Peça 01 - RESPOSTA A ACUSAÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DE CUIABÁ/MT
JOSAFÁ DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe que lhe move a justiça pública, por sua advogada que ao final assina (procuração em anexo), vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO
Com fundamento nos artigos 396 e 396-A, conforme os fatos e fundamentos a seguir expostos:
I- DOS FATOS
Conforme consta dos autos, o requerente foi denunciado pelo suposto cometimento do crime de estelionato na forma continuada, haja vista ter emitido dois cheques no valor de R$ 1.000,00 (um mil reais) cada um, sabendo que eram sem fundos.
O requerente cometeu tal delito em razão de estar sendo ameaçado por dois homens que invadiram sua residência e mantiveram sua esposa e seus filhos como reféns, exigindo que o mesmo descontasse cheques de sua titularidade no comércio local para obter o valor pretendido.
As vítimas do fato delituoso, Josué e Josias, ao perceberem que os cheques que receberam estavam sem fundos, prestaram queixa na delegacia. Diante disso, ao tomar conhecimento das queixas, Josafá dirigiu-se às residências de ambos e quitou o débito dos dois cheques. 
II- DOS FUNDAMENTOS
 Inicialmente, deve-se destacar que o requerente apenas cometeu o fato ilícito por estar sendo coagido de forma moral irresistível. Isso porque Josafá foi claramente ameaçado, agindo por medo de perder sua esposa e seus dois filhos.
Conforme o artigo 22 do Código Penal, não será punido quem cometeu fato sob coação irresistível, punindo-se, por ele, apenas o autor da coação, não restando outra medida cabível senão a extinção da punibilidade do requerente.
Ademais, antes mesmo de o requerente ser denunciado, foram quitados os débitos que haviam em razão da sua conduta, não devendo ao menos ser recebida a denúncia.
A afirmação acima encontra respaldo na súmula 554 do STF, a qual evidência em seu texto que o pagamento do cheque sem fundos antes de recebida a denúncia extingue a punibilidade do autor.
Diante disso, no presente caso, a denúncia deve ser rejeitada como medida de justiça.
III- DOS PEDIDOS
Ante o exposto, pugna-se à Vossa Excelência pela rejeição da denúncia dos presentes autos, com fundamento no artigo 395, II do CPP e súmula 554 do STF. Ainda, pugna-se também pela absolvição súmaria de Josafá da Silva, conforme o artigo 397, II do CPP.
Termos em que, 
Pede e aguarda deferimento.
Cuiabá, 14 de julho de 2019.
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Advogado, OAB ...
ROL DE TESTEMUNHAS
1- Josué
2- Josias
3- Esposa de Josafá