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07/11/2018 Engenharia Química Transferência de Massa Prof.: Felipe Oliveira Difusão em regime permanente sem reação química Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Considerações: tubo capilar semipreenchido por líquido puro volátil A filme gasoso B estagnado sobre esse líquido avaliação do coeficiente de difusão do vapor de A na película Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Após um intervalo de tempo considerável: Variação do nível do líquido, a partir do todo do capilar desde Z0 (t = 0) até Z1 (t = t1) Equação do fluxo mássico do soluto A será: [1] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado O fluxo de A na direção oposta de z será: Considerando o fluxo de B estagnado (NB,z = 0), então: [2] [3] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Onde: Z0 = altura entre o topo da coluna e a superfície do líquido antes de iniciar o processo de difusão de em ( t = 0 ); Z1 = altura entre o topo da coluna e a superfície do líquido após iniciar o processo de difusão de em ( t = qualquer ); yA,t = fração molar de no topo do tubo; yA,S = fração molar de na superfície do líquido; C = concentração molar global na coluna gasosa; DA,B = coeficiente de difusão de A em B. [3] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Em muitos processos de transferência de massa, uma das condições de contorno pode mover-se com o tempo Nesse caso, a difusão irá variar em pequena quantidade sobre um longo período de tempo Assim, a equação de fluxo em regime pseudo- estacionário será: [4] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Ao substituirmos [4] em [3], teremos a equação de fluxo para o regime pseudo-estacionário: Onde: ρA = concentração mássica de A MA = massa molecular de A [5] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Para que seja determinado o tempo final de difusão (ou em um instante qualquer do processo) , manipula- se [5] da seguinte maneira: [6] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Manipulando a equação [6], pode-se escrever uma equação para determinar o coeficiente de difusão de A em B (DA,B): [6] [7] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 1 A célula de Arnold é um dispositivo que, de forma simples, permite a medição de coeficientes de difusão mássica. Na figura a seguir, é mostrado um esboço da célula. Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 1 Neste experimento, em um intervalo de tempo ∆t = t1, avalia-se a quantidade de líquido evaporado, através da variação de nível ∆Z = Z1 – Z0. Assim, a difusividade de A em B é dada pela equação: Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 1 Para esse sistema, podemos considerar as seguintes hipóteses: sistema binário ( A + B ); o gás B é insolúvel em A; regime pseudo-estacionário; sistema a T e P constantes; difusividade DA,B constante. fluxo difusivo de ao longo da célula dado pela seguinte equação: Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 1 Com base nas considerações anteriores: a) Determine a difusividade mássica (m²/s) de clorofórmio (A) no ar (B), sabendo que, em um experimento com uma célula de Arnold, em 10 horas (36.000 s), a distância entre a superfície do clorofórmio e do topo da célula passou de Z0 = 7,40 cm ( t = 0 ) para Z1 = 7,84 cm ( t = t1 ). Considere que no topo da célula escoava ar puro, ou seja, yA,t = 0, e que na superfície do clorofórmio as condições eram de saturação. A temperatura e a pressão mantiveram-se constantes e iguais a 298 K e 101,3 kPa, respectivamente. A pressão de vapor do clorofórmio nessa temperatura é igual a 26,6 kPa. b) Qual é a característica do processo que permite a adoção de regime pseudo-estacionário na sua modelagem ? Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 1 Solução letra (a) Solução letra (b): Pode-se adotar regime pseudo- estacionário pois a taxa de evaporação é muito baixa. Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 2 Um capilar de 30 cm de altura contém 2 cm de etanol. Calcule o tempo necessário para que o nível do álcool decresça em 0,02 cm, considerando que o capilar esteja preenchido por ar seco e estagnado a 1atm e 25°C. Suponha que o vapor de etanol seja totalmente arrastado no topo do capilar. Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 2 Solução Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 2 Solução Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada A diferença básica entre os estados estacionários (regime permanente) e o pseudo-estacionário é que o último considera a variação espacial no tempo de uma das fronteiras da região onde ocorre a difusão. A taxa de evaporação do líquido (ou da sublimação de um sólido) de um certo corpo de prova, em coordenadas esféricas é dado pela seguinte equação: [8] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada Como o corpo de prova do experimento é esférico, então temos: Substituindo [9] em [8], temos: [9] [10] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada Como a evaporação implica na diminuição de R0, então a equação [10] é dada como: Esta equação representa a taxa molar de evaporação (ou sublimação de um corpo de prova esférico. Entretanto, a taxa molar de distribuição do soluto será dada por: [11] [12] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada Igualando-se as equações [11] e [12] e integrando: Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada Assim, o coeficiente difusivo será dado por: Quando a contribuição convectiva puder ser considerada desprezível em face à difusiva e não se encontrar traços do soluto antes de começar o fenômeno difusivo no meio considerado, iguala-se [11] a [14] e integra-se: [13] [14] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado Experimento da esfera isolada A integração da igualdade [11] = [14] resultará em: [15] Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 3 Uma esfera de naftaleno está sujeita à sublimação num recipiente estagnado e relativamente espaçoso a 72 °C e 1 atm, conforme a figura anterior. Retirou-se a esfera ao longo do tempo, pesando-a e medindo o seu raio. Após 330 min, observou-se o seguinte comportamento: Calcule o coeficiente de difusão de naftaleno considerando o fenômeno pseudo-estacionário. Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 3 (Solução) Ao observar os dados da questão, verifica-se que: Como o meio convectivo é desprezível por yA0 << 1 e yA∞ = 0, então: Difusão pseudo-estacionária num filme gasoso estagnado EXEMPLO 3 (Solução) Contradifusão equimolar Caso 1 Este fenômeno ocorre, por exemplo, na simultaneidade da condensação e evaporação de espécies químicas distintas, mas de características físico-químicas semelhantes como o benzeno e tolueno. Para cada mol de toluenocondensado, um mol de benzeno evapora. Contradifusão equimolar Caso 2 Outra situação é aquela em que há dois reservatórios (1 e 2) interligados por um tubo. Nesses reservatórios estão contidas misturas binárias A e B. No reservatório 1, yA >> yB; situação inversa para o reservatório 2, yA << yB. Ao provocarmos o contato entre os reservatórios, teremos para cada mol de A que migra de 1 para 2; um mol de B irá de 2 para 1. Contradifusão equimolar Caso 2 A relação entre os fluxos molares de A e B é dada por: Como o regime de transferência de A é permanente e o meio difusivo não é reacional, a equação da continuidade de A que rege a contradifusão equimolar será: [16] [17] Contradifusão equimolar Caso 2 O fluxo molar a ser substituído na equação [17] será dado por: [18] Contradifusão equimolar Caso 2 Ao substituir a equação [18] em [17] e considerarmos a pressão e temperatura constantes no sistema, teremos: A solução da equação [19] resulta em uma distribuição linear da concentração da espécie A, da seguinte forma: [19] [20] Contradifusão equimolar Caso 2 Avaliando as condições de contorno do Caso 2, temos: Aplicando as CC’s [21] à equação [20], temos: [21] [22] Contradifusão equimolar Caso 2 Resolvendo o sistema [22], chega-se às seguintes constantes: Ao substituir as constantes [23] e [24] na equação [20], tem-se: [23] [24] [25] Contradifusão equimolar Caso 2 Fluxo de matéria de A: o fluxo global de A é obtido da equação [18] em conjunto com as condições de contorno [22]. Tendo em vista um fluxo constante, então: [26] Contradifusão equimolar Caso 2 Ao admitirmos que o fenômeno da transferência de massa ocorra em um meio gasoso ideal, podemos fazer CA = PA/RT. Desse modo, o fluxo global de A é dado, em termos de pressão parcial de A: Ao levarmos em consideração a relação [16], podemos escrever a equação para NB,z: [27] [28] Contradifusão equimolar Caso 2 As equações [26], [27] e [28] implicam que a concentração molar (ou fração molar) e a pressão parcial de qualquer gás variam linearmente durante a contradifusão equimolar. É interessante notar que a mistura é estacionária numa base molar, mas não é estacionária em uma base mássica, a menos que as massas molares de A e B sejam iguais. Embora a vazão líquida molar através do canal seja zero (NA,z + NB,z = 0), a vazão mássica líquida da mistura através do canal não é zero e pode ser determinada através de: [29] Contradifusão equimolar Caso 2 Levando em consideração a relação [16] e multiplicando os fluxos molares pela área transversal do tubo onde ocorre o escoamento, teremos: Aplicando a relação [30] à equação [29], tem-se: Note que a direção da vazão mássica líquida é a direção do escoamento do gás com a maior massa molar . Um dispositivo de medida de velocidade, como um anemômetro, colocado no canal indicaria uma velocidade de v = ṁ/ρA, onde ρ é a densidade (ou concentração mássica) total da mistura no local da medida. [30] [31] Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 A pressão em uma tubulação que transporta gás hélio a uma taxa de 2 kg/s é mantida a 1 atm pela ventilação de hélio para a atmosfera através de um tubo de 5 mm de diâmetro interno, que se estende 15 m no ar, como mostrado na Figura. Supondo que ambos, o hélio e o ar atmosférico, estão a 25°C. Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 Determinar: (a) a vazão mássica de Hélio perdido para a atmosfera através do tubo (A) (b) a vazão e a fração mássica de ar que se infiltra na tubulação (B, wB) (c) a velocidade do escoamento no fundo do tubo onde este está ligado à tubulação que vai ser medida por um anemômetro em regime permanente (v). Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 (Solução) SUPOSIÇÕES 1) Existem condições de funcionamento permanentes. 2) O hélio e o ar atmosférico são gases ideais. 3) Não ocorrem reações químicas no tubo. 4) A concentração de ar na tubulação e a concentração de hélio na atmosfera são insignificantes, de forma que a fração molar do hélio é 1 na tubulação e 0 na atmosfera Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 (Solução) Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 (Solução) Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 (Solução) Contradifusão equimolar EXEMPLO 4 (Solução) Difusão em regime permanente sem reação química Bibliografias Fundamentos de Transferência de Massa. M.A. Cremasco. 2008. Cap.3. Fenômenos de Transporte III - Aula 06. Prof. Gerônimo. USP.
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