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GINÁSTICA PROFESSORES Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda Me. Fernanda Soares Nakashima GINÁSTICA 2 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi. NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva de Ensino Janes Fidélis Tomelin Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Polos Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento Alessandra Baron, Gerência de projetos especiais Daniel F. Hey, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Mara Cecilia Rafael Lopes, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer Educacional Ana Claudia Salvadego, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão Textual Danielle Loddi e Daniela Ferreira dos Santos, Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; MIRANDA, Antonio Carlos Monteiro de; NAKASHIMA, Fernanda Soares. Ginástica. Antonio Carlos Monteiro de Miranda. Fernanda Soares Nakashima. Maringá - PR.:UniCesumar, 2018 (Reimpressão). 250 p. “Graduação em Educação Física - EaD”. 1. Ginástica. 2. Elementos Corporais. 3. Educação Física. I. Título. ISBN 978-85-459-0483-0 CDD - 22ª Ed. 613.7 CIP - NBR 12899 - AACR/2 NEAD Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Wilson Matos da Silva Reitor da Unicesumar Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo- nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! boas-vindas Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do Conhecimento. Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, democratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais. De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da educação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informação e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em segundos. A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está disponível. Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância (EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. Willian V. K. de Matos Silva Pró-Reitor da Unicesumar EaD boas-vindas Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. Janes Fidélis Tomelin Diretoria Executiva de Ensino Kátia Solange Coelho Diretoria Operacional de Ensino Professor Doutor Antonio Carlos Monteiro de Miranda Doutor e Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação em Educação Física UEM/UEL na área de Concentração de Práticas Sociais em Educação Física. Graduação em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá. É professor adjunto da Universi- dade Estadual de Maringá na área da Ginástica, atuando nos cursos de Educação Física e Artes Cênicas. Pesquisador nas áreas de ginástica, escola, teatro, atividades circenses e cultura. Autor do livro “Clown e corpo sensível: diálogos com aEducação Física”, lançado em 2016 pela editora Appris. Professora Mestre Fernanda Soares Nakashima Mestre em Educação Física pelo Programa de pós-graduação associado UEM/UEL na linha Fatores Psicossociais e Comportamentais Relacionados ao Exercício Físico e ao Esporte. Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (2004), especialização em ginástica rítmica pela Universidade do Norte do Paraná (2006). Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: iniciação desportiva, ginástica geral, ginástica rítmica e tecido acrobático. Professora do Departamento de Educação Física do Unicesumar na disciplina Estágio Supervisionado. Atuou como professora assistente do Departamento de Educação Física na Universidade Estadual de Maringá nas disciplinas: Ginástica, Ginástica Escolar e Fundamentos de Rítmica e Dança e, no curso de Artes Cênicas, na disciplina Técnicas Circenses. autores apresentação do material Ginástica Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a)! Preparamos esse material com o intuito de levar a ginástica até você. Talvez nesse momento você conheça ou se lembre apenas das gi- násticas de academia ou daquelas que passam na televisão nas competições de jogos olímpicos ou eventos nacionais ou internacionais. Isso já é um começo, porém a partir dos estudos sobre essa modalidade você perceberá que existem muitas outras formas de ginástica e muitas características específicas em cada uma delas. Nosso papel é levar você a aprender sobre essa área de conhecimento para que depois possa compartilhar toda essa aprendizagem com seus futuros alunos. Veja que interessante, você terá a possibilidade de ensinar algo novo para seus alunos e ainda transformar suas vidas, fazendo com que eles se desenvolvam como sujeitos, aprendam a trabalhar coletivamente, respeitem as diferenças e, acima de tudo, conhe- çam e valorizem o seu trabalho como professor(a). Vamos encarar esse desafio juntos? Para isso é importante que você observe ao máximo todo conhecimento que adquirimos com nossas experiências e estamos dividindo com você. Aproveite esse momento de formação para aprender o quanto pode e, depois, seu papel será passar isso adiante. Muito bem! Recados dados, vamos falar sobre como esse livro está dividido. Para facilitar a sua aprendizagem, ele contém cinco unidades: A unidade I, intitulada “Gi- nástica: da sua origem ao cenário atual”, retrata o trajeto histórico da ginástica desde sua origem, seus altos e baixos até os dias de hoje; na unidade II, “Elementos corpo- rais da ginástica”, aprenderemos os princípios básicos da ginástica, os mais simples, além de informações sobre como desenvolver as aulas práticas junto aos seus alunos nos diferentes espaços de atuação; depois disso, vamos para a unidade III, na qual estudaremos as ginásticas que são competitivas e olímpicas, seus aspectos históricos e suas características; na unidade IV, conheceremos a ginástica acrobática, que se caracteriza por ser competitiva e não olímpica, e aprenderemos como fazer e como ensinar as diferentes acrobacias existentes na ginástica. É nessa unidade que vamos aprender a fazer estrelinha (roda) e a cambalhota (rolamento). E, por fim, mas não menos importante, temos a unidade V, na qual vamos estudar sobre a “Ginástica para Todos, as Atividades Circenses e a construção de materiais alternativos”. Ufa! Vê quanta coisa vamos aprender juntos? Por isso, prepare-se e vamos a uma viagem no universo da ginástica. Um grande abraço e um ótimo curso! sumário UNIDADE I GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM AO CENÁRIO ATUAL 14 Abordagens Históricas e Culturais da Ginástica 25 O Universo da Ginástica e os Campos de Atuação 30 A Organização da Ginástica na Atualidade UNIDADE II ELEMENTOS CORPORAIS DA GINÁSTICA 46 Princípios Básicos Para a Realização das Aulas de Ginástica 55 Elementos Constitutivos da Ginástica 57 Elementos Corporais com Deslocamento 69 Elementos Corporais sem Deslocamento UNIDADE III GINÁSTICAS COMPETITIVAS (OLÍMPICAS) 86 Evolução Histórica da Ginástica Artística 90 Características da Ginástica Artística 91 Aparelhos da Ginástica Artística 100 Evolução Histórica da Ginástica Rítmica 106 Características da Ginástica Rítmica 109 Elementos Corporais e Manejo de Aparelhos da Ginástica Rítmica UNIDADE IV A GINÁSTICA ACROBÁTICA E OS ELEMENTOS TÉCNICOS E PEDAGÓGICOS DOS MOVIMENTOS GÍMNICOS 170 Ginástica Acrobática: Evolução Histórica 173 Características da Ginástica Acrobática 180 Elementos Técnicos e Pedagógicos dos Movi- mentos Gímnicos UNIDADE V GINÁSTICA PARA TODOS; ATIVIDADES CIRCENSES E MATERIAIS ALTERNATIVOS 202 Características e Princípios Filosófi cos da Ginástica para Todos 208 Aspectos Históricos Sobre o Circo Como Man- ifestação Artística 213 os conteúdos de circo e sua aplicação nos diferentes contextos 225 Possibilidades de Confecção de Materiais Al- ternativos na Ginástica e Atividades Circenses 250 Conclusão Geral Prof. Dr. Antonio Carlos Monteiro de Miranda Prof.