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Gerenciamento de Riscos e Manutenção Aplicada

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MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
GERENCIAMENTO DE RISCOS E 
MANUTENÇÃO APLICADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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2 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................... 03 
 
UNIDADE 2 – RISCOS: TERMINOLOGIA ADEQUADA .......................................... 05 
 
UNIDADE 3 – GERÊNCIA DE RISCOS ................................................................... 10 
3.1 Identificação e análise de riscos .......................................................................... 10 
3.2 Análise global de risco ........................................................................................ 12 
3.3 Avaliação de riscos pelo Método Gretener .......................................................... 15 
 
UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RISCOS APLICADO ................................... 21 
4.1 Incêndio de jato ................................................................................................... 30 
4.2 Dimensões da chama .......................................................................................... 31 
4.3 Incêndio de poça ................................................................................................. 32 
4.4 Explosão de nuvem ............................................................................................. 34 
4.5 Vulnerabilidade das pessoas ............................................................................... 35 
4.6 Vulnerabilidade das estruturas metálicas ............................................................ 36 
 
UNIDADE 5 – AUDITORIA INTERNA DE SEGURANÇA NA PREVENÇÃO DE 
RISCOS..................................................................................................................... 38 
5.1 Evolução e conceitos para auditoria .................................................................... 38 
5.2 A auditoria aplicada à segurança contra incêndio e pânico ................................ 40 
 
UNIDADE 6 – MANUTENÇÃO APLICADA A SEGURANÇA .................................. 44 
6.1 Definições, benefícios e finalidades gerais da manutenção ................................ 44 
6.2 Conceitos básicos em manutenção ..................................................................... 45 
6.3 O planejamento e o controle da manutenção ...................................................... 50 
6.4 A manutenção nas normas brasileiras para SCI ................................................. 56 
6.5 Manutenção preventiva ....................................................................................... 57 
6.6 Tratamento de falhas em sistema de SCI ........................................................... 62 
 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO 
 
No gerenciamento de projetos existe uma área conhecida como gerência de 
riscos que cabe quase como uma luva para iniciarmos os estudos neste módulo. É 
uma área que busca identificar, analisar e planejar os riscos potenciais que podem 
afetar o projeto, minimizando a sua probabilidade de ocorrência e suas 
consequências se possível. Ou seja: aumentar a probabilidade e o impacto dos 
eventos positivos e reduzir a probabilidade e os impactos dos eventos negativos no 
projeto. 
Transportando para a segurança contra incêndio e pânico, podemos afirmar 
de imediato que o risco se reporta a três fatores que devem ser observados e 
prevenidos: ocupação, composição e conteúdo. 
Ocupação está relacionada com a maior ou menor quantidade de pessoas e 
o conhecimento que possuem os ocupantes do espaço; composição vislumbra a 
construção em si, os materiais utilizados, a altura da edificação, entre outros, e 
conteúdo, se reporta aos materiais mais ou menos inflamáveis, dentro da edificação, 
que podem determinar o fator de risco e/ou probabilidade de ocorrência de um 
incêndio. 
Gerenciar riscos seria então, grosso modo, promover ações a partir da 
elaboração de projetos que visam minimizar a possibilidade de ocorrer sinistros 
como incêndios, o que passa também pela manutenção dos equipamentos, das 
instalações elétricas, hidráulicas, enfim, de toda arquitetura da edificação. 
Esse processo passa por identificar áreas, equipamentos e situações de 
risco, analisar, avaliar e controlar. 
Pontualmente, veremos os riscos do incêndio de jato, dimensões da chama, 
incêndios de poça, explosão de nuvem e a vulnerabilidade das pessoas e das 
estruturas metálicas. Daremos algumas pinceladas na questão da auditoria interna 
de segurança na prevenção de riscos. 
A manutenção, assunto da última unidade, deve ser vista como um 
elemento-chave, não somente para a produtividade de uma planta, para a qualidade 
 
 
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dos produtos, bem como para a segurança das pessoas e de toda propriedade, seja 
ela um unidade industrial ou um edifício de escritórios ou residências. Em se 
tratando do ambiente industrial, é um desafio que implica em rediscutir as estruturas 
atuais inertes e promover métodos adaptados à nova natureza dos materiais. 
Como dizem Linzmayer, Silva e Atik (2008), a confiabilidade dos sistemas de 
segurança contra incêndio e equipamentos utilizados deve ser controlada em todo 
seu ciclo de vida, ou seja: elaboração do projeto, especificações, construção, 
montagem, recebimento técnico, uso, operação e manutenção. As equipes da 
brigada de incêndio e os técnicos responsáveis pela manutenção devem estar 
familiarizados e disciplinados a atenderem as normas e a praticarem ações 
padronizadas, nas operações de funcionamento e manutenção dos sistemas e 
equipamentos de SCI. 
Os sistemas e equipamentos de SCI, por serem utilizados com baixa 
frequência, apresentam dificuldades de identificação das falhas de manutenção. A 
constatação dessas falhas poderá ocorrer durante as operações de combate, no 
momento em que a brigada de incêndio mais precisa do bom funcionamento dos 
equipamentos. Essa situação pode provocar um agravamento, principalmente pelo 
fato da inexistência de equipes técnicas de manutenção para o pronto atendimento 
de reparos. 
Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como 
premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um 
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados 
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar, 
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores, 
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de umaredação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas 
opiniões pessoais. 
Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se 
outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo, 
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos 
estudos. 
 
 
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UNIDADE 2 – RISCOS: TERMINOLOGIA ADEQUADA 
 
 
Terminologias sempre contribuem para entendermos, aplicarmos os 
conceitos em sentido preciso e conseguirmos relacioná-los, tanto que se 
observarmos nas normas técnicas, sempre encontramos um glossário ou um tópico 
sobre as terminologias pertinentes. 
No campo do gerenciamento dos riscos também se fazem proveitosas essas 
terminologias, portanto vamos àquelas que se relacionam com a segurança contra 
incêndio e pânico. 
 Acidentes do Trabalho: são ocorrências de menos frequência, que se 
restringem na maior parte das vezes a uma pessoa, não passando dos limites 
da empresa envolvida. Por exemplo: cortes, queimaduras térmicas/químicas, 
torções, entre outros. 
 Acidentes Maiores/Acidentes Químicos Ampliados: são eventos de maior 
gravidade e de frequência significativamente menor, cujas consequências se 
estendem a um maior número de pessoas. Estes eventos causam grandes 
perdas às próprias instalações da empresa, podendo ultrapassar os seus 
limites geográficos e causam substanciais danos ambientais. 
 Risco com sentido de perigo: uma ou mais condições de uma variável com 
potencial necessário para causar danos. Esses danos podem ser entendidos 
como lesões a pessoas, danos a equipamentos ou estruturas, perda de 
material em processo, ou redução da capacidade de desempenho de uma 
função predeterminada. Havendo um risco, persistem as possibilidades de 
efeitos adversos. 
 Risco: expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período 
específico de tempo ou número de ciclos operacionais. O valor quantitativo do 
risco de uma dada instalação ou processo industrial pode ser conseguido 
multiplicando-se a probabilidade de ocorrência (taxa de falha) de um acidente 
pela medida da consequência/dano (perda material ou humana) causada por 
este acidente. 
 
 
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 Perigo: expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua 
materialização em dano. É comumente entendido como um potencial de 
causar danos ou perdas humanas, ou de valores materiais. 
 Segurança: é frequentemente definido como “isenção de riscos”. Entretanto, é 
praticamente impossível a eliminação completa de todos os riscos. Podemos 
então definir segurança como uma condição ou conjunto de condições que 
objetivam uma relativa proteção contra um determinado risco. 
 Sistema: é um arranjo ordenado de componentes que estão inter-
relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas para cumprir 
uma determinada tarefa ou função (objetivo) previamente definida em um 
ambiente. Um sistema pode conter ainda vários outros sistemas básicos, aos 
quais chamamos de subsistemas. 
 Probabilidade: é a chance de ocorrência de uma falha que pode conduzir a 
um determinado acidente. Esta falha pode ser de um equipamento ou 
componente do mesmo, ou pode ser ainda uma falha humana. 
 Consequência/Dano: é a medida do resultado de um acidente. Também pode 
ser definido como sendo a gravidade da perda humana, material ou 
financeira, ou a redução da capacidade de desempenho de uma função 
predeterminada em um dado sistema. 
 Confiabilidade: é quantitativamente definida como sendo a probabilidade que 
um componente, dispositivo, equipamento ou sistema desempenhe 
satisfatoriamente suas funções por um determinado espaço de tempo e sob 
um dado conjunto de condições de operação. 
 Causa: é a origem de caráter humano ou material relacionada com o evento 
catastrófico (acidente), pela materialização de um risco, resultando danos. 
 Incidente: qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar 
danos. É também chamado de “quase-acidente”. Este conceito tem sido muito 
contestado, uma vez que pela definição de acidentes, estes se confundiriam, 
ficando a diferença em se ter ou não lesão (SOUZA, 2003). 
 
