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DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

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RESUMO DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Radiografar sistema digestório de grandes animais é muito difícil. Em alguns casos consegue-se radiografar pequenos ruminantes, como o ovino. Quando o animal não apresenta conteúdo, o estômago só tem ar, aparecendo radiotransparente na radiografia.
É importante avaliar bem a cavidade oral do animal, para isso deve estar anestesiado, para verificar se não há inflamação em algum dente (o 4º molar superior causa muitos problemas de raiz, causando inflamação), se não há corpo estranho preso entre eles.
A faringe é dividida em orofaringe (comunicação com o esôfago) e nasofaringe (comunicação com as câmaras nasais e com a laringe). Deve ser avaliada, visando aumento de volume e densidade, sendo de fácil identificação as alterações. Apresenta também os ossos hioides, que sustentam a língua. Na radiografia lateral, o esôfago passa dorsalmente à traqueia.
O esôfago estende-se da 2ª cervical à 10ª torácica, passando dorsalmente à traqueia, depois assume a posição esquerda até entrar no tórax, voltando a ser dorsal até o abdômen onde se une ao cárdia. Não é distinguido na radiografia simples, pois aparece colabado não contendo ar nem luz em seu interior.
Esôfago canino é formado por músculo estriado esquelético, a musculatura lisa está presente somente na junção gastroesofágica. Dos felinos musculatura lisa helicoidal nos 2|3 finais. 
Podem ser utilizados meio de contrastes negativos, a base de gás, que absorvem menos raio-x, ficando mais radiotransparente, como por ex: ar e dióxido de carbono.
Os mais utilizados são os meio de contrastes positivos, que absorvem muito raio-x, como o sulfato de bário e o iodo (usado quando tem ruptura ou perfuração- nesses casos não pode-se usar sulfato de bário pois pode extravasar para a cavidade e causar inflamação). Tomar cuidado que o animal pode fazer falsa-via e causar uma pneumonia. 
Esofagograma: exame contrastado do esôfago. Usa-se na maioria das vezes sulfato de bário. São feitas em decúbito lateral (mais esclarecedor), e decúbito ventral ou dorsal, mas não ajuda muito devido à sobreposição das vértebras. Não é possível distinguir as partes do intestino delgado, mas o intestino grosso fica com formato de interrogação. A curvatura maior do estômago fica para o lado esquerdo, facilitando na identificação. O sulfato de bário não é absorvido, e sai esbranquiçado nas fezes. 
Demora em torno de 4-6h, mas em animais jovens, ansiosos e em gatos é mais rápido; administra-se de 5 a 10mL VO, imediatamente coloca-se o animal em decúbito lateral sobre o filme e executa-se a radiografia, para pegar todo o trânsito do contraste e identificar o problema. É importante sempre realizar a radiografia simples antes, para confirmar se é necessário realizar o contraste para identificar o problema. 
Na ausência de alterações o contraste passara rapidamente para o estomago. No terço caudal do esôfago dos gatos, devido às pregas fica semelhante à espinha de peixe. 
As alterações no esôfago podem ser classificadas como: intraluminais (corpo estranho), intramurais (nódulos Spirocerca lupi), ou periesofágicas (neoplasias). Os sinais clínicos apresentam-se como regurgitação, dificuldade de deglutição, e eventualmente tosse.
Corpos estranhos: podem ser radiopacos, sendo fácil identificar em radiografia simples, ou radiotransparentes, necessitando de esofagograma. 
Compressão esofágica: pode ocorrer por aumento de volume de linfonodos, hipertrofia ou neoplasia de timo, ou massas adjacentes ao esôfago. 
Ruptura de esôfago: quando na radiografia simples for identificado presença de ar nos tecidos adjacentes ao esôfago. Utilizar composto orgânico para confirmação, onde será extravasado para fora da luz do esôfago. 
Hérnia de hiato: ocorre quando uma porção do estomago passa pelo hiato esofágico e penetra no tórax.