ª Me. Fernanda Soares Nakashima Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Abordagens históricas e culturais da Ginástica • A sistematização da Ginástica: Escolas Francesa, Alemã, Inglesa e Nórdica (ou Sueca) • O Universo da Ginástica e os campos de atuação • A organização da Ginástica na atualidade Objetivos de Aprendizagem • Conhecer a história da Ginástica por meio de um resgate às origens do exercício físico. • Compreender a evolução desta manifestação de acordo com as diferentes culturas e sociedades, da Pré-história ao Renascimento. • Identifi car a sistematização da Ginástica a partir do século XIX por meio das Escolas Ginásticas europeias. • Localizar o Universo da Ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade. • Descrever a organização da Ginástica por meio das diferentes instituições internacionais e nacionais que a regulamentam. GINÁSTICA: DA SUA ORIGEM AO CENÁRIO ATUAL I unidade INTRODUÇÃO Olá, seja bem-vindo(a)! Quando falamos de Ginástica o que vem em sua mente? As atividades que vemos nas academias, como a Ginás-tica Localizada, a Musculação, o Step o Jumping? Ou então, pode ser que você se lembre de modalidades olímpicas, como a Ginástica Artística ou a Rítmica. Pode ser até que você pense em Pilates ou Yoga. Você não estaria errado em relacionar qualquer uma dessas atividades com ginástica, mas já refletiu sobre como surgiram essas práticas? Como elas passaram a acontecer com mais frequência em diferentes espaços? Será que estas atividades sempre tiveram as características e objetivos que apresentam hoje? Você conseguirá res- ponder a estas questões ao final desta unidade, constituída de 4 tópicos. No primeiro tópico, vamos conhecer a origem da ginástica e sua evolução, considerando os aspectos culturais que permearam esta manifestação corporal e que a fizeram se desenvolver. No segundo tópico, vamos compreender o pro- cesso de sistematização da Ginástica a partir das chamadas Escolas Ginásticas do século XIX, que foram precursoras das diversas modalidades e atividades que conhecemos atualmente. No terceiro tópico, vamos identificar o universo da ginástica e seus diferentes campos de atuação na atualidade, com o intuito de perceber quais são os espaços nos quais as práticas ginásticas acontecem. No quarto tópico, vamos identificar a sistematização da Ginástica pelas diferentes instituições internacionais e nacionais, almejando compreender como a mes- ma é organizada mundialmente. Os assuntos abordados nesta unidade permitirão uma aproximação com o contexto ginástico, no sentido de proporcionar a você, futuro(a) professor(a), uma aprendizagem que lhe dê subsídios para trabalhar este conteúdo nos diferentesespaços com consistência e capacidade crítica, de forma que esta manifestação da cultura corporal de movimento faça parte das suas aulas não apenas como uma atividade prática sem refle- xão, ou nos inícios das aulas como alongamento, mas sim como um co- nhecimento construído historicamente pelo homem que merece fazer parte da formação de seus alunos. GINÁSTICA 14 Neste tópico, vamos examinar o contexto histó- rico da Ginástica, compreendendo sua evolução por meio dos exercícios físicos da Pré-História até o Renascimento. Se entendermos a Ginástica como uma ativida- de em que o homem se movimenta realizando dife- rentes ações como correr, saltar, agachar-se, levan- tar-se, arremessar, pendurar-se, rolar, entre outras, poderemos perceber que desde os primórdios da humanidade esta atividade física acompanha o vi- ver do ser humano. No caso dos nossos ancestrais, Abordagens Históricas e Culturais da Ginástica Figura 1 - Registros das atividades físicas do homem primitivo a sobrevivência por meio da caça, da capacidade de fugir dos predadores, o seu nomadismo por entre as florestas, causavam a necessidade de se movimentar de diversas formas, fazendo com que estes se desen- volvessem corporalmente. Conforme afirmam Lan- glade e Langlade (1970) e também Souza (1997), por meio de jogos, rituais e festividades pré-históricas, acontecia a transmissão deste repertório motor de uma geração a outra que, mesmo rudimentar, tinha caráter utilitário. EDUCAÇÃO FÍSICA 15 Dessa forma, ao longo da história, veremos que a Ginástica, aqui entendida como todo e qualquer exercício físico praticado pelo homem, assume dife- rentes formas de ser realizada e desenvolve caracte- rísticas de acordo com os objetivos do homem e da sociedade na qual este estava inserido. Segundo Ramos (1982), na Antiguidade pode- mos observar que, no oriente, os exercícios físicos se manifestavam por meio de diferentes atividades. Os egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, na- tação e remo; os assírios e babilônicos desenvolviam práticas de caráter utilitário focadas em força, agili- dade e resistência. Ainda de acordo com o mesmo autor, os hititas priorizavam o treinamento hípico, tornando-se exímios cavaleiros. As atividades físicas como meio de preparação para a vida e de cunho ritualístico eram priorizadas na Pérsia, Índia, Chi- na e no Japão. Jogos, cultos, recreação e preparação guerreira eram as práticas corporais dos indígenas do novo mundo. Figura 2 - Registros - exercício físico no Egito Antigo Figura 3 - Indígenas e o exercício físico Fonte: Wikimedia (2014, on-line)1. GINÁSTICA 16 Ainda na Antiguidade, no período Clássico da ci- vilização ocidental, na Grécia, o exercício físico se estabelecia em práticas esportivas, com a realização dos Jogos Olímpicos, com grande influência mitoló- gica e do ideal de beleza. Neste contexto destacam- -se duas vertentes: Atenas e Esparta. Confome afir- ma Ramos (1982), em Atenas os exercícios físicos buscavam a formação do cidadão integral, dotado de educação corporal, composta pela eficiência edu- cacional, fisiológica, moral e estética. Já em Esparta focavam a preparação militar, disciplina cívica, en- durecimento do corpo, energia física e espiritual. importantes para a preparação militar, objetivando a defesa e conquista de territórios no período mo- nárquico. As práticas de atividades desportivas (cor- ridas de bigas e combates de gladiadores) e higiêni- cas eram também valorizadas. No tempo do Império houve uma decadência do caráter bélico, fazendo com que os combates de gladiadores e corridas de biga emergissem juntamente com os espetáculos cir- censes, como forma de entretenimento. Figura 4 - Exercícios físicos na Grécia Ainda de acordo com Ramos (1982) e também de Souza (1997), em Roma o espírito prático e utilitário fundamentava os exercícios corporais, sendo estes Figura 5 - Corridas de biga - Roma Antiga Na Idade Média, com o domínio da Igreja, a pre- paração militar tinha como foco as Cruzadas. Práticas como esgrima, equitação, manejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto fa- ziam parte do repertório de treinamento dos sol- dados. Os nobres participavam de competições de esgrima e equitação nos torneios e justas, bus- cando “enobrecer o homem e fazê-lo forte e apto” (RAMOS, 1982, p. 23). Exercícios naturais, como jogos simples e de caça e pesca, também eram praticados nesse período. EDUCAÇÃO FÍSICA 17 res relatam que as escolas renascentistas fizeram surgir uma nova tendência para a educação física, considerando-a como parte da educação, incluin- do nos seus programas atividades como equitação, corridas, saltos, esgrimas, jogos com bola entre outros, as quais eram praticadas todos os dias pe- los alunos ao ar livre. Os renascentistas foram influenciados pelos ide- ais gregos. Na Grécia Antiga, todas as formas de exe- cício físico eram chamadas de Ginástica. Na Idade Moderna, então, o exercício físico se afirma como componente da educação. Tal cenário é evidenciado por Souza (1997), ao tratar que: O exercício físico na Idade Moderna, conside- rada simbolicamente a partir de 1453, quando da tomada de Constantinopla pelos turcos, pas- sou a ser altamente valorizado como agente de educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evo- lução do conhecimento da Educação Física com a publicação de obras relacionadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica (SOUZA, 1997, p. 22). Mas quando foi então que a Ginástica passou a ter as características que a tornaram tal qual a conhecemos hoje? Para entender esse processo, remetemos-nos ao século XIX, o qual será abordado no tópico dois. Figura 6 - Idade média - preparação para as Cruzadas Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), o período do Renascimento foi marcado por uma nova forma de pensar os exercícios físicos, fazen- do ascender uma nova filosofia com respeito ao corpo e seus cuidados. Ainda, os mesmos auto- Vimos que ao longo da história a ginástica e os exercícios físicos foram praticados com diferentes objetivos. E hoje? O que você pensa ser o fator motivador dos praticantes? REFLITA GINÁSTICA 18 A Sistematização da Ginástica: Escolas Francesa, Alemã, Inglesa e Nórdica (ou Sueca) Olá, prezado(a) aluno(a)! Esperamos que, por meio do primeiro tópico, você tenha conhecido um pouco sobre como a Ginástica se desenvolveu em diferen- tes momentos históricos da humanidade. Neste se- gundo tópico, trabalharemos com a sistematização da Ginástica a partir do século XIX por meio das Escolas Ginásticas Europeias, as quais nos ajudarão a entender como a Ginástica que conhecemos hoje se constituiu. Langlade & Langlade (1970) relatam que o iní- cio do século XIX é o período considerado como data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico Europeu, compos- to por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Os