, que lhes conferem uma carapaça dura e espessa. Em alguns animais terrestres, o exoesqueleto possui uma cobertura de cera impermeável que impede sua desidratação. Por ser muito rígido, o exoesqueleto não permite aos artrópodes o crescimento corporal, por isso
Compartilhar