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2014 ÁUREO MARTINS, JANOR BASTOS E LEOMIR JOEL SCHWEIG CÁLCULO I 2 SUMÁRIO CAPÍTULO 1 – FUNÇÕES 3 CAPÍTULO 2 – O LIMITE 34 CAPÍTULO 3 – LIMITES: PROPRIEDADES E CÁLCULO DE LIMITES 49 CAPÍTULO 4 – CONTINUIDADE DE FUNÇÃO, LIMITES INFINITOS E ASSÍNTOTAS 59 CAPÍTULO 5 – A DERIVADA 73 CAPÍTULO 6 – REGRAS DE DERIVAÇÃO 92 CAPÍTULO 7 – REGRA DA CADEIA 106 CAPÍTULO 8 – PONTOS DE MÁXIMO E DE MÍNIMO 114 CAPÍTULO 9 – APLICAÇÕES DE DERIVADAS: PROBLEMAS DE OTIMIZAÇÃO 127 CAPÍTULO 10 – FORMAS INDETERMINADAS E REGRA DE L`HÔPITAL 147 BIBLIOGRAFIA 151 3 Capítulo 1: FUNÇÕES 1 Janor Araujo Bastos Introdução Neste capítulo faremos uma revisão sobre funções abordando o conceito, o domínio, a imagem e o gráfico das funções constante, linear, quadrática, trigonométricas e as funções definidas por várias sentenças. Normalmente as grandezas físicas estão relacionadas entre si segundo um critério. Este fato constitui uma relação de dependência entre duas ou mais grandezas. Por exemplo, se uma máquina que produz 90 copos plásticos por minuto, em dois minutos terá produzido 180 copos, em três minutos produzirá 270. Neste contexto pode-se perceber que a quantidade de copos, depende do tempo que a máquina ficar ligada. O salário de uma pessoa que é remunerada por um porcentual de 5% de suas vendas, depende do valor final das vendas. Vários tipos de relação recebem o nome de função. Pode-se concluir que uma função é o critério com o qual duas grandezas se relacionam. Podemos modelar os exemplos dados acima, representando no primeiro, a quantidade de copos por Q e t o tempo em minutos e no segundo, o salário por S e as vendas por v. Q = 90.t a quantidade de copos em função do tempo. S = 0,05.v o salário em função das vendas. Normalmente costuma-se generalizar representando as grandezas pelas últimas letras do alfabeto, x, y, z, w e chamá-las de variáveis Assim as funções acima ficariam: y = 90x onde x representa o tempo e y a quantidade. y = 0,05x onde x representa as vendas e y o salário Neste capítulo abordaremos alguns tipos mais importantes de funções, com mais detalhe dada a sua importância. 1 Especialista em Matemática Aplicada e Mestre em Engenharia Elétrica. 4 1.1 – Função constante A função definida pela equação f(x) = k e é chamada função constante. Esta função é utilizada para escrever situações que nunca mudam. Seu gráfico é uma reta paralela ao eixo x e intercepta o eixo y em y = k. Outros exemplos de funções constantes com seus respectivos gráficos: a) f(x) = 4 b) f(x) = - 2 c) f(x) = 1,5 1.2 – Função do primeiro grau ou função linear Função do primeiro grau ou função linear é a função definida por: onde m é chamado coeficiente angular que é responsável pela inclinação da reta, é a tangente do ângulo que a reta forma com o eixo das abscissas (eixo x) e k é chamado coeficiente linear que indica onde gráfico intercepta o eixo das ordenadas (eixo y). O gráfico da função do primeiro grau é sempre uma reta. y x k y x k f(x) = mx + k 5 Uma função é dita crescente quando aumentando o valor da variável independente o valor da variável dependente também aumenta ou quando uma diminui a outra também diminui. Uma função é decrescente quando aumentando o valor da variável independente, o valor da variável dependente diminui ou quando uma diminui a outra aumenta. Exemplos de funções do primeiro grau com seus respectivos gráficos. a) f(x) = x b) f(x) = x + 2 c) f(x) = x – 3 d) f(x) = - x e) f(x) = -x + 2 f) f(x) = - x – 3 g) = 2x+1 h) f(x) =3x+1 i) f(x) =- 2x+1 Observe que nos exemplos (a) e (d) os gráficos interceptam o eixo das ordenadas na origem do sistema porque as equações tem k = 0. Nos exemplos (b) e (e) os gráficos interceptam o eixo das ordenadas em y = 2 porque as equações tem k = 2. Nos exemplos (c) e (f) gráficos interceptam o eixo das ordenadas em y = -3 porque as equações tem k =-3. Nos exemplos (g), (h) e (i) gráficos interceptam o eixo das ordenadas em y = 1 porque as equações tem k =1. Isso ocorre porque se fizermos x = 0 encontramos y = k. Então, para x y 6 encontrar o ponto de intersecção do gráfico da função com o eixo das ordenadas basta atribuir valor zero para x. Nos exemplos (a), (b), (c), (g) e (h) as retas estão inclinadas para a direita. Isso ocorre porque o valor de m nesses casos é um número maior que zero (m=1, m=2 e m=3). O fato de m ser maior que zero, assegura que a função é crescente. Nos exemplos (d), (e), (f) e (i) as retas estão inclinadas para a esquerda. Isso ocorre porque o valor de m nesses casos é um número menor que zero (m= - 1 e m= - 2). O fato de m ser menor que zero, assegura que a função é decrescente. Pode-se concluir que quando se soma uma quantidade a uma função seu gráfico se desloca para cima o numero de unidades somadas e se for subtraído o gráfico se desloca para baixo. A Raiz de uma função é valor de x para o qual a função é nula, é o ponto onde o gráfico da função intercepta o eixo das abscissas. Para encontrá-lo, basta atribuir valor zero para y. Neste ponto a função troca seu sinal, de positivo para negativo ou de negativo para positivo. Quando multiplicamos uma função por -1, o gráfico dessa função faz uma reflexão com relação ao eixo x, tendo sua raiz como apoio, neste caso 2 1x . Todos os valores da função trocam de sinal, os que eram positivos ficam negativos e vice-versa. Observe os gráficos abaixo e suas respectivas equações. Sabendo-se que por dois pontos passa uma única reta, para traçar o gráfico de uma função linear precisamos de apenas dois pontos. 1.3 – Exercício resolvido Dada a função y = 2x – 6, determine: a) O ponto onde o gráfico intercepta o eixo y; b) A raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x); c) O gráfico da função; f(x) = 2x +1 - f(x) = - 2x -1 7 d) O sinal da função; e) A função é crescente ou decrescente. Solução: Nessa função termos m = 2 e k = - 6 a) O gráfico intercepta o eixo y quando x = 0, este ponto é y = - 6 que é valor de k. b) A raiz da função é o valor de x para o qual a função é nula, ou seja, y = 0. Então fazendo temos 3 62 062 x x x c) Para traçar o gráfico, precisamos determinar dois pontos. Como sabemos que o gráfico intercepta o eixo y em y = 6 e que a raiz da função é x = 3, já dispomos dos dois pontos, as intersecções com os eixos coordenados. Poderíamos ter utilizado outros pontos, por exemplo: y = 2x + 6 para x = 2 y = 2× 2 - 6 = - 2 ponto (2, -2) para x = 5 y = 2×5 -6 = 4 ponto (5, 4) Observe a figura abaixo. Estes dois pontos (2, -2) e (5, 4) pertencem a mesma reta. d) A função troca de sinal em x = 3, raiz da função. Para x < 3 a função tem sinal negativo. Observe que neste intervalo o gráfico está abaixo do eixo x. Para x >3 a função tem sinal positivo. Observe que neste intervalo o gráfico está acima do eixo x. e) A funçãoé crescente, porque seu coeficiente angular m, é maior que zero (m = 2). 