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Prévia do material em texto

GINÁSTICA
PROFESSORES
Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Me. Fernanda Soares Nakashima
GINÁSTICA 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direção de Operações Chrystiano Mincoff, 
Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção 
de Relacionamento Alessandra Baron, Gerência de projetos especiais Daniel F. Hey, Supervisão do 
Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Mara 
Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, 
Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual 
Danielle Loddi e Daniela Ferreira dos Santos, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
MIRANDA, Antonio Carlos Monteiro de; NAKASHIMA, Fernanda Soares.
 Ginástica. Antonio Carlos Monteiro de Miranda. Fernanda Soares 
Nakashima.
 Maringá - PR.:UniCesumar, 2018 (Reimpressão).
 250 p.
 “Graduação em Educação Física - EaD”.
 1. Ginástica. 2. Elementos Corporais. 3. Educação Física. I. Título.
ISBN 978-85-459-0483-0
CDD - 22ª Ed. 613.7 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos 
com princípios éticos e profissionalismo, não 
somente para oferecer uma educação de qualidade, 
mas, acima de tudo, para gerar uma conversão 
integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-
nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional 
e espiritual.
Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de 
graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil 
estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro 
campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa 
e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, 
com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. 
Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais 
de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos 
pelo MEC como uma instituição de excelência, com 
IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 
maiores grupos educacionais do Brasil.
A rapidez do mundo moderno exige dos educadores 
soluções inteligentes para as necessidades de todos. 
Para continuar relevante, a instituição de educação 
precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, 
coragem e compromisso com a qualidade. Por 
isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, 
metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor 
do ensino presencial e a distância.
Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é 
promover a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária.
Vamos juntos!
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
boas-vindas
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento 
e construção do conhecimento deve ser apenas 
geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos 
que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. 
Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu 
Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
Janes Fidélis Tomelin
Diretoria Executiva de Ensino
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Professor Doutor
Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Doutor e Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação em Educação Física 
UEM/UEL na área de Concentração de Práticas Sociais em Educação Física. Graduação em 
Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá. É professor adjunto da Universi-
dade Estadual de Maringá na área da Ginástica, atuando nos cursos de Educação Física e 
Artes Cênicas. Pesquisador nas áreas de ginástica, escola, teatro, atividades circenses e 
cultura. Autor do livro “Clown e corpo sensível: diálogos com aEducação Física”, lançado 
em 2016 pela editora Appris. 
Professora Mestre
Fernanda Soares Nakashima
Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação associado UEM/UEL na 
linha Fatores Psicossociais e Comportamentais Relacionados ao Exercício Físico e ao 
Esporte. Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2004), 
especialização em ginástica rítmica pela Universidade do Norte do Paraná (2006). Tem 
experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: 
iniciação desportiva, ginástica geral, ginástica rítmica e tecido acrobático. Professora do 
Departamento de Educação Física do Unicesumar na disciplina Estágio Supervisionado. 
Atuou como professora assistente do Departamento de Educação Física na Universidade 
Estadual de Maringá nas disciplinas: Ginástica, Ginástica Escolar e Fundamentos de Rítmica 
e Dança e, no curso de Artes Cênicas, na disciplina Técnicas Circenses.
autores
apresentação do material
Ginástica
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Preparamos esse material com o intuito de levar 
a ginástica até você. Talvez nesse momento você conheça ou se lembre apenas das gi-
násticas de academia ou daquelas que passam na televisão nas competições de jogos 
olímpicos ou eventos nacionais ou internacionais. Isso já é um começo, porém a partir 
dos estudos sobre essa modalidade você perceberá que existem muitas outras formas 
de ginástica e muitas características específicas em cada uma delas. Nosso papel é levar 
você a aprender sobre essa área de conhecimento para que depois possa compartilhar 
toda essa aprendizagem com seus futuros alunos.
Veja que interessante, você terá a possibilidade de ensinar algo novo para seus alunos 
e ainda transformar suas vidas, fazendo com que eles se desenvolvam como sujeitos, 
aprendam a trabalhar coletivamente, respeitem as diferenças e, acima de tudo, conhe-
çam e valorizem o seu trabalho como professor(a). Vamos encarar esse desafio juntos? 
Para isso é importante que você observe ao máximo todo conhecimento que adquirimos 
com nossas experiências e estamos dividindo com você. Aproveite esse momento de 
formação para aprender o quanto pode e, depois, seu papel será passar isso adiante. 
Muito bem! Recados dados, vamos falar sobre como esse livro está dividido. Para 
facilitar a sua aprendizagem, ele contém cinco unidades: A unidade I, intitulada “Gi-
nástica: da sua origem ao cenário atual”, retrata o trajeto histórico da ginástica desde 
sua origem, seus altos e baixos até os dias de hoje; na unidade II, “Elementos corpo-
rais da ginástica”, aprenderemos os princípios básicos da ginástica, os mais simples, 
além de informações sobre como desenvolver as aulas práticas junto aos seus alunos 
nos diferentes espaços de atuação; depois disso, vamos para a unidade III, na qual 
estudaremos as ginásticas que são competitivas e olímpicas, seus aspectos históricos 
e suas características; na unidade IV, conheceremos a ginástica acrobática, que se 
caracteriza por ser competitiva e não olímpica, e aprenderemos como fazer e como 
ensinar as diferentes acrobacias existentes na ginástica. É nessa unidade que vamos 
aprender a fazer estrelinha (roda) e a cambalhota (rolamento). E, por fim, mas não 
menos importante, temos a unidade V, na qual vamos estudar sobre a “Ginástica para 
Todos, as Atividades Circenses e a construção de materiais alternativos”. 
Ufa! Vê quanta coisa vamos aprender juntos? Por isso, prepare-se e vamos a uma 
viagem no universo da ginástica. 
Um grande abraço e um ótimo curso!
sumário
UNIDADE I
GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM 
AO CENÁRIO ATUAL
14 Abordagens Históricas e Culturais da Ginástica
25 O Universo da Ginástica e os Campos de 
Atuação
30 A Organização da Ginástica na Atualidade
UNIDADE II
ELEMENTOS CORPORAIS 
DA GINÁSTICA
46 Princípios Básicos Para a Realização das Aulas 
de Ginástica
55 Elementos Constitutivos da Ginástica
57 Elementos Corporais com Deslocamento
69 Elementos Corporais sem Deslocamento
UNIDADE III
GINÁSTICAS COMPETITIVAS 
(OLÍMPICAS)
86 Evolução Histórica da Ginástica Artística
90 Características da Ginástica Artística
91 Aparelhos da Ginástica Artística
100 Evolução Histórica da Ginástica Rítmica
106 Características da Ginástica Rítmica
109 Elementos Corporais e Manejo de Aparelhos 
da Ginástica Rítmica
UNIDADE IV
A GINÁSTICA ACROBÁTICA E OS ELEMENTOS TÉCNICOS 
E PEDAGÓGICOS DOS MOVIMENTOS GÍMNICOS
170 Ginástica Acrobática: Evolução Histórica
173 Características da Ginástica Acrobática
180 Elementos Técnicos e Pedagógicos dos Movi-
mentos Gímnicos
UNIDADE V
GINÁSTICA PARA TODOS; 
ATIVIDADES CIRCENSES E MATERIAIS ALTERNATIVOS
202 Características e Princípios Filosófi cos da 
Ginástica para Todos
208 Aspectos Históricos Sobre o Circo Como Man-
ifestação Artística
213 os conteúdos de circo e sua aplicação nos 
diferentes contextos
225 Possibilidades de Confecção de Materiais Al-
ternativos na Ginástica e Atividades Circenses
250 Conclusão Geral
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Abordagens históricas e culturais da Ginástica
• A sistematização da Ginástica: Escolas Francesa, Alemã, 
Inglesa e Nórdica (ou Sueca) 
• O Universo da Ginástica e os campos de atuação
• A organização da Ginástica na atualidade
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer a história da Ginástica por meio de um resgate 
às origens do exercício físico.
• Compreender a evolução desta manifestação de acordo 
com as diferentes culturas e sociedades, da Pré-história ao 
Renascimento.
• Identifi car a sistematização da Ginástica a partir do século 
XIX por meio das Escolas Ginásticas europeias.
• Localizar o Universo da Ginástica e seus diferentes campos 
de atuação na atualidade.
• Descrever a organização da Ginástica por meio das 
diferentes instituições internacionais e nacionais que a 
regulamentam.
GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM AO 
CENÁRIO ATUAL
I
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Quando falamos de Ginástica o que vem em sua mente? As atividades que vemos nas academias, como a Ginás-tica Localizada, a Musculação, o Step o Jumping? Ou então, pode ser que você se lembre de modalidades olímpicas, como a Ginástica 
Artística ou a Rítmica. Pode ser até que você pense em Pilates ou Yoga. Você não 
estaria errado em relacionar qualquer uma dessas atividades com ginástica, mas 
já refletiu sobre como surgiram essas práticas? Como elas passaram a acontecer 
com mais frequência em diferentes espaços? Será que estas atividades sempre 
tiveram as características e objetivos que apresentam hoje? Você conseguirá res-
ponder a estas questões ao final desta unidade, constituída de 4 tópicos. 