mesmos autores descrevem que o método ou escola inglesa, também denomina- do de movimento esportivo inglês, pelo seu caráter competitivo, é um dos métodos mais conhecidos e difundidos mundialmente. Ele não tem influência direta no campo da ginástica, mas apresenta con- tribuições, sobretudo, quanto à universalização de conceitos e na promoção da ginástica como esporte olímpico. Suas bases estão assentadas nos jogos, na atividade atlética e no esporte. Afirmam Langlade e Langlade (1970) e também Soares (2002) que é por meio das Escolas Alemã, Francesa e Nórdica que podemos entender a siste- matização da ginástica, as quais serão tratadas a se- guir. De acordo com Soares (2002), este movimento tinha como princípios instituir ordem e disciplina, e contribuiupara afirmar a Ginástica como parte da educação dos indivíduos, sendo esta baseada na ci- ência, técnica e condições políticas que se consolida- vam na Europa do século XIX. A ESCOLA ALEMÃ Soares (2007) destaca que, por volta do ano de 1800, a Alemanha vivia um momento de busca pela união de seu território, e é nesse contexto político que surge a Escola Ginástica Alemã, inspirada nas ideias de Johann Bernard Basedow (1723-1790) e outros pedagogos como Johann Heinrich Pestalo- zzi (1746-1827) e Jean-Jacques Rousseau (1712- 1778). Soares (2007) ressalta que, a partir do qua- dro instaurado, a ideologia presente era a de que a unicidade territorial e a defesa da pátria só seriam garantidas a partir da criação de indivíduos de EDUCAÇÃO FÍSICA 19 espírito nacionalista, ou seja, homens e mulheres fortes, saudáveis e vigorosos. É nesse território de intensas lutas políticas carregadas de sentimento nacional que os pedagogos da Educação Física do século XIX viveram, em especial: Johann Christoph Friedrich Guts Muths (1759-1839), Friedrich Lu- dwig Jahn (1778-1852) e Adolf Spiess (1810-1858). O autor aponta também que, além de contribuírem para a formação de um Estado alemão, as lutas po- líticas, sociais e econômicas da Alemanha infl uen- ciaram para que também deixassem uma herança para o mundo da Educação Física, por meio de suas formas especiais de exercitação. Figura 7 - O Turner - a ginástica alemã Fonte: Wikipedia (2008, on-line)2. Basedow, ao criar seu Philanthropinum em 1774, es- cola fundada nas ideias de Rousseau, criou o primei- ro programa moderno de Educação Física a partir de exercícios de corrida, marcha, jogos, bola, pete- ca, natação, arco e fl echa etc. Em 1874, surge uma outra escola semelhante a essa, na qual Guts Muths assume aulas de ginástica, desenvolvendo, conforme afi rma Betti (1991), um novo método conhecido por “ginástica natural” ou “método natural”. Figura 8 - Praticantes de ginástica natural Fonte: Wikimedia (2014, on-line)3. Sendo assim, sob a infl uência de Guts Muths (1759- 1839), o “pai da ginástica pedagógica”, surge no iní- cio do século XIX a Escola Alemã, a qual marca, até os dias de hoje, importantes transformações na área da Educação Física e contribuições no campo da Ginástica. Soares (2007) afi rma que, para Guths Muths, a importância da fi siologia e da prática voltada à cons- tituição de cada indivíduo era um fator fundamental GINÁSTICA 20 na constituição da Ginástica na Alemanha. De acor- do com Tesche (2001), o trabalho de Guts Muths no ensino da Educação Física e da Ginástica fez dele um nome importante para a área. Seu conhecimento na área da filosofia, artes e ciências, além de suas habili- dades em trabalhos manuais e em ginástica, fez com que ele percebesse a importância e a necessidade da educação física ser praticada de acordo com as leis fisiológicas e conhecimentos de anatomia. O pedagogo Friederich Ludwing Jahn, conside- rado como a figura mais representativa da Escola Alemã, trouxe contribuições significativas. Afirmam os autores Marinho (1958) e Ramos (1982) que sua atividade política expressiva e seu destaque no con- texto social e educacional fizeram com que o siste- ma de Jahn se tornasse o preferido por mais de cem anos na Alemanha e em países influenciados por sua cultura. Nascido em Lanz, ele fundou uma ginástica patriótica, que tinha objetivo político nacionalista. De acordo com Soares (2007), a ginástica de Jahn ultrapassava o caráter da saúde e da moral, sendo o caráter militar bastante reforçado. Esta ginástica pre- conizava a preparação dos jovens para guerra e tam- bém carregava fortemente a ideologia higienista. Du- rante os exercícios físicos, Jahn utilizava obstáculos, os quais mais tarde foram chamados de “aparelhos de ginástica”. Com intuito de reforçar o patriotismo, Jahn substituiu a palavra gymnastik (ginástica) pela palavra alemã turnkunst, que significa “a arte da ginástica”. O turnkunst era praticado em local aberto e ar- borizado chamado Volkspark Hasenheide (parque do povo). O lugar contava com instalações para a prática dos exercícios e uma praça que servia de local para reuniões. Afirma Ramos (1982) que esse tipo de orga- nização foi construído em outros pontos do país, com intuito de incutir nos jovens o amor à Pátria, e sua preparação para o dissabor de uma possível guerra. Além do turnkunst, Jahn criou outros termos como: turnen (praticar ginástica), turner (prati- cante de ginástica ou ginasta), turnplatz (local de prática de ginástica), voltigieren (balançar, voltear), torner (lutar, brigar) e turntag (dia da ginástica). Fonte: os autores, baseados em Publio (2005). SAIBA MAIS Figura 9 - Ilustração da prática ginástica proposta por Jahn Fonte: Wikimedia (2015, on-line)4 e 5. De acordo com Ramos (1982) e Borrmann (1980), o Turnkunst foi considerado, mais tarde, como pe- rigoso ao Estado, devido à atitude revolucionária dos praticantes, sendo assim, interditado na Prús- sia e em outros países alemães, constituindo o que ficou conhecido como “bloqueio ginástico”. Jahn foi condenado à prisão em 1819, e quando absolvi- do teve de viver confinado em casa, sem poder es- tabelecer-se em nenhuma cidade universitária. Só mais tarde foi libertado e honrado pela atuação pa- EDUCAÇÃO FÍSICA 21 triótica. A interdição do método alemão aconteceu entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acon- tecia de forma clandestina, em espaços fechados, permitindo que novos aparelhos e técnicas surgis- sem, contribuindo para a constituição da atual Gi- nástica Artística. Outro nome importante de ser citado em se tra- tando da Escola Alemã é o de Adolf Spiess que estu- dou em uma escola infl uenciado por Pestalozzi e lá entrou em contato com o sistema ginástico de Guts Muths. Afi rma Ramos (1982) que ele foi considera- do um continuador da obra de Muths e denominado “pai da ginástica escolar alemã”. Marinho (1958) destaca que Spiess foi considera- do um inovador e suas ideias trouxeram novos ares para a escola da época, sem falar do interesse dos es- tudantes pela prática da Educação Física. Os apare- lhos nas praças trouxeram um colorido para as esco- las da época, garantindo um lugar de destaque entre os educadores como um dos líderes da pedagogia na Educação Física por meio do ensino da Ginástica. Exaltou a ginástica de exibição, como importante re- curso no despertar pela prática pelos leigos e na aten- ção das autoridades. O autor ainda aponta que Spiess lutou pelo emprego de professores especialistas em número sufi ciente para as turmas, criando cursos destinados à formação de professores. No Brasil, o método alemão de ginástica foi considerado ofi cial do exército brasileiro de 1860 até 1912, quando foi substituído pelo método da Escola Francesa. ESCOLA NÓRDICA/SUECA A Escola Nórdica/Sueca abrange um estudo das ati- vidades físicas na Suécia, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Islândia e Estônia-Letônia. O proponente desse método é Pehr Henrik Ling (1776-1839), que desenvolveu uma ginástica impregnada de naciona- lismo e destinada a regenerar o povo, tornando os ho- mens capazes de preservar a paz na Suécia. Esta havia sido arrasada pelo imperialismo russo e guerras na- poleônicas, além de ter sofrido com a tuberculose e raquitismo. Afi rmam os autores Langlade e Langlade (1970) e Ramos (1982) que se buscava por meio da Ginástica extirpar os vícios da sociedade, dentre os quais o alcoolismo, a fi m de criar indivíduos fortes e saudáveis, necessários à produção da pátria. Figura 10 - Aula de ginástica sueca Fonte: Gymnastik (MALMO, on-line)6. GINÁSTICA 22 Sendo assim, conforme afi rma Ramos (1982), o método de Ling se baseava na ciência, a partir de uma análise anatômica do corpo, e a práticada Gi- nástica deveria ser dividida em 4 partes: Ginástica Pedagógica ou Educativa; Ginástica Militar; Gi- nástica Médica e Ortopédica; e Ginástica Estética, tornado evidente o caráter médico-higiênico e a anatomofi siológico. Como princípios fundamentais da proposta de Ling, podemos especifi car: 1. Os movimentos ginásticos devem se base- ar nas necessidades e nas leis do organismo humano, escolhendo as formas mais efi cazes, segundo certas regras, sem esquecer as exi- gências da beleza. 