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Artigo alfabetização FINAL

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FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
A IMPORTÂNCIA DE ALFABETIZAR LETRANDO
CURITIBA/PR
2017
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRAZ
IVÂNIA ANDRADE DE CARVALHO
A IMPORTÂNCIA DE ALFABETIZAR LETRANDO
Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Alfabetização e Linguagem conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.
Orientador (A): Emerson Nascimento
CURITIBA/PR
2017
RESUMO
O corrente artigo coloca uma reflexão sobre o entendimento das maneiras de alfabetização e letramento, mostrando seu início, definição e singularidades de cada um desses sistemas educacionais. Indaga também as alterações, para que essas características consigam ser assimiladas com clareza, destacando que são métodos distintos, mas, que precisam ser aperfeiçoados em conjunto, um amparando o outro, para que se alcance resultados no conhecimento inicial dos alunos do ensino fundamental. É explorado a ideia de analfabetismo funcional, seus impactos e como este se encontra no Brasil, do qual dados apontam uma lastimável realidade. A redação tem como projeto não só o levantamento desses princípios apresentados, como juntamente trata as parcelas ligando esses dois modos (alfabetização e letramento) e como estão na inseridos na educação. Presume-se que o letramento concebe em um mecanismo para melhores respostas na construção das crianças que passam das séries iniciais do ensino fundamental, o que favorecerá para minimizar os grandes e vexatórios indicadores de analfabetismo funcional no Brasil.
Palavras-chave: Alfabetização, Letramento, Analfabetismo Funcional.
INTRODUÇÃO
	É notório que um dos maiores patrimônios de uma nação é a proveitosa educação de sua gente e que uma adequada educação inicia nos primeiros anos de escola com uma alfabetização de qualidade. Porém, o método de alfabetização originário, predominantemente tem tido como produto o fracasso e um descompasso muito grande, afetando a aprendizagem dos alunos que saem das séries iniciais do ensino fundamental. 
	A verdade é que as escolas, em geral, constituem alunos que conseguem ler e escrever precariamente, que não sabem interpretação e produção de pequenos textos. 
Dessa maneira, origina-se uma realidade lastimável: que as escolas de ensino das séries iniciais, concebe a formação de analfabetos funcionais. Que não são poucos. E mesmo com esta comprovação, quase nada se tem feito para transformar os indicadores do analfabetismo funcional brasileiro. 
A porcentagem de analfabetismo funcional mostra um índice elevado em todos os estados brasileiros. A maior delas encontra-se na região Nordeste. Mas, o Sul e o Sudeste também mostram números consideráveis. 
Considerando esse mal que atinge a população Brasileira em grandes proporções, este artigo pretende entender a condição em que o Brasil está em relação ao analfabetismo funcional e a concepção de uma alfabetização eficaz como um dos recursos para diminuir e refrear essa incômoda e atual realidade de nossa sociedade. 
A suposição com que os pesquisadores trabalharam é que por mais que o trabalho seja competente na alfabetização das séries iniciais do ensino fundamental não seja a única chave para o analfabetismo funcional, colaborará para diminuir o problema exposto. 
A fim de que isto ocorra, é preciso atitudes e várias decisões, que transcorrem pelo comprometimento com a qualidade, com o conhecimento das carências dos discentes e a definição de um método de alfabetização que melhor se adapte a elas. 
 A ALFABETIZAÇÃO E SEUS MÉTODOS 
 O que é a alfabetização? Como apareceu? Qual é a sua incumbência na sociedade? Como ela pode ser cumprida com êxito? É possível estabelecer procedimentos para esta tarefa? Estas e outras indagações serão abordadas.
2.1 	A origem da alfabetização 
Estudando a origem da alfabetização é provável perceber que tendo em vista necessidades da comunicação do cotidianod é que despontou a escrita e a leitura, e que ao compor a escrita, o homem manifestou a necessidade de que ela se estendesse e se passesse para as novas gerações. Por essa necessidade despontou a alfabetização, ou seja, método inicial de transmissão de leitura e escrita. 