Invaginação gastro-esofágica: o estômago invagina para dentro do esôfago, levando parte do pâncreas e intestino delgado, causando dilatação do esôfago, e observa-se ausência de qualquer imagem que corresponde ao estomago na cavidade abdominal.
Megaesôfago: pode ser congênito (acomete mais animais jovens) ou adquirido. O principal sinal clínico é regurgitação.
- Alterações radiográficas: esôfago dilatado com presença de conteúdo gasoso ou alimento, é possível visualizar a parede, ocorre deslocamento ventral da traqueia, pode ocorrer pneumonia aspirativa.
- Congênito: acomete animais de 10 semanas a 2 anos, ocorre dilatação total (torácico e cervical), pode ser causado por distúrbio na via neuronal aferente, principal sinal clínico é regurgitação, as raças predispostas são: pastor alemão e Golden. O manejo alimentar deve ser adequado, alimentando o animal em pé.
- Adquirido: acomete animais mais velhos em torno de 7 a 15 anos, ocorre dilatação total, em 25-30% pode estar associado à miastenia gravis (doença imunomediada, com a presença de anticorpos na placa motora contra Ach, assim não ocorre contração muscular, o animal não consegue se locomover), sinal clínico principal é regurgitação + pneumonia aspirativa, e na maioria dos casos vem acompanhada de esofagite, as raças predispostas são: pastor alemão, Golden. Na projeção ventro-dorsal é mais difícil de visualizar. 
Anomalia do anel vascular: persistência do 4º par do arco aórtico direito (doença esofágica obstrutiva). 
O arco prende o esôfago e começa a dilatar, ocorre cranialmente à base do coração. Acomete animais jovens, pode ser feito cirurgia para liberar o esôfago, mas precisar agir rapidamente. Ás vezes é preciso fazer esofagograma, ode é possível perceber que o contraste fica retido, não consegue passar. Animal fica com a coluna curvada. 
- Alterações radiográficas: projeção lateral -> dilatação do esôfago com conteúdo gasoso ou alimentar, ocorre cranialmente, ou cranial e caudalmente à base do coração, a traqueia pode estar deslocada ventralmente, pode ocorrer pneumonia aspirativa.
- Projeção vd: mediastino cranial alargado e dilatação do esôfago.
ABDOMEN:
Na radiografia precisa aparecer toda a cavidade abdominal, realiza-se projeção lateral direita (o piloro está na mesa, não aparece) e esquerda (o gás aparece para cima) e ventro-dorsal (animal em decúbito dorsal, pois se estiver em decúbito ventral, as vísceras ficam pressionadas).
Radiografias da cavidade abdominal são indicadas em casos de vômitos (análise do estomago), dor abdominal, massa, diarreia, desúria (dificuldade de urinar, dor, pode ser causado por cálculo renal, se for denso aparece na radiografia), hematúria, tenesmo, corpo estranho, neoplasias, herniações. Em casos de corpo estranho, caso não apareça na radiografia, pode-se utilizar contraste para analisar o transito intestinal, assim pode demorar para passar devido à presença de corpo estranho.
- Estruturas normalmente visualizadas em radiografia normal: diafragma (membrana que separa a cavidade torácica da abdominal), fígado, estomago, intestinos, rins e bexiga.
- Estruturas visibilizadas em radiografia somente se estiverem alteradas: pâncreas, adrenais, linfonodos, ovário, útero e próstata. 
* Rim direito é mais cranial; O baço tem formato triangular e fica do lado esquerdo; O fígado não pode ultrapassar a última costela, pois pode estar aumentado.
Para avaliar os órgãos é necessário que haja uma diferença de opacidade entre eles, pois são muito próximos sendo difícil diferenciar. 
*Pneumoperitônio: acúmulo de gás livre na cavidade abdominal, que pode ser causado por ruptura de vísceras. 
- Nas radiografias abdominais devem ser observados a opacidade, tamanho, forma, posição e as margens. Se preciso pode introduzir contraste. 
Hepatomegalia: aumento de tamanho do fígado. Projeta-se para fora do arco costal. As causas são muitas (ICCD, diabetes mellitus, neoplasia infiltrativas, hepatopatias agudas), e na maioria das vezes a radiografia não é suficiente, sendo necessário a realização de ultrassonografia. 