2. A ginástica deve desenvolver harmonica- mente o corpo, atuando sobre as suas dife- rentes partes, dentro das possibilidades de cada praticante. 3. Para efeito de controle, todo movimento ne- cessita ter uma forma determinada, isto é, uma posição de partida, certo desenvolvi- mento e uma posição fi nal. 4. Os exercícios empregados na ginástica peda- gógica devem ser convenientemente selecio- nados, tendo em vista exercer o efeito corre- tivo sobre a atitude. Além do mais, precisam ser simples e atraentes. 5. A ginástica deve desenvolver gradualmente o corpo por meio de exercícios de intensidade e difi culdade crescentes, levando em conta a capacidade do praticante. 6. A ginástica visa tanto ao corpo como ao espí- rito, de tal maneira que sua prática seja sem- pre acompanhada de prazer. 7. A ginástica precisa sempre combinar a teoria com a prática. 8. A saúde é necessária aos dois sexos, possivel- mente mais à mulher, porque sua vida dará origem à outra. Segundo Ramos (1982): Em 1808, sob a infl uência de Ling, deu a Suécia os primeiros passos para o estabelecimento da gi- nástica escolar. O regulamento da época determi- nou que em todos os centros de educação, fossem criadas condições favoráveis para a prática de exercícios de escalada, saltos, acrobacias, natação e etc., sob a direção de um monitor e durante as horas de liberdade (RAMOS, 1982, p. 198). A partir daí, a Ginástica tornou-se obrigatória nas escolas, e o jovem somente poderia ser dispensado caso este demonstrasse ser inapto para a prática de atividades físicas. Figura 11 - Apresentação de ginástica sueca Fonte: Wikimedia (2014, on-line)7. Ling buscava, por meio dos seus princípios, criar diferentes exercícios concebendo-os dentro de uma base anatômica e fi siológica. Sua proposta preco- nizava ordem militar, cantos alegres e disciplina, priorizando exercícios livres, sem aparelhos, cuja execução era em conjunto de maneira fácil e esté- tica que permitia uma prática generalizada. Afi rma Ramos (1982) que alguns exercícios mais dinâmicos também foram desenvolvidos, como natação, jogos ginásticos, patinação e esgrima. EDUCAÇÃO FÍSICA 23 De acordo com Langlade e Langlade (1970) e Soares (2007), no Brasil este método foi divulgado por Rui Barbosa (1849-1923), por se relacionar com a medicina e com a ciência. A ESCOLA FRANCESA Na França a Ginástica integra a ideia de uma edu- cação voltada para o desenvolvimento social, sen- do necessários homens completos, sendo orientada tanto para militares quanto para toda a população no intuito de criar o “homem universal”. Desenvolvida na metade do século XIX, a Ginás- tica Francesa, baseada nas ideias dos alemães Jahn e Guts Muths, tinha forte traço moral e patriótico, preocupando-se com o corpo anatomofi siológico. Seu fundador foi o espanhol Francisco de Amorós y Ondeano (1770-1848), e para ele a Ginástica de- senvolveria homens mais corajosos, intrépidos, in- teligentes, sensíveis, fortes, habilidosos, adestrados, velozes, fl exíveis e ágeis, características necessárias para enfrentar todas as difi culdades assinaladas pelo Estado e pela sociedade. Para isso, Amorós criou um método de ginástica próximo ao de Ling, na Suécia (1776-1839). O método de Amorós, a partir de 1850, integra todas as escolas da França. Por valorizar o caráter científi co, seu trabalho auxiliou no desenvolvimento de estudos no ramo da biologia, fi siologia e médicos envolvidos com discussões sobre os exercícios físi- cos. De acordo com Ramos, este método “admitia três tipos de ginástica: civil, militar e médica (RA- MOS, 1982, p. 219). A ginástica amorosiana era composta por um conjunto de dezessete séries: exercícios de marchar, trepar (inclusive trabalho no trapézio), equilibrar, saltar, levantar e transportar, correr, lançar, nadar, mergulhar, escorregar, patinar, esgrimar, dançar, utilizar o cavalo, praticar o tiro, jogar bola, boxear com os punhos e com os pés, entre outros movimen- tos. Ramos (1982) afi rma que a forma de desenvol- vimento destas atividades tinha semelhança com o atual Circuit training. Figura 12 - Livro escrito por Amóros - Ginástica e moral Fonte: Wikipedia (2014, on-line)8. A fi gura do pedagogo e cientista Georges Demenÿ (1850-1917) é de destaque quando se trata da Edu- cação Física que primava pela ciência e não pelo em- pirismo. Para ele, a Educação Física era o conjunto de meios voltados a ensinar o homem a executar qualquer trabalho físico com o máximo de econo- mia de esforço no emprego de força. Afi rmam os autores Langlade e Langlade (1970), Ramos (1982) e Soares (2007) que Demenÿ preocupou-se com os exercícios destinados à mulher, desenvolvendo estu- dos sobre movimento arredondado, contínuo e com ritmo, e que foi a infl uência da dança que o levou a trabalhar com a ginástica feminina. Outro precursor da Escola Francesa foi Georges Hébert (1875-1957), ofi cial da Marinha que criou o chamado Método Natural que foi desenvolvido a partir das viagens feitas por Hébert a lugares pouco GINÁSTICA 24 civilizados, principalmente na região de Orenoco e nos mares do Sul (Oceania). Por meio de observação dos nativos, Hébert percebeu que estes desfrutavam de excelente saúde, postura e elevado grau de robus- tês. Além disso, ao estudar civilizações primitivas, verificou que a vida ao ar livre e a relação com a na- tureza proporcionavam ao homem perfeitas condi- ções físicas mediante as constantes atividades na luta pela existência. De acordo com Ramos (1982), os exercícios naturais propostos por Hébert baseavam- -se em marchar, correr, saltar, quadrupedar, trepar, equilibrar, levantar, lançar, defender-se e nadar. MOVIMENTOS DO SÉCULO XX Cem anos depois do advento das Escolas Ginás- ticas, ou seja, a partir do século XX, surgem três grandes movimentos como resposta a um fenô- meno social e uma urgente necessidade de modi- ficações e significações das primeiras formas gi- násticas, em especial das Escolas Alemã, Sueca e Francesa. Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), esses movimentos são: Quadro 01 - Sistematização dos movimentos do Sé- culo XX Movimento do Centro Movimento do Norte Movimento do Oeste Escola Alemã Escola Sueca Escola Francesa Manifestação artístico-rítmi- co-pedagógica Manifestação científica e téc- nico-pedagógica Manifestação científica e téc- nico-pedagógica Fonte: adaptado de Langlade e Langlade (1970). O Movimento do Centro teve uma grande influên- cia de Émile Jaques Dalcroze (1865-1950), que criou em seu conservatório musical, em Genebra, uma metodologia de educação musical por meio dos movimentos corporais, que desenvolvia o ritmo, os sentidos e a expressividade. Seu método sempre se relacionou com os procedimento técnicos-metodo- lógicos da cultura rítmico-musical e influenciou o surgimento da chamada ginástica moderna, voltada para as mulheres, criada por Rudolf Bode (1881- 1970), com contribuições de Jean Georges Noverre (1727-1810) e François Delsarte (1811-1881). Conforme afirmam Langlade e Langlade (1970), o movimento do norte é composto pela Escola Sueca (ou Nórdica) e se deu no período de 1914 a 1918, momento que começa a ter como foco as ideias de Ling a partir de outras perspectivas. De maneirage- ral, as contribuições ao campo prático se referiam mais à técnica de construção e execução dos movi- mentos em si do que desenvolvê-los em uma pers- pectiva doutrinária. Os mesmos autores ressaltam que o movimento do oeste teve características seme- lhantes ao do norte, manifestando-se nos campos da ciência e no foco técnico-pedagógico. Esses movimentos, ao geraram um repensar so- bre os conceitos das Escolas europeias, foram im- portantes para a evolução e aparecimento das dife- rentes manifestações gímnicas que se constituem na atualidade. A partir destes é que foram surgindo as primeiras regulamentações das ginásticas e subdivi- sões das diferentes modalidades. Hoje, assistimos à excelência da Ginástica nos campeonatos nacionais e internacionais e, quando fazemos uma retrospectiva dessa manifestação, con- seguimos perceber como as mudanças sociais, cultu- rais e históricas ao longo dos tempos têm contribuído para que esta adquirisse significado na história do homem. É nesse sentido que as reflexões devem se encaminhar, para que se entenda de forma dialética a ação do homem sobre seu meio e sua