1.4 – Exercícios propostos 1. Dada a função y = x, trace o seu gráfico e em seguida, utilizando a idéia de translação e reflexão trace o gráfico das funções abaixo. 8 a) y = x + 3 b) y = x – 4 c) y = - x d) y = - x + 1 e) y = - x – 2 2. Dada a função y = 3x – 2, determine: a) O ponto onde o gráfico intercepta o eixo y; b) A raiz da função (o ponto de intersecção com o eixo x); c) O gráfico da função; d) O sinal da função; e) A função é crescente ou decrescente. 3. Trace o gráfico das seguintes funções num mesmo sistema de eixos: a) f(x) = 2x b) f(x) = 4x c) f(x) = 6x d) f(x) = - 6x e) f(x) = -3x f) f(x) = -2x 4. Dada a função f(x) = 2x +1, dê as equações das seguintes funções: a) g(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o eixo y duas unidades acima de f(x). b) h(x) cujo gráfico é paralelo ao gráfico de f(x) intercepta o eixo y quatro unidades abaixo de f(x). 1.5 – Respostas dos exercícios propostos 1) y = x a) y = x + 3 b) y = x – 4 x y x y 9 c) y = -x d) y = - x + 1 e) y = - x – 2 x y x y x y x y 10 2) y = 3x – 2 a) A intersecção com o eixo y é o ponto onde x = 0, ou o coeficiente linear b. Neste caso b = - 2. b) A raiz da função é o valor de x para o qual a função é igual a zero. 3 2 23 023 x x x c) Gráfico. d) Para x < 3 2 a função tem sinal negativo Para x > 3 2 a função tem sinal positivo e) A função é crescente (a > 0). 3) Gráficos. 4) .. a) f(x) =2x + 1 b) g(x) = 2x + 3 c) h(x) = 2x – 3 x y x y 11 1.6 – Função do segundo grau ou função quadrática Função do segundo grau ou função quadrática é toda função definida por, com a ϵ R, b ϵ R, c ϵ R e a≠ 0. O gráfico de uma função do segundo grau é sempre uma parábola cuja concavidade e intersecção com o eixo x, dependem do sinal de “a”, (coeficiente de x2 ) e do valor de Δ = b2 – 4ac. Se a for um número positivo ( a> 0), a parábola tem concavidade voltada para cima e se a for um número negativo (a < 0) a parábola tem concavidade voltada para baixo. Se Δ for maior que zero a parábola intercepta o eixo x em dois pontos, se Δ for igual a zero a parábola terá apenas um ponto em comum com o eixo x e se Δ for menor que zero a parábola não toca no eixo x. Vale lembrar que os pontos de intersecção do gráfico com o eixo x são chamados de raiz da função. Então se pode concluir que a função do segundo grau pode ter duas raízes reais e distintas se Δ > 0, uma raiz real se Δ = 0 e não possui raiz real se Δ < 0. Observe o quadro abaixo. Para encontrar as raízes de uma função do segundo grau pode-se usar a fórmula de Báskara a seguir: x1 x x x x x a>0 a<0 Δ<0 Δ=0 Δ>0 X1 X2 X1 X2 x1 f(x) = ax 2 + bx + c 12 Para encontrar o vértice da parábola usa-se a seguinte fórmula: a y a b x VV 4 , 2 ),( VV yxV ou aa b V 4 , 2 Alguns exemplos de funções do segundo grau e seus respectivos gráficos são apresentados abaixo: a) f(x) = 2x2 +3x – 4 a = 2 b = 3 c = - 4 b) f(x) =- x2 -3x +2 a = - 1 b = 3 c = 2 c) f(x) = 3x2- 9x a = 3 b = 9 c = 0 d) f(x) = x2- 4 a = 1 b = 0 c = - 4 13 e) f(x) = x2 a = 1 b = 0 c = 0 Os intervalos onde a função do segundo grau é crescente ou decrescente são limitados pelo xv. Se a > 0, a parábola está voltada para cima. De - até xv a função é decrescente e de xv até + a função é crescente. Se a < 0, de a parábola está voltada para baixo. De - até xv a função é crescente e de xv até + a função é decrescente. Observe os gráficos abaixo. Xv= 1 crescenteéxfxpara edecrescentéxfxpara )(1 )(1 É importante notar que até o ponto x=xv o gráfico está descendo e a partir desse ponto o gráfico começa a subir. Xv= 1 edecrescentéxfxpara crescenteéxfxpara )(1 )(1 É importante notar que até o ponto x=xv o gráfico está subindo e a partir desse ponto o gráfico começa descer. xv xv 14 Os Intervalos onde a função troca de sinal são limitados pelas suas raízes. Se a > 0 a parábola está coma concavidade voltada para cima. Se a < 0 a parábola está coma concavidade voltada para baixo: 1.7 – Exercício resolvido Dada função f(x) = x 2 - 2x – 3, determine: a) O ponto de intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas, b) A concavidade, c) Quantas raízes reais ela possui, d) Se ele possui raízes reais, quais são, e) As coordenadas do vértice, f) O gráfico, g) Os intervalos onde ela está crescendo e onde está decrescendo, h) O sinal da função, i) O conjunto imagem, j) Os pontos P(1, - 4) e Q(0, 5) pertencem a função? Solução: a = 1, b = -2 e c = -3 a) O gráfico da função intercepta o eixo dos y no ponto (0, - 3), y = c b) A concavidade da parábola está voltada para cima porque a = 1 > 0 c) Para sabermos quantas raízes a função possui, devemos calcular o valor de Δ (delta). 16 )3.(1.4)2( 4 2 2 acb A função tem duas raízes reais e distintas. d) Para determinar as raízes devemos utilizar a fórmula: Para x < x1 f(x) > 0 (a função tem sinal positivo). Para x1 < x < x2 f(x) < 0 ( a função tem sinal negativo). Para x > x2 f(x) > 0 (a função tem sinal positivo). Para x < x1 f(x) < 0 (a função tem sinal negativo). Para x1 < x < x2 f(x) > 0 ( a função tem sinal positivo). Para x > x2 f(x) < 0 (a função tem sinal negativo). 15 1 2 42 3 2 42 2 42 2 162 1.2 )3.(1.4)2()2( 2 4 2 1 2 2 x x x x x a acxb x As raízes são x1=3 e x2= -1. e) As coordenadas do vértice são dadas por a ye a b x vv 42 Então 4 1.4 16 1 1.2 )2( vv yx Logo V(1, - 4) f) Para construir o gráfico podemos fazer uma tabela, mas já conhecemos quatro pontos: as duas raízes, x1=3 e x2=-1 que são os pontos de intersecção com o eixo x, as coordenadas do vértice e a intersecção com o eixo y que é c = 3. Como sabemos que a parábola é uma figura simétrica podemos determinar mais um ponto (2, -3) que é simétrico ao c em relação ao eixo da parábola. g) Para x < 1 (xv) f(x) é decrescente Para x> 1 (xv) f(x) é crescente h) Para valores de x < -1 a função assume valores positivos. Observe que paraesses valores de x o gráfico se encontra acima do eixo x. Para valores de -1 < x < 3 a função assume valores negativos. Observe que nesse intervalo o gráfico se encontra abaixo do eixo x. Para valores de x > 3 a função assume valores positivos. Observe que para esses valores de x o gráfico se encontra acima do eixo x. X2 X1 V(1, -4) C 16 i) A imagem da função é dada por valores de y gerado por algum valor de x do domínio da função. Nesse caso a imagem é: 4/RIm yy ou Im = [ - 4; ). Observe que o gráfico da função começa no ponto de ordenada y = -4 e vai até . j) Temos f(x) = x2 – 2x – 3. P(1, - 4) - 4 = 1 2 – 2 . 1 – 3 (V) P(1, - 4 ) pertence a parábola Q(0, 5) 5 = 0 2 – 2 . 