 
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Souza (2003) ainda propõe o seguinte esquema de referência para 
entendermos melhor os termos acima. 
 
 
 
Obs.: o risco é inerente a qualquer atividade e/ou substância, portanto, 
devemos analisar e classificar os riscos e perigos em função do grau de exposição e 
suas consequências e, assim, teremos condições técnicas de estabelecer medidas 
que previnam a ocorrência de um evento indesejável. 
Os riscos podem ser classificados em baixo, médio ou alto. Por exemplo, 
quando a manutenção está “em dia”, se as instalações elétricas, hidráulicas, entre 
outras, estão corretas e passam por manutenções periódicas, podemos dizer que a 
probabilidade de acontecer um acidente terá um risco baixo. 
Nesse sentido, podemos afirmar que existem riscos conhecidos dos quais 
podemos controlar e também existem riscos que conhecemos e não podemos 
controlar, mas também existem riscos que desconhecemos e não podemos 
controlar. Veremos na próxima unidade, “Gerência de risco”, as ações de identificar, 
analisar, avaliar e controlar riscos de maneira geral para na sequência discutirmos o 
gerenciamento de riscos em situações específicas de incêndio. 
 
 
 
 
 
 
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Guarde... 
Em sentido tecnológico, risco seria a probabilidade de ocorrência de um 
processo ou ação com potencial destruidor com uma determinada severidade, numa 
dada área e num determinado período de tempo. O seu cálculo pode se basear no 
histórico existente para o evento e a suscetibilidade que se remete aos aspetos 
relacionados com o espaço/local para o qual se estuda o fenômeno (VARNES, 1948 
apud SILVA, 2014), assim teríamos a seguinte fórmula: 
 
Probabilidade x suscetibilidade = Perigosidade 
 
Probabilidade é a razão entre o número de casos favoráveis à ocorrência 
de um evento e o número total de casos possíveis. Ou seja, é o potencial/frequência 
de ocorrências com consequências negativas para a população, ambiente e 
economia. 
Suscetibilidade, em se tratando da indústria, expressa as condições que 
essa indústria apresenta para a ocorrência e potencial de um fenômeno danoso. 
Uma unidade industrial será mais ou menos suscetível conforme seja mais afetada 
ou potencialize a ocorrência e desenvolvimento do fenômeno. 
 
Exposição x compartimentação x resistência ao fogo dos elementos estruturais = 
suscetibilidade 
 
A Vulnerabilidade reflete a potencial afetação de pessoas, bens e ambiente 
devido à ocorrência de um determinado evento. 
 
Tipo de ocupação x carga de incêndio x meios de prevenção/detecção x meios de 
extinção x abastecimento água incêndio x rede elétrica = vulnerabilidadeSite: www.ucamprominas.com.br 
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Dano potencial seria o prejuízo ou perda expectável num elemento ou 
conjunto de elementos expostos, em resultado do impacto de um processo (ou ação) 
perigoso natural, tecnológico ou misto, de determinada severidade. 
O dano potencial é o produto entre a vulnerabilidade e o valor econômico do 
elemento em risco. 
 
Valor econômico x vulnerabilidade = dano potencial 
 
Como resultado dos conceitos acima, Silva (2014) ressalta que não se pode 
falar de Risco sem a integração de todas as componentes. Pois sem probabilidade, 
suscetibilidade, vulnerabilidade e valor econômico não existe risco. 
Portanto: 
Perigosidade x dano potencial = risco 
Modelo de risco de incêndio industrial 
 Tipos de ocupação 
 X 
 Carga de incêndio 
 X 
 Meios de 
prevenção/detecção 
 X 
 Exposição Meios de extinção 
 X X 
 Compartimentação Abastecimento 
água incêndio 
 X X 
Histórico Resistência ao 
fogo dos 
elementos 
estruturais 
 Valor 
econômico 
 Rede elétrica 
 
Probabilidade X Suscetibilidade Valor 
econômico 
X Vulnerabilidade 
 
Perigosidade Dano potencial 
 
RISCO 
Fonte: Silva (2014a, p. 24). 
 
 
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UNIDADE 3 – GERÊNCIA DE RISCOS 
 
Vamos começar a apresentar as atribuições e ações da gerência de riscos 
alertando a existência do desconhecimento e negligência das pessoas dos riscos de 
acidentes envolvendo as pessoas. Muitas vezes, as edificações e as pessoas 
possuem todo um aparato para prevenir e combater um incêndio, mas não sabem 
para que servem e nem usá-los. Não há um plano de emergência, treinamentos e 
em outras situações, nem uma brigada de incêndio. 
Para que se tenha êxito na prevenção de incêndio, é de fundamental 
importância que exista treinamento periódico, pois desta forma, existirá uma 
continuidade no aprendizado, o que irá evitar que o assunto caia no esquecimento. 
Para Pereira e Popovic (2007, p.17), “Os grandes incêndios ocorrem, em 
sua maioria, devido às falhas durante o processo de prevenção e/ou na execução do 
combate inicial”. 
Feitas estas considerações iniciais, vejamos a importância de identificar, 
analisar, avaliar e controlar os riscos de incêndios. 
 
3.1 Identificação e análise de riscos 
A análise dos riscos consiste num exame sistemático, seja de uma 
instalação industrial em qualquer fase de atividade, ou uma edificação comercial ou 
residencial, com a finalidade de identificar os riscos presentes, hierarquizar e definir 
formas de controle para mitigação desses riscos. 
Seu objetivo é dar elementos para o processo decisório da organização 
quanto à redução das perdas ou tolerância ao risco identificado (DUIJIM, 2008 apud 
ZAGUINI, 2012). 
A análise de riscos permite uma minimização dos riscos aos trabalhadores e 
a comunidade através da gestão das consequências de perdas não intencionais com 
redução das chances de efeitos dominós em outras partes da instalação. A inclusão 
da probabilidade como fator de peso na análise do risco faz com que os impactos 
sejam avaliados em outra perspectiva (PASMAN et al., 2009 apud ZAQUINI, 2012). 
 
 
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O conhecimento e a capacitação das organizações na identificação de 
aspectos e avaliação de impactos ambientais associados, assim como a 
identificação de perigos e análise de risco conectados com a segurança e com a 
saúde, também devem ser aproveitados como meio de identificar e avaliar 
regularmente problemas e de reconhecer oportunidades de melhoria potencial 
(ARAÚJO et al., 2007). 
Existem várias metodologias de análise de riscos, onde a maioria descreve 3 
principais fases: identificação, avaliação e hierarquização. 
Segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental – CETESB 
– (2003 apud ZAGUINI, 2012), o procedimento básico para a avaliação do risco deve 
seguir os seguintes passos: 
 descrição do sistema; 
 identificação dos perigos; 
 análise das probabilidades e causas dos problemas; 
 caracterização dos riscos. 
A caracterização dos riscos depende de uma avaliação quantitativa ou 
qualitativa do risco, portanto, analisar o risco é identificar, discutir, avaliar as 
possibilidades de ocorrência de falhas e definir ações ou controles que evitem ou 
minimizem os danos caso estes ocorram (LAGADEC, 1980 apud MARRIN, 2004). 
Tixier et al. (2002) e Lees (1996) citados por Zaguini (2012) e SenNe Jr. 
(2003) e Vasconcelos (1984), descrevem que as metodologias de análise de riscos 
se dividem em qualitativas e quantitativas, probabilísticas e determinísticas. 
Os métodos qualitativos são os métodos que fornecem valores numéricos 
para estabelecer priorização dos riscos, entre eles, pode-se citar: lista de verificação 
(checklist); APR ou APP (análise preliminar de riscos ou perigos); HAZOP (estudo de 
operabilidade e perigos); FMEA (análise de modos de falha e efeitos); Análise 
Histórica de Eventos; Análise de Árvore de Falhas; entre outras. 
Os métodos quantitativos são usados nas fases de avaliação da 
consequência e avaliação das probabilidades dos eventos ou sequência de eventos 
 
 
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indesejáveis para que seja possível a estimativa do risco inerente a um determinado 
sistema. 
Além desses métodos, há um conjunto de instrumentos de apoio à aplicação 
das técnicas, cobrindo, principalmente, os seguintes itens: 
 banco de dados de confiabilidade de sistemas; 
 banco de dados sobre materiais e corrosão; 
 banco de dados de taxas de falhas dos sistemas, equipamentos, 
componentes e de acidentes; 
 programas de simulação de probabilidades de acidentes (ZAGUINI, 2012). 
Teremos uma unidade para apresentar o gerenciamento de riscos aplicado 
quando usaremos alguns dos métodos citados. 
 