No primeiro tópico, vamos conhecer a origem da ginástica e sua evolução, 
considerando os aspectos culturais que permearam esta manifestação corporal 
e que a fizeram se desenvolver. No segundo tópico, vamos compreender o pro-
cesso de sistematização da Ginástica a partir das chamadas Escolas Ginásticas do 
século XIX, que foram precursoras das diversas modalidades e atividades que 
conhecemos atualmente. No terceiro tópico, vamos identificar o universo da 
ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade, com o intuito de 
perceber quais são os espaços nos quais as práticas ginásticas acontecem. No 
quarto tópico, vamos identificar a sistematização da Ginástica pelas diferentes 
instituições internacionais e nacionais, almejando compreender como a mes-
ma é organizada mundialmente. 
Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação 
com o contexto ginástico, no sentido de proporcionar a você, futuro(a) 
professor(a), uma aprendizagem que lhe dê subsídios para trabalhar este 
conteúdo nos diferentesespaços com consistência e capacidade crítica, 
de forma que esta manifestação da cultura corporal de movimento faça 
parte das suas aulas não apenas como uma atividade prática sem refle-
xão, ou nos inícios das aulas como alongamento, mas sim como um co-
nhecimento construído historicamente pelo homem que merece fazer 
parte da formação de seus alunos.
GINÁSTICA 
14 
Neste tópico, vamos examinar o contexto histó-
rico da Ginástica, compreendendo sua evolução 
por meio dos exercícios físicos da Pré-História 
até o Renascimento. 
Se entendermos a Ginástica como uma ativida-
de em que o homem se movimenta realizando dife-
rentes ações como correr, saltar, agachar-se, levan-
tar-se, arremessar, pendurar-se, rolar, entre outras, 
poderemos perceber que desde os primórdios da 
humanidade esta atividade física acompanha o vi-
ver do ser humano. No caso dos nossos ancestrais, 
Abordagens Históricas 
e Culturais da Ginástica
Figura 1 - Registros das atividades físicas do homem primitivo
a sobrevivência por meio da caça, da capacidade de 
fugir dos predadores, o seu nomadismo por entre as 
florestas, causavam a necessidade de se movimentar 
de diversas formas, fazendo com que estes se desen-
volvessem corporalmente. Conforme afirmam Lan-
glade e Langlade (1970) e também Souza (1997), por 
meio de jogos, rituais e festividades pré-históricas, 
acontecia a transmissão deste repertório motor de 
uma geração a outra que, mesmo rudimentar, tinha 
caráter utilitário. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 15
Dessa forma, ao longo da história, veremos que a 
Ginástica, aqui entendida como todo e qualquer 
exercício físico praticado pelo homem, assume dife-
rentes formas de ser realizada e desenvolve caracte-
rísticas de acordo com os objetivos do homem e da 
sociedade na qual este estava inserido. 
Segundo Ramos (1982), na Antiguidade pode-
mos observar que, no oriente, os exercícios físicos se 
manifestavam por meio de diferentes atividades. Os 
egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, na-
tação e remo; os assírios e babilônicos desenvolviam 
práticas de caráter utilitário focadas em força, agili-
dade e resistência. Ainda de acordo com o mesmo 
autor, os hititas priorizavam o treinamento hípico, 
tornando-se exímios cavaleiros. As atividades físicas 
como meio de preparação para a vida e de cunho 
ritualístico eram priorizadas na Pérsia, Índia, Chi-
na e no Japão. Jogos, cultos, recreação e preparação 
guerreira eram as práticas corporais dos indígenas 
do novo mundo.
Figura 2 - Registros - exercício físico no Egito Antigo
Figura 3 - Indígenas e o exercício físico
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)1.
GINÁSTICA 
16 
Ainda na Antiguidade, no período Clássico da ci-
vilização ocidental, na Grécia, o exercício físico se 
estabelecia em práticas esportivas, com a realização 
dos Jogos Olímpicos, com grande influência mitoló-
gica e do ideal de beleza. Neste contexto destacam-
-se duas vertentes: Atenas e Esparta. Confome afir-
ma Ramos (1982), em Atenas os exercícios físicos 
buscavam a formação do cidadão integral, dotado 
de educação corporal, composta pela eficiência edu-
cacional, fisiológica, moral e estética. Já em Esparta 
focavam a preparação militar, disciplina cívica, en-
durecimento do corpo, energia física e espiritual. 
importantes para a preparação militar, objetivando 
a defesa e conquista de territórios no período mo-
nárquico. As práticas de atividades desportivas (cor-
ridas de bigas e combates de gladiadores) e higiêni-
cas eram também valorizadas. No tempo do Império 
houve uma decadência do caráter bélico, fazendo 
com que os combates de gladiadores e corridas de 
biga emergissem juntamente com os espetáculos cir-
censes, como forma de entretenimento. 
Figura 4 - Exercícios físicos na Grécia
Ainda de acordo com Ramos (1982) e também de 
Souza (1997), em Roma o espírito prático e utilitário 
fundamentava os exercícios corporais, sendo estes 
Figura 5 - Corridas de biga - Roma Antiga
Na Idade Média, com o domínio da Igreja, a pre-
paração militar tinha como foco as Cruzadas. 
Práticas como esgrima, equitação, manejo de arco 
e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto fa-
ziam parte do repertório de treinamento dos sol-
dados. Os nobres participavam de competições 
de esgrima e equitação nos torneios e justas, bus-
cando “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto” 
(RAMOS, 1982, p. 23). Exercícios naturais, como 
jogos simples e de caça e pesca, também eram 
praticados nesse período. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 17
res relatam que as escolas renascentistas fizeram 
surgir uma nova tendência para a educação física, 
considerando-a como parte da educação, incluin-
do nos seus programas atividades como equitação, 
corridas, saltos, esgrimas, jogos com bola entre 
outros, as quais eram praticadas todos os dias pe-
los alunos ao ar livre. 
Os renascentistas foram influenciados pelos ide-
ais gregos. Na Grécia Antiga, todas as formas de exe-
cício físico eram chamadas de Ginástica. 
Na Idade Moderna, então, o exercício físico se 
afirma como componente da educação. Tal cenário é 
evidenciado por Souza (1997), ao tratar que: 
O exercício físico na Idade Moderna, conside-
rada simbolicamente a partir de 1453, quando 
da tomada de Constantinopla pelos turcos, pas-
sou a ser altamente valorizado como agente de 
educação. Vários estudiosos da época, entre eles 
inúmeros pedagogos, contribuíram para a evo-
lução do conhecimento da Educação Física com 
a publicação de obras relacionadas à pedagogia, 
à fisiologia e à técnica (SOUZA, 1997, p. 22).
Mas quando foi então que a Ginástica passou a ter as 
características que a tornaram tal qual a conhecemos 
hoje? Para entender esse processo, remetemos-nos 
ao século XIX, o qual será abordado no tópico dois. 
Figura 6 - Idade média - preparação para as Cruzadas
Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), 
o período do Renascimento foi marcado por uma 
nova forma de pensar os exercícios físicos, fazen-
do ascender uma nova filosofia com respeito ao 
corpo e seus cuidados. Ainda, os mesmos auto-
Vimos que ao longo da história a ginástica e 
os exercícios físicos foram praticados com 
diferentes objetivos. E hoje? O que você pensa 
ser o fator motivador dos praticantes?
REFLITA
GINÁSTICA 
18 
A Sistematização 
da Ginástica: 
Escolas Francesa, Alemã, 
Inglesa e Nórdica (ou Sueca)
Olá, prezado(a) aluno(a)! Esperamos que, por meio 
do primeiro tópico, você tenha conhecido um pouco 
sobre como a Ginástica se desenvolveu em diferen-
tes momentos históricos da humanidade. Neste se-
gundo tópico, trabalharemos com a sistematização 
da Ginástica a partir do século XIX por meio das 
Escolas Ginásticas Europeias, as quais nos ajudarão 
a entender como a Ginástica que conhecemos hoje 
se constituiu. 
Langlade & Langlade (1970) relatam que o iní-
cio do século XIX é o período considerado como 
data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 
surge o Movimento Ginástico Europeu, compos-
to por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e 
Nórdica (ou Sueca). Os mesmos autores descrevem 
que o método ou escola inglesa, também denomina-
do de movimento esportivo inglês, pelo seu caráter 
competitivo, é um dos métodos mais conhecidos e 
difundidos mundialmente. Ele não tem influência 
direta no campo da ginástica, mas apresenta con-
tribuições, sobretudo, quanto à universalização de 
conceitos e na promoção da ginástica como esporte 
olímpico. Suas bases estão assentadas nos jogos, na 
atividade atlética e no esporte.
Afirmam Langlade e Langlade (1970) e também 
Soares (2002) que é por meio das Escolas Alemã, 
Francesa e Nórdica que podemos entender a siste-
matização da ginástica, as quais serão tratadas a se-
guir. De acordo com Soares (2002), este movimento 
tinha como princípios instituir ordem e disciplina, e 
contribuiupara afirmar a Ginástica como parte da 
educação dos indivíduos, sendo esta baseada na ci-
ência, técnica e condições políticas que se consolida-
vam na Europa do século XIX.