Com relação ao desejo do início da escrita para o dia a dia da humanidade, Cagliari confirma que:
De acordo com os fatos comprovados historicamente, a escrita surgiu do sistema de contagem feito com marcas em cajados ou ossos, e usados provavelmente para contar o gado, numa época em que o homem já possuía rebanhos e domesticava os animais. Esses registros passaram a ser usados nas trocas e vendas, representando a quantidade de animais ou de produtos negociados. Para isso, além dos números, era preciso inventar os símbolos para os produtos e para os proprietários. (CAGLIARI, 1998, p.14)
Com o decorrer dos anos em função da necessidade que a escrita e a leitura percorresse as gerações e que verdadeiramente se compreenda o que está escrito surgiram às regras da alfabetização. 
Em relação a essa necessidade, Cagliari (1998) afirma que: “O longo do processo de invenção da escrita também incluiu a invenção de regras de alfabetização, ou seja, as regras que permitem ao leitor decifrar o que está escrito e saber como o sistema de escrita funciona para usá-lo apropriadamente”. 
Esse desejo de passar o conhecimento da leitura e da escrita de geração a geração, torna-se de grande importância, mas é muito moderno essa compreensão em relação aos primeiros procedimentos de transmissão da leitura e escrita, em especial como forma de evitar o número de fracassos na formação final de alunos. Ferreiro (2001) afirma que, “é recente a tomada consciência sobre a importância da alfabetização inicial como a única solução real para o problema de alfabetização remediativa (de adolescentes e adultos)”. 
No tempo em que surgiu a escrita, pouca importância se dava ao método de alfabetização, isso porque a ausência de entendimento era menor. Desenvolvia-se e ensinava-se apenas o essencial para se interagir através da leitura e da escrita, tendo como forma de ensino um paradigma mecânico. Isto ocorria porque 
Nessa fase de escrita primitiva, ser alfabetizado significava saber ler o que aqueles símbolos significavam e ser capaz de escrevê-los, repetindo um modelo mais ou menos padronizado, mesmo porque o que se escrevia era apenas um tipo de documento ou texto (CAGLIARI, 1998, p. 14). 
Na antiguidade não haviam vários processos e formas de se alfabetizar uma pessoa. Acontecia apenas um método convencional e mecânico de cópia e leitura. Com associação à forma em que as pessoas eram alfabetizadas nesse tempo Cagliari diz que,
Na antiguidade, os alunos alfabetizavam-se aprendendo a ler algo já escrito e depois copiado. Começavam com palavras e depois passavam para textos famosos, que eram estudados exaustivamente. Finalmente, passavam a escrever seus próprios textos. O trabalho de leitura e cópia era o segredo da alfabetização.(Cagliari, 1998, p.15) 
Posteriormente o ensino da leitura e da escrita, ou seja, a forma de alfabetização surgiu no Brasil, iniciando com os jesuítas, dos quais mnistravam a leitura e a escrita, Paiva (2003) confirma que, “desde que chegaram ao Brasil, os jesuítas estabeleceram escolas e começaram a ensinar a ler, a escrever, e a contar e cantar”. 
Porém, o Brasil com o passar dos anos não alfabetizava diferentemente da forma adotada na antiguidade, e lamentavelmente ainda no país ocorre de professores lecionaram de forma padronizada e mecânica, colaborando para um grande atraso na formação de crianças que concluem as séries inicias do ensino fundamental. Com base nos relatos de Ramos pode-se validar a forma pouco inovadora em que era e ainda por vezes é realizado o ensino desse processo de aquisição da leitura e escrita. Escreveu ele:Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras vinte e cinco, diferentes da primeira e com os mesmos nomes delas. Atordoamento, preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só denominação. Se me habituasse às maiúsculas, deixando as minúsculas para mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas. (Ramos, 1953, 9.102) 
Através desses relatos citados acima é possível observar que a forma em que foi realizada a alfabetização foi prejudicial, pois o que foi ensinado se deu de uma forma mecânica e tradicional, que infelizmente ainda persiste em muitos lugares do Brasil. A mudança deste paradigma é um trabalho bastante árduo. 