3.2 Análise global de risco 
A análise global de risco de incêndio é um método a ser aplicado ao projeto 
de segurança contra incêndio em uma edificação isolada ou em conjunto, e visa 
estabelecer o balanceamento entre as medidas que dificultam o incêndio (fatores de 
segurança) e as medidas que o favorecem (fatores de risco), ambas afetadas pelos 
respectivos fatores de ativação. Essa análise baseia-se no método original do 
engenheiro suíço Max Gretener. 
A equação fundamental da análise global de risco é 
 
onde: Ƴ é coeficiente de segurança contra incêndio. 
S é a segurança contra incêndio. 
R é o risco global de incêndio. 
 
 
 
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Ƴ mede o eventual desequilíbrio entre a segurança contra incêndio e o risco 
de incêndio. Numa situação favorável à segurança, tem-se Ƴ >ou= a 1. Caso 
contrário, Ƴ < ou = a 1. 
Busca-se paraum projeto de segurança contra incêndio em edificação (ou 
edificações) o maior coeficiente de segurança possível com o menor investimento 
realizado. Essa relação de forças (segurança versus investimento) deve ser 
disciplinada por exigência legal, via instrução normativa ou portaria expedida pelo 
Corpo de Bombeiros, ou mesmo por recomendação de normas técnicas, de um 
coeficiente mínimo aceitável Ƴmin. 
A equação ficaria assim: 
 
A análise de risco é dita global porque considera toda a complexidade do 
sistema edificação + usuário + incêndio no termo Ƴ, e todos os aspectos político-
econômico-sociais envolvidos na problemática da segurança contra incêndio no 
termo Ƴmin (ANTUNES, 2011). 
Lopes (2008) também pondera que a avaliação do risco no sentido lato, é 
uma matéria revestida de incerteza pela dificuldade de identificação dos perigos. A 
diversidade de fatores que podem constituir uma situação de risco associada à sua 
manifestação intermitente, constitui um desafio para a sua análise. 
De maneira geral, podemos analisar os riscos abordando os dois fatores 
definidores do risco: a probabilidade de ocorrência do acontecimento e a sua 
gravidade, ou seja: a probabilidade (P) x a gravidade (G). 
Esta abordagem permite uma análise sistemática do risco através da 
quantificação de ambos os parâmetros, probabilidade e gravidade, para cada caso, 
detalhadamente. Uma vantagem decorrente deste tipo de análise é o de comparar 
situações mediante a definição de curvas de igual risco que variam em função da 
Probabilidade (P) e da Gravidade (G) (ilustrado ao final do tópico). 
 
 
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A segurança em cada caso é conseguida através da imposição de um risco 
limite, dito aceitável. Para que a situação em análise não ultrapasse este valor, é 
necessário reduzir a probabilidade de ocorrência ou a gravidade das consequências 
dessa mesma ocorrência. 
Esta redução é conseguida através da implementação de medidas de 
prevenção e de proteção. As medidas de prevenção destinam-se a prevenir a 
ocorrência do início de incêndio. O estudo da forma de ocupação dos espaços, bem 
como do manuseamento de materiais que constituam uma possível fonte de ignição, 
é também uma medida de prevenção. A difusão e formulação de normas e 
regulamentação com intuito de mudar atitudes e comportamentos diários constituem 
por si só uma medida preventiva no sentido de evitar a ocorrência de incêndios. A 
prevenção reúne assim todo o conjunto de medidas destinadas a limitar a 
probabilidade de ocorrência de incêndio. 
Já as medidas de proteção são aquelas que se destinam a proteger a vida 
humana e os bens materiais das consequências derivadas da ocorrência de um 
incêndio. Os objetivos tácitos da proteção contra incêndio são a limitação das 
massas combustíveis, a limitação da combustibilidade dos materiais, a rapidez de 
evacuação, a rapidez de extinção e a garantia de estabilidade suficiente para a 
evacuação e o combate às chamas. A implementação deste tipo de medidas traduz-
se numa redução da gravidade das consequências de um incêndio (LOPES, 2008). 
 
 
Os cenários de intervenção podem então apresentar medidas de proteção, 
medidas de prevenção, ou mesmo uma situação resultante do recurso simultâneo a 
estes dois tipos de medidas. Naturalmente, a implementação destas medidas tem 
 
 
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15 
um custo diretamente associado, consequentemente, a determinação de um plano 
de intervenção constitui, não só, um problema de determinação das medidas a 
serem implementadas para a garantia de um risco aceitável, mas também uma 
decisão de índole econômica. 
A metodologia de análise de riscos engloba então quatro fases: 
 identificação dos perigos; 
 quantificação dos riscos; 
 determinação do risco aceitável; 
 definição da estratégia para a gestão do risco. 
Os benefícios dos valores obtidos pela quantificação do risco provêm não de 
valores absolutos alcançados, mas antes pelo seu valor comparativo medida pelo 
impacto e eficácia de várias alternativas de configuração do sistema ou medidas de 
segurança. Esta metodologia põe à disposição dos decisores, uma base de análise 
que possibilita ponderar dum modo claro e objetivo, por qual das alternativas optar 
(LOPES, 2008). 
 
3.3 Avaliação de riscos pelo Método Gretener 
Camillo Junior e Leite (2008) contam que a avaliação de riscos de ocorrência 
de incêndios e sua propagação sempre despertaram nos estudiosos do assunto o 
interesse em calcular, de forma mais exata, qual seria a real necessidade dos 
equipamentos de prevenção e combate a incêndios e os meios materiais e de 
pessoal que deveriam ser exigidos para as edificações. 
Foi em 1960, que o engenheiro suíço Max Gretener, diretor da Associação 
de Proteção Contra Incêndios da Suíça, iniciou os estudos para tentar calcular de 
forma mais exata esses riscos. Em 1965, seu método foi publicado e visava calcular 
os riscos em construções industriais e edificações de grande porte. Esse método 
sofreu atualizações, sendo a última ocorrida em dezembro de 1996 pela Société 
Suisse des Ingénieurs et des Architectes (SIA). A Comissão de Estudos da ABNT 
CE 24:201-03 optou por esse método como base da norma sobre o potencial de 
riscos de incêndios em edificações. 
 
 
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16 
O método é composto por várias tabelas, mas, para fins didáticos, pode ser 
explicado de uma forma muito simplificada pela seguinte fórmula: 
 onde: 
 P = perigo potencial. 
 N = medidas normais. 
 S = medidas especiais. 
 F = medidas de construção. 
 
Entre as medidas de proteção sugeridas pelo método, são citadas como 
medidas especiais os escalões de intervenção, que, para nós, são as brigadas de 
prevenção e combate a incêndios. 
Segundo Coughi (2006), o Método de Gretener fornece uma avaliação 
quantitativa do projeto de segurança contra incêndio, porém, para uma análise 
qualitativa, pode-se utilizar a “Árvore de Conceitos de Segurança contra Incêndio”. 
Este método de análise de risco de incêndio em um edifício baseia-se no NFPA 550 
– “Fire Safety Concepts Tree” do “National Fire Protection Association” dos Estados 
Unidos e é conhecido como “Gerenciamento por Objetivos” que envolve os três 
objetivos da segurança contra incêndio: 
a) Salvaguarda da vida humana. 
b) Proteção da propriedade. 
c) Continuidade das atividades (empresa ou edifício). 
Existem duas estratégias a seguir dentro da árvore para atingir o objetivo de 
segurança contra incêndio: 
a) Prevenir a ignição de incêndio. Ou, 
b) Gerenciar o impacto do incêndio. 
Em tese, a aplicação de uma das estratégias acima mencionadas pode 
garantir um bom nível de segurança contra incêndio, porém, na prática, são 
aplicadas ambas as estratégias para aumentar a confiabilidade do sistema de 
proteção de incêndio como um todo (CUOGHI, 2006). 
 