transformação. EDUCAÇÃO FÍSICA 25 Prezado(a) aluno(a), neste tópico iremos esclarecer como o Universo da Ginás- tica e seus diferentes campos de atuação se estruturam na atualidade. Por isso, perguntamos a você: caso tenha que classificar as diferentes ginásticas que já viu, seja na televisão, na academia, na escola, em centros de treinamento ou até em espaços públicos, que elementos você levaria em consideração para realizar esta tarefa? Saberia reconhecer nas manifestações gímnicas aspectos que pudessem estabelecer classes distintas? Pensando sobre isto, Souza (1997) estabeleceu uma organização para as áreas de atuação da Ginástica, sistematizando-as em cinco campos, conforme mostra a Figura 14. Figura 14: Campos de atuação da Ginástica GINÁSTICA DE CONDICIONAMENTO FÍSICO DE CONSCIENTIZAÇÃO CORPORAL DE COMPETIÇÃO FISIOTERÁPICAS DE DEMONSTRAÇÃO Musculação Localizada Aeróbica Treinamento funcional Step Zumba etc. Eutonia Feldenkrais Yoga Bioenergética Anti-ginástica Tai Chi Chuan etc. Ginástica Artística (Masculina e Feminina) Ginástica Rítmica Ginástica Aeróbica Ginástica Acrobática Trampolim Roda Ginástica Tumbling Rope Skipping etc. Redução Postural Global (RPG) Cinesioterapia Isostretching etc. Ginástica para todos Fonte: Adaptado de: Souza (1997). O Universo da Ginástica e os Campos de Atuação GINÁSTICA 26 GINÁSTICA Conforme afi rma Souza (1997), as ginásticas de con- dicionamento físico são as modalidades mais conheci- das. São vistas normalmente nas academias por meio das atividades que visam ao desenvolvimento das di- ferentes capacidades físicas (força, fl exibilidade, resis- tência e velocidade). Sendo assim, estão relacionadas à manutenção da boa forma e do bom desempenho das funções orgânicas. Abrangem todas as modalidades que têm por objetivo a aquisição ou a manutenção da aptidão física do indivíduo normal e/ou atleta. Como exemplo podemos citar a localizada, aeróbica, body pump, body combat, musculação, step entre outras. EDUCAÇÃO FÍSICA 27 EDUCAÇÃO FÍSICA As ginásticas de competição reúnem todas as mo- dalidades competitivas, as quais vemos em eventos pela televisão, em campeonatos como os jogos pa- namericanos e jogos olímpicos, como a artística, a rítmica, a acrobática, a aeróbica, a de trampolim, entre outras. Estas sofreram infl uências das Escolas Ginásticas, surgidas no continente Europeu no sé- culo XIX, e sistematizaram-se de formas diferentes, como vimos nos tópicos anteriores. GINÁSTICA 28 As ginásticas fisioterápicas são as responsáveis pela uti- lização do exercício físico na prevenção ou tratamento de doenças. Dentre elas, podemos citar isostretching, re- educação postural global, cinesioterapia, entre outras. Essas modalidades possuem grande vínculo com o caráter médico que a ginástica ganhou a partir do século XIX. Para alguns autores como Fiorin (2002), as ginásticas fisioterápicas possuem vínculo com as técnicas orientais. Mesmo que nos séculos XIX e XX a Europa tenha servido como grande influência na ginástica, não podemos negar a forte aproximação existente entre esse tipo de ginástica e o oriente. De acordo com Souza (1992), as ginásticas de conscientização corporal reúnem as novas propostas de abordagem do corpo, também conhecidas por téc- nicas alternativas, ou ginásticas suaves. A grande maio- ria desses trabalhos teve origem na busca da solução de problemas físicos e posturais. Afirma Barbosa-Rinaldi (2010) que a chegada desse tipo de ginástica no Brasil é recente, por volta da década de 1970, inspirada em práticas milenares como yoga e tai-chi-chuan. Como exemplos temos a eutonia, o método feldenkrais, a bioenergética e a antiginástica - essa última se opõe ao corpo belo das ginásticas de academia, buscando a liberação dos padrões estabelecidos pela sociedade e priorizando a saúde relacionada ao bem-estar. O pilates poderia se enquadrar tanto como uma ginástica fisioterápica quanto de cons- cientização corporal, pois sua prática tem objetivos relacionados aos fins destes dois segmentos. Hoje, o pilates é uma área comum de atuação de fisioterapeutas e profissionais da educação física, cada um atuando de acor- do com as especificidades da sua formação. Fonte: os autores. SAIBA MAIS EDUCAÇÃO FÍSICA 29 Já a ginástica de demonstração tem como represen- tante a Ginástica Para Todos (GPT), antiga Ginásti- ca Geral (GG), cuja principal característica é a não competitividade, tendo como função a interação social, isto é, a formação integral do indivíduo nos Fonte: Maringá News (2015, on-line)9. A Ginástica para Todos (GPT), segundo Barbosa- -Rinaldi e Paoliello (2008), é um elemento da cul- tura corporal de movimento, podendo participar do processo de formação de indivíduos críticos e assumindo sua função educacional. A GPT é uma atividade gímnica inclusiva, da qual as pessoas po- dem participar independentemente de idade, gêne- ro, condição física ou técnica. Engloba várias mani- festações da ginástica, assim como outras formas de expressão corporal, como o teatro, o circo, a dan- ça etc. Sua prática, de caráter participativo, livre e seus aspectos motor, cognitivo, afetivo e social. A GPT engloba todas as modalidades gímnicas, desde que tenha somente caráter demonstrativo. A GPT é a única modalidade não competitiva reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). criativo, pode ser desenvolvida tanto na educação formal como na informal, abrindo possibilidade de novas e enriquecedoras experiências de movimento e expressão para aqueles que a ela tem acesso. Mediante essas classifi cações gímnicas apresenta- das e seus diferentes campos de atuação, é possível per- ceber o quanto é rico e amplo esse universo da ginástica na atualidade. Todavia, o mais importante é promover que esses conhecimentos cheguem até os alunos e que desafi os sejam postos, viabilizando novas abordagens gímnicas nos mais diversos espaços de intervenção. GINÁSTICA 30 Olá, aluno(a)! Chegamos ao último tópico dessa primeira unidade, e nele iremos descrever a or- ganização da Ginástica por meio das diferentes instituições internacionais e nacionais que a re- gulamentam. Se você já assistiu a uma ginástica de competição, seja ao vivo ou pela televisão, deve ter percebido que os atletas recebem notas pelo seu desempenho. Estas notas são dadas pelos árbitros que, baseados em um re- gulamento, atribuem valores aos exercícios apresenta- dos pelos ginastas. Mas quem, então, é responsável por formular estas regras que são válidas no mundo todo? Assim como em outrosesportes, por exemplo, o futebol, que possui a Fédération Internacionale de Football Association, mais conhecida por FIFA, ou o voleibol, que tem a Fédération Internacionale de Vol- leyball, a FIVB, a área da Ginástica possui também uma organização denominada Fédération Interna- cionale de Gymnastique, ou FIG. A Organização da Ginástica na Atualidade Em português, a Federação Internacional de Ginástica (FIG) tem como objetivo orientar, regu- lamentar, controlar, difundir e promover eventos na área. Segundo Souza (1997, p. 29), a FIG tem “[...] sua origem nas Federações Europeias de Gi- nástica (Fédérations Européennes de Gymnastique - FEG), estabelecidas em 23 de julho de 1881 em Bruxelas - Bélgica, com a participação da França, Bélgica e Holanda”. Em 1921 outros países passam a fazer parte da FEG, que passou então a se cha- mar FIG, com a participação de dezesseis federa- ções (países). Atualmente, a FIG regulamenta 6 modalidades competitivas (Ginástica Artística Masculina, Ginás- tica Artística Feminina, Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática e Trampolim, e uma modalidade não competitiva, somente demonstrati- va, que é a Ginástica Para Todos (antiga Ginástica Geral), conforme mostrado na Figura 14. EDUCAÇÃO FÍSICA 31 Dentre as modalidades competitivas, apenas qua- tro são olímpicas: a Ginástica Artística Masculina, a Ginástica Artística Feminina, a Ginástica Rítmica e o Trampolim. Para que uma modalidade seja in- cluída nos Jogos Olímpicos deve haver aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI), que analisa determinados requisitos para tal fim. Para controle da Ginástica em âmbito continental, existem a União Asiática de Ginástica, a União Pana- mericana de Ginástica, a União Europeia de Ginásti- ca e a União Africana de Ginástica. Estas Federações facilitam as relações entre as Confederações de cada país, a exemplo da Confederação Brasileira de Ginás- tica (CBG), responsável pela organização de competi- ções e eventos da ginástica no nosso país. Além disso, cada estado brasileiro possui a sua Federação, que se torna responsável pelo desenvolvimento das modali- dades gímnicas dentro da sua área de abrangência. Figura 14: Estrutura da Federação Internacional de Ginástica Fonte: Figura estruturada a partir do site da Federação Internacional de Ginástica (FIG, on-line)10. ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA Competitivas Ginástica Artística Masculina Ginástica Acrobática Trampolim Ginástica Rítmica Ginástica Aeróbica Ginástica Artística Feminina Demonstrativa Ginástica para todos ESTRUTURA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA Competitivas Ginástica Artística Masculina Ginástica Acrobática Trampolim Ginástica Rítmica Ginástica Aeróbica Ginástica Artística Feminina Demonstrativa Ginástica para todos 32 considerações finais Nesta unidade, estudamos a origem da Ginástica, que surgiu atre-lada à história dos exercícios físicos. Vimos que, a cada momento histórico e em determinadas sociedades, a prática corporal estava relacionada ao contexto vivido pelos diferentes povos, possuindo assim objetivos distintos. No percurso de estudo fomos da Pré-história ao Re- nascimento para então chegarmos ao período do século XIX em que a ginástica é sistematizada pelas Escolas Europeias, as quais permitiram e contribuíram para que esta evoluísse e chegasse às modalidades que conhecemos hoje. A fim de compreender como os campos de atuação da área da Ginástica se apresentam hoje, tratamos sobre o Universo da Ginástica, que define 5 campos distintos, os quais foram brevemente descritos. Para complementar o entendi- mento de como a Ginástica se organiza na atualidade, falamos sobre a Federação Internacional de Ginástica (FIG), órgão máximo responsável pela área e as de- mais instituições continentais, nacionais e estaduais, bem como cada um desses elementos regulamentam e organizam a Ginástica de acordo com o seu contexto. Os tópicos abordados permitiram uma aproximação com o contexto da Gi- nástica de forma a possibilitar uma visualização abrangente desta área de conhe- cimento no sentido de que esses elementos sirvam como base para que você, fu- turo(a) professor(a), possa compartillhar com seus alunos o conteúdo discutido nesta unidade. Por meio dos temas desenvolvidos, você poderá organizar atividades que le- vem seus alunos a conhecerem o contexto histórico da Ginástica, para que eles compreendam como as modalidades de hoje receberam influências de diferentes momentos históricos, fazendo com que essas tenham características próprias a partir da influência e das características que receberam. Além disso, você poderá apresentar quais os campos de atuação da Ginástica e como essa modalidade se organiza mundialmente, temas que possibilitarão fazer com que conheçam a Gi- nástica para além daquela vinculada pela mídia. 33 atividades de estudo 1. Mediante os seguintes trechos: I. Nos primórdios da humanidade o homem praticava exercícios físicos com o objetivo de tornar-se mais forte e com o corpo belo. II. O homem da pré-história, mesmo com seus movimentos rudimentares, transmitia suas habilidades de uma geração a outra e essas práticas corporais eram bastante utilitárias. III. Na Antiguidade, os egípcios praticavam a luta livre, o boxe, esgrima, natação e remo, e os assírios e babilônios desenvolviam práticas de caráter utilitário que focavam força, agilidade e resistência. IV. Na Antiguidade, no período clássico da civiliza- ção ocidental, os gregos praticavam atividade física com o objetivo de divertimento e liberda- de, focando o simples prazer destas práticas. Assinale o que for correto: a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas. b. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. c. Somente as alternativas I e II estão corretas. d. Somente as alternativas II e III estão corretas. e. Nenhuma das alternativas estão corretas. 2. Relacione os períodos históricos e as práticas corporais daquele momento. I. Nova forma de pensar os exercícios físicos, fazendo ascender uma nova filosofia com res- peito ao corpo e seus cuidados. II. O exercício físico se afirma como componen- te da educação. Vários estudiosos da época, entre eles inúmeros pedagogos, contribuíram para a evolução do conhecimento da Educa- ção Física com a publicação de obras relacio- nadas à pedagogia, à fisiologia e à técnica. III. A preparação militar tinha como foco as Cru- zadas. Práticas como esgrima, equitação, ma- nejo de arco e flecha, luta, escalada, marcha, corrida e salto faziam parte do repertório de treinamento dos soldados. IV. Na Grécia o exercício físico se estabelecia em práticas esportivas, com a realização dos jo- gos olímpicos, com grande influência mitológi- ca e do ideal de beleza. ( ) Antiguidade. ( ) Idade Média. ( ) Idade Moderna. ( ) Renascimento. A sequência correta é: a. C - A - D - B. b. A - C - B - D. c. D - B - A - C. d. B - A - C - D. e. D - C - B - A. 3. O início do século XIX é o período considera- do como data da origem da atual Ginástica. De 1800 a 1900 surge o Movimento Ginástico Europeu composto por quatro Escolas: Inglesa, Alemã, Francesa e Nórdica (ou Sueca). Sobre esse assunto, relacione as colunas. I. A interdição desse método aconteceu entre 1820-1942, contudo sua prática ainda acon- tecia de forma clandestina, constituindo o que ficou conhecido de “bloqueio ginástico”. Em contrapartida, novos aparelhos e técnicas re- quintadas surgiram, como a ginástica de sala, a qual com o tempo veio constituir a atual gi- nástica artística. 34 atividades de estudo II. Pelo seu caráter competitivo, é um dos mé- todos mais conhecidos e difundidos mun- dialmente. Ele nãotem influência direta no campo da ginástica, mas apresenta contribui- ções, sobretudo, quanto à universalização de conceitos e na promoção da ginástica como esporte olímpico. III. Baseava-se na ciência, a partir de uma análise anatômica do corpo, e a prática da Ginástica deveria ser dividida em 4 partes: ginástica pe- dagógica ou educativa; ginástica militar; ginás- tica médica e ortopédica; e ginástica estética, tornado evidente o caráter médico-higiênico e a anatomofisiológico. IV. Essa Escola Ginástica integra a ideia de uma educação voltada para o desenvolvimento so- cial, sendo necessários homens completos, orientada tanto para militares quanto para toda a população no intuito de criar o “ho- mem universal”. ( ) Escola Inglesa. ( ) Escola Alemã. ( ) Escola Francesa. ( ) Escola Nórdica ou Sueca. A sequência correta é: a. B - A - D - C. b. D - C - A - B. c. A - C - B - D. d. A - B - C - D. e. B - D - A - C. 4. Relacione os campos de atuação com as moda- lidades ginásticas. I. Ginástica Para Todos. II. Rpg, Cinesioterapia, Isostretching… III. Ginástica Artística, Ginástica Rítmica, Ginástica Aeróbica, Ginástica Acrobática… IV. Musculação, Localizada, Aeróbica, Treinamen- to Funcional, Step, Zumba… V. Eutonia, Yoga, Bioenergética, Tai Chi Chuan… ( ) De Condicionamento Físico. ( ) De Conscientização Corporal. ( ) De Competição. ( ) Fisioterápicas. ( ) De Demonstração. 35 atividades de estudo A sequência correta é: a. I - II - IV - V - III. b. II - IV - V - III - I. c. IV - V - III - II - I. d. IV - V - I - II - III. e. V - IV - II - I - III. 5. Sobre as modalidades ginásticas: I. As ginásticas Artística, Acrobática e Localizada são ginásticas competitivas. II. As ginásticas de condicionamento físico são aquelas presentes nas academias e na prepa- ração de atletas. III. A Roda Ginástica, o Tumbling e o Rope Ski- pping são modalidades competitivas, mas não fazem parte da FIG. IV. As ginásticas Artística Masculina, Artística Fe- minina, Rítmica, Aeróbica, Acrobática e Tram- polim são as modalidades competitivas regu- lamentadas pela FIG. Assinale o que for correto: a. Somente as alternativas I, II e III estão corretas. b. Somente as alternativas II, III e IV estão corretas. c. Somente as alternativas I e II estão corretas. d. Somente as alternativas I, III e IV estão corretas. e. Todas as alternativas estão corretas. 