Originandos-se da criação da língua escrita como sistema oficial (de regras, convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela oportunidade de uso real nas mais variadas circunstâncias e para diversos fins, somos orientados a reconhecer o antagonismos próprio à própria língua: por um lado, uma estrutura bastante fechada que não admite rompimento sob pena de perder a dupla condição de clareza e comunicação; por outro, um recurso suficientemente acessível que consente afirmar tudo, isto é, um sistema constantemente disponível ao poder humano de criação.
2.2 O conceito de alfabetização 
Por meio de leituras e observações sobre o assunto foi possível verificar que uma definição básica para a alfabetização é de que ela é um processo que leva a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Portanto, alfabetizada é aquele que apodera-se de habilidades básicas para fazer uso da leitura e escrita. Vejamos alguns princípios de alfabetização. Para Val,
pode-se definir alfabetização como o processo específico e indispensável de apropriação do sistema de escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilitem ao aluno ler e escrever com autonomia. Noutras palavras, alfabetização diz respeito à compreensão e ao domínio do chamado “código” escrito, que se organiza em torno de relações entre a pauta sonora da fala e as letras (e ouras convenções) usadas para representá-la, a pauta, na escrita.(Val, 2006, p.19) 
Já para Perez a alfabetização
é um processo que, ainda que se inicie formalmente na escola, começa de fato, antes de a criança chegar à escola, através das diversas leituras que vai fazendo do mundo que a cerca, desde o momento em que nasce e, apesar de se consolidar nas quatro primeiras séries, continua pela vida afora. Este processo continua apesar da escola, fora da escola paralelamente à escola. (Perez, 2002, p 66)
Segundo os conceitos mostrados por estes dois autores é possível observar que a alfabetização é uma técnica de ensino aprendizagem que ocorre antes, durante e depois da fase escolar, ou seja, a alfabetização ocorre entre o ambiente escolar e fora dele. A alfabetização é a dinâmica de estabelecer com que o sujeito se aproprie de competência que trazem a leitura e a escrita. 
Os métodos de alfabetização
No momento em que uma professora quer alfabetizar seus alunos atingindo seus propósitos, ela necessita de um procedimento com o qual possa abordar incluindo a realidade vivida por seus alunos, promovendo uma atividade lúdica e inovador. Finalmente o que seria um método? Método seria a técnica ou modo de um professor conduzir suas aulas. Evidenciando, o que vem ser um método, Correa e Salch afirmam que:
A palavra método tem sua origem no grego méthodos e diz respeito a caminho para chegar a um objetivo. Num sentido mais geral, refere-se a modo de agir, maneira de proceder, meio; em sentido mais específico, refere-se a planejamento de uma série de operações que se devem efetivar, prevendo inclusive erros estáveis, para se chegar a determinado fim.(Correa e Salch, 2007, p.10) 
 
Ao refletir a alfabetização é normal que surja outra preocupação: qual é a forma mais assertiva para se trabalhar e atingir os propósitos de uma alfabetização de qualidade? A alfabetização não conta com uma receita pronta e acabada com relação ao método, pois a maneira de aprendizagem de uma criança pode ser diferente da outra. O método aplicado com um determinado grupo de alunos pode não ter a mesma resposta em outro grupo. É fundamental pensar que a criança não reproduz tudo em série, que possui um formato e produz todos os resultados igualmente.