Micro-hepatia: fígado diminuído de tamanho. Provavelmente está fibrosado, o que não é possível identificar na radiografia. 
Estômago: localizadona porção cranial do abdômen, aparece parcialmente sobreposto ao fígado. É facilmente identificado nas radiografias, pois contém gás em seu interior. No cão, na projeção VD, a cárdia e a região fundica estão localizadas do lado esquerdo, e a região do piloro à direita. No gato o estomago está totalmente localizado à esquerda, e o piloro na linha média. Na projeção lateral direita o gás se localiza na região fúndica, sendo mais difícil de visualizar, na lateral esquerda se localiza no piloro, fica mais denso, e sobe, sendo fácil de visualizar. 
Gastrografia: exame contrastado do estomago, com o uso de sulfato de bário, e em casos de suspeita de perfuração ou ruptura usar iodo. Indica-se jejum de 8h se as condições do paciente permitir. Se mesmo após o jejum conter conteúdo, é indicativo de obstrução. Com o auxílio de seringa administrar 5 a 12 ml\kg, e imediatamente faz a radiografia para visualizar a passagem para o duodeno, repete-se aos 5,15,20 e 60 minutos após. Recomenda-se realizar projeção VD, lateral direita, lateral esquerda, se necessário DV e obliquadas. É importante que o paciente não seja submetido ao estresse. 
O animal com desordem gástrica apresenta dor abdominal, vômito, anorexia, podendo elevar a temperatura, perda de peso, desidratação e fadiga. 
Corpo estranho: pode ser radiopaco, sendo visualizado na radiografia, ou radiotransparente evidenciado através do contraste (plástico e vidro).
Torção gástrica (volvo): apresenta-se dilatado por gás, conteúdo alimentar ou líquidos, com deslocamento do piloro de sua posição normal. É um quadro de emergência, que não recomenda-se o uso de contraste. 
Dilatação gástrica: estomago dilatado por gás, mas o piloro permanece na posição normal. Os dois casos na maioria das vezes estão associados à alimentação. Compromete mais animais de tórax profundo e estreito
Gastrite: inflamação da mucosa do estomago. O animal apresenta vomito e anorexia. Na radiografia simples não é possível visualizar. Pode fazer por meio de contraste (mas deve ser analisado primeiro, pois o animal apresenta vomito), onde é visualizado espessamento e aumento das pregas.
Intestino: as alças intestinais são mais facilmente distinguidas quando possuem gás ou conteúdo, com densidade diferente dos tecidos adjacentes, em seu interior. O diâmetro deve estar próximo ao tamanho da altura do corpo de L2 em projeção lateral. Animais muito magros ou jovens tem uma imagem homogênea do abdômen, pala ausência de gordura. Na presença de líquido livre na cavidade, como em casos de ascite, peritonite, hemoperitônio, haverá uma opacificação homogênea da imagem, dificultando a identificação de qualquer estrutura. 
É importante sempre realizar radiografia simples antes do exame contrastado.
No exame radiográfico do intestino é avaliado a distribuição e distensão das alças intestinais, as margens, tamanho, forma, posição, radiopacidade, mucosa irregular, peristalse anormal, tempo de trânsito. 
Transito gastrointestinal: exame contrastado do intestino. Usa-se sulfato de bário (6-12mL\kg – cão; 12-16ml\kg – gato) ou em casos de suspeita de perfusão, usa-se contraste iodado ionizado (2-3mL\kg – cão; 2mL\kg – gato). O tempo do transito no cão é de 1-3h, e no gato de 1-2h. 
Para realizar o contraste, o animal deve estar em jejum alimentar de 24h, efeito de laxante suave, e enema realizado 6h antes do exame. (Em casos de paciente com anorexia, que está a alguns dias sem se alimentar, dispensa jejum). Em condições normais, todo o intestino delgado estará delineado pelo contraste. O transito pode estar acelerado em casos de enterite ou retardado em casos de estresse do animal. Após 3h verifica-se a passagem do contrasto pelo cólon. Em animal saudável, o diâmetro das alças estão adequados, parede fina e superfície lisa. 