0 – 3 (F) Q(0, 5) não pertence a parábola. 1.8 – Exercícios propostos 1. Dada função f(x) = x2 - x – 6, determine: a) O ponto de intersecção do gráfico com o eixo das ordenadas, b) A concavidade, c) Quantas raízes reais ela possui, d) Se ele possui raízes reais, quais são, e) As coordenadas do vértice, f) O gráfico, g) Os intervalos onde ela está crescendo e onde está decrescendo, h) O sinal da função, i) O conjunto imagem, j) Os pontos P(1, - 6) e Q(0, 5) pertencem a função? 2. Dado o gráfico de função f(x) = x 2 abaixo, utilize a ideia de translação e reflexão para esboçar os gráficos das funções de o domínio e a imagem de cada uma: a) f(x) = x 2 + 2 b) f(x) = x 2 -1 c) f(x) = - x 2 d) f(x) = - x 2 + 2 e) f(x) = - x – 3 f) f(x) =(x -2)2 g) g(x) = (x + 1)2 1.9 – Respostas dos exercícios propostos 1. f(x) = x2 – x – 6 a =1 b = - 1 c = - 6 a. O gráfico intercepta o eixo y em y = c= - 6 b. A concavidade está voltada para cima porque a > 0 c. 05 , logo a função tem duas raízes reais e distintas. d. 23 21 xx e. 4 25 , 2 1 V f. Gráfico 17 g. crescenteéfunçãoaxpara edecrescentéfunçãoaxpara 2 1 2 1 h. negativosvaloresassumefunçãoaxpara positivosvaloresassumefunçãoaxeparax 32 32 i. Imagem 4 25 /Im yRy j. O ponto P(1, -6) pertence a função. O ponto Q(0, 5) não pertence a função. 2. .... a. .... 0/)Im( )( yRyf RfD b. .... x y x y 18 2/)Im( )( yRyf RfD c. ... 1/)Im( )( yRyf RfD d. .... 0/)Im( )( yRyf RfD x y x y x y 19 e. ..... 2/)Im( )( yRyf RfD f. ... 3/)Im( )( yRyf RfD g. ... 0/)Im( )( yRyf RfD h. ... x y x y x y 20 0/)Im( )( yRyf RfD 1.10 – Funções trigonométricas Inicialmente relembraremos um pouco de trigonometria básica na circunferência. Chama-se circunferência ao conjunto de todos os pontos de um plano que ficam a uma mesma distância r de um ponto dado O. Essa distância r é chamada raio e O é o centro da circunferência. O comprimento C de uma circunferência de raio r é dado por C = 2πr O comprimento de uma circunferência de raio r = 5 cm é C = 2.π.5 =31,41592... 1.10.1 – Arcos e ângulos Considerando dois pontos A e B numa circunferência, o ângulo formado pelos segmentos OA e OB com vértice no centro “O” , é denominado ângulo central. x y O r O A B α 21 AÔB = ângulo central O ângulo central determina na circunferência dois arcos de circunferência. Se os pontos A e B forem coincidentes ( BA ), teremos um arco nulo e outro de uma volta. As unidades de medida dos ângulos e dos arcos são o grau e o radiano. Um arco de um grau (1 0 ) é aquele cujo comprimento é igual a 360 1 do comprimento da circunferência. Um arco de uma volta corresponde a C=360 0 . O arco de um radiano (1 rad) é aquele cujo comprimento é igual ao raio da circunferência que o contém. O arco de uma volta corresponde C = 2πr. Logo: C = 2π rad. A medida de um arco em radianos é a razão entre seu comprimento e o comprimento do raio da circunferência que o contém. rad raiodoocompriment arcodoocompriment ABarcoO Consideremos uma circunferência orientada de raio igual a uma unidade cujo centro coincide com a origem de um sistema de coordenadas cartesianas e o ponto A de intersecção da circunferência com o eixo das abscissas seja a origem de todos os arcos AP, conforme a figura abaixo, onde o sentido anti-horário seja o sentido positivo de percurso. P(x,y) A(1,0) B(0,1) A’(x,y) B’(x,y) α r=1 0o≡360o 90o 180o 270o 10 quadrante 20 quadrante 30 quadrante 40 quadrante x y 22 Como o raio da circunferência e igual a 1, o seno do ângulo α é a ordenada y do ponto P e o co-seno de α é a abscissa de P. Quando o ponto P percorre a circunferência, sua abscissa e sua ordenada variam conforme a tabela abaixo. 1.10.2 – Função seno Chama-se função seno a função real definida por: onde, senx é ordenada do ponto P, extremidade do arco AP. Com os dados da tabela acima podemos construir o gráfico da função seno. O domínio da função seno é D = R A imagem é 11/Im yRy O período da função é P = 2 x y Unidade Arco GRAUS RADIANOS SENO (ordenada) CO-SENO (abscissa) P≡A 0 0 0 1 P≡B 90 2 1 0 P≡A’ 180 0 -1 P≡B’ 270 2 3 -1 0 P≡A 360 2 0 1 f(x) = sen x 23 1.10.3 – Função co-seno Chama-se função co-seno a função real definida por: onde, cos x é abscissa do ponto P, extremidade do arco AP. Com os dados da tabela acima podemos construir o gráfico da função co-seno. O domínio da função co- seno é D = R A imagem é 11/Im yRy O período da função é P = 2 1.10.4 – Função tangente Chama-se função tangente a função real definida por f(x) = tag x, onde tag x é o quociente entre o seno de x e co-seno de x, ou seja: O gráfico da função tangente é apresentado abaixo. x y x y x senx xtag cos f(x) = cos x 24 Rf n xxfD )Im( 2 )12( /)( n = inteiro O período da função é P = 1.10.5 – Função co-tangente Chama-se função tangente a função real definida por f(x) = cotag x, onde cotag x é o quociente entre o co-seno de x e seno de x, ou seja: O gráfico da função co-tangente é apresentado abaixo. Rf nxxfD )Im( /)( n = inteiro O período da função é P = 1.10.6 – Função secante Chama-se função secante a função real definida por f(x) = sec x, onde sec x é o inverso do co-seno de x, ou seja: x x cos 1 sec O gráfico da função secante é apresentado abaixo. x y senx x xctg cos 25 ),1[ ]1,()Im( 2 )12( /)( Uf n xxfD n = inteiro O período da função é P = 1.10.7 – Função co-secante Chama-se função co-secante a função real definida por f(x) = csc x, onde csc x é o inverso do seno de x, ou seja: O gráfico da função co-secante é apresentado abaixo. ),1[ ]1,()Im( /)( Uf nxxfD n = inteiro O período da função é P = 1.11 – Exercícios propostos x y x y senx x 1 csc 26 Usando as ideias de translação e reflexão aprendidas nas últimas aulas, esboce o gráfico das seguintes funções. Analise sempre o domínio, a imagem e o período destas funções. a) senxxf 2)( b) xxf cos)( c) senxxf 1)( d) 2 )( xsenxf e) senxxf 2)( f) xsenxf 2)( g) senxxf 31)( 1.12 – Respostas dos exercícios propostos a) y =2 + sen x 31/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = 2 b) y = -cos x 11/)Im( )( yRyf RfD x y x y 27 O período da função é P = 2 c) f(x) =- 1 – sen x 02/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = 2 d) f(x) = sen 2 x 11/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = 2 e) f(x) = 2sen x x y x y 28 22/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = 2 f) f(x) = sen (2x) 11/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = g) f(x) =1 – sen (3x) x y x y x y 29 20/)Im( )( yRyf RfD O período da função é 3 2 P h) f(x) = 4 x 11/)Im( )( yRyf RfD O período da função é P = 2 1.11 – Funções definidas por partes Existem funções que são definidas em um intervalo do domínio por uma sentença em outro intervalo por outra sentença. Veja os exemplos, com seus respectivos gráficos, domínio e imagem. 