 
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17Alguns conceitos devem ser fixados para melhor entendimento da árvore, 
conforme veremos a seguir: 
 os quadros estão ligados por portas tipo “E” e “OU” nos diversos níveis; 
 a porta tipo '“OU” significa que uma ou outra estratégia ou elemento pode ser 
escolhido; 
 a porta tipo '“E” significa que os elementos que estiverem no mesmo nível 
devem ser atendidos conjuntamente; 
 as estratégias são as medidas de segurança a serem executadas; 
 as normas técnicas são os instrumentos básicos de projeto das medidas de 
segurança. 
Nos dois fluxogramas abaixo temos representado a árvore do objetivo de 
segurança contra incêndio e gerenciamento dos elementos do incêndio. 
Ramo da Arvore de Conceitos: objetivos de Segurança contra Incêndio 
 
Fonte: Seito (1995 apud CUOGHI, 2008, p. 100). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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18 
Gerenciamento dos elementos do incêndio 
 
 
 
Fonte: Seito (1995 apud CUOGHI, 2008, p. 102). 
 
 
Segundo explicações de Cuoghi (2006), essa árvore é um guia geral 
qualitativo para avaliação de segurança contra incêndio em edificações. Ela possui 
diversos usos, sendo os mais comuns: 
 guia para reorganização de normas; 
 organização de normas; 
 realimentar sistemas com informações; 
 investigação das causas de um incêndio; 
 ferramenta utilizada em projetos de sistemas de proteção contra incêndio; 
 ferramenta de verificação e avaliação de sistemas de proteção contra 
incêndio em edificações – guia de análise de risco de incêndio ou 
gerenciamento de risco de incêndio. 
 
 
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A principal limitação da “Árvore” é a incapacidade para a análise simultânea 
de múltiplos objetivos. Podem existir dez objetivos distintos em um edifício, 
entretanto, um ramo da árvore pode ser usado apenas para avaliar o sucesso da 
realização de cada objetivo individualmente, não existindo um caminho adequado 
para avaliar coletivamente múltiplos objetivos e suas inter-relações. 
 
Guarde... 
GERENCIAMENTO DE RISCO são os meios estratégicos disponíveis pela 
empresa (plano de emergência, prevenção e controle de perdas, entre outros) para 
controlar com racionalidade os riscos mais importantes que possam produzir efeitos 
negativos à sobrevivência da própria empresa e/ou edificação. 
A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS é realizada através de checklist 
(questionários, roteiros, entre outros), quando podemos identificar os principais 
riscos da empresa. 
A ANÁLISE DE RISCO é realizada através da coleta de informações dos 
riscos existentes na empresa. Podemos analisar, identificar erros e condições 
inseguras que contribuem para os acidentes. 
A AVALIAÇÃO DE RISCOS, por sua vez, é feita através da análise de Risco 
e da coleta de informações quando podemos criar uma amostra (população, por 
exemplo, acidente de trabalho, quantidade, horário, gravidade ou acidentes 
materiais, quebra de máquina, entre outras) para avaliar a frequência da ocorrência 
dos acidentes. 
A função do CONTROLE DE RISCOS é prevenir o acidente, isto é, 
quaisquer acidentes, que resultem em danos pessoais ou materiais, independente 
da gravidade e que deverão ser comunicado aos responsáveis. 
A análise de risco é hoje de fundamental importância no projeto de uma 
nova instalação industrial ou residencial, bem como, em possíveis reformas. Desde 
as fases iniciais do projeto, os riscos devem ser avaliados e todas as precauções 
para minimizar ou eliminar acidentes indesejáveis devem ser tomadas. A formação 
de uma metodologia para gerenciamento dos riscos nas edificações é de 
 
 
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fundamental importância, pois a legislação vigente não trata de certos aspectos, 
como impacto ao calor dos elementos construtivos, caso estes sejam submetidos a 
temperaturas elevadas (i.e. em torno de 600ºC). As nossas normas limitam-se a 
casos especiais de estruturas submetidas ao fogo, limitando a dimensão e tempo de 
exposição determinados através de ensaios realizados em condições previstas para 
o uso das peças. Como resultado, o dono da edificação ou usuário desta só dispõe 
de duas alternativas, ignorar o problema ou transferi-lo. Com relação à transferência 
do risco, devemos salientar que na maioria dos casos, as perdas por lucro cessante 
não são consideradas. 
Dentro deste contexto, o gerenciamento dos riscos, conforme ilustrado ao 
final da unidade, é uma tentativa de minimizar ou até mesmo eliminar os efeitos 
negativos de alguns riscos indesejáveis. 
Depois que os riscos forem identificados, teremos condições de decidir até 
que nível desejamos controlá-los em função dos recursos disponíveis (i.e. tempo, 
dinheiro, entre outros) e daquilo que consideramos aceitável (DUARTE et al., 2008). 
 
Gerenciamento dos riscos de incêndio 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 – GERENCIAMENTO DE RISCOS APLICADO 
 
 
Comecemos com um exemplo bem familiar aos profissionais da engenharia! 
Quando um engenheiro estrutural projeta uma viga, a carga a que ela estará 
submetia deve ser prevista. Da mesma forma, as proteções contra incêndios devem 
estar em conformidade com o tipo de incêndio mais provável de acontecer. Devem 
ser previstos a quantidade de material que irá queimar e o tempo associado, tendo-
se por finalidade ajudar os técnicos a formarem uma opinião sobre as possíveis 
consequências e estabelecer o embasamento necessário para o planejamento de 
emergências. 
Por outro lado, o potencial para ignição e desenvolvimento de um incêndio, o 
qual é um risco para a missão e objetivos de uma planta de processamento, está 
virtualmente em todos os lugares, devido às limitações da tecnologia hoje 
disponíveis, em combinação com a percepção da organização (DUARTE et al., 
2008). 
Vimos que o risco é uma combinação da magnitude de consequências 
indesejáveis e da probabilidade dessas consequências ocorrerem. As 
consequências de um acidente podem ser agrupadas em consequências para as 
pessoas, para o meio ambiente e consequências socioeconômicos. 
 As consequências para as pessoas envolvem os impactos dentro e além dos 
portões da planta. 
 O impacto sobre o meio ambiente, isto é, ecossistema, inclui a destruição da 
fauna e flora, poluição da atmosfera, contaminação do solo, entre outros. 
 E, finalmente, o impacto socioeconômico é resultante da descontinuidade 
operacional. 
A metodologia para o gerenciamento dos riscos de incêndios e explosão, 
que está bem ilustrada na figura a seguir, foi estruturada para identificar as fontes de 
perigos interna e externa à organização. 
 
 
 
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Estruturação para o gerenciamento dos riscos de incêndio e explosão 
 
Fonte:Duarte et al. (2008, p. 381). 
 
A estruturação para análise é o primeiro passo de um programa de 
gerenciamento dos riscos de incêndio e explosão e envolve as seguintes etapas: 
a) Como a planta funciona e opera, isto é, descrição dos processos e 
instalações. 
b) Identificação dos perigos. 
c) Objetivos do gerenciamento. 
O entendimento de como uma planta de processamento funciona e opera é 
imprescindível no decorrer da estruturação do problema. Essa etapa é facilitada para 
plantas já existentes. Contudo, para novas unidades, é fundamental o envolvimento 
das equipes responsáveis pelo projeto, cujas informações são essenciais para a 
identificação das incertezas indesejáveis. 
 
