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COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho Professor Esp. Deivison Augusto dos Santos Domingues GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; COUTINHO, Fernanda Gabriela de Andrade; DOMIN- GUES, Deivison Augusto dos Santos. Comportamento do Consumidor. Fernanda Gabriela de An- drade; Deivison Augusto dos Santos Domingues. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpresso em 2019. 255 p. “Graduação - EaD”. 1. Comportamento. 2. Consumidor . 3. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0447-2 CDD - 22 ed. 380 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Jorge Luiz Vargas Prudencio de Barros Pires Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo Eliane Zanoni Designer Educacional Maria Fernanda Vasconcelos Ana Claudia Salvadego Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Melina Belusse Ramos Qualidade Textual Ana Caroline de Abreu Yara Martins Dias Ilustração Bruno Pardinho Marta Kakitani Marcelo Goto Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. A U TO RE S Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho Mestre em Administração na linha de pesquisa de Gestão de Organizações (Marketing) pela Universidade Estadual de Maringá (UEM - 2011). Especialista em Gestão Empresarial pela Universidade Estadual de Maringá (2008). Graduada em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006). Professora Colaboradora da Universidade Estadual de Maringá (UEM) no Curso de Comunicação e Multimeios. Professora de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing na UniCesumar e PUC-PR. Foi professora nos cursos de Administração, Publicidade e Propaganda e Marketing na Faculdade Metropolitana de Maringá e do Curso de Tecnólogo em Marketing na Faculdade Alfa. Foi Coordenadora do Curso de Bacharelado em Publicidade e Propaganda da Faculdade Metropolitana de Maringá. Link: http://lattes.cnpq.br/8297064187293273 Professor Esp. Deivison Augusto dos Santos Domingues Especialista em Docência no Ensino Superior pela Unicesumar. MBA em Gestão de Projetos pela Unicesumar. Graduado em Marketing pela Faculdade de Jandaia do Sul (FAFIJAN). Professor Mediador dos cursos de Marketing e Gestão de Lojas e Pontos de Venda da Unicesumar. Professor Orientador dos cursos de Pós-Graduação Lato-Sensu da Unicesumar nas linhas de pesquisa de Gestão. Atuou em áreas de atendimento e relacionamento com o consumidor. Link: http://lattes.cnpq.br/9824772837162453 SEJA BEM-VINDO(A)! Caro(a) aluno(a), estudar o comportamento do consumidor é uma função essencial para o profissional de marketing, uma vez que, somente conhecendo as necessidades e de- sejos dos indivíduos, é possível implementar estratégias efetivas que trarão resultados satisfatórios para as organizações e também atenderão aos consumidores. O campo de estudo do comportamento do consumidor é muito amplo e pode ser com- preendido por diferentes abordagens. Porém, independente da perspectiva a ser utili- zada, o mais importante é entender a essência do comportamento e como as ações dos indivíduos são influenciadas, como reagem mediante situações de compra e como seus hábitos e costumes vão sendo alterados ao longo do tempo.A complexidade do comportamento humano se torna um desafio diário para os ges- tores de marketing, visto que, apesar da possibilidade de compreender o consumidor por meio de comportamentos semelhantes, agrupando-os em grupos com caracterís- ticas equivalentes, cada indivíduo possui peculiaridades que precisam ser conhecidas e atendidas, pois, somente desse modo, é possível atender o consumidor de forma mais completa. Para entender o comportamento dos indivíduos, é preciso conhecer o contexto em que estão inseridos, por esse motivo, compreender como a sociedade de consumo foi se constituindo ao longo do tempo ajuda a apreender como os comportamentos e hábitos de compra foram sendo modificados. Além disso, a área de marketing também sofreu alterações significativas a medida que as empresas alteraram as suas orientações mercadológicas. Nesse sentido, no início da revolução industrial, tínhamos uma estrutura das organizações que se preocupavam mais com o produto e a produção. Posteriormente, a venda passou a ser o foco das em- presas e somente em meados do século XX houve uma preocupação em desenvolver as ações mercadológicas de acordo com o comportamento do cliente. Sendo assim, este livro está dividido em cinco unidades, que possibilitarão o melhor entendimento de todo o processo que envolve o estudo do comportamento do consu- midor. A discussão se inicia a partir do histórico da sociedade de consumo, passando pe- las características do consumidor, as principais teorias; na sequência, pelos fatores que influenciam o comportamento do consumidor, as etapas do processo de compra e, por fim, pelas questões que envolvem as principais mudanças ocorridas no comportamento do consumidor, bem como questões relativas ao consumidor organizacional. Na primeira unidade, teremos uma discussão inicial sobre o comportamento do con- sumidor, entendendo suas principais características e questões iniciais que motivam o consumidor. Também abordaremos a história da sociedade de consumo, para melhor compreensão do consumidor no contexto social no qual está inserido e como vem sen- do elaborado o campo de estudo do comportamento do consumidor. Por fim, tratare- mos do impacto dos consumidores nas estratégias mercadológicas e a discussão ética no comportamento de consumo. APRESENTAÇÃO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Com relação à segunda unidade, serão apresentadas as principais teorias que aju- dam a explicar o comportamento dos indivíduos em situações de consumo. Serão abordadas a teoria racional, que não considera as questões emocionais do consu- midor; as teorias da motivação, que tratam dos aspectos que motivam os indivíduos a determinados comportamentos; a teoria comportamental, explicando a ação dos indivíduos no contexto de compra; teorias socioculturais e, por último, as teorias existenciais. Na terceira unidade, estudaremos os fatores essenciais que influenciam o compor- tamento. Desse modo, existem os fatores individuais, como as características demo- gráficas e de personalidade; fatores motivacionais e de conhecimento do consu- midor; as questões relacionadas à percepção e à aprendizagem do consumidor no processo de compra; os principais grupos de influência que atuam nas decisões de compra e, ainda, os fatores relacionados a cultura, subcultura e classe social. A quarta unidade mostrará de forma detalhada as etapas que compreendem o pro- cesso de escolha, decisão e compra do consumidor. Serão apresentados os princi- pais modelos de compra e discutidas cada uma das etapas que têm início com o reconhecimento da necessidade, posteriormente, busca de informações e avaliação de alternativas; escolha e decisão de compra e, finalmente, a pós-compra, consumo e o descarte dos produtos. Por fim, na quinta unidade, fechando nossas discussões, trataremos das principais mudanças no comportamento do consumidor e o surgimento do conceito de sho- pper. Também apresentaremos o perfil do consumidor brasileiro e abordaremos questões relacionadas ao consumismo, consumerismo e as ações das empresas em relação ao marketing social. Destacaremos ainda sobre o consumidor global e as novas tecnologias e apontaremos elementos referentes ao comportamento do con- sumidor organizacional. Com isso, espera-se que, ao final deste livro, o(a) aluno(a) seja capaz de compreen- der todo o processo que envolve o comportamento do consumidor, entendendo as principais mudanças ocorridas ao longo do tempo, principalmente com a inserção das novas tecnologias e da internet que tornou o consumidor global. Também espera-se que ele(a) possa entender as características e conceitos do comportamento do consumidor, bem como os fatores que influenciam o compor- tamento e o processo de compra. E, assim, que ele(a) seja capaz de empregar os conhecimentos apreendidos ao longo deste livro, na elaboração de ações mercado- lógicas que estejam direcionadas ao comportamento do consumidor, respeitando suas necessidades e desejos e de acordo com os elementos aqui expostos. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 15 Introdução 16 O que é o Comportamento do Consumidor 24 História da Sociedade de Consumo e o Comportamento do Consumidor 28 O Comportamento do Consumidor como Campo de Estudo 36 O Impacto dos Consumidores sobre as Estratégias de Marketing 44 Ética de Marketing e a Relação com o Consumidor 49 Considerações Finais 53 Referências 56 Gabarito UNIDADE II TEORIAS DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 59 Introdução 60 Teorias Racionais do Comportamento do Consumidor 68 Teorias da Motivação do Comportamento do Consumidor 73 Teorias Comportamentais Sobre o Consumo 76 Teorias Sociais sobre o Comportamento do Consumidor 79 Teorias Existenciais Sobre o Comportamento do Consumidor 82 Considerações Finais 90 Referências 91 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III FATORES QUE INFLUENCIAM O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 95 Introdução 96 Fatores Individuais: Demografia, Psicografia e Personalidade 117 Motivação e Conhecimento do Consumidor 128 Percepção, Memória e Aprendizagem 138 Fatores Sociais: Família e Grupo de Referência 147 Fatores Culturais e Classe Social 155 Considerações Finais 161 Referências 163 Gabarito UNIDADE IV O PROCESSO DE DECISÃO DE COMPRA 167 Introdução 168 O Processo de Compra 170 Reconhecimento da Necessidade: Iniciando o Processo de Compra 175 Buscando Informações de Compra 179 Avaliando as Melhores Alternativas 183 Escolha e Decisão de Compra 187 Pós-compra, Consumo e Descarte 192 Considerações Finais SUMÁRIO 11 199 Referências 201 Gabarito UNIDADE V TENDÊNCIAS E DESAFIOS NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR E O CLIENTE ORGANIZACIONAL 205 Introdução 206 Mudanças no Comportamento do Consumidor: o Conceito de Shopper 214 O Perfil do Consumidor Brasileiro 224 Consumismo, Consumerismo e Marketing Social 233 O Consumidor Global e as Novas Tecnologias 239 Cliente Organizacional: Fatores Situacionais e Satisfação Pós-Compra 246 Considerações Finais 252 Referências 254 Gabarito 255 CONCLUSÃO U N ID A D E I Professora Me. Fernanda Gabriela de Andrade Coutinho INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender a importância do comportamento do consumidor nas ações mercadológicas. ■ Analisar a história da sociedade de consumo. ■ Entender o campo de estudo sobre comportamento do consumidor. ■ Identificar o papel do consumidor nas estratégias mercadológicas. ■ Discutir questões éticas que envolvem o comportamento do consumidor. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é o comportamento do consumidor■ História da sociedade de consumo e o comportamento do consumidor ■ O comportamento do consumidor como campo de estudo ■ O impacto dos consumidores sobre as estratégias de marketing ■ Ética de marketing e a relação com o consumidor INTRODUÇÃO O comportamento do consumidor deve estar no centro das estratégias mer- cadológicas que são desenvolvidas por qualquer empresa que pretende obter resultados satisfatórios e conseguir conquistar os clientes e mantê-los fiéis a seus produtos e serviços. Entender as necessidades e desejos do consumidor é uma obrigação do profissional de marketing independente do segmento de negócio em que esteja atuando. Dessa forma, abordaremos, inicialmente, os principais conceitos que envol- vem o consumidor, desde a classificação do tipo de consumidor, até os fatores que o levam a determinados comportamentos. Também será discutida a importância do comportamento nas políticas de marketing a serem realizadas pelas empresas. Na sequência, será apresentado um histórico da sociedade de consumo, compreendendo o papel do consumidor dentro do contexto social e como as mudanças ocorridas ao longo do tempo também modificaram as formas de con- sumir produtos e o relacionamento com os consumidores. Também será apresentado o comportamento do consumidor como um campo de estudo, já que pode ser compreendido por diferentes perspectivas. Serão apresentadas informações mediante as pesquisas sobre o comportamento do con- sumidor que vêm sendo realizadas ao longo dos anos, principalmente no Brasil. Trataremos sobre a questão das estratégias mercadológicas relacionadas com as ações de marketing que envolvem o composto mercadológico e a seg- mentação de mercado, discutindo como é possível desenvolver ações de médio e longo prazo para atender o consumidor e também as expectativas da empresa. Por fim, serão abordadas questões sobre ética que envolvem o processo mer- cadológico, principalmente o respeito ao tratar o consumidor no ato de escolha e compra de produtos e também no pós-compra. O consumidor exerce um papel essencial no processo de troca mercadológica e, por isso, essa relação deve ser pautada dentro dos princípios da ética que equilibram a relação entre as empre- sas e seus consumidores. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 O QUE É O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR O comportamento do consumidor se refere à forma como os indivíduos escolhem, compram e utilizam produtos e serviços dentro do contexto social e cultural no qual estão inseridos e de acordo com preferências e influências advindas de diversos fatores. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 6), o comportamento do consumi- dor pode ser entendido como “atividades com que as pessoas se ocupam quando obtêm, consomem e dispõem de produtos e serviços”. Na visão de Samara e Morsch (2005, p. 2), consumidor “é toda entidade compradora potencial que tem uma necessidade ou um desejo a satisfazer”. Com relação às perspectivas sobre o consumidor, Mowen e Minor (2003) explicam que há três abordagens principais. A primeira se refere à tomada de deci- são, na qual o processo de compra se estabelece quando o consumidor percebe que há um problema e, a partir daí, busca soluções para resolver esse problema. Em geral, são estabelecidas etapas na qual o consumidor procura por um pro- duto ou serviço, busca informações, avalia e só posteriormente efetiva a compra. A segunda perspectiva afirma que o consumidor não realiza suas compras por meio de um processo puramente racional, mas para se divertir, criar fanta- sias, obter emoções e sentimentos (MOWEN; MINOR, 2003). Isso significa que o consumidor busca uma experiência de compra e não apenas o produto em si. O que é o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Por fim, a terceira perspectiva aborda a influência comportamental do consu- midor que não está nem relacionada à tomada de decisão nem aos sentimentos, mas sim às influências originadas do ambiente, ou seja, ações resultantes de nor- mas culturais, ambiente físico, forças econômicas e até mesmo dispositivos de promoção de vendas utilizados pelas empresas (MOWEN; MINOR, 2003). Essas forças ambientais que impulsionam, portanto, o comportamento de compra de acordo com essa abordagem comportamental. Para Blackwell, Miniard e Engel (2008), o comportamento do consumidor envolve três etapas principais. A primeira etapa corresponde à obtenção, na qual pode- mos incluir o processo de busca e avaliação dos produtos e também o ato da compra em si. A segunda etapa é a de consumo, no qual é possível entender como o consumidor utiliza o produto adquirido e em qual contexto isso ocorre. Por fim, a última etapa é a de eliminação, na qual o consumidor descarta o produto por algum motivo, seja pelo fim da utilização ou por não ter mais interesse pelo que foi adquirido. Essa etapa é muito relevante, uma vez que pode mostrar alguns caminhos para as empresas em relação ao produção e acondicionamento de produtos. A figura 1 a seguir ilustra essas três etapas do comportamento e seus respectivos questionamentos. Existem dois conceitos que são imprescindíveis para entender o comporta- mento do consumidor e as questões de marketing, o conceito de necessida- de e de desejo. É preciso entendê-los e diferenciá-los. A necessidade designa um estado de carência, privação ou sensação de fal- ta de algo para a pessoa e pode ser inata, ou seja, inerente à natureza huma- na, como fome, sede; ou adquirida, quando originada do contexto cultural e social, como, por exemplo, quando se cria um tipo de hábito obrigatório na sociedade. O desejo é um estado psicológico direcionado à obtenção de uma satisfa- ção por si mesma, sem que seja preciso haver uma carência que justifique o sentimento e a ação decorrentes, como saborear uma pizza sem que se esteja realmente com fome. Fonte: Limeira (2007, p. 5). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 ELIMINAÇÃO • Como você se livra dos restos do produto? • Quanto você joga fora após o uso? • Você mesmo revende os itens ou faz consignação? • Como você recicla alguns produtos? OBTENÇÃO • Como decide o que comprar? • Quais outros produtos considera comprar? • Onde comprar? • Como pagar? • Como transportar para casa? CONSUMO • Como você usa o produto? • Como guarda o produto em casa? • Quem usa o produto? • Quanto é consumido? • Como o produto se compara às expectati- vas? Figura 1 – Três etapas do comportamento do consumidor Fonte: adaptado de Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 07). O comportamento do consumidor também pode ser explicado a partir de um modelo denominado “iceberg”, conforme Samara e Morsch (2005), no qual o indivíduo é como esse grande bloco de gelo, em que apenas a ponta está a vista, porém a grande parte do bloco está submersa. Assim, no caso do consumidor, é possível visualizar somente a “ponta” em que aparece apenas suas intenções no momento da compra. Contudo existem outras motivações e questões que estão “submersas” e que podem influenciar a maneira como o consumidor se comporta. Desse modo, essa parte que não aparece precisa ser melhor compreendida pelas empresas para que as estratégias mercadológicaspossam ser direcionadas e para alcançarem o consumidor de forma mais efetiva. A figura 2, a seguir, ilus- tra o modelo descrito. Figura 2 – Modelo de comportamento: o consumidor como um iceberg Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 5). O que é o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 A utilização do termo consumidor pode ser feita para dois tipos diferentes de entidade consumidora: o consumidor pessoal, que compra produtos e servi- ços para seu uso próprio ou para outros indivíduos, mas que são considerados usuários finais, e o consumidor organizacional, que são empresas, órgãos gover- namentais, instituições e entidades sem fins lucrativos que compram produtos para seu uso ou para a produção de bens e serviços que serão ofertados a indi- víduos ou a outras empresas. Conforme Hoyer e Malcinnis (2011), o comportamento do consumidor é um processo dinâmico que acontece em determinados períodos de tempo. Pode envolver várias pessoas, já que existem os papéis de compra, nos quais indiví- duos desempenham funções diferenciadas no processo de decisão de compra. Demanda muitas decisões e também envolve sentimentos e certo enfrentamento diante das situações de compra e consumo. O consumidor pode assumir diferentes papéis no contexto de compra, que estão relacionados à maneira como os indivíduos se comportam de acordo com a estrutura social em que estão inseridos. Cada papel precisa ser identificado para que seja possível saber como ele poderá definir a decisão de compra de um bem ou serviço. O quadro 1 a seguir apresenta os papéis que são desempenha- dos pelos indivíduos no processo de compra. Quadro 1 – Papéis de compra do consumidor PAPEL DEFINIÇÃO INICIADOR Pessoa que sugere a ideia de comprar um produto. INFLUENCIADOR Indivíduo que fornece informações sobre um produto, poden- do integrar a família ou não. FISCAL INTERNO Participante do grupo que controla o fluxo de informação. DECISOR Responsável por decidir o que comprar, como comprar e onde comprar. COMPRADOR Pessoa que efetivamente realiza a compra. PAGANTE Responsável pelo financiamento da compra, podendo ser o único elemento ou um grupo de pessoas que se unem para propiciar a compra. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 PREPARADOR Indivíduo que transforma o produto em uma forma adequada de consumo. USUÁRIO Pessoa que efetivamente consome ou usa o produto. ELIMINADOR Integrante do grupo responsável pelo descarte do produto. Fonte: adaptado de Vieira, Maia e Silva (2010, p. 15-16). Dentro do contexto do comportamento do consumidor, é necessário entender também o processo de troca, já que, quando um bem, serviço, ideia ou experi- ência é passado de uma entidade para outra, ocorre a troca (MOWEN; MINOR, 2003). Com isso, a troca pode ser entendida como “transferência de algo tangí- vel ou intangível, real ou simbólico, entre dois ou mais atores sociais” (MOWEN; MINOR, 2003, p. 9). As trocas, portanto, envolvem recursos que são trocados, que podem ser mercadorias, serviços, dinheiro, sentimentos etc.; as partes envolvidas na troca, que pode ocorrer entre indivíduos e empresas, empresas e empresas e ainda entre indivíduos; e os resultados, que devem satisfazer ambas as partes envolvidas na troca. O quadro 2 a seguir apresenta os tipos de relações de troca. O comportamento do consumidor envolve interações entre pensamentos, sentimentos e ações das pessoas e seu ambiente. Por isso, os profissionais de marketing precisam compreender que significado têm os produtos e as marcas para os consumidores, o que esses precisam fazer para comprá-los e usá-los e o que influencia o ato de fazer compras, a compra em si e o con- sumo. Fonte: Peter e Olson (2009, p. 8). O que é o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 Quadro 2 – Tipos de relações de troca RESTRITA X COMPLEXA Troca restrita Refere-se à relação entre duas partes. Troca complexa Engloba um conjunto de três ou mais atores. INTERNA X EXTERNA Troca interna Ocorre dentro de um grupo. Troca externa Ocorre entre grupos. FORMAL X INFORMAL Troca formal Envolve contrato explícito, seja escrito ou verbal. Troca informal Envolve contratos sociais não escritos e não verbalizados. RELACIONAL X TRANSACIONAL Troca relacional Gera relações duradouras. Troca transacional Constitui uma troca única na qual não se estabelecem relações. Fonte: adaptado de Mowen e Minor (2003, p. 11). As trocas relacionais são de extrema importância para as ações de marketing, visto que elas desenvolvem um relacionamento mais duradouro entre os indiví- duos que participam da troca. Destacamos a seguir cinco questões sobre a troca relacional, segundo Mowen e Minor (2003, p. 13): ■ Trocas relacionais se tornam mais importantes quando os serviços e pro- dutos são mais complexos, personalizados e entregues ao longo de um período. ■ Os relacionamentos são mais importantes quando os compradores são relativamente menos sofisticados. ■ Os relacionamentos são mais importantes quando o ambiente de com- pra é dinâmico. ■ Os consumidores fazem suas compras em parte pelo produto ou serviço e em parte pelos sentimentos que resultam da troca. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 ■ A confiança e a satisfação quanto ao desempenho anterior de troca influen- ciam as percepções de qualidade da relação. Nesse sentido, podemos compreender que o consumidor faz parte do processo de troca, e existem muitas questões que precisam ser compreendidas para tor- nar esse processo mais consistente e permanente. No caso do principal processo de troca, que discutiremos ao longo deste livro, a troca entre empresas e indivíduos, é preciso entender o modelo que compreende o comportamento do consumidor final, analisando os fatores que influenciam a compra, as ações de marketing e o processo de decisão de com- pra. Há diversos modelos conceituais, mas apresentaremos a seguir, na figura 3, um modelo geral que sintetiza todos esses aspectos destacados. Figura 3 – Modelo geral do comportamento do consumidor Fonte: adaptado de Hawkins, Mothersbaugh e Best (2007, p. 19). Nesse modelo geral, observamos que o comportamento dos indivíduos é influen- ciado por fatores internos e externos e, ainda, por questões de autoimagem e estilo de vida que irão implicar diretamente nas necessidades e desejos durante as etapas do processo de compra. Também cabe ressaltar os fatores situacionais que refletirão na experiência de compra. O que é o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Dentro do contexto do comportamento, destacaremos, por fim, quatro prin- cípios relativos ao consumidor, apresentados por Blackwell, Miniard e Engel (2008), e que demonstram a importância e o papel do consumidor no contexto social e mercadológico. O primeiro afirma que o consumidor é soberano, uma vez que as empresas poderão implementar uma infinidade de estratégias mercadológicas, porém, se não atender os anseios do consumidor, ele irá rejeitá-las. O segundo princípio descreve o consumidor comoglobal, visto que, com a expansão dos mercados, principalmente por conta das novas tecnologias, da internet e a ampliação do comércio eletrônico, é preciso entender o consumidor como um indivíduo que possui infinitas possibilidades de compra e que diver- sificou sua procura por produtos e serviços a nível global. No caso do terceiro princípio, ele aborda a importância da segmentação dos mercados, tendo em vista que afirma que os consumidores são diferentes, mas também são parecidos. Isso se torna um grande desafio para os profissionais de marketing, que buscam atender a segmentos com características comuns, porém, ao mesmo tempo, tentam buscar uma customização, atendendo a necessidades individuais de produtos e serviços que são entregues. Por fim, o quarto princípio deixa claro algo muito relevante: o consumidor possui direitos que precisam ser atendidos e respeitados. As empresas estão mais atentas a essas questões, já que o papel que o consumidor do século XXI assume não é mais passivo, mas ativo, pois ele participa, envolve-se com o processo de compra e, claro, cobra para que seus direitos sejam garantidos. Desse modo, apresentamos até aqui algumas questões principais que tratam da definição sobre o comportamento do consumidor, os papéis de compra, bem como o processo de troca e o modelo geral de comportamento do consumidor. Na sequência, estudaremos as origens e perspectivas da sociedade de consumo. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 HISTÓRIA DA SOCIEDADE DE CONSUMO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR A sociedade de consumo é um termo que pode abranger diversos significa- dos e que é frequentemente utilizado por diversas áreas do conhecimento, em geral para denominar a sociedade contemporânea que surgiu com a Revolução Industrial e com a ascensão do capitalismo. Com relação à origem da sociedade de consumo, também há controvérsias, já que alguns estudiosos afirmam que a sociedade de consumo teria precedido as mudanças no cenário capitalista e a Revolução Industrial, e outros pesquisa- dores que acreditam que a sociedade de consumo tenha surgido a partir dessas mudanças no cenário econômico e tecnológico, com o aumento da produção de bens que teria estimulado o consumo. O lado econômico desse debate entre produtivistas e os que advogam a anterioridade de uma revolução de consumo e comercial precedendo a Revolução Industrial assume ou que as pessoas são, por definição, insaciáveis, ou que existe uma propensão natural a consumir, que faz com que qualquer aumento de renda ou salário seja alocado sempre no consumo de mais bens e mercadorias (BARBOSA, 2004, p. 16). Nesse contexto, compreender o consumo é complexo, pois não há um consenso sobre esse fenômeno. Segundo Barbosa e Campbell (2006), o consumo é ambíguo e pode ser entendido como uso e manipulação e/ou como experiência, e tam- bém como compra ou ainda esgotamento ou realização. Essa ambiguidade vem da própria etimologia do termo, uma vez que a palavra consumo deriva do latim consumere, que significa usar tudo e esgotar; e do termo inglês consummation, que significa adicionar (BARBOSA; CAMPBELL, 2006). Segundo McCraken (2003), há três momentos que se destacam na história do consumo. O primeiro “boom” de consumo ocorreu na Inglaterra elizabe- tana, no século XVII, na transformação do sistema de pátina, ligada à tradição e aos costumes, para o sistema de moda, voltado para o consumo do novo, do gosto pela novidade. Outro momento ocorreu no século XVIII com a contribuição de profissio- nais que começam a trabalhar a comunicação e, com o crescimento da influência da moda, o consumo se torna, assim, uma atividade de massa. ferrazt Realce História da Sociedade de Consumo e o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 O terceiro e último momento ocorreu no século XIX, em que o consumo se instalou como fato social permanente e o novo lócus institucional passou a ter um espaço próprio, a loja de departamento, mudando a natureza do lugar onde as pessoas consumiam, o que elas consumiam, a informação que precisavam para consumir e, portanto, os estilos de vida dos indivíduos. Cabe ainda ressaltar que há duas grandes mudanças que se destacam na revolução do con- sumo: a passagem do consumo familiar, ajustado dentro do con- texto do consumo coletivo, para o consumo individual, no qual os indivíduos passaram a ter poder de escolha, e a transfor- mação do consumo de pátina, para o consumo de moda (BARBOSA, 2004). A formação da sociedade de consumo nos Estados Unidos, país que ori- ginou esse contexto, pode ser compreendida por quatro processos, conforme destaca Limeira (2007, p. 9): 1. A produção industrial em larga escala, que possibilitou a expansão do consumo de bens padronizados. 2. A distribuição em massa de produtos industrializados, que garantiu o acesso da população aos diversos tipos de bens. 3. A oferta de crédito ao consumidor, que viabilizou a aquisição de bens de consumo. 4. A população passou a consumir produtos industrializados pela influ- ência das mensagens publicitárias, que educavam as pessoas sobre os benefícios dos novos produtos vendidos nas lojas. A sociedade de consumo apresenta algumas características destacadas por Barbosa (2004): sociedade capitalista e de mercado; acumulação de cultura material sob a forma de mercadorias e serviços; compra como a principal forma de aquisição ferrazt Realce INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 de bens e serviços; consumo de massa para as massas; alta taxa de consumo indi- vidual; taxa de descarte das mercadorias quase tão grande quanto de aquisição; consumo de moda (novidade); consumidor como um agente social e legalmente reconhecido nas transações econômicas. O consumo sempre ocorrerá dentro de um contexto social e cultural e envol- verá agentes que ofertam produtos e os que consomem esses produtos. Sendo assim, entender a história do consumo é compreender o papel desempenhado pelo consumidor nas mudanças que foram ocorrendo ao longo do tempo no mundo dos negócios. O consumidor está inserido na cadeia de fornecimento ao varejo que são “todas as organizações envolvidas no produto, desde a sua ideia até o consumo fi nal” (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2008, p. 16). Essas mudanças supracitadas referem-se principalmente às alterações de mer- cado de consumo ocorridas nos Estados Unidos (EUA) e na Europa, já que o Brasil, país colonizado, enfrentou muitas barreiras e desafi os e, por isso, essas mudanças mercadológicas ocorreram de forma tardia no Brasil em relação a outros países. A fi gura 4 a seguir apresenta o papel do consumidor nos negócios ao longo dos anos. Figura 4 – Crescente infl uência do consumidor nos negócios Fonte: Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 16). Como pode ser observado na fi gura 4, a orientação para a produção ou para o produto se refere à fase na qual as empresas estavam mais preocupadas com o processo produtivo com o objetivo de atender à demanda crescente no período História da Sociedade de Consumo e o Comportamento do Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 da Revolução Industrial, não havendo interesse em compreender o consumidor de forma mais consistente. No caso da orientação para as vendas, Samara eMorsch (2005) afirmam que a crise econômica de 1929, que atingiu os EUA e se refletiu em diversos países pelo mundo, fez com que as indústrias mudassem seu foco para a orientação de vendas, já que era necessário empurrar o produto ao consumidor, por meio de descontos e propagandas, para que as empresas não tivessem prejuízos. Nos anos de 1950, a economia americana tinha se recuperado e conseguiu expandir, aumentando, assim, o poder de compra do consumidor. Este, por sua vez, passou a exigir produtos mais específicos para suas necessidades e, dessa forma, as empresas tiveram que alterar suas estratégias e, assim, surge a orienta- ção para o marketing, na qual as ações mercadológicas são direcionadas conforme necessidades e desejos dos consumidores (SAMARA; MORSCH, 2005). Nesse contento de marketing da década de 70 e início nos anos 80, houve um crescimento da responsabilidade social por parte das empresas, passando a uma orientação de marketing societal, o que significa que não basta que o produto satisfaça as necessidades dos consumidores e traga ganhos de lucratividade para a empresa. Agora, é necessário que os produtos também não degradem o meio ambiente, não impactem negativamente a comunidade e contribuam para o bem-estar geral da sociedade. Aqui o consumidor está mais bem informado, vigilante e eticamente mais consciente de suas escolhas (SAMARA; MORSCH, 2005, p. 7). Por fim, a abordagem mais recente é a orientação para o marketing de rela- cionamento, que tem como objetivo principal não apenas um contato ou uma transação com o consumidor, mas o estabelecimento de uma relação duradoura que seja satisfatória para o consumidor e também lucrativa para as empresas. Para que o marketing de relacionamento se estabeleça, mais uma vez é preciso reforçar a necessidade de se conhecer melhor o consumidor e compreender suas demandas por produtos e serviços. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 A sociedade de consumo se constitui dentro de um contexto que pode ser enten- dido principalmente com o aumento pela procura de bens e serviços e pela mudança de atitude tanto por parte do consumidor, como pelas empresas. Assim, a sociedade do consumo, principalmente no contexto norte americano, pode ser caracterizada pela existência de quatro condições, conforme Limeira (2007, p. 10): ■ A maior parte da população consome acima de suas necessidades básicas. ■ A maior parte das necessidades é satisfeita pelo mercado e não pela pro- dução doméstica, pela dádiva ou pelo escambo. ■ As práticas de comprar e consumir são socialmente aprovadas e aceitas como fonte de satisfação e prazer. ■ As identidades de indivíduos e grupos se constroem cada vez mais base- adas nos estilos de vida definidos pelo consumo diferencial de certos bens e serviços. Desse modo, podemos compreender que a sociedade de consumo se estruturou, ao longo dos anos, conforme as mudanças ocorridas no âmbito social e também dos negócios e que, portanto, o papel do consumidor foi se tornando cada vez mais importante a medida que ele adquire poder de compra e pode escolher e decidir sobre produtos e serviços. Assim, a orientação de marketing passa a ser essencial em qualquer empresa que queira alcançar resultados positivos e conquistar seus consumidores. Na sequência, apresentaremos o campo de estudos do comportamento do consumidor. O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR COMO CAMPO DE ESTUDO O campo do comportamento do consumidor aborda uma área ampla que se caracteriza, conforme Solomon (2011, p. 33), como “estudo dos processos envol- vidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. O Comportamento do Consumidor como Campo de Estudo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 Para Limeira (2007, p. 13), o estudo do comportamento do consumidor “é uma disciplina acadêmica e uma ciência social aplicada que visa explicar como e por que os indivíduos, os grupos ou as organizações tomam decisões de troca de seus recursos, como tempo e dinheiro, por produtos e serviços”. Dessa forma, é possível destacar que, ao longo de décadas, os pesquisadores vêm buscando compreender o complexo comportamento de consumo de indiví- duos dentro de um contexto sociocultural no qual estão inseridos, assim como o comportamento de empresas quando estas se encontram no papel de consumidoras. Para melhor compreender os estudos na área do comportamento do con- sumidor, destacaremos as principais teorias que originaram as pesquisas nessa área de conhecimento. A origem dos estudos do consumo está na ciência eco- nômica, baseada, principalmente, nas investigações de Adam Smith, que datam a segunda metade do século XVIII (LIMEIRA, 2007). Essa teoria do comportamento de consumo que está fundamentada na econo- mia se constitui como um paradigma dominante e entende que o comportamento Antes do século 20, o mundo não dava muita importância para as bases do relacionamento entre fornecedor e consumidor. As sociedades pré-ca- pitalistas demoraram a sedimentar um terreno fértil para levar esse deba- te adiante. Não teria eco como eventual discussão sobre o poder de quem compra. As cartas estavam nas mãos de quem vende. Ao menor sinal de contestação do sistema estabelecido, o comerciante gritava: “há uma fila enorme lá fora querendo o produto. Não gostou, deixa para outro!”. No Brasil, o atraso foi maior do que o verificado em países da Europa e nos Estados Unidos. Houve grande resistência para a formação de uma socieda- de fabril em solo brasileiro. Enquanto o mundo se industrializava, o Brasil era uma sociedade agrária que produzia apenas para subsistência e cultivava uma relação comercial baseada na exploração do monopólio, no tráfico de escravos, na troca de mercadorias e nos laços familiares ou de dependência. Bem servida pela economia da roça, a aristocracia não enxergava motivos para mudanças. Fonte: Volpi (2007, p. 41). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 do consumidor vem das necessidades, que são inatas, e que os contextos social e cultural não influenciam o indivíduo no processo de consumo, sendo este con- siderado puramente racional. Outras teorias que surgiram nesse mesmo período foram originadas da psi- cologia, pois as teorias econômicas eram limitadas para entenderem as razões do comportamento do consumidor. Para compreender essas motivações, a téc- nica de pesquisa motivacional passa a ser utilizada. Essa técnica foca os estudos qualitativos e está baseada em conceitos e métodos da psicanálise, como entrevista em profundi- dade, técnicas projetivas e testes de percepção, que visam entender os motivos inconscientes que impulsionam o comportamento do consu- midor, tais como o libido (LIMEIRA, 2007, p. 14). Dentro dos estudos na área de psicologia, dois principais pesquisadores se desta- cam, Sigmund Freud, explicando como o inconsciente atua no comportamento dos indivíduos, e Abraham Maslow, psicólogo autor da teoria da hierarquia das necessidades, muito utilizada para analisar o comportamento do consumidor até mesmo nos dias atuais. Posteriormente, na década de 1960, outros estudos da psicologia foram incorporados nos estudos sobre comportamento do consumidor e trouxeram, novamente, a perspectiva da racionalidade aos estudos, destacando-se a teoria da decisão e do aprendizado. Essas teorias explicam que a decisão de compra é resul- tado deum processo racional das informações, assim como explica Limeira (2007), e que o consumidor passa por etapas que vão desde os primeiros estí- mulos que irão despertar suas necessidades e desejos, pas- sando pela busca e avaliação das informações até a decisão e o ato da compra e, finalmente, a O Comportamento do Consumidor como Campo de Estudo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 fase de satisfação e insatisfação de acordo com o resultado do processo. A partir desses estudos, vários pesquisadores desenvolveram modelos que ten- tam explicar as etapas do processo de decisão de compra. Dentre esses modelos, destacamos o modelo simplificado desenvolvido por Howard e Sheth, conforme figura 5 a seguir. Figura 5 – Processo de decisão de compra conforme Howard e Sheth Fonte: Limeira (2007, p. 15). Existem, ainda, três perspectivas estruturadas por Mowen e Minor (2003) que servem como diretrizes para entendimento do comportamento do consumidor, tanto do processo de aquisição de bens e serviços como os fatores que podem influenciar esse comportamento: perspectiva da tomada de decisão, perspectiva experimental e perspectiva da influência comportamental. Na perspectiva da tomada de decisão, os autores afirmam que o consumi- dor passa por um processo desde a identificação de um problema, até a busca e a escolha, e, finalmente, a decisão de compra e o resultado, que pode ser satis- fatório ou não. A perspectiva experimental compreende que o consumidor compra por diferentes motivos, como diversão, fantasias, emoções e sentimen- tos (MOWEN; MINOR, 2003). Com relação à perspectiva da influência comportamental, os consumidores são influenciados por forças externas a adquirirem produtos e serviços, não pas- sando por etapas de compra e também sem sentimentos envolvidos. Nesse caso, o consumidor compra impulsionado por ações mercadológicas, normas cultu- rais, pelo ambiente físico ou por razões econômicas (MOWEN; MINOR, 2003). Dentro dos estudos do comportamento do consumidor, há dois paradig- mas principais. O paradigma dominante predominou até a década de 1970 e é INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 denominado positivismo ou modernismo. Desse modo, “a perspectiva positivista enfatiza que nas ações humanas a razão predomina, havendo apenas uma verdade única e objetiva que pode ser descoberta pela ciência” (LIMEIRA, 2007, p. 15). No final da década de 1970, outro paradigma emergente surgiu, sendo denominado interpretativismo ou pós-modernismo. Esse paradigma passou a questionar a perspectiva tradicional e dominante, afirmando que o comporta- mento do consumidor não pode ser baseado na razão, pois é muito mais complexo e envolve questões emocionais, subjetivas, sociais e políticas (LIMEIRA, 2007). A seguir, o quadro 3 apresenta algumas características dos dois paradigmas descritos. Quadro 3 – Paradigmas positivismo e interpretativismo do comportamento do consumidor PARADIGMAS