É preciso empregar uma forma, mas não se pode estabelecer um como o mais correto, ou mesmo único, pois o que pode ser adequado e conveniente para aprendizagem de uma criança pode ser insatisfatória para outra, sabendo que quando se emprega uma técnica e ela não alcança resultados satisfatórios, deve-se tentar outras formar. Com relação a observação de que o processo de alfabetização não dispõe um único método verdadeiramente eficaz ou uma receita estabelecida, uma especialista certifica que:
Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, deve ter um conhecimento básico sobre os princípios teórico-metodológico da alfabetização, para não ter que inventar a roda. Já não se espera que um método milagroso seja plenamente eficaz para todos. Tal receita não existe. (CARVALHO, 2008, p. 17). 
Porém, alguns professores não têm clareza sobre os conceitos metodológicos e nem ao menos pesquisam ou se aprofundam em estudos e formação continuada. Pensam que o que é eficiente para um aluno pode ser bom para todos e contribuem para a construção do insucesso no processo de alfabetização inicial. Quando as crianças começam o processo de alfabetização inicial, estão cheias de curiosidade e entusiasmo para se apropriar da leitura e escrita. Essa é a ocasião de incentivá-las para a prática da leitura e contato com a escrita, e uma das formas é o professor contar histórias, ler em voz alta poemas, letras de música, textos, notícias de revista e jornais. É de grande valia que o alfabetizador possua verdadeiramente um engajamento para com o processo de alfabetização, oferecendo e aprofundando em conhecimentos metodológicos da alfabetização. 
A ausência de comprometimento por parte do professor, em vez de incentivar, pode na verdade, afastar as curiosidades e a disposição das crianças. É significativo também que os professores entendam que ao escolher o método de alfabetização, elegendo por um que tenha fundamento para a criança, salientando a importância do ato de ler e escrever e que seja a realidade dos alunos, existindo grande importância do papel do alfabetizador. 
As formas de alfabetização criadas podem ser considerados como métodos sintéticos e os métodos globais. Porém, para a utilização dos mesmos, Carvalho afirma que: 
Para a professora, seja qual for o método escolhido, o conhecimento das suas bases teóricas é condição essencial, importantíssima, mas não suficiente. A boa aplicação técnica de um método exige prática, tempo e atenção para observar as reações das crianças, registrar os resultados, ver o que acontece no dia-a-dia e procurar soluções para os problemas dos alunos que não acompanham.(Carvalho, 2008, p.46)
 
Como existem vários métodos, compete ao professor entende-los e decidir qual é o melhor método de trabalhar esse processo de alfabetização inicial com seus alunos. É interessante que antes da escolha do método a ser aplicado, o professor conheça seus alunos. Pois, do contrário, este pode ser um dos motivos para o infelicidade do processo. 
2.3.1 Métodos sintéticos
Os métodos sintéticos procedem da soletração para à consciência fonológica, e tem como propósito que o aluno se torne alfabetizado a partir do deciframento dos sons que as letras têm, isto é, o grafema fonema. A alfabetização por meio desses métodos começam de pequenas palavras e no decorrer desse processo o professor pode escolher se vai utilizar cartilhas ou não. Tendo em vista esse método, Cagliari (1998) afirma que: “partia-se do alfabetopara soletração e silabação, seguindo uma ordem hierárquica crescente de dificuldades, desde a letra até o texto”. 
São métodos sintéticos: soletração, silabação, método fônico, método da abelhinha e o da casinha feliz, todos eles quando praticado pelo professor, partem ensinando da soletração para a consciência fonológica”. Mas, para a aplicação desses métodos sintéticos é preciso prudência, visto que o fonema, ou seja, o som de algumas letras quando em conjunto de outras podem ter sons diferentes, sendo preciso então, capacitar isso durante o processo de alfabetização. Carvalho afirma que: 
Um cuidado que deve ser observado na aplicação dos métodos fônicos decorre da própria natureza do Português, língua alfabética na qual uma letra pode representar diferentes sons conforme a posição que ocupa na palavra, assim como um som pode ser representado por mais de uma letra, segundo a posição. Assim, não basta ensinar o som da letra em posição inicial da palavra, mas é preciso mostrar os sons que as letras têm em posição inicial, medial (no meio) ou final da sílaba.(Carvalho, 2008, p. 28) 
 
A execução desse método de alfabetização necessita conhecimento da parte do professor para que não aconteçam falhas como acima foi citado. É importante considerar que nem todas as crianças aprendem e desenvolvem da mesma forma, essa prática pode ser bom para umas crianças e ruim para outras, já que não se pode especificarr esse método como o mais correto e a única forma de se alfabetizar um aluno. 