Alterações:
Obstrução: completa (a imagem radiográfica demonstrará dilatação por gases anterior ao ponto de obstrução) ou parcial (não há retenção significativa de gases, podendo ser necessário o uso de contraste para o diagnóstico). Se causada por um corpo estranho, o contraste proporcionará imagem de franzimento do segmento da alça.
Enterite: identificada pela rápida passagem do contraste e por quantidade significativa de gases na luz intestinal, mostrando radiotrasnparencia.
Divertículo: pode ser congênito ou adquirido, sendo mais comum em consequência a um corpo estranho, aparecendo como uma saculação na parede da alça. 
Corpo estranho: animal tem apetite diminuído, emagrecimento e vomito. Sendo material denso possível identificar na radiografia.
Dilatação e ‘’ alças em alerta’’: ocasionado por coleção de gases. As alças ficam mais espessas que a altura da vértebra.
Intussuscepção: Invaginação de uma porção da alça em outra, ou seja, uma alça entra no lúmen da outra. Muitas vezes não é possível identificar no raio x, sendo necessário realizar ultrassonografia. É ocasionado pois ocorre aumento do peristaltismo.
Distúrbios da motilidade (íleo): diminuição ou ausência da motilidade. Aspecto de alças empilhadas (várias alças paralelas). Ultrassonografia não ajuda muito no diagnóstico. 
Hérnias: órgãos estão fora do seu local anatômico, estão fora da cavidade abdominal. 
Intestino Grosso: o ceco, no cão, tem formato de ‘’ C’’, cheio de gás, e localizado no lado direito do abdômen na VD. Cólon ascendente do lado direito e descendente do lado esquerdo descendo até o reto (estrutura intrapélvica localizada entre a superfície ventral do sacro e o assoalho da pelve na projeção lateral). 
Colonografia ou enema baritado: exame contrastado do intestino grosso. É aconselhável sedação do paciente para evitar desconforto. Utiliza-se seringa com bico ou sonda para introduzir o contraste no reto. Pode ser administrado os dois contrastes, positivo (bário ou iodado), após a eliminação, introduz o negativo (gás).
Alterações:
Constipação: animal não consegue defecar pois as fezes estão ressecadas e endurecidas.
Obstipação: é mais grave, forma-se uma massa de fezes ressecadas e endurecidas. O tratamento é com enema para hidratar e conseguir eliminar.
Fecaloma: fezes muito densas, muito radiopacas, pode ocorrer até fratura. É cirúrgico. 
Megacólon: distensão do cólon. Visualiza-se conteúdo fecal retido, marcado por áreas radiopacas.
Ânus imperfurado, atresia de reto (reto diminuído de tamanho), atresia de cólon (animal não tem cólon, não consegue defecar) são alterações congênitas e raras. 
Hérnia perineal e intussuscepção íleo-cólica.
Massas tumorais: a cavidade fica toda coberta, toda radiopaca, possuem limites. VD auxilia na localização das massas, e lateral em estação permite observar o líquido.
Hiperparatireoidismo: deficiência de cálcio, o paratormônio retira cálcio dos ossos, a coluna começa ficar deformada, e o animal não consegue defecar, formando fecaloma. 
Pâncreas: não é distinguido ao exame radiográfico. Quando está aumentado de tamanho devido à pancreatite ou tumor, aparece como uma massa branca que desloca as vísceras adjacentes. Assim como no baço, a ultrassonografia ajuda a esclarecer o diagnóstico.
Fígado: em projeção VD, aparece como uma estrutura homogênea, em projeção lateral, aparece com formato triangular. Quando está aumentado, suas bordas ficam arredondadas. A hepatomegalia pode ser causada por: neoplasias hepáticas, carcinoma de ducto biliar, cirrose em fase aguda, intoxicação e congestão por ICD. O fígado diminuído de tamanho pode ser causado por cirrose hepática. 
Baço: apresenta-se na radiografia com o formato triangular, situado do lado esquerdo. Em projeção VD, localiza-se caudalmente ao estômago, e em projeção lateral ventralmente. O decúbito lateral direito é preferencial para análise desse órgão. A esplenomegalia pode ser causada quando o animal está sobre efeito anestésico, período pós-vacinal ou linfossarcoma. 
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO:
O útero é formado por colo, corpo e cornos (presentes totalmente dentro do abdômen). Os ovários estão localizados caudalmente aos rins. Essas estruturas não sãovisíveis através do raio x quando em condições normais, sendo o ultrassom o método para melhor analisar. 
O útero só pode ser visibilizado quando for mais largo que as alças intestinais, a presença de estruturas tubulares aumentadas de volume e tortuosas é o sinal mais precoce de aumento uterino. Está localizado dorsalmente à bexiga, e em cima passa o reto. Quando aumentado pode ocorrer deslocamento da bexiga, do reto e do próprio útero cranialmente. 
A mineralização dos fetos ocorre por volta de 45 dias, sendo mais comum a realização de ultrassom, onde é possível visualizar melhor, já o raio x, geralmente é feito no terço final da gestação, quando o feto já está formado. Após a calcificação, é possível visualizar a cabeça, coluna (em condições normais, fica distendida ou suavemente curvada), membros e continuidade do crânio. Na radiografia conta-se o número de crânios. 
Alterações radiográficas:
Piometra: aumento de volume uterino, que apresenta densidade homogênea, partindo da porção caudal do abdômen em direção à cranial. Deve ser conhecido o histórico do paciente para não confundir com gestação, involução uterina pós-parto. Na radiografia só é possível visualizar o aumento uterino, se atentar aos sinais clínicos: febre, secreção vaginal purulenta. 
Sinais de morte fetal: desarticulação dos ossos, aumento de radiopacidade.
Feto mumificado: após a morte do feto, não havendo infecção, ocorrerá reabsorção dos tecidos moles, a coluna aparecerá dobrada ou enrolada, e os ossos do crânio sobrepostos. Pequenos, não desenvolveu corretamente.
Feto enfisematoso: se houver infecção, os fetos mortos apresentarão áreas de raiotransparência, devido ao gás produzido. Pode ocorrer também fesometra (morte do embrião e contaminação, ocorre evidencia só de gás no interior do útero. 
Prenhez ectópica: localização dos fetos fora dos cornos uterinos. A densidade dos esqueletos é semelhante à dos fetos mumificados.
Distocia: dificuldade em parir. Através do raio x é possível identificar o tamanhos dos fetos, com o ultrassom é possível identificar se o animal está vivo ou morto, a partir dos batimentos cardíacos. 
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO:
Próstata: na maioria das vezes não é identificada na radiografia em condições normais. Localizada caudalmente à bexiga, ao redor da uretra. Pode estar aumentada em casos de neoplasia, prostatite ou hiperplasia prostática benigna. 
Testículo: tecido mole, não sendo possível visualizar através da radiografia, somente ultrassom ou outro meio de diagnóstico. 
Hiperplasia prostática benigna: aumento da próstata. Acomete quase 100% dos cães adultos com idade acima de 7 anos.
SISTEMA GENITOURINÁRIO
Fêmeas: vagina, vulva, ovários e útero.
Machos: testículo, próstata, pênis e prepúcio. 
Os rins dos cães devem apresentar 2,5 a 3,5 vezes o comprimento da L2. Já os rins dos gatos, 2,5 a 3,0 vezes o comprimento de L2. O rim direito é mais cranial. Ao exame radiológico simples somente rins e bexiga são visualizados, ureteres e uretra é possível com o exame contrastado. Através da radiografia simples é possível avaliar a função qualitativa do rim. 
Urografia excretora: exame contrastado do sistema urinário. Realizar radiografia simples antes. Animal em jejum para limpeza do TGI. Administrar o contraste IV, composto hidrossolúvel triiodado, agente não iônico (ioexol ou iopamidol), na dose 600 a 700 mg de iodo\kg. Alguns órgãos podem ficar opacificados devido à passagem do contraste (fígado e baço). É importante antes de aplicar o contraste, colocar uma faixa compressiva na região, para o contraste durar mais e delimitar melhor o parênquima renal e ureteres. 
Pode ser feito também pneumocistografia: introduz ar na bexiga, é importante retirar toda a urina antes.
Cistografia: contraste iodado é diluído à 5% em solução fisiológica, e introduzido na bexiga por meio de uma sonda uretral. 
Cistografia por duplo contraste: introduz o contraste positivo até uma certa quantidade, retira o excesso, e introduz o ar. 
Alterações do rim:
Hidronefrose: retenção da urina nas vias excretoras intra-renais. Consequente à massas abdominais, cálculos, ou erro cirúrgico (castração, prende o ureter). Na radiografia o rim aparece como uma grande massa radiopaca de contornos lisos. 
Cálculos renais: cálculos mais mineralizados (formados por fosfato triplo ou oxalato de cálcio) são fáceis de identificar na radiografia. Se forem radiotransparentes (formados por urato de amônia ou de cistina) é necessário urografia excretora ou ultrassom. 
Parasitose renal: Causada pelo Dioctophyme renale, verme gigante dos rins. Na radiografia é possível ver somente a dilatação do rim, na ultrassonografia é possível ver a parede do parasita. O animal começa emagrecer, perder o apetite.
Ruptura renal: diagnóstico é feito através da urografia excretora, ocorrendo extravasamento do contraste.
Neoplasia: aumento de tamanho do rim ou irregularidade no contorno.
Cisto renal: causa distorção no contorno do rim. Pode ter líquido e não se destaca do parênquima. A ultrassonografia é o método ideal para diagnosticar.
Nefrite: não é diagnosticado por meio de radiografia. O rim fica pequeno e nodular. 
Infarto renal: na urografia excretora, ficam áreas não opacificadas. 
Alterações dos Ureteres:
Ectopia Ureteral ou ureter ectópico: Congênito. O orifício ureteral não se insere no trígono vesical, ou seja, ureter fora do local correto. Acomete mais fêmeas, pode ser uni ou bilateral. Sinal clínico apresentado pelo animal é incontinência urinária. Comum nas raças Golden, Labrador, Husky, Poodle.
Há dois tipos: 
- ureter ectópico extraluminal: desviam completamente da bexiga.
- ureter ectópico intraluminal: correm pela submucosa na bexiga, e se abrem na uretra ou na vagina. 
Hidroureter (dilatação ureteral): causado por processos obstrutivos, ou pela presença de cálculos, neoplasias, ureter ectópico, traumatismo por ligadura acidental. 
Alterações da Bexiga:
Cistite: é indicado ultrassom. Aguda: não há alterações radiográficas. Crônica: espessamento da parede, irregularidade de mucosa. 
Cálculos: as cadelas por apresentarem a uretra mais larga e curta, conseguem eliminar a maioria dos cálculos, sendo encontrados únicos, ou em pequeno número e grandes. Nos machos e gatos são encontrados em grande número, pequenos ou arenosos. 
Neoplasia: quando administrado ar, aparece uma massa radiopaca em contraste com o ar administrado. Quando administra contraste positivo, aparece uma massa menos radiopaca que o contraste. 
Ruptura: administrar o contraste, preferencialmente o positivo, ou sondar e introduzir liquido, se não encher a bexiga e observar pelo ultrassom, liquido livre na cavidade é sinal de ruptura.
Alterações da uretra:
Cálculos radiopacos na uretra peniana.
Estenose: causada principalmente pela fratura de osso peniano. 
Outras alterações:
Hérnia perineal: ocorre aumento de volume ao redor do ânus, ocorrendo retroflexão da bexiga, ou seja, invade outro local. Para diagnosticar é através do Ultrassom ou raio x contrastado.
Hérnia inguinal: invade outro local diferente do seu anatômico, pode ter a presença de alças intestinais, vísceras, útero. 
ULTRASSONOGRAFIA: emissão de ondas sonoras de alta frequência, acima de 20KHz.
É um método não invasivo, não apresenta efeitos nocivos, não utiliza radiação ionizante, as imagens são obtidas em tempo real. As desvantagens é que precisa de um operador para realizar, não avalia a funcionalidade dos órgãos, custo do equipamento. 
Quanto menor o comprimento da onda, mais nítida é a imagem, e mais alta a frequência, analisar tecidos superficiais (mama, tireoide, pele, testículo). Frequência menor, mais profundo a análise (rins, fígado, bexiga, útero, ovário). 
Animais obesos utiliza frequência menor. Cirurgias oftálmicas frequência maior. 
As ondas sonoras se propagam e reflete quando encontra o órgão. O raio x não reflete, ele é absorvido pela estrutura densa.
Estrutura densa tem impedância acústica, ou seja, é refletida, aparece branca na imagem (hiperecóico).Estruturas que não tem impedância, por ex liquido, não reflete, aparece preto (anecóico).
Hipoecóico: baixa impedância, como o parênquima renal e o baço.
O gás é refletido, diferente do raio-x. 
Quando o fígado começa a ficar ecoico, é sinal de cirrose, o baço ficando mais hipoecóico é sinal de congestão.
O som é dividido em: infa-som (f<20Hz), som audível (entre 20 e 20.000Hz) e ultrassom (>20.000Hz).
Transdutor setorial (eletrônico ou mecânico) é usado para realizar ultrassom do coração. O linear (eletrônico) é usado para grandes animais, via retal. Podem ser transdutores de PZT (chumbo) ou de plástico.
Os modos de exibição do eco podem ser:
- Modo A (amplitude): utilizados para exames oftálmicos, método unidimensional.
- Modo B: método bidimensional. Os ecos fortes são muito brilhantes, e os pobres são acinzentados ou pretos.
- Modo M (motion-mode): usado em ecocardiografia. 
Impedância acústica: resistência ou dificuldade do meio a passagem do som. Quando os dois meios tem a mesma impedância não há reflexão. A diferença de impedância entre dois tecidos que permite a identificação na imagem. Quanto maior a diferença de impedância, maior a intensidade de reflexão e menor a transmissão do som de um meio para o outro (ex: o osso reflete muito eco, não permitindo visualizar as estruturas situadas atrás dele).
Ecotextura: está relacionado ao tamanho das partículas, finas ou grossas, homogêneas ou heterogêneas. Granulado que varia do cinza claro ao cinza escuro.
Artefatos: são erros na apresentação da imagem, decorrentes de problemas no equipamento, interação do som com o tecido, técnica utilizada.
Janela acústica: espaços que permitem a passagem do feixe sonoro. Estruturas que possuem liquido em seu interior permitem visualizar outras estruturas, por ex a bexiga cheia, permite a visualização do útero e intestino.
Sombra acústica: há uma barreira que impede a passagem da onda sonora. Ajuda na identificação dos cálculos, calcificações e gás, pois estes impedem a passagem do som, formando uma faixa preta abaixo. 
Reverberação: não consegue formar a imagem corretamente. Normalmente ocorre devido a presença de ar. Forma-se ecos múltiplos, ex: cauda de cometa (múltiplos ecos estreitamente espaçados, pequenos, brilhantes). 
Técnica de varredura: ‘’ fatiar’’ o rim, para analisar cada parte. 
O ultrassom é indicado em casos de aumento do volume abdominal, massa abdominal palpável, emagrecimento progressivo, pesquisa de metástase, febre de origem desconhecida, suspeita de processo obstrutivo, hematúria, disúria, anorexia e êmese.
Permite observar a arquitetura interna, a parede do órgão, diagnóstico precoce de gestação, vitalidade fetal. 
Limitações: animais obesos, TGI com grande quantidade de gás, não distingue lesão benigna de maligna, não avalia função dos órgãos. 
O paciente deve estar em jejum alimentar de 6-8h, água a vontade, bexiga cheia, evitar micção 2h antes do exame.

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