A ESCOLA ALEMÃ
Soares (2007) destaca que, por volta do ano de 
1800, a Alemanha vivia um momento de busca pela 
união de seu território, e é nesse contexto político 
que surge a Escola Ginástica Alemã, inspirada nas 
ideias de Johann Bernard Basedow (1723-1790) e 
outros pedagogos como Johann Heinrich Pestalo-
zzi (1746-1827) e Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778). Soares (2007) ressalta que, a partir do qua-
dro instaurado, a ideologia presente era a de que a 
unicidade territorial e a defesa da pátria só seriam 
garantidas a partir da criação de indivíduos de 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 19
espírito nacionalista, ou seja, homens e mulheres 
fortes, saudáveis e vigorosos. É nesse território de 
intensas lutas políticas carregadas de sentimento 
nacional que os pedagogos da Educação Física do 
século XIX viveram, em especial: Johann Christoph 
Friedrich Guts Muths (1759-1839), Friedrich Lu-
dwig Jahn (1778-1852) e Adolf Spiess (1810-1858). 
O autor aponta também que, além de contribuírem 
para a formação de um Estado alemão, as lutas po-
líticas, sociais e econômicas da Alemanha infl uen-
ciaram para que também deixassem uma herança 
para o mundo da Educação Física, por meio de 
suas formas especiais de exercitação.
Figura 7 - O Turner - a ginástica alemã
Fonte: Wikipedia (2008, on-line)2.
Basedow, ao criar seu Philanthropinum em 1774, es-
cola fundada nas ideias de Rousseau, criou o primei-
ro programa moderno de Educação Física a partir 
de exercícios de corrida, marcha, jogos, bola, pete-
ca, natação, arco e fl echa etc. Em 1874, surge uma 
outra escola semelhante a essa, na qual Guts Muths 
assume aulas de ginástica, desenvolvendo, conforme 
afi rma Betti (1991), um novo método conhecido por 
“ginástica natural” ou “método natural”. 
Figura 8 - Praticantes de ginástica natural
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)3.
Sendo assim, sob a infl uência de Guts Muths (1759-
1839), o “pai da ginástica pedagógica”, surge no iní-
cio do século XIX a Escola Alemã, a qual marca, 
até os dias de hoje, importantes transformações na 
área da Educação Física e contribuições no campo 
da Ginástica. 
Soares (2007) afi rma que, para Guths Muths, a 
importância da fi siologia e da prática voltada à cons-
tituição de cada indivíduo era um fator fundamental 
GINÁSTICA 
20 
na constituição da Ginástica na Alemanha. De acor-
do com Tesche (2001), o trabalho de Guts Muths no 
ensino da Educação Física e da Ginástica fez dele um 
nome importante para a área. Seu conhecimento na 
área da filosofia, artes e ciências, além de suas habili-
dades em trabalhos manuais e em ginástica, fez com 
que ele percebesse a importância e a necessidade da 
educação física ser praticada de acordo com as leis 
fisiológicas e conhecimentos de anatomia. 
O pedagogo Friederich Ludwing Jahn, conside-
rado como a figura mais representativa da Escola 
Alemã, trouxe contribuições significativas. Afirmam 
os autores Marinho (1958) e Ramos (1982) que sua 
atividade política expressiva e seu destaque no con-
texto social e educacional fizeram com que o siste-
ma de Jahn se tornasse o preferido por mais de cem 
anos na Alemanha e em países influenciados por sua 
cultura. Nascido em Lanz, ele fundou uma ginástica 
patriótica, que tinha objetivo político nacionalista.
De acordo com Soares (2007), a ginástica de Jahn 
ultrapassava o caráter da saúde e da moral, sendo o 
caráter militar bastante reforçado. Esta ginástica pre-
conizava a preparação dos jovens para guerra e tam-
bém carregava fortemente a ideologia higienista. Du-
rante os exercícios físicos, Jahn utilizava obstáculos, 
os quais mais tarde foram chamados de “aparelhos de 
ginástica”. Com intuito de reforçar o patriotismo, Jahn 
substituiu a palavra gymnastik (ginástica) pela palavra 
alemã turnkunst, que significa “a arte da ginástica”.
O turnkunst era praticado em local aberto e ar-
borizado chamado Volkspark Hasenheide (parque do 
povo). O lugar contava com instalações para a prática 
dos exercícios e uma praça que servia de local para 
reuniões. Afirma Ramos (1982) que esse tipo de orga-
nização foi construído em outros pontos do país, com 
intuito de incutir nos jovens o amor à Pátria, e sua 
preparação para o dissabor de uma possível guerra.
Além do turnkunst, Jahn criou outros termos 
como: turnen (praticar ginástica), turner (prati-
cante de ginástica ou ginasta), turnplatz (local 
de prática de ginástica), voltigieren (balançar, 
voltear), torner (lutar, brigar) e turntag (dia 
da ginástica). 
Fonte: os autores, baseados em Publio (2005).
SAIBA MAIS
Figura 9 - Ilustração da prática ginástica proposta por Jahn 
Fonte: Wikimedia (2015, on-line)4 e 5.
De acordo com Ramos (1982) e Borrmann (1980), 
o Turnkunst foi considerado, mais tarde, como pe-
rigoso ao Estado, devido à atitude revolucionária 
dos praticantes, sendo assim, interditado na Prús-
sia e em outros países alemães, constituindo o que 
ficou conhecido como “bloqueio ginástico”. Jahn 
foi condenado à prisão em 1819, e quando absolvi-
do teve de viver confinado em casa, sem poder es-
tabelecer-se em nenhuma cidade universitária. Só 
mais tarde foi libertado e honrado pela atuação pa-
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 21
triótica. A interdição do método alemão aconteceu 
entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acon-
tecia de forma clandestina, em espaços fechados, 
permitindo que novos aparelhos e técnicas surgis-
sem, contribuindo para a constituição da atual Gi-
nástica Artística. 
Outro nome importante de ser citado em se tra-
tando da Escola Alemã é o de Adolf Spiess que estu-
dou em uma escola infl uenciado por Pestalozzi e lá 
entrou em contato com o sistema ginástico de Guts 
Muths. Afi rma Ramos (1982) que ele foi considera-
do um continuador da obra de Muths e denominado 
“pai da ginástica escolar alemã”.
Marinho (1958) destaca que Spiess foi considera-
do um inovador e suas ideias trouxeram novos ares 
para a escola da época, sem falar do interesse dos es-
tudantes pela prática da Educação Física. Os apare-
lhos nas praças trouxeram um colorido para as esco-
las da época, garantindo um lugar de destaque entre 
os educadores como um dos líderes da pedagogia na 
Educação Física por meio do ensino da Ginástica. 
Exaltou a ginástica de exibição, como importante re-
curso no despertar pela prática pelos leigos e na aten-
ção das autoridades. O autor ainda aponta que Spiess 
lutou pelo emprego de professores especialistas em 
número sufi ciente para as turmas, criando cursos 
destinados à formação de professores. 
No Brasil, o método alemão de ginástica foi 
considerado ofi cial do exército brasileiro de 1860 
até 1912, quando foi substituído pelo método da 
Escola Francesa.
ESCOLA NÓRDICA/SUECA
A Escola Nórdica/Sueca abrange um estudo das ati-
vidades físicas na Suécia, Dinamarca, Finlândia, 
Noruega, Islândia e Estônia-Letônia. O proponente 
desse método é Pehr Henrik Ling (1776-1839), que 
desenvolveu uma ginástica impregnada de naciona-
lismo e destinada a regenerar o povo, tornando os ho-
mens capazes de preservar a paz na Suécia. Esta havia 
sido arrasada pelo imperialismo russo e guerras na-
poleônicas, além de ter sofrido com a tuberculose e 
raquitismo. Afi rmam os autores Langlade e Langlade 
(1970) e Ramos (1982) que se buscava por meio da 
Ginástica extirpar os vícios da sociedade, dentre os 
quais o alcoolismo, a fi m de criar indivíduos fortes e 
saudáveis, necessários à produção da pátria. 
Figura 10 - Aula de ginástica sueca
Fonte: Gymnastik (MALMO, on-line)6.
GINÁSTICA 
22 
Sendo assim, conforme afi rma Ramos (1982), o 
método de Ling se baseava na ciência, a partir de 
uma análise anatômica do corpo, e a práticada Gi-
nástica deveria ser dividida em 4 partes: Ginástica 
Pedagógica ou Educativa; Ginástica Militar; Gi-
nástica Médica e Ortopédica; e Ginástica Estética, 
tornado evidente o caráter médico-higiênico e a 
anatomofi siológico. 
Como princípios fundamentais da proposta de 
Ling, podemos especifi car:
1. Os movimentos ginásticos devem se base-
ar nas necessidades e nas leis do organismo 
humano, escolhendo as formas mais efi cazes, 
segundo certas regras, sem esquecer as exi-
gências da beleza.
2. A ginástica deve desenvolver harmonica-
mente o corpo, atuando sobre as suas dife-
rentes partes, dentro das possibilidades de 
cada praticante.