1.12 – Exercícios resolvidos 1. 11 11 )( xsex xsex xf 0e 2/Im yyy D x y x y 30 2. 22 21 1 )( 2 xse xsex xsex xf 401/Im yeyy D 1.13 – Exercícios propostos Faça o esboço do gráfico das funções abaixo dando o domínio e a imagem: 1. 22 2 )( xsex xsex xf 2. 23 212 11 )( 2 xse xsex xsex xf 3. xse xsesenx xsex xf 2 0 0 )( 2 4. xsex xse xse xf cos 01 03 )( 5. xsex xsex xsex xsesenx xf sec 0cos 0csc )( 1.14 – Respostas dos exercícios propostos 1. ... x y 31 2/)Im( )( yRyf RfD 2. .. 32/)Im( )( yeyRyf RfD 3. ... 0/)Im( )( yRyf RfD 4. ... x y x y x y 32 311/)Im( )( yeyRyf RfD 5. ... 1.15 – Função valor absoluto A função valor absoluto também camada função modular é uma função definida por partes, sendo dada por: 0 0 )( xsex xsex xxf Note que você terá sempre o valor positivo do número que se encontra entre as barras, ou seja, a distância deste número a origem. Exemplos: 55)5( f , 33)3( f e 00)0( f . GRÁFICO x y -3 3 -2 2 -1 1 0 0 x y x y x y 33 1 1 2 2 3 3 D(f) = R Im(f) = R+ A idéia de translação e reflexão também podem ser utilizadas para esboçar o gráfico dessa função. 1.16 – Exercícios resolvidos a) Esboce o gráfico das funções abaixo e dê o domínio e a imagem. a) f(x) = |x| + 1 Solução: Pelo que estudamos sabemos que o gráfico dessa função será o mesmo gráfico da função mãe, apresentado acima, deslocado duas unidades para cima. 1/)( yRyIRfD m b) f(x) = -|x- 2|. 0/)()( yRyfIRfD m x y x y 34 c) f(x) = |x +2| + 1 1/)()( yRyfIRfD m d) f(x) = - |x-1| + 2 2/)()( yRyfIRfD m Capítulo 2 : O LIMITE Prof. Áureo Martins 2 Introdução O conceito de limite é a base sobre a qual estão construídos os demais conceitos de cálculo. O objetivo deste capítulo é discutir a definição delimites de diferentes maneiras, iniciando com um exercício problema. A seguir apresentamos a noção intuitiva usando exemplos de funções, fazendo tabelas e gráficos que auxiliam na visualização do limite de 2 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática x y x y 35 uma função. Após analisaremos a definição formal de limites e, finalmente, o estudos dos limites laterais. 2.1. Problema Consideremos a função 4)( 2 xxf . Como encontrar a reta tangente a essa curva no ponto de coordenada 2x ? Verifica-se que a dificuldade está em possuirmos um único ponto sobre a reta tangente para calcularmos a inclinação m , enquanto sabemos que são necessários dois pontos. No entanto, podemos calcular as inclinações de retas secantes pelo ponto onde 2x e pontos próximos a ele para obtermos uma aproximação da inclinação da reta tangente. Usemos os seguintes intervalos: [2;3], [2;2,1], [2;2,05], [2;2,01] e [2;2,001]. Calculamos: 543)3( 2 f 042)2( 2 f 41,041,2)1,2( 2 f 2025,0405,2)05,2( 2 f 0401,0401,2)01,2( 2 f 004001,04001,2)001,2( 2 f 5 1 05 23 )2()3( sec ff m 1,4 1,0 041,0 21,2 )2()1,2( sec ff m 05,4 05,0 02025,0 205,2 )2()05,2( sec ff m 01,4 01,0 0401,0 201,2 )2()01,2( sec ff m 36 00,4 001,0 004001,0 2001,2 )2()001,2( sec ff m Conclusão: quanto mais próximos de x = 2, mais nos aproximamos de 4. Dizemos então que a inclinação m = 4 é o limite das inclinações das retas secantes, que é a inclinação da reta tangente em 2x . Portanto, com a inclinação da reta tangente ou o coeficiente angulara da reta tangente igual a 4 no ponto onde x = 2 e o 042)2( 2 fy , podemos encontrar a equação desta reta tangente, da seguinte forma: baxy 82.40 bb Logo, a equação da reta tangente ao gráfico da função: 4)( 2 xxf no ponto (2,5) é 84 xy , conforme o mostra o gráfico abaixo: OBSERVAÇÃO: A distinção entre a taxa de variação média e a taxa de variação instantânea pode ser comparada à distinção entre a inclinação da reta da reta secante que passa por dois pontos em um gráfico e a inclinação da reta tangente em um ponto do gráfico. 2.2 – Exercícios resolvidos 1 - 3 Uma flecha é atirada para cima com uma velocidade de 58m/s e sua altura em metros após t segundos é dada por 283,058)( ttth . a) Encontre a velocidade média durante os intervalos de tempo dados [1;2], [1;1,5], [1;1,1], [1;1,01] e [1;1,001] Calculando as alturas: mh 68,1122.83,02.58)2( 2 mh 17,571.83,01.58)1( 2 mh 1325,855,1.83,05,1.58)5,1( 2 3 Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª. edição 37 mh 7957,621,1.83,01,1.58)1,1( 2 mh 733317,5701,1.83,001,1.58)01,1( 2 mh 22633917,57001,1.83,0001,1.58)001,1( 2 sm hh Vmédia /51,55 1 17,5768,112 12 )1()2( ]2;1[ sm hh Vmédia /925,55 5,0 17,571325,85 15,1 )1()5,1( ]5,1;1[ sm hh Vmédia /257,56 1,0 17,577957,62 11,1 )1()1,1( ]1,1;1[ sm hh Vmédia /3317,56 01,0 17,57733317,57 101,1 )1()01,1( ]01,1;1[ sm hh Vmédia /33917,56 001,0 17,5722633917,57 1001,1 )1()001,1( ]001,1;1[ b) Encontre a velocidade instantânea após 1 segundo. smV tâneains /34,56)1(tan 2 – Se um objeto é deixado cair em queda livre de uma altura de 300 metros e a resistência do ar for desprezada, a altura h (em metros) do objeto no instante t (em segundos), será dada por 216320)( tth . Determine: a) A velocidade média do objeto em cada intervalo de tempo dado: [1;2], [1;1,5] , [1;1,1] , [1;1,01] e [1;1,001] Calculando as alturas: mh 2562.16320)2( 2 mh 3041.16320)1( 2 mh 2845,1.16320)5,1( 2 mh 64,3001,1.16320)1,1( 2 mh 6784,30301,1.16320)01,1( 2 mh 967984,303001,1.16320)001,1( 2 sm hh Vmédia /48 1 304256 12 )1()2( ]2;1[ sm hh Vmédia /40 5,0 304284 15,1 )1()5,1( ]5,1;1[ sm hh Vmédia /7,33 1,0 30464,300 11,1 )1()1,1( ]1,1;1[ sm hh Vmédia /16,32 01,0 3046784,303 101,1 )1()01,1( ]01,1;1[ sm hh Vmédia /016,32 001,0 304967984,303 1001,1 )1()001,1( ]001,1;1[ b) A velocidade instantânea após 1 segundo. 38 2.3 – Noção intuitiva do limite O uso básico de limites é descrever como uma função se comporta quando a variável x tende a um valor dado. No cálculo e suas aplicações interessa-nos, em geral, valores f(x) de uma função f que estejam próximos de um número x = a, mas que não seja igual a “a”, principalmente nos casos em que “a” não está no domínio da função. 1º Exemplo: Seja a função: 12)( xxf . Imaginemos x assumindo valores sempre mais próximos de 2, tanto pela esquerda de 2 )2( x e tanto pela direita de 2 ( )2x . 