2.3.2 Métodos analíticos ou globais 
Outros métodos de alfabetização são destacados como analíticos ou globais. Sua utilização direciona para alfabetizar a criança a partir de histórias ou orações. No momento em que essa nova forma de se alfabetizar veio ao Brasil estabeleceu-se uma grande transformação por parte dos professores, por serem muito divergentes dos métodos sintéticos, os globais contam com o objetivo de alfabetizar a criança da parte maior para a menor, ou seja, dos textos ou orações para as letras. É o caminho inverso.
Essa forma de alfabetização é muito significativa, pois, ensinando a criança a ler e escrever a partir de histórias, ela está estimulando o aluno a desenvolver gosto pela leitura. Este é um dos sinais positivos para a execução desse método. São considerados globais os seguintes métodos: métodos de conto, método ideovisual de Decroly, método natural Freinet, a metodologia de base linguística ou psicolinguística, alfabetização a partir de palavra-chave, método natural, etapas de uma unidade, síntese dos passos de aplicação e o método Paulo Freire. Em todos esses métodos o professor precisará partir de textos ou orações até chegar às letras, isto é, do maior para o menor. Mas, então qual é o melhor método? Não há uma resposta estabelecida e acabada. Compete ao professor conhecer seus alunos e decidir qual método adotar em sala de aula. 
Caso o professor não obtenha sucesso com nenhum dos dois métodos citados ainda tem a alternativa de trabalhar os métodos analítico-sintéticos, ou seja, a combinação do global ou analítico com o sintético, onde o professor ensina a consciência fonológica juntamente com o método de ensinar a ler e escrever a partir de história ou orações. Sobre isto, Carvalho nos diz que: 
São os chamados métodos analítico-sintéticos, que tentam combinar aspectos de ambas as abordagens teóricas, ou seja, enfatizar a compreensão do texto desde a alfabetização inicial, como é próprio dos métodos analíticos ou globais, e paralelamente identificar os fonemas e explicitar sistematicamente as relações entre letras e sons, como ocorre nos métodos fônicos.(Carvalho, 2008 p. 18) 
Portanto é necessário muito estudo, pesquisa e dedicação por parte do professor incumbir-se a responsabilidade de alfabetizar uma turma, considerando que as crianças dispõe de formas de aprendizagem diferentes e a melhor forma para uma criança pode ser ruim para outra. Não existe uma receita pronta de como alfabetizar, nem estudos que comprovem que um método mais seja mais eficiente que outro. Cabe ao professor à responsabilidade de fazer o melhor para conseguir vitória no processo de alfabetização de sua turma. 
3. O SIGNIFICADO DO APRENDER A LER E ESCREVER 
Ao conceder que a população cultive a prática de leitura e escrita e respondam aos chamamento da cultura grafocêntrica, sendo capaz de adentrar criticamente na sociedade, a aprendizagem da língua escrita passa ser uma questão especificamente pedagógica para edificar à esfera política, visivelmente pelo que representa o investimento na formação humana. Nas palavras de Emilia Ferreiro (2001), “a escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário”.
Recuperando o tema explicado por Paulo Freire, os estudos sobre o letramento reconfiguraram o sentido da política de uma conquista – a alfabetização - que não obrigatoriamente se põe a serviço da libertação humana. Muito pelo contrário, a história do ensino no Brasil, a despeito de relativas boas intenções e das “ilhas de excelência”, tem deixado rastros de um índice sempre inaceitável de analfabetismo agravado pelo quadro nacional de baixo letramento.