3. Para efeito de controle, todo movimento ne-
cessita ter uma forma determinada, isto é, 
uma posição de partida, certo desenvolvi-
mento e uma posição fi nal.
4. Os exercícios empregados na ginástica peda-
gógica devem ser convenientemente selecio-
nados, tendo em vista exercer o efeito corre-
tivo sobre a atitude. Além do mais, precisam 
ser simples e atraentes.
5. A ginástica deve desenvolver gradualmente o 
corpo por meio de exercícios de intensidade 
e difi culdade crescentes, levando em conta a 
capacidade do praticante.
6. A ginástica visa tanto ao corpo como ao espí-
rito, de tal maneira que sua prática seja sem-
pre acompanhada de prazer.
7. A ginástica precisa sempre combinar a teoria 
com a prática.
8. A saúde é necessária aos dois sexos, possivel-
mente mais à mulher, porque sua vida dará 
origem à outra.
Segundo Ramos (1982): 
Em 1808, sob a infl uência de Ling, deu a Suécia 
os primeiros passos para o estabelecimento da gi-
nástica escolar. O regulamento da época determi-
nou que em todos os centros de educação, fossem 
criadas condições favoráveis para a prática de 
exercícios de escalada, saltos, acrobacias, natação 
e etc., sob a direção de um monitor e durante as 
horas de liberdade (RAMOS, 1982, p. 198).
A partir daí, a Ginástica tornou-se obrigatória nas 
escolas, e o jovem somente poderia ser dispensado 
caso este demonstrasse ser inapto para a prática de 
atividades físicas. 
Figura 11 - Apresentação de ginástica sueca
Fonte: Wikimedia (2014, on-line)7.
Ling buscava, por meio dos seus princípios, criar 
diferentes exercícios concebendo-os dentro de uma 
base anatômica e fi siológica. Sua proposta preco-
nizava ordem militar, cantos alegres e disciplina, 
priorizando exercícios livres, sem aparelhos, cuja 
execução era em conjunto de maneira fácil e esté-
tica que permitia uma prática generalizada. Afi rma 
Ramos (1982) que alguns exercícios mais dinâmicos 
também foram desenvolvidos, como natação, jogos 
ginásticos, patinação e esgrima. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 23
De acordo com Langlade e Langlade (1970) e 
Soares (2007), no Brasil este método foi divulgado 
por Rui Barbosa (1849-1923), por se relacionar com 
a medicina e com a ciência.
A ESCOLA FRANCESA 
Na França a Ginástica integra a ideia de uma edu-
cação voltada para o desenvolvimento social, sen-
do necessários homens completos, sendo orientada 
tanto para militares quanto para toda a população 
no intuito de criar o “homem universal”. 
Desenvolvida na metade do século XIX, a Ginás-
tica Francesa, baseada nas ideias dos alemães Jahn 
e Guts Muths, tinha forte traço moral e patriótico, 
preocupando-se com o corpo anatomofi siológico. 
Seu fundador foi o espanhol Francisco de Amorós 
y Ondeano (1770-1848), e para ele a Ginástica de-
senvolveria homens mais corajosos, intrépidos, in-
teligentes, sensíveis, fortes, habilidosos, adestrados, 
velozes, fl exíveis e ágeis, características necessárias 
para enfrentar todas as difi culdades assinaladas pelo 
Estado e pela sociedade. Para isso, Amorós criou um 
método de ginástica próximo ao de Ling, na Suécia 
(1776-1839). 
O método de Amorós, a partir de 1850, integra 
todas as escolas da França. Por valorizar o caráter 
científi co, seu trabalho auxiliou no desenvolvimento 
de estudos no ramo da biologia, fi siologia e médicos 
envolvidos com discussões sobre os exercícios físi-
cos. De acordo com Ramos, este método “admitia 
três tipos de ginástica: civil, militar e médica (RA-
MOS, 1982, p. 219).
A ginástica amorosiana era composta por um 
conjunto de dezessete séries: exercícios de marchar, 
trepar (inclusive trabalho no trapézio), equilibrar, 
saltar, levantar e transportar, correr, lançar, nadar, 
mergulhar, escorregar, patinar, esgrimar, dançar, 
utilizar o cavalo, praticar o tiro, jogar bola, boxear 
com os punhos e com os pés, entre outros movimen-
tos. Ramos (1982) afi rma que a forma de desenvol-
vimento destas atividades tinha semelhança com o 
atual Circuit training.
Figura 12 - Livro escrito por Amóros - Ginástica e moral
Fonte: Wikipedia (2014, on-line)8.
A fi gura do pedagogo e cientista Georges Demenÿ 
(1850-1917) é de destaque quando se trata da Edu-
cação Física que primava pela ciência e não pelo em-
pirismo. Para ele, a Educação Física era o conjunto 
de meios voltados a ensinar o homem a executar 
qualquer trabalho físico com o máximo de econo-
mia de esforço no emprego de força. Afi rmam os 
autores Langlade e Langlade (1970), Ramos (1982) 
e Soares (2007) que Demenÿ preocupou-se com os 
exercícios destinados à mulher, desenvolvendo estu-
dos sobre movimento arredondado, contínuo e com 
ritmo, e que foi a infl uência da dança que o levou a 
trabalhar com a ginástica feminina. 
Outro precursor da Escola Francesa foi Georges 
Hébert (1875-1957), ofi cial da Marinha que criou 
o chamado Método Natural que foi desenvolvido a 
partir das viagens feitas por Hébert a lugares pouco 
GINÁSTICA 
24 
civilizados, principalmente na região de Orenoco e 
nos mares do Sul (Oceania). Por meio de observação 
dos nativos, Hébert percebeu que estes desfrutavam 
de excelente saúde, postura e elevado grau de robus-
tês. Além disso, ao estudar civilizações primitivas, 
verificou que a vida ao ar livre e a relação com a na-
tureza proporcionavam ao homem perfeitas condi-
ções físicas mediante as constantes atividades na luta 
pela existência. De acordo com Ramos (1982), os 
exercícios naturais propostos por Hébert baseavam-
-se em marchar, correr, saltar, quadrupedar, trepar, 
equilibrar, levantar, lançar, defender-se e nadar.
MOVIMENTOS DO SÉCULO XX
Cem anos depois do advento das Escolas Ginás-
ticas, ou seja, a partir do século XX, surgem três 
grandes movimentos como resposta a um fenô-
meno social e uma urgente necessidade de modi-
ficações e significações das primeiras formas gi-
násticas, em especial das Escolas Alemã, Sueca e 
Francesa. Conforme afirmam Langlade e Langlade 
(1970), esses movimentos são: 
Quadro 01 - Sistematização dos movimentos do Sé-
culo XX 
Movimento do 
Centro
Movimento do 
Norte
Movimento do 
Oeste
Escola Alemã Escola Sueca Escola Francesa
Manifestação 
artístico-rítmi-
co-pedagógica 
Manifestação 
científica e téc-
nico-pedagógica
Manifestação 
científica e téc-
nico-pedagógica
Fonte: adaptado de Langlade e Langlade (1970).
O Movimento do Centro teve uma grande influên-
cia de Émile Jaques Dalcroze (1865-1950), que criou 
em seu conservatório musical, em Genebra, uma 
metodologia de educação musical por meio dos 
movimentos corporais, que desenvolvia o ritmo, os 
sentidos e a expressividade. Seu método sempre se 
relacionou com os procedimento técnicos-metodo-
lógicos da cultura rítmico-musical e influenciou o 
surgimento da chamada ginástica moderna, voltada 
para as mulheres, criada por Rudolf Bode (1881-
1970), com contribuições de Jean Georges Noverre 
(1727-1810) e François Delsarte (1811-1881). 
Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), 
o movimento do norte é composto pela Escola Sueca 
(ou Nórdica) e se deu no período de 1914 a 1918, 
momento que começa a ter como foco as ideias de 
Ling a partir de outras perspectivas. De maneirage-
ral, as contribuições ao campo prático se referiam 
mais à técnica de construção e execução dos movi-
mentos em si do que desenvolvê-los em uma pers-
pectiva doutrinária. Os mesmos autores ressaltam 
que o movimento do oeste teve características seme-
lhantes ao do norte, manifestando-se nos campos da 
ciência e no foco técnico-pedagógico. 
Esses movimentos, ao geraram um repensar so-
bre os conceitos das Escolas europeias, foram im-
portantes para a evolução e aparecimento das dife-
rentes manifestações gímnicas que se constituem na 
atualidade. A partir destes é que foram surgindo as 
primeiras regulamentações das ginásticas e subdivi-
sões das diferentes modalidades. 
Hoje, assistimos à excelência da Ginástica nos 
campeonatos nacionais e internacionais e, quando 
fazemos uma retrospectiva dessa manifestação, con-
seguimos perceber como as mudanças sociais, cultu-
rais e históricas ao longo dos tempos têm contribuído 
para que esta adquirisse significado na história do 
homem. É nesse sentido que as reflexões devem se 
encaminhar, para que se entenda de forma dialética a 
ação do homem sobre seu meio e sua transformação.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 25
Prezado(a) aluno(a), neste tópico iremos esclarecer como o Universo da Ginás-
tica e seus diferentes campos de atuação se estruturam na atualidade. Por isso, 
perguntamos a você: caso tenha que classificar as diferentes ginásticas que já viu, 
seja na televisão, na academia, na escola, em centros de treinamento ou até em 
espaços públicos, que elementos você levaria em consideração para realizar esta 
tarefa? Saberia reconhecer nas manifestações gímnicas aspectos que pudessem 
estabelecer classes distintas?