 
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Uma das mais importantes tarefas de um programa de gerenciamento de 
risco de incêndio é a identificação dos perigos, pois é impossível mitigar um perigo 
que não pode ser identificado, ou ao menos entendido. Identificação dos perigos é o 
processo pelo qual é feita uma investigação para detectar possíveis falhas com o 
potencial de degradar as barreiras de proteção do sistema. 
Os métodos de identificação dos perigos podem ser divididos em três 
grupos: 
a) Métodos comparativos: os checkists. 
b) Métodos fundamentais: WHAT IF; HAZOP; FMEA. 
c) Métodos do diagrama das falhas lógicas: árvore da falha e árvore dos 
eventos. 
Duarte et al. (2008) ressaltam que, mesmo que a identificação dos perigos 
seja realizada ao longo do ciclo de vida do sistema, ela não garantirá que incêndios 
e explosão não ocorrerão. Em outras palavras, apesar da possibilidade de agregar 
técnicas de identificação de perigos e alcançar uma análise mais apurada, nunca 
teremos a garantia que todas as situações de incêndios, causas e efeitos, tenham 
sido consideradas. 
Além disso, qualquer mudança no projeto ou nos procedimentos de 
operação e manutenção, podem ter impacto significativos na segurança da planta. 
Os métodos comparativos são baseados na experiência, que são traduzidos 
em checklists, procedimentos operacionais, normas, códigos, entre outros. Em 
especial, os checklists precisam de respostas específicas para certas questões e 
elas podem também estimular a reflexão. Apesar de o checklist ser um método 
valioso para a identificação dos perigos, ele contém várias questões que são por 
vezes irrelevantes para o problema, e também, na maioria das vezes, o seu uso 
requer um considerável tempo para ser elaborado. Os checklists devem ser usados 
antes de qualquer decisão e nunca depois da decisão ser tomada, especialmente 
quando a decisão envolve questões incluídas neles. Os checklists apenas, não são 
suficientes para identificar os perigos e os meios pelos quais eles podem acontecer. 
 
 
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Checklists são frequentemente usados para identificação dos perigos, 
entretanto, sua desvantagem é que os itens não incluídos neles não são discutidos 
e, na maioria das vezes, são ignorados. Checklists podem ser aplicados quando 
existem pouca ou nenhuma inovação, e quando todos os perigos já foram 
identificados em instalações similares. Os checklists tornam-se insuficientes quando 
existem inovações. Essa é a razão pelas quais as indústrias de processamento 
optam por técnicas mais criativas, baseadas em questões mais abertas. Tais 
técnicas são o HAZOP (isto é, identificação de perigos e operabilidade) e o FMEA 
(isto é, análise de modos de falha e efeitos). Portanto, os métodos fundamentais, 
muito populares na indústria de processo, incluem o HAZOP e a FMEA, os quais são 
estruturados no sentido de estimular um grupo de profissionais para identificar os 
perigos baseados nos seus próprios conhecimentos e experiência. 
Sobre o HAZOP – Hazard and Operability Study – traduzido como estudo de 
operabilidade e risco, este é qualitativo, fornecendo uma descrição completa do 
processo. 
Utilizado para identificar os perigos e problemas operacionais em instalações 
de processos industriais, os quais, apesar de aparentemente não apresentarem 
riscos imediatos, podem comprometer a produtividade e a segurança da instalação. 
Foi desenvolvido originalmente para análise qualitativa de perigos e problemas 
operacionais, principalmente na utilização de novas tecnologias, onde o 
conhecimento sobre a operacionalidade das mesmas é escasso ou inexistente, 
sendo também utilizado nos vários estágios da vida útil de instalações industriais 
(REIS, 2006). 
Por meio do HAZOP, é possível identificar sistematicamente os caminhos 
pelos quais os equipamentos envolvidos no processo industrial podem falhar ou 
serem operados de forma inadequada, levando a situações indesejáveis de 
operação, baseando-se na revisão da instalação através de uma série de reuniões, 
durante as quais um grupo composto de diversos especialistas realiza um 
brainstorming sobre o projeto da planta em busca de perigos, seguindo uma 
estrutura preestabelecida. Desta forma, esta técnica oferece aos integrantes da 
equipe a oportunidade de pensar em todos os modos pelos quais um evento 
 
 
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indesejável possa ocorrer ou um problema operacional possa surgir (ZAGUINI, 
2012). 
De um modo geral as seguintes questões são colocadas: 
 Qual a intenção do projeto? 
 Quais são os desvios que podem acontecer no projeto inicial? 
 O que pode causar desvios no projeto inicial? 
 Quais são as consequências dos desvios no projeto inicial? 
A palavra projeto aqui deve ser entendida como condições de operação, 
condições de processo, funções da planta e localização da planta. 
Senne Junior (2003) ressalta que para minimizar a possibilidade de que algo 
seja omitido, a reflexão é executada de maneira sistemática: cada circuito é 
analisado, linha por linha, para cada tipo de desvio passível de ocorrer nos 
parâmetros de funcionamento do processo. Para os objetivos de um HAZOP, uma 
linha é uma conexão por tubulação (ou qualquer outro meio) entre dois 
equipamentos industriais principais. A equipe de análise usa a documentação de 
projeto da instalação, parâmetros de processo e palavras-guia na análise, que 
aplicados a pontos específicos, os chamados – nós-de-estudo – dos fluxogramas do 
processo, usualmente em linhas de transporte de fluidos entre dois equipamentos, 
têm como objetivo evidenciar perigos potenciais nesses pontos. 
A análise de falha e efeito – FMEA – explora a maneira pela qual os 
componentes de um equipamento podem falhar e o seu efeito na confiabilidade do 
sistema. Em geral, o FMEA não incorpora o erro humano, embora não exista uma 
razão específica para tal exclusão. O FMEA proporciona uma análise qualitativa e 
uma sistemática lista de modos de falha em nível de componente e seus efeitos no 
sistema. Uma das vantagens do FMEA é que ele pode ser facilmente atualizado, 
com resultado de alterações no projeto ou outras modificações no processo. O 
mecanismo de falha, isto é, modo de falha, de um equipamento ou de seus 
componentes descreve como o equipamento e/ou seus componentes falham (ou 
seja, aberto, fechado, com vazamento, entre outros). O efeito do modo de falha é 
determinadopela resposta do sistema à falha do equipamento. O FMEA identifica 
 
 
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modos de falhas individuais que contribuem direta ou indiretamente para um 
incêndio e explosão (DUARTE et al., 2008). 
As etapas para elaboração de uma FMEA envolvem, geralmente (HELMAN 
& ANDERY, 1995 apud ZAGUINI, 2012): 
 identificação dos modos de falha; 
 identificação dos efeitos dos modos de falha; 
 determinação da gravidade; 
 identificação das possíveis causas; 
 determinação de probabilidade de ocorrência; 
 identificação dos controles de projetos ou processos; 
 identificação dos modos de detecção de falhas; 
 análise de risco; 
 recomendações para redução dos riscos. 
As árvores dos eventos e das falhas representam os métodos dos 
diagramas das falhas lógicas tradicionais. 
A árvore dos eventos é um diagrama lógico que identifica a sequência no 
tempo de uma cadeia de eventos. Cada galho representa uma sequência distinta de 
eventos, ou seja, um cenário. Árvore das falhas é um processo dedutivo pelo qual o 
evento-topo é postulado e as possíveis formas desse evento ocorrer são 
sistematicamente deduzidas (DUARTE et al., 2008). 
A árvore das falhas direciona a análise para uma pesquisa sobre as falhas 
do sistema; indica os aspectos relevantes do sistema que podem conduzir a falhas. 
A representação gráfica da árvore das falhas permite a visualização do mecanismo 
das falhas para aqueles que não estão envolvidos na gestão dos riscos ou que não 
participaram ou participam do projeto ou de suas mudanças; permite uma análise 
quantitativa e qualitativa e examina os detalhes da falha e o comportamento do 
sistema. 
 