2x 2x x )(xf 1 3 1,5 2 1,7 2,4 1,9 2,8 1,999 2,889 x )(xf 3 5 2,5 4 2,3 3,6 2,1 3,02 2,001 3,002 3)(lim 2 xf x 3)(lim2 xfx Como os limites laterais existem e são iguais, então Seja a função: 2 3)( x xf e, também, como 3)2( f , dizemos que a função é CONTÍNUA em x = 2. Gráfico da função: .12)( xxf Domínio da função = e Imagem da função = . smV tâneains /32)1(tan 39 2º Exemplo: Seja a função: 1 1 )( 2 x x xf . Calculando )1(f teremos o seguinte: 0 0 11 11 )1( 2 f (não pertence aos Reais). Veja que o )1(f não está definido pois x = 1 não está no domínio da função. Então vamos analisar pontos vizinhos de 1, tanto pela esquerda de 1 )1( x e tanto pela direita de 1 )1( x . )1( x )1( x x )(xf 0,5 1,5 0,7 1,7 0,9 1,9 0,999 1,999 2)(lim 1 xf x x )(xf 1,5 2,5 1,3 2,3 1,1 2,1 1,001 2,001 2)(lim 1 xf x O número 1 não está no domínio da função, pois se fizermos x = 1, obtemos a indeterminação 0 0 . Fatorando-se 1 )1)(1( )( x xx xf , não podemos cancelar )1( x , pois só podemos fazer isso se .1x Todavia com o limite quando x tende a 1, mas não igual a 1, tal cancelamento é possível. Logo: .211)1(lim 1 )1)(1( lim 1 1 x x xx x x Gráfico da função: 1 1 )( 2 x x xf Domínio da função = }1{ e Imagem da função = }2{ . 3º Exemplo: Seja a função definida por duas sentenças: )(xf 40 Vamos calcular )3(f e o limite )(lim 3 xf x . a) Para calcular )3(f , procure na função onde está x = 3,então 213)3( f b) Para calcular o limite )(lim 3 xf x , temos que analisar os limites laterais. O limite )(lim 3 xf x , vamos verificar qual função se refere a x tende a 3 - , isto é, x < 3 , logo 213)1(lim)(lim 33 xxf xx O limite )(lim 3 xf x , vamos verificar qual função se refere a x tende a 3 + , isto é, x > 3 , logo 633)3(lim)(lim 33 xxf xx Portanto, o )(lim 3 xf x Ɇ, porque os limites laterais existem mas são diferentes. Gráfico da função: )(xf Domínio da função e Imagem da função = (-∞;2] U (6;∞). 4º Exemplo: Seja a função: x xf 1 )( Vamos calcular )0(f e os limites xx 1 lim 0 , xx 1 lim e xx 1 lim a) 0 1 )0(f (não pertence aos Reais). b) Para descobrir o xx 1 lim 0 temos que estudar os limites lateriais: O 0 11 lim 0 xx e o 0 11 lim 0 xx , logo o limite (não existe), pois os limites laterais são diferentes. Lembre-se: zero pela esquerda )0( é um número pequeno e negativo e zero pela direita )0( é um número pequeno e positivo. c) Para descobrir o limite xx 1 lim ,vamos fazer uma tabela com valores de x crescendo de 1 até um valor bem grande simbolizado por ( infinito): 41 x x )(xf 1 1 2 0,5 4 0,25 10 0,10 1000 0,001 ∞ 0 Observando a tabela: 0 11 lim xx d) Da mesma forma, o limite: 0 11 lim xx e) Gráfico da função: x xf 1 )( Observe que gráfico da função x xf 1 )( possui duas assíntotas: uma assíntota vertical de equação x = 0 e uma assíntota horizontal de equação y = 0. O Domínio da função = * ou }0{ e Imagem da função = * ou }0{ . 5º Exemplo: Seja a função: 2 1 )( x xf Vamos calcular )2(f e os limites 2 1 lim 2 xx , 2 1 lim xx e 2 1 lim xx a) 0 1 22 1 )2(f b) Para descobrir o 2 1 lim 2 xx temos que estudar os limites lateriais: O 0 1 22 1 2 1 lim 2 xx e o 0 1 22 1 2 1 lim 2 xx , Logo, o limite da função (não existe), pois os limites laterais são diferentes. c) 0 1 2 1 2 1 lim xx 42 d) 0 1 2 1 2 1 lim xx e) Gráfico da função: Observe que gráfico da função 2 1 )( x xf possui duas assíntotas: uma assíntota vertical de equação x = 2 e uma assíntota horizontal de equação y = 0. O Domínio da função = }2{ e Imagem da função = * ou }0{ . 2.4 – Definição de limite “Escrevemos Txf ax )(lim e dizemos “o limite de )(xf , quando x tende a a , é igual a T , se pudermos tornar os valores de )(xf tão próximos de T quanto quisermos, tornando x suficientemente próximo de a (pela esquerda e pela direita), mas não igual a.” 43 2.5 - Limites laterais Escrevemos Txf ax )(lim e dizemos que o limite esquerdo de )(xf quando x tende a a (ou o limite de )(xf quando x tende a a pela esquerda) é igual a T se pudermos tornar os valores de )(xf arbitrariamente próximos de T , tornando-o suficientemente próximos de a e x menor que a . Escrevemos Txf ax )(lim e dizemos que o limite direito de )(xf quando x tende a a (ou o limite de )(xf quando x tende a a pela direita) é igual a T se pudermos tornar os valores de )(xf arbitrariamente próximos de T , tornando-o suficientemente próximos de a e x maior que a . DEFINIÇÃO: O limite de uma função só vai existir, quando os limites laterais existirem e forem iguais, isto é, Txf ax )(lim existe se, e somente se, Txf ax )(lim e Txf ax )(lim . Observe que a função não necessita estar definida em “a” para o limite existir. 2.6 – Exercício resolvido Observe os gráficos e responda o que se pede abaixo de cada um deles: 44 2)(lim 2 xf x 2)(lim 2 xf x 2)(lim 2 xf x 2)2( f Em x = 2 a f é contínua 2)(lim 2 xf x 2)(lim 2 xf x 2)(lim 2 xf x 5)2( f Em x = 2 a f é descontínua de ponto ou removível 2)(lim 2 xf x 6)(lim 2 xf x )(lim 2 xf x 4)2( f Em x = 2 a f é descontínua de salto 45 )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )3(f Em x = 3 a f é descontínua infinita. )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )3(f Em x = 3 a f é descontínua infinita. )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )(lim 3 xf x )3(f Em x = 3 a f é descontínua infinita. 46 2.7 – Exercícios propostos 1 - 4 Uma bola é atirada no ar com velocidade de 10 m/s. Sua altura em metros após t segundos é dada por 29,420 tty . a) Encontre a velocidade média para o período de tempo que começa quando t = 2s e dura 0,5s; 0,1s; 0,05s ; 0,01, 0,001s e 0,0001s; b) Estime a velocidade instantânea quando t = 2s. 2 - Observando o gráfico abaixo responda o que se pede: a) b) c) d) )4(f e) f) g) h) )1(f i) j) k) l) )2(f m) n) o) p) )3(f q) Em x = - 4 a função é _______________________________________________________ r) Em x = -1 a função é ________________________________________________________ s) Em x = 2 a função é _________________________________________________________ t) Em x = 3 a função é _________________________________________________________ u) Domínio da função: ___________________ v) Imagem da função:__________________ 4 Fonte: STEWART, James – Cálculo – Ed. Thomson – 6ª. edição 47 3 - Analisando o gráfico, responda: a) )(lim 0 xf x b) )(lim 0 xf x c) )(lim 0 xf x d) )0(f e) )(lim 1 xf x f) )(lim 1 xf x g) )(lim 1 xf x h) )1(f i) )(lim 2 xf x j) )(lim 2 xf x k) )(lim 2 xf x l) )2(fm) )(lim 3 xf x n) )(lim 3 xf x o) )(lim 3 xf x p) )3(f q) Em x = 0 a função é __________________________________________________________ r) Em x = 1 a função é __________________________________________________________ s) Em x = -2 a função é _________________________________________________________ t) Em x = 3 a função é __________________________________________________________ u) Domínio da função: __________________ v) Imagem da função: _____________________ x) )(lim xf x y) )(lim xf x 4 - Dado os gráficos das duas funções )(xfy e )(xgy , respectivamente, determine: 48 a) )(lim 1 xf x )1(f Em x = 1 a função é ______________________________ b) )(lim 2 xf x )2(f Em x = - 2 a função é ______________________________ c) )(lim 3 xg x )3(g Em x = - 3 a função é ______________________________ d) )(lim 0 xg x )0(g Em x = 0 a função é _______________________________ e) )(lim 2 xg x )2(g Em x = 2 a função é _______________________________ 5 - Dado os gráficos das duas funções y = f(x) e y=g(x), respectivamente, determine: a) )(lim 1 xf x )1(f Em x = 1 a função é _______________________ b) )(lim 2 xf x )2(f Em x = 2 a função é _______________________ c) )(lim3 xgx )3(g Em x = - 3 a função é ______________________ d) )(lim0 xgx )0(g Em x = 0 a função é _______________________ e) )(lim 5,1 xg x )5,1(g Em x = 1,5 a função é _____________________ f) )(lim 2 xg x )2(g Em x = - 2 a função é _____________________ g) )(lim 3 xg x )3(g Em x = 3 a função é _______________________ 49 2.8 – Respostas dos exercícios propostos 1 – a) -0,525 m/s ; -0,009 m/s; 0,151m/s; 0,351 m/s; 0,395 m/s; 0,3995 m/s. b) Vi(2) = 0,4 m/s. 2 – a) -2 b) -2 c) -2 d) -2 e) 4 f) 6 g) h) 6 i) 2 j) 2 k) 2 l) 2 m) -3 n) 1 o) p) 0 q) contínua r) descontínua de salto s) contínua t) descontínua de salto u) reais v) (-∞,6] 3 - a) 4,6 b) 4,6 c) 4,6 d) 4,6 e) 3 f) 1 g) h) 2 i) 4 j) 4 k) 4 l) 3 m) +∞ n) +∞ o) +∞ p) q) contínua r) descontínua de salto s) descontínua de ponto ou removível t) descontínua infinita u) }3{ v) [-2 ; ∞) x) 0 y) +∞ 4 – a) 1, , descontínua de ponto ou removível b) , -1, descontínua de salto c) , 3, descontínua de salto d) +∞, , descontínua infinita e) -1, , descontínua de ponto ou removível 5 - a) +∞, , descontinuidade infinita b) 1, , descontínua de ponto ou removível c) -∞, , descontínua infinita d) 1, 1, contínua e) , 3, descontínua de salto f) 3, , descontínua de ponto ou removível g) 0, 0, contínua 50 Capítulo 3: LIMITES: PROPRIEDADES E CÁLCULO DE LIMITES Prof. Áureo Martins 5 Introdução Neste capítulo, estudaremos as propriedades dos limites que serão utilizadas para realização do cálculo dos limites, bem como discutiremos as técnicas algébricas para calcular limites de diversas funções. 3.1 - Propriedade da substituição direta Se f for uma função polinomial ou racional e a estiver no domínio de f , então: )()(lim afxf ax 3.2 – Propriedades dos limites de funções 1) O limite de uma constante é a própria constante. cc ax lim Exemplo: )18(lim 7x =18 2) O limite da soma é igual a soma dos limites e o limite da diferença é igual a diferença dos limites. )(lim)(lim)()(lim xgxfxgxf axaxax Exemplo: 153.232limlim)2(lim 3 3 3 3 3 3 xxxx xxx 3) O limite do produto é igual ao produto dos limites. )(lim.)(lim)().(lim xgxfxgxf axaxax Exemplo: 2433.33lim.lim)3.(lim 32 3 2 3 2 3 x xx x x xx 4) O limite de uma constante vezes uma função é igual a constante vezes o limite da função. )(lim.)(.lim xfcxfc axax Exemplo: 453.5lim.5.5lim 22 3 2 3 xx xx 5) O limite da potência de uma função é igual a potência do limite da função. 5 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática 51 nax n ax xfxf )((lim)(lim Exemplo: 82]lim[][lim 33 2 3 2 xx xx 6) O limite de uma função é igual a raiz do limite da função. n ax n ax fxxf )(lim)(lim Exemplo: 282.4)4(lim4lim 333 2 3 2 xx xx 7) O limite do quociente é igual ao quociente dos limites. )(lim )(lim )( )( lim xg xf xg xf ax ax ax Teremos três casos a considerar: 1º CASO: quando Substituição Direta Exemplo: 1) .1 9 9 ) 72 12.32 () 7 13 (lim 22 2 x xx x 2) .3 3 9 ) 33.2 3.3 () 32 3 (lim 2 x x x 2º CASO: quando 0)(lim xg ax e 0)(lim xf ax 0 ºn 3 possibilidades (+∞, -∞ ou ). Para descobrir se o limite é +∞, -∞ ou , temos que estudar os limites laterais, conforme os gráficos a seguir: )(lim xf ax )(lim xfax )(lim xfax )(lim xf ax )(lim xfax )(lim xfax )(lim xf ax )(lim xfax )(lim xfax )(af )(af )(af DEFINIÇÃO: Seja f uma função definida em ambos os lados de a , exceto possivelmente em a . Então: 52 a) )(lim xf ax significa que podemos fazer os valores de )(xf ficarem arbitrariamente grandes (tão grande quanto quisermos) por meio de uma escolha adequada de x nas proximidades de a , mas não igual a a . b) )(lim xf ax significa que podemos fazer os valores de )(xf ficarem arbitrariamente grandes, porém negativos, por meio de uma escolha adequada de x nas proximidades de a , mas não igual a a . 3.3 – Exercícios resolvidos Calcular os limites das funções, se existirem: 1. 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx 0 ºn - 2° CASO Solução: temos que analisar os limites laterais: 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes. 2. 0 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 xx 0 ºn - 2° CASO Solução: temos que analisar os limites laterais: 0 1 )0( 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 2 xx 0 1)0( 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 2 xx Logo, o limite é +∞, pois os limites laterais são iguais. 3. 0 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 xx 0 ºn - 2° CASO Solução: temos que analisar os limites laterais: 0 1 )0( 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 2 xx 0 1 )0( 1 )22( 1 ) )2( 1 (lim 222 2 xx Logo, o limite é -∞, pois os limites laterais são iguais. 4. 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx 0 ºn - 2° CASO Solução: temos que analisar os limites laterais: 53 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx 0 1 22 1 ) 2 1 (lim 2 xx Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes. 5. 0 8 )33( 8 )3( 8 lim 223 xx 0 ºn - 2° CASO Solução: temos que analisar os limites laterais: 0 8 )0( 8 )33( 8 )3( 8 lim 222 3 xx 0 8 )0( 8 )33( 8 )3( 8 lim 222 3 xx Logo, o limite não existe, pois os limites laterais são diferentes. 3º CASO: quando 0)(lim xg ax e 0)(lim xf ax 0 0 Símbolo de Indeterminação Nada se pode afirmar, a priori, sobre o limite do quociente das duas funções pois ele pode assumir qualquer valor real ou não existir. Exprimimos essa expressão indeterminada dizendo que 0 0 é um Símbolo de Indeterminação. Devemos, então, fatorar e simplificar a função de tal forma a levantar a indeterminação 0 0 . OBSERVAÇÃO: Existem outras formas de expressões indeterminadas, a saber: 1,,0,.0.0,,, 0 0 00ou Continuação dos exercícios resolvidos Calcular os limites das funções, se existirem: 6. ) 1 1 (lim 2 1 x x x Solução: No cálculo deste limite, se simplesmente substituíssemos no lugar de x o valor 1, teríamos 0 0 11 11 1 1 22 x x , que é uma divisão que não faz sentido. Porém, notamos através de tabelas que o limite existe e vale 2. O que acontece é que esta é uma função que não está determinada neste ponto (o ponto 1 não pertence ao domínio da função), porém, quando estamos falando em limite, não estamos interessados no ponto em si, mas sim nas proximidades dele. Agora nos concentraremos apenas em alguns artifícios para calcular limites. Vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x – a)”, sendo a o valor que o x tende. 