Pensando sobre isto, Souza (1997) estabeleceu uma organização para as áreas 
de atuação da Ginástica, sistematizando-as em cinco campos, conforme mostra a 
Figura 14.
Figura 14: Campos de atuação da Ginástica
GINÁSTICA
DE CONDICIONAMENTO
FÍSICO
DE CONSCIENTIZAÇÃO
CORPORAL DE COMPETIÇÃO FISIOTERÁPICAS DE DEMONSTRAÇÃO
Musculação
Localizada
Aeróbica
Treinamento funcional
Step
Zumba
etc.
Eutonia
Feldenkrais
Yoga
Bioenergética
Anti-ginástica
Tai Chi Chuan
etc.
Ginástica Artística
(Masculina e Feminina)
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Acrobática
Trampolim
Roda Ginástica
Tumbling
Rope Skipping
etc.
Redução Postural
Global (RPG)
Cinesioterapia
Isostretching
etc.
Ginástica para todos
Fonte: Adaptado de: Souza (1997).
O Universo da Ginástica 
e os Campos de Atuação
GINÁSTICA 
26 
GINÁSTICA 
Conforme afi rma Souza (1997), as ginásticas de con-
dicionamento físico são as modalidades mais conheci-
das. São vistas normalmente nas academias por meio 
das atividades que visam ao desenvolvimento das di-
ferentes capacidades físicas (força, fl exibilidade, resis-
tência e velocidade). Sendo assim, estão relacionadas à 
manutenção da boa forma e do bom desempenho das 
funções orgânicas. Abrangem todas as modalidades 
que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da 
aptidão física do indivíduo normal e/ou atleta. Como 
exemplo podemos citar a localizada, aeróbica, body 
pump, body combat, musculação, step entre outras. 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 27
 EDUCAÇÃO FÍSICA
As ginásticas de competição reúnem todas as mo-
dalidades competitivas, as quais vemos em eventos 
pela televisão, em campeonatos como os jogos pa-
namericanos e jogos olímpicos, como a artística, a 
rítmica, a acrobática, a aeróbica, a de trampolim, 
entre outras. Estas sofreram infl uências das Escolas 
Ginásticas, surgidas no continente Europeu no sé-
culo XIX, e sistematizaram-se de formas diferentes, 
como vimos nos tópicos anteriores.
GINÁSTICA 
28 
As ginásticas fisioterápicas são as responsáveis pela uti-
lização do exercício físico na prevenção ou tratamento 
de doenças. Dentre elas, podemos citar isostretching, re-
educação postural global, cinesioterapia, entre outras. 
Essas modalidades possuem grande vínculo com 
o caráter médico que a ginástica ganhou a partir do 
século XIX. Para alguns autores como Fiorin (2002), 
as ginásticas fisioterápicas possuem vínculo com as 
técnicas orientais. Mesmo que nos séculos XIX e XX 
a Europa tenha servido como grande influência na 
ginástica, não podemos negar a forte aproximação 
existente entre esse tipo de ginástica e o oriente. 
De acordo com Souza (1992), as ginásticas de 
conscientização corporal reúnem as novas propostas 
de abordagem do corpo, também conhecidas por téc-
nicas alternativas, ou ginásticas suaves. A grande maio-
ria desses trabalhos teve origem na busca da solução de 
problemas físicos e posturais. Afirma Barbosa-Rinaldi 
(2010) que a chegada desse tipo de ginástica no Brasil 
é recente, por volta da década de 1970, inspirada em 
práticas milenares como yoga e tai-chi-chuan. Como 
exemplos temos a eutonia, o método feldenkrais, a 
bioenergética e a antiginástica - essa última se opõe 
ao corpo belo das ginásticas de academia, buscando a 
liberação dos padrões estabelecidos pela sociedade e 
priorizando a saúde relacionada ao bem-estar.
O pilates poderia se enquadrar tanto como 
uma ginástica fisioterápica quanto de cons-
cientização corporal, pois sua prática tem 
objetivos relacionados aos fins destes dois 
segmentos. Hoje, o pilates é uma área comum 
de atuação de fisioterapeutas e profissionais 
da educação física, cada um atuando de acor-
do com as especificidades da sua formação.
Fonte: os autores.
SAIBA MAIS
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 29
Já a ginástica de demonstração tem como represen-
tante a Ginástica Para Todos (GPT), antiga Ginásti-
ca Geral (GG), cuja principal característica é a não 
competitividade, tendo como função a interação 
social, isto é, a formação integral do indivíduo nos 
Fonte: Maringá News (2015, on-line)9.
A Ginástica para Todos (GPT), segundo Barbosa-
-Rinaldi e Paoliello (2008), é um elemento da cul-
tura corporal de movimento, podendo participar 
do processo de formação de indivíduos críticos e 
assumindo sua função educacional. A GPT é uma 
atividade gímnica inclusiva, da qual as pessoas po-
dem participar independentemente de idade, gêne-
ro, condição física ou técnica. Engloba várias mani-
festações da ginástica, assim como outras formas de 
expressão corporal, como o teatro, o circo, a dan-
ça etc. Sua prática, de caráter participativo, livre e 
seus aspectos motor, cognitivo, afetivo e social. A 
GPT engloba todas as modalidades gímnicas, desde 
que tenha somente caráter demonstrativo. A GPT 
é a única modalidade não competitiva reconhecida 
pela Federação Internacional de Ginástica (FIG).
criativo, pode ser desenvolvida tanto na educação 
formal como na informal, abrindo possibilidade de 
novas e enriquecedoras experiências de movimento 
e expressão para aqueles que a ela tem acesso.
Mediante essas classifi cações gímnicas apresenta-
das e seus diferentes campos de atuação, é possível per-
ceber o quanto é rico e amplo esse universo da ginástica 
na atualidade. Todavia, o mais importante é promover 
que esses conhecimentos cheguem até os alunos e que 
desafi os sejam postos, viabilizando novas abordagens 
gímnicas nos mais diversos espaços de intervenção.
GINÁSTICA 
30 
Olá, aluno(a)! Chegamos ao último tópico dessa 
primeira unidade, e nele iremos descrever a or-
ganização da Ginástica por meio das diferentes 
instituições internacionais e nacionais que a re-
gulamentam. 
Se você já assistiu a uma ginástica de competição, 
seja ao vivo ou pela televisão, deve ter percebido que 
os atletas recebem notas pelo seu desempenho. Estas 
notas são dadas pelos árbitros que, baseados em um re-
gulamento, atribuem valores aos exercícios apresenta-
dos pelos ginastas. Mas quem, então, é responsável por 
formular estas regras que são válidas no mundo todo? 
Assim como em outrosesportes, por exemplo, 
o futebol, que possui a Fédération Internacionale de 
Football Association, mais conhecida por FIFA, ou o 
voleibol, que tem a Fédération Internacionale de Vol-
leyball, a FIVB, a área da Ginástica possui também 
uma organização denominada Fédération Interna-
cionale de Gymnastique, ou FIG. 
A Organização 
da Ginástica 
na Atualidade
Em português, a Federação Internacional de 
Ginástica (FIG) tem como objetivo orientar, regu-
lamentar, controlar, difundir e promover eventos 
na área. Segundo Souza (1997, p. 29), a FIG tem 
“[...] sua origem nas Federações Europeias de Gi-
nástica (Fédérations Européennes de Gymnastique 
- FEG), estabelecidas em 23 de julho de 1881 em 
Bruxelas - Bélgica, com a participação da França, 
Bélgica e Holanda”. Em 1921 outros países passam 
a fazer parte da FEG, que passou então a se cha-
mar FIG, com a participação de dezesseis federa-
ções (países).
Atualmente, a FIG regulamenta 6 modalidades 
competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginás-
tica Artística Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica 
Aeróbica, Ginástica Acrobática e Trampolim, e uma 
modalidade não competitiva, somente demonstrati-
va, que é a Ginástica Para Todos (antiga Ginástica 
Geral), conforme mostrado na Figura 14.
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 31
Dentre as modalidades competitivas, apenas qua-
tro são olímpicas: a Ginástica Artística Masculina, 
a Ginástica Artística Feminina, a Ginástica Rítmica 
e o Trampolim. Para que uma modalidade seja in-
cluída nos Jogos Olímpicos deve haver aprovação do 
Comitê Olímpico Internacional (COI), que analisa 
determinados requisitos para tal fim. 
Para controle da Ginástica em âmbito continental, 
existem a União Asiática de Ginástica, a União Pana-
mericana de Ginástica, a União Europeia de Ginásti-
ca e a União Africana de Ginástica. Estas Federações 
facilitam as relações entre as Confederações de cada 
país, a exemplo da Confederação Brasileira de Ginás-
tica (CBG), responsável pela organização de competi-
ções e eventos da ginástica no nosso país. Além disso, 
cada estado brasileiro possui a sua Federação, que se 
torna responsável pelo desenvolvimento das modali-
dades gímnicas dentro da sua área de abrangência.
