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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA CEFET/RJ Carla Ribeiro Jaqueline Moreira Introdução à Economia Equidade, Eficiência e falhas de mercado Rio de Janeiro 2019 I. INTRODUÇÃO O presente trabalho aborda os conceitos de eficiência, equidade e falhas de mercado através do ponto de vista econômico, tendo como base uma pesquisa exploratória, com o objetivo de discorrer e aprofundar sobre a interseção entre os três temas. Cada tópico será abordado de maneira mais detalhada, para assim entendermos como os conceitos estão associados entre si, se interligando. II. DESENVOLVIMENTO Tendo em vista que a economia estuda a melhor alocação dos recursos possível, já que eles são escassos, um dos conceitos fundamentais para esse estudo é o conceito ótimo de Pareto. O ótimo de Pareto é um estado em que os recursos estão alocados da forma mais eficiente possível. Qualquer realocação dos recursos para melhorar a situação de um indivíduo irá necessariamente piorar as condições de outro indivíduo. No entanto, ao ser eficiente não necessariamente é igualitário. Esse conceito usa como pressuposto que um mercado em competição perfeita. Dessa forma, o ótimo de pareto expõe um dos grandes trade offs da economia: equidade x eficiência. O conceito de equidade, de modo geral, é a disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um. Pode ser entendido também como um elemento de diferença dentro do espaço da cidadania, que é um espaço de igualdade, acompanhada no âmbito dos direitos. Na vida em sociedade, sobretudo no modo capitalista, coexistem situações de abundância e de miséria, o que determina a existência de desigualdades. Assim, do ponto de vista econômico, equidade é a propriedade de distribuir prosperidade econômica de maneira uniforme entre os membros da sociedade. O conceito de eficiência econômica, para Mankiw, é a propriedade da alocação de um recurso de maximizar o excedente total recebido por todos os membros da sociedade, isto é, consiste em obter o máximo resultado possível com os recursos disponíveis. A partir disso, podemos analisar também, a economia do bem-estar, que é o estudo de como a alocação de recursos afeta o bem-estar econômico. Desse modo, é importante entendermos a definição de excedente do consumidor, que é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um bem menos a quantia que efetivamente paga por ele. De acordo com Mankiw, na maioria dos mercados, o excedente do consumidor efetivamente reflete o bem-estar econômico. Por outro lado, o excedente do produtor é o montante que um vendedor recebe menos o seu custo da produção. De maneira intuitiva e correlacionando ambos os conceitos, podemos dizer que o excedente total de um mercado é o valor total atribuído pelos compradores dos bens, medido por sua disposição para pagar, menos o custo total dos vendedores que fornecem esses bens. Se uma alocação de recursos maximiza o excedente total, dizemos que tem eficiência. Se uma alocação não é eficiente, então parte dos ganhos potenciais do comércio entre compradores e vendedores não está sendo obtida. Sendo assim, diantes das duas definições apresentadas, ambos são considerados ferramentas básicas dos economistas para estudar o bem-estar dos compradores e dos vendedores no mercado. A Figura a seguir mostra os excedentes do consumidor e do produtor quando um mercado atinge o equilíbrio entre oferta e demanda, que é o modelo no qual eficiência significa que a economia está obtendo o maior benefício possível de seus recursos escassos e todos os possíveis ganhos de troca foram alcançados. Fonte: Livro Introdução à Economia (Mankiw) De modo ideal, a busca pelo próprio interesse equilibra o mercado na alocação dos recursos de forma eficiente, conduzindo a sociedade a uma situação ótima na qual todas as necessidades dos consumidores são satisfeitas. Entretanto, o livre mercado não funciona de forma tão eficiente assim: em muitos casos, essa busca individual resulta em ações que prejudicam a sociedade como um todo, ou um grupo de indivíduos, isto é, criam imperfeições ou falhas de mercado. Falha de mercado é a situação econômica onde um mercado não consegue produzir uma alocação natural que seja eficiente. Ou seja, microeconomicamente falando, uma falha de mercado acontece quando os agentes econômicos formam uma alocação que não seja Pareto-eficiente. Logo, o custo marginal social desse ponto de equilíbrio não é igual ao benefício marginal que ele gera – e, por isso, a falha de mercado acaba sendo prejudicial tanto para os envolvidos quanto para o restante da sociedade. Para Albergoni, as falhas de mercado podem ser classificadas em: externalidades positivas, externalidades negativas, concorrência imperfeita, exclusão e assimetria de informações. Fonte: Livro Introdução à Economia (ALBERGONI) Diante das definições de Albergoni, as externalidades são os casos em que um indivíduo é beneficiado por uma ação, mas outros são afetados por ela. As externalidades podem ser positivas ou negativas. A concorrência imperfeita é a concentração de empresas no mercado, que detêm grande poder para determinar preços, qualidade e quantidade de produtos. Surge em busca de eficiência e poder de mercado pelas empresas, já que empresas maiores conseguem economias de escala ao aumentar sua produção, ou seja, o custo médio diminui conforme a empresa aumenta a quantidade produzida. Com poucas empresas atuando no mercado, os consumidores não têm muita opção de escolha dos produtos e, portanto, o preço e a qualidade tendem a ser piores do que em um mercado com mais empresas. A exclusão é a impossibilidade de determinado indivíduo, ou grupos de indivíduos, participar da distribuição dos resultados da produção da sociedade, seja por restrições físicas, de aptidões ou de qualificações. E por fim, a assimetria de informações ocorre quando um indivíduo tem mais informações sobre uma transação que as outras partes envolvidas na transação. Sendo assim, quando há falhas de mercado isso significa que há ineficiências econômicas que têm de ser corrigidas. Devido às falhas de mercado, nenhuma economia pode funcionar livremente sem intervenção. Por mais liberal que seja uma sociedade, sempre haverá necessidade de intervenção do Estado na economia para corrigir essas imperfeições. E por consequinte, o Estado tem como função básica regular o funcionamento do mercado, corrigindo as distorções sempre que surgirem. A economia deve funcionar livremente, mas o Estado intervém em caso de falhas. III. CONCLUSÃO A partir do estudo referente, podemos perceber que as ferramentas básicas da economia do bem-estar são fundamentais para entendermos e avaliarmos a eficiência dos mercados livres. E quando o mercado não permiteatingir a eficiência económica surgem falhas de mercado. Com base no estudo bibliográfico, para concluirmos que os mercados são eficientes, adotamos uma série de hipóteses sobre como eles funcionam. Quando essas hipóteses não se sustentam, nossa conclusão de que o equilíbrio de mercado é eficiente pode deixar de ser verdadeira. Uma dessas hipóteses é de que os mercados são perfeitamente competitivo, mas, na vida real, às vezes a competição está longe da perfeição. IV. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALBERGONI, L. Introdução à economia: aplicações no cotidiano. São Paulo: Editora Atlas, 2015 MANKIW, N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. Rio de Janeiro, Campus, 2001. https://www.sunoresearch.com.br/artigos/otimo-de-pareto/ https://www.sunoresearch.com.br/artigos/microeconomia/
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