54 Neste mesmo exemplo, para valores diferentes de x = 1, podemos escrever: Portanto, para aproximar o valor do limite, basta calcular os valores de , para valores de x próximos de 1, ou seja, Logo, o gráfico da função 1 1 )( 2 x x xf é igual ao gráfico da função 1)( xxf , isto é, isto é, uma reta que corta o eixo da ordenadas (y) em 1 e tem uma descontinuidade de ponto em x = 1 e y = 2. Domínio da função = }1{ e a imagem da função = }.2{ 7. 0 0 33 93 ) 3 9 (lim 22 3 x x x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO). Solução: 633)3(lim 3 )3).(3( lim) 3 9 (lim 33 2 3 x x xx x x xxx Logo, em x = 3 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois )3(f . Domínio da função = }3{ e a imagem da função = }.6{ 55 8. 0 0 ) 22 4)2(4)2( (lim) 2 44 (lim 2 2 2 2 xx x xx (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO). Solução: 022)2(lim) 2 )2( (lim) 2 44 (lim 2 2 2 2 2 x x x x xx xxx Logo, em x = -2 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois )2(f . Domínio da função = }2{ e a imagem da função = }.0{ 9. 0 0 ) 11 41.31 () 1 43 (lim 22 1 x xx x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO) Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x - 1)”: )4()1()43( 2 xxxx 541)4(lim 1 )4).(1( lim 11 x x xx xx Logo, em x =1 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois )1(f . Domínio da função = }1{ e a imagem da função = }.5{ 56 10. 0 0 22 )102.32 (lim) 2 103 (lim 2 2 2 2 xx x xx (Símbolo de Indeterminação–3° CASO) Solução: vamos usar o artifício de dividir o polinômio por “(x - 2)”: )5()2()103( 2 xxxx 752)5(lim 2 )5).(2( lim 22 x x xx xx Logo, em x =2 a função tem uma descontinuidade de ponto, pois )2(f . Domínio da função = }2{ e a imagem da função = }.7{ 11. 0 0 22 622 2 6 lim 22 2 x xx x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO) 532)3(lim 2 )3).(2( lim 2 6 lim 22 2 2 x x xx x xx xxx Domínio da função = }2{ e a imagem da função = }.5{ 57 OBSERVAÇÃO: Para casos em que existe uma raiz quadrada na função e no cálculo do limite ocorre uma indeterminação zero dividido por zero, teremos que usar o artifício de multiplicar o numerador e o denominador da função pelo conjugado da função que contém a raiz, conforme mostraremos nos exercícios resolvidos de 12 ao 15, a seguir: 12. ) 25 5 (lim 25 x x x Solução: No cálculo deste limite, se simplesmente substituíssemos no lugar de x o valor 25, teríamos 0 0 2525 55 2525 525 , que é uma divisão que não faz sentido (Símbolo de Indeterminação) – 3º CASO. Vamos usar o artifício de multiplicar pelo conjugado da função que contém a raiz. Logo: Multiplicar pelo conjugado ] )5( )5( . )25( )5( [lim 25 x x x x x 10 1 525 1 5 1 lim )5).(25( 25 lim )5).(25( 5)( lim 2525 22 25 xxx x xx x xxx 13. 0 0 66 336 ) 6 33 (lim 6 x x x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO) ] )33( )33( . )6( )33( [lim 6 x x x x x 6 1 33 1 336 1 33 1 lim )33).(6( 6 lim )33).(6( 3)3( lim 66 22 6 xxx x xx x xxx 14. 0 0 42 44 ) 2 4 (lim 4 x x x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO) x xx x xx x x x x xxx 4 )2).(4(lim )()2( )2).(4( lim] )2( )2( . )2( )4( [lim 42244 422422(lim 4 x x 15. 0 0 39 819 3 81 lim 22 9 x x x (Símbolo de Indeterminação – 3° CASO) 58 9 )3).(9).(9( lim 3)( )3).(81( lim 3 3 . 3 81 lim 3 81 lim 922 2 9 2 9 2 9 x xxx x xx x x x x x x xxxx 1086.18)33).(99()3).(9(lim 9 xx x 3.4 – Exercícios propostos 1. Calcule o limite indicado em cada uma das funções, se existirem: a) )76(lim 2 x x = b) ) 5 25 (lim 2 5 x x x = c) 20lim 2x = d) ) 7 426 (lim 7 x x x = e) ) 11 53 (lim 4 x x x = f) ) 7 49 (lim 2 7 x x x = g) ) 1 2 (lim 2 1 x xx x = h) x x x 3 0 lim = i) 32 94 lim 2 2 3 x x x j) 492 1683 lim 2 2 4 ss ss s = k) 2 23 0 lim x xx x = l) 1 6 lim 2 3 x x x = m) 1 34 lim 2 2 1 x xx x = n) 1 12 lim 2 1 x xx x = o) 2lim 4 xx x = p) 4 4 lim 2 2 x x x = q) 2 4 lim 2 xx r) 22 )2( 8 lim xx 59 s) 24 )4( 5 lim xx t) 2 4 lim 2 2 x x x u) 9 27 lim 2 3 2 x x x v) 36254 20173 lim 2 2 4 xx xx x x2 + 1, para x < 2 w) Sendo f(x) = 2, para x = 2 , calcule )(lim 2 xf x e ).2(f 9 – x2, para x > 2 x - 1, para x ≤ 3 x) Sendo f(x) = 3x - 7, para x > 3 , calcule )(lim 3 xf x e ).3(f y) 20 1 lim xx z) 30 1 lim xx 3.5 – Respostas dos exercícios propostos a) 1 b) -10 c) 10 d) 6 e) -1 f) 14 g) 3 h) 0 i) -6 j) 32/21 k) 1 l) 15/2 m) -1 n) 0 o) 8 p) 0 q) r) + ∞ s) - ∞ t) 0 u) 4,5 v) 1 w) 5 e 2 x) 2 e 2 y) +∞ z) 60 Capítulo 4: CONTINUIDADE DE FUNÇÃO, LIMITES INFINITOS E ASSÍNTOTAS Prof. Áureo Martins 6 Introdução Neste capítulo, estudaremos a continuidade de função. Veremos que os valores de algumas funções variam continuamente sem interrupções e que os valores de outras funções podem saltar de maneira imprevisível, independentemente do modo como se controlam as variáveis. O limite fornece uma idéia precisa para verificar esses comportamentos. Após, vamos nos ocupar com o comportamento de uma função quando x cresce ou decresce sem parar denominado de limites infinitos, isto é, o comportamento final de uma função quando x aumenta ou diminui sem parar. 4.1. Continuidade de uma função DEFINIÇÃO: Uma função é dita CONTÍNUA em um número a , se: )()(lim afxf ax . Implicitamente, nesta definição temos que analisar três situações: 1ª.) )(af está definido (isto é, a está no domínio de f ); 2ª.) )(lim xf ax existe (só vai existir se os limites laterais existirem e forem iguais); 3ª.) )()(lim afxf ax . Basicamente, existem três tipos de descontinuidade, a saber: DESCONTINUIDADE DE PONTO: ocorre quando o )(lim xf ax existe, mas não é igual a )(af . Essa descontinuidade é chamada de REMOVÍVEL quando for possível fazer o )(af igual ao )(lim xf ax . DESCONTINUIDADE DE SALTO: ocorre quando ambos os limites laterais existem, mas não são iguais. Ocorre uma CONTINUIDADE LATERAL ESQUERDA quando )()(lim afxf ax . Ocorre uma CONTINUIDADE LATERAL DIREITA quando )()(lim afxf ax . DESCONTINUIDADE INFINITA: ocorre limite infinito quando x tende a “a” por um ou por ambos os lados. 6 Mestre em Ensino de Ciências e Matemática 61 4.2 – Exercícios resolvidos 1. Observando o gráfico da função, determine: a) os pontos onde há descontinuidade; b) o tipo de descontinuidade de cada ponto; c) onde ocorre continuidade lateral. Solução: a) ocorre descontinuidade em x = -3, 0 e 3. b) descontinuidade de ponto ou removível em x = -3, descontinuidade de salto em x = 0 e descontinuidade infinita em x = 3. c) ocorre continuidade lateral esquerda em x = 0. 2. Estude a continuidade da função em x = 1, 3 e 6. Verifique se é contínua e, se for descontínua, determine o tipo: de ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da função. x 2 - 4, se x < 1 f(x) = 2 – x, se 1 ≤ x < 3 5, se , se 3 ≤ x < 6 x - 1, se x ≥ 6 Em x = 1: 1ª) f(1) = 2 – 1 = 1 2ª) )(lim 1 xf x , temos que estudar os limites lateriais: 341)4(lim)(lim 22 11 xxf xx 112)2(lim)(lim 11 xxf xx Logo, como os limites laterais são diferentes, o )(lim 1 xf x . 