 
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A árvore das falhas mostra uma sequência lógica de falhas independentes, 
que irão levar ao evento principal. 
Uma de suas limitações é que os galhos da árvore devem ser 
independentes, e isso se torna uma limitação inaceitável na identificação de perigos 
em Sistema Eletronicamente Programáveis – SEP. Esses sistemas possuem, na 
maioria das vezes, softwares e equipamentos comuns. Outras limitações da árvore 
das falhas é a dificuldade inerente para tratar com as propriedades temporais de um 
acidente, ou seja, a sequência com que os eventos ocorrem. Essa dificuldade não 
está presente na árvore dos eventos. 
A identificação dos perigos deve ser realizada durante todo o ciclo de vida 
de um sistema. Apesar da dificuldade de quantificar seus benefícios em um curto 
período de tempo, os benefícios de uma avaliação dos perigos são substanciais. 
Esses benefícios incluem: 
 poucos acidentes ou incêndios durante o ciclo de vida do processo; 
 as consequências são menores quando eventuais acidentes acontecem; 
 o tempo de resposta durante uma situação de emergência é menor; 
 melhoria nos programas de treinamento; 
 melhor relacionamento com a comunidade (DUARTE et al., 2008). 
Contudo, esses benefícios não podem ser alcançados sem um investimento. 
Dependendo da complexidade do sistema, a identificação dos perigos pode levar 
algumas horas ou meses para acabar. Por outro lado, apesar de cada técnica de 
análise ter diferentes características, a escolha da técnica de identificação dos 
perigos a ser usada durante a estruturação para análise pode ser um trabalho difícil. 
Em geral, a seleção envolve a escolha de várias técnicas de análise para 
diferentes partes do processo, ou diferentes perigos associados ao sistema. A 
seleção das técnicas a serem usadas durante a identificação do problema depende 
dos objetivos do programa de gerenciamento, da severidade dos riscos, da 
complexidade do processo, das informações disponíveis, e do tempo e recursos 
disponíveis. É inicialmente recomendada uma análise qualitativa, porque as técnicas 
qualitativas são de execução relativamente simples. Todavia, é necessário se ter em 
 
 
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mente que as técnicas quantitativas complementam as qualitativas e são fortemente 
recomendadas para sistemas complexos e grandes. 
As técnicas HAZOP ou FMEA são recomendadas para serem usadas no 
desenvolvimento da identificação de perigos de sistemas complexos. Em sistemas 
menos complexos, nos quais os riscos são menores, pode-se fazer uso de técnicas 
mais simples, isto é, WHAT IF. Por outro lado, em sistemas mais complexos, em que 
existem riscos mais severos, uma análise mais detalhada deverá ser usada, isto é, 
por meio da análise da árvore das falhas ou dos eventos. 
O segredo é selecionar a técnica de análise que melhor satisfaz às 
exigências do problema, usando uma base técnica e complementando suas 
deficiências com outras técnicas, de forma que um estudo eficiente possa ser 
desenvolvido (DUARTE et al., 2008). 
Os objetivos do gerenciamento dos riscos de incêndios incluem a 
identificação da sensibilidade das pessoas, equipamentos e continuidade 
operacional aos impactos térmicos e dos produtos de combustão, bem como o 
tempo necessário para as ações de emergências. 
Concluindo: 
 a estruturação do problema, como o primeiro passo de um programa de 
gerenciamento dos riscos de incêndios procura identificar o que está em risco 
com relação às pessoas, à propriedade, à continuidade operacional, à missão 
e aos objetivos da organização e, se for necessário, à comunidade e ao meio 
ambiente; 
 deve-se ter em mente o tipo do incêndio que será avaliado e gerenciado, 
tanto quanto os objetivos da empresa são fundamentais no programa como 
um todo; 
 por outro lado, as definições dos objetivos do gerenciamento, em geral, é um 
processo difícil, talvez porque as pessoas usualmente não têm o hábito de 
pensar no que é importante para a continuidade da missão após uma falha 
crítica que conduza a um incêndio ou explosão. O conhecimento do que está 
em risco tornam claras as decisões que serão tomadas. 
 
 
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Para quantificar as consequências de um incêndio ou explosão para as 
pessoas, propriedade e meio ambiente, ou seja, para caracterizar os seus riscos, 
deve-se simular a evolução do incêndio. Em geral, a evolução do incêndio segue as 
seguintes etapas: 
1. Inicialmente há um vazamento de uma substância flamável para o 
ambiente. Esse vazamento poderá ser na forma gasosa, líquida ou bifásica. 
2. No caso de vazamento de líquido, esse se evaporará. 
3. Se a substância for flamável, existe a possibilidade de ignição imediata. 
4. Se a substância for tóxica ou flamável e não sofrer ignição imediata, ela 
será dispersa na atmosfera na forma gasosa. 
5. Substâncias gasosas talvez sejam inaladas pelas pessoas. Se a dose 
exceder os limites de tolerância há possibilidade de fatalidades. 
6. Se houver ignição, poderá haver danos às pessoas, comunidade, 
estruturas e meio ambiente em consequência do impacto térmico, das ondas de 
choques no caso de uma explosão e dos produtos de combustão. 
7. Se a substância liberada estiver na formalíquida, será formada uma poça. 
Um incêndio de poça será iniciado caso haja uma fonte de ignição disponível. 
Deduz-se que o entendimento da evolução do acidente é imprescindível 
para a caracterização dos riscos. A caracterização dos riscos (ilustrada abaixo) é 
realizada através da modelagem dos fenômenos físicos envolvidos: 1) modelo de 
dispersão de gases. 2) modelo de incêndios de jato e poça. 3) modelo de explosão 
de nuvem de gás. Além da, 4) estimativa da vulnerabilidade dos receptores. 
Caracterização dos riscos 
 
 
 
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30 
Um efeito indesejável de uma explosão é a projeção de fragmentos, os quais 
podem causar morte ou ferimentos graves, danos a propriedades, além de 
desencadear novos incêndios e/ou explosões, isto é, efeito dominó. 
O efeito dominó está associado a incêndio, explosão e lançamento de 
projéteis. É possível que sob determinadas condições, um acidente que tenha tido 
origem em uma unidade ou área da planta, propague-se resultando em incêndios/ 
explosão nas suas adjacências, criando uma cadeia de acidentes. Logo, devem ser 
identificadas as áreas da planta que favorecem a propagação do incêndio ou 
explosão. 
Concluindo novamente: os cenários definirão a natureza do vazamento e 
determinarão a sequência de eventos que poderão resultar em incêndios e/ou 
explosão. A sequência de eventos é afetada pela direção e velocidade dos ventos, 
pela topografia, dimensões do vazamento, fontes de ignição presentes, entre outros. 
Uma sequência típica de eventos que poderá resultar em um efeito dominó é 
apresentada abaixo. 
Sequência de eventos 
 
Fonte: Duarte et al. (2008, p. 384). 
 
4.1 Incêndio de jato 
No caso de liberação de gás ou líquido inflamável pressurizado, seguido de 
ignição imediata, poderá ocorrer a formação de um jato de fogo. Neste efeito, tal 
como o Incêndio em Poça (que veremos adiante), tanto a incidência da chama 
direta, como a radiação térmica gerada, podem causar danos sobre pessoas ou 
bens materiais. Também poderá haver um BLEVE, como desdobramento do jato de 
 
 
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fogo, caso este atinja diretamente um vaso de estocagem de produto pressurizado. 
Vejamos a ilustração: 
Formação de jato de material inflamável, devido a furo em linha pressurizada, com 
posterior ignição 
 
 
 
4.2 Dimensões da chama 
A altura da chama poderá ser prevista utilizando-se as equações propostas 
por Hustad e Sonju. A chama é considerada como um cilindro e as dimensões da 
mesma são correlacionados com o número de Froude, de acordo com as equações 
abaixo relacionadas: 
 onde: 
 
 H = é a altura da chama. 
 d = é o diâmetro do orifício. 
 D = é o diâmetro da chama. 
 A,B = são as constantes de dependem do combustível. 
 Fr = é o número de Froude. 
 u = é a velocidade do gás no orifício [m/s]. 
 g = é a aceleração da gravidade [m2/s]. 
 m = é o índice o qual é função do número de Froude. 
 
Os valores das constantes A e B, para chama na vertical, são fornecidos na 
tabela a seguir, que também apresenta o valor da relação H/D para o metano e 
propano. 
 
 
 
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CONSTANTES 
Gás A B H/D 
Metano 21 2.5 8.4 
Propano 27 4.0 6.75 
 
Existem dois modelos para se determinar altura da chama. No modelo 
proposto por Carter, considera-se que cada ponto da chama está emitindo radiação 
independentemente um do outro. O poder de radiação de cada ponto da chama e a 
transmissividade atmosférica foram obtidos através das equações abaixo: 
 
 
 
O modelo Whazan é semelhante ao do Carter, porém considera que a 
chama emite radiação por meio de apenas cinco pontos. Para chamas de 
comprimento pequeno e para alvos a grandes distâncias da chama, a quantidade de 
pontos de radiação considerados não influencia no resultado. Porém para um 
comprimento de chamas elevado e alvos próximos, o número de pontos de radiação 
considerados é relevante. 
 