Figura 14: Estrutura da Federação Internacional de Ginástica
Fonte: Figura estruturada a partir do site da Federação Internacional de Ginástica (FIG, on-line)10. 
ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA
Competitivas
Ginástica Artística
Masculina
Ginástica Acrobática
Trampolim
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Artística
Feminina
Demonstrativa
Ginástica para
todos
ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA
Competitivas
Ginástica Artística
Masculina
Ginástica Acrobática
Trampolim
Ginástica Rítmica
Ginástica Aeróbica
Ginástica Artística
Feminina
Demonstrativa
Ginástica para
todos
32 
considerações finais
Nesta unidade, estudamos a origem da Ginástica, que surgiu atre-lada à história dos exercícios físicos. Vimos que, a cada momento histórico e em determinadas sociedades, a prática corporal estava relacionada ao contexto vivido pelos diferentes povos, possuindo 
assim objetivos distintos. No percurso de estudo fomos da Pré-história ao Re-
nascimento para então chegarmos ao período do século XIX em que a ginástica 
é sistematizada pelas Escolas Europeias, as quais permitiram e contribuíram para 
que esta evoluísse e chegasse às modalidades que conhecemos hoje. 
A fim de compreender como os campos de atuação da área da Ginástica se 
apresentam hoje, tratamos sobre o Universo da Ginástica, que define 5 campos 
distintos, os quais foram brevemente descritos. Para complementar o entendi-
mento de como a Ginástica se organiza na atualidade, falamos sobre a Federação 
Internacional de Ginástica (FIG), órgão máximo responsável pela área e as de-
mais instituições continentais, nacionais e estaduais, bem como cada um desses 
elementos regulamentam e organizam a Ginástica de acordo com o seu contexto.
Os tópicos abordados permitiram uma aproximação com o contexto da Gi-
nástica de forma a possibilitar uma visualização abrangente desta área de conhe-
cimento no sentido de que esses elementos sirvam como base para que você, fu-
turo(a) professor(a), possa compartillhar com seus alunos o conteúdo discutido 
nesta unidade.
Por meio dos temas desenvolvidos, você poderá organizar atividades que le-
vem seus alunos a conhecerem o contexto histórico da Ginástica, para que eles 
compreendam como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes 
momentos históricos, fazendo com que essas tenham características próprias a 
partir da influência e das características que receberam. Além disso, você poderá 
apresentar quais os campos de atuação da Ginástica e como essa modalidade se 
organiza mundialmente, temas que possibilitarão fazer com que conheçam a Gi-
nástica para além daquela vinculada pela mídia.
 33
atividades de estudo
1. Mediante os seguintes trechos: 
I. Nos primórdios da humanidade o homem 
praticava exercícios físicos com o objetivo de 
tornar-se mais forte e com o corpo belo.
II. O homem da pré-história, mesmo com seus 
movimentos rudimentares, transmitia suas 
habilidades de uma geração a outra e essas 
práticas corporais eram bastante utilitárias.
III. Na Antiguidade, os egípcios praticavam a luta 
livre, o boxe, esgrima, natação e remo, e os 
assírios e babilônios desenvolviam práticas de 
caráter utilitário que focavam força, agilidade 
e resistência.
IV. Na Antiguidade, no período clássico da civiliza-
ção ocidental, os gregos praticavam atividade 
física com o objetivo de divertimento e liberda-
de, focando o simples prazer destas práticas.
Assinale o que for correto:
a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
b. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.
c. Somente as alternativas I e II estão corretas.
d. Somente as alternativas II e III estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas estão corretas.
2. Relacione os períodos históricos e as práticas 
corporais daquele momento.
I. Nova forma de pensar os exercícios físicos, 
fazendo ascender uma nova filosofia com res-
peito ao corpo e seus cuidados.
II. O exercício físico se afirma como componen-
te da educação. Vários estudiosos da época, 
entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram 
para a evolução do conhecimento da Educa-
ção Física com a publicação de obras relacio-
nadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica.
III. A preparação militar tinha como foco as Cru-
zadas. Práticas como esgrima, equitação, ma-
nejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, 
corrida e salto faziam parte do repertório de 
treinamento dos soldados.
IV. Na Grécia o exercício físico se estabelecia em 
práticas esportivas, com a realização dos jo-
gos olímpicos, com grande influência mitológi-
ca e do ideal de beleza.
( ) Antiguidade. 
( ) Idade Média. 
( ) Idade Moderna.
( ) Renascimento.
A sequência correta é:
a. C - A - D - B.
b. A - C - B - D.
c. D - B - A - C.
d. B - A - C - D.
e. D - C - B - A.
3. O início do século XIX é o período considera-
do como data da origem da atual Ginástica. 
De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico 
Europeu composto por quatro Escolas: Inglesa, 
Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Sobre 
esse assunto, relacione as colunas.
I. A interdição desse método aconteceu entre 
1820-1942, contudo sua prática ainda acon-
tecia de forma clandestina, constituindo o que 
ficou conhecido de “bloqueio ginástico”. Em 
contrapartida, novos aparelhos e técnicas re-
quintadas surgiram, como a ginástica de sala, 
a qual com o tempo veio constituir a atual gi-
nástica artística.
34 
atividades de estudo
II. Pelo seu caráter competitivo, é um dos mé-
todos mais conhecidos e difundidos mun-
dialmente. Ele nãotem influência direta no 
campo da ginástica, mas apresenta contribui-
ções, sobretudo, quanto à universalização de 
conceitos e na promoção da ginástica como 
esporte olímpico.
III. Baseava-se na ciência, a partir de uma análise 
anatômica do corpo, e a prática da Ginástica 
deveria ser dividida em 4 partes: ginástica pe-
dagógica ou educativa; ginástica militar; ginás-
tica médica e ortopédica; e ginástica estética, 
tornado evidente o caráter médico-higiênico e 
a anatomofisiológico.
IV. Essa Escola Ginástica integra a ideia de uma 
educação voltada para o desenvolvimento so-
cial, sendo necessários homens completos, 
orientada tanto para militares quanto para 
toda a população no intuito de criar o “ho-
mem universal”.
( ) Escola Inglesa.
( ) Escola Alemã.
( ) Escola Francesa.
( ) Escola Nórdica ou Sueca.
A sequência correta é:
a. B - A - D - C.
b. D - C - A - B.
c. A - C - B - D.
d. A - B - C - D.
e. B - D - A - C.
4. Relacione os campos de atuação com as moda-
lidades ginásticas.
I. Ginástica Para Todos.
II. Rpg, Cinesioterapia, Isostretching…
III. Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Ginástica 
Aeróbica, Ginástica Acrobática…
IV. Musculação, Localizada, Aeróbica, Treinamen-
to Funcional, Step, Zumba…
V. Eutonia, Yoga, Bioenergética, Tai Chi Chuan…
( ) De Condicionamento Físico.
( ) De Conscientização Corporal.
( ) De Competição.
( ) Fisioterápicas.
( ) De Demonstração.
 35
atividades de estudo
A sequência correta é:
a. I - II - IV - V - III.
b. II - IV - V - III - I.
c. IV - V - III - II - I.
d. IV - V - I - II - III.
e. V - IV - II - I - III.
5. Sobre as modalidades ginásticas:
I. As ginásticas Artística, Acrobática e Localizada 
são ginásticas competitivas.
II. As ginásticas de condicionamento físico são 
aquelas presentes nas academias e na prepa-
ração de atletas.
III. A Roda Ginástica, o Tumbling e o Rope Ski-
pping são modalidades competitivas, mas 
não fazem parte da FIG.
IV. As ginásticas Artística Masculina, Artística Fe-
minina, Rítmica, Aeróbica, Acrobática e Tram-
polim são as modalidades competitivas regu-
lamentadas pela FIG.
 Assinale o que for correto:
a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas.
b. Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
c. Somente as alternativas I e II estão corretas.
d. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
6. Mundialmente existem diferentes órgãos res-
ponsáveis pela ginástica. Escolha a opção cor-
reta que organiza o quadro a seguir, de forma 
que o primeiro nome seja o mais representati-
vo mundialmente e assim por diante.
I. Confederações (nacionais).
II. Uniões (continentes).
III. Federações (estaduais).
IV. FIG.
 A ordem correta é:
a. II - III - IV - I.
b. IV - I - II - III.
c. IV - II - I - III.
d. IV - III - II - I.
e. III - I - II - IV.
36 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Leia o excerto do artigo a seguir que trata sobre o corpo 
no século XIX. 
O movimento humano decomposto leva sua mecânica a 
concorrer com uma mecânica mais ampla; o esforço é se-
parado da habilidade para ser submetido a muitos outros 
empreendimentos: “Esta vantagem pode ir muito além 
nos grandes estabelecimentos [...] onde é necessário for-
necer uma atenção escrupulosa no cálculo da duração de 
cada tipo de ocupação, para proporcioná-los ao número 
determinado de operários que lhe são destinados, nin-
guém jamais permanece ocioso e o conjunto atinge o má-
ximo de velocidade” (DUPIN, 1826, p. 128-129). 