 PERSPECTIVAS DAS PESQUISAS SOBRE O LETRAMENTO
 Mesmo que a palavra “letramento” lembre um aspecto complexo e variado das práticas sociais de uso da escrita, a compreensão de uma certa realidade, quer seja ela de um grupo social predeterminado ou de um campo específico de conhecimento (ou prática profissional) criou a emergência de vários estudos a respeito de suas especificidades. É por isso que, nos meios educacionais e acadêmicos,observamos a referência no plural “letramentos”.
Mesmo tendo o risco de contradição terminológica, ganhamos a oportunidade de refletir o trânsito do homem na diversidade dos “mundos letrados”, cada um deles marcado pela peculiaridade de um universo. Desta forma, é possível confrontar diversas realidades, como por exemplo o “letramento social” com o “letramento escolar”; explorar particularidades culturais, como por exemplo o “letramento das comunidades operárias dos arredores de São Paulo”, ou ainda entender as necessidades de aprendizagem em uma área específica, como é o caso do “letramento científico”, “letramento musical” o “letramento da informática ou dos internautas”. Em cada um desses meios, é possível planejar práticas (comportamentos praticados por um grupo de sujeitos e opiniões assumidas que dão fundamento a essas manifestações) e acontecimentos (situações compartilhadas de usos da escrita) como pontos interdependentes de uma mesma realidade . A afinidade com as características proporciona não só constatar a realidade de um grupo ou campo em particular (suas necessidades, características, dificuldades, modos de valoração da escrita), como também adaptar ações de intervenção pedagógica, analisando seus resultados. No caso de programas de alfabetização, a relevância de tais pesquisas é assim defendida por Kleiman:
Se por meio das grandes pesquisas quantitativas, podemos conhecer onde e quando intervir em nível global, os estudos acadêmicos qualitativos, geralmente de tipo etnográfico, permitem conhecer as perspectivas específicas dos usuários e os contextos de uso e apropriação da escrita, permitindo, portanto, avaliar o impacto das intervenções e até, de forma semelhante à das macro análises, procurar tendências gerais capazes de subsidiar as políticas de implementação de programas. (2001, p. 269)
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, o propósito do trabalho com a leitura é propiciar a formação de leitores eficientes: 	Constituir um leitor eficaz supõe formar alguém que entenda o que lê; que seja capaz de aprender a ler também o que não está escrito, reconhecendo elementos subentendidos; que determine relações entre o texto que lê e outros já lidos, que saiba que diversos sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos(BRASIL, 1997).
É essencial, portanto, expor os alunos a uma pluralidade de textos que permeiem distintas respostas ao “porquê” e ao “para quê” da necessidade da prática da leitura. 	Se a finalidade da escola é formar cidadãos capacitados de compreender os diversos textos que circulam na sociedade, é preciso organizar o planejamento pedagógico de forma que o aluno consiga vivenciar as diferentes dimensões da leitura, tais como: ler para informar-se, para pesquisar, para escrever, para revisar o que se produziu, para resolver problemas do dia a dia, para estudar ou até mesmo para divertir-se.
Do mesmo modo, os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa indicam que o trabalho na produção de textos deve encaminhar à formação de escritores eficientes: Um escritor eficaz é alguém que ao elaborar um discurso, conhecendo possibilidades que estão colocadas culturalmente, sabe selecionar o gênero no qual seu discurso se desempenhará elegendo aquele que for apropriado a seus objetivos e à circunstância enunciativa em questão (BRASIL, 1997). 	Formar um escritor qualificado é propiciar uma proposta educativa respaldada no diálogo, no hábito da escrita em diferentes situações, na formação de sujeitos que tenham autonomia para ler, escrever e compreender o meio social no qual estão inseridos, sendo aptos a refletir e criticar a realidade que os cerca. 