Positivismo Interpretativismo PROPÓSITO Descrição e previsão das ações dos consu- midores. Compreensão das práti- cas de consumo, relacio- nando-as com fatores sociais e culturais. NATUREZA DA REALIDADE Objetiva, tangível. Socialmente construída, múltipla. METODOLOGIA Quantitativa. Qualitativa. RELACIONAMENTO DE PESQUISA Separação entre pes- quisador e objeto. Interativa, cooperativa, com o pesquisador sendo parte do fenômeno estu- dado. CONHECIMENTO GERADO Tempo independente. Tempo dependente do contexto. VISÃO DE CASUALIDADE Existência de causas reais. Vários eventos formado- res simultâneos. O Comportamento do Consumidor como Campo de Estudo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 SUPOSIÇÕES · Os indivíduos são solucionadores de pro- blemas que se empe- nham no processo de informações. · As decisões são to- madas racionalmente, depois de ponderadas as alternativas. · As causas e efeitos do comportamento po- dem ser identificados e isolados. · Por meio de mani- pulações, o vendedor pode influenciar o comportamento do cliente. · Descobertas podem ser generalizadas para grandes populações. · Não há nenhuma verda- de objetiva. · A realidade é subjetiva. · Causa e efeito não po- dem ser isolados. · Cada experiência de consumo é única. · As interações pes- quisador/respondente afetam as descobertas de pesquisa. · Descobertas não são frequentemente gene- ralizadas para grandes populações. Fonte: adaptado de Limeira (2007, p. 16) e Solomon (2011, p. 69). A era modernista, a partir dos anos 50, é o período no qual os positivistas realizaram inúmeros estudos objetivos (empirismo lógico) por meio de ex- perimentos, técnicas de levantamento e observação para prever as ações do consumidor. O pós-modernismo surgido posteriormente estava mais interessado no ato do consumo do que no ato da compra, começaram a incrementar experiên- cias com os consumidores, usando metodologias como a etnografia, semió- tica e entrevistas pessoais. Fonte: Samara e Morsch (2005, p. 11). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 O paradigma interpretativista abriu novas perspectivas para os estudos do com- portamento do consumidor, fazendo com que diferentes áreas de conhecimento pudessem ampliar as contribuições para os estudos de consumo, conforme demonstrado no quadro 4 a seguir. Quadro 4 – Contribuições das ciências para o estudo do consumidor DISCIPLINA ACADÊMICA OBJETO DE ESTUDO ANTROPOLOGIA CULTURAL Estuda a cultura de um grupo ou sociedade e a influên- cia da cultura no indivíduo. ECONOMIA Estudo dos fatores que regulam o mercado e as va- riações da demanda segundo a renda, os preços e as preferências dos consumidores. PSICOLOGIA Estudo dos fenômenos psíquicos e do comportamento do indivíduo. PSICOLOGIA SOCIAL Estuda como o indivíduo se comporta em grupo. SOCIOLOGIA Estudo do homem na sociedade, as interações sociais. SEMIÓTICA Estudo dos símbolos e dos significados a eles atribuí- dos. Fonte: adaptado de Limeira (2007, p. 17). Solomon (2011) aponta que as pesquisas sobre o comportamento do consumidor devem ser utilizadas para melhorar a eficiência em marketing, mas que muitos estudiosos não concordam com essa questão. Para o autor, porém, o estudo do consumidor pode ser utilizado para dife- rentes finalidades que vão além dos lucros que são auferidos pelas empresas, já que estudar o consumidor pode envolver pesquisas na área de compra de ali- mentos, aparelhos e automóveis e, ainda, abranger problemas sociais, como falta de moradia ou a preservação do meio ambiente (SOLOMON, 2011). A figura 6 a seguir apresenta o comportamento do consumidor tanto com o foco indivi- dual como social. O Comportamento do Consumidor como Campo de Estudo Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Figura 6 – Pirâmide do comportamento do consumidor Fonte: Solomon (2011, p. 68). Desse modo, podemos observar que estudar o comportamento do consumidor é de extrema relevância para os gerentes de marketing, uma vez que fornecerá informações essenciais para o desenvolvimento das estratégias mercadológicas.Temos que ressaltar que o estudo do comportamento do consumidor tam- bém é importante para grupos que se preocupam com as questões éticas e legais, para os decisores de políticas públicas e reguladores públicos, para os acadêmi- cos e, de igual forma, para o consumidor e a sociedade no qual está inserido. Com isso, concluímos essa discussão verificando que o estudo do compor- tamento do consumidor é uma área ampla, que envolve pesquisas de diferentes abordagens e que produz uma série de implicações mercadológicas que preci- sam ser analisadas e conhecidas pelos profissionais de marketing. Na sequência, apresentaremos os impactos dos consumidores nas estratégias de marketing. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 O IMPACTO DOS CONSUMIDORES SOBRE AS ESTRATÉGIAS DE MARKETING Como discutido nos tópicos anteriores, as mudanças nas orientações mercadológi- cas resultaram em novas direções para as estratégias realizadas pela maior parte das empresas. A partir da orientação para o marketing e principalmente com orientação para o marketing de relacionamento, o consumidor passou a ser efetivamente o cen- tro das preocupações das organizações em relação a produtos e serviços ofertados. Podemos definir que a estratégia de marketing abrange “a alocação de recursos para desenvolver e vender produtos ou serviços que os consumidores percebem prover mais valor que os produtos ou serviços dos concorrentes” (BLACKWELL; MINIRAD; ENGEL, 2008, p. 37). Desse modo, qualquer ação mercadológica que a empresa desenvolva, seja no desenvolvimento e produção de bens e serviços, formas de precificação, for- mas de comunicação e tipos de distribuição, é necessário incluir estratégias que estejam baseadas no mercado que podem incluir, conforme Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 36): O Impacto dos Consumidores sobre as Estratégias de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 ■ Desenvolver uma visão compartilhada sobre o mercado e como se espera que mude no futuro. ■ Selecionar caminhos para a entrega de valor superior aos clientes. ■ Posicionar a organização e suas marcas no mercado usando competên- cias diferentes. ■ Reconhecer o valor potencial das relações colaborativas com os clientes, fornecedores, membros do canal de distribuição, funções internas e até mesmo concorrentes. ■ Reinventar a estrutura organizacional para poder implementar e geren- ciar estratégias futuras. Percebemos, portanto, que o que precisa ser feito é a oferta de valor, um diferen- cial que o consumidor consiga entender como importante em relação ao que é ofertado pela concorrência e também integrar as ações com todos os integrantes do mercado, tendo como base central o consumidor, conforme figura 7 a seguir. Figura 7 – Estratégias de marketing lideradas pelo consumidor Fonte: adaptada de Blackwell, Miniard e Engel (2008, p. 37). ferrazt Realce INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Na figura 7, verificamos que as estratégias de marketing dependerão de diversas frentes, que vão desde a análise de mercado, no qual a avaliação do comporta- mento do consumidor está inserida, juntamente com análise da empresa, do micro e macroambiente; a segmentação de mercado, em que o mercado fica dividido em segmentos conforme características específicas; estratégias do mix de marketing e, por fim, a implementação efetiva no mercado. Com isso, compreendemos, segundo Hoyer e Maclnnis (2011, p. 15), que: o marketing é planejado para oferecer valor aos clientes. Assim, os pro- fissionais de marketing devem conduzir pesquisas para entender os vá- rios grupos de consumidores dentro do mercado a fim de que possam desenvolver uma estratégia e ofertas específicas que ofereçam tal valor. Depois de desenvolver e implementar uma estratégia adequada, esses profissionais precisam de pesquisas para determinar quão bem está funcionando e se está entregando os resultados esperados. Para desenvolver as estratégias mercadológicas, os profissionais de marketing precisam analisar como os indivíduos se comportam em situações de consumo, compreendendo suas necessidades, desejos e motivações. Assim como foi apresentado, existem algumas áreas gerenciais que precisam ser conhecidas para que seja possível aplicar as estratégias necessárias. Desse modo, detalhamos no quadro 5, a seguir, a definição dessas áreas para aplicação de con- ceitos do comportamento do consumidor. Quadro 5 – Áreas de aplicação gerencial de conceitos