A ginástica concorre com esse projeto explícito, desenvol-
vendo a “destreza” por meio de uma “disposição precisa 
das forças” (CLIAS, 1843, p. 14). Esse fato é percebido logo 
no início do século por Pestalozzi, ao propor a aprendiza-
gem de “movimentos simples” para favorecer “a aptidão 
ao trabalho” (apud SOÉTARD, 1987, p. 70), chegando mes-
mo a pensar em até “1.000 exercícios diferentes para os 
braços” (LATY, p. 209). Impõem-se igualmente a esse pro-
jeto explícito as comparações, sempre mais frequentes, 
entre a efi cácia dos movimentos orgânicos e a efi cácia 
dos movimentos maquínicos: por exemplo, a considera-
ção paralela e a hierarquia realizada entre a efi ciência do 
serrador e a efi ciência da serra mecânica (DICTIONNAIRE 
DE L´INDUSTRIE MANUFACTURIÈRE, 1843, p. 101). 
As gravuras das enciclopédias, por meio das suas re-
composições após algumas décadas, ilustram essas re-
novações. As mãos do operário ou do artesão, bastante 
presentes nas pranchas da “Encyclopédie” de Diderot na 
metade do século XVIII, os dedos ágeis que ocupam uma 
parte do quadro para acentuar a habilidade dos gestos, 
apagam-se na Encyclopédie moderne (Enciclopédia mo-
derna) de Courtin, em 1823. O trabalho mecânico come-
ça a prevalecer em relação ao trabalho de habilidade. 
A física prevalece em relação à agilidade, a medida ao 
tato. O conjunto dos registros corporais oscila, favore-
cendo movimentos geométricos explicitamente orques-
trados, rigorosamente medidos e precisos. O programa 
da ginástica dos anos de 1820 compreende, em paralelo, 
tanto conteúdos militares ou medicinais, quanto uma “gi-
nástica civil e industrial” (AMOROS, 1834, p. 10). 
Fonte: Vigarello (2003, p. 14-15). 
Por meio deste trecho do texto, podemos observar que 
a prática de exercícios físicos/ginásticos não estavam 
voltados apenas para objetivos ligados ao prazer, prepa-
ração do corpo para guerra ou práticas esportivas das 
mais diversas. Ela também tinha uma forte infl uência na 
busca de um corpo preparado para o trabalho, que cada 
vez produzisse mais e desse bons resultados ao cenário 
laboral. Além disso, essa busca pela técnica, perfeição e 
exatidão nos movimentos também refl ete nas competi-
ções das ginásticas competitivas em que cada vez mais 
os atletas precisam dedicar-se ao treinamento para al-
cançar os resultados que os regulamentos das modali-
dades lhe exigem.
 37
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Os exercícios físicos na história e na arte
Jair Jordão Ramos
EDITORA: Ibrasa
SINOPSE: As pesquisas do professor Jayr Ramos estenderam-se 
até os tempos pré-históricos, estudando os ritos, cultos, pre-
paração guerreira, ações competitivas e práticas recreativas. 
Aborda a Arte Desportiva, assinalando desde a Grécia antiga a 
ligação entre corpo e espírito. Traz informações sobre as antigas 
civilizações do Mediterrâneo e suas práticas esportivas. Traça 
um esboço histórico-cultural-desportivo da velha Grécia, mos-
trando a ligação entre Arte e desporto: os Grandes Jogos Olímpi-
cos. Descreve os exercícios físicos na Roma antiga, na Idade Mé-
dia, passando depois para a Era Moderna: a Educação Física e os 
desportos em vários países. Traça o perfi l de alguns líderes do 
pensamento em Educação Física, discorre sobre os Jogos Olím-
picos contemporâneos e a Ideologia Olímpica. Faz um estudo 
sobre a Educação Física no Brasil. Traça um panorama mundial 
da Educação Física e dos desportos.
APRESENTAÇÃO: Para conhecer mais sobre a ginástica mundialmente, acesse o link a seguir, 
no qual você poderá conhecer todas as regras, eventos e assistir a vídeos das diferentes mo-
dalidades ginásticas. 
Disponível em: <www.fi g-gymnastics.com>.
APRESENTAÇÃO: Para conhecer a organização da ginástica em nosso país, o calendário de 
competições nacionais e as regras das competições, acesse o link a seguir. 
Disponível em: <www.cbginastica.com.br>.
38 
referências
BARBOSA-RINALDI, I. P. A Ginástica no ensino su-
perior: conhecimento e intervenção. In: LARA, L. M. 
(Org). As abordagens socioculturais em Educação 
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BARBOSA-RINALDI, I. P. ; PAOLIELLO, E. Sa-
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BORRMANN, G. Ginástica de Aparelhos. Lisboa: 
Editorial Estampa, 1980.
FIORIN, C. M. A ginástica em Campinas: suas for-
mas de expressão da década de 20 a década de 70. 
2002. 173 f. Dissertação (Mestrado em Educação Fí-
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MARINHO I. P. Sistemas e Métodos da Educa-
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NUNOMURA, M.; NISTAPICCOLO, V. L. (Org). 
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RAMOS, J. J. Os exercícios físicos na história e na 
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SOARES, C. L. Imagens da Educação no corpo. 2 ed. 
Campinas-SP: Autores Associados, 2002.
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TESCHE, L. O Turnen, a Educação e a Educação Fí-
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Guths_Muths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend2.png?uselang=de>. Acesso 
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5 Em: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Johann_Christoph_Friedich_
Guths_Muths_Gymnastic_f%C3%BCr_die_Jugend.png?uselang=de>. Acesso 
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media/File:Amoros_1830.jpg>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
9 Em: <http://www.maringanews.com.br/noticiaUnica.php?codigo=9942>. 
Acesso em: 10 de jul. de 2016.
10 Em: <http://www.fig-gymnastics.com/site/>. Acesso em: 10 de jul. de 2016.
Referências On-Line
40 
gabarito
1. D.
2. E.
3. A.
4. E.
5. B.
6. C.
UNIDADEUNIDADE II
Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda
Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Princípios básicos para a realização das aulas de ginástica 
• Elementos constitutivos da Ginástica 
• Elementos corporais com deslocamento
• Elementos corporais sem deslocamento
Objetivos de Aprendizagem
• Apreender os elementos básicos para a preparação das 
aulas e do corpo para os encontros práticos de Ginástica. 
• Reconhecer os aspectos que constituem a Ginástica tendo 
como foco os elementos corporais.
• Conhecer os elementos corporais com deslocamento: 
formas de andar, correr, saltitar, saltar e girar.
• Conhecer os elementos corporais sem deslocamento: 
equilíbrios, ondas, balanceamentos e circunduções.
ELEMENTOS CORPORAIS 
DA GINÁSTICA
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos um pouco mais dos elementos que constituem a prática da Ginástica. São esses elementos que caracterizam uma prática corporal como um tipo de Ginástica. Para que você compreenda o que estamos falando, gos-
taríamos que pensasse em um ginasta executando uma série. Pode ser que o que 
venha a sua mente seja as acrobacias com um elevado nível de dificuldade, em 
que o executante esteja enfrentando as leis da gravidade e demonstrando todo 
seu domínio técnico. Entretanto, gostaríamos de ressaltar os demais movimentos 
que ele realiza na sua coreografia, os quais muitas vezes parecem ser simples, 
mas são importantes para caracterizar a prática ginástica. Se você prestar aten-
ção em um ginasta durante a execução da série perceberá que ele realiza outros 
movimentos, deslocando-se ou não pelo espaço. Salta de diversas maneiras, faz 
rotações dos braços, flexiona e estende as pernas, equilibra-se em partes distintas 
do corpo etc. Podemos chamar esses movimentos de elementos corporais, que 
vão estar presentes nas diversas práticas e modalidades ginásticas. 
Esta unidade tem como foco apresentar os elementos corporais da ginás-
tica, os quais são considerados como conhecimento fundamental para o de-
senvolvimento de qualquer prática gímnica (a palavra “gímnica” significa o 
mesmo que ginástica). No entanto, trataremos também sobre alguns assuntos 
de cunho preparatório e pedagógico tanto para a realização das aulas quanto 
para a aprendizagem de elementos corporais.
Sendo assim, no primeiro tópico, falaremos sobre princípios básicos 
para a realização das aulas de ginástica; no segundo serão abordados os 
elementos corporais presentes na ginástica com deslocamento e no tercei-
ro os elementos corporais executados na ginástica sem deslocamento do 
corpo. Salientamos que todos os exemplos trazidos aqui fazem parte das 
diferentes modalidades da ginástica e se caracterizam como base para 
a aprendizagem de outros elementos existentes no universo gímnico. 
GINÁSTICA 
46 
Prezado(a) aluno(a), antes de conhecermos as for-
mas básicas de movimento no contexto da ginástica, 
é importante salientarmos que eles são um dos pri-
meiros elementos aprendidos ao iniciar as aulas prá-
ticas, tendo em vista que sua vivência não irá apenas 
contribuir com a execução dos elementos ginásticos 
das modalidades em si, mas também ajudar o desen-
volvimento das crianças e alunos nos mais diversos 
aspectos de sua vida motora. Por isso é importante 
que, ao iniciar qualquer atividade prática em suas 
aulas, você promova primeiramente um aquecimen-
to e um alongamento visando à preparação do corpo 
para o que será feito na aula. 