	Assim sendo, acredita-se que os alunos terão oportunidades mais reais de aumentar seu potencial crítico-reflexivo, valendo-se de novas formas de expressão, com apoio na análise e observação dos diferentes gêneros discursivos e na relação com interlocutores diversos”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Com o que foi apresentado, é possível firmar que a alfabetização é um processo de ensino aprendizagem, que tem como fim levar à pessoa a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Portanto, a pessoa alfabetizada é aquela que adquiriu habilidades básicas para fazer uso da leitura e da escrita. Foi possível analisar também que para transformar os alunos alfabetizados existem diversos métodos que podem ser classificados como sintéticos e analíticos ou globais. 
	Os métodos sintéticos são aqueles em que o professor inicia o ensino do menor para maior, ou seja: das letras para os textos e orações. Já nos métodos analíticos ou globais o professor estabelece o ensino pelo caminho contrário, do maior para o menor, ou seja, dos textos ou orações para as letras. Foi destacado que na definição do método de alfabetização é necessário considerar que cada criança tem seu ritmo, sua velocidade e sua maneira própria de aprender, entender e associar. 
	Assim, o método de um professor ministrar os ensinamentos para uma criança às vezes precisa ser diferente de uma outra, porque um método pode ser adequado para alfabetizar uma criança, mas, pode não ser a melhor forma para a aprendizagem da outra. Desta maneira, não existe um padrão, uma teoria pronta de alfabetização, cabendo ao professor muito estudo, pesquisa, orientação, formação continuada e dedicação para fazer o melhor para alfabetizar a sua turma. 
Por fim, desenvolver a alfabetização na concepção do letramento implica trocar as práticas engessadas das cartilhas e dos livros didáticos por situações reais de uso dos diferentes gêneros e tipos textuais que circulam no cotidiano. 	Realizar esse trabalho é permitir a mudança de práticas habituais por práticas que façam sentido para o aluno, proporcionando-lhe o direito de aproveitar da escrita como bem cultural, transformando-se em um sujeito mais participativo,crítico e consciente, capaz de atuar plenamente em sua cidadania. 
Como nos apresenta Soares (1998), “aprender a ler e a escrever e fazer uso da leitura e da escrita transforma o indivíduo e o leva a um outro estado ou condição sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico.”
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, 23 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1997.
BRASILIA Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2001. 
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bu: Pensamento e Ação no Magistério. 1. Ed. São Paulo: Scipione, 1998. 
CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar: Um Diálogo entre a Teoria e a Prática. 5. Ed. Rio de Janeiro Vozes, 2008. 
CARVALHO, Maria Angélica Freire de (org.). Práticas de Leitura e Escrita. 1. Ed. Brasília: Ministério da Educação, 2006. 
CORREA, Djane Antonucci, SALCH, Bailon de Oliveira e et. al. Práticas de Letramento: Leitura, escrita e discurso. 1. Ed. São Paulo: Parábola editorial, 2007. 
FERREIRO, Emília. Reflexões Sobre a Alfabetização. 24. Ed. São Paulo: Cortez, 2001.
FEEREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.
KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.
MOREIRA, Daniel Augusto. Analfabetismo Funcional: O Mal Nosso de cada Dia. 1. Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. 
NOVA ESCOLA - A REVISTA DO PROFESSOR. “Alfabetização e cultura escrita”, Entrevista concedida à Denise Pellegrini In São Paulo, Abril, maio/2003, pp. 27 – 30.
PAIVA, José Maria de. Educação Jesuítica no Brasil Colonial. In: LOPEZ, Eliane Marta Teixeira (org.). 500 Anos de Educação no Brasil. 3. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003. 
RAMOS, Graciliano. Infância. 3. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1953. 
REVISTA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA USP. “Programa de educação de jovens e adultos” In Educação e Pesquisa – São Paulo, v. 27, n.2, p.267 – 281.
SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 2. Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 
VAL, Maria da Graça Costa. O que é ser alfabetizado e letrado? 2004.

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