3ª) )(lim 1 xf x é diferente do f(1) = 1. Portanto, a função é descontínua de salto em x = 1. Em x = 3: 1ª) f(3) = 5. 62 2ª) )(lim 3 xf x , temos que estudar os limites lateriais: 132)2(lim)(lim 33 xxf xx 5)5(lim)(lim 33 xx xf Logo, como os limites laterais são diferentes, o )(lim 3 xf x . 3ª) )(lim 3 xf x é diferente do f(3) = 5. Portanto, a função é descontínua de salto em x = 3. Em x = 6: 1ª) f(6) = 6 – 1 = 5. 2ª) )(lim 6 xf x estudar os limites lateriais: .5)5(lim)(lim 66 xx xf .516)1(lim)(lim 66 xxf xx Logo, como os limites laterais são iguais, o 5)(lim 6 xf x . 3ª) 5)(lim 6 xf x é igual ao f(6) = 5. Portanto, a função é contínua em x = 5. Gráfico da função: 3. Estude a continuidade da função em x = 0 e 2. Verifique se é contínua e, se for descontínua, determine o tipo: de ponto, salto ou infinita. Após, faça o gráfico da função. (x + 2) 2 ,se x < 0 3, se x = 0 f(x) = x + 4, se 0 < x ≤ 2 ,1 2 x se x > 2 Em x = 0: 1ª) f(0) = 3. 2ª) )(lim 0 xf x , temos que estudar os limites lateriais: 63 4)20()2(lim)(lim 22 00 xxf xx 440)4(lim)(lim 00 xxf xx Logo, como os limites laterais são iguais, o 4)(lim 3 xf x . 3ª) )(lim 0 xf x 4 é diferente do f(0) = 3. Portanto, a função é descontínua de ponto em x = 0. Em x = 2: 1ª) f(2) = 2 + 4 = 6. 2ª) )(lim 2 xf x estudar os limites lateriais: .642)4(lim)(lim 22 xxf xx .01 2 2 1 2 lim)(lim 22 x xf xx Logo, como os limites laterais diferentes, o )(lim6 xf x . 3ª) )(lim 2 xf x é diferente do f(2) = 6. Portanto, a função é descontínua de salto em x = 2. Gráfico da função: 4.3 – Limites Infinitos DEFINIÇÃO: A notação )(lim xf x é utilizada para indicar que os valores de )(xf tornam-se tão grandes quanto x . 64 4.3.1. Limite de uma função polinomial A função polinomial é a função do tipo: 01 1 1 ....)( axaxaxaxf n n n n Exercícios resolvidos 1. Determinar o limite ).3542(lim 24 xxx x Nesse caso, temos a indeterminação do tipo ∞ - ∞. Para calcular, vamos utilizar um artifício de cálculo, colocando em evidência do termo de maior grau da função. )3002()3 54 2(lim)3542(lim 2 424 xx xxxx xx Logo, o limite de uma função polinômica quando x ou quando x é igual ao limite do termo de maior grau da função. Logo: ).(lim....lim 01 1 1 n n x n n n n x xaaxaxaxa 2. Calcule, se existirem, os limites das funções e mostre no gráfico o que significa: a) .2)2(lim)12(lim xx xx b) 222 )()(lim)44(lim xxx xx 65 c) 333 )(lim)1(lim xx xx 4.3.2. Limite da função racional A função racional é a função do tipo )( )( )( xQ xP xf , ode P(x) e Q(x) são dois polinômios e Q(x) ≠ 0. Exercício resolvido Determinar o 2 32 lim x x x . Nesse caso, substituindo x , teremos a indeterminação do tipo . Então, vamos dividir o numerador e o denominador por x e depois aplicar as propriedades de limites juntamente com o teorema: TEOREMA: Se p é um número qualquer positivo, então: 0 1 lim px x e 0 1 lim px x . Teremos 2 0.21 0.32 2lim1lim 3lim2lim )21(lim )32(lim 21 32 lim 2 32 lim x x x x x x x x xx xx x x xx Logo, dado um quociente de polinômios tipo: . ... ... )( 01 1 1 01 1 1 bxbxbxb axaxaxa xf m m m m n n n n O limite do quociente de polinômios quando x ou quando x é igual ao limite do termo de maior grau da função do numerador com o termo de maior grau do denominador. Logo: casos xb xa m m n n x 3 . . lim 1º) CASO: Quando )(lim xfnm x 66 2º) CASO: Quando m n x b a xfnm )(lim ASSÍNTOTA HORIZONTAL: m n b a y 3º) CASO: Quando 0)(lim xfnm x ASSÍNTOTA HORIZONTAL: 0y Observação: quando x tem os mesmo três casos, só que devemos cuidar do sinal dos coeficientes e da paridade do expoente. 67 Exercícios resolvidos 1 - 1º CASO: 22 323 )(limlim 10 552 lim x x x x xxx xxx 22 323 )(limlim 10 552 lim x x x x xxx xxx 2 - 2º CASO: 4 2 8 2 8 lim 2 8 lim 102 48 lim 2 2 2 2 xxx x x x xx Assíntota Horizontal: y = 4 4 2 8 2 8 lim 2 8 lim 102 48 lim 2 2 2 2 xxx x x x xx 3 - 3º CASO: 0 11 limlim 10 5 lim 22 xx x x x xxx Assíntota Horizontal: y = 0 0 11 limlim 10 5 lim 22 xx x x x xxx 4 - Calcule, se existirem, os limites abaixo: a) 12 22 lim 7 39 x xx x 22 2 7 9 )(lim 2 2 lim 2 2 lim x x x x xxx b) 0 1 )( 11 limlim 3 12 lim 225 3 5 3 xx x xx xx xxx c) 6)6(lim 2 12 lim 2 12 lim 22 125 lim 5 5 5 52 xxxx x x x xx 5 - O custo médio para a produção de livros, somente na cor preta, de uma Editora é dado pela função custo médio: x xC 00,500.2 20,15)( a) Calcule )(lim xC x e interprete o resultado obtido. 20,15 00,500.2 20,15) 00,500,2 20,15(lim)(lim x xC xx O resultado obtido significa que quanto maior o número de livros produzidos, menor será o custo medi para produzi-los. Se o número de livros produzidos tender a uma quantidade muito alta o custo médio tende a se tornar constante, no valor de 15,20. Já para o custo médio de um livro com 5 cores e com fotos coloridas é dado pela função custo médio: 13 3500224 )( 2 2 xx xx xC . b) Calcule )(lim xC x e interprete o resultado obtido. 00,24 24 lim 13 3500224 )(lim 2 2 2 2 x x xx xx xC xx 68 O resultado obtido significa que quanto maior o número de livros produzidos com 5 cores e com fotos coloridas, menor será o custo médio para produzi-los. Se o número de livros produzidos tender a uma quantidade muito alta o custo médio tende a se tornar constante, no valor de 24,00. 4.4 - Assíntotas Em aplicações práticas, encontramos com muita frequência gráficos que se aproximam de uma reta à medida que o valor de x cresce ou decresce. Essas retas são denominadas de Assíntotas. Vamos nos dedicar as assíntotas verticais e horizontais. Em muitos gráficos de funções é possível observar mais que um tipo de assíntota. ASSÍNTOTA VERTICAL: a reta ax é uma assíntota vertical do gráfico de uma função, se pelo menos uma das assertivas abaixo for verdadeira: a) )(lim xf ax b) )(lim xf ax c) )(lim xf ax d) )(lim xf ax ASSÍNTOTA HORIZONTAL: a reta cy é uma assíntota horizontal quando pelo menos uma das assertivas abaixo for verdadeira: a) cxf x )(lim b) cxf x )(lim Exercícios resolvidos 1. A reta 2x é uma assíntota vertical do gráfico da função 2 1 x y , pois, analisando os limites laterais de 2, teremos: 0 1 2 1 lim)(lim 22 x xf xx 0 1 2 1 lim)(lim 22 x xf xx Nessa mesma função 2 1 x y , a reta 0y é uma assíntota horizontal, pois analisando os limites infinitos, teremos: 0 11 lim 2 1 lim)(lim xx xf xxx 0 11 lim 2 1 lim)(lim xx xf xxx 2. Esboce o gráfico de um exemplo de função f que satisfaça a todas as condições dadas: 69 a) )(lim 0 xf x , )(lim 0 xf x , 3)(lim xf x , 3)(lim xf x b) )(lim 2 xf x , 0)(lim xf x , 0)(lim xf x , )(lim
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