6. Mundialmente existem diferentes órgãos res- ponsáveis pela ginástica. Escolha a opção cor- reta que organiza o quadro a seguir, de forma que o primeiro nome seja o mais representati- vo mundialmente e assim por diante. I. Confederações (nacionais). II. Uniões (continentes). III. Federações (estaduais). IV. FIG. A ordem correta é: a. II - III - IV - I. b. IV - I - II - III. c. IV - II - I - III. d. IV - III - II - I. e. III - I - II - IV. 36 LEITURA COMPLEMENTAR Leia o excerto do artigo a seguir que trata sobre o corpo no século XIX. O movimento humano decomposto leva sua mecânica a concorrer com uma mecânica mais ampla; o esforço é se- parado da habilidade para ser submetido a muitos outros empreendimentos: “Esta vantagem pode ir muito além nos grandes estabelecimentos [...] onde é necessário for- necer uma atenção escrupulosa no cálculo da duração de cada tipo de ocupação, para proporcioná-los ao número determinado de operários que lhe são destinados, nin- guém jamais permanece ocioso e o conjunto atinge o má- ximo de velocidade” (DUPIN, 1826, p. 128-129). A ginástica concorre com esse projeto explícito, desenvol- vendo a “destreza” por meio de uma “disposição precisa das forças” (CLIAS, 1843, p. 14). Esse fato é percebido logo no início do século por Pestalozzi, ao propor a aprendiza- gem de “movimentos simples” para favorecer “a aptidão ao trabalho” (apud SOÉTARD, 1987, p. 70), chegando mes- mo a pensar em até “1.000 exercícios diferentes para os braços” (LATY, p. 209). Impõem-se igualmente a esse pro- jeto explícito as comparações, sempre mais frequentes, entre a efi cácia dos movimentos orgânicos e a efi cácia dos movimentos maquínicos: por exemplo, a considera- ção paralela e a hierarquia realizada entre a efi ciência do serrador e a efi ciência da serra mecânica (DICTIONNAIRE DE L´INDUSTRIE MANUFACTURIÈRE, 1843, p. 101). As gravuras das enciclopédias, por meio das suas re- composições após algumas décadas, ilustram essas re- novações. As mãos do operário ou do artesão, bastante presentes nas pranchas da “Encyclopédie” de Diderot na metade do século XVIII, os dedos ágeis que ocupam uma parte do quadro para acentuar a habilidade dos gestos, apagam-se na Encyclopédie moderne (Enciclopédia mo- derna) de Courtin, em 1823. O trabalho mecânico come- ça a prevalecer em relação ao trabalho de habilidade. A física prevalece em relação à agilidade, a medida ao tato. O conjunto dos registros corporais oscila, favore- cendo movimentos geométricos explicitamente orques- trados, rigorosamente medidos e precisos. O programa da ginástica dos anos de 1820 compreende, em paralelo, tanto conteúdos militares ou medicinais, quanto uma “gi- nástica civil e industrial” (AMOROS, 1834, p. 10). Fonte: Vigarello (2003, p. 14-15). Por meio deste trecho do texto, podemos observar que a prática de exercícios físicos/ginásticos não estavam voltados apenas para objetivos ligados ao prazer, prepa- ração do corpo para guerra ou práticas esportivas das mais diversas. Ela também tinha uma forte infl uência na busca de um corpo preparado para o trabalho, que cada vez produzisse mais e desse bons resultados ao cenário laboral. Além disso, essa busca pela técnica, perfeição e exatidão nos movimentos também refl ete nas competi- ções das ginásticas competitivas em que cada vez mais os atletas precisam dedicar-se ao treinamento para al- cançar os resultados que os regulamentos das modali- dades lhe exigem. 37 EDUCAÇÃO FÍSICA Os exercícios físicos na história e na arte Jair Jordão Ramos EDITORA: Ibrasa SINOPSE: As pesquisas do professor Jayr Ramos estenderam-se até os tempos pré-históricos, estudando os ritos, cultos, pre- paração guerreira, ações competitivas e práticas recreativas. Aborda a Arte Desportiva, assinalando desde a Grécia antiga a ligação entre corpo e espírito. Traz informações sobre as antigas civilizações do Mediterrâneo e suas práticas esportivas. Traça um esboço histórico-cultural-desportivo da velha Grécia, mos- trando a ligação entre Arte e desporto: os Grandes Jogos Olímpi- cos. Descreve os exercícios físicos na Roma antiga, na Idade Mé- dia, passando depois para a Era Moderna: a Educação Física e os desportos em vários países. Traça o perfi l de alguns líderes do pensamento em Educação Física, discorre sobre os Jogos Olím- picos contemporâneos e a Ideologia Olímpica. Faz um estudo sobre a Educação Física no Brasil. Traça um panorama mundial da Educação Física e dos desportos. APRESENTAÇÃO: Para conhecer mais sobre a ginástica mundialmente, acesse o link a seguir, no qual você poderá conhecer todas as regras, eventos e assistir a vídeos das diferentes mo- dalidades ginásticas. Disponível em: <www.fi g-gymnastics.com>. APRESENTAÇÃO: Para conhecer a organização da ginástica em nosso país, o calendário de competições nacionais e as regras das competições, acesse o link a seguir. Disponível em: <www.cbginastica.com.br>. 38 referências BARBOSA-RINALDI, I. P. A Ginástica no ensino su- perior: conhecimento e intervenção. In: LARA, L. M. (Org). As abordagens socioculturais em Educação Física. Maringá-PR: Eduem, 2010, p. 194. BARBOSA-RINALDI, I. P. ; PAOLIELLO, E. Sa- beres ginásticos necessários à formaçãoprofissio- nal em educação física: encaminhamentos para uma estruturação curricular. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas-SP, v. 29, n. 2, p. 227-243, jan. 2008. BETTI, M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991. BORRMANN, G. Ginástica de Aparelhos. Lisboa: Editorial Estampa, 1980. FIORIN, C. M. A ginástica em Campinas: suas for- mas de expressão da década de 20 a década de 70. 2002. 173 f. Dissertação (Mestrado em Educação Fí- sica) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, 2002. LANGLADE, A., LANGLADE, N. R de. Teoria ge- neral de la gimnasia. Buenos Aires: Stadium, 1970. MARINHO I. P. Sistemas e Métodos da Educa- ção Física: recreação e jogos. 4 ed. São Paulo: Cia Brasil, 1958. PUBLIO, N. S. Origem da ginástica artística. 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Fernanda Soares Nakashima Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Princípios básicos para a realização das aulas de ginástica • Elementos constitutivos da Ginástica • Elementos corporais com deslocamento • Elementos corporais sem deslocamento Objetivos de Aprendizagem • Apreender os elementos básicos para a preparação das aulas e do corpo para os encontros práticos de Ginástica. • Reconhecer os aspectos que constituem a Ginástica tendo como foco os elementos corporais. • Conhecer os elementos corporais com deslocamento: formas de andar, correr, saltitar, saltar e girar. • Conhecer os elementos corporais sem deslocamento: equilíbrios, ondas, balanceamentos e circunduções. ELEMENTOS CORPORAIS DA GINÁSTICA II unidade INTRODUÇÃO Olá, seja bem-vindo(a)! Nesta unidade, conheceremos um pouco mais dos elementos que constituem a prática da Ginástica. São esses elementos que caracterizam uma prática corporal como um tipo de Ginástica. Para que você compreenda o que estamos falando, gos- taríamos que pensasse em um ginasta executando uma série. Pode ser que o que venha a sua mente seja as acrobacias com um elevado nível de dificuldade, em que o executante esteja enfrentando as leis da gravidade e demonstrando todo seu domínio técnico. Entretanto, gostaríamos de ressaltar os demais movimentos que ele realiza na sua coreografia, os quais muitas vezes parecem ser simples, mas são importantes para caracterizar a prática ginástica. Se você prestar aten- ção em um ginasta durante a execução da série perceberá que ele realiza outros movimentos, deslocando-se ou não pelo espaço. Salta de diversas maneiras, faz rotações dos braços, flexiona e estende as pernas, equilibra-se em partes distintas do corpo etc. Podemos chamar esses movimentos de elementos corporais, que vão estar presentes nas diversas práticas e modalidades ginásticas. Esta unidade tem como foco apresentar os elementos corporais da ginás- tica, os quais são considerados como conhecimento fundamental para o de- senvolvimento de qualquer prática gímnica (a palavra “gímnica” significa o mesmo que ginástica). No entanto, trataremos também sobre alguns assuntos de cunho preparatório e pedagógico tanto para a realização das aulas quanto para a aprendizagem de elementos corporais. Sendo assim, no primeiro tópico, falaremos sobre princípios básicos para a realização das aulas de ginástica; no segundo serão abordados os elementos corporais presentes na ginástica com deslocamento e no tercei- ro os elementos corporais executados na ginástica sem deslocamento do corpo. Salientamos que todos os exemplos trazidos aqui fazem parte das diferentes modalidades da ginástica e se caracterizam como base para a aprendizagem de outros elementos existentes no universo gímnico. GINÁSTICA 46 Prezado(a) aluno(a), antes de conhecermos as for- mas básicas de movimento no contexto da ginástica, é importante salientarmos que eles são um dos pri- meiros elementos aprendidos ao iniciar as aulas prá- ticas, tendo em vista que sua vivência não irá apenas contribuir com a execução dos elementos ginásticos das modalidades em si, mas também ajudar o desen- volvimento das crianças e alunos nos mais diversos aspectos de sua vida motora. Por isso é importante que, ao iniciar qualquer atividade prática em suas aulas, você promova primeiramente um aquecimen- to e um alongamento visando à preparação do corpo para o que será feito na aula. Com