4.3 Incêndio de poça 
A liberação acidental de um líquido inflamável pode ocasionar a formação de 
poça, que seguida de ignição do material, dá lugar à ocorrência de incêndio em 
poça, com parte da energia liberada na combustão, sendo emitida na forma de 
 
 
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radiação térmica. Neste efeito, tanto a incidência da chama direta, como a radiação 
térmica gerada, podem causar danos sobre pessoas ou bens materiais. O incêndio 
em poça pode também dar origem a um BLEVE, como desdobramento de seus 
efeitos (DINIZ et al., 2006). 
Vejamos: 
Liberação de líquido inflamável com posterior ignição da poça 
 
 
Um incêndio de poça ocorre quando um vazamento de um líquido forma 
uma poça, a qual leva a ignição. A energia térmica proveniente de um vazamento de 
hidrocarbonetos depende de vários parâmetros, os quais incluem: 
a) composição do hidrocarboneto; 
b) tamanho, forma e duração do incêndio; 
c) distância entre o incêndio e o alvo; e, 
d) das características do alvo. 
A caracterização de um incêndio de poça envolve a caracterização da 
geometria do incêndio, caracterização do incêndio e a estimativa da energia liberada 
pela chama. A caracterização da geometria do incêndio abrange a determinação da 
velocidade de propagação da chama no líquido e das dimensões físicas do incêndio 
(tais como altura, diâmetro e inclinação da chama). É assumido que a chama é um 
cilindro sólido e inclinado devido à ação do vento que se comporta como um corpo 
cinza. A intensidade de radiação emitida pelo incêndio depende do tipo de 
combustível, temperatura da chama, entre outros. A energia térmica de um incêndio 
de poça pode ser estimada por meio da equação a seguir: 
 
 
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q = qcondução + qconvecção + qradiação 
No caso de um incêndio de poça resultante de um vazamento contínuo, o 
líquido irá se espalhar no piso ou solo aumentando a velocidade de propagação da 
chama até que a taxa de queima seja igual a vazão volumétrica (DUARTE et al., 
2008). 
 
4.4 Explosão de nuvem 
A liberação de um gás inflamável na atmosfera levará à formação de uma 
nuvem, após a dispersão do mesmo na atmosfera, misturando-se com o oxigênio 
existente. Caso esta nuvem de gás alcance uma fonte de ignição, haverá ignição 
desta nuvem, podendo ocorrer um incêndio em nuvem ou uma explosão, conforme 
representado a seguir. 
Liberação de líquido ou gás inflamável com formação de nuvem 
 
Observa-se que na nuvem de gás só haverá queima, caso a nuvem cruze a 
fonte de ignição quando estiver com concentração (C) entre os limites de 
inflamabilidade. 
Caso a concentração seja inferior ao Limite Inferior de Inflamabilidade (LII) 
ou superior ao Limite Superior deInflamabilidade (LSI), não haverá queima por 
haver falta ou excesso de oxigênio, respectivamente, em relação ao material 
inflamável. Denomina-se a massa de gás que está presente entre estes dois limites 
como massa inflamável e é esta massa que irá efetivamente se queimar no caso de 
ocorrência de explosões. 
 
 
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As principais características necessárias para ocorrer a explosão da nuvem 
de vapor são: 
1. O material liberado ser flamável e em condições adequadas de 
temperatura e pressão. 
2. A nuvem formada deve ter um tamanho mínimo antes de sofrer ignição. 
Se a ignição ocorre instantaneamente, um jet fire, um large fire, ou um fireball 
poderá ocorrer. Nesse caso, o aparecimento de ondas de pressão significante é 
improvável. Por outro lado, é esperado ondas de choque significantes se a ignição 
da nuvem ocorrer num intervalo de um a cinco minutos após o vazamento. 
3. A região intermediária da nuvem deve estar na região flamável. A 
quantidade de material flamável depende: 
a) Do tipo e a quantidade de material liberado. 
b) Do valor da pressão no momento da liberação. 
c) Do grau de confinamento da nuvem. 
d) Da velocidade do vento, umidade do ar, e outros fatores ambientais. 
4. Na maioria das vezes, a ignição de uma nuvem de vapor resulta em uma 
deflagração, ou seja, uma deflagração é caracterizada pela propagação das ondas 
de choque em velocidades subsônicas relativa ao gás não queimado à frente da 
chama, isto é, a velocidade de queima é menor do que a velocidade do som, no gás 
não queimado (DUARTE et al., 2008). 
 
4.5 Vulnerabilidade das pessoas 
Os modelos de incêndio e explosão quantificam a energia térmica liberada e 
incidente no alvo de incêndios de poça e jato, bem como a sobrepressão resultante 
de uma explosão de nuvem de gás. Os modelos de vulnerabilidade do receptor 
estimam o efeito do fenômeno físico nos receptores, ou seja, pessoas, estruturas e 
meio ambiente. 
As pesquisas e experimentos com humanos e animais relacionam a energia 
irradiada com os limites da dor. A pele humana consiste de duas camadas: epiderme 
e derme. A área da pele no ser humano é de aproximadamente 1,80m2. O impacto 
 
 
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da energia térmica na pele poderá se apresentar em vários níveis: queimaduras do 
primeiro, segundo e terceiro graus. Queimaduras do primeiro grau estão restritas a 
epiderme e caracteriza-se por um vermelhidão. Nas queimaduras do segundo grau, 
há o comprometimento de toda a epiderme e parte da derme dando origem a bolhas. 
E, em queimadura do terceiro grau, toda a epiderme, derme e outros tecidos mais 
profundos são atingidos, e se caracteriza pela carbonização dos tecidos (isto é, cor 
preta). 
A pele suporta uma temperatura de aproximadamente 44ºC sem dor. Acima 
de 44ºC, o impacto térmico cresce rapidamente com a temperatura, ou seja, o 
impacto a 50ºC é 100 vezes maior do que entre 44ºC-45ºC. No evento de um 
incêndio, em geral, o tempo de resposta das pessoas é cerca de cinco segundos. Na 
tabela abaixo temos o valor da radiação térmica aceitável para seres humanos. 
Valor-limite da radiação térmica para danos aceitáveis em seres humanos 
 
 
 
4.6 Vulnerabilidade das estruturas metálicas 
O dimensionamento de estruturas, em geral, situadas em plantas de 
processamento, deve levar em consideração o impacto térmico causado pelo fluxo 
de energia irradiada, assim como as pressões associadas às ondas de choque, no 
caso de incêndios e explosão, respectivamente. 
No caso da radiação térmica, a temperatura dos elementos estruturais 
poderá aumentar e, consequentemente, dependendo da temperatura atingida pela 
peça, suas características e propriedades mecânicas poderão ser alteradas. 
Somam-se a isso esforços adicionais devido às deformações térmicas se os 
deslocamentos e rotações estiveram restringidos. Temos a seguir as etapas para 
análise de vulnerabilidade da estrutura. 
 
 
 
 
 
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Vulnerabilidade das estruturas 
 
 
 
Fonte: Duarte et al. (2008, p. 396). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 – AUDITORIA INTERNA DE SEGURANÇA NA 
PREVENÇÃO DE RISCOS 
 
5.1 Evolução e conceitos para auditoria 
A evolução do sistema capitalista, com a expansão do mercado e, 
consequentemente, o aumento da concorrência, fez com que as empresas antes 
fechadas, pertencentes a grupos familiares, ampliassem suas instalações fabris e 
administrativas, investindo no desenvolvimento tecnológico e aprimorando os 
controles e procedimentos internos em geral, visando reduzir custos tornando mais 
competitivos os seus produtos no mercado. 
E assim, tem-se o surgimento da auditoria, definida, segundo Sá (1998, p. 
25), como 
 
 
tecnologia contábil aplicada ao sistemático exame dos registros, 
demonstrações e de quaisquer informes ou elementos de consideração 
contábil, visando a apresentar opiniões, conclusões, críticas e orientações 
sobre situações ou fenômenos patrimoniais de riqueza aziendal, pública ou 
privada, quer ocorridos, quer por ocorrer ou prospectados e diagnosticados. 
 
