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Asma Epidemiologia: Assim como o lactente sibilante, ela não possui uma causa específica, é uma doença que pode ser causada por diversas situações. > é MULTIFATORIAL. Doença crônica mais prevalente na infância Mundo: 10-30% Brasil 19-24% Gera sofrimento individual e familiar. O paciente, rotineiramente, está com falta de ar, desconforto respiratório, a criança está frequentemente faltando aula, gerando preocupação nos pais. Grande utilização do sistema de saúde: 4ª causa de hospitalização na infância Alto custo para o sistema de saúde, principalmente se eu não tenho um manejo adequado. A asma é a causa mais frequente de incapacidade na infância Fisiopatologia: Interação de células inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. Hiperreatividade brônquica Inflamação de vias aéreas Obstrução de vias aéreas Remodelação das paredes de vias aéreas BRONCOCONSTRIÇÃO DA ÁRVORE PULMONAR. Caroline Zanella ATM 2022/A Inflamação aguda Broncoconstrição Edema Secreção Tosse Inflamação crônica Recrutamento cel. Dano epitelial Modificações Estruturais Precoces Remodelamento das vias aéreas Proliferação celular Aumento da matriz extracelular Remodelamento da via aérea: Modificações na estrutura da via aérea que causam limitação irreversível do fluxo aéreo Hipertrofia do músculo liso Fibrose da membrana basal Interrupção do processo de apoptose Contribui para limitações na resposta terapêutica História natural da doença: Ainda não é possível predizer com segurança o curso clínico da sibilância entre lactentes e pré-escolares; Diagnóstico clínico: 1 ou mais sintomas Dispneia Tosse crônica Sibilância (3 ou mais no ano) Aperto no peito ou desconforto respiratório História familiar positiva (asma ou atopia) Variabilidade sazonal dos sintomas Principalmente à noite ou pela manhã É importante evidenciar que nem todos os pacientes sibilam. Pode ocorrer de haver asmáticos que não sibilam. Diagnóstico funcional: Pico de fluxo expiratório (PFR) (peak flow): Quantifica a melhora do tratamento Avalia a necessidade de gasometria (< 25% do previsto) Indica a possibilidade de internação (melhora < 50% do basal) Esforço dependente Válido apenas para > 6 anos Aumento > 15% no PFR após broncodilatador ou curso oral do corticoide Diagnóstico diferencial: Anel vascular IVAS Aspiração de corpo estranho Aspiração recidivante Displasia broncopneumonar (DBP) Fibrose cística Anomalias vasculares Discinesia da laringe Fístula traqueoesofágica Anomalias traqueobrônquicas Massas mediastinais Imunodecifiência Tuberculose Síndrome de Loeffler (fase pulmonar de parasitas) Toxocaridíase ICC Bronquiectasias Tratamento medicamentoso: Considerações devem ser feitas antes de iniciar o tratamento passo a passo: Confirmar o diagnóstico de asma e, se verdadeiro, iniciar tratamento; Checar e corrigir técnica do inalador; Verificar aderência ao tratamento; Inquirir sobre fatores de risco, alérgenos e exposição ao tabaco; Caso duvidosos e de difícil abordagem, encaminhar ao especialista. Medicação de controle: uso regular Reduzem a inflamação das vias aéreas, controlam os sintomas e reduzem exacerbações Corticoesteroides inalatórios Medicação adicionais: quando sintomas persistentes e/ou exacerbações Agonistas de receptores -2 adrenérgicos de longa duração e de curta duração (> 4 anos), antagonistas dos receptores de leucotrienos e tiotrópio (> 6 anos) e anti-IgE (omalizumabe), apenas para pacientes com asma grave (> 6 anos). Broncodilatadores: -2 agonista de curta duração na primeira hora a cada 20 min; Salbutamol: agonista de escolha, mais seletivo; início do efeito em minutos, persiste por 2-5 horas; Spray: 50mcg/kg/dose (1 jato/2kg) máx. 10 puffs melhor que o nebulizador! Nebulização (salbutamol/fenoterol): 0,15 mg/kg/dose – máx. 5 mg/dose + O2 6L/min Nebulização contínua (salbutamol/fenoterol): Dose: 0,3 a 0,5 mg/kg/hora + 10 ml SF 0,9%; Frequência: a cada 1 a 8 horas Salbutamol / terbutalina (EV) PaCo2 + 40 mmHg, PaO2 < 60 mmHg, PFR < 25% Dose ataque: 10 mcg/kg/min Dose manutenção: 0,4 mcg/kg/min. Aumento de 0,2 mcg/kg/min a cada 15 min até 4 mcg/kg/min; Efeitos colaterais: Tremores, irritabilidade, taquicardia, hipopotassemia; Ativa receptores aumenta AMPc Ativa canais de K Hiperpolarização cél./ Inibição influxo Ca Anticolinérgico (brometo de ipratrópio): Potencializa a ação do -2 agonista; Bloqueia receptores de acetilcolina na junção neuromuscular do músculo liso brônquico; Início de ação com 20 min, pico com 60 min, meia-vida de 3-4h. 20-40 gotas (250 a 500 mcg/dose) por inalação; No geral, é bem tolerado. Corticoide: Iniciar na 1ª hora: ação anti-inflamatória (tardia) e broncodilatadora (precoce): aumenta números e afinidade dos receptores agonista Inibição da formação e atuação de citoquinas (Il1, Il3 – 8, TNF); Modificam metabolismo de mediadores (bradicinina), por induzir atividade de enzimas de degradação; Efeito inibitório na expressão de moléculas de adesão; Diminuem a permeabilidade microvascular; Diminuem a secreção de muco na via aéres; Exemplos: Hidrocortisona: ataque (10 mg/kg); manutenção (2-5 mg/kg/dose – 6/6h) Metilprednislolna: 0,5 a 1 mg/kg/dose – 6/6h Prednisona/ Prednisolona: 1 a 2 mg/kg/dia – máx. 60 mg; Uso prolongado: ganho de peso, retardo do crescimento, aumento apetite, imunossupressão, HAS, hiperlipidemia se usa VO por 5-7 dias; se usa inalatório de uso contínuo, com pouca absorção sistêmica e evita efeitos de Cushing exógena. Esquema tratamento: SABA se necessário; Tratamento não farmacológico CI dose baixa + Passo 1 CI dose média + CI dose baixa + ARLT ou CI dose baixa + LABA + Passo 1 CI dose média + ARLT ou CI dose média + LABA ou CI dose média + CO ou CI dose média + LAMA + Passo 1 + encaminhar ao especialista Nebulizador x espaçador Nebulizador Custo elevado Necessidade de fonte de energia Deposição pulmonar ineficiente Espaçador Mais econômico Mais higiênico Portátil Administração rápida Maior deposição pulmonar da medicação Possibilidade de menores doses de -2 agonista < efeitos colaterais Dispositivo inalatório: Bombinha Espaçador Criança < 4 anos: com espaçador bivalvulado e máscara sobre o nariz e a boca; Posição: sentado ou deitado Retirar a tampa Agitar por 3-5 segundos Acoplar o frasco do inaladores dosimetrados pressurizados (IDP) à entrada do espaçador na vertical Ajustar a máscara sobre o nariz e a boca, mantendo a respiração espontânea Disparar uma dose do IDP, preferencialmente no início de uma inspiração para o máximo aproveitamento do jato Completar 6-8 ciclos respiratórios após o disparo Quando indicadas mais doses, realizar cada um dos passos novamente Lavar a boca e rosto após o uso Criança entre 4-6 anos: com espaçador bivalvulado e bocal Posição: sentado ou em pé Retirar a tampa Retirar a válvula do espaçador Agitar por 3-5 segundos Acoplar o frasco do IDP à entrada do espaçador na vertical Posicionar o bocal do espaçador entre os lábios bem cerrados, passagem de ar pelas narinas e manter a respiração pela boca Disparar uma dose do IDP, preferencialmente no início de uma inspiração para o máximo aproveitamento do jato Quando indicadas mais doses, realizar cada um dos passos novamente Lavar a boca após o uso Espaçador em crianças > 6 anos Retirar a tampa Agitar por 3-5 segundos Acoplar o frasco do inalador no espaçador Soltar o ar Sugar o medicamento e segurar a medicação/respiração por 5 segundos; Lavar a boca após o uso Controle dos sintomas: Nas quatro últimas semanas apresentou: Sintomas diurnos por mais de alguns minutos e mais de uma vez na semana? Alguma limitação devido a asma (correu, brincou menos ou cansou mais facilmente)? Necessidade de utilizar medicação de alívio mais de uma vez na semana? Despertar noturno ou tosse a noite devido a asma? Se sim, tem que ajustar medicação econferir aplicação do medicamento!! Novo consenso: Na etapa 1 de tratamento: O corticoide inalatório (CI) deve ser considerado para pacientes com asma leve (em vez de prescrever o beta-agonista de ação curta (SABA) sozinho para reduzir o rico de exacerbações graves; Nas etapas 3-4 de tratamento: Adicionar broncodilatador de longa duração (LABA) ao CI em um inalador combinado reduz o risco de exacerbações e melhora os sintomas e a função pulmonar, comparando com a mesma dose de CI isolada, mas com uma pequena redução no uso de medicação de resgate; Etapas 5 de tratamento: O benralizumabe subcutâneo (anticorpo monoclonal anti-receptor de Il5 α) é outro tratamento adicional para pacientes com idade ≥ 12 anos com asma eosinofílica grave Exames complementares: Gasometria arterial: se sinais de gravidade; PFE < 30% após tratamento ou sat O2 < 93% Hemograma: suspeita de infecção; Neutrófilos aumentam após 4h de uso de corticoides sistêmicos Eletrólitos: doenças cardiovasculares, uso de diuréticos ou -2 agonista; Exames laboratoriais são dispensáveis no OS, não devem atrasar início do tratamento Raio-X de tórax: Pneumonia ou atelectasia Pneumotórax ou pneumomediastino Insuficiência respiratória iminente Pacientes que necessitam de internação Pacientes que não respondem ao tratamento inicial Presença de comorbidades Primeiro episódio de sibilância
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