Com relação ao aquecimento, Alter (1999) 
destaca que:
[...] o aquecimento consiste de exercícios rea-
lizados imediatamente antes de uma ativida-
de para aumentar a circulação e a frequência 
cardíaca. É uma parte essencial do programa 
de condicionamento. Os exercícios de aqueci-
mento dão tempo para que o atleta se adapte 
do repouso ao exercício. Esses exercícios des-
tinam-se a melhorar o desempenho e a redu-
zir a probabilidade de lesão, preparando-o 
mentalmente e fisicamente para a atividade 
esportiva. Em termos fisiológicos, o aqueci-
mento eleva a temperatura do corpo e aumen-
ta o fluxo sanguíneo.
Nesse sentido, as atividades de aquecimento aplica-
das podem ser atividades lúdicas, como brincadeiras 
que coloquem os alunos em situação de movimento. 
Como exemplo podemos citar: pega-pega, ativida-
des com bola, arcos, cordas etc.
Com relação ao alongamento e às aulas práti-
cas, é importante que o(a) professor(a) tome al-
guns cuidados: 
• Verifique se o local da práticaé adequado, se 
é possível utilizar colchões, se o piso não é es-
corregadio nem muito áspero e se o espaço 
não oferece riscos de quedas ou lesões.
• Sempre esteja atento(a) a todos os alunos, 
evitando ficar de costas para eles e observan-
do sempre seus rostos e comportamentos.
• Observe como os movimentos estão sendo 
executados, a posição do corpo, a postura. 
• Verifique se estão com vestimentas adequa-
das para a prática e se não estão fazendo uso 
de pulseiras, brincos, relógios, cabelos sol-
tos, ou outros elementos que podem atrapa-
lhar a execução dos movimentos. Um exem-
plo: sempre que forem executar elementos 
de inversão de eixo, peça para que coloquem 
a camiseta por dentro do shorts/calça para 
que, ao virar, a camiseta não tampe o rosto 
do praticante.
Princípios Básicos 
Para a Realização das 
Aulas de Ginástica
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 47
• Respeite os limites de cada aluno, lembrando 
que seu papel como professor(a) não é trans-
formá-los em atletas. Por isso, respeite sua fle-
xibilidade, força, resistência, de maneira que 
eles conquistem essas habilidades progressi-
vamente e não de uma hora pra outra. Além 
disso, não esqueça dos cuidados básicos com 
relação a cansaço e períodos para hidratação. 
Esses são alguns dos princípios que merecem a aten-
ção do(a) professor(a). Grande parte desses apon-
tamentos foram retirados do texto de Nunomura e 
Nista-Piccolo (2008), e existem outros que possivel-
mente apresentaremos no decorrer de nosso percur-
so de formação. Vale destacar que o alongamento, 
além de preparar o aluno para as atividades daquele 
dia, também mostrará resultados a longo prazo que 
contribuirão para o desenvolvimento de sua prática 
dentro da Ginástica.
bém maximizar o aprendizado dos alunos, além de 
ampliar o relaxamento físico e mental, promover o 
desenvolvimento da consciência do próprio corpo, 
reduzir o risco de entorse articular ou lesão muscu-
lar, reduzir os riscos de problemas na coluna, dimi-
nuir a irritabilidade e a tensão muscular. Além disso, 
o autor aponta que:
[...] a flexibilidade desenvolve-se quando os te-
cidos conjuntivos e os músculos são alongados 
por meio de exercícios regulares e adequados 
de alongamento. Ao contrário, a flexibilidade 
diminui com o tempo, quando esses tecidos 
não são exercitados (ALTER, 1999, p. 02).
Por isso é muito importante que você, professor(a), 
além de realizar o alongamento junto com seus alu-
nos para que eles aprendam, também diga a eles 
a importância do alongamento antes de qualquer 
atividade física que forem executar, seja dentro ou 
fora da escola.
Neste momento, você irá conhecer alguns 
alongamentos que pode passar aos seus alunos, 
logo, após a atividade de aquecimento, no início 
de suas aulas. Destacamos que esses são apenas 
alguns exemplos de exercícios, tendo o(a) profes-
sor(a) a possibilidade de adequar de acordo com 
seus conhecimentos e possibilidades de traba-
lho. O importante é que o alongamento seja feito 
abrangendo os diferentes grupos musculares e de 
articulações.
Você precisa fazer com que seu aluno se sinta 
bem praticando Ginástica, pois muitas vezes 
ele pode se sentir desmotivado por não con-
seguir fazer determinados movimentos. Por 
isso, esteja sempre atento(a) e os estimulan-
do, respeitando os limites de cada um. 
REFLITA
Sobre o alongamento, Alter (1999) destaca que este 
tem como função desenvolver a flexibilidade e tam-
48 
GINÁSTICA 
Figura 1- Exemplos de alongamentos
CADA POSIÇÃO DESTA DEVE SER MANTIDA POR 
APROXIMADAMENTE 15 SEGUNDOS
 49
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
GINÁSTICA 
50 
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 51
GINÁSTICA 
52 
Figura 2 - Nesse alongamento, colocamos as solas dos pés juntas, balançamos as pernas para cima e para baixo durante 15 segundos e depois inclina-
mos o tronco para a frente e mantemos ele nessa posição por mais 15 segundos
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
 53
Figura 3 - Variar a posição do pé em flex e ponta, repetindo 15 vezes, depois segurar por 15 segundos em flex e ponta
GINÁSTICA 
54 54 
Lembre-se de que cada aluno tem um nível de 
fl exibilidade, força e de aprendizagem. Por isso, 
respeite os limites e sempre estimule o desenvolvi-
mento progressivo.
Ao fi nalizar o processo de alongamento, inicie 
sua aula procurando ser claro(a) em suas explica-
ções e atento(a) a tudo o que acontece durante o 
encontro. Não se esqueça que você também pode 
trabalhar nas aulas teóricas o conteúdo de alonga-
mento e a importância deste no momento da prática 
de atividade física.
Tente sempre fazer com que os alunos se 
interessem pelo que está sendo trabalhado, 
lembrando sempre que o seu aluno talvez 
nunca tenha tido contato com a Ginástica. 
Por isso, tente ser o mais didático(a) possível.
REFLITA
 55
 EDUCAÇÃO FÍSICA 
Neste tópico, aprenderemos os movimentos corporais básicos presentes na Gi-
nástica. Entretanto, você já se perguntou como os diferentes movimentos dentro 
da Ginástica ou das outras modalidades esportivas surgiram? O que aconteceu 
na verdade foi que todos os movimentos naturais do ser humano foram evoluin-
do mediante os avanços e a busca por melhores resultados dessa prática. Souza 
(1997, p. 27, grifo do autor) destaca que: 
Estes movimentos naturais ou habilidades específi cas do ser humano, quan-
do analisados e transformados, visando o aprimoramento da performance do 
movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia 
de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento 
entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exer-
cícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movi-
mento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e 
aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos 
esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, 
cortada e bloqueio no voleibol [...]. 
E isso não foi diferente com a Ginástica. Tudo que vemos ao assistir a uma apre-
sentação nada mais é do que a evolução dos movimentos já feitos pelo homem, 
porém agora construídos historicamente e aprimorados para que cada vez mais 
as modalidades fi quem mais belas e chamem mais a atenção por sua beleza e 
características próprias.
Elementos 
Constitutivos 
da Ginástica
GINÁSTICA 
56 
A partir da Figura 4, podemos observar que a 
Ginástica contempla os elementos corporais, os 
exercícios acrobáticos, os exercícios de condicio-
namento físico e o manejo de aparelhos. Os ele-
mentos corporais, os exercícios acrobáticos e os 
exercícios de condicionamento físico podem ser 
realizados com, sem ou em aparelhos. Todos esses 
elementos devem ser trabalhados nas aulas de Gi-
nástica, lembrando que os de condicionamento fí-
sico são os exercícios normalmente feitos ao início 
e ao final das aulas (aquecimento, alongamento e 
exercícios que desenvolvam as habilidades de for-
ça, flexibilidade e resistência) como preparatórios 
para a realização dos elementos corporais, acrobá-
ticos e de manejo, bem como forma de relaxamento 
na conclusão da aula.
Neste tópico, abordaremos os conteúdos presen-
tes no primeiro tema: elementos corporais.
Como foi dito no início desta unidade, os ele-
mentos corporais se caracterizaram por tudo aquilo 
que o ginasta faz durante a sua série e que não se 
caracteriza nem como acrobático nem como condi-
cionamento físico ou manejo de aparelhos.
Por exemplo, se pedirmos para que você pense 
quais são as formas que você tem para se deslocar 
de um ponto a outro, você talvez diga: andando, 
correndo, pulando, saltando, de costas, em quatro 
apoios e por aí vai. No entanto, no contexto da Gi-
nástica, existem outras formas de realizar esses des-
locamentos com características específicas. Veremos

Outros materiais