relação ao aquecimento, Alter (1999) destaca que: [...] o aquecimento consiste de exercícios rea- lizados imediatamente antes de uma ativida- de para aumentar a circulação e a frequência cardíaca. É uma parte essencial do programa de condicionamento. Os exercícios de aqueci- mento dão tempo para que o atleta se adapte do repouso ao exercício. Esses exercícios des- tinam-se a melhorar o desempenho e a redu- zir a probabilidade de lesão, preparando-o mentalmente e fisicamente para a atividade esportiva. Em termos fisiológicos, o aqueci- mento eleva a temperatura do corpo e aumen- ta o fluxo sanguíneo. Nesse sentido, as atividades de aquecimento aplica- das podem ser atividades lúdicas, como brincadeiras que coloquem os alunos em situação de movimento. Como exemplo podemos citar: pega-pega, ativida- des com bola, arcos, cordas etc. Com relação ao alongamento e às aulas práti- cas, é importante que o(a) professor(a) tome al- guns cuidados: • Verifique se o local da práticaé adequado, se é possível utilizar colchões, se o piso não é es- corregadio nem muito áspero e se o espaço não oferece riscos de quedas ou lesões. • Sempre esteja atento(a) a todos os alunos, evitando ficar de costas para eles e observan- do sempre seus rostos e comportamentos. • Observe como os movimentos estão sendo executados, a posição do corpo, a postura. • Verifique se estão com vestimentas adequa- das para a prática e se não estão fazendo uso de pulseiras, brincos, relógios, cabelos sol- tos, ou outros elementos que podem atrapa- lhar a execução dos movimentos. Um exem- plo: sempre que forem executar elementos de inversão de eixo, peça para que coloquem a camiseta por dentro do shorts/calça para que, ao virar, a camiseta não tampe o rosto do praticante. Princípios Básicos Para a Realização das Aulas de Ginástica EDUCAÇÃO FÍSICA 47 • Respeite os limites de cada aluno, lembrando que seu papel como professor(a) não é trans- formá-los em atletas. Por isso, respeite sua fle- xibilidade, força, resistência, de maneira que eles conquistem essas habilidades progressi- vamente e não de uma hora pra outra. Além disso, não esqueça dos cuidados básicos com relação a cansaço e períodos para hidratação. Esses são alguns dos princípios que merecem a aten- ção do(a) professor(a). Grande parte desses apon- tamentos foram retirados do texto de Nunomura e Nista-Piccolo (2008), e existem outros que possivel- mente apresentaremos no decorrer de nosso percur- so de formação. Vale destacar que o alongamento, além de preparar o aluno para as atividades daquele dia, também mostrará resultados a longo prazo que contribuirão para o desenvolvimento de sua prática dentro da Ginástica. bém maximizar o aprendizado dos alunos, além de ampliar o relaxamento físico e mental, promover o desenvolvimento da consciência do próprio corpo, reduzir o risco de entorse articular ou lesão muscu- lar, reduzir os riscos de problemas na coluna, dimi- nuir a irritabilidade e a tensão muscular. Além disso, o autor aponta que: [...] a flexibilidade desenvolve-se quando os te- cidos conjuntivos e os músculos são alongados por meio de exercícios regulares e adequados de alongamento. Ao contrário, a flexibilidade diminui com o tempo, quando esses tecidos não são exercitados (ALTER, 1999, p. 02). Por isso é muito importante que você, professor(a), além de realizar o alongamento junto com seus alu- nos para que eles aprendam, também diga a eles a importância do alongamento antes de qualquer atividade física que forem executar, seja dentro ou fora da escola. Neste momento, você irá conhecer alguns alongamentos que pode passar aos seus alunos, logo, após a atividade de aquecimento, no início de suas aulas. Destacamos que esses são apenas alguns exemplos de exercícios, tendo o(a) profes- sor(a) a possibilidade de adequar de acordo com seus conhecimentos e possibilidades de traba- lho. O importante é que o alongamento seja feito abrangendo os diferentes grupos musculares e de articulações. Você precisa fazer com que seu aluno se sinta bem praticando Ginástica, pois muitas vezes ele pode se sentir desmotivado por não con- seguir fazer determinados movimentos. Por isso, esteja sempre atento(a) e os estimulan- do, respeitando os limites de cada um. REFLITA Sobre o alongamento, Alter (1999) destaca que este tem como função desenvolver a flexibilidade e tam- 48 GINÁSTICA Figura 1- Exemplos de alongamentos CADA POSIÇÃO DESTA DEVE SER MANTIDA POR APROXIMADAMENTE 15 SEGUNDOS 49 EDUCAÇÃO FÍSICA GINÁSTICA 50 EDUCAÇÃO FÍSICA 51 GINÁSTICA 52 Figura 2 - Nesse alongamento, colocamos as solas dos pés juntas, balançamos as pernas para cima e para baixo durante 15 segundos e depois inclina- mos o tronco para a frente e mantemos ele nessa posição por mais 15 segundos EDUCAÇÃO FÍSICA 53 Figura 3 - Variar a posição do pé em flex e ponta, repetindo 15 vezes, depois segurar por 15 segundos em flex e ponta GINÁSTICA 54 54 Lembre-se de que cada aluno tem um nível de fl exibilidade, força e de aprendizagem. Por isso, respeite os limites e sempre estimule o desenvolvi- mento progressivo. Ao fi nalizar o processo de alongamento, inicie sua aula procurando ser claro(a) em suas explica- ções e atento(a) a tudo o que acontece durante o encontro. Não se esqueça que você também pode trabalhar nas aulas teóricas o conteúdo de alonga- mento e a importância deste no momento da prática de atividade física. Tente sempre fazer com que os alunos se interessem pelo que está sendo trabalhado, lembrando sempre que o seu aluno talvez nunca tenha tido contato com a Ginástica. Por isso, tente ser o mais didático(a) possível. REFLITA 55 EDUCAÇÃO FÍSICA Neste tópico, aprenderemos os movimentos corporais básicos presentes na Gi- nástica. Entretanto, você já se perguntou como os diferentes movimentos dentro da Ginástica ou das outras modalidades esportivas surgiram? O que aconteceu na verdade foi que todos os movimentos naturais do ser humano foram evoluin- do mediante os avanços e a busca por melhores resultados dessa prática. Souza (1997, p. 27, grifo do autor) destaca que: Estes movimentos naturais ou habilidades específi cas do ser humano, quan- do analisados e transformados, visando o aprimoramento da performance do movimento, entendida aqui de acordo com vários objetivos como: economia de energia, melhoria do resultado, prevenção de lesões, beleza do movimento entre outros, passam a ser considerados como movimentos construídos (exer- cícios) ou habilidades culturalmente determinadas. Por exemplo, um movi- mento próprio do homem como o saltar, foi sendo estudado, transformado e aperfeiçoado através dos tempos, para alcançar os objetivos de cada um dos esportes onde ele aparece: salto em altura, em distância e triplo no atletismo, cortada e bloqueio no voleibol [...]. E isso não foi diferente com a Ginástica. Tudo que vemos ao assistir a uma apre- sentação nada mais é do que a evolução dos movimentos já feitos pelo homem, porém agora construídos historicamente e aprimorados para que cada vez mais as modalidades fi quem mais belas e chamem mais a atenção por sua beleza e características próprias. Elementos Constitutivos da Ginástica GINÁSTICA 56 A partir da Figura 4, podemos observar que a Ginástica contempla os elementos corporais, os exercícios acrobáticos, os exercícios de condicio- namento físico e o manejo de aparelhos. Os ele- mentos corporais, os exercícios acrobáticos e os exercícios de condicionamento físico podem ser realizados com, sem ou em aparelhos. Todos esses elementos devem ser trabalhados nas aulas de Gi- nástica, lembrando que os de condicionamento fí- sico são os exercícios normalmente feitos ao início e ao final das aulas (aquecimento, alongamento e exercícios que desenvolvam as habilidades de for- ça, flexibilidade e resistência) como preparatórios para a realização dos elementos corporais, acrobá- ticos e de manejo, bem como forma de relaxamento na conclusão da aula. Neste tópico, abordaremos os conteúdos presen- tes no primeiro tema: elementos corporais. Como foi dito no início desta unidade, os ele- mentos corporais se caracterizaram por tudo aquilo que o ginasta faz durante a sua série e que não se caracteriza nem como acrobático nem como condi- cionamento físico ou manejo de aparelhos. Por exemplo, se pedirmos para que você pense quais são as formas que você tem para se deslocar de um ponto a outro, você talvez diga: andando, correndo, pulando, saltando, de costas, em quatro apoios e por aí vai. No entanto, no contexto da Gi- nástica, existem outras formas de realizar esses des- locamentos com características específicas. Veremos
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