 
A auditoria vem almejando informar aos usuários que critérios foram 
adotados em sua elaboração e apresentar parecer de terceiros sem relação direta 
com a empresa, atestando com fidedignidade que tais demonstrações refletiam a 
situação do patrimônio e sua evolução durante o período a que se referiam. 
Com base nisso, pode-se dizer que a auditoria sempre teve como função 
prover demonstrações financeiras, como o exame das mesmas, por um profissional 
independente, com a finalidade de emitir um parecer técnico sobre sua real situação. 
Fato é que ao buscarmos uma definição de auditoria nas mais diversas 
fontes, necessariamente somos remetidos à área contábil, inclusive fazendo coro 
com o que se encontra descrito pelo Oxford English Dictionary, que a define como: 
um exame oficial de contas, validado através de testemunhos e comprovantes. 
 
 
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Ainda, se buscar no Reino Unido, considerado pela maioria dos escritores 
como o berço da auditoria, verificam-se os seguintes registros do que seriam 
auditoria e auditor na Enciclopédia Britânica, que numa tradução livre quer dizer: 
Auditoria é o exame das contas feitas pelos funcionários financeiros de um 
estado, companhias e departamentos públicos ou pessoas físicas, e a certificação 
de sua exatidão. Nas ilhas Britânicas, as contas públicas eram examinadas desde há 
muito tempo, embora, até o reinado da Rainha Elizabeth, de maneira não muito 
sistemática. Anteriormente a 1559, esse serviço era executado, às vezes, por 
auditores especialmentedesignados, e outras por auditores da receita pública, ou 
pelo auditor do tesouro, cargo criado por volta de 1314. Mas, em 1559, um esforço 
foi feito para sistematizar a auditoria das contas públicas, pela indicação de dois 
auditores para examinar os pagamentos a servidores públicos. 
A grande utilidade da Auditoria é atestada por seus fins tão variadíssimos, 
tais como: 
 certificação e comprovação da exatidão dos fatos contábeis e administrativos 
(patrimoniais), através do seu registro; 
 identificação dos fatos e comprovação de sua propriedade no patrimônio da 
sociedade auditada; 
 identificação e comprovação do tempo decorrido e/ou de existência, bem 
assim, do valor de efetivos fatores de mensuração dos fatos, tendo em vista o 
aspecto dinâmico do patrimônio; 
 sugestões e orientações para administração do patrimônio das entidades 
auditadas; 
 identificação de eventuais falhas no controle, com intuito de saná-las a fim de 
proteger o patrimônio contra fraudes; 
 pesquisas com o objetivo de gestão ao longo do tempo; em bases 
comparativas de valores e efeitos destes; 
 avaliação da eficácia e eficiência decorrentes dos atos e fatos administrativos 
e/ou contábeis e sobre estes; 
 
 
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 identificação de riscos decorrentes do negócio que venham a afetar ou afetem 
o patrimônio; 
 identificação da capacidade de equilíbrio financeiro e econômico da entidade 
auditada; 
 reorganização de uma empresa; 
 determinação de limites de seguros, análise de custos, fusão, cisão e 
incorporação de empresas. 
Definidos esses fins, pode-se estabelecer um conceito para a matéria 
Auditoria, como sendo um conjunto de técnicas de observações e exames, aplicados 
de forma sistemática, que no contexto do auditado, visa opinar sobre sua situação, 
sobre sua riqueza, quando este for o caso, ou sobre funções ou áreas específicas 
componentes do patrimônio do auditado. 
Para Franco e Marra (2000), auditoria é a técnica que consiste no exame de 
documentos e registros, inspeções, obtenção de informações e confirmações 
externas e internas, obedecendo a normas e procedimentos apropriados, 
objetivando verificar se as demonstrações contábeis representam adequadamente a 
situação nelas demonstrada de acordo com os Princípios Fundamentais de 
Contabilidade e normas de contabilidade, de maneira uniforme. 
As classes de auditoria variam de acordo com o tratamento que se dá ao 
objeto da mesma, decorrendo, portanto, das diferentes necessidades, podendo 
mudar de processos, que não se deve admitir como autonomia, mas, sim, como 
derivação de um mesmo método. 
Quais então são as relações entre auditoria em sua acepção original e o 
conteúdo de estudo? É o que veremos. 
 
5.2 A auditoria aplicada à segurança contra incêndio e pânico 
Primeiro ponto: auditoria nos leva a risco e este está entranhado na 
segurança contra incêndio e pânico. 
 
 
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O risco normalmente é definido como a incerteza de um resultado ou de um 
evento. Ele pode referir-se tanto a uma ameaça negativa quanto a uma oportunidade 
positiva para uma empresa assumir um risco que vale a pena e pode trazer uma 
vantagem competitiva sobre concorrentes avessos ao risco. Porém, considerando o 
potencial de perdas significativas e também dos lucros, é importante que os riscos 
sejam avaliados com exatidão, calculando-se a probabilidade dos resultados, assim 
como seu impacto em um negócio. 
Todos os negócios enfrentam riscos, pois operam em um ambiente de 
incertezas inerentes ao livre mercado que coloca qualquer atividade econômica à 
mercê da oferta e da procura. Assim, todo negócio deve ter um sistema implantado 
para administrar esses resultados. Isso envolve tipicamente identificação, de 
maneira mais exata possível, dos riscos potenciais e do provável impacto deles na 
empresa e, depois, o desenvolvimento de respostas adequadas e preparadas para 
enfrentar tais eventos, se e quando eles ocorrerem. Os riscos se originam de várias 
áreas diferentes: 
 os riscos estratégicos abrangem incertezas relacionadas ao mercado, como 
quedas de demanda, fracasso no desenvolvimento de novos produtos ou 
entrada de novos concorrentes; 
 os riscos financeiros relacionam-se a mudanças de custos e receitas não 
diretamente ligadas ao mercado e podem incluir dívidas incobráveis ou 
aumentos em pagamentos de juros de empréstimos; 
 os riscos operacionais cobrem os perigos de turbulências nas funções de 
distribuição e produção, como falhas no maquinário fabril ou perda de pessoal 
importante; 
 os riscos de conformidade relacionam-se à capacidade da empresa atender a 
exigências legais e reguladoras. Falhas, neste caso, podem resultar no 
fechamento forçado do negócio ou em ameaças de ações na justiça. Outros 
riscos mais gerais incluiriam catástrofes naturais e a instabilidade política em 
mercados externos. 
Uma vez identificados os riscos, é importante o negócio avaliar a 
probabilidade deles ocorrerem, bem como seu impacto ou significado. Assim, o 
 
 
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negócio pode classificar ou priorizar os riscos que vai enfrentar. Essa classificação 
permite concentrar recursos nas áreas de risco mais importantes, aquelas que têm 
maior potencial de impacto sobre o sucesso dos objetivos da empresa. A estimativa 
de risco pode ser obtida em nível básico, simplesmente avaliando se os resultados 
são de baixa, média ou alta probabilidade. Em nível mais sofisticado, os riscos 
podem ser analisados pela aplicação da ciência atual. 
A etapa final é o desenvolvimento de sistemas ou políticas para gerenciar o 
risco. A primeira abordagem é simplesmente aceitar o risco. Normalmente isso 
significa que os custos de administrar o risco superam os custos do próprio risco. 
Riscos que não podem ser evitados nem transferidos entram na categoria de 
“autosseguro”. A segunda estratégia é transferir o risco. Isso normalmente é 
executado com a compra de uma apólice de seguro. O risco também pode ser 
transferido por acordo contratual (por exemplo, o comprador pode aceitar cobrir 
todos os preços de produção de uma empresa de fornecimento). 
A terceira é reduzir o risco fazendo vários investimentos, como compra de 
máquinas melhores, mais caras, mas com menor probabilidade de transtornos. 
A abordagem final é evitar o risco. Significa que as atividades ou os 
investimentos não serão empreendidos, pois os riscos são considerados muito altos. 
O problema dessa abordagem, às vezes, é ter de abrir mão de oportunidades 
lucrativas. 
Eis que vimos todo esse horizonte, geralmente pela ótica de um auditor, que 
de porte de conhecimentos e habilidades inerentes a essa especialização, podem 
contribuir com a segurança em edifícios existentes, abordando conjuntamente o 
edifício e a organização de segurança da instituição que o ocupa. Esta auditoria 
compreende nomeadamente: 
 levantamento dos sistemas de proteção existentes (detecção, combate, 
controlo de fumaça, sinalização, entre outros); 
 apreciação da adequação dos sistemas existentes às necessidades reais

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