de comportamento do consumidor ÁREA DE APLICAÇÃO GERENCIAL Definição POSICIONAMENTO DO PRODUTO Tentativa de influenciar a demanda do produto por meio do desenvolvimento e da promoção de um produto com carac- terísticas específicas que o diferencie dos concorrentes. ANÁLISE DO AMBIENTE Avaliação das forças externas que agem so- bre a empresa e seus clientes e que geram ameaças e oportunidades. O Impacto dos Consumidores sobre as Estratégias de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 PESQUISA DE MERCADO Pesquisa feita com o consumidor, elabo- rada para fornecer informações sobre os fatores que influenciam a aquisição, o consumo e a disposição de mercadorias, serviços e ideias. ESTRATÉGIAS DO MIX DE MARKETING Coordenação das atividades de marketing que abrangem desenvolvimento, promo- ção, formação de preço e distribuição do produto. SEGMENTAÇÃO Divisão do mercado em subconjuntos distintos de clientes com vontades e ne- cessidades semelhantes. Cada subconjunto deverá ser atingido por um mix de marke- ting diferente. Fonte: Mowen e Minor (2003, p. 22). Dessa forma, a estratégia de marketing é desenvolvida a partir da identificação e análise do comportamento do consumidor e também do entendimento do microambiente e macroambiente no qual a empresa está inserida. Para compreender o comportamento do consumidor, é preciso realizar pesquisas de mercado que podem ser descritas como “pesquisa aplicada ao consumidor, elaborada para fornecer à gerência informações sobre fatores que influenciam a aquisição, o consumo e a disposição de mercadorias, serviços e A estratégia de marketing pode estimular os consumidores com o intuito de influenciar o afeto, a cognição e o comportamento e, portanto, suas opções de escolha? Fonte: os autores. INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 ideias por parte do consumidor” (MOWEN; MINOR, 2003, p. 27). A pesquisa de mercado pode ser definida, ainda, como um processo de coleta e análise de dados que objetiva atender a questões específicas ou problemas de marketing enfrentados pela empresa (DIAS, 2003). Já a análise do microambiente consiste na avaliação que ocorre dentro da organização e que se refere a questões dos funcionários, departamentos, sis- tema de organização da empresa, entre outros. Com relação ao macroambiente, envolve a identificação de forças externas, como questões político-legais, econô- micas, socioculturais, tecnológicas e ambientais que podem afetar as organizações. A partir daí, são criadas ações relacionadas aos elementos que compõem o mix de marketing. São desenvolvidos os produtos e serviços, com base nas ques- tões previamente levantadas com os consumidores conformea pesquisa e também com a análise do ambiente, atendendo as necessidades e desejos verificados. Na sequência, também são estabelecidas estratégias de preço e formas de paga- mento; as ações de comunicação que farão com que os consumidores conheçam e se identifiquem tanto com o produto, como com a empresa que está realizando a oferta; a distribuição, verificando a melhor forma para que o consumidor receba o bem ou serviço que foi adquirido. Por fim, destacamos, ainda, a segmentação de mercado, que “é o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais com necessida- des, desejos, percepção de valores ou comportamento de compra semelhantes” (CHURCHILL; PETER, 2003, p. 204). Existem diversas formas de segmentação de mercado, destacando-se quatro - a demográfica, a geográfica, a psicográfica e a comportamental - conforme quadro 6 a seguir. O Impacto dos Consumidores sobre as Estratégias de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 Quadro 6 – Tipos de segmentação de mercado SEGMENTAÇÃO DE MERCADO GEOGRÁFICA Localidade: municípios, estado etc. Área urbana, área rural. DEMOGRÁFICA População por áreas e zonas. Idade, sexo. PSICOGRÁFICA Estilo de vida: orientado para o lazer, para o traba- lho, para o esporte. Personalidade: compulsiva, autoritária, ambiciosa. COMPORTAMENTAL Uso do produto: baixo, médio e alto. Atitude: conhece, desconhece, interessado, indife- rente. Fidelidade: nenhuma, média, alta. Papel no processo de compra: iniciador, influencia- dor, decisor, comprador, usuário. Fonte: adaptado de Pinheiro e Gullo (2009, p. 38). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 O impacto dos consumidores sobre as estratégias de marketing pode ser obser- vado em todas as etapas do processo de compra, pois é preciso que os gestores de marketing consigam identificar os questionamentos dos consumidores em cada uma das etapas desse processo e compreender que a empresa precisa res- ponder de forma estratégica a essas questões levantadas, conforme apresentado na figura 8 a seguir. ambientais desse ato? Figura 8 – Estágios do processo de consumo Fonte: adaptada de Solomon (2011, p. 34). Com isso, percebemos que o consumidor tem grande impacto nas estratégias de marketing que são desenvolvidas pelas empresas, visto que tudo parte das necessidades e desejos dos consumidores, já que eles são parte central de todas as ações, desde a pesquisa, posicionamento, segmentação e desenvolvimento do mix de marketing. Na sequência, finalizaremos esta unidade discutindo ques- tões éticas que envolvem o comportamento do consumidor. O Impacto dos Consumidores sobre as Estratégias de Marketing Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Para conhecer melhor o consumidor, é preciso analisar e mapear o seu com- portamento e assim produzir estratégias mercadológicas mais eficazes. Uma consultoria realizou um estudo no qual identificou cinco motivos para que as empresas monitorem os hábitos de seus consumidores: Campanhas assertivas: conhecendo as preferências do consumidor, é possí- vel produzir conteúdo que realmente seja relevante para ele. Relacionamento: a empresa precisa se relacionar com o consumidor, fazen- do parte de seu cotidiano, sendo capaz de oferecer bens e serviços que in- teressem ao consumidor. Segmentação de base: conhecendo bem o perfil do consumidor, é preciso criar segmentos mais consistentes com características que vão além das tra- dicionais, como sexo, idade. Automatização: monitoramento das informações feitas pelo e-mail para di- recionar as mensagens aos consumidores. Rentabilidade: o uso das ferramentas digitais, como o e-mail, pode ter um custo mais baixo, produzindo um alcance mais direcionado. Fonte: baseado em Moraes (2016, online). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 ÉTICA DE MARKETING E A RELAÇÃO COM O CONSUMIDOR Ao tratarmos sobre o comportamento do consumidor, é necessário discutir- mos sobre a ética e como ela está relacionada com o marketing e o processo de compra. Antes de qualquer questão, é preciso definir o que é ética. Há vários conceitos para o termo e, além disso, a palavra, que é de origem grega, abre pos- sibilidades para diversas interpretações. O marketing “é uma área permeada por questões éticas, e são de grande importância, pois é a atividade que tem o papel de aproximar a empresa de seus clientes” (FERNANDES; ALVES; DONDAS, 2012, p. 3). A ética e o marketing começaram a se relacionar a partir de estudos do macromarketing no qual foram analisados os impactos das ações mercadológicas das empresas na sociedade e também o oposto (NORMANHA FILHO, 2004). Com base nas questões mercadológicas, podemos definir ética como “estudo dos julgamentos normativos com relação ao que é moralmente certo e errado, bom e ruim” (MOWEN; MINOR, 2003, p. 14). Também podemos definir ética como “a parte da filosofia que estuda a moralidade das ações humanas, ou seja, se são boas ou más” (DIAS, 2003, p. 518). Isso significa que a ética irá explicar o comportamento tanto do ponto de vista da empresa que oferece produtos e serviços, como do consumidor, no seu relacionamento com as organizações no processo de compra e na sua partici- pação em sociedade. ferrazt Realce Ética de Marketing e a Relação com o Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 Para Solomon (2011, p. 49), a ética comercial “envolve regras de conduta que guiam ações no mercado – os padrões em relação aos quais a maioria das pes- soas em uma cultura julga o que é certo e o que é errado, bom ou ruim”. Nesse caso, como existe uma relação de troca mercadológica entre duas par- tes, uma que oferece algo e a outra que recebe alguma coisa em contrapartida, é preciso que essa relação se estabeleça de forma ética em que todos os parti- cipantes da troca possam fi car satisfeitos, sem que haja prejuízos para ambos. A troca ética presume os seguintes procedimentos, conforme Mowen e Minor (2003, p. 14): ■ Ambas as partes conhecerão por completo a natureza do acordo que estão celebrando. ■ Nenhuma das partes da troca representará mal ou omitirá intencional- mente informações relevantes para a outra parte. ■ Nenhuma das partes da troca infl uenciará a outra de maneira indevida. Com relação às empresas, é necessário que elas estejam pautadas nos valores éti- cos com o objetivo de estabelecer um relacionamento confi ável e duradouro com seus clientes. De um modo geral, há muitas discussões sobre a ética no marketing, pois este é visto como uma área de conhecimento que objetiva atrair os indiví- duos e criar neles necessidades e desejos. O quadro 7 a seguir apresenta alguns questionamentos em relação à ética e às ações de marketing. Quadro 7 – Questionamentos éticos em marketing Fonte: D’Angelo (2003). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E46 Os profissionais de marketing precisam direcionar suas ações mercadológicas de acordo com as necessidades dos clientes, do impacto na sociedade, objeti- vandonão apenas lucros, mas respostas positivas que geram um relacionamento duradouro com os consumidores e produza uma sociedade mais equilibrada no ponto de vista do mercado. Com relação ao mix de marketing, as ações pautadas na ética devem ini- ciar com o desenvolvimento dos produtos e serviços, que são a razão de ser das empresas. Por esse motivo, é preciso oferecer garantia e segurança ao que é ofer- tado, fazendo com que o consumidor saiba da existência do produto por meio da comunicação e que possa utilizá-lo. Também é preciso questionar alguns tipos de produtos, com relação ao valor moral e social, como os cigarros, bebidas, armas, entre outros (DIAS, 2003). Além disso, é necessária uma análise ética na criação de produtos, pensando na intenção, no uso, na opinião dos consumidores e demais públicos envolvidos, questões de registro, patentes etc. (DIAS, 2003). Na política de preços, as questões éticas devem pensar no aspecto da justiça de preços, para que não ocorra questões que envolvam trapaças ou desonestidades na forma como os consumidores são cobrados nos produtos e serviços adquiridos. No caso da distribuição, é preciso se atentar para os conflitos entre os inte- grantes do processo de distribuição, mantendo um relacionamento harmonioso com todos e, principalmente, fazendo com que a entrega ao consumidor ocorra nas melhores condições possíveis, sem prejuízos. Um dos elementos que se destaca no mix de marketing em relação a ques- tões éticas é a propaganda. Em geral, há muitos casos de falta de ética em relação a essa ferramenta de comunicação, tanto no conteúdo que é veiculado, como na forma enganosa em que algumas mensagens são colocadas, induzindo o con- sumidor a erros. Por isso, é preciso estar atento a essa ferramenta para que possa ser utilizada sem danos para o consumidor. O quadro 8 a seguir apresenta algumas pergun- tas em relação aos valores éticos envolvendo os elementos do mix de marketing. Ética de Marketing e a Relação com o Consumidor Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 Quadro 8 – Questionamentos éticos aos elementos do mix de marketing PRODUTO O produto pode causar algum dano ou prejuízo para quem o utiliza? PREÇO Os pacotes de preço manipulam as percepções de valor do consumidor? DISTRIBUIÇÃO Existe abuso de poder na relação entre os integrantes do canal de distribuição? COMUNICAÇÃO A comunicação promete vantagens que o produto não pode oferecer? Fonte: adaptado de D’Angelo (2003). Mas ainda temos que ressaltar que o consumidor também possui responsabi- lidades nas relações de troca mercadológica e, por esse motivo, alguns dilemas éticos também fazem parte do comportamento do consumidor. Isso significa que a relação estabelecida entre a empresa e o consumidor também pode ser desequilibrada quando o consumidor não cumpre com a sua parte no processo e produz comportamento antiéticos. Com relação às ações mercadológicas, no que tange, principalmente, os produtos e a propaganda, o consumidor considerado mais vulnerável são as crianças, por não terem um discernimento consolidado das ações que podem influenciá-las na escolha de produtos. Desse modo, muitas empresas estão repensando suas ações nessa direção, procurando atender a esse público de forma mais ética. Um exemplo dis- so são empresas de fast food que estão inserindo uma alimentação mais saudável voltada para o público infantil, além de reduzirem ou até mesmo extinguirem ações de comunicação direcionadas para as crianças. Fonte: adaptado de Limeira (2007). INTRODUÇÃO AO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E48 Podemos destacar, nesse caso, a questão do furto. Muitos consumidores bus- cam adquirir produtos de forma indevida, roubando ou adquirindo de forma ilegal, causando danos para essa relação de consumo. Muitas empresas sofrem prejuí- zos significativos por conta dessas práticas que não partem, apenas, de criminosos “profissionais”, mas de pessoas comuns que decidem adquirir produtos e não pagar por eles. Em alguns casos, os consumidores também cometem fraudes e furtos. As atividades ilegais também são praticadas por consumidores e podem ferir as relações de consumo com as empresas. Exemplos são consumidores que aumen- tam as faturas de seguro para cobrirem o valor dedutível, pessoas que mentem dados para levarem vantagens nas negociações, pessoas que utilizam serviços, como o cinema, e não pagam por eles etc. (SOLOMON, 2011). Outro comportamento considerado obscuro por parte do consumidor é o caso dos consumidores compulsivos, que “se refere à compra compulsiva frequen- temente repetitiva, como antídoto para tensão, ansiedade, depressão ou tédio” (SOLOMON, 2011, p. 62). O consumo viciante também pode ser discutido em termos éticos quando os indivíduos adquirem vícios, na maioria das vezes pre- judiciais a saúde, e que produzem um comportamento negativo do consumidor. A falta de ética é uma questão delicada e, sendo ela praticada tanto pelos consumidores quanto pelas organizações, deve ser coibida e punida, todavia, considerando os dois lados dessa relação de consumo, o consumidor, em geral, é considerado o lado mais frágil e, por esse motivo, movimentos que começaram nos Estados Unidos e Europa e depois se expandiram de forma tardia para o Brasil fizeram que a legislação pudesse fornecer condições favoráveis para o consumi- dor. Assim, em 1990, foi criado, no Brasil, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), uma lei federal que busca equilibrar as relações de consumo e protege o consumidor contra abusos que possam ser cometidos por organizações que ofertam produtos e serviços (DAMASCENO, 2002). Com tudo, precisamos compreender que o comportamento ético “é uma via de mão dupla: os consumidores têm o direito de esperar que as empresas ajam de maneira ética e as empresas, o direito de esperar o mesmo dos consumido- res” (MOWEN; MINOR, 2003, p. 15). Assim, encerramos esta unidade, destacando a importância de entender o con- sumidor e suas relações de consumo no contexto da sociedade em que está inserido. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS Como foi estudado nesta unidade, o estudo do comportamento do consumi- dor é base para o desenvolvimento das ações de marketing de qualquer tipo de organização. O consumidor deve ser entendido como elemento principal para que todas as ações produzidas pela empresa possam ser assertivas e produzam resultados satisfatórios. Vimos que o consumidor é considerado como o indivíduo ou a empresa que adquire produtos e serviços. Ele é um dos elementos do processo de troca e pode desempenhar diferentes papéis. O consumidor pode gerar uma neces- sidade, influenciar o consumo de algum produto e também decidir e efetuar a compra. Assim como ele participa do processo de compra que vai desde a identi- ficação de uma necessidade até o uso e descarte do produto e há diversos fatores que podem influenciar o comportamento de compra. Discutimos, também, a formação da sociedade de consumo, em que foi pos- sível verificar que há diferentes vertentes para explicar o surgimento do consumo, mas que a maior parte dos estudiosos acredita que a definição da sociedade de consumo se deu a partir da Revolução Industrial. Além disso, descrevemos algumas abordagens que são utilizadas na pesquisa do comportamento do consumidor e que o estudo nessa